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Introdução
Nos eventos de fala, ao se referir às pessoas do discurso, o falante utiliza formas do singular
ou plural, incluindo entre elas o pronome nós e a forma a gente.
No português falado, a forma a gente, do substantivo feminino latino gens, gentis, pode tanto
ser usada como substantivo, para nomear de forma coletiva, indeterminadora, mais ou menos geral,
um agrupamento de seres humanos, como também ser usada para fazer referência à primeira pessoa do
plural.
A forma inovadora, mesmo sendo muito freqüente no português brasileiro, não encontra
consenso quanto a sua classificação junto à gramática tradicional. Said Ali (1966, p.116) a classifica
como pronome indefinido, originário "de um substantivo", usado "principalmente na linguagem
familiar da atualidade"; Cunha e Cintra (1985, p. 288) a chama de "fórmula de representação da
primeira pessoa", empregada no uso coloquial normal por nós e, também, por eu. Já na obra O
linguajar carioca (1953), essa forma é vista ora por pronome indefinido-"Usa-se muito o indefinido a
gente em lugar de nós" (p. 89), ora como substantivo coletivo- "Na classe inculta, os coletivos a gente,
pessoal levam o verbo ao plural: A gente vamos hoje... (p. 170). Percebe-se, na indecisão da
classificação, a penetração, no sistema de pronomes, de uma nova forma que passa a alternar com as
antigas, configurando-se dessa forma um quadro de variação linguística.
O presente estudo está situado no âmbito do Projeto Vertentes do Português Popular do Estado
da Bahia, que se fundamenta na análise sociolígüística de comunidades de fala do interior baiano de
caracteres diversos a fim de estabelecer um panorama atual da realidade lingüística nesta área, assim
como ampliar o conhecimento de sua formação sócio-histórica. Assim, busca-se definir
particularmente o papel desempenhado pelo contato da língua portuguesa com as línguas indígenas e
africanas na formação das variedades atuais do português do interior do Estado, visando à
identificação dos reflexos das mudanças induzidas não só pelo contato, como também pela
Transmissão Lingüística Irregular (LUCCHESI; BAXTER, 2006), ou seja, a nativização de um
modelo defectivo de segunda língua, o português, nessas variedades do português brasileiro.
A atual pesquisa busca uma análise empírica do uso da forma do pronome da primeira pessoa
do plural, segundo a função sintática, em quatro comunidades afro-brasileiras isoladas do Estado da
Bahia, a fim de analisar quais contextos, lingüísticos e extra-lingüísticos, favorecem uma forma em
detrimento da outra e em que funções sintáticas o nós e o a gente mais ocorrem.
O estudo acerca da forma da primeira pessoa do plural nas diversas funções sintáticas é de
grande importância para ampliação do conhecimento sobre como está ocorrendo a reestruturação no
sistema pronominal, haja vista que as divergências na freqüência do uso de a gente (em oposição a
nós), no contexto sintático, podem refletir os diferentes estágios da implementação da variante
inovadora nas comunidades isoladas. Dessa maneira, buscou-se confirmar ou não a hipótese inicial de
que a penetração do a gente estaria mais avançada no português afro-brasileiro do que nas variedades
urbanas do PB, em função do contato entre línguas. Além disso, as formas bem desviantes em que o
nós não apresenta flexão de caso (ex.: terra de nós) reforçam também a hipótese dos efeitos da
transmissão lingüística irregular.
2. Metodologia
aproximadamente a duração de uma hora e os quais foram organizados de acordo com as seguintes
variáveis sociais: sexo (masculino ou feminino), escolaridade (analfabeto ou semi-analfabeto), estada
fora da comunidade (presença ininterrupta na comunidade ou saída dela por pelo menos seis meses) e
a faixa etária (I - 20 a 40 anos/ II - 41 a 60 anos / III- 61 a 80 anos/ IV- acima de 80 anos).
Inicialmente, houve o levantamento exaustivo de todas as ocorrências da forma da 1º pessoa
do plural nas diversas funções sintáticas nas vinte e oito entrevistas das comunidades rurais afro-
brasileiras, sendo oito inquéritos de Helvécia, oito de Cinzento, seis de Sapé e seis de Rio de Contas.
No processo do levantamento, foram excluídos da análise casos de expressões cristalizadas,
como:
É de no... é do nome do nosso senhô Jesus Cristo... (INF09 CZ)
Nossa Senhora, num casô ainda? (INF09 SP)
Aqui pra nós, é dífícil, viu? (INF13 RC).
Ocorrências que não são passíveis de variacão da forma da 1º pessoa do plural também foram
excluídas como por exemplo: nenhum de nós (INF20 HV) ou dentro de nós dois aqui (INF12 HV),
haja vista não ser possível substituir o nós por a gente.
Após o levantamento, foi feita a audição para a comprovação da veracidade dos dados
levantados, evitando, dessa forma, que um possível erro de transcrição fosse considerado.
A partir das variáveis lingüísticas, sociais e discursivas que hipoteticamente pudessem figurar
como fatores condicionantes do processo variável estudado, foi constituida uma chave de codificação.
Posteriormente, conforme a chave, as ocorrência levantadas foram também codificadas, sendo
submetidas, em seguida, à quantificação, tendo como suporte o pacote de programas VARBRUL.
Omena (1986 apud LUCCHESI, 2007), ao fazer um estudo da forma de primeira pessoa do
plural no corpus do PEUL, que reúne entrevistas do tipo sociolingüístico com 48 falantes adultos do
Rio de Janeiro com um a doze anos de escolaridade, encontrou predomínio de a gente na ordem de
65% do total de ocorrências. Semelhante ao resultado encontrado por Omena, o a gente obteve 66% de
freqüência no português afro-brasileiro, revelando o amplo domínio da variante inovadora, que já
alcança todas as normas do Português Brasileiro.
Dessa maneira, seguem abaixo os resultados das variáveis, lingüísticas e extralingüísticas, que
estariam condicionando a implementação do a gente na gramática das comunidades aqui analisadas.
(1) Sujeito
Ex.: Antes a gente tentô, pra tirá ele pra fora (INF01 HV)
nós vamo em ano em ano (INF04 HV)
(2) Objeto direto
Ex.: Quand’os médico pega a gente que…que… bota em riba daquela cama alí, qualqué um se
assusta. (INF04 HV)
Quando ele morreu, largô nós tudo pequeno...(INF07 HV)
(3) Objeto indireto/ Oblíquo
Ex.: quando...quando o governo manda, manda pa nós tudo (INF08 CZ)
nem meu pai também ligava pa contá essas estória pra gente. (INF12 SP)
(4) Adjunto Adverbial
Ex.: ele ficava mei’ brabo com a gente (INF03 CZ)
ele é nascido e criado no...mais nós [aí] no Cinzento..(INF08 CZ)
(5) Possessivo
Ex.: Nossa vida tem que sê perdida. (INF22 HV)
alguma pessoas de Planalto que num é conhecido da gente, né? (INF 01 CZ)
(6) Tópico
Ex.: nós tudo pequeno, juntava aquelas coisinha... (INF12 CZ)
a gente tamém, quand'estudava tamém é... já começava... já tinha namorada, (INF05 RC)
(7) Constituinte solto
Ex.: Ah, tirando daquela saúva de... de córo que a gente... de formiga tainjura, né?
Graças a Deus. Mas nós sempre... (INF12 HV)
TABELA 2 - Forma do pronome da primeira pessoa do plural segundo a função sintática (nível
de significância: .022)
realização / posição
Nº de oc. / Freq. P.R. Nº de oc. Freq. P.R.
Total / Total
estruturas como "ele viu nós", que ocorriam apenas no passado dentro da comunidade. Dessa maneira,
os falantes dessas comunidades rurais afro-brasileiras isoladas, por não possuírem uma estrutura
consolidada como o pronome oblíquo nos, utilizam mais a forma a gente na função de OD.
Ao fazer uma paralelo com a Norma Urbana, tem-se percebido uma presença maior da forma
a gente na posição de SU, por essa não exigir uma flexão verbal própria, ao passo que o pronome
canônico nós é mais oneroso nesse aspecto. Tal fator tem favorecido uma maior incidência do a gente,
em detrimento do nós, na posição de sujeito nos centros urbanos. Essa situação não acontece nas
comunidades isoladas. Lucchesi (2007) mostra que a concordância verbal não é muito freqüente no
português afro-brasileiro, haja vista que os informantes utilizam pouco o morfema verbal de primeira
pessoa do plural -mos (e alomorfes -mo e -emo), com uma freqüência de apenas 17,5%. Sendo assim, a
vantagem da não-flexão verbal oferecida pela expressão a gente não tem a mesma influência nas
comunidades aqui analisadas, por isso não há um grande favorecimento para o uso do a gente na
posição de SU, pois o verbo permanece da mesma forma, tanto com o pronome canônico, quanto com
a expressão inovadora.
Referente à posição de OI, a qual abrange também o complemento relativo, nota-se que a
forma a gente teve uma presença significativa nessa função, entretanto, teve freqüência e peso
relativo menores em relação ao OD, mesmo sendo também um complemento verbal. Este fato pode
ser explicado em virtude de estruturas como "pensou em nós" não serem tão marcadas negativamente
como "encontrou nós"; o que pode explicar essa maior vitalidade do nós na função de OI.
A respeito do constituinte solto, em princípio o resultado deveria ser indiferente pelo fato de
não haver motivo de qualquer natureza para o informante usar o a gente ou o nós e, em seguida,
construir outras frases sem qualquer ligação com o pronome dito anteriormente. Desse modo, tal
posição contitui uma situação imprevisível por não ter encaixamento sintático.
No âmbito da Norma Urbana, com base no estudo feito por Omena (1986), foi constatado que
a função sintática mais favorável à expressão a gente é a de adjunto adverbial (doravante ADV), pois
os falantes cariocas majoritariamente pareciam rejeitar o pronome oblíquo tônico conosco. E mais uma
vez, as comunidades isoladas demonstram, em dados, seguir uma linha diferente das áreas urbanas em
geral. O ADV é mais receptivo ao pronome nós, ao invés do a gente com a freqüência de 51% e peso
relativo .59 para a variante conservadora nesse contexto. No português afro-brasileiro, não há uma
ocorrência sequer do pronome tônico conosco, o que nos leva até mesmo a colocar em questão a sua
existência nessas comunidades. Pode-se observar que, para os informantes dessa região, usar
construções como "ele saiu com nós" não apresenta problemas como no caso do OD, embora o
número de ocorrências do ADV não seja sufuciente para se fazer afirmativas categóricas a respeito
dessa posição sintática.
No caso do tópico, trata-se de um resultado inusitado, pois foi a única função que não obteve
correspondência entre a freqüência e o peso relativo, necessitando assim de uma análise posterior.
Semelhante ao comportamento lingüístico das populações urbanas, o pronome nós é mais
favorecido na função sintática de Adjunto Adnominal com uma freqüência de 53% e peso relativo de
.77, o que revela a vitalidade dos pronomes possessivos no aspecto estrutural. No português afro-
brasileiro, estruturas como "nosso pai pegava" ou até mesmo sem flexão como "verdadêra terra de
nós é esse lá" são as preferências dessas comunidades rurais ao invés da expressão de posse da gente.
Como se pode perceber, a implementação do a gente na gramática das comunidades analisadas
ainda não está muito bem definida, há posições sintáticas em que o a gente está em equilíbrio com o
pronome nós, como na posição de sujeito e objeto indireto, na função de objeto direto, a forma
inovadora já predomina, sendo, por sua vez, desfavorecida na função de possessivo. Por conseguinte,
com relação ao pronome nós, o possessivo é a posição mais receptiva a sua realização e objeto direto a
que menos favorece.
O paralelismo discursivo, conceito desenvolvido por Scherre e Naro (1993, p. 2), refere-se a
"uma tendência de formas gramaticais semelhantes ocorrerem juntas". Assim, sob esta perspectiva, o
falante tenderia a repetir sua escolha ao longo de sua fala. Dessa maneira, foi esperado que o nós fosse
mais aplicado nas cirscunstâncias em que o mesmo pronome antecedesse esta aplicação na oração
anterior, esperando-se a mesma lógica no que diz respeito à forma a gente. Essa variável é aqui
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Antecedente
Nº de oc. / Total Freq. P.R. Nº de oc. / Freq. P.R.
Total
Através da tabela 3, pode-se notar que o a gente na função de sujeito da oração anterior fez
com que o uso dessa forma aumentasse de 66% para 90% (peso relativo de .79). Nas demais funções,
o a gente também exerce uma força condicionadora, pois sua freqüência se eleva de 66% para 88%
(peso relativo .72). Comparado ao a gente, o condicionamento exercido pelo nós é maior: na função de
sujeito da oração anterior, o uso passa de 34% para 80% (com peso relativo de .79); já na demais
funções, o aumento é ainda maior, elevando-se de 34% para 91% (peso relativo de .92). Segundo
Lucchesi (2007, p. 8), "essa correlação mais forte pode ser explicada pelo fato de o nós ser a forma
mais marcada, atuando mais fortemente no plano do paralelismo discursivo."
3.1.3 Discurso
O tipo de discurso não foi considerado inicialmente como uma variável explanatória para a
presente pesquisa, contudo, no período de levantamento das ocorrência, surgiu a hipótese de que, em
contextos em que falante abordasse um tema religioso, ele tenderia a usar uma lingagem mais formal e
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conservadora, favorecendo o emprego do nós. Assim sendo, a variável foi constituída, pelos sequintes
fatores:
1) laico:
Ex.: A gente não vai dizê que você, mais ou meno, mais ou meno deve entendê, que não todo
lugar que a mulhé pode ir. (INF06 SP)
2) religioso:
Ex.: Mas de vez em quando e inda quando tá essa arage assim é perigoso... é. Mas que tem os
bicho, tem. É, tem o bicho, é. Mas quem nos guarda é Deus.
Abaixo, os resultados obtidos:
Tipo de discurso
Nº de oc. / Freq. P.R. Nº de oc. / Freq. P.R.
Total Total
A variável social faixa etária é importante para o estudo sociolingüístico no que diz respeito à
variação e mudança sob a perspectiva do tempo aparente. Essa perspectiva se baseia no pressuposto de
que as diferenças no comportamento lingüístico de gerações diferentes de falantes num determinado
momento refletiriam diferentes estágios do desenvolvimento da língua (LUCCHESI, 2001). Dessa
maneira, segundo Chambers e Trudgill (1980 apud LUCCHESI, 2001), haveria a hipótese, por
exemplo, de que a fala das pessoas de 40 anos refletiria diretamente a fala das pessoas de 20 anos há
20 anos atrás, podendo, assim, ser comparada com a fala das pessoas de 20 anos de hoje a fim de
analisar a difusão da mudança lingüística. Assim, os informantes das comunidades analisadas foram
distribuidos em quatro faixas etárias e os resultados foram os seguintes:
Faixa etária
Nº de oc. / Total Freq. P.R. Nº de oc. / Freq. P.R.
Total
Nesta análise quantitativa, pode-se perceber que o a gente é mais utilizado pela faixa I, ou
seja, pelos mais jovens. Este uso é reduzido progressivamente a medida em que se vai para as faixas
de falantes mais velhos. Através da projeção do tempo aparente, acredita-se que o a gente começou a
ser implantado na década de 30 nas comunidades afro, este uso se manteve crescente até 1950, quando
estagnou, ficando estável até o final da década de 60. A partir de 1970, o uso do a gente volta a
crescer, sendo mais perceptível a partir da década de 90.
Dessa maneira, este resultado nos leva a supor que, no português afro-brasileiro, está
ocorrendo um processo de mudança em curso, em que o nós, o pronome canônico, logo conservador,
estaria sendo substituido pela forma inovadora, a gente.
3.2.2. Escolaridade
A variável escolaridade foi constituída, nesta pesquisa, por dois perfis de falantes: analfabeto e
semi-analfabeto. Importante dizer que foram considerados semi-analfabetos, não só os que,
efetivamente, sabem ler e escrever, situação não muito comum nas comunidade afro-brasileiras, como
também aqueles que apenas assinam o nome.
Os resultados foram os seguintes:
TABELA 6 - Forma do pronome da primeira pessoa do plural segundo a variável escolaridade
(nível de significância: .022)
Nível de escolaridade
Nº de oc. / Freq. P.R. Nº de oc. Freq. P.R.
Total / Total
Tal resultado nos leva a identificar a influência para o uso da forma inovadora exercida de fora
para dentro da comunidade de fala, por meio da difusão dos padões lingüísticos das grandes cidades
para o interior.
3.2.3. Comunidade
COMUNIDADE
Nº de oc. / Freq. P.R. Nº de oc. Freq. P.R.
Total / Total
Conclusão
O resultado da pesquisa demonstra que a forma a gente, com 66%, já atingiu mais da metade da
freqüência nas comunidades afro-brasileiras, em prejuízo do pronome nós. O predomínio da variante
inovadora é bastante similar ao que ocorre na norma urbana, contudo, devido à análise das funções
sintáticas, percebe-se que a implementação do a gente tem acontecido de maneira diferente nas
comunidades afro-brasileiras comparado às demais normas, reforçando a influência do contato entre
línguas nessas variedades do português brasileiro.
Quanto à posicão sintática, o objeto direto é o mais receptivo ao a gente, diferentemente do
que ocorre na norma urbana, na qual a posição mais favorecedora dessa variante é a de sujeito. Ao
contrário do que acontece no vernáculo urbano, o adjunto adverbial não favorece o a gente no
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português afro-brasileiro, permanecendo construções como ele saiu com nós. O possessivo é a função
mais favorecedora do pronome canônico, tanto na norma urbana, quanto no português afro, revelando
a vitalidade do nós nessa posição.
O paralelismo formal revelou ser um grande fator condicionante para a realização de uma
forma em detrimento da outra. A variável tipo de discurso também demonstrou influenciar a escolha
do falante principalmente quando se tratou do dicurso religioso em que o pronome canônico foi o mais
utilizado.
A respeito das variáveis sociais, quanto à escolaridade, os semi-analfabetos utilizam mais o a
gente. Na comunidade de Sapé, o processo de implementação da forma inovadora está quase
completo, com 99% de freqüência. Devido ao maior uso do a gente feito pelos mais jovens, caindo à
medida em que se vai para as faixas etárias com mais idade, pode-se considerar a variação das formas
aqui analisadas como uma mudança em curso.
Está prevista a continuidade desta pesquisa, utilizando o corpus do português popular de um
município do interior da Bahia. O cotejo dos padrões lingüísticos das comunidades afro-brasileiras
com comunidades populares não marcadas etnicamente trará novas luzes sobre o efeito do contato
com as línguas africanas na formação das variedades populares do português. Por outro lado, será
ampliado o panorama sociolingüístico da forma do pronome de 1ª pessoa do plural no interior do
Estado da Bahia.
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