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Para elaborar este tópico – Noções de Coesão e Coerência Textuais – fiz adaptações de
exemplos e definições de Christine Nuttal, no seu livro T eaching reading skills in a
foreign language (London, Heinemann Educational Books, 1982. pp. 15-17).
Introdução
Como foi dito anteriormente, nossa disciplina tem como um dos objetos de
estudo o texto escrito. E para que servem os textos escritos? Para nós nos
comunicarmos através da linguagem escrita, evidentemente. Para interagirmos nesse
tipo de comunicação, temos que desenvolver a habilidade da leitura, que é uma
atividade complexa e que envolve muitos componentes, dentre os quais podemos
citar os aspectos internos – mentais, cognitivos, afetivos, lingüísticos, dentre outros
– e os aspectos externos, que estão fora do indivíduo leitor, mas que o afetam muito
o processamento da leitura – os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos.
Para ler mais sobre esses aspectos, leia o texto Leitura – aspectos e abordagens.
Você já deve saber que a leitura proficiente vai além da simples decodificação
de palavras. Aliás, a decodificação é um componente importante, até mesmo
imprescindível, mas é insuficiente. Com efeito, para a leitura ser proficiente ela deve
ser centrada na compreensão. Noutras palavras, o leitor proficiente, ao deparar-se
com um texto, sempre tenta compreendê-lo, sempre busca significados e sentidos
nesse texto. Portanto, além de dominar toda a técnica de decodificação
(reconhecimento eficaz de palavras e frases), o leitor deve ser capaz de acionar seu
conhecimento prévio para compreender o texto.
Mas o que muita gente não sabe é que não existe apenas um nível de
compreensão de textos e sim vários. O nível de compreensão de um texto depende
do tipo de leitura que fazemos e também dos nossos objetivos de leitura. Isso
também tem relação com os tipos de texto e com os chamados gêneros textuais.
1. Tipos de leitura
· a leitura linear, que é o tipo de leitura mais praticado, está relacionada à leitura
descomprometida, porém prazerosa, que flui sem muito esforço. Ocorre na
leitura de crônicas, romances, os contos, os causos, etc. O leitor, ao terminar a
leitura pode não se lembrar de detalhes, mas lembra dos fatos mais
marcantes;
Convém explicar que esses tipos de leitura podem não ocorrer de forma
isolada. Acontece, às vezes, de experimentarmos um certo prazer numa leitura
assimilativa, ou seja, numa leitura para estudo. Do mesmo modo, podemos apreciar
um certo prazer estético na leitura de um conto ou mesmo num artigo de opinião de
um determinado articulista. Também podemos ler um poema, um conto, etc., por
exemplo, com o propósito de examinar os recursos estilísticos, as figuras de
linguagem e outros aspectos.
http://mediapool.fabrico.com.br/index.php/search?album=1&q=compreens%C
3%A3o+de+texto
Além disso, vale ressaltar que, à medida que vamos atingindo uma maior
maturidade, vamos também atingindo uma melhor percepção e dimensão cada vez
mais crítica diante da leitura. Quando falamos em “proficiência em leitura”, “leitor
proficiente”, estamos nos referindo ao leitor maduro, ao leitor experiente que, além de
dominar as técnicas e estratégia de leitura, assume também uma visão crítica diante
do que lê. Evidentemente, isso só se alcança com a prática constante e variada de
leitura, nos planos pessoal, políticossocial e profissional.
2. Estratégias de leitura
De fato, muitas pessoas, apesar de terem passado pela escola, não evoluíram
muito em termos de leitura: ficaram presas apenas a um processo lento e
não-consolidado de decodificação, por isso “emperram” ao tentarem compreender
textos longos que exigirão delas um esforço de compreensão, ou seja, de busca de
significados e sentidos. Por outro lado, há também aqueles leitores que,
simplesmente, não tendo consolidado o processo automático de decodificação,
procuram adivinhar rapidamente os sentidos e os significados do texto, sem o devido
cuidado de atentar para o que está realmente escrito.
Ainda sobre essa questão do vocabulário, vale lembrar que nós sempre
lidamos com um vocabulário ativo, que usamos nas nossas falas, no dia-a-dia, e um
vocabulário passivo, que utilizamos mais para recepções de texto, ou seja, para a
compreensão auditiva (a escuta) e a compreensão escrita (a leitura).
3. Técnicas de leitura
c) main points - leitura para busca de idéias centrais. Nesta etapa, o leitor
identifica as macroestruturas do texto, tão importantes para a elaboração
de resumos.
LIVRO 2
II. NOÇÕES DE TEXTO, GÊNEROS TEXTUAIS E DOMÍNIOS
DISCURSIVOS
1. O que é texto?
ATIVIDADE GLOSSÁRIO
1. O que é texto?
esmo que
comunicam através de palavras soltas, isoladas, e sim através de textos, m
esses textos só tenham uma palavra. Tome como exemplo uma pessoa gritando
“Socorro!” ou uma placa de rua dizendo “PARE”. Os textos são, pois, eventos
comunicativos; portanto, partem de emissores e buscam receptores.
Nos textos, geralmente aparecem os tipos textuais, também chamados de
seqüências textuais ou formas composicionais e podem ser entendidas como as
formas lingüísticas que utilizamos quando falamos ou escrevemos. Assim, quando
nos comunicamos verbalmente, estamos sempre
É interessante frisar que nós usamos gêneros textuais o tempo todo, todo
dia, tanto nas nossas produções orais quanto nas nossas produções escritas, mas
geralmente não temos consciência disso. Os gêneros textuais são, portanto, as
formas através das quais os textos são usados na sociedade, em todas as culturas,
em todas as atividades em que temos que utilizar a linguagem falada e escrita.
De que forma a noção de gêneros textuais ajuda o professor de ensino
fundamental e médio? Primeiramente, essa noção ajuda a nos conscientizarmos da
imensa diversidade de textos específicos que produzimos na sociedade. Isso deve
também nos conscientizar do compromisso que a escola, ao ensinar a ler e a
escrever, deve ensinar os alunos a identificar e produzir alguns gêneros textuais que
são indispensáveis não só para as atividades e realizações pessoais, interpessoais e
escolares, como também para o exercício da cidadania. Em segundo lugar, é
importante salientar também que esses gêneros textuais exercem funções sociais
e, geralmente, muitos deles têm propósitos comunicativos muito definidos. Você já
trabalhou com amostras de vários gêneros textuais escritos na Experiência de Leitura
realizada na primeira aula presencial. Veja uma outra seleção de gêneros textuais
escritos de uso muito freqüente na mídia impressa, no mercado editorial e nos livros
didáticos por meio de nossa coletânea intitulada SELETA EM PROSA – Uma
Coletânea de Exemplares Diversificados de Gêneros Textuais Escritos. Lá você
encontrará muitos textos interessantes e variados que foram escolhidos não só para
você se familiarizar com a noção de gêneros textuais, como também para você poder
curtir uma leitura de gêneros variados.
LIVRO 3
Todos nós temos uma certa competência textual e qualquer pessoa letrada
que tenha um nível razoável de compreensão de textos orais e escritos pode apreciar
um bom texto, ou seja, um texto bem articulado, bem escrito, bem adequado aos
propósitos a que destina, etc. e tal.
Da mesma forma que reconhecemos textos bem articulados, podemos
também perceber o contrário – um texto desarticulado, truncado, incoerente e
inadequado. Causam-nos estranheza também um texto repetitivo, “emperrado”, que
não diz nada, que não progride em termos de conteúdos, como se vê abaixo:
“O Brasil é um país maior do que os menores e menor do que os maiores. É um
país grande, porque, medida a sua extensão, verifica-se que não é pequeno.
Divide-se em três zonas climáticas absolutamente distintas: a primeira, a
segunda e a terceira. Sendo que a segunda fica entre a primeira e a terceira. As
montanhas são consideravelmente mais altas do que as planícies, estando
sempre acima do nível do mar” (O Brasil- Descrição Física e Política ( Millor
Fernandes).
(1) “Josias não tinha condição alguma de sair para um passeio naquele dia.
As novas taxas para o imposto de renda acabam de ser anunciadas. Quais são
as características definidoras dos répteis? Você, certamente, disse a ela como
as coisas aconteceram”.
TAREFA
1. leia todas elas com atenção e verifique com qual das frases você deverá
iniciar seu texto e vá associando a outras frases de forma lógica, coerente;
2. faça vários rascunhos do seu texto, até conseguir um texto bem montado;
não esqueça os elementos coesivos;
3. se quiser, pode dar um título ao texto e, finalmente,
4. faça uma revisão gramatical e ortográfica do texto antes de postá-lo.