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LIVRO 1

Para elaborar este tópico – Noções de Coesão e Coerência Textuais – fiz adaptações de
exemplos e definições de Christine Nuttal, no seu livro T​ eaching reading skills in a
foreign language​ (London, Heinemann Educational Books, 1982. pp. 15-17).

NOÇÕES DE TÉCNICAS, ESTRATÉGIAS DE LEITURA E NÍVEIS DE


COMPREENSÃO DE TEXTO E SUAS RELAÇÕES COM AS NOÇÕES DE
TEXTO E DE GÊNEROS TEXTUAIS.

I. PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE LEITURA

Introdução

Como foi dito anteriormente, nossa disciplina tem como um dos objetos de
estudo o texto escrito. E para que servem os textos escritos? Para nós nos
comunicarmos através da linguagem escrita, evidentemente. Para interagirmos nesse
tipo de comunicação, temos que desenvolver a habilidade da leitura, que é uma
atividade complexa e que envolve muitos componentes, dentre os quais podemos
citar os ​aspectos internos – mentais, cognitivos, afetivos, lingüísticos, dentre outros
– e os ​aspectos externos​, que estão fora do indivíduo leitor, mas que o afetam muito
o processamento da leitura – os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos.
Para ler mais sobre esses aspectos, leia o​ ​texto​ ​Leitura – aspectos e abordagens.​

Você já deve saber que a leitura proficiente vai além da simples decodificação
de palavras. Aliás, a decodificação é um componente importante, até mesmo
imprescindível, mas é insuficiente. Com efeito, para a leitura ser proficiente ela deve
ser centrada na compreensão. Noutras palavras, o leitor proficiente, ao deparar-se
com um texto, sempre tenta compreendê-lo, sempre busca significados e sentidos
nesse texto. Portanto, além de dominar toda a técnica de decodificação
(reconhecimento eficaz de palavras e frases), o leitor deve ser capaz de acionar seu
conhecimento prévio para compreender o texto.

Mas o que muita gente não sabe é que não existe apenas um nível de
compreensão de textos e sim vários. O nível de compreensão de um texto depende
do ​tipo de leitura que fazemos e também dos nossos ​objetivos de leitura​. Isso
também tem relação com os tipos de texto e com os chamados ​gêneros textuais​.

1. Tipos de leitura

Nas sociedades letradas, depois que nos apropriamos do processo de


decodificação e já o automatizamos, nós aprendemos a realizar várias ​práticas de
leitura, as quais terminam caracterizando formas diferentes de lermos os inúmeros
textos com que nos deparamos na nossa vida pessoal, social, escolar e profissional.
Isso significa, primeiramente, que existem vários ​tipos de leitura​, dentre os quais,
podemos citar:

· a leitura sensual/sensorial​, que ocorre quando lemos um texto literário, um


poema, por exemplo, ou qualquer texto poético. Geralmente, esse tipo de
leitura proporciona um certo prazer e um apelo aos sentidos e à emoção, além
de um apelo à vocalização, por conta da musicalidade do texto, do ritmo, etc;

· a leitura mental​, em que não buscamos a fruição, o mero deleite e sim a


racionalidade, o raciocínio lógico e o encadeamento rigoroso das idéias, além
de uma atitude crítica diante do texto. Os gêneros textuais que pedem esse
tipo de leitura são os artigos de opinião, artigos de revista especializada,
relatórios, projetos, trabalhos técnicos e científicos, ensaios, etc;

· a leitura exploratória​, que ocorre ao procuramos uma informação pontual num


texto qualquer ou quando procuramos algo em obras de referência
(dicionários, catálogos, enciclopédias, listas, etc.). O leitor utiliza ao máximo a
sua mobilidade visual aliada à concentração e à seleção de pistas indicadoras;

· a leitura linear​, que é o tipo de leitura mais praticado, está relacionada à leitura
descomprometida, porém prazerosa, que flui sem muito esforço. Ocorre na
leitura de crônicas, romances, os contos, os causos, etc. O leitor, ao terminar a
leitura pode não se lembrar de detalhes, mas lembra dos fatos mais
marcantes;

· a leitura de assimilação ocorre quando queremos estudar e aprender


conteúdos através de textos (livro didático, apostilha, manuais, etc.). Esse tipo
de leitura é cuidadosa, feita palavra por palavra, obrigando o leitor a repetir,
vocalizar, reler, anotar, encadear, resumir. Não há preocupação de leitura
crítica;

· a leitura criativa acontece quando o texto lido desperta no leitor a inspiração


para recriá-lo, para produzir outros textos. Evidentemente, isso só ocorre
quando a leitura de um texto “mexe” com nosso pensamento e nossa
imaginação e nos inspira e nos convida a comunicar idéias e pensamentos.

· A leitura geradora pode nos levar ao aprofundamento de um tema que nos


interessa e nos apaixona e, por isso, ficamos sempre “antenados” com o
assunto através de discussões, pesquisas e releituras constantes.
Literalmente o que ocorre é uma leitura gerando necessidades de outras
leituras.

Convém explicar que esses tipos de leitura podem não ocorrer de forma
isolada. Acontece, às vezes, de experimentarmos um certo prazer numa leitura
assimilativa, ou seja, numa leitura para estudo. Do mesmo modo, podemos apreciar
um certo prazer estético na leitura de um conto ou mesmo num artigo de opinião de
um determinado articulista. Também podemos ler um poema, um conto, etc., por
exemplo, com o propósito de examinar os recursos estilísticos, as figuras de
linguagem e outros aspectos.

http://mediapool.fabrico.com.br/index.php/search?album=1&q=compreens%C
3%A3o+de+texto
Além disso, vale ressaltar que, à medida que vamos atingindo uma maior
maturidade, vamos também atingindo uma melhor percepção e dimensão cada vez
mais crítica diante da leitura. Quando falamos em “proficiência em leitura”, “leitor
proficiente”, estamos nos referindo ao leitor maduro, ao leitor experiente que, além de
dominar as técnicas e estratégia de leitura, assume também uma visão crítica diante
do que lê. Evidentemente, isso só se alcança com a prática constante e variada de
leitura, nos planos pessoal, políticossocial e profissional.

2. Estratégias de leitura

Hoje em dia discute-se muito a questão da proficiência em leitura. Noticiários,


nas mídias impressa e televisiva estão sempre abordando os baixos índices de
compreensão leitora dos nossos jovens evidenciados nos diversos exames de âmbito
nacional e internacional. Dentre os vários fatores que concorrem para o insucesso na
compreensão de textos, um deles nos interessa particularmente: o
não-desenvolvimento da leitura estratégica entre nossos jovens estudantes e mesmo
entre pessoas que já foram escolarizadas.

De fato, muitas pessoas, apesar de terem passado pela escola, não evoluíram
muito em termos de leitura: ficaram presas apenas a um processo lento e
não-consolidado de decodificação, por isso “emperram” ao tentarem compreender
textos longos que exigirão delas um esforço de compreensão, ou seja, de busca de
significados e sentidos. Por outro lado, há também aqueles leitores que,
simplesmente, não tendo consolidado o processo automático de decodificação,
procuram adivinhar rapidamente os sentidos e os significados do texto, sem o devido
cuidado de atentar para o que está realmente escrito.

Para muitos estudiosos, a exemplo de Kleiman (1989) e Silveira (2005), uma


das causas dessa leitura deficiente pode estar nas práticas escolares de leitura que,
muitas vezes, nem sequer potencializam os livros didáticos. Pesquisas têm verificado
que se lê pouco na escola. E assim mesmo, o texto na sala de aula, na maioria das
vezes, serve apenas de pretexto para se ensinar conteúdos gramaticais. Na realidade,
é preciso ler mais e com várias finalidades: para curtir, para rir, para estudar e
aprender, para recitar, para fortalecer o espírito, para pesquisar e se informar e
adquirir conhecimentos gerais, etc. Evidentemente, para que essas leituras se
efetivem, é preciso que o aluno tenha contato com vários tipos de texto e de gêneros
textuais, através de uma prática significativa de leitura. Nessas atividades, os alunos
vão desenvolvendo estratégias de leitura, que são operações mentais, geralmente
inconscientes, que realizamos para compreender textos. Para saber mais sobre as
estratégias de leitura, leia o artigo ​Leitura – o Ponto de Vista do Processamento.

Dentre as estratégias de leitura, vale enfatizar a ​inferência​. Ocorre inferência


toda vez que compreendemos várias passagens do texto mesmo quando a
informação não está explícita. Vamos dar um exemplo simples no seguinte trecho:
“​José sabia que a operação da sua esposa ia ser muito cara. O tio Herculano estava
sempre lá em Piracicaba. José apressou-se em localizar a agenda telefônica.” ​Mesmo
sem estar explícito, sabemos que José vai telefonar para o tio Herculano para pedir
dinheiro emprestado para fazer a operação da esposa. É possível inferirmos isso
através dos indícios e das pistas que o trecho oferece e que fazem sentido por causa
dos nossos conhecimentos prévios.

Um tipo de inferência muito importante é a ​inferência lexical​. Muitas palavras


desconhecidas no texto podem ter seus significados esclarecidos através da
inferência. Veja que, na frase ​Seu João Holanda era muito habilidoso. Sabia trabalhar
com a buchela como nenhum outro ourives​”, não é difícil inferir o significado da
palavra “buchela” que, evidentemente, se trata de um instrumento típico para ourives.
Essa habilidade de fazer inferências lexicais é muito importante para aumentarmos
nosso vocabulário e, consequentemente, aumentar nossa capacidade de
compreensão.

Ainda sobre essa questão do vocabulário, vale lembrar que nós sempre
lidamos com um ​vocabulário ativo​, que usamos nas nossas falas, no dia-a-dia, e um
vocabulário passivo​, que utilizamos mais para recepções de texto, ou seja, para a
compreensão auditiva (a escuta) e a compreensão escrita (a leitura).

3. Técnicas de leitura

Além da noção de estratégias de leitura, é interessante também que nos


familiarizemos com as técnicas de leitura. Convém explicar que as estratégias são
comportamentos mentais, ou seja, ações cognitivas que o leitor realiza em sua mente,
na maioria das vezes, de forma inconsciente. A bem da verdade, o professor não
“ensina” estratégias de leitura; ele dá condição para que o aluno as desenvolva. Já as
técnicas de leitura podem ser ensinadas através de uma rotina de exercícios e
recomendações.
Mesmo sendo praticadas por leitores experientes desde sempre, o fato é que
algumas técnicas de leitura mais conhecidas ficaram mais divulgadas e nomeadas a
partir das práticas de leitura instrumental em língua estrangeira (inglês, francês, etc.),
mas que servem para a leitura em qualquer língua, inclusive na nossa língua materna
– o português. Nessa perspectiva, temos as seguintes técnicas de leitura:

a) ​skimming - leitura superficial; leitura de varredura, de reconhecimento.


Este tipo de leitura nós fazemos, por exemplo, quando estamos procurando
livros na biblioteca ou quando examinamos um material antes de lê-lo
efetivamente.

b) ​scanning – leitura para busca de informações específicas; pode envolver


inferências ou não. Essa etapa também envolve uma leitura detalhada –
também conhecida como leitura das entrelinhas.

c) ​main points - leitura para busca de idéias centrais. Nesta etapa, o leitor
identifica as macroestruturas do texto, tão importantes para a elaboração
de resumos.

d) ​leitura crítica – este nível de leitura necessita que o leitor busque as


subjacências das idéias, as intenções do autor, as condições de produção
e de recepção do texto, etc.

As noções aqui apresentadas serão mais bem entendidas quando você


vivenciar algumas experiências de leitura que façam você perceber as estratégias e
as técnicas de leitura. Na atividade que apresentaremos, você verá também a
importância da diversidade dos chamados ​gêneros textuais ​para a compreensão de
textos.

TAREFA DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

LIVRO 2
II. NOÇÕES DE TEXTO, GÊNEROS TEXTUAIS E DOMÍNIOS
DISCURSIVOS

1. O que é texto?

De um ponto de vista bem amplo, bem abrangente, texto é tudo


que comunica, independentemente do suporte, da linguagem (ou
código) em que ele se expressa. Portanto, tudo que veicula uma
mensagem, uma intenção de comunicar é texto. Exemplos: ​um cartaz,
uma canção, uma pintura, uma placa de trânsito, um recado falado, uma
fotografia, uma piada, etc. Assim sendo, temos o texto verbal (que utiliza
a palavra oral ou escrita); o texto musical, o texto pictórico (que utiliza o
desenho, a pintura); o texto imagético (que se expressa pela imagem,
pela fotografia), etc.
Vale dizer que nosso estudo só se ocupará do texto verbal; ou
seja, aquele que se utiliza da palavra. Obviamente, o texto verbal pode
ser falado e pode ser escrito. Nosso enfoque, entretanto, será no texto
escrito.
Do ponto de vista da comunicação verbal, a bem da verdade, o
texto falado ou escrito é a unidade básica da comunicação humana, pois
as pessoas não se comunicam através de palavras soltas, isoladas, e
​ esmo que esses textos só tenham uma palavra.
sim através de textos, m

Tome como exemplo uma pessoa gritando “Socorro!” ou uma placa de


rua dizendo “PARE”. Os textos são, pois, eventos comunicativos;
portanto, partem de emissores e buscam receptores.
Nos textos, geralmente aparecem os ​tipos textuais,​ também
chamados de ​seqüências textuais ou ​formas composicionais e podem
ser entendidas como as formas lingüísticas que utilizamos quando
falamos ou escrevemos. Assim, quando nos comunicamos verbalmente,
estamos sempre

- narrando (contando ou relatando fatos);


- descrevendo coisas ou pessoas;
- expondo informações, idéias, conceitos;
- argumentando em defesa de uma opinião ou defendendo um
ponto de vista;
- instruindo, quer dizer, dando instruções ou induzindo
alguém a fazer algo e, finalmente.
- dialogando.

Diante disso, diz-se que os principais tipos textuais ou formas


composicionais são, portanto, a ​narração​, a ​descrição​, a ​exposição​, a
argumentação​, a ​injunção e o ​diálogo​. Para ver as caracterizações de
cada um desses tipos e exemplares de gêneros textuais em que
aparecem essas seqüências textuais, acesse o material ​TIPOS
TEXTUAIS – EXEMPLIFICAÇÃO​.

VÍDEO SOBRE A TIPOLOGIA TEXTUAL

2. O que são gêneros textuais?

São realizações textuais concretas que circulam na sociedade


como parte das nossas atividades pessoais e sociais. O gênero tem uma
existência real e funcional que se expressa através de nomeações
diversas, tais como: ​telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal,
romance, bilhete, reportagem jornalística, aula, notícia jornalística,
horóscopo, cartaz, entrevista, anedota, fofoca, receita culinária, bula de
remédio, instruções de uso, outdoor, etc. São formas textuais
estabilizadas, histórica e socialmente situadas. Sua definição vai além
do aspecto lingüístico, pois nele predomina o aspecto discursivo,
sócio-comunicativo e cultural. Em todas as nossas ações e interações
mediadas pela língua utilizamos gêneros textuais.
Para clarear ainda mais a noção de gênero textual e sua
circulação na sociedade, convém lembrar que essa circulação de
gêneros se dá nos chamados ​domínios discursivos​. Esses domínios
nada mais são do que as várias instâncias de interações sociais
humanas, ou melhor, as inúmeras e diferentes “esferas de atividades”
que existem tanto nos âmbitos das necessidades pessoais e dos
relacionamentos sociais, quanto nos âmbitos produtivos no mundo do
trabalho e produção de conhecimento. Exemplos desses domínios são o
lar, a escola, a medicina, o comércio, o jornalismo, a academia, o direito,
etc. Enfim, como disse Bakhtin, ​todas as esferas da atividade humana
têm seus gêneros​. Acesse o link com o arquivo ​GÊNEROS – DOMÍNIOS E
MODALIDADES e lá você verá uma relação de gêneros textuais dispostos

em vários domínios discursivos tanto na modalidade falada como na


escrita.

É interessante frisar que nós usamos gêneros textuais o tempo


todo, todo dia, tanto nas nossas produções orais quanto nas nossas
produções escritas, mas geralmente não temos consciência disso. Os
gêneros textuais são, portanto, as formas através das quais os textos
são usados na sociedade, em todas as culturas, em todas as atividades
em que temos que utilizar a linguagem falada e escrita.
De que forma a noção de gêneros textuais ajuda o professor de
ensino fundamental e médio? Primeiramente, essa noção ajuda a nos
conscientizarmos da imensa diversidade de textos específicos que
produzimos na sociedade. Isso deve também nos conscientizar do
compromisso que a escola, ao ensinar a ler e a escrever, deve ensinar
os alunos a identificar e produzir alguns gêneros textuais que são
indispensáveis não só para as atividades e realizações pessoais,
interpessoais e escolares, como também para o exercício da cidadania.
Em segundo lugar, é importante salientar também que esses gêneros
textuais exercem ​funções sociais e, geralmente, muitos deles têm
propósitos comunicativos muito definidos. Você já trabalhou com
amostras de vários gêneros textuais escritos na ​Experiência de Leitura
realizada na primeira aula presencial. Veja uma outra seleção de gêneros
textuais escritos de uso muito freqüente na mídia impressa, no mercado
editorial e nos livros didáticos por meio de nossa coletânea intitulada
SELETA EM PROSA – Uma Coletânea de Exemplares Diversificados de Gêneros
Textuais Escritos​. Lá você encontrará muitos textos interessantes e

variados que foram escolhidos não só para você se familiarizar com a


noção de gêneros textuais, como também para você poder curtir uma
leitura de gêneros variados.

ATIVIDADE GLOSSÁRIO

II. NOÇÕES DE TEXTO, GÊNEROS TEXTUAIS E DOMÍNIOS


DISCURSIVOS

1. O que é texto?

De um ponto de vista bem amplo, bem abrangente, texto é tudo que


comunica, independentemente do suporte, da linguagem (ou código) em que ele se
expressa. Portanto, tudo que veicula uma mensagem, uma intenção de comunicar é
texto. Exemplos: ​um cartaz, uma canção, uma pintura, uma placa de trânsito, um
recado falado, uma fotografia, uma piada, etc. Assim sendo, temos o texto verbal (que
utiliza a palavra oral ou escrita); o texto musical, o texto pictórico (que utiliza o
desenho, a pintura); o texto imagético (que se expressa pela imagem, pela fotografia),
etc.
Vale dizer que nosso estudo só se ocupará do texto verbal; ou seja, aquele
que se utiliza da palavra. Obviamente, o texto verbal pode ser falado e pode ser
escrito. Nosso enfoque, entretanto, será no texto escrito.
Do ponto de vista da comunicação verbal, a bem da verdade, o texto falado
ou escrito é a unidade básica da comunicação humana, pois as pessoas não se

​ esmo que
comunicam através de palavras soltas, isoladas, e sim através de textos, m

esses textos só tenham uma palavra. Tome como exemplo uma pessoa gritando
“Socorro!” ou uma placa de rua dizendo “PARE”. Os textos são, pois, eventos
comunicativos; portanto, partem de emissores e buscam receptores.
Nos textos, geralmente aparecem os ​tipos textuais,​ também chamados de
seqüências textuais ou ​formas composicionais e podem ser entendidas como as
formas lingüísticas que utilizamos quando falamos ou escrevemos. Assim, quando
nos comunicamos verbalmente, estamos sempre

- narrando (contando ou relatando fatos);


- descrevendo coisas ou pessoas;
- expondo informações, idéias, conceitos;
- argumentando em defesa de uma opinião ou defendendo um ponto de
vista;
- instruindo, quer dizer, dando instruções ou induzindo alguém a fazer
algo e, finalmente.
- dialogando.

Diante disso, diz-se que os principais tipos textuais ou formas


composicionais são, portanto, a ​narração​, a ​descrição​, a ​exposição​, a ​argumentação​,
a ​injunção e o ​diálogo​. Para ver as caracterizações de cada um desses tipos e
exemplares de gêneros textuais em que aparecem essas seqüências textuais, acesse
o material​ ​TIPOS TEXTUAIS – EXEMPLIFICAÇÃO​.

2. O que são gêneros textuais?

São realizações textuais concretas que circulam na sociedade como parte


das nossas atividades pessoais e sociais. O gênero tem uma existência real e
funcional que se expressa através de nomeações diversas, tais como: ​telefonema,
sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística,
aula, notícia jornalística, horóscopo, cartaz, entrevista, anedota, fofoca, receita
culinária, bula de remédio, instruções de uso, outdoor, etc. São formas textuais
estabilizadas, histórica e socialmente situadas. Sua definição vai além do aspecto
lingüístico, pois nele predomina o aspecto discursivo, sócio-comunicativo e cultural.
Em todas as nossas ações e interações mediadas pela língua utilizamos gêneros
textuais.
Para clarear ainda mais a noção de gênero textual e sua circulação na
sociedade, convém lembrar que essa circulação de gêneros se dá nos chamados
domínios discursivos​. Esses domínios nada mais são do que as várias instâncias de
interações sociais humanas, ou melhor, as inúmeras e diferentes “esferas de
atividades” que existem tanto nos âmbitos das necessidades pessoais e dos
relacionamentos sociais, quanto nos âmbitos produtivos no mundo do trabalho e
produção de conhecimento. Exemplos desses domínios são o lar, a escola, a
medicina, o comércio, o jornalismo, a academia, o direito, etc. Enfim, como disse
Bakhtin, ​todas as esferas da atividade humana têm seus gêneros.​ Acesse o link com
o arquivo ​GÊNEROS – DOMÍNIOS E MODALIDADES e lá você verá uma relação de
gêneros textuais dispostos em vários domínios discursivos tanto na modalidade
falada como na escrita.

É interessante frisar que nós usamos gêneros textuais o tempo todo, todo
dia, tanto nas nossas produções orais quanto nas nossas produções escritas, mas
geralmente não temos consciência disso. Os gêneros textuais são, portanto, as
formas através das quais os textos são usados na sociedade, em todas as culturas,
em todas as atividades em que temos que utilizar a linguagem falada e escrita.
De que forma a noção de gêneros textuais ajuda o professor de ensino
fundamental e médio? Primeiramente, essa noção ajuda a nos conscientizarmos da
imensa diversidade de textos específicos que produzimos na sociedade. Isso deve
também nos conscientizar do compromisso que a escola, ao ensinar a ler e a
escrever, deve ensinar os alunos a identificar e produzir alguns gêneros textuais que
são indispensáveis não só para as atividades e realizações pessoais, interpessoais e
escolares, como também para o exercício da cidadania. Em segundo lugar, é
importante salientar também que esses gêneros textuais exercem ​funções sociais
e, geralmente, muitos deles têm propósitos comunicativos muito definidos. Você já
trabalhou com amostras de vários gêneros textuais escritos na ​Experiência de Leitura
realizada na primeira aula presencial. Veja uma outra seleção de gêneros textuais
escritos de uso muito freqüente na mídia impressa, no mercado editorial e nos livros
didáticos por meio de nossa coletânea intitulada ​SELETA EM PROSA – Uma
Coletânea de Exemplares Diversificados de Gêneros Textuais Escritos​. Lá você
encontrará muitos textos interessantes e variados que foram escolhidos não só para
você se familiarizar com a noção de gêneros textuais, como também para você poder
curtir uma leitura de gêneros variados.

LIVRO 3

PRINCIPAIS FATORES E ELEMENTOS DA TEXTUALIDADE

Todos nós temos uma certa competência textual e qualquer pessoa letrada
que tenha um nível razoável de compreensão de textos orais e escritos pode apreciar
um bom texto, ou seja, um texto bem articulado, bem escrito, bem adequado aos
propósitos a que destina, etc. e tal.
Da mesma forma que reconhecemos textos bem articulados, podemos
também perceber o contrário – um texto desarticulado, truncado, incoerente e
inadequado. Causam-nos estranheza também um texto repetitivo, “emperrado”, que
não diz nada, que não progride em termos de conteúdos, como se vê abaixo:
“O Brasil é um país maior do que os menores e menor do que os maiores. É um
país grande, porque, medida a sua extensão, verifica-se que não é pequeno.
Divide-se em três zonas climáticas absolutamente distintas: a primeira, a
segunda e a terceira. Sendo que a segunda fica entre a primeira e a terceira. As
montanhas são consideravelmente mais altas do que as planícies, estando
sempre acima do nível do mar” (O Brasil- Descrição Física e Política ( Millor
Fernandes).

É evidente que o texto acima é uma brincadeira de Millôr Fernandes, mas


serve bem para mostrar que o texto não é apenas uma seqüência de frases. Além de
ter coesão e coerência, o texto deve ter ​informatividade​, conteúdos, além de outros
elementos que veremos adiante.
Realmente, se você tomar conhecimento de algumas características,
propriedades e aspectos relacionados à produção e recepção de textos, você
certamente vai perceber “coisas” no texto que levam você a apreciar melhor o
material escrito, além de aprender a “curtir” algumas sutilezas que certamente farão a
diferença, além de ajudar a melhorar o seu nível de compreensão leitora e de
produção textual . Assim sendo, passemos agora à exposição de alguns aspectos
sob os quais podemos analisar, apreciar e até avaliar textos. Primeiramente, devemos
refletir sobre o texto a partir de alguns parâmetros, quais sejam:
· a ​coesão​: formada pelos elementos da referenciação e da progressão
textual – os chamados elos coesivos do texto;

· a ​coerência​: o desenvolvimento e a manutenção do tema de forma plausível


e lógica;

· a ​informatividade​: todo texto veicula informações. O grau de compreensão


das informações de um texto depende do conhecimento prévio do leitor;

· a ​situacionalidade​: todo texto é produzido dentro de um contexto, de uma


situação, cujas marcas podem ser detectadas (ou não) na superfície
lingüística do texto.

· a ​intencionalidade​: todo texto parte de locutor para um interlocutor e


transmite intenções que podem estar ou não explícitas no texto;

· a ​intertextualidade​: todo texto “dialoga” com outros textos; os sentidos


atribuídos a um texto são de natureza histórica, que se reproduzem através
da memória discursiva;

· a ​aceitabilidade​: os textos devem estar adequados à situação a que se


relacionam; portanto, os textos devem assumir os formatos dos gêneros
textuais que a comunidade “aceita” tácita e convencionalmente .

Quando falamos em texto, estamos sempre nos referindo à materialidade, à


superfície lingüística, ao produto concreto que se apresenta sempre em forma de um
gênero (placa, poema, carta, boletim médico, e tantos outros). Convém salientar,
entretanto, que todo texto é portador de um discurso. Assim, o texto é a materialidade
e o discurso é a subjacência. Noutras palavras, o texto refere-se à manifestação
concreta, lingüística; o discurso refere-se às intenções, aos efeitos, aos lugares
sociais dos interlocutores, às crenças, à ideologia etc. Nesse sentido, temos o
discurso político-partidário, o discurso feminista, o discurso religioso, o discurso
científico, dentre outros.
V. NOÇÕES DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS

1. O que faz do texto um texto?

Vimos acima os chamados parâmetros da textualidade que dizem respeito


aos fatores de produção e recepção de textos. Agora, vejamos alguns elementos
relativos ao micronível textual, ou seja, aos aspectos mais “miúdos” da textualidade.
Para começo de conversa, você há de concordar que um texto não é simplesmente
um amontoado de frases, como se vê na passagem abaixo:

(1) “Josias não tinha condição alguma de sair para um passeio naquele dia.
As novas taxas para o imposto de renda acabam de ser anunciadas. Quais são
as características definidoras dos répteis? Você, certamente, disse a ela como
as coisas aconteceram”.

Veja: o que há de errado neste texto? Existe algum relacionamento entre as


frases? É evidente que não. As frases estão juntas apenas porque foram escritas uma
atrás da outra. É muito difícil imaginar um contexto em que essas frases assim,
juntas, possam fazer sentido. Então, podemos dizer que isto não é, absolutamente,
um texto.
Por outro lado, um contexto comum não é, por si só, suficiente para definir
um texto, como você vê na passagem abaixo:

(2) “ Um homem pôs um vidro de perfume na gaveta. Sebastião esqueceu um


vidro de perfume. Um homem comprou um vidro de perfume para Berenice
Pereira”.

Acho que você começou a perceber que, apesar de parecerem relacionar-se


à mesma situação, as frases não esclarecem muito bem essa situação. Será que um
outro arranjo das frases pode ajudar? Vejamos:
(​3​) “Um homem comprou um perfume para Berenice Pereira. O homem
pôs o vidro de perfume dentro da gaveta. Sebastião Pereira se esqueceu
do perfume”.
Parece que agora as frases estão ordenadas de uma forma que sugere a
intenção de contar um fato, um ocorrido. Mas você, certamente, ainda está achando
que o texto ainda não está bem coerente. O texto precisa de um novo arranjo para
ficar mais “aceitável”. Para isso, devemos assumir que Sebastião Pereira e “um
homem” se referem à mesma pessoa, e que o perfume expresso nas três frases
também é o mesmo. Diante disso, e com mais alguns ajustes e acréscimos, o texto
poderá ficar assim:

(4) “ Um dia, Sebastião Pereira comprou um perfume


para a sua esposa Berenice. Ele, porém, colocou o
presente dentro de uma gaveta e o esqueceu.”

Agora, a passagem pode ser lida como um texto “normal”, apresentando


coerência, porque os fatos estão relacionados de forma lógica e plausível e também é
coeso, porque existem elementos que fazem a ligação, ajudando o relacionamento
entre as sentenças.

1. Coesão e coerência textuais

Diante dos exemplos dados para explicar o processamento textual,


podemos verificar que a coerência está relacionada à progressão temática do texto,
ou seja, ao assunto do texto, e a coesão se relaciona às ligações, aos elos entre as
sentenças. Vejamos alguns desses recursos e dispositivos utilizados na passagem
sobre o Sebastião para realizar a coesão textual.
- Em vez de repetir nomes, foram usados pronomes (​Ele, o​)
- Para introduzir um item novo usou-se artigo indefinido (​um perfume​), mas
usou-se artigo definido para mencionar algo que já apareceu antes no texto
(​o presente​).
- Usaram-se conectivos para mostrar como as partes do texto foram ligadas
(​porém, e​)
- Houve a substituição de ​perfume por ​presente. ​Isso é perfeitamente possível
porque, na nossa cultura, sabemos que os homens dão perfumes como
presentes às suas mulheres.
Este exemplo do texto do Sebastião mostra apenas uns poucos
dispositivos coesivos que o produtor de texto pode usar para escrever textos
razoavelmente bem elaborados, fazendo com que o leitor possa encontrar coerência
na mensagem. Isso também deve ter sido suficiente para mostrar a diferença entre um
texto coerente e uma simples seqüência de frases.
Retomando aquele binômio texto e discurso, podemos dizer que a
coerência tem a ver com o discurso (a mensagem) e a coesão tem a ver com o texto (a
forma como essa mensagem é expressa no texto). Conseqüentemente, a coerência
tem a ver com a subjacência e a coesão tem a ver com a superfície lingüística. No uso
corriqueiro da língua oral e escrita, os dois processos se imbricam, ou seja, se
misturam e, na realidade, se ajudam. Entretanto, há situações em que eles não são
explícitos.

3. Coerência sem coesão

A coerência depende dos sentidos dos enunciados que compõem o


discurso, e não apenas dos dispositivos coesivos, embora eles devam ser usados
para facilitar a leitura e a compreensão. Desse modo, é possível haver coerência sem
coesão explícita. Isso ocorre muito na conversação, como no exemplo abaixo:
(5)
– Ah, eu gostaria muito de tomar um café agora.
– Só faltam quinze pras quatro.

Olhando assim, à primeira vista, estas duas frases parecem desconectadas,


não é? De fato, não há nenhum dispositivo lingüístico para conectá-las. Mas se
soubermos a respeito do contexto em que essas falam acontecem, elas passam a
fazer sentido. O contexto é o seguinte: duas pessoas têm um compromisso às quatro
horas. O primeiro falante quer tomar um café e o segundo falante tenta
desencorajá-lo, com receio de que possam se atrasar.
Na língua escrita, cuja contextualização é mais difícil de ser feita, também
ocorre coerência sem coesão, como no exemplo abaixo:
(6)
De repente, da rua escura, logo mais à frente, veio um grito terrível. A
mão de Jesualdo foi direto ao punhal que trazia na cinta.
A coerência deste enunciado se dá através do nosso conhecimento prévio.
Sabemos que gritos estão sempre associados a perigo e isso leva as pessoas a se
defenderem, e uma das formas de defesa é apelar para armas. Nada disso está
explícito no texto, mas podemos chegar a essa conclusão e, assim, atribuir coerência
ao enunciado. Essa estratégia de utilizar nosso conhecimento prévio para buscar
coerência e, conseqüentemente, a compreensão do texto, chama-se ​inferência​. Você
deve se lembrar da estratégia de inferência, que já foi abordada neste curso nos
comentários sobre a experiência de leitura que realizamos na primeira aula presencial
e no texto indicado para leitura de fundamentação teórica.

TAREFA

Montagem de um texto coerente e coeso a partir de frases dadas.


Agora que você leu direitinho o material teórico disponibilizado, você deve montar um
texto com coesão e coerência a partir de frases soltas e sem seqüência lógica. Você
perceberá que as informações contidas nas frases têm a ver umas com as outras;
portanto, podem ser organizadas de forma coerente. Mas não esqueça também dos
elementos coesivos.

A tarefa é a seguinte: Dadas as 12 frases embaralhadas abaixo, faça o seguinte:

1. leia todas elas com atenção e verifique com qual das frases você deverá
iniciar seu texto e vá associando a outras frases de forma lógica, coerente;
2. faça vários rascunhos do seu texto, até conseguir um texto bem montado;
não esqueça os elementos coesivos;
3. se quiser, pode dar um título ao texto e, finalmente,
4. faça uma revisão gramatical e ortográfica do texto antes de postá-lo.

Aqui estão as frases.


● Os pais de Tiago resolveram comprar um cãozinho.
● Tiago é um menino de dez anos.
● Tiago é filho único.
● Tiago parou de reclamar que não tem irmãos.
● A cadelinha é muito sabida.
● Criança sozinha não tem muita oportunidade de exercitar o carinho e a afetividade.
● Tiago precisava de uma companhia para as brincadeiras.
● Agora, Tiago tem uma cadelinha poodle.
● Tiago gosta de animais.
● A cadelinha é toda pretinha e tem oito meses.
● Tiago é uma criança solitária.
● Tiago gosta mais de cachorro.
● Cadelas são mais dóceis.
● Criança que se cria sozinha tem mais dificuldade de compartilhar seus brinquedos.

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