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I Consulta
II Resposta
1
PEREIRA JÚNIOR, Jessé Torres. Comentários à Lei das Licitações e Contratações da
Administração Pública. 8. ed. Rio de Janeiro – São Paulo – Recife – Curitiba: Renovar, 2009. p. 157.
2
TCU. Acórdão 727/03. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Marcos Bemquerer. DOU
30/06/03.
antijurídico, condenável ou ilegal, e pelas mais variadas razões3 (o grifo não consta no
original).
Pergunta – Pode participar da mesma licitação empresas com sócios em comum? Podem
participar empresas do mesmo grupo econômico?
Resposta – Sim, para ambas as indagações. Não existe qualquer impedimento, no seu art.
9º ou em qualquer outro dispositivo da LNL. Cabe entretanto à Comissão de Licitação
examinar cautelosamente a documentação de tais empresas, verificando sua constituição
legal. (...).
Verifica-se também uma tendência cautelar na matéria por parte do TCU, que no Acórdão
727/03 recomendou que se verifique, na fase de habilitação, a composição societária das
empresas licitantes, com vistas a garantir a efetividade do princípio da competitividade, em
observância ao art. 3º, §1º, da LNL. O Acórdão 1.625/03 abordou os conflitos de interesses
que podem surgir entre empresas do mesmo grupo, contratadas para realizar serviços de
auditoria e de consultoria4 (grifos e destaques do autor).
3
RIGOLIN, Ivan Barbosa. Licitação. Empresa do mesmo grupo econômico podem concorrer
na mesma licitação. BLC n. 10, 2002. p. 655.
4
MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Licitações e contratos. 12. ed. Belo Horizonte: Del
Rey, 2011. p. 192-193.
(sem grifos no original). Portanto, segundo o referido comando normativo, o indício deve
ser comprovado e deve autorizar, por indução, a existência de outra circunstância.
Caso configurada a fraude em comento, ressalta-se que a mesma, no âmbito das
licitações e contratações da Administração Pública, é tipificada como crime, conforme se
depreende da dicção do art. 90 da Lei 8.666/93, segundo o qual estará sujeito à pena de
detenção de 02 (dois) a 04 (quatro) anos e multa quem: “Frustrar ou fraudar, mediante
ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento
licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da
adjudicação do objeto da licitação.” Marçal JUSTEN FILHO, em comentários ao aludido
dispositivo legal aduz que:
Visto isso, cumpre salientar que, nos termos dos arts. 100 e 101 da Lei 8.666/93,
os crimes tipificados nos arts. 89 a 99 são de ação penal pública incondicionada, cabendo
ao Ministério Público promovê-la, sendo que qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa
deste, “fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as
circunstâncias em que se deu a ocorrência”.
Assim, constatando citados indícios, a Administração deverá oficiar o Ministério
Público, fornecendo informações escritas sobre o fato, a autoria e as circunstâncias em
que se deu a ocorrência, ao qual competirá a promoção da respectiva ação penal.
5
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15. ed.
São Paulo: Dialética, 2012. p. 1040-1041.
Relatório: (...)
5.3.4 Indícios de direcionamento de licitação mediante convite a grupo de empresas
pertencentes ou representadas por pessoas da mesma família, com mesmos telefones e
pessoas de contato; apresentação de propostas com mesma configuração textual,
inclusive erros gramaticais (subitem 4.5 desta Instrução) – Restou comprovado, pelas
informações constantes dos autos, que não houve efetiva concorrência nas licitações
processadas pela FNS/Corap, em desrespeito aos princípios constitucionais e
legais da impessoalidade, moralidade, publicidade e isonomia, que informam o
instituto jurídico das licitações, insculpidos no art. 37, Caput e inciso XXI, da
CF/88, e art. 3º da Lei nº 8.666/93 e alterações posteriores6 (sem grifos no
original).
6
TCU. Acórdão 230/00. Órgão Julgador: Plenário. Relator: Ministro Walton Alencar. DOU 19/10/00.
7
CHARLES, Ronny. O coelho nas licitações. Revista Negócios Públicos, Abril/13, p. 46.
8
TCU. Acórdão 559/09. Órgão Julgador: Primeira Câmara. Relator: Ministro Augusto Nardes. DOU
20/02/09.
situação de futura inexecução contratual. Neste sentido, temos que o zelo por parte da
Entidade Consulente, relativamente à satisfatória execução do contrato, far-se-á, desde
logo, por meio da depuração da pretenda inexequibilidade da proposta do primeiro
colocado do certame em comento, a qual se fará por meio da adoção do procedimento e
das cautelas já anteriormente indicados na resolução do segundo questionamento.