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Além disso: o teatro não é uma escola? Então... O teatro obrigatório deveria
começar na infância com um repertório próprio de contos para crianças como:
“O grande anão malvado” ou “O lobo e a sete brancas de neve”.
Sabendo que tem de ir ao teatro, o cidadão não teria mais escolher seu
espetáculo, ele se perguntaria se iria ver Tristan ou alguma outra coisa? Não!
Terá que ver Tristan ou outras coisas, gostando ou não gostando, 365 vezes
por ano, ao teatro. O estudante, por exemplo, também não gosta de ir para
escola, mas tem que ir porque a escola é obrigatória. Obrigatória. Por lei.
Somente pela lei nós conseguiríamos obrigar nosso público a ir ao teatro. Nós
tentando anos à fio convencê-los com boas maneiras e eis o resultado.:
E tudo que iríamos gastar com publicidade, será economizado. Pois o teatro
será obrigatório. Quem precisa de publicidade para levar as crianças para
escola?
Não haverá mais problemas com o preço dos ingressos. Ele não dependerá
mais da condição social, mas das debilidades e doenças do público.
A nossa experiência nos ensina que não seria nada bom se os bombeiros
fossem somente voluntários, e por isso constituímos um corpo de bombeiros.
Por que o que é bom para o corpo de bombeiros não é bom para o teatro? Há
uma relação íntima entre os bombeiros e o teatro.
Eu estou nos bastidores desse metiê há tantos anos, e nunca vi uma peça em
que não houvesse um bombeiro na plateia.
É preciso ser ator para entender a força que isso pode ter quando somos
tomados pela presença, numa sala monumental, de um público de digamos,
50.000 pessoas.
Eis o verdadeiro modo de ajudar os teatros que estão à beira da falência. Não
se trata de distribuir filipetas, cartazes ou convites. Não. É preciso impor o
teatro obrigatório. E quem pode impor senão o Estado?