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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Constituição: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos������������������������������������������������������������������������������2
Direitos à Privacidade�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Inviolabilidade Domiciliar������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Sigilo de Correspondência e das Comunicações�������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Destas quatro formas de comunicação, apenas uma obteve autorização constitucional para
sua restrição: AS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS. Por comunicações telefônicas entende-se o
conteúdo da conversa feita ao telefone durante o momento da sua realização. A violação dessa comu-
nicação se dá por meio da interceptação telefônica (grampos telefônicos).
Contudo, a autorização constitucional não é ampla, pois a própria CF estabelece como requisito
que a restrição dessa comunicação seja determinada apenas por meio de uma decisão judicial fun-
damentada, ou seja, apenas um juiz, poderá determinar a violação dessa forma de comunicação,
tratando-se de cláusula de reserva jurisdicional.
Ademais, o juiz só poderá determinar a quebra das comunicações telefônicas para fins de inves-
tigação criminal ou instrução processual penal e nos estritos termos da lei (lei. 9296/96) – (reserva
legal qualificada), é dizer quenão pode ser determinada a quebra das comunicações telefônicas para
investigação administrativa, em uma ação de natureza civil, ou mesmo em um processo de extradição1.
Contudo, tal fato não impede que as provas obtidas, por meio da interceptação telefônica, devi-
damente autorizadas em investigação criminal ou em instrução processual penal, sejam posterior-
mente emprestadas para instruir processo administrativo.
Entretanto, entende-se que nenhuma liberdade individual é absoluta, sendo possível, respeita-
dos certos parâmetros, a interceptação das correspondências e comunicações telegráficas e de dados
sempre que as liberdades públicas estiverem sendo utilizadas como instrumentos para práticas
ilícitas, ou seja, quando o exercício desse direito estiver em conflito com outros direitos fundamen-
tais, como, por exemplo, o direito à vida.
Assim, vamos analisar os principais pontos a respeito dessas formas de comunicação.
CORRESPONDÊNCIA: em regra inviolável, contudo, como já ressaltado, não existe direito
absoluto, nem mesmo a correspondência de um indivíduo, dessa forma, se a carta de um seques-
trador for interceptada pela família da vítima, por exemplo, o sequestrador não vai poder alegar que
houve a violação ao sigilo de suas correspondências, pois o direito não pode ser utilizado para asse-
gurar o exercício de prática ilícitas.
Ademais, de acordo com a Lei de Execução Penal em seu art. 41, parágrafo único2o diretor do
estabelecimento prisional pode interceptar a correspondência de preso, em decisão motivada. Tal
possibilidade portanto é medida excepcional e já foi acolhida pelo STF.3
Tem se entendido também pela possibilidade de quebra do sigilo de correspondência por deter-
minação judicial, sempre que em conflito com outros direitos fundamentais, ponderando-se a sua
necessidade no caso concreto.
Ademais, a CF permite a restrição do sigilo de correspondência nas hipóteses de decretação de
estado de defesa e estado de sítio (art. 136 § 1º, I, b e art. 139, III da CF/88).
Outrossim, a correspondência é considerada sigilosa enquanto estiver fechada, assim, na hipótese
de apreensão de uma carta aberta pela polícia em cumprimento a determinado mandado judicial,
não haverá quebra de sigilo de correspondência.
COMUNICAÇÕES TELEGRÁFICAS: em regra inviolável, podendo ser restringida no Estado
de defesa e estado de sítio, ou por ordem judicial em um caso concreto.
1 EEXT 1.021. Min. Celso de Mello, 06.03.2007
2 LEP – Art. 41 – Constituem direitos do preso: XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV
poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
3 STF – HC 70.814-5 – Min. Celso de Mello.
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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Para a doutrina de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, a escuta e a gravação telefônica, por
não serem formas de interceptação, não precisam de autorização judicial e podem, a depender do
caso concreto, serem utilizadas de forma lícita em um processo:
“A relevância de tal distinção é que a escuta e a gravação telefônicas – por não constituírem intercepta-
ção telefônica em sentido estrito – não se sujeitam a inarredável necessidade de ordem judicial prévia
(…)”(Direito Constitucional Descomplicado, pg. 139)
Contudo, a doutrina processual penal defende que há necessidade de autorização judicial apenas
para a escuta telefônica, uma vez que a gravação telefônica, aquela realizada por um dos interlocu-
tores, de acordo com o STF6, quando AUSENTE CAUSA LEGAL DE SIGILO ou de RESERVA DA
CONVERSAÇÃO, não depende de autorização judicial.
EMENTA: AÇÃO PENAL. Prova. Gravação ambiental. Realização por um dos interlocutores sem co-
nhecimento do outro. Validade. Jurisprudência reafirmada. Repercussão geral reconhecida. Recurso ex-
traordinário provido. Aplicação do art. 543-B, § 3º, do CPC. É lícita a prova consistente em gravação
ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro.
(RE-QO-RG 583937, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 19/11/2009, publicado em 18/12/2009)
CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMEN-
TO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. GRAVAÇÃO. CONVERSA TE-
LEFÔNICA FEITA POR UM DOS INTERLOCUTORES, SEM CONHECIMENTO DO OUTRO. INE-
XISTÊNCIA DE CAUSA LEGAL DE SIGILO OU DE RESERVA DE CONVERSAÇÃO. LICITUDE DA
PROVA. ART. 5º, XII e LVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A gravação de conversa telefônica feita
por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva
da conversação não é considerada prova ilícita. Precedentes. 2. Agravo regimental improvido.
(AI 578858 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 04/08/2009, DJe-162
DIVULG 27-08-2009 PUBLIC 28-08-2009 EMENT VOL-02371-08 PP-01674 RTJ VOL-00211-01
PP-00561 RDDP n. 80, 2009, p. 150-151)
Essa regra, entretanto, não se aplica quando se tratar de gravação de conversa informal entre os
policiais e o réu ou investigado, em respeito ao direito do preso de permanecer em silêncio.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. ILICITUDE DE PROVA. GRAVAÇÃO SEM O CONHECIMENTO
DO ACUSADO. VIOLAÇÃO DO DIREITO AO SILÊNCIO.
É ilícita a gravação de conversa informal entre os policiais e o conduzido ocorrida quando da lavratura
do auto de prisão em flagrante, se não houver prévia comunicação do direito de permanecer em silêncio.
O direito de o indiciado permanecer em silêncio, na fase policial, não pode ser relativizado em função do
dever-poder do Estado de exercer a investigação criminal. Ainda que formalmente seja consignado, no
auto de prisão em flagrante, que o indiciado exerceu o direito de permanecer calado, evidencia ofensa ao
direito constitucionalmente assegurado (art. 5º, LXIII) se não lhe foi avisada previamente, por ocasião
de diálogo gravado com os policiais, a existência desse direito. HC 244.977-SC, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 25/9/2012.
É ainda possível se falar na restrição das comunicações no estado de defesa e no estado de sítio:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e de-
terminados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional
ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as
áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem,
dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
6 RE-QO-RG 583937, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 19/11/2009, publicado em 18/12/2009
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Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas
contra as pessoas as seguintes medidas:
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à presta-
ção de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
Exercício
01. A proteção constitucional à inviolabilidade domiciliar há que ser entendida restritivamen-
te aos conceitos de residência e domicílio, não devendo, portanto, ser estendido a locais não
abertos ao público no qual a pessoa exerça sua profissão ou atividade.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - Errado
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