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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Direitos Sociais����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Noções Gerais���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Características���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Cláusula da Reserva do Possível X Mínimo Existencial������������������������������������������������������������������������������������������3
Direito Socias Trabalhistas�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Direitos Sociais Individuais dos Trabalhadores�������������������������������������������������������������������������������������������������������4
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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AlfaCon Concursos Públicos
Direitos Sociais
Noções Gerais
Os direitos sociais encontram-se previstos a partir do artigo 6º até o artigo 11 da Constituição Federal.
São normas que se concretizam por meio de prestações positivas por parte do Estado, haja vista objeti-
varem reduzir as desigualdades sociais, atuam como liberdades positivas, visando à igualdade social.
São direitos de 2ª dimensão ou geração e visam assegurar a isonomia ou a igualdade.
Pela sua relevante importância na consagração dos direitos humanos, os direitos sociais se en-
contram previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em seu art. XXII:
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço
nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos
direitos econômicos, SOCIAIS e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da
sua personalidade.
Primeiramente devemos analisar quais são os direitos sociais previstos na CF, vejamos:
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.”
Para as provas é muito importante que você memorize esses direitos, como dica de memoriza-
ção, veja a seguinte mnemônica.
Respectivamente: educação, moradia, lazer, saúde, trabalho, alimentação, assistência aos de-
samparados, proteção à maternidade e à infância, segurança, transporte e previdência social.
A respeito desses direitos elencados no caput do art. 6º, algumas considerações são pertinentes.
O direito à moradia (inserido pela EC 26/2000) não se confunde com o direito à propriedade,
isso porque o direito à moradia é, como visto, um direito de segunda dimensão que determina que
o Estado deve assegurar a todos um teto, um abrigo. Já o direito de propriedade se caracteriza por
ser um direito de primeira dimensão, ou seja, é o direito do indivíduo de usar, fruir e gozar da coisa
imóvel que lhe pertença, sem a interferência do Estado.
O direito à segurança elencado no artigo 6º refere-se à ideia de segurança pública, nos termos do
art. 144 da CF.
O direito à alimentação (inserido pela EC 64/2010) refere-se ao direito humano a uma alimen-
tação adequada.
O direito ao Transporte foi o último direito social a ser inserido na CF por meio da EC 90/2015.
Características
Os direitos Sociais são normas de ordem pública com as seguintes CARACTERÍSTICAS:
a) Imperatividade: é uma imposição ao Estado que deve necessariamente assegurar os direitos sociais,
não depende da vontade dos indivíduos, pois a norma não é conselho, mas ordem a ser seguida.
b) Inviolabilidade: os direitos sociais não podem ser violados, aliás todos os direitos fundamentais
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são invioláveis.
c) Aplicação imediata: sabe-se que todos os direitos sociais têm aplicação imediata (uma vez que
são espécies de direitos fundamentais – art. 5º1 § 1º da CF/88), contudo, quanto à eficácia dos
direitos sociais, de uma forma geral, pode-se afirmar que são normas de eficácia limitada, ou
seja, que dependem de regulamentação, desse modo, caso haja omissão legislativa no sentido
de implementar um determinado direito social, será possível a impetração de Mandado de
injunção.
Cláusula da Reserva do Possível X Mínimo Existencial
Sabe-se que a implementação dos direitos sociais, enquanto dever do Estado, depende necessa-
riamente de recursos financeiros, o Estado não tem como assegurar educação, saúde, trabalho e os
demais direitos sem dinheiro.
Dessa forma, no que tange à implementação dos direitos sociais, o Estado é obrigado a assegurá
-los na medida daquilo que for economicamente e financeiramente possível, dessa forma, o Estado
não fica responsável pela total implementação dos direitos sociais, mas apenas daquilo que tenha
dinheiro para executar.
A teoria que diz que o Estado só deve assegurar os direitos sociais na medida daquilo que lhe seja
economicamente viável ficou conhecida como Teoria da Reserva do Possível ou cláusula da reserva
do possível.
A cláusula da reserva do possível traz a ideia de que é impossível garantir de forma ampla todos
os direitos sociais previstos pela CF, tendo em vista a inexistência de recursos públicos suficientes.
Mas então você deve estar se questionando: O Estado não é obrigado a assegurar direitos sociais?
É só ele alegar que não tem dinheiro e pronto, ficamos sem direitos sociais?
A resposta é que o Estado é obrigado a assegurar, no que diz respeito aos direitos sociais, o
mínimo ao respeito da dignidade das pessoas, ou seja, o Estado é obrigado a pelo menos assegurar
o acesso aos direitos sociais. Dessa forma, o Estado não pode alegar insuficiência de recursos para
assegurar o mínimo; essa teoria ficou conhecida como teoria do mínimo existencial.
Dessa forma, podemos dizer que a teoria do mínimo existencial impõe um limite à teoria da
Reserva do Possível, na medida em que o Estado não pode alegar que não tem dinheiro para assegu-
rar o mínimo de acesso aos direitos sociais, que representam o mínimo de dignidade que o Estado
deve proporcionar.
Conclui-se então que a teoria do mínimo existencial determina que o Estado tem o dever de as-
segurar ao cidadão condições mínimas para uma vida digna, independentemente da existência de
recursos públicos para custeio.
Ademais, caso o Estado não assegure o mínimo existencial, de forma excepcional, é possível a
atuação do Poder Judiciário, que inclusive pode determinar medidas coercitivas, como bloqueio de
contas, para que o Estado assegure os direitos sociais. A esse fenômeno de atuação do Poder Judiciá-
rio na gestão da coisa pública no sentido de assegurar os direitos sociais ficou conhecido como Judi-
cialização de Políticas Públicas. Evidentemente que essa atuação do Poder Judiciário é excepcional,
sob pena de violação da separação dos Poderes.
Social.
Esses direitos podem ser assim classificados em direitos aplicáveis às relações individuais de
trabalho e direitos coletivos dos trabalhadores:
O problema é que essa lei complementar nunca foi criada, dessa forma, até que a lei seja criada,
a indenização deverá ser realizada por meio do pagamento de multa de 40% sobre o valor do FGTS,
conforme determinação do art. 10, I do ADCT.
Ressalta-se que essa regra constitucional é uma norma de eficácia contida.
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
GARANTIAS DO TRABALHADOR
A CF, pensando em amparar aquele trabalhador desempregado, prevê um seguro, que é uma
ajuda dada ao trabalhador, caso ele esteja desempregado de forma involuntária, ou seja, caso ele
tenha sido demitido. Isso significa que, se o trabalhador pedir demissão, ele não fará jus ao seguro
desemprego.
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
A CF assegura também o Fundo de Garantia do tempo de serviço – FGTS, que nada mais é do
que uma espécie de poupança que o empregador faz, depositando mensalmente um valor em uma
conta vinculada e exclusiva do empregado. Assim, em situações emergenciais ou mesmo em caso de
desemprego, o trabalhador poderá levantar os valores que foram depositados.
III – fundo de garantia do tempo de serviço – FGTS;
Atenção: de acordo com a nova orientação do STF, o prazo para cobrança judicial dos valores do
FGTS é de 5 anos, observado o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho e não mais de
30 anos. (RE 134.328).
SALÁRIO MÍNIMO
A garantia do Salário mínimo encontra-se prevista no inciso IV do art. 7º, vejamos a sua redação:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisi-
tivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Quanto ao salário mínimo, podemos destacar as seguintes características:
→→ Deve ser fixado em Lei: é apenas o Poder Legislativo que deve fixar o valor do salário mínimo.
Contudo, de acordo com o STF a lei que regulamenta o Salário mínimo poderá autorizar que a
mera declaração do valor do salário seja feita por decreto do Presidente da República.
→→ Nacionalmente Unificado: o salário mínimo é estipulado de forma nacional, unificado em todo
o país, sem levar em consideração as peculiaridades de cada região do país.
→→ Reajustes periódicos: como o salário mínimo deve atender a todas as necessidades vitais do
individuo e de sua família, o valor do salário deve ser reajustado com a finalidade de manter
sua capacidade aquisitiva.
→→ Proibição de Vinculação: a CF não admite a vinculação do salário para qualquer finalidade, ou
seja, o salário mínimo não deve servir como índice de correção monetária.
Destaca-se, contudo, a interpretação do STF3 que entende não ofender a CF a vinculação do
salario mínimo como base para cálculo de pensão alimentícia.
A garantia do salário mínimo é assegurada também ao servidor público, entretanto, tal garantia
não se refere ao valor do vencimento básico, mas diz respeito à totalidade da remuneração. A remu-
neração do servidor é composta de: vencimento básico mais adicionais, sendo assim, de acordo com
a SV.16, se o valor do vencimento básico foi inferior ao mínimo, não haverá ofensa a CF, o que não se
3 ARE 842.157, mi. Dias Toffoli, 19.06.2015.
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reajustes semestrais que lhe preservem o poder aquisitivo, vedada a vinculação salarial para
qualquer fim.
Certo ( ) Errado ( )
10. Caracteriza-se como violação à CF o estabelecimento de remuneração inferior ao salário
mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - Errado
02 - Certo
03 - Certo
04 - Errado
05 - Certo
06 - Certo
07 - Errado
08 - Certo
09 - Errado
10 - Errado
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IV – salário mínimo, fixado em lei, na- IV – salário mínimo, fixado em lei, na- IV – salário mínimo, fixado em lei,
cionalmente unificado, capaz de atender cionalmente unificado, capaz de atender nacionalmente unificado, capaz de
a suas necessidades vitais básicas e às de a suas necessidades vitais básicas e às atender a suas necessidades vitais
sua família com moradia, alimentação, de sua família com moradia, alimenta- básicas e às de sua família com
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, ção, educação, saúde, lazer, vestuário, moradia, alimentação, educação,
transporte e previdência social, com reajus- higiene, transporte e previdência social, saúde, lazer, vestuário, higiene,
tes periódicos que lhe preservem o poder com reajustes periódicos que lhe preser- transporte e previdência social,
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação vem o poder aquisitivo, sendo vedada com reajustes periódicos que lhe
para qualquer fim; sua vinculação para qualquer fim; preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao VII – garantia de salário, nunca inferior VII – garantia de salário, nunca
mínimo, para os que percebem remunera- ao mínimo, para os que percebem remu- inferior ao mínimo, para os que
ção variável; neração variável percebem remuneração variável
VIII – décimo terceiro salário com base VIII – décimo terceiro salário com base VIII – décimo terceiro salário com
na remuneração integral ou no valor da na remuneração integral ou no valor da base na remuneração integral ou
aposentadoria; aposentadoria no valor da aposentadoria
XII – salário-família pago em razão do * XII – salário-família pago XII – salário-família pago em razão
dependente do trabalhador de baixa renda em razão do dependente do do dependente do trabalhador de
nos termos da lei; trabalhador de baixa renda baixa renda nos termos da lei;
nos termos da lei
XIII – duração do trabalho normal não XIII – duração do trabalho normal não XIII – duração do trabalho normal
superior a oito horas diárias e quarenta e superior a oito horas diárias e quarenta não superior a oito horas diárias e
quatro semanais, facultada a compensa- e quatro semanais, facultada a com- quarenta e quatro semanais, facul-
ção de horários e a redução da jornada, pensação de horários e a redução da tada a compensação de horários
mediante acordo ou convenção coletiva de jornada, mediante acordo ou convenção e a redução da jornada, mediante
trabalho coletiva de trabalho acordo ou convenção coletiva de
trabalho
XV – repouso semanal remunerado, prefe- XV – repouso semanal remunerado, XV – repouso semanal remu-
rencialmente aos domingos; preferencialmente aos domingos; nerado, preferencialmente aos
domingos
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XVI – remuneração do serviço extraordiná- XVI – remuneração do serviço ex- XVI – remuneração do serviço
rio superior, no mínimo, em cinquenta por traordinário superior, no mínimo, em extraordinário superior, no
cento à do normal cinquenta por cento à do normal mínimo, em cinquenta por cento à
do normal
XVII – gozo de férias anuais remuneradas XVII – gozo de férias anuais remunera- XVII – gozo de férias anuais remu-
com, pelo menos, um terço a mais do que o das com, pelo menos, um terço a mais neradas com, pelo menos, um terço
salário normal; do que o salário normal a mais do que o salário normal
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo XVIII – licença à gestante, sem prejuízo XVIII – licença à gestante, sem
do emprego e do salário, com a duração de do emprego e do salário, com a duração prejuízo do emprego e do salário,
cento e vinte dias; de cento e vinte dias; com a duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos XIX – licença-paternidade, nos termos XIX – licença-paternidade, nos
fixados em lei; fixados em lei termos fixados em lei
XXII – redução dos riscos inerentes ao XXII – redução dos riscos inerentes ao XXII – redução dos riscos inerentes
trabalho, por meio de normas de saúde, trabalho, por meio de normas de saúde, ao trabalho, por meio de normas de
higiene e segurança; higiene e segurança saúde, higiene e segurança;
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XXX – proibição de diferença de salários, XXX – proibição de diferença de XXX – proibição de diferença de
de exercício de funções e de critério de salários, de exercício de funções e de salários, de exercício de funções e
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou critério de admissão por motivo de sexo, de critério de admissão por motivo
estado civil; idade, cor ou estado civil; de sexo, idade, cor ou estado civil
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