Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
D O FURTO
(Esboço historico e juridico)
COIMBRA
ISIPRENSA DA UNIVERSIDADE
1906
Dignos Pares do Reino
Conde de Monsaraz
Disse~~taq8o
pura o coizcu~*so
ao micgisterio szu Faculdade
de Di~eitoda Uni7;er.gidade de
Coimb?.a.
Prefacio
(2) CAÙINEO,Lu m«nij'c~~tcizions rlella .c»lont? clello Stnto 1893, yagg. I , 6-S e 25 e segg.; Sr. Dr. DIASDA SILVA,
nei campo clel cliritto ammG~istl.ufivn, apiid Primo iruttcrto Processos rspecioes civis e co~nmerciaes e processo
conipleto di diritto unzministvafiz;~ ilalimio, Bliiauo (SoeietA Ciiiinlira (Irriprensa da liiiiversidade), 100U,pagg.377.380;
editrica libraria), IRCJ1, t. rLr, pagg. 8-12. Sr. Dr. GUILEIERXE ~ I O R E L ~ ~Insiituigões
A, do direito civil
(3) Teovia del titolo ezecutivo, Yapnli ('l'sssitorc e Fi- pu,rtf~guez,liv. 1x1, paz. 24 e scgg.] e com as acções, em
gliij, 1901, pag. 3, nota 2 e pag. 53 e segg. que se discute o dorriinin, visa a obter o reconhec.rmonto
(4) C'oni~i~enfariodei cotfiee e d d l e k g g i d t Z ~ ~ o c e d i r ci-
ia defiuitivrt do direitu c:ontroveiso, ptc. Iria. Blal.ri~or.o,Trat-
Gle, Mi1:ino (Leonardo Vallartlij, 1904, t. I, 3," ed., pagg. taío d i diritto gii~dizia7,iocivi!,? ifobiu120, l'tirinn [Fiatt?lli
16-20. Bucca:;. 1902, 6." e<l..vol. I , pag. 22 E srgg..l)raec. Iiag. 23.
Assim, d a saiicção civil shbe-sc b penal, mais lesivos do direito de proprieclade que devem ser
efficaz e energica. elevados A catrgoli;~c?,ecrinies.
3. D a determinaç20 pr4vilt dos limites entre o p r ~ s s 3 odtdic,to n~ntilral, qiii: definia Üa ofiensa faita etn
direito civil e o direito penal (i)depende a dos actos qiialqiirr occasiR;i i. eni qiialqiitii. lognr a uin deterrninailo
sentiiiierito iii?diii de piedade e prohidadrn, piorocnrn a s
(3) A noção technico-legal, commiimmente segtiida, con- eriticn s (1;: TAILIII~: [i.% Ph;?osnpI~fel ' i ~ z a i ~T,y(iii
, (.4. Storli.
sidera crime a acç2o a que o legislador applica iini:i pena. et C "I), 1902, 3.' ed., paz. 79 E segp. e 4131, que nccres-
Aaalogainente o definira CARKARA:Progrrrrr~mn dei corso crnt,:iva ,i drfiiii~Zode U a ~ o ~ a r , oenfiaqtiecendo-a.
, aliás,
d i diritto cl-i~niiaale,Parte generale, Fierifie (Fratelli Cam- a offensa opinião commuin de F"E;RKE [ S o c i o l ~ ~c3.z'ri~i-
ii~
melli), 1904, 'i."ed., pag. 211: «Ia infrwione della Iegge nirk, Torino [E'ratelli Boccaj, IctCiO, 4: ed.; p a g 1 2 5 e
dello Statb promulgata por proteggere Ia sicurezza dei st.gg.1, que vis nelln o defeito dí. ~ x p l i c a r iini:l pequena
cittadini, risultante da iin atbo externo dell'ooiuo, positivo parte dos pbenomenoa criminosos ; de VACCARO [Suggi cri-
o negativo, moralmente imputabiler. tici d l sociologia e d i crirninologiu, Torino (Fratelli Bocca),
Abrapada pelos criminalistas da escola claesica :com re- 1903: pagg. 173-1931, que nota a referencia a um ambiente
scrvxs por PF:SSINI: Elementi di diritlo penale, Napoli social, q u e representa uuia abstrac$o, uma delerminação
(Ricr.ar<toMarghieri de Gius), 1882, vol. r, pagg. 137-1391 logica á ideal, inspirada esciusivament~pelo alter~tisuio;
e, inoderuaxnente por VACCARO ICfenesi e ficnzioae dellr. de STUPPATO - ~ ~ t : x e r c i z ia?bitrario
o delle pi-oprie ragioni,
Zeggi ps.ntdi, Roma (Fratelli Bocca): 1869, pag. 175 e Veiona-I'adova (yrateili Drocker), 1896, pagg. 12-15:,
s~gg.j, tsl noçzo foi banida, pelos eucriptores do sociologia que n,io adinitte iiina moralidade media como indice e base
criminal, por defeituosa e empirica, j A que, se, o caiacter da subsistenaia do delicto de Pnihis jScknce piiiale et
vago e insuficiente da sr?gurangu e o criterio erroneo da di.oit p ~ e i t i ~ f13rusellea-Paria
, (Hriiylnnt-Christopl~c, Ma-
liberdade moral a torna. inncr!eita\rel, como nota M&RUCCI rrsc.q::, 1838, pngg. 78-79], que, baseado na historia do
;Lu ~iz~uuci $los?fin. de1 rliritto cririiina-. Roma (Ermanno direito e no r s t ~ i d o ria psycliologin dos povos, uffirina a
Lesclier e C.Oj, 19114,pag. 641, tem, por oiltro lado, o de- falta de iinifui.rnidacle e yermaiicncia dos sentimentos de
feito de se prestar h extensRo que Ilie dB F e a x c ~[Plzilo- piedade a probidade, etc. Ampliando a dzf nipãn de IAisz.r,
sophie droit péncll, Paris (Geriner-Eaillière), 1861, pag. [npud ÇTOPPA.IO, obi.. cit., pag. 16) que considera uacç0es
129 e segg.], que associa a lei positiva S lei moral. E s t u - pur~iveis as qua pertiirl~arn 3s coiidiç3e~ de vida de tim
darldo o eiime rio seu aspecto siilistancial, GARO'ALO :Cri- d:iilo puvu eru urri dado rnrirueiilor, e ied~izindon de Ri.:-
niinologia, Izeru. por JULIO DE MATTOS,S. Paulo (Tei- R R N ~ Y I ,que ctirisideravù c:ririie «i1 fùtto dell'uomo r~iolentc
xeira & IrinXoj, 1893, pagg. 1-51], lançando Bs disputas n fraudolento, clie infrangc i rapporti fondamentali della -o-
-da sciencia, erii urna elaboraçxo notavel de agudeza, a ex- ci<?i,olezzn, pruitiito (lalln 'legge e drtrrrninato da moti\ri
.*
que distinguira a jus-
Conio fizera HOBBES, tiça distributlva (civil) da justiça, viildica.tiva (pe-
n d j , corisider~r~do-~s initrkifestaç6es exterilas de uiri
identico principio raciorial, BENTHAM (1) veio sus-
tentar qiie os direitos e obrigapões e os delictos
antigiuridiçi i.d antisocialiu, FERKI(obr. cit., pag. 1361,
acceita, r:m s'ibstancia, a de COLAJANNI [ L u sociologia cri- s%o senào a lei civil e perial, considerada sob as-
minale, Catania (Filiplio Tropea;i, 1389, vo]. I, pag. 641, pcctos diffcrciitcs; c, sob uni perito de vista rigo-
3 que é rediictivel a abrayada, entre nós, pelo Sr. Di*. rosnineiitc ol~jcctivo,BIXDIXG (2) p r n c i i r a v a : poste-
Y W I ~ RNARTINS
O (obr. cit., pag. 7,): os factos criiiiinoso~ rioruciltc, clei~trn dos nioldes da escola clnssica,
representam sempre iim aataque ái condiçües de exi3tkrrria riepar to~L1 a ~liEel.e~lça s~11~stan~itll entrç lesa0 do
in,lividual ou social, determinado por mt~tivos antiaoeiaea
direito (uibil) o vi?Ia<;ãu de clireito (Iicnal). Xsts lni
ou immoraes, que o8endc a mor:~liciarlerueilia ds i r r i i daao
grupo collectivo>. Vendo ria voritada o elemento psycho-
a. escnlit po-itiv:z de direito perial que, p ~ l eboccn
logico necessario de qiialqirer figura crirniuosa, e consi- de FERRI (3): rnnis eiiergicainelire + eio defender n
derando insuhsistente a di~tiiic$?iode GAROFALU entre de-
licto iiatnral o legal, já que nBo póde fallar-se de crimc
f6rs das leis vigentes em deterininado tecop,s a logar LFues- cririlino2ogia iizodernn, Coimhra iA41meida Cahral), 1806,
SATI, Lo speriinentaZismo nel dirilfo pulale, Torino (P'ra-
pagg. 234-253.
telii Bocca), 1Y92,pag. 15 e scgg.;, parece-noe podetnios Sobre o conceito de dclicto riat~irul, coiitrsposto ao <lã
definir &mes -0s faotos voluntarios, rer-eladurrn de aiior- crirniiialidnde Icgal? vej;i-.se CARNEVAL~:, IL ~ic~titralismo
n,cl dh-ltto crirrti?zal, Prato, 1896, onde, especialmente a
malidade do agente, qiie se traduzem pela viidação do di-
reito que garante a organizaçzu juridics preexiutente. Vid. pag. 40 e seg:., faz agudas observaç5s;s sobre modifica-
RAOIJLu~ i.a G.~BSERTFI, D e s pifftcipeu sociologiques de Ia
çnes d<js conceitos racioiiacs que disciplinam a theoria do
c~iminologie, Paris (Criartl et BriBre:i: 1901, pag. 14 e fiirro, deduzidas do estado da conseiencia social moderna.
aegg. ( I j méorie das yeines et des i&conipeizses,extr. par ETL-
E N N U DUXONT, Paris (EIector Eoasangc), lFi5, 3.' ed.,
P a r a outras noqõcs do crime: HAHON,Uefeimiikismo e
repo~isabilidade,trod. por B ~ t - A o a l rLisboa
, (Rililiothera t. I, pag. 7 e segg.
d'educação nova!, 1900, pagg. 46-36; FERRI, obr'. cit., (2) STOPATTO, ohr. cit., ~ ~ a 3-3.
g.
pag. 125-143; XARCEEESINI, ilucora SUL delitto .r.~~!?crn7e, (3j Obr. cit., pag, 678. Tainbeni LLTTSE[ L u scierice
apud La Scz~olaPositiva nellu dottrinn e g i ~ ~ r i s y r ? l t t w ~ ~ a av point de qvcc philoaoyhiqrae; origine de l'idée de jtcstir~,
peizalt?, Roma (Fratelli Bocca), 1899, anno IX, pagg. Paris ~ D ~ d i e r )1873,
, Y.a ed., ysg. 339', baseando-se na
139-141 ; S r . Dr. AFFOXSOCOSTA,Chmmen!a~ioao Codiyo etymoiogia da palavra pena, esereoia qirs aos povosanti-
pannl poiif,ip~rêri, 1, I*ztl*odiicg(io,,Eseolns e p~incipios de gos consideravam o criilie como um fttçto prejudicial, que
dava logar n, repara$io: o crime 11d.o despertava no seu
equipollencia dos dois direitos, argiimentaildo com A:: penas revestem o ~ a r a r - t ede
r expiatorias e ci-
a sira, cririfiin?io nas pr.imit,irns phn.ses dn evoluqão vis, e mais exyiatoriss que civis, nXo porque ngo
hiima~in,e coni o facto de revestireili as pcrias, du- seja possivel n distincçiio er~t,reo direito civil e o
r ~ n t eiim lai..go peiiodo, iini carnetev quasi exolii- direito pcnttl, mas porque n iinperfeiç50 dos instru-
sivarrienie reparatorio ciii civil. E GEU~ZGES VIUIL(1) ~iieritnsde defesa social originou a confiis%o entre
reivindica para a escola italiana o merito de deiiun- a s duas f~incç6es.\i IieiiiE e a reparapSo n3o sc con-
ciar a sepurxção coiliu uiu erro eeuaiiravel, lirocla- furideiri com n iioy5n do direito perial e civil, por-
mando que a sa,~~cq%o civil te111ilin caracter d e in- que o falso criterio &cerca da siia funtqau nâo equi-
tercasc social c ~ m oa s:~iicç%openal. vale A uatural união das diias iiiaiiifest;l.çães da
Xlhs, se a doiitt~iande H u x ~ e~Bs L A T Hlevara ,~~ actividade juridica colIectiva. -
4 negaç8o cio direito perial, iediiziildo-o a uriin sim- E; a mtithesc entre as severissimau e cxccwsivas
ples ~ailcçttodas leis liao penttt.3 (81, :iafirriiaçiiu de penas co~.poraese as reyaraqses pecuriiasias ou de
~ E R R Icarece de fuildamento. As eomposiçÔes pe- caracter econoliiico e r)atii~noniadinostra a distinc-
ciiniarias tFain: e111iriuitos uusturnes de povos pri- $50, realizada na pratica, entre o direito civil c pe-
mitivos, aiitcs o caracter de trnnsacç80 on rlc siih- rial.
stituição á vindicta. que de reparação directa, (3). Assiill, rornper~docom a oriei~taç?iod a siia escola,
T3oso~r(1) fazia depcndcr aquella distincç5o do
espirito pe~isauientoalguti de vergonha, de culpa ruoraio. m:iior ou menor interesse social perante os actos
Assim L o ~ ~ ~ i i o so
:L'hori~ms c ~ i n ~ i n ePariu
l, (Felix Alcan), lesivos ilo direito de oiitrem; e, pondo em relevo v
1898, pag. 8.11. aspecto subjectivo qiie tbquelle entrevira, BRUSA ('2)
(1) Cours de droit crintiml et de sciewce plnitzntiaivr,
Paris (Arthiir Roiluseali), 1906, 3.* eil., premiar fascicille,
pag. 66. No mesuu sentido, o Ur. i l i r ' i t t r ~ ~ sua s SILVA,
Elementos de sociol(gio. cvimiorrl e Dlraifa penu7, Cuiinliru, chives d'anthropoiogie crirninals, L>70n-l'aris[Stor<+k,Mas-
(Typographia Democratica), 1903-1'304, pag. 56; S~r~iiouit son), 1398, t. xrir, pagg. 1%-177: Proal, Le crime e6 Ia
I ~ R R I SP ~, i i z c l p i i tli diritto e p r o c e d u i . ~ penale inglcse, peine, Paris (Felix Alcaii), 1899, 3.a ed., pagg. 524.326.
t r d . dall' arv. B a v r o ~ a ,Verona (Donat,>.Tedeschi e (1) Di utzu ~nrvvataut.ica positicistn s u l h ,frade ?ilnibile,
Figlio), 1898, pagg. 1-4. apud 1.a Scuola p o ~ i t i u a cit., 1894, anuo rv, pag. 1028
(2j CIVOLI,Manuale d i d i ~ i t t opanak, Milano ::Socicth e segg.
Mitrice libraria), 1900, png. 1300 e 1301. (2) STOYPKPO,
obr. cit., pag. 36 e 37.
(3) Vid. ~IAKAREWICE, &volution de Ecl peine? u p d A r -
faz consistir o criterio distinctivo rio K scntimcnto d a propried:rtile all-iein, p o r estes ~rieios, deve ser
pilhlico ricerc:t d a suffrciencia bu itis~ifficienciado necessariamente ~ c l i r i m i d a . Nem nos p a r e c e de
p r t i c i i l a r p n r a s e deferider c o r i t r ~os açtus lesi\oo s e g n i t :I opiiiiao cI'aqiielles qiie, lias iri;i.terias pii-
do seu direito, o u n a fórriia da fioiide oii da vio- r a m e n t e civis, rcduzeril tuda. a, violayao da, lei a
lericiir 3 . iiiiinomis~âo,eu1 cluarito vêem ilaj'of~i=cainclieid.tial o
Ambos o s criterios srin i~isiifãcieiites.Se. recnrilie- eleniento especifico do orirrie ( l j ? p o r y u a i i t , ~ .a14111
cendo a fragilida,de d a s u a d o u t i i n j , LOXOHI I.~COI.- d e que, ein ambos os casos, esta forqa se manifesta.
ria: l>osteriormeute. á «~ii.esiiimp~Xo do d;i.mrio seli- eril grau cguul: a ouliss5u nc%o c â r a c t e ~ i z atoda a
siveI A eolleutividadea p ii a caracterizar o s çrinics, violaC%oda Ici ciril (Y).
q u a n t o ao segundo. a fórrna (violenoia e frandej do Referir-rius-liemos, finalmeute, a o t5o segnido
tzeto 4 rnanifestan~entebase ii-iacceitavcl p a r a a criterio da repai.abilidade do dii.inrio. Nesta npi-
distincçno (1).Sem duvida, a f r a u d e ou a vlolei~cia ni2o (:3), todas as sa~icyõescivis seriain saiicqijes
caracterizam o s crimcs contra n propriedade / u t
ai nttd fiaurle clelinpuitu?;), mas nem toda u lcsitc~
1.iaii;i,
: ;I divei.sit i ~ n t ~ i i e zdo
a sujeito passir~odei1 (1) (:orno nota i ! a l : n a ~ a <Prugi.ctntrn<~cit., 1. iv, pag.
lnj, a a aggi.ess%oa n j i c a 0i.yjur~sildio i i direito siibjectivù
f o p r :L iitiia. i~lt,eriorcubdiyis80 (4).
de propiiriladn iiAu ljudt! ciiliai 11%{:lasse d a ckiuita
rnoniacs; assim, lia violel!cia, terillo por fi1n impedir quii
(I j ' D e p o n ~ / i Libar~ , aiiigularis, Lipsia, 1793: apud se faça testainenlo, a olij?cii\.iduda dci cti.iiiia e u l i certa-
fLur.~rar,Str E wa/o difu.r,to, IIode~a(Rlilo Cii~ipelli),1900, nietite iio jzrs dw/iiirrii, do clual faz par.lt. a faculil:de da tiis-
pag.. l i . p o s i f b ; mas, ao lado drsla: siii-giri iiina ulijar:tivid;irle
( 2 ) Is[iluilloni cll d i d t o e procdzu-a penrrle (c:it.; pag. 152. juridica diversa e preemiiiente sohre a qual se exteriorisa
(L;) Elei~ientidi c l i ~ i t pesc~b
t~ cit., t. 11, 1x1~. 185. a. aç$ü, e esta fa1.i incluir O criine nx categoria dos <:ri-
(4;)Na categoria dos crinies C U I I ~ I .a.~ mobi- mes contra a pessoa, ou, mais especialmente, nos crimes
liaiia coiiilii.ohcn~erriou esiriptoies o furto siniples e qiia- contra a liberdade individual,,.
38 Do furto
manteni-se B lin1itaç20 do furto As ,.c7s nzobiles; condiclio ez ccczrso ju,rti, çondictii ~ ~ L ' I . : ~ . L ! C pelit.
L~ r~sti-
disciplinil-se o concnrso de delictos ; suppre-se tuic;%o da C O U S R , a lepis1ay:ia iiiiperial maiida ap-
plicar a yçna de fuito tanibeiii ex c?jFcio. pela juria-
(Fratelli Bocca), 1894, fzscicoto r, pagg. Il&lYL; &a- dicção delegada pelo iinperc~doraos prccesicles tias
nv~, Trattrifo dcb f w f o , cit., png. 207-300. proviiiei:ts.
(1) i? riu inicio do iinperio que csmega a ooinprelien- Na jiirisprudencia olaseica, a theoria, do furto E
der-so em alguiis crimes a hyp.putbcse da participação in- illustrada rios prirrieirí~esete titulcis do livro xxxrrI
tellectuai, obtendo-se, assim, o plenu conceito da cumpli- do Digesto:. k a esta, fonte de elabora(;2o jirridicti.
cidade. b cu& do10 nado; is c+im o ~ consilio
e dolo mrdo
r : furt,o que recorrerenios na inves-
dos c ~ i t ~ r l odo
fuctum sit- diz-se e m ~ariostextcrs: 1. 15; pr., D.! ad
leg. Jul. do adiilt., xr.vrn, 5;1. 1, g 1 ; i. 10, D. ad leg.
t i g a @ ~a~ialyticad'eafe estiido (2).
JiiI. maiest., xc~rrr,4.
O processo avnliitivo do pansanicnto jiiridjco romano,
Acerca do conceito lia participapão, fci superiormente illlis- [ l j .rFr;rli ailiem aclio ci cornliel.it, c:uiua iutsr%st rem
trado por Paarra~o~i, Siudi cit., fascicolo L[, r, Toritlo salvam essen 1s. 13, Insl., de ol~lig.q. e x del., iv).
(Fratelli Bocca), 1900, pagg. 3-15, (2j Do furlo cru direito rarnano occ:upsrr,-se, entre ou-
15. Ou prodncto de um estado mental inferior,
afaisant pen de eurnpie dc lu vie liiinisiric et benn- d e f i ~ t nrr~uiorne jiwtn ~n.ino'im,a,dmitiindo-se por
coup au contraire des valetrrs d'échangen, como vezes, urna terceira categoria, constitiiida pela siib-
quer LETOURVEAU ( I ) , oii, como pclilsn, SUVNER 1141- t r ã ~ r ; ã ode coiisas de valor iiiinimo (h,ui~zska).A
xe(2), cm virtirde c10 predominio da, propriedade pena corunitim era, crn regra, a pec,nriiaria (1): con-
mobiliaria sobre a imniobiliaria, o conceito do fiir- sistindo eni um miiltiplo do valor da cniisa roubada:
to entre os p o ~ o sgarlrianiçoi aprsaeiita iinia cx- que vtzrinva. nas diversas Icgisl~çGcsh a r b a ~ i c a s do
,
traordinaria amplitude. Comprehendia todos os cii- duplo ao quintiiplo e attinginífn, por vezes, no di-
uiep contra a actividaíle p:rtriini,nial, que se eoii- reito longol~arduu noniipla.
summaram com a s~~btracqfio occnlta cle cousa nio- Aléni do criterio do valor? qrie base2,va a dis-
vel alheia, exigindo-se, pala o fiirto erii surltido tincçgo referida, atteridia-se, yxrn ii delerniiiiaçWo
proprio (Diebetrthl, dieblicheç ATehrn~>i,,;, qiie rt consa d;t pena: 6s circnmstancias (30 logar (ourtis princi-
estivesse n a posse de algiiem íCTewere,i; qiiando a p k ; templos, nioinhos, fabricas), do tempo (em
appropriaçRo não lesava n Gt;..c:ere, siirgia a figura oceasi2.o de oalamiclade publica, etc.), do objecto
distinçta. da dotentio firtivcr, (Dieblichcs Behaltenj (3), (homens, vcstuario e orilan~ciitos dos cadaveres,
furto improprio. gado, arvores, eto.), do moclo de perpetração do
tras, as segainles nionngraphias: R K NDUCAMP, ~ Dtc V O E , cousa achada. Vid. PERTILE, Sto~.in dsl diritto cit., t. IV,
de Kuctlon f u d i ets droit 1-ornccin, Foiliers (Oiidin li'rbres), pag. li1 ; t. V, pag. 65% e nota í4j. Note-se qiie nam todas
1877, pag. ti e scigg.; SEVAFX, 2 t u d e sur Ee voz, Paris, as cor;sas constituiain, nEo obstante os reqcisitos indicados,
(Slphonse Derenne), 1378, pag. 9 e segg. ; Bozi~hltn,O u objt:r:to de filrto: ((siquis siiper Ires uvas de v i ~ i ealiena
~
t o l , Xorrleaux (1)iirerdier o1 C."), 1S76? pag. 20 e segg. ; tolerit, diz-se no %'ditzbi,lir Rofaris, coiiiponat solidos sex:
De {urtis en droit ~otiinin, Paris (Pichoti), 1877, p3g. i1 ilam si uuqiie trea toleiit, nulia sit ai culpan. D'aqui deriva
o segg.; Pnscaun, Dih fi,rt?~nten droif V U ~ I Z U ~Sancerre,
~L, RII~T.I~BANU O hodierno prsverbio allemão: rirei 8, j h i .
{Pigelet), 1853, pag. 12 e segg.; DESJIRUINS,ZS.uifé d u FIXZL, I jui.li cit., pag. 42.
aol cit., pag. 65 e segg. (1) 110 tempo de TACITO, nLo ohsfante o uso da forca,
( 1 ) t'bvolution juridt'que cit., pag. 437. era ella applioada aos ladrkes : «l)istinctiri poensruin e s
(2) Codijcatioa juridiyue cit., yag. 6, delicto ; proditoies et transfugas asboribus suspendunt 1 sed
(3) Assim, no caso de não restituiyâo ao proprietario de levioribus deliotis pro motlü yoenarum equoriim pecornm-
que nrimero conricti multancturr. (De mo?,. ysrrn., c. 12).
furto [coni violenoia, quer sobre as pessoas (1) - l i a s : do mesmo modo que no direito romano,
Ec~ub,RobLa~ia,iS;'chachz6rn, quer sobre a s cousas (211 modifica-se o conceito da repressão do fiirto, yiie
e da reincideilc,iiz, que aggt-avitvarn o cifnie (3). dc violaç2o do direito priv:ido passa a eer cuuside-
C ~ r r e s ~ ~ o r i d e n dsegui~do
o, uns (41,B iioç80 do rado corriu ( d e n s a a o berri publico; e , como conse-
furtzcri ,mcr1z$2ttt~nze recordando it crrldictio da Ieg-i~- qucticia Iogica: uladifics-se a liatiii4ezada pena, que
I,zy%o Oecei-nvival, nbraiigenrlo, segutido outros (5j, de repara$io pecuniaiia, ao lesado passa ás mais
tambem a hypothese do f~1rt.onoctrirno, o iilstituto
rigojwaas penas corporaes. Assim na Constit~~tio de
yerrnanieo do fcgungi, applic,nvel ao ladrgu surlire-
pace fencndn, de F r e d e ~ i c oI.
hendido in*/Zlzg?wnttl,cteis:~vt~-oá discreçzo do Ic-
sado, a niio ser que se resgatasse por dinheiro : a e t 16. A iio(;:io do fiirt.~!segundo o direito cano-
companat octira~inrusoilidos, hcr,,d ani,)i!re suno i r z ç w - nico, akraça toda. a iisarpa.yfio dolosa dos bens
rat pc~iculuma . Eram excluidos do fetyc!nyi a s mn- alheios : xfurti cniin uomine I~eneintelligitui. or~~nis
lheres livres {lnulier " f ~ ~ a n ~ y i non polcstj, os
esse illicitcc zasurptrtio vei (~lie~tue
P (I). Ao Ittdo d'esta siii-
.sez-vi wgii e os nuctores de fuitu de eotisa cujo V B - gularidade, salient~n-se o predomiiiio assignado ao
lor fosse iilfe~inra seis soldos (6). elemento siihjoctivo na, r.spyessão do furto: este,
antes dc ~ i i i u e 8, pcccada (2j e, como tal, perteiicc
(1) No primitivo direito germanico, a violencia, longe ao j h u m co~zscie?~tioe, baetaritlo o ~iinplesuJwtus
de aggravar o furto, fsxnava menos severa a sua sancpão. furamdi para prouocnr a penifel~.ticc.
E a ausencia da clandcgtinidade originava iim crime dis-
tiuato : a rapiria. Vid. PERTILE, Btoriu del divitto cit., t. v, (1) Curpus juiis calioi,,ici, Pais 2 , caiis:i xiv: quaest. V,
pag. 634, nota 107. g 15.
(8) aSi Ver0 ulsvem cfregerit aut adiilterarerit. . . v '
p j rNeque rrrulles, nequt. rn;isculorum cori(:iiluitores,ne-
( L . Sal., 12). Vid. ~IASCIIKE, D n a Eigenthum i n Gcil und
que fures, neque aiiari, iieqne ehrioii, naque nialedici, ne-
Sfrafiecht, Berliii uud Leipzid íCie0i.g TV;itenbaehj, 1395, que vnpaces reglium Dei pos~itlnliuilt>i. (Epist. r, ad Corz'ri-
pagg. 237-241. thios, cap. VI, 10;). D'aqui n justitica~Xo, pelos Yoiitores
(3) TTid.PASQUALE, Heati cit., pag. 65 e segg.; LETOUR- da Egreja, da represstlo leiga, porque iisi passim homiiies,
NEAU: L'é~olutionjuiidiytcs cit., pag. &!I.
aibi invicom furarentur, ~leriretliumaria ~ o c i ~ t a s iS. i . Ti10-
(4)ANDRBOTTI, Cw~f~ibuto ;i.tv?ico-gil~ridk) .
r i i . , yag. 91
MAZ, 9, 66, a. G j . Vid., sobre o systema penal ecelesias-
(5) MANZINL, Yqsa!tatodez furto cit., pag. 31. tico, ~ U G [ , I A , L'évoluzione sioricu e sc&,~,tiJica de1 diritlo e
(61 Vid. FINZ~, 1 ficrti cit., pag. 41 ; LOLLINI,8111
delln procadu~apemle cit,, pgg. Sj-90.
recrto d i furtu cit., pag. 27.
O direito canoilico distingue no furto a clandes-
O elemcnto juridico cãracteristico é o animz~sfu-
tinidade (occulte n7ferrqj d a visibilidade jvisibiliter
V C Y I I ~quc
11resuppOc no agente o estado de norma-
~~,
er+cr.ej; mas, em antithese coni o direito germa-
lidade ncccssario para proceder livremente : assim
nico, cori~i(1í:rtiw t : ~eumo mais ci.iminosa(l), nâo
prcsumc-sc o estado dc necessidade, e por conse-
pela violencia., que 1120 k seu elemento essencial,
quericia, esclue-se subjectivailiente o furto, na hy-
nias porqne s1111pUca offensa A pessoa.
pothese do furto por fome (1).
A l e n ~dn, l~mnitenti~,
a sancção do f ~ l ~ . t:~br>in-
o
Talubem o flrr~iosus, caonioisento de (1610, ficava
gia a restituiçAo da çousa subtrahida, ou: quando
impune (2). E é tambem o estado de necessidade
est- não fosse poasi\,el, w reparação pccuniaria do
que justifica a perrniselo, que já a legislação moy-
damno.
saica consignára, da iilorte do ladrão nocturno, que
&.Ias o furto podia aer aggravado na sua inteiisi-
emprega violeilcia, como a do ladrão diurno, n o
dãde objectiva pela qualidade da coiisa subtrahida,
caso de defesa d a propria rida (3).
pelo logar onde era commettido ou pelos nieios
adoptados para, n sim consunimação; e ainda se
attendia ao sujeito do crime, que, quando c1ei.ig.o;
(1,) al)iscipuios ciim per segrtes transaundo vellerent
spicas et ederent. ilisius, Christi vos innocentes vocat, f i c a ~ ~tamheni
a suhmettido B depositiu.
guia eoacti fmme hoc feceruntn. (Can. 26, de Consecr.,
dist. 5). Vid. tambem c . 2, x, dc ficrtis, V , 18; c. 3, x, rle 17. KR1egisIaqiio penal iriterinedia das naq8es
rcgulisjtcris, v, 41. F ~ ~ t r s n c c rtogjtirnava
o o fiirto por fome moderi~aspeaetram-se e coiifiindeni-se a s tradições
pelo consenso l>resiirnido do proprietario da cousa siibtta-
romanas e as coricepções do direito gei-manico e
hida: udebet credere dominum rei fiiratae permissuriimn.
canonico. -4 elaboraç,?~juridica do ftirto torna-se
Para CARRARA, o estado de iii-c.cssidade por fome exclue
o anin~us fpri-andi, poi.quc o noto tqm por fim a propria inteirainente pratica, e são os jurisconsiiltos qiie,
conserraçzo. Bid. Fmer, Tfuvti cit., pag. 37 e segg.
(2) Dasinvolverido o conceito romano do dolo, o direito NOCO R SOUSA,A legitima defesa izo direito petiul p v ~ f u -
penal ecclesiastico proc!amou que noli datzw pecúutum nisi jwidiccis, Coinibra (Iinprenja da IJni-
guzs, opud Efili~dos
zoluntarium, e, ao indicar o eleinento subjectivo necessario versidada), 190'3, pag. 294.
para a possibilidade do facto criminoso, serviu-se das pala- ( I j c<Poõnal+est c!c:c:iittc aiiferre ; sed ~nilltomaioris poe-
vras do2us et ~eie;e,lter(c. 22, r , de hom.; c. 6, X , dti,y'u- nae est visibiliter rriperc. . .B . (Can. 13, caus. 14, qi~aist.
riis, c. 18, x, de sint. ezcommunic., etc.). 5).
(3) P A S ~ U A L E , cit., pagg. 72-77; Sid. Sr. Ur. MAR-
Eeati
Cap. 1- 0 i u i . t o na euol,!gZolrisforica e 7ra ley?htnpfo unip parada 79
- -. -
verdadeii:~~ nuctoridades legislatit-as, véerri intro- dades, applicando-sc a Icx Julia de majestate, em
dizzir :tcliiellas numerosas e subtis distincyões e qua- todo v seu rigor, nXo s6 aos cases n'ella coiite~ii-
lificaq3es, qiie entBo apresenta a dolitritta do furto pladoa. ruas a Ii~potlreses1120 previstas, por espie-
-resultado tia não consideraç20 do fisyecti) psy- ciosos argiiiiiento~de :in,zlogirt. MEP~OCHIO ensinava:
chico do cririie e da consequcnte necessidade de rmrn r*yitr~?~cle deiicto puniendo, lata intarprefatio
adaptas aos princípios do direito :L grande diversi- tenwi debet . 3
dade das condiqões t~i:itei.ittes.Borina-se, assim, ajn- Assim, q irlirido, ou em resirltado das novas condi-
risprudencia dos doc/orcs (cizilisti, c/rr?zoni,~ti
e ri.tn+z~~- Cksecoonniic:is, como pensaLcinrs(lj, oupelariacee-
yzts jilrir), ou comn~unisoj~ifiiu,que diliante niais sibade de romper com iristitnic;iies que ugo se ada-
do dois seciilus, dominou a ..idrriiniatiaqIo da justiça ptavam ai, espirito nacioiial, rolrio quer BEKNEB!~),
penal (I) e que: no dizer de YUQT.IB(2); fez ainon- ou corno traducção de velleidndes inipeii:tlist:is, se-
dar di sangue le pih bcllc contrade di Europa,. gundo cleferide ~ I A ~ \ L [3j,
I E I as aspiraçijes unitarias
As penas pec~itilarias cedenl o logar ás corpo- eni rrr;tteria. dc direito penal se traduziram rias or-
raes (galés, bando, riiarcba, mutilaqâo, fustigaqBo, denanças e corrstituições, as varias legislações nacio-
morte) e a acção crimiual C sempre publica -qziia naes acolheram ayiiellns tiadiçõcs de severidade
cum firto cuncurrebat etiaaa ~$oiatiopnch (3). peiia.1.
A legitima defesa, jiistiiicadn pela doutrina c10 A ordenança de Lriiz rs de 1270 (Établk~emcnt
presumido consentiuiento do proprietario: liniitava- rie j'aiitt-louis), dcsciiranclo todo o criterio de diffe-
se á hypothese de fuito noctiiino e qiiundo: s6 por reriqn objectiva e subjectiva. e de proporcionalidade
morte cio seu auctul.. pudesse o lesado rchavcr o na repres~2odo i'ur.to: cio, conio diz M.INZINI(4),
objecto cio fiirto. Era amplissimu o systema das
oii.cunistancias aggravantes. (I) La soeiciloyie cit., pngg. 127 c 128.
A razão de Estado jiistificava todas as atroci- 12j Trattatc, di dCritlo paule cit., pag. 181.
(3) Tmftrito dtl furto cit., pag. 1196.
(4)Obr. cil., p g . 547.Artisticainente bella e psychologi-
'(1) SCLOPIG: D ~ t t auvctoritri yiudicicai-ia, Torino (Fon-
oailiente assaz a x p r e ~ s i vB~e,s t n riiiittalx dos &tablisssrrit?ills :
taria), 1842, pag. 5 e tiegg-.
e C d u i qui enlbve de forca I'hnbit o u Ia bsurse des pasdants
(21 L'é~;olvziones t o ~ i c ac ~cic7zfiJcacit., pag. 104.
sur Ia voie pilbliqiie ou dans les hain doit être peridu, eu.
(3) JULIC'SCLBILUS, 8enfes~fLurrrm, lih. r, 3 ful.tum7 n. 'i,
suite ti;iinS i.% qnrui d'ânt ou de chavnl); puie toils EGS
apiid PASQÇALE, BeurT contro gli al;e~lcit., pag. 78.
Cyp. I - 0 j r r : n acr evoLu$&ohistorica e »a Zqql~lu~do
comparada 83
asiatica que a doininaqNo tartaia transfundiu na em que a reptess%odo filrto se apresenta, qiinsi ex-
legisla~:iijpenal jbtissknia y.rrc.l;duJ, o fur- ~Iusivanientepiiblica o ciiniirial, e em q u e s%o evi-
to era punido, seguilcio os casos, cont o Uarcesc, doritos os vestigios das perias atrocis~iuiasd o direito
com a peno de rnutiln<Ro oii coin a. inIlicç?io do bysantino, sanccjnii:iv~~-se,ern regra, o crime de
grur/,do-k~?ute u reinci(1erici:t e o filrto ~ ~ i o l e n sem-
to fiirto c0111 a pena de f i i s ~ i g ~ ~ %
applicanda-se
o, a
pre sujeitos á pciia capi~al(1).Na Poloiiia, o furto, pena de morte ao tcrcciro furto e ainda xo segundo
origina.riamente ~epriniidosegili:do o critcrio do ta- e ao piimeiic, quando acoiupanhado do crime de
liao e~oaornico:foi, ileaclt: Cusiuiiro, o grande, p ~ i - irlcendio ou eomniettido eni I o p r privilegiado, o11
nido cont a pena capitai (2)). que tivesse por objecto rcs sirct-ccs uu pertencentes
O antigo dii,eilo Iiiiilga,rn priiiin. o f i i ~ t oconi a ao estado, ou, finalmente, quando fosse commet-
escr:~vidàue coin a 1~ci.d:~ de doterminado pcso da, tido eiu occasi5o de o,Jailiidade piiblicn (i).
p o p r i a carne; 110 caso de reii~cidencia,applicavn-
se n ~ ~ e ncxpit,:tl
n, (3). O ~ o c l i g ~diis
) sicte Partid~~.s 18. Esta c-ueldade para os crimes coiitra, ;lacti-
(1 265): qiic, em niaterin de imputabilidade, repre- vidade patriuioi~ial,tornada ainda iriais grave pela
senta riotai~elpiwgiesso sofiie n direito csi~onico, vendidade e ignoraricis CIOSjuizes, que, peores do
yiiiie o furto siniplcs com 1iia.rciL c reis ririnos rias que oa delixiquciltca, V ~ ~ A a,ppellidavn
E E de «bar-
gales, o segnildo com cem açoiites e galks perpe- h w e s en rober, e pelas iinperfeiçGcs do proceseo,
t u a ~ ,ii terceiro cciiii :t ~ilo:.te, pelia esta. tanibem mantem-se até As refoi.iiiaa legislativas da segundir.
applicavel ao furto eoiiimettido na via yi~blicaou nielitde do seciilo ã t r i r < 2 j . E, clrinrido, coni RXCCA-
com vinlr-nc:ia,(i), Xa IegislnçSci estatiitarin. italians,
tida vir, tit. 5, Iey 5). EgnaI preotito se lê ris Nuevn re-
(1) MA~;ZLSI,
i~,r!ic~d
f ot l J ~ i r i o cit., vol. i r , pagg. 643 ~ ao secuIo xrx.
copilaiion d'esta lei (1567): que v i g o r o ~até
a 663. Vid. Pacmco, C~al~rrcntci, Madiid, 1348, t . I, pag. i a .
(2;1 DE 3l,\r110,D e ( f i r f , ?cit., TO]. 1, paz. I()(<, ( I ) J)r: SIIIONI,Dcl furto e suu puta, pag. 18; PEE-
(3; I'fissrs,i: Rlrnioiti: r[; db.it10 pciralc cit., 701.11: psg. TJLE,Storia deel dirlttci itcrllulaa cit., t. v, pag. 256; l'rszr,
200. 1-fzv-ti Prhilrgiilti cit., pas. 59 t: segg-.
(4) Assiin, iiLo piine a acrivid.adt! crirninoaa qiie nBo se (2) aQuis eniu rio11 horrent, ciiziu indignado R~xazzr
tradiiza eiii actos, porcicie qlos priiuerou iuorimieiitoa que (Elemenfu jzcris criminnlzs: lib. iv, cap. xi, 5 81, videns
iuovcn e1 ccirnzon de1 hi;nie noii son en si1 poderu (Par- eum, qui plurzs :~bhtl~iii teriues, vilesque ites, aut semel
E'<zII.i - O.fi~rioria ~iuo!,r$ã~i
bL!ur.icn c Yrn legialuçi<o rvrr,l,ura(In 35
-. . -. -. -- -. . -. . ..
(3) Sobre o movimento iudi\.idualista nli seculo XTIII e n e i r a decisiva, iririovuq5n acti1-a. e rwil. Reflectindo
a eua influen<:iu na revolii~ão frnni:t.su, \,.ia-se HESHY as d o u t r i n a s do contrncto suci;i!, í, co~ligocriiliirial
NICHEL, L'idh de l'Ét<ct, Paris (IIaclistte et C.ie), 1893, clc 2 5 rle s r t e r n b r o - - 6 de outiibr-o d e 171)1, o b r a
pay. 30 e segg. priricipa.1 da. Asseinbl6a ci~iistituinte,se i12o xccusa,
sob o aspecto teuhriici~,p r o g r e s s o sensivel a res-
peito da legislaç?io a n t e r i o r , distancia-se inimensa-
nicIite d'ella sob o polito cle vista hiimsnitnrio: para,
o furto simples prezcreve penas corieecionaes, liara tao claramente se revela, a infliicilcia. do dcspo-
o qualificado (roin ~riolcncia, em casa de habita- tismo iiliperinl e das doiitriiins ~ l t i l i t a r i ~dos tempo,
qão, domestico. etc.) estabelece a pena de oito a foi a prevenc%o dos crimes mediante o terror do
vinte e quatro annos de trabalho.; forçados. P e l t ~ castigo, determinrtildo-se a sua gravidade, ngo sob
primeira vez se deíiiiia c1ai:mierite o conceito d a o ponto de vista intriileeco da justiqa violada, luas
cumplicidade no furto; a tentatira 1150 era pii- sob o aspecto estrinseco do perigo social. Relativa-
riida (L). nientc tios ~ i i i i l e scontra m aotivida~lepatrimonial,
Jías a lei de 26 floreal anno v commii~oude traduzia-se essa orientaqào ein iim complicado sys-
novo a. pena de nioite par,i o furto qualificado, :tu- tome de penas quc vZc, desde a p r i a h eorr.eceiori~d
gmentando, em geral, as penas estabelecidas no até ao extreino snpplicio.
codigo de 1 7 9 1 : e. depois de successivas modifi- A partir dJest,e rnnmento, e porqrie, no movi-
cações, eni qiie s;io de notar a da lei de 22 Aoreal mento gcral da rcfvrrua d a lcis ~ peIiaes, salicnte 6
anno rv, que declarou piinirel, como o furto con- a, influencia do codigo de 18 10, coino foi consta-
siirnmado, a simples teiitativu; e Ici de 26 floreal, tado por OR~COLA'~ (l),deterrninnriilo at6, como fonte
anno v, quc restaurou a pena de morte para o furto legislativa, uma das correntes da, legislação penal
violento; R de 29 nivose auuo TI, que cstendcu esta europeia j2), procuraremos abraçar A S varias legis-
peria a qiiasi todas as liypotheses de fiii,to qirslifi- laqTjcs rio seu corijirriclo, su~~stitilirido A oiderri geo-
cado -foi priblicado o codigo de 1810, act~ial- graphica, B justapo.:icüo de leysislcc@es, corno lhe
inente em vigor (21, clitirria VONLISZT (3), o eorifiorito dos trysfeirinsju-
O pensamento dominante d'este codigo, em que
exigente, seguida por um terceiro grupo dc lrgis- Entre estes criterios extreinos, collocam-se as
lações: eili Iogar da aiiliplee remoção da consa, exi- leg.isl:r<;Ges q u e corliprehs~ideiliuseu1 uni yiiarto e
ge-se yae esta passe absolutamente para. ilrria, es- ultimo grupo. Se nzo bastava a. simples anzotio ou
phera diversa, dc actividade patrimonial. T a l o a mera cippvhe7~si0,ri,?o seria, purc-eritura, neces-
criterio accentuadameate iolii?rriiç;tri,qnt:, por via sario chegar ao cxaggei40cmpirico do criterio da .
da cxpressCu -subtracrj.ãu tla çouscr, foi ~ e g n i d opclo subtracção: e cl'alii o criterio iiileruiedio yiie se
codigo francês de 12 clefevereiro cle 1810, art. 379."; ndo~->toii,considernildo-sc como elemerito indispeii-
pelo do Hahti {Codgpinal ct ç~tdede inslruchitcil~cri- savel, mas siiflicieiite, para iiitegiar a subsistencia
~ninelle,l i uGut 1835): art. 324."; pelo do canta0 do ciinie do ftirto a vioIaç2o da posse, tradi~zida
de Valais (Code pénal du Cmaton de P70C/;?17ais; 26 n a niudança do logar d a cousa.
nlai Ih'S8j: art. 187." ;i,ulo belga jCudt?p6nal Iiol,ge, Naquella violaçZo reside o momento essencial
d u 8 juin 1867): art. 461." pelo do Equador jCyo- du furlo; e, para que l i i l s~icccda.,
basta que a eouss,
digo p & n d de 1(7. Rcpi~blicadel .Fcmarlus. de 6 d e i + com acto de doniinio, seja subtraliida á esphera de
nho de I 8 7 3 e 9 de setenzbro de l189üj: art. 497."; actividade ~ntrinirini:il do possiiidor. Assim o co-
de Genebra (C'ocle 2iAnal du Cn?iton d~ GenBw clu digo pcnai do cautiio dos Grisões (St~af>esetzbz!ch
21 odcibrc 1874); art. 31 6.'; do J a l ~ ã o(Code yénal Jiir deiz h 7~7ztriizI+raubiindcn mit Abschied ?)om 8.
(Icei-ho) prontulyué par b decrtif n . O 36 le 7.e ,inois Jrli 18:jl): ari.. 151.': ii lei yerii~ldo canta0 d e Ar-
de b 13.eawibe de ~ i e i g(1;4R~i),frndzlc~ion
i oflcielle): guvin (Teinlichos Strcc~'gesetz*fi~rdsn h7mton i l n r -
art. 366.'; pelo argentino, (Códiyo penal de la Ré- ynu~.i:cnz 11. .H;Jr)~lcr~g 5
1H;iÍj: 118.'; u codigo dc
yublictx. A,iye?i.tinu, snnccio?zado por Ir.y d ~ co?yreso l Tecino (C'ocllce penale delEa Repiliiub?ica e Cantone dei
ed 25 nociemli~qede 1856;):art.. 193.": de NeufchâteI 'I%cino, 25 gennitio ISi,?): art. 359."; o da Iridia
r.t CICi"11to?/.de LV-etdchd-
(C'odc ~ h ? l adel 10 Ilrj~j.ilhli!irj?.ie ingIesa (fndian penal code í85(i1: ij 378."; o do
tez, du. 12$cr,ler. 1831): art. 360.'; pelo brãsilciro Mexico /Codigo penal mexicnnn, '7 de diciembrc? da
(Codiyo pe.)aal dos Estados Unidos do Brsial, 11 de 1871j: art. 368.:; o da Ruaaia jiS'trc~fyesetzbzich,f'ii~
de ozrtubro de 18.90): w t . 330.": tle Zuiicli (;Str.crf- Rzcsslrnnd, Anyrife azrf dic Ftrnibgm~sordnz~ng; En-
yesefzb.rch J%Y den Iianton Zurich, 8. Junuar 1871): t~~:urfd<rs),
fiedaktioru kciw~.~t~Wsio~~,
18;4!5): art. 1644,';
5 1.62."; o d o lirago:iy (T,;d:(I(iP h ~ c l lde lu Repu- o do Cariadit (Cri>riivc.al r:u(le, 1892): art. 303."; o
blica O~ientalde1 17ru9'~la?y,de 17 de Enero 188.9): da, Noruega (AZmiaclelig boiyerlig Stl-afclov qf 22
ari;. 369." mai 1902): $ 257."
Ancentnandn qiie n e m senipic as legislaçCica ne- a s legisIaç6es a mc~bilidaded a cousa jl),
r~ucccoilstit~ic o objecto d o furto j
guem uni ciiteiio exclusivo (11, que, por vezes, se
2."-que, Aparte o codigo p e n a l do J a p ã o de
confiindc, n a doiltrinn, o segiiiido e q u a r t o crit,e-
rios (2j, q u e , d e n t r o d e c a d a g r u p o do legisliições,
1860 [nrt. 37l.':j, « d v Brasil de 11 de
n ã o se observa. absoluta identidade d e terminolo- oiitiibro de 1890 (art. 333.') e o proje-
de 1854 (art. 2TO.O). no direito roinano, nos apliarece sempre associado ao $ir-
tum p o s s e s s i ~ n k , v3ja-rje o codigo ~ S I I R I aliem80 ('$ 299.")
(6) O i:odigo ~ ~ e nd:ia l 7)iiiaiiiarra pr.ere, iio 5 334.O, hy-
e P a ~ r ~ a ~ o Btiadis r , soi2i.n k i ilclitto d; f~sr40 cit., p:rgg.
potheses particulares do furto. Via., tariibim, codigo penal
russo, :irt. 1644."
168-172 e nota 17 a p3g. 168.
G
furto, n5.o deve constitirir perteiiqa do nioinento da tentativa pnnicel varia segundo os
auctor d'este (1); afhra, pa,rn algnns co- criterios iiidicados; e , ii5o confi;lrido, porvcntura,
cIigos(Z), a liypot,hese da sua cumpro- na appIieaçâo iil tentativa de furto das regras ge-
priedade na consa; raes sobre O CO?ILLI.II:: e v rriri~lt-l..;~.e.rilutus,
li7'ori??~u~
3."ique, exceptnado o codigo penal allemão vieram alguns codigi~s íiiseiplinar especialmente
(5 291."): todas as 1cgiulai;Ges excliiem do ayuella figtira c~iiiiii?usa.Assliri: ao lado do cridigo
fiirto as res ~ t c h í i i t s(3). 11e1ml fraricêa, que equipara a tentativa de furto a o
f ~ i r t o consiimnia.clo iartt. 379."-40 1 ."), declai.ãm
Nâu ohstante infracçSio n~ato~*ial,
o E~ilto não aSiiella punivel o oodigo belga (art. 466.'), o do
ileeeesita, para n sim coneummaqRo, d e nin evcrito Haiti (art. 330.")o japoiiêe jart. 375.'), e o proje-
coilsecirtivo á acçso subjectiva. que egectira- cto do codigo russo de 1888 (art. 250.') (1).
mentc viole o direito de propriedade (4). Mas o F: clc notar k ainda o regimen da tentativa em
materia de furto violerito, limitaiido-se algiins co-
(I) Simplesuiente, se nota a diveraidatle da firriiula em- digos, ci>rrio o da Finlnndin cie 1889 jçap. XXXI), a
pregada: ecoiis:~ que n5o pcitenqa ao ladrâoii; .causa declaral-a punivel, dispondo antros: como o portu-
aIlleia9, acousa pertencente a V L I ~ I . ~ I Ü DU ,C O I I S ~d'outrrmn. '5
guês (ark. 434,". 2.7, yiie ellzi. ser5 piiriid;r. corrio 0
(2) As cousas peileiicentes e m parts ao agente do fiirto crime consummado com cii.c~imstniiciasa.ttcnnan-
podem constitiiir objecto deste crime no codigo da Dina- tes, e dec,lararido niitriis, cirini o c3eT;aiirl (art. 275?),
marca (art. 310.O), do Brasil jart. B34.@j7da Noruega
que ella 8 punida como o çrinic eoriauilirur~do,
(9 257.";1.
i 3 j Citiindo HARRIS,aniriua MAKZINI( l i u r t a t o d e l i ; ~ r f o
quando as violeneins foinin effecti\-xmente exerci-
cit., p. n, t. 11, pag. P3) que a com.ilion l a ~ ciliglêaa adinitte das C o ~ t r iLd i ~ pcssoae.
o fiivta de algiirnas cousas ntlllias. Certo é, porhrn, qiie
nada se encontra naquelle aiictor qiic atictliiize tal concfu- 21. Ilul~ttivaiiicilte ao factor psychologiçv do
são. Vid. STEPHLK, Digest qf the Ci-i~ninnELcur, Londnn, fi~rto,ao elemei-ito intencional especifico, indicado
1887, pag. 181. ria defirii<;%ode FALLLS pela erpress%o dolo r~~trlo,
(4) Assim o entendeu o codigo mexicano, qne expresaa-
mente declara eqiie o furto considera-se ço~ieuiliiuado...
u i ~ i dque
~ a cotlsa eeja tirada ao ladrão antes de a ter re- (I) Ireste caso, ta~ulreiii,o d i g o panal portugiiêe, art.
movido para oiitio lagar ou de a ter. abandonadoe. .iPI.", $ 1."
trectutici iniplicitanieilte roinprelienderia (1) ; oii, se-
dcconipol-o-Iieni«s. para que rriaia couiplcta rcstilte guindo unia viu ititeriiiedia, coriserra-se n rcfcreii-
a nossa indagq;io legislativa, nas dois elementos cia Lqnelle elemento differencial, alargando, toda-
quc elle ctbrange: a iiitçnq%u dç ~ornuicttcro forto via. c o n e i d ? r a ~ ~ e i l l ~L: ~aiia
l ~ t Iatitude
e~ (2). Corii cota
no agente d a ctsnr~ertatioe a falta de conseiltimento snlilc;ão, diz G a n ~ i c n(S), o nierci yroveito pecrinia-
persoki cujo direito 6 violtido. rio deixa de coilstitnir, como defenderam alguns
Qiianto ao primeiro eleiiiento, ao ani,rzus lucri dos iiitcrpretes do direito romano, ,L cseencia mesma
*facie)~dida defini$% voinxiin, qiie. diga-se de pas- d'esta inteiiq%o. Á falta d , consentimento do pro-
sagem, a lei sempre presiimc (l),uma triplice di- prietario da coixso, c*ai.acter communi ao frirto e aos
recqao desde logo se nos depara nas legislações: outros crimes contra a propiied:irlc. alludem es-
ou se lua1it6m, u» seu wtreito alcaricc, :i exprcss:Io pressainenle o ccdigo ~icricil toscano (art. 374."),
tradicioilal, o que, com expressão r &ria,se observa
em bem pouco niiriierosns legislaç6es (2); oii, iom-
pendo em absoluto com afolmula classiea, sc omittc (1) Assini os codigos: francGs (art. 3i!).0), hdga jai't.
a referencia ao dolo especifico do furto, que a eon- 461.'), rriexic.ano jnrt. 368.'!, da Republica Argentiua (art.
lSS."j, do cantko de Genebra (art. 3IF.\:, do Neiifchâtel
(art. 360.Sj, jayuiiba i(:iit. 366.@), do Canacli (art. 303.O).
(2) Apparece-nos a fórmula .I.»fie~içZo de cyioyi~iar-sei10
(1) Expr,eesaiiieiite, o c,odigo penal da Çulombia. declara codigo penal de Frihiirgo (art. 2330.0~,1iullandi.s jart. 310.9,
(art. 792.0) que ,,a iutençio de appropriar a cousa se rire- do 1l:qnadoi. (;trt 497.*:1, de Xrii.ich (E; lti9.")?alleiuiio (5
siime ntii prova em contrarios. 249.'), hungaro 5 333.'), projecto do codigo ponnl italiano
c2) Empregam a fórrnala oiiinio dc lucro os codigos: de 15 de abril de 18'iO, codigo do riintzo de Argovia
hespanhot (art. 5CiO.O); tosça~iu (,irt. :374.''1, du caritãu do (§ 1iS."~de Rchatt'haiis.iii (s
209.'): de Tiirgovia ( 5 IR6.'),
Tecino (art. 559.") e núriiegiiêr; ($ OB$.?j; a plirase para da Riilgnria <$ 313.01, de P:ind íait. 1S7."j. Como é facil de
flrur ync,:ito f~si;idiiptacl;i pt.1;~t:r~diguaiisti.is(tu (3 171.": ver, a maior parte das Jegislaç6es moderrias ligoli se, na
pelo projecto do coiligu italiane da 1970 e pelo3 prcjectos indicasao do fii11 do delinqiieiite, i rlefini@o dada por Pau-
de Zu~iurilrlliI%I882 r: 1 bdlí), dt: Suvc:lli e c3<: Pessina; a LU^, no Con~,,ilr!ntarirrs ar? Edicf~tm,emqiianto as Irgirita-
expressso «p~.oz.t.ital.-sevê-se no codigo cle Krlig~iay(art. ~ õ e sque iSepresentarn a segunda direcq%o indicada, 3egui-
369.'). C'uhzreuteirieritr corri :i fiiriliulu ado;itad;~, o ~oiligo ritm a drfinipi20 rlas l~is-titutio?~es .Tiirtir~iariF.
da Noriiega uão reconhece o eleme~itoobjectivo da impu- (3j T k t i théorig~ceet p l w t i ~ l ~drt
e druit pé~zal f t . ~ l t y / t i s
tabilidade na appropriayfo de pi~ocltictosiiatoraes de valor cit., t. v, pau" 408.
diinilluto.
102 Dn .?>*rto
-
.. .--
. -
h e s ~ a n l i o l(art. 530.9, huilgaro ( $ 34G.q1 do raii- de uma siibtracçã,~de objectou de primeira neces-
tko do T e a n o (art. 339."), brasileiro (art. 330.'), sidade pode scr cori3iderado pclos tribuna?$ como
mexicailo (art. 368.") e tndos os projectos do co- um motiva de irresporisnbilidade penal Eo delin-
digo peiinl Etaliaiio. Ma6 x oniiss5o nos deiriais co- yucnten ; etc. (I).
digos é justificada, j$ que, coriccirrúndo a rontade I? devemos ainda notar qiie os effeitos do dolo
do proprietxiio. nRo pode a appropriação das coii- especifico do furto poclern ser niodificados por u m
sas a este partericciltcs cunstitt~irf.icto crimiiiosn. evento posterior, como a restitiiiqão do objecto do
E 8 ellu certamente preferivel á forinnla -srm o furto ou a inclemnização do darnno que. afóra o pro-
conse»tinz~nfotZo p ~ ~ ~ z l i d o qiip,
i , , C O I ~eridente iin- jecto riisso de 1588 jart. 25.") e a lei iilg10sa. con-
perfeição technica., nos apparecc 110s cocligos no- duzem: ou á. eliininapiio da pena (codigo do Teci-
riieg:-14s ($ 255.") e aaustr~acn($ í 7 1 . 3 (1). no, urt. 368.'; de SeuichdteI, ait. 86,@;~ ~ u s t r i a c o ,
&Ias, riecessario 4 ter em coric;irleraq2o as espe- 3 187."), ori B sua diniinniç8o orr rediirç8o, scgui~do
cialidades que, no campo legislativo, apreseifia o varias coi~dicões concretas (codigo de Vaud. art.
elemento intericioainl do frirto: bastari inclicnr a 307.": do 3Sexie0, ait. 376.',1, o a sóii~cntoS sua re-
respeitnnte nos furtos d-etcrminnctos pela neceasi- 5
ducqãn (codigo de S u r g o ~ i a , 147."; do Japão,
dade - a nlales~~udu fio~zeslcircurilstailcia que, em- art. 86."; do Chile. art. 456.')(2).
bora prevista lia. part.e geral de cii~a,sii.otlos os oo-
digos, apparece regulada, com refereticia escliisiva 22. A peiin do furto nas actuaes legislações 8,
a,o crime de fiii.to, no codígo fie~panhoI(art. 531.', em regra, a de pris%o(3). Mas, para a gradoaqno
n." 5.O)!, qite commina o rninimo da pena ao crime
de fiirtii inferior a vinte peestas; no da Turgovia (1)Vid. Caassarx, La r e s p n ~ a b i l i t épinccl eb I'eafrSme
(' 146.9, que o aoiieidera como contrareilç50; izo Paris, 1900, pag. 22. Vid.
.~i~isere, tnmbern codigo penal
allemzo [$ 3C0.0;, austriaco de 1852 ($§ 46 f e 264 f j,
projecto fraiic&s de 1 6 de mar.Co de 1900, se-
cl~ilenode 1855 (8 2.@,n ~ t 10.",
. e tulgaro de 1896
11.' i'.")
gunclo o qual ao caso de estreiria miseria do auctor (art. 46.O).
--
(2) Circrimstanria especifica quò em alguns oodigos (de
(l'i Vid. ~ ~ L I Idelitti
A , c o s t ~ ola piopiiefd cit., pagg. Zuricrh, 170."; do Uruguay, art. 377.') leva, egualmente,
48-50; RXANZIXI, T ~ u l l a f ocJrlj"c<do ~ i t . ,Y . T I , t. TI, p g . A diminuipZo da pena, C a do furto entre conjngeu.
13 e segg. ; YOHLISZE,Die i V t ~ . u f g e s ~ t í g ~ bcit., ~ ~ ) ~t.g I, (3) A ~ ! T I inortt':!
~ C appli~a7'el ao fi~i.tonasleis penaes
XII, 111, $j 9, sec. n r , n.O 1: a. da Belgiea, Bulgaria, IIespaiilia, Meuieo, Servia, etc., foi
reneial do furto e do roubo. Siniplesmente, corno belga (:irt. 475.*), j;ipon&s (art. 380.'), Iieapitnhol
gradiiaq,%o (1:) iiiteiisiilade çriniinosa do frtvtu, ut- (ai*. jlfi.", n." I."];
tendem ás ciieurnstanciaa quc podciu acompanhar C,~I de leste6 peasoacs (Acerca das quaes azo oinis-
aquella, dando-se. pois, uma qiiaIifieaç%odentro da aos c)s codigos da Finlandja, Italict, E i i t i e Uru-
propl ia violenvi;~. Esta qri;~lific:at;$o (dcpred/r:ionc gmy) graves jl), .i:iolar$io (codigo penal jayoubs,
pz~ali+<rfr<ou ,yv~sinziono.n o codig o pei-ial italiano), art. 380."; portugiiês, n,rt. 43'i.Oj: restricqão da li-
que, aliâs, nem i36 da violencia deiiva (l), póde, berdade pcssoal (eodigo peual do cnntso dc Teci-
quanto a, esta, resultar: no, art. ,772.'' e; do Urligi~ay,art. 373.'; portn-
a) da eir~umstanciado hurnicidiu. çouítzinirnado p ê s , art,. 434.');
oii tentado, rliie iliiplicn a nggrnvaç8o da pena, c) d : ~O ~ ~ C L I ~ I S ~ Rda
I ~ reuriião
C~R de di-las o11 mais
desde n iriiriitna -pris8o cellular por oito annos, p e s s ~ a s por
, si~ilpIesaecordo on c:oiistitiiindo usso-
consignada ilo codigo portllgllhs (ait. 433.") ciaqão pj jpoirenturn s6 aB.o prevista no codigo
até á de morte, prescriptn, entre outros, no codigo da Ilungria e no projecto do c,ndigo para os Esta-
dos Unidos, de 1901). circn~netaiiciaque, por ve-
zcs, appa,rece combinada com (iutriis (codigo penal
gaui ROS beris a ameasa do ma1 provenieiite da oioleneia
psjycliics, liinitam a siia ~ a r i c $ X o áameaça de psrigo para liespanhol, art. 517.' ; belga,, zirt. 371." ; fi-nncês,
a pessoa, on codigos da Genebra (art. 319.0), allem8o (8 art. 382.': portugiiês, art. 431." 1.') : 5
249.Oj, 1iollnridê.s (art. 313.O), de Yei~fchLtnl(ar%.372.O). do porte de arnias, appareritei; nu oçcul tas -
cirçuin~tailciaque, eiii algii~iscodigos, appareee
«suspensio da voiitade iiiedisnte o emprego de substancias corribinacla enm ciiitras [franr:$~c,art. 381.'; hespa-
iiarcnticns OII outras, que teriliur'l por rt-si~ltarloa privaçlo
nhi~l,ait. 514."; pryecto rio cocligu russo de 15'88,
d o ixso doa s c ~ t i d o ~: sassim, o codiçn periiil c10 JayiBo ds
1880 íart. .?B3.'), projecto fcderal suisso de I896 (art. 76."),
o c011iga da IIungria de 1874 (5 34(L0j,o de Ne~ifcEiPtalde
1891 !SI%. 373,'j. (1'1LIgravidade da lesão ubo é exigida no codigo fran-
(11 Tid., por eseiuplo, o codigo peiial chileiio que, no cés iart. 3SZ.Oj t! liespanhol (art. 51C;.O, ii."' 2.', 3 . O e 4.').
31%. 436.", atte~id~ :i0 valor (:orno criterio para graduar a (S) São de iiotar, quanto A 'cpresslo das formas espe-
penaliiIn(1í~.Qii:into Q a~gravanteesj>ecial da recidiva, riues dr furto violeiito par ass,ciriacilo, 0 coiligo petial da
veja-se o nodigo pcinal allemdo (g 230.'j, da Noruega (5 Indiii IngtSsa (art. 335,"j e o da Servia ($9 244." 234."),
26,3.'), etc. relativameiite As ausocia~ijesdos Dac~iLtye Aiduechi.
art. 25."; belga, a.rt. 47 I ."; poi.tugu&s, art. 434.',
cumstan~iasreferentes ao valor e á. qualidade d s
5 I.");
cousn (quaritidade i~aturaldo furto) e 6 1)Pssoa. ao
e ) da ~ircilui~tilr1t:ii~ de ser c:olriiriettido o roi1130
tcrnpo, ao logar c ao modo dc ~xecnqBodo fui to
eni praças priblicas, estraclits, i3,lto inar? caminho de
(yuaniidade politics do furto).
ferro (codigo penal rillerri3o, 5 250.', mi.' 3.'; pro-
jecto s~iissode 1896, art. 76.") (1); a) C!rite~iodo ecllol*.-Ao contrario dos codigos
* f ) CIA simt11:~~ãu de oideiis e qualidndes oEciaes penacs fraiicds (art. 801.")e belga (:irt. 363."), que
(cricligij penal bclgii.: ait. 470.'; hullarirli!~,a p t . 312.", n%otem en3 corisidern~%oa q~~iianf.idede o1)jectiva
u." 3."; iirin~egiiês,5 26'1." 7l.O 4.L). dos c,rirnea coiitra a pi.oyi~.iedade,e, por consequen-
Quanto ao hirto com vicilcncia. riao cia, o valor do 01-jjecto do furto, as restaiite~Iegis-
ou simples, se assim rios poderrios expriniir, limita,r- laFCes attcndem ao ciiterio do valor para a. medida
nos-hemos a notar que, Aparte os codigos que pro- d a quantidade riat,ural do furto. )Ias, ao p ~ s s oque
curam rlefinil-o ein hnrnionia com os criterios sc- algiina c:odigos estabelecem um systerri:b de e r s c t n
giiidos pri,ia x rlet~ri~iiri:tçSodo r1610 especifico do gr;idilaçiio, segiiiido o qual: A medida y iie augmenta
furto (ani~>zin..c Ilicri f a c i e ~ r l i : cfidign cliileiio, art. o valor cio objecto du fuito, augnieritn, em uma re-
432."; llesl)ai~hril:art. 515.'; noritegiiês, 267." ; gra de proporqão crescenie, a peria de fiirtci (1); ou-
i.nt~z$o cle apyi~opi-iu;cioilliriin; riuetriaco, 5 1 9 O."; trospcicm de. parte ;~q~~ell;i.gradriaçSo e: fixalido iim
hringaro de 1878, $ 344.7 alleingo de 1 8 7 1 , 5 249.7: determinado vali-ir artiiigivel pelo furto, est:ibelci:eni
as 1çgisjaçGcs yresrippõeni a nuq2u clo furto, cunri-
unia diversa peilalidade para os mime> eigo abjecto
dcrando a violoncia uma qnaIificaq5o d'aquelle. fica áqiiem ori iilti*apasl;aayuella liiiha divieririà (2j;
Talribem o furto dos anirnaes destinados i cultura, e n a lei liungara sobre econoniia c policia i.iira1
ao trabalho ag-ricola oii factores d e produc(;;o @os- j x ~ rdo anuo de 1804).
toricio) foi reprimido pela,s Iegislaçdcs corri s:~iicc;c'ies
espcciaes. Abandonado qriasi totalmcntc u criterio c) C,itei,iu da quulidude do auctur do furto. -As
tradicional da importnncia ou do numcro dos a ~ i i - qualidades pessuaes du iirictor do furto. que aggra-
nlaes sublr~liidos,prevalece, actnilln~eiite, eouio vam este, referein-se á p1riralid:~d~ de furtos - con-
qualificador, no systema do direito cunipsir:~cto,o d i ~ " iilbsc)luti~ou ielatira, ou á plui alidade de de-
criterio do logar. Assiin, o coiligo penal francês veres vicildclos pclo auctor do furto -relativa.
(art. 388.9, hollandês (art. 311.'j, da Bi~viorn(art. Quanto B pl~i~iilidadc de fiirtos, e abstrahiildo
218."), dinamarrlir@s($ ?29.",n." 1.9, ~iur~iegiiês de das l e g i ~ l ~ ~que,
~ õ ecouio
s ait;~liana,comprehendem
1904 ($ 2SS.", n."4.'). rricricauo de I871 (art. 351.', todos os criiiies lias disposiq6es gcracs sobre a
n." li), bra~ileiro(i~rt.331." 5 1."):de Neiifdiâtel, reincidencin, podemos destacar as legislações que
(art. 362.", 11.' 1.9). consideram a repressão da reincideneia em cada
Mas, além da especialidade do codigo penal da variedade do furto, das que, sem attender á varie-
Finlandia (c. 25, 5 2.", n.' li).?, que attende ao nn- dade de furtos, respeitam apenas ao facto da rein-
meio e qualidade dos aniniacr, prosciudirido, por çidcn~ia.eni geral.
completo, do logar do furto, mcrcee me~ic;aoo di- Entre as p~inieiras,referiremos especialmente a
reit.0 inglês tradicioi~al,qtie yuulilicoii como~fetelofi~, inglitsa (Lrnce~t,?! nct, 186 1, c. 96) ; relativamente As
por orna lei de 1861, os fcrae ,YL(IIIN.(L(:e clonlitae segundas, ilotaienios que, iiinas vezes, se attende
? z a t u . j 5da
~ ~legislsc;ko aiiterioi., piinindo com a pena s6 á primeira ieincidencia (codigo penal Iiolland&s
da deportaç,?~da trcs a qiiinze nnnos o aiictor do de 1881., art. 421."), oiitras S segiinda (codign pe-
furto de cnvalIrrst bois e carneiros. nal português, art. 421." $ 2.7 allemiio, F; 244.';
E, em ant,ithese com as disposições legislativas 5
aiistriaco? 170.O), oiitraa á segunda ou além d'esta
antecedentes, uin tratamento objectivamente privi- (codig-o penal Iiespanbol, art. 653.': n.' 3.'), outras
legiado os codigos estahelecein pnss o furto dc pro- ;L qualyiiçr grau de reincideneia (codigo pcriitl dit
ductos campestres, que 6 corisiderado simples con- 5
Ilina~narcade1866, 230." da Kor~iega,E; 265.3.
travenção no codigo penal franc6s jart. 475.', n.' Qnttrito A pluralidade de liessons! yuaIificaç%o
15.':: Iiespaiihol jart. 607."), ùnlgaro (art. 5214, ila expressti 11ii cjiiasi tcittilidade dos corligos, ~iotiwernos
lei nustriaca dc 3 de dezembro de 1552 (art. GO.'),
:i~xirticiiltiricl;i(lacle algiiinns legislapões que, iião em tempo de ciil~niitlade(incen dio, inttiidaç%o,uau-
especialnlcnte a necidei-italidaile da. re-
i.el~~.iiriii-rdo fragiu, trimiiltn, epidemia, etc.), prrblica fciidigo pe-
uni%,, exigem a circiiuistnncia dn nssociagAo orgoni- na.] fie Neiifciih,tr.I, a,rt. 3GS."; tlc) Jtip20 de 1880,
zada; assim, o cocligo pena.1 alleni%o (5 243.O), o art, Yui.'; ds Ilollarid:~.ide 1881, a.rt. 31 I.", n." S.'):
norriegiiSs ($ 259.'. n." i."). ou priblicfi nu piivadit (eodigo italis.no, art. 404.",
1iela.tiramente A ciscilnist:incia iiidicada e.rii 111- ri." 2."; auatri;~co,$ 174."; do iS~,rigii:iy,art. 3'i1.0,
timo Iogas, que abrange: pnrtieulai.rnente, o aiictor 17.O i?.*).
do furto domest,ic.o, Iiiiiitar-rios-hemos a indicar
a. te~idcncia das legisl:iqi7es, tl.,zdueirla rio rorligo i) C.r.itel-lo do lagar. - A vnrird:tde de condi~õoa
penal allernão, para excluir das circninstancias ag- e de nosultis ruIativas ao esiterio do loga,r deixa ver
grsvailt,es do furto n rlo abuso rle confiança domes- que: na generalidade doa casos, olIe n I o representa.
tica (i). seu.20 um conceito empirino e iiideterminado, abru-
$ando uni& rnult,iplicidade de elementos heteroge-
$1 C!Kte~i:odo ienipo. - Q~~alifica o furto : 1."a rieas, que si5 uma classifieaç%onmis seieutifica teria
circumstailcia de ser 11ratic:tdo de noite, oii qiia.ndo podido disciplinar convo11ieutement.e. Assim, e li-
esta circuinstancia irtiporte pi.e~uinpyAode perigo gnnrlo-nos apenas a . caracter
~ eutrinseco e acciden-
o i r aliirme publico (colljgo peria.1 austriaco, $5 r 73." tttl d o logar, notaremos que, ao ccintrario do cudigo
:1.176.> dobfexico, a.rt. 395,>lholIand&e,a.rt. Sll.'), petial mesicana jart. 38?.*:1, qire attazide ao ci-ite-
o t i quando faeilite a a c ç h criminosa {francês, xrt. i.iü ercl~isivodcl logar, esta circumstancin, corno
385.', n.' 1.'; allem%o,$ 2-13:, 11.' 7."; de Neiifch,S- ;i,ggraraiite da inipiit,abilirlacle do ailctor. c10 furto;
t e ] , art,. 362.n, n.' 8." de Fnrioh, 5 163.-; da 30- apparcce, eu). gcral, c»n*juugad coiu oiitras. Assim
ruega, 5 258.", n." S.") (2); 2."~ de ser co~iinettido a condição cio log,ir habitado (1)veni coniiesa A do
Inspirado ~ U doutrinas
S de Bosi-I, CHAUVEAU e
confiscação de bens, os açoites: o baraço e preg.50,
H~LLE,e tendo conio fontes legaes prineipalniente
a iirarca d e ferro quente, e todas a s mais penas
os eodigos franc8s de 1810 e hespaaliol de 1848,
criieis o11 infamantesi (1).
o riovo cocligo, que no livro Ir, titulo v, Dos c r i ~ n e s
Xas, eiri nbso11rt.a iricon~~atibilidnde coin um go-
contra a yrropriarlod~,e artt. 42 1."-444." se occupou
Terno monarchico estztvel e pcrmanente, a consti-
do [t~rtu c do roubo, accusa ainda notavel severi-
tiliqlo, separando-se theorimmente, eniconcepções
dade (1). Commjnava,-sc a pena do degredo tempo-
r~bstrnctap, do estado social preexistente, n8,o era
i.ni.io pnrs o aactnr de furto de valor siiperior a
ciavcl(2) t. restaurado, morneritaneamcntc, o re-
vinte mil reis e a de degredo perpetuo, no caso de
gimen absolrito, que fez renascer o antigo syatema
reincidencia (2). Para o crime de roubo a pena era
penal, veio s carta ccinstituciunal de 1826 n%u s6
a de traballios pliblicos no iiltrainar, teniporarios ou
abolir este, ]nas preceituar que se organizaria
perpetuos, segundo as circumstanci~is que iielle
((quanto antes, um codigo critrijilal fliridsdo rins so-
concorressem; yriando o roubo fosse comettido ou
lidas bases da justiça e equidade^ (3j. O Codigo
tentado, c;o~ieorrendoo crime de homicidio, seria
Penal do, Xrqdo Pnr.luguilsa, organizado em 1537,
applicada a pena de nior te (3). Declaravam-se ap-
por JOSE MASOELDA T T ~ e ~approvado ~ G ~ por de-
plicsveis as penas do furto ao quc fraudiileiltamente
creto de 4 de janeirn, mas n8o levada á execnç!io.
subtrahisse uma cousa que lhe pertencesse, estando
j5, não n-ieiicionnva entre as ~ C I I R Sa b turtiiras ou a s
elIa em pri111nr ou deposito; ao que, terido achado
crueldades de qualquer ordeni. Instava, entretanto,
quniqucr objecto pcrtcncentc a outrem. deixasse
a necessidacie d a reforma; mas os acolzteciineritos
fraiidulentan~entede o entregar n seu dono; ao
pliticos do tempo fizerarti diffeiir a pnblicaç8o do
pile filrtasse ulgiim processo ou parte d'elle, ou
novo codigo, qiie s6 em 10 de dezembro d e 1852
documento ou qualquer eseripto (4).
veio a appnrccer.
( I j Art. 49.O
(2) Art. FIO.', n."".', 2.' e 4," 27. Em um% noção desc~iptivado furto, o co-
(5) Art. 51.O digo penal portiiguks, inspirando-sc na tlieorix ro-
(4) Art. 57." msnista, nias dando-llie menor zlcai~ce, declara
(5) Artt. 4SL.0441.0 que comrnettc o crime de furto o agerite qiie pro-
algzbmn cousa p
cede szabtrahindo fiai~dulor~tument~
lhe tzãopertenca (art. 421.7 ((1).
por parte do ladrão, porqiie, n8o se adquirindo póde surgir a respeito dos codigos que, como o fran-
nunca o dominio da ~es~fifi~j-tiz;cc, todos os furtos se- cbs, punem cgiia~mezitea tentativa e o crime con-
riam acmpre tentados e niiiica consnnimados 1, jit qnc saniuiado(i). conio B ociosa para aqiiellcs que, como
não se tratit da ndyt~isiqaode dorriinio pelo Iadrâo, BUCCELLATI (3))entendem, embora com iini h l s o
inas rle c~ssacâo do domiuio por parte do lesado. critei io. que a tentativiz ciu não devc scr punida ou
'Mas: sc o fiirto d e çoiisururua pela passagem da cousa deve sel-o como o delicto perfeito, ou, coirio FER-
para a esphcra de actividade pntrimonial do ladrào, RI í3), GAROFAFALO (4) e, em geral a escola, positiva
e se, por outro lado, constitue elle rim delicto iiis- do direito penal, defendem, s~giiindoa doiltriiia
tantaneo e nSo um dclicto eontiniio, poiisso que su1)jectiva nllem,i ( 5 ) -, e attendeiido ,I riizrior ou
consist,e n a subtracção, isto 6, num facto, e 1120 na m5rior temibilidnde c energia offenaiva do delin-
possc, isto 8, num estado (1)-, póde uffereccr di&- quente, o11 a iusiisceptibiliilade de pniiiçdo dn ten-
culdade a cictcrniinaçiio do momento preciso cin tativa ou a siia eqiiipai,~~ao no crime coiisummado.
que se coristirrimn aqiielTn subtraccKn. A qiiestZo não N l o assini no codigo penal portugii6s. Snbanios,
pois, aos prii-icipios.
(1) No direito romano, adniittis-se a continiiidade do
furto pela posse: 47, Dig , de ftwtis, 267. No direito mo- Na historia do pensamento jiiridico doutrinal,
derno, eni que se reputa ciriine ou iiifracy?io <:»ntiniia a de- quatro tlieori;ta ttyparccerii quanto ;ao momerito cun-
tenção arbitraria de tima pessoa (Cod. pen., art, 330.O}, sumiilatiro do furto, á JefiniqSo da sua substaiicia-
não se considera tal a detençno :trbitraria de urna cousa.
lidade objectiva: n da aifiotio, x dit cipprehelzsio, a
COIUrazão diz GARI~AUD (ii.aité t h é o r i q ? ~e f~ pratique du
droáf p&noZ~frl.an~aiscit., t. v, pag. 396j que seria liara
desejar a rriodifica$o na qosliiicaçào de um crime que nos (I\ Grovaiuar PVRQUEDDU, B~clfentativo matnaia d i
ameaça cada vez mais e qii- traria tono consequencia uma f ~ i r f o ,apud Rirista Penale cit., vol. XXX, pag. 34; E ~ A R -
melhor protecçgo do3 iiileresses sociaes. Damais o furto CBETTI, Conq~ndiod i diritto pet~ctle cit., pag. 67.
continúa com a posse, porque est,a pnssr: continua a acti- (2) T s f ~ t v ~ bd~l zdkitto
i P proeedura peimle cit., pag. 366
virl;ide dclictuosa du agcntc. Vid. Dr. HENRIQUBS DA
e segg.
SII~VA, QueafXes praticas de r l i ~ ~ e i (penal
u inte~~l.aeionuZ, (3) Soctologia crilizi?anle çit., pagg. 702-705.
apud Estudos juvid<cus, Caimbra (lmprerisa d a Universi- (4) Cvirni~iologic~ cit., pag. 354 e 385.
dade), 190S, pag. 151 ; M~RLXD, Dss vols duhestiyues cit., (b) Vid. &fossa, Il fsatativo, Sassari (G. Desi!, 1896,
pag. 102 c segg.
pagg. 61-64.
Cap. 11- O furto no direito português 143
ter dito aet onznes ~e.s puae ira eo want coiitrectrruem:ta, de- ( I ) Di:l if~onzeiiloconstamatico de1 fwrto, Pistoia (Cino),
veria dizer nfuevitn. Mas o jiirisconsiilto pnra poder decIa- 1870, png. 23 e segg. Para maior desinv~~lviilieiito d'esta
rar ladrão ta!, empregou o verbo ababu~e~it, sem duvida theoria, que tem a defenrtel-a Asauia, C+II:~~IANI e YUT-
para accentuar heili o couceito da subtracpão, e com razão
diz FERILISI (Di~ittopelaale i-onzuqjo, apird C'on~pbiotrat- pag. 26 e segg.
tccto feorico e pratico di di9,itco penale, pubI. da Pieh.0 C'o- (2) Programma deL corso d i d i r i t f o eri9riinaZe cit., vol. IV,
gliolu cit., rol. I, parte r, pag. 1.513 tche furium deriva da pagg. 20-22.
« ~ / . f e r ~il, eclie significa appanto asportazioneli. Vid. UEOR- (3) Vid. FEDERICO BENEVOLO, II tentafiuu, Torino (%o-
GES Ti~'irq-, De 2 ; c l b n fii,.ti en dvoit romatk, Paris (Mo- ne tipografiio-editrice), 1887, pag. 121.
quet), 1835, pag. 66 e segg.
C s p . U - O F L P ~ Oitn ilire::i, poi.ta0llC~ 145
i l z a i i ~ i ,eattts dtiita theorins, porque attcndiam a ci>natitiiitlrt pni dois termos: o ternio 0
P?/,)u, C R ~ R
dizer, logici~rriente, coliio faz DE I f - i u ~ o(I), q n c RELIE ( l ) , ~IICCLA (2). LUCCIIISI (3j, JOUSL~X (4) e
a i n d a n e s t e c a s o h a t a viola@o pi<irt~.ald o d i r e i t o o u t r o s q u e , segiiinclo YESSIXA(51, v4em a s u b s t a n -
de p ~ m sobre ~ e a C O ~ I S ~?B c.ialid;tde obj,jrctiv:~ do f n r t o na i n t c g r a y ã o da cp-
Pôr a q u e s t b c q u i v s l e a resolvei-a. O s y s t e m a prchensio e cla cr,>,rot<o,consistinclo e s t e iiliimo ele-
da contrectubici c o n s t i t u e o i n i c i o d o m o m e n t o Coll- i n e n t o na. mirdniica de l o g a r , i s t o 4. da esphun de
sumrriativu d u f u r t o ;c o n s t i t u e a r e m o q ã o da, c u u s a . adic;idade do Zeyitiwlo doie)~torda cousu (6).
Milas e s t a 8 m e r o n c t o p r e p a r a t o r i o : o c r i m e 86 se Sem o terrniiuis ac-l p c m , n nmofio 6 incompleta;
integra c o m a s u b t r a c q ã o da c o u s a A a c t i v i d a d e pa- iricoruylcta a aluotio 4-0 c g u a l m e n t e a cuntrectcrlio;
trimoriial do r o u b a d o .
A s s i m , a t h e o r i a da s u l t r a c ~ ã c ,foi prefereilte- (1) Apiid Axnnh:o.rrr, CwzfrZbutu sfurico-glu.rldico cit.,
m e u t e acolhida p o r Pun~rlr(2), ZAN-RDELLI (3), MO- yag. 55.
1,IYIER (d), K L ~ E(2), X TITTM~NY ( G ) , 3 1 ~('i),~ ~ .AR-1 1121Trciitato sul fbrto, P I $ ~(Doinenico2 ~ ~ &Iacc.:irrone),
~ ~
R A c n (8), TRIBUT (g), ZIXCKLEE (lu), CH~UVEBU et 3397, pagg. 145 e 249.
-
-L.
L . (3) Elemanti d i p~oeeduropende, Yirenee juarbera),
7.
( l j De1 fuv.10 cit., pag. 1899, pag. 69.
(I)Delitti co~rtrolu p~opri'efo cit., pagg. 61 e segg., s (4) Lu justics ci.%jili>,eZbcit., t. I r , pag. ICG.
90 e segg. (5) h'lemsnti d i diritto psrzale cit., t. Ir, pagg. 211-213.
( 3 ) Reluzione dellu comj~~irsione dellim L'minera dei d e p - (6) l'nra tornar mais claro este coliceito, PESSXBA ad-
l a f i sril pi-~jettodi codice penule, Toiino, 1888. d ~ i zextiri~ilosqiie afastam c~ilal<li~(:r duvida, e aqui reyro-
(4) Lu íepi-issio?l du vol d'uprès Zes Zuis aizcierancs et Ia diizimíis: aSe si entra nella casa altrui a coiniuett~rvireato
jzwispricderzce du. Parlemaizt de Tuulouse, Toiilouse, 1868, di fitrto, i'uscita da1 lmir~idalla c::is,z è couriiziiirie neces-
png. 16 e segg. sarja perch6 i1 furto si dica consumato: se dite porsone
( 5 ) Rivlzta cJelle teor;& íelcctbce u7 ilelitfo d i .fzwto cit., (liiiiiirano nella rn+rIeiiima casa u a i11 diversa atuuza, I'iina
pag. 125. dellr- drie iicin coii;~iiilct verariieiilt! il hirto, se non qiiaiido
(6j Ayud WAECHTER, LleEZu cons~tmmazione de2 ft~rto porta Ia cosa fuori deila scanza nella qiiale essa era ripos-
cit., Ioc. cit. ta. Se due iildiuidui dirnoi.aiio nella medtsima stansn, CO-
(7) Rsutl ~ 0 1 ~ b ZU. o proprvietk cit., pag. 108 c scgg. me i compagni di uiia celia carceraria; o i convittori di un
(E) Z h i t é thkoripui! et pruttpue dti, dvoit pinal J i , a ~ ~ ç a i s collegio, il firrto piiii dirsi cnnsiiinato, quando lu cosa è
cit., t . V, pag. 399. totta da quell'augu~torecinto ove si contieiie tutto cit che
jY'I iYotion dc le s o ~ ~ s t ~ a d iço~$nr r n eéEdnle?kl cut~~titufif nppartienc a1 doi~iinusdi essa7 ad è portata ria nasciiide~~-
rZic vul, Paris (Heuri Jouve), 1004, pag. $2 e segg. dosi sia altroce, sia f1.a gli oggeiri stzssi de1 soitratoreii.
(10) Tfzdork du code penal cit., t. IV, lue. cit. ..
Cap. 11- 0 p~rto?to direito po>.luguês 149
----
miiin ao Iadr:'io e ao roribndo, c iieste caso, bnstsrlt fica perfeita com a sua apprehensso, coni a iriteti-
para n consirmmaqâo do furto que o auctor d'este, 9% cde a appi.opiiasi ( I ) , para se considerar con-
approprittiido-se d a cousa, a terilia sul~i~t-tthido A sunlmado o furto exige-se que a coiiea sáia da es-
disponibilidade propria. Em tal caso, seguiodo phcra de ai.tividatle d nqiielle it quem ella pertence.
tlleoria rliversu, adruitti~uosqrra Ii:cja furto consiim- Mal coinprehendcmos, porénl. tal objecqgo. Em di-
mado. reito civil, a oceirpaç8o terii Jogar quarido :Lcousa
Allega-se mais qiie ii riomt doiliriiia contradiz sQe da espliera clc actividade do proprietnrio, e, em
xbartarricntc us principias do direito l~en~cl, porque direito penal. sristent-ainos qiie o frii.to se rep~zta
confunde a objectividade juridica do crime com o co~iaiimmadoquando a cousa 4 subtrahida áquella
fini remoto que o ;agente tem em k i b t a - d i s l ~ ôli- ~. esphera de actividade: onde, pois, x antithese?
vremente da coma, pondo-a ao seu alcance. Mas E note-se que, se para as res nzhlliua basta a, sim-
notarenios, com P E S ~ I N . ~qiie 1180 se f a z consis-
(i), ples occupação, pz~i-aas res alterius, pelo contrario,
tir o mouicntu corisiimniativo do f i ~ r t orlt~couse,cu- estabelecem os codigoa, como garantia da posse
$50 da liberdade de dispor d a r e s jhrtica; mas n a e do douiinio, noriiias fissis e taxativas, que regu-
subtritc<;i'i,oda COLISU á esplieru do activicladc do lam a forma por que s e adqriireiil arjirellas coii-
deteiltor ou proprietario, qne é o fim inimedia.to sas (2).
q11e o deliricl~lentese pi.opGe corisegijir e qlie c ~ i i s - Iiie6caz julganios tambem a objecp50 ?e que
titirc, prt.cis;iincritc, ti objcutividadc juridica do esta doutrina 8 perigosa nas srias applicaqões. por-
crime do furto. que: dsveiido o furto dizer-se consunimado quando
Diz-se, niiida, cliae :I. t,lie.oiia. qrie defeiideriios est6 o IadrDo pôe n cousa eni I o p r seguro, a proprie-
em perfeita antithese corii os principias do direito dade dos cidi1d;ios fica exposta a ui;~isfrequentes
civil erii inateria de posse, pois que, ao passo yiie
scguild,3 estes a occupaq%oinat,erisl de uma cansa
(1) Vid. Sr. Dr. TEIXEIEA D'ABREU,Ligaes d6 cli,,eito
ciciiput.licgek, Coirnliii,a (Frarip Arnaiio), lSc)S, pag. I i)?.
que o furto se consumilia corn a viola~Xoda posse, pcrque, (2) Vid. Vou Iaeicta~, T e o ~ i ade la yüsQs!o~&,El Jtn-
em muitos casos, com u furto, viola-se u d~tl,ruluti)doniiriiu Jarnt'nto de ia p)rotscçif;n poceaork, vers. por AUOLFO 1'0-
qtle uma pessos t m solire a coiisa.. . SAI)^, Madrid (Revista de lagislacionj, 1894, pag. 15 t;
di d i ~ i t t oyenrtle cit., i. r i , prig. 312.
(1) Eb~~zeizti segg.
Cuy. 11- Ofurto no direito portugub 153
ataques dos iualfritnres, vist,o que miiitci difí'eieiite c?" da eoiisa, á esp?~ei.ade actividade patriiuonial
4 o iilc~inccda fi,l.l.ritilt~por riús cinprcgacla. do pi-opriet:trio, crcnioa eutz prefeiival (I).
Podefii: iix verrlade, dyzer-se rliit a ~as$f"lr~?ica iim yiirl medi,r.rn entre iz tlzeoria da conti-e-~
estri ei-ri lug.21~ scgiiro dc.de que ri 1;~drKotrxnsphs etutia e a dti cl.b?attiu: tiq~iaIli4triiiito rjgoros;i, esta,
os limites cla capa oncle coriinietteii o fiirto? Se: muito torninlistn (.2!. E foi ella a adoptada pelo
par:[ se considerar consiiiniria.rlo o f ~ i i t o , deves- ~ o d i g openal porttigtiSs.
semos esperar que o ladrào tivesse conduzido a
coiisa para Inga,r segurfi, a. maior parte dos fiirtos
(1) I)esnece?,snriob dizer que a diatincqão de CARRARA
corisumrn>~dos scrialil piinidos como tenttldus e a
(Proyramma de1 curso r/i rli.~-itfocriminaie cit., pagg. 28 e
resressão peiia! perderia de efficxcix. Bem dizia
29) antrc: a?i?otio iefiriitiv~(a que se faz da conea que se
~ $ I T T E R ~ I , ~ I P(I),
R qiie síi J jilstit a ilieoriii qiic de- quer fiirtarj e pieparatoria (a que i-espeitw :r causa que
clara consummaclo o furlo qnarido o ladra0 zha ri- servo para facilitar o furto do oritra) 6 perf;.itamente iniitil
rno3sa 1% cosa. o r e il d ~ l ' i l h ~ 41% f ~ cnetrjriira,
l e I'ha na no%a Llicoria, pnr isso 111'. C. i~xpo""i"el a confuu8o entre
prcsa i11 modo chc resta iottopostii. ;rIIa sua sola os actos preparatoriiis o11 cunrtitutiros da teritativa e os
disposizioner . que constitue:n a coiisumma~ãudo fiirto. JTicl. CRIVELLARI,
B8i ranti c o n t v ~la p?opr.ielG cit., pag. $3; ~ ~ ~ ~ Bzt- 1 x 1 ,
Etitre, pois. a. iloiitiiria qiie ccirisiclera colisriili-
luto tbe2,fui.t~ eit., p. r i , vol. 11, pagg. 233-235.
mada a leszo da actividade patrimonial do TOLI- (2) Nsta theorin recebe f~cundcte pratica appliea$io no
bado, qiiaiido, de facto, el!a. n2.0 teve niiiil:~lugg~r; caso ein que a avidez; do larli,ão seja dirigida a urna plura-
a guc a faz c011sistir O ~110incntnde corisammaçito lidade de coiisas. Assim, ri:+ hyIiotli+ae refevida por DE
do furto na appreheris8o cta cousti. corii interiqso de ~\~AURG jDel .fz~i.lo cit., pag. lii), T%'AEC~ITE~ [Dellu t o l i -
apprcipri:i.l-:i.; ;L qrre exige, p:irti a coiisiirnina~ãodo su»lnsione del j r ~ r l ocic., )?r. cit.) e &IORELLI (Det nlonle~to
consrcr~~atico de2 fzcrfo cit., loc. oit.), e m q r i r o age~itrpõe
fiirto, a trnnsfereiíeia da cousa poia o logar desti-
de parte, em r~iupreclio do i,oiibado, iima coirsa a que prn-
nado pelo :ciictoi dc-j Ilirto, cirtiirriistancia qnc 1120
tende reunir outras para as subtrakiii. J e rima SG vez, cao
ptde ter importanciil alguma juridica Faia oe fins basta a sinililas j~11~1;3o (i';iqktellas C O ~ I S ~para
S se ter o
~ ~ r i i ncl ;a. qiie rt:p~~t;i
d a icspori.ji~l~ili<l~~~t-1t: consun- crime cansirilinia:lo: a poss? destas ciolinas, qiie prrmane-
niado o crime dc fiiito quniido se realim rt sulitii~- cem sernpi-e na esphera (1% srtividirle patrimnnial do le-
sado, iiko sofire a!teraçao pelo facto do tcrarn mii~ladode
logar. 'Prata-se de simples prelimiriares do f~irto,de Tuara
prcpara@o, c!onscrrando a parte les~ida.a disponibilidade
Cap 11 - V furto iio d i ~ r i i oportz~g~lEs 1%
- -- .-. ---- .----
se pbde conccbcr a figttra j t i r i d i ~ a do fiirto ciil- penal, porque: rio dizer do prirrieiro dos escriptoies
poso. indica.dos, r a im~>rudenciaIiumaiia s6 tein neces-
Dcsde CAKRAR~
(1) c Dlascr.rivo (2) u .&~AC;R%
(31, sidt~dc de ser i.cpririiidit quaiido seja c:tuaa de
darnilo n%orepara\-el, o que iiko tem logar qunrido,
p5i inwd5 ertuilcia, se siibtwhiu a ~ 0 1 1 6C{?~ outreni,
tosa, da definição romana, nio indicava o do!o generico do
pois que a reparaquo conipleta da imprudeneia com
fiirto, mas os meiow 1:" q11e este S P re?ilisít~:a,servindo
1mra distingilil-ii das uppropri:ipOes violerit:ta q u e ctiliiaui L: restili~iqaridn o)njepto (011 rio seu ~ a l o r a, j ~ i i l t ~ r e -
sob a ectio de vi 6~i12r~i'z1712 raptij?*?L?n (~!KI~HI?;I, Alpp?i?2tc mos) eliiliina o caiactcr l~ulitioodo ciiiricn. RL'CO-
sulba teoria Jsl f~rriocii., pag. 151) e iuvolveiido a ideia candí) qiie OS ensinauientos da. escola positiva yer-
de maliiiosa clandestiritdade; o dolo consistia ns ~ciantih niittcni dcfcnder o furto culposo jS:, iepelliliios a
frairdis e p~opusilurndelinq?ieiidi, ppre~,zlrcenilona elabo-
r a ~ ã oda jnrispriirlencis, esti: segundo t:lcmeiito ysycholu-
gico du crime, istri ti, o acta da resoIiiçáo criminosa: a ? i i a - (1) De2 .ficrfo cit., p:ig. S8.
I ~ f i t i udistingirif woEuntas e t propositarn dcl;n?~tentk>,.» (Dig. (2) F z ~ ~ fapuii
o , Digesto italia~locit,., pag. 1020.
47, 2, 53). E ests d.verso nlodo do apreciar a definiyk (3) De1 f x ~ t oçit., t. 11, p q g . 60 e 61.
rornana. rlo frirlo teru-se ~.eilec~idii na jiit.ispritclrn<:iafrs1i- (4) Sal v e d o d i filvto cit., pag. 67.
cêsa, onde já ee pretendeu resuscitai9, a proposito do eitddo (6) ri-attato rleEfi?-to tit., p. 11, vo!. 11, sei. I, pag. SE7.
artigo, o originario conceito da fraude no furto. Prcferivel (6) Dalitti ccinti,o b yrupi'iet6, cit., liagg ti6 e 67.
seria, pois, a exy~essfostlbli.nc@o d0703<z. Vid. CIRMI- (7) Rkcis!a d t l L ttortie ,,cloliie (rl rlr79to d i jisrlo cit.,
GXANI, Jz~ris c~-i1~i12cílis eleme~zta, Eotiia, 1829, $5 23 e pag. 123.
3egy. ; IIac~r,Rcati c o ~ ~ t i .lrr o prq,iieil$ cit., pagg. 112 e (S) Vid. AYGI~LLNI, Dei delitli colpo.4, Turino (Fratelli
113; M ~ I ~ A N Des D , cols doi~<~sfiq~ras cit , pag. 110-113; Bocca), 1 ROI, pag 39 e scgg ; FERRI, K~cioEn,qlu~rjli2i-
Kc?~isfrtd,: LegislncRo e ds jirrispn~dencicc, t. XV, png. 3%. nake cit., p a g (130 e sogg. EIesitantc entre u dotitrina czlss-
j l j P1~ograrr2,nu d ~ curso
l di dirltto e,~iiili~~ult.
cit., vol. IV, sica e a escola positiva, niostra-~rSTOPATTO, Lieaoztoplc-
p a g . 29. nihilc, Pacl~iv:i-Vero~in (Fi,alelli-Dr.iickei~,1893: pag. 104
(i)11 titolo s dei codictpenab itnlia/io cit., pag. 33. e segg. 13. tambeiu os estudos de PUGJ~TA, sobre :L psy-
( 3 ) %euti corlfro la proprietd cit., pag. 113. cliologia da. c,iil~lao sespoiisabilid~depenal da culpa, na
Cup. T I - O j i ~ r f onu direito pni-tugub 109
-
dontrlila por cata propiigriadn qrianlo Q iriodifinn- O motivo deteriiiiiini-it,e d a acç8o sei;it, como diz
@o do dolo penal que sei-ia substituido, como cri- I LIW a i.?z(tice p s i c o l ~ ~ i c odo crinie, mas
C ~ Y T(1): 2
tcrio do eIerricnto snb.jectivo do crinir, pelo do GTYI n,?o o seu elemeiito subjectivo essencial, yiie s6 s e
ou do motivo dctorminante do facto criminoso (1). niariifcsta ria direcção da ericrgia volitiva consciente
jii ~ I I Pestes dois ~oefficientesou siio elemeritu5 dif- e norma1 para a pratica, do crime. O criterio, para
ferenciadorcs das especies crin~inosasou gradua- n68, fundarr~cntizl, clo dolo peual reside, pois, n a
dures da periaIiclnde, mas iiunca eseenciaes á uoçUo volii1it:iriedade da acç8o com a con~cicncia de
jiwidica do criilic no heu cont~Udosubjectivo. actuar cuiitra o direito, c s6me1ite a s suas iritensi-
Uma acçao é puilivel quando, t-ofun~arianiente ficações ou differeilciações podem consistir em uma
conimettida, Ieaa o11 póde lesar ilin direito prote- variedade especifica do seu motivo detcruiinamita.
Siirge, assim: 1-10 lado do dolo generico, o dolo es-
gido pela ordem Juridica: a natureza do motivo
deteiminante dn acçno, o seu valor etico-socixl sb pecifico, que, restringindo ao crinie de furto, reside
póde iiilluir sobro a. xprecit-lçiio da yuantidadd po- ila direcyão coriseieiite da vontade para x appro-
litica do crime e sobre a grnduaçzo da pena, mas priaçãu nnti-,jiiridica da cousa move1 alheia (ani-
não sobre a essencia juridica do facto c~imii~oso: vzzltn abi ho.be~udQ,com o intuito de tirar pro-
que é punirel desde que se verifique a esistei~cia reito dellu.
da vontade conacicnte da ciiniindidade do acto e Mas, SE, com PUGLIX (2) e CARR-ARA (3), entende-
dos seus effeitus e se rerifiqiie iiin facto, voluntn- iiios iiecessaria a distiricçXo do dolo c da intençao
~.iameiitepraticado, qne ronstitun, dainno effectivo d e prejudicar, porisso que, para que liaja dolo no
ou poteiicial, directo ou indirecto. furto, hasta que o 1adr..io saiba qiie a roilsa 8 d'ou-
trem, sem qiie seja necessario conhecer a quem
precisnmei~te pertence, e poi.clne a coiifus80 do
cit. L a seitola positica, 1808, atino vm, pag. 129; 1900,
; i m o x: pag. 577; e n Sr. I)r. PICORO ?/TAETIXS: Da pue-
brcl e da in~cilceneia no direito ci.iniincll porlzlgii&, Coini-
tira (E'iniiça Amado:), 10131, pag. 184 e nota 2. (ij Bneora dei ~ i i o v e l i t in d e i l i ? ~ g z ~ a1111tl
~ ~ e , 7i'e~;istni~ennle
cit., vol.LI: pag. 211.
Íl) I7id. sobre o inesmn aesiinil)to, entre outros, FL~EIAX,
T ~ n l f a f odi diritto pwclle, Milano (Yallardi), lLJ00; RES- ( I ) Delitfi eo?~tr.oEa propriefd cit., pag. 69.
[rano! Sogyetivisaio e oggetiuisviio nelEu ~ ' ç i m z udf:Z (dkitto (Jj Prayramiiir~JeE corso rZi rliisitto ci-irr~ianlccit., vol. W ,
pende, Moderia, 1895, pag. 5 e segg. pagg. 31-33,
' C Q ~TI-
. 0 , h r l o nu direito p~rtu*gu& 161
(1 ) P ~ o s r sElãt~ieiitirEi:&i~itto~enub
~, eit., t. I r : pag. 214; (1) Il'héoric: dlr rode pencil cit., t,. 111, png. 28.
C ~ r v e t ~ a fjel~ r , i,eatl eontio E? pi.opi.ictà cit., pagg- 36 e (2) TroilB thaol-iqile et prutipile du droit pé?icil f ~ u n ç a i s
36; Maoar, Xe0l.l conti.o Iuyiop~iaiiBcit., pag. 113 e LIRA- cit., t . v, pag. -108.
BIA e BBUBA,abi cilados; h I ~ ~ z i sZ'rattnto r, d,.ljurlo cit., (3) Apud Gax~arril,T ~ a i t éthioripue et pr.diptle d z ~droit
p. TI: vol. 11, scz. r, pagg 589-991; E , t s a v ~i )~e i rlditti pdnstlfruapuis cií., loc. cit., uofa 66.
co,~tr.o lu l~!,r~])rie12 cit., pagg. 25- 2 i ; C I V ~ L~Il,f u ~ i ~di ~ule (4) Vid. UEOEGES YID~LL, COILP-sde droit c~hnineded de
diritto penale cic., pagg. 1317- 1310; ~I.IRCHY:TTI, Cblnpell- ,
sçio~tct!pdnitcntiai~*ecit fase. r, pag. 183, iiota 1.
dio di dliátlo pri~ale cit., pug. 287. (5) Traftato tli diritfo penale cit., pagg. 441. Assim,
C ~ ~ z t r aL~cuaisr,
r alia suiti,ozio?ie rlellc cose 2,'
liito~,~i.o entre ciiitrou, METCR,SCUULZ,GRYER.
gyhorate e seqzsutrate, apud I l i v l s f a pmnlz cit., t. XXXIII, (6) TTid. La Sci~oEfrPositiva cit., 1906, anno xvr, png.
anno 1891: png 18. 448 e srgg. Coiu inzãii cbr:r,:vc I.icri !&RIA Joiiubo ( f i m -
1:
u e a r n c t e r i s t i c a diKereiieia1 d o f u r t o e d o d a m n o palavra co7~sn. Esta e q i r e s s 2 o abstracta, d e sig~ii-
c o n s i s t e n a d i v e r s i d a d e do fim a b s t ~ a c t o q u e o ficaçzo pssencialnierite j u r i d i c a . a f a s t a prra logo
a g e i ~ l ese pi.oli6e; A B e s s e n c i a m a t e r i a l que 6 iie- d o cloiiiinio d o f u r t o as G O U R ~ S~ , x ~ ~ ~ ~ - e o ~ n m e r c i z ~
c e s s a r i o ir buscar o c r i t e r i o diatirictivo: hn furt,o coino i ~ i s u s c e p t i v e i s de ~ i r o p r i e d a í l e y n r t i c a -
q i i a n d o h o u v e r s u b t r a c q ã o da c o u s a (i);damrio, l a r (1).
yiiarldii I i o i i ~ e rr1estrriii;Ao. Nqtniido qire, e n t r e a s c o u s a s que, uii p e l a sua
n a t r i r e z a o u por i n o t i v o s eticos, r e l i g i o s o s o11 poli-
30. O o b j e c t o i n i n i e d i a t o
ou siljeito passivo do ticos, o n o s s o í:odigo c i v i l aubtrkrhe As relngões do
furto 6 cle~igx*adon o codigr) ycn:rl p < ~ i . t i i g i ~ Opela
s direito p r i v a d o , conrpreIieiideilioa, contra a o p i n i z o
d e DERNBURG e L ~ M J ~ A(S), S COHc a d a v e r huniaiio,
cujo s o n e g a @ o c>u o~cnltaçãoo ~ o d i p o~ ~ ~por- i l d
~ l oeodiyo
m e ~ ~ t a ao yei~cr.2porttiyuês cit , t. 111, pag. 238):
«k necessarin qti.: o agente tenha a intençho de prirar db
cousa o dono coiitra vontade d'este. E advirta-se que 6 in- ( I j Codigo civil, srtt. 370.0-372.0. N3o pela razLo ad-
different,~o fim cilrrl qilf: vil<: prativou o furtri; basta. sii a ùuzida por ICASZINI(l:ru<tatodelfcjir~rocit.: p. ir, vol. ri,
intenção de privar da causa o sei1 dorio, pois nisto Q qrie sez. I, pag. 8dEj de qug alr: perscirie sono nggi oorisiderate
consiste o crime:). Vid. accord5o da Relaçto de Lisboa, vss &ru-conwirrcwmn, mas porrlue a noção jiii.idiea da
de 15 de abrii de 1839 (Gcxcata da Rtloir*o da LisLua; xir, couu:i implica a inesistencia de pcruonalitiade (vid. coiligo
pag. 722); de 4 de março de 1991 (Guzeta cit., v, pag. civil, art. 3fiY.0), na!) pbdc o Iiome~uconstituir, no moderno
3041, de [O dc junlio dr: l i 9 3 (Gazeta oit,., vrr, png. 18); direito, objecco de furto. A sujeição a aaphiveiro de homem
accordXo do Snprerno Tribona! de Jiistiça, de 19 de novem- livre (codigo penal, art. 32S.O), a retençlo em carccre pri-
bro de 1392 (.~~/?-isprtrdenc<~ doa 7!ribti)raes, III, pag. 1). vado (cudigo penal, nrl. 330.O), a subtraçpâo (li: rnenores
(1,) Di:iu~etraImriit+opposta :ilei G a doiitriaa clrfenclidx (rodigci penal, art. 319.0j,o rapco de qualquer mull~errom
no accordào da Rt;la@o do Porto, de i: de marco de 1893 fim dcshonasto (rodigo penal, art. :39:i."j, nPo representam
(l26uEst.z clo Fôro Poi.tuyuês, t. VIII, pag. 61), em qiie se crimes contra a actividade patrimonial irias crirnc,i contra
sustenta qiii: ~i1ãor o n s t i t ~ e86 crirue de furto o fiicto d : ~ a s pcissoas. E, porque conservam o caracter du todo, tam-
siihtracgio, mas tambem outros factos empregados para o bein as partes drstar:adas r10 orgariismij Iiiiuiano vivo são
rni,sino fim, visto u siibtracyi?~iito ser rriai* dii que :L aççzo insusceptiveia de furto, como tauibem, no entender cle V o r
de haver alguma cousa contra a vontade do seri dono». L I S(Lehrhuch
~ cit., pag. 444), as partes urtijiciaes, qiiando
Viil. :t~.cor~lãotlii Siipraruo Tiibiiria! (Ir: .Tusti~:i, de 12 de insepumuck d o corpo.
maio de 1815 jBez;is!a cit., t. virI, pag. 124). (a) Didbs:hul iind Yrlr.;rligir~z,yoit., pag. 21.
tiigiiês (11, diA.s, expi,essamentc cxclrie dos crimes qualidnile &A cnl-isa, mas ntnx r e l u ~ a oe11ti.e a cousa
contra a actividade liatrimoriia.l, julganios iriaceei- e a pessoa, p e l ~ciii>rlesta nssigiia. Brlriella rima dada
tavel a opi~iiso!por aynelles atietores defendidn~, litilidade ecoi~omicao11 ri~oral,iteal ou presirinida.
de que a cousa que constitne o si!jeito passivo do Todas as C O ~ I S : L ~ ,ainda i ~ à ooonstilriinílo bens, na.
furto deva t,er valor peciiniariainente apreciavel. accepgilo do codigo civil (I), nem tcrido, por con-
A ccinsidei.aS:%odo filrbo como crime lcsivo do secluericia, valor ol!jectivo, podem ser sabtraliidas
patrimoriio, econoinicarnente considerado, qiie le- a o doniinio de qricm a.s detinha,: e este estado ile
vou os esciiptores á cIistincçEo de valor I ~ P1160 B facto torna-se, penalmente, tinja relação jirriclica
valor de troca (2) e ieliniiiiuç20, por alguns pro- pó pela, r,ircilmst;rnc,ia de nãn esttir eni absoluta
piiguada, r10 doininio do furto das coiisas de valai. opposic;fio coiii o direito cyrie cstatiie geuericainente
iniriimo (3)) esyiiece o caracter e ris fine d a ttitcla sobre a proprieclade. E o direito penal hodierno,
penal, qae se destiila a assegurar t,odas as relaçõcs rejeitando o conceito escliisivamente politico, qiie
juridic,as, e eqiiece qiie o valor jriliciic:~, que a infi7rinQra n primeira phase d n siia coiietitiii@o
cousa. deve ter para que possa ser si4eito pa,eoivu suieritifica, e que tão perigosos conKintos originttrn
do furto, se aprecia eoiu uritarios purariieritc sub- entre o direito pena1 e a moi-a1 pnhlica (2): veio
j e ~ t i v u se relativos á pessoa do Icsado: iirio 8 lima R.ssentar: pela Iriocca de Vrco (?i,a, necessidade cle
coniprelicnd[:r rio furto anon solo i beni p R tr1nio- '
jlj Assim, os nioveisyor natureza (codigo civil, art. 376.O) pag. 651 excluain (10 fiirt,o, cunaiderando-a o primeiro
podem constituir objecto de furto, porque sEo suuaeptivris criine de risui~pagto e o segundo de damiio, é de seguir,
de seram removidc~ir76 loco (C(! IUCLWA; C: a elles deveinos ern ftace (IR legisla$lo puituguBsu, a doutrina de 3 1 i ~
jantar os smn~;i:n.tex. Os moveis por disposiç2o da lei, i d o (T7et.i d e l i ~ conti.o
~i lu yroZ,i.idf&cit., pag. 15:) de que ((l'acqua
é, os direitos inhrrentes aos moveis por iat tu reza e que altriii, divenuta mobile mediante 17t?strazione,sia suscettiva
liso terihurn sido por lei immoliilinnrlüs (codigo civil., artt. di fiirto~,.Vid. Ti'eui.rta de L~egUIogZoe de J(trkpric(&neia,
375.O n.O 2 e 376.O), lino podem ser otjectu de fiirto, mas t;. xxrrr, pag. 153.
podem se1.o os documentos, os rnaniisr-riptos que constatani (1) Com razWo observa BERHER (Ti.attuto cit., pag. 440),
e proram aquelles direitos (PESSJKA,Elmer~tidi (li;-dto que enon imporia cbe Ia natura della cnPa sia piiittosto
pcnuZc cit,, L. Ir, pag. 208). kl:is? ncm todas as couças iin- in~ccanirao chimica, poichè tanto iiell'uiio quauto nell'altro
moveis, nos termos do codigo civil (artt. 37'4.O e 375.7, caso piiò averr Iiiogli Ia sottrazionc». Do facto do dever
slio excliiidas da nogão jiiridi<:a do fiirto: os imiuoveis por ser a coiisa niuval e corporea deriva que, se 6 inconcebir~el
natrireza qiie, como taea, n8o podam ser objecto de fiirto, o furto de entidades ii~i~ilalai<iaes, coiiio o pensairirrito sctieii-
adquiram tal capacidade pela mobiliza~Iode uiua determi- tifico iiii littcrnrio, as concepsões artisticas, a iniciativa eco-
nada pai-tn [BEBXER, Tr«t!ato cil., pag. 439); os imiuor-eis iiomica, o estado fi1ianeeii.o de ~ i m aeiripreu:i. iniliistrial, as
mediante a acção do honiem peIa sua n~obilizagãototal ou i~latirismilitares rle mcbilização, os proprios direitos, etc.,
parcial (Sr. Dr. TEIXEIRA D'ABREU,LiqZes da direito civil podem elles i.esn!tar de nina cousa corporea e, como tal,
portuguk, pag. 82 e segg.); os immoveis por disposi& da sirsceptivcl tlc filrto: aesiin, rolnu Jiiiiif;tinos, podz ser obje-
lei podem constitiiii., i escepç" dos conipi-ehecdidos i m o clo de furtu a siilitrac~kode doci~inentos,de manriscriptos,
n." 2 do art. 375.' do codigo civil, sujeito passivo c10 furto, da titulua de credito, obiipnçBes e urçaes sorinrs, rtc. Via.
.jL que sb por fie930 legal sIo alles nirbti.:tliidos i classe das CHABEAUET IIÉLIE, T/héoi.;e du cvdr peliole cit t. rrr, ,
coitsas moveis. Qiianto á appropriação dolosa de aguas par- p3g. 19; A S D R Ei'rT1, ~ Cgntr-ihi~fosfo,*ico jfsi.idieo c i t . , pag.
ticulares, que DE SAXCTIS ( F b ~ t no liilt,puzio~ied'ctcyt4u? 63. ,\lote-se qze, quaiico i subtrucp?Lo de ticulos au yorla-
apiid Jloaitqre deip-efoi.i, Fireiize, 1892, t. x s ~ v n.O , 6) e dor, diveigrin os c~ciiptores, inc1:iindo~a une (LIVJI-,
FRISIOLI[ATo:O1tf i t ~ t o12;: fi.ode d'acyri,~, rila dan~ielyylum(!ntu, M ~ i n i i ,HOLTZESHEIX) entre o3 crimes de burla, conside-
extratto da1 Rifoi-rrto gbiirlizin~ia, Xapoli :Tocca), 1398, ranrlo~aoulios ;I~'RF:IYF,WBE~~G~C, S C U X ~ ~a1311so
U H ~de~con, )
para a a p p r o ~ r i a ~ ãere1iisir:i
o d e iima cousn. pela sernpre ellx. corinexa no or$o e :i(>aninial que a
sua apprelieilsSo. neressario E que nquelIa respeite pi-odriz, icpreseiitu. coiiio n o t a Dr: ROBEETIS(1),
B propria qohstalicia da cousa, e 1150 se trate de uina riiera fuiicçSci da coiisa, recebeii? com as novas
um puro phenomeno d y n a i n i c o e separado da cousa descobertas industiines, fecunda ;i.pplicar,Bona tii-
de que provLm, de rima mera qualidade, insusce- tela penal das relações derivadas da. approprixção
ptivel de implicar a detenqso effectir a e o iiso real d o l o s a das coiisas q u e ee apreseiltain sob a ft5rma.
da cotrsa. de Aliidos. ?-J?~tecaço, n arrhtracçào do gaz tlc illii-
Mas, se 6 riccessario que a cousa seja rnateri;d m i n a g o e de energia electrica.
ou. antes, coiporea, de rejeitar é o aritigo conceito Mas, not.nvel 4 a divergencin, na. doutrina e na
da tangibilidade das cousas moveis, porisso que, juriaprrideiicia~ cli~ant~íi 5- prissibilidade de integrar
como escrevc CARRARA (11, o uso de nieios indire- a si1bt.racç.i.o d e energia. electiiea na fignra (10ftirto.
ctos n i o altera a esscncia do facto eriin~nosu. O
critci.io furidamcntal d n colisa move1 reside, p o i ~ ,
(I) Furto de egae?.gua geneticn, apud firo deZk Pt~ylEri,
antes ria ~ I K ~L i i t t t e ~ . i ? i l i ( h 011
c ~ i b ~ l s ( ' e l ) t i ~ ) i l ide
(~~d~
Trarii, 190.1, t. v; pag. 283 e segg. Esta opinião, defendida
ser ieniovida de uin piira outro Iogar. do que ria tainbern por B t ~ r ~ s()Se a aiposso concepire furto Si ener-
sua eontrectatio manual; e este principio. se niio @ri. yen&tica, apiid La Cr'iiisti-agiiadi-ria-ria, Catanzaro, 1904,
auctoriza a absurda hypothese d o fui to de energia aiino 5:; pagg 59-63 e 3Iaszrs1, Y'i-attnfo de2 j"7vto cit.,
genetica. porisso que, quer considerada, no seti ea- p. a,vul. Ir, W E . I , pugg. 355 e SaTj, foi impiigiiad;~por
tado r'lynnmico 011 iio riioinentn fiinccional, quer rio Xoito (bTt.'is~.tod'dndryio yaaeticrc, apiid Eùvo drlle P~lgZie
cit., t. v , png. lOi e segg.) com o aiguiiiento de qiii:
momeiito estatico ou na nova niatei.ia elaborada,
rl'energia genetica non ~iiii,annoverarsi ti.& i friltti civili
dell'aiiimalt?, ina 6 t i r i yrodoltu ehtr si separa da1 proilui;eiitc
e s e acqiiista ipso jzliz, come cosa a se aiauce, di~lproprie-
fiança, e integrando-a a maioria dos escript~reslia figiira tario dell'aiiimale. . . :I. Nas, nem a enslgia g6netic.a pbde
juridica do furto. Vid. L ~ s a a ,F ~ v i odi Zihretti di rispar- constituir, jiiridlca~ueiit~,o.jacio de posse, co!uo coiisa
v i i ~ ,apiid C;iustizMi pennk, 17599, t. v, pagg. 5i7-580; u ss, cxisteiitt, lia sua i~idi\.ic\oalidailejuiidica-suis %?iirro
Vrco, Fcwk~cit., pag. 975; P u a ~ i a ,Delitli confro Zapro- cii.i&us; iiem os tsslos do direiio rvuianu, eu1 q u e 5IOi:o se
pridd cic., pagg. 1 3 i j e 131. baseia, auctorizain a siia rrriiiclusPii. Vid., coni eíkito, IJL-
m a coiso cli di~i-ittoci-in~inulricit., t . IT,
( I j P r o g r ~ a ~ ~ 7de1 ~ r a s u s(Fr. 7, 5 3, Dig. 44, 2), P a u ~ r - s{Fr. 30 prini.,
pag. 36. Dig. 41, 3) e C.alr;s (Fr. 7, 1 1, Dig. 41, 1).
R.ejeitando, como inaceeitavel, a doiitriiin iiidi- parece in:ip~licavel A hypothese. ein que se trata
cada em segundo log:ir, porisso que, ao passo que de siibtracçãc> e nxo de defraudação do alheio,
u uso tem por pi.esupl)ost,oalisoiiito e indisperis:tvel sendo, 110 abuso de confinric;a, o objecto descnca-
a conscrvaçi?io da cousa, rio riosuo caso trata-se de iniiihado ou dissipado entrrgric ii disposíç"xo, com-
iIm vcrdadciro e proprio cunsiimo de energia ele- q~iantodeterininada. do deliriyriente (1).
ctric:a, c~iicL siibtraliidii As espe.culações do pro- Ficain, pois, c111 canipo, as duas hypotheses cori-
pietario, tarnI>crii jnlgaiiios pouco defensavel trarias.
aqiiella qiie sujeitii a siihtracç%o da energia ele- A iiiconciliabiIidade da puniç%) da subtracc;Zo
ctrica It disc,ipliria jiiridica do dainrio, jO porque dolosa de energia electrica com o conceito do furto
Salta em tal caso o urbi7n.cos nucendi, que caracteriza rias modernas legislações penaes, seria, no entender
o dnmno, mal poderido 11izcr-sc, como faz TYiri.- de FREU~EKTEAL, d e m o ~ ~ s t ~pela
a h ausencia do
~ ) qric nqueiri adtipta ao condnctor um oiitro
r r ~ jIj recliiisito da ~iinterialidade, da appropriaçBo dire-
fio para siibtrnliir a corrente, deterioia squeIle, por- cta, da co7af~ectf'1fioe atliltin, 1150 podcndo a electri-
que lhe faz perder uma das qualidades csscilciaes~,
já porque n soluçiio iiidicadn seria insufficicritc pai,a minliai* ou dissipar, em prejuizai di. proprietario ou possui-
tutelar as relaq8es qiie derivam clu Sacio cle tr:~rks- .
dor ou detrntor.. . cousa moi-~1.. qiie Ii+ja recebido.. .
porte da energis. electrica scm fios (2). Taiiiberii a para liso ou eiupirgo determiiiadoo, constitiiindo-se ua
doutriita propugnadn por STEKGLEIK, que, dignnios nobrign~3,ode rtislituir. . . raloi eciuiv:tlcntes e s e r i coii-
de passagem, menos viiliiaravel se apresenta eni demnndo Ps pcuae de fi~rto. Vid. çodigo penal italiano,
art. 413.O
&(:e da Ici perial portuguêsa, rlo cluc d e allemâ o11
(1) Vid. SILTAF ~ l i l l ã o , Theoria do divaito per~nl cit.,
it:~liari:i, Gne uqrielIe esevil~torterii erri vista j3), nos vol. vrn: yag. 110; Levr ~ ' I A R ~Jo~vZu, A Com~:zcntat*io
cit., t. In, 1)agg. 313-31 i ; EIrss~r~,uas S ~ c c o ,&digo p e -
(1) DLebstlihE ali. El'lak'?-f~?df8012d81.11 ,s~c?~Etl~Chadi- nal povlt~.q112s, Coiiribra [Imprensil. da Universidade), 1831,
.qtrly, apud l)ecrt>che ,Jz~i.isfa~~ Zeifirny cit., 1898, pag. 216. 6.;' ed., pag. 269. Tnmhern: DORIGS~, k t u d e de 70 la; c t
( 2 ) Virl. GALASSI, Lu f e l i ! g v r ~ ~seilza
(a jili s i1 codice pe- dc 2a j u ~ i s ~ ~ ~ d e n.VLI*. c e le délil c o ~ z s t ~ * r ~ cd'r?sçi~upuerie,
t(f
~ 7 e aliiid
, IZiuUta p e d e cit., aiirio LT~III, 1903, pngg. Paris (Arthur Rousscau), 1899, pag. 5;L ~ IDrs , élémenrs
283-239. e o m t i t i i f $ s du uul, dc 2;esir.oqzic~ieet de E'ubtrs d$ con-fance,
(311 Segundo o corligo ~ i e ~ iportugcibs
sl (art. 45;3.0), coin- Paria (Noquet,), 1888, pag. 63 e segg.; i?i.i:;~tad e Leqis-
mette criine dr aiiiieo de coiii;urip:i aaqiiell+ que desr~ica- ZaçEo e tZr: J z ~ r i s p ~ u d c o ct.i ~xxv,
, pag. 72,
cidade, por S L I ~nat~lreza,cailipaiar-se a iirii gaz, moveis siisccptiveis de posse, isto 6, que possam
iuils seilclo um estado, uma força, uma energia ino- ser deti(la8 ii:i sii:t inateiittliclnde ou individrialidade
-1ecular. Mas, alrlin de qne o irituito de abi.uiiger na juijdica, possani coiistitiiir objecto de furto)) (I).
i l o ~ ã ode furto a appropriação dolosa de energia
electrica Q visivel no codigo penal de Sem-York, 32. Dissiincis que o dolu no furto consiste ria
que definindo-o « tlie dolose apropriatiori of a, srti- iritenqzo de appropriar a cousa de outrem, e quo
ele of valourn, tosna nssiiii, o eleiiicilto objectivo tini dos principaes factores psyeliologicoa do dolo
da furto niaia dilct,il r: corripr.eIiensivu (11, a oliiriitlo 6 a consciericia de que a cousa, objecto da subtra-
coritrnria ii justificada pelos priilcipios geriteu do cçRo, não pertence no auetor d'estn. Tal a ideia
direiio sobre o fim da t,i~telrtpenal patriiiionid e contida rias espress6cs -causa puc lhe s ~ d pwteya
a
pela coi~sidera.çãode qiie o legislador, excliiii~clo e cousn alheio, qiie se encontram, respectir~airiente~
as coiisas que nz~Z10crintinentu,r loco e que sU exis- nos artt. 421.' e 4.32." (10 corligo penal portirgiiês.
tindo jwiS i7ateilectu 1150 podem ser sujeito p a s s i ~ o E, porque o legislador preteriu, a liroposito do
do f ~ ~ i . tqiiiz
o , coniprehender iio art. 421.' todas a s roubo, a formula mais precisa do art. 421.", deve-
coiisaa moveis que, tendo eristencia iiiateiial ou mos notar que com a expresszo cousa alheia não
jirriclica! cstão sujcitirs á cont~ecfutio,e rcçlaman~, se pretende significar qite niio possa accionar o
oon~e.queiiteincnte,a tutol:~ CIOrespectivo direito
de lirouriedade. ad Iogica du direito iuiporta, diz
CARILETTO (21, que s6ruente: 172~7s todas as consns vul. pag. 335. E nada impede, como diz G A L A S ~(La
11, I
lel~.qi.c$a senzu $1; e i1 codice L ~ ~ pag. 2Y4): que se
~ C I L C cit.,
ccptiveis de occupaqão, por nni Sttclo voluntario qiie (perdidas OU mtmviadas: c o d i g o civiI, artt. 405.",
faz n'ellas cousas uocuae Jo~niniii:ibnnclonadas : co- 413,"-421."), podem constituir objecto de f'wto, se
digo civil, artt. 404.", 411.' c 412."; thesouros:
artt. 422."-427.'3 (11, e as corisas P:uw,ae possessionis
giliridici 6 st~ric-ipa- ?'V"' centoiznrio dell'L5zibersLtiZ (li Bo-
g ~ 1888: , pag. 4 e segg., praea.? pagg. 8 a t6), r t s 4 ~ 1 -
j l j Discutiu-se lergarnente e ainda, por vezes, fazem Iiws qiie podeiri titrrini-si? siiji,ito passivo de occlcpação, por
raferencia os iiiotlernos cscriptores A questzc do furto de um facto voluntario ou fortuito, se levantou a cluv;dxii(:erca
C O U Y ~de ~ nai~fiagos, que Javor,r.:~us ( ~ d 1. 81, 1, de 40s (rasos erri que a Y U X a p p r o [ ~ r i ~ ~ POSFI.~
U u constituir crime
acquir. possess.) dizia que níizcigis pylo dqlerddae yicam pro de fnrto. Mas, se o thesnuro, abstractaluente considerado,
derdtctus hnbentzavi, 31au, airida na Lypu~liteedc al>snrIoiio d o r r p r e s e ~ t awiisa IILL~LLLLE, em se~iti~lo pi.oPi.in, porisso
da, cousa, e111raso d e perigo, wnl se poderá dizer que falta o qufi, não obstantr! eoiistittiir elie, 110 systeina do nosso co-
elemento da auoencia de consentiinenio do ptiroprj~tariopara digo civil, objecto de occupaçXu, s Iri declara-o pxtencente
integrar o crime de furto, como filzent alguns esc~.iptores, ao proprietario do predio onde ee encontra (codigo civil,
baseados, porventura, 110 principio de qiie c o a c ~ awl~tiitas art. 425.0),como o facto d a inveiiçao por parte de terceiro
famew est u r i l a n t ~ ,jd porque deve supyor-se no proprie- attrihrle r cate ,z propriedade do urn t c r p do mesmo (co-
tario a, esperanya de reciiperagBo, como, seguindo PAULUS digo civil, art. 424.'11, a Iei c r i a entre o achador e a couaa
(T,. 2, S ult., E. ad l e g e i i ~Rliodinm de jactii), escreve uma rolaçSio nnaloga á da adquisi-Zo da prapriedade por
H u e ~ a(apud PUGLIA, Delltti cont~olu proprietd cit., pag. occupay2o da i-es n u l l i b em sentidu proprio. Ora, se o in-
1321, jP porque, como silstent LOLLIBI (6712 rento d i p ~ r t o ventor se appropria. dos dois tersos pertencentes ao proprie-
cit.: pag. H31, o proprietario contincin exercendo o doiliinio tsrio, comuiette fiirto? (;<outraC E A ~ E AET U BBL~E que, no
sobre. a sua riousa, q u i nâo se exiiligire p d a eventualidade silencio do rodigo penai frances, eiltendem que a appropris-
de iiui caso rle forga maior. E 11Zo é necrssario dizer que $50 3:t tolslirlnrlc do Ilicsouio constitue çrirric de furto, pa-
nB;o podem coiiairlti~arFe dertlictae as cousas l a n ~ a d a sf6ia rece-nos preferivel a opirii%oesprtssa por CRIVELLARI (Dei
para pG1-as a aalr-o, em caso de incsndio, iniiridai;Lo, ruina reafi cnntro lu prol~rietct tit., pagg. 97-106) de qiic a a p
clã edificios, etc., aiitio, como veremos, a appropiiayEo de p r i a ~ & de
o tcdo o thesoiiro por parte do inventor não apre-
tnes ct:usam caiistitue fnrto qualificatlo. Vid. LA~IXASCII, senta o3 oaractere5 rsue~~ciaes do criillo do filrtr), porque
Diebstnhl urid BcE~ldLyu~iy cit., pag. 21 NSXZISI, T?-attalo aqiielle, rnedia,nte a contrietntio, n% viola a posse r i o pru-
dei f u ~ t o cit., p. rr, vol. 11, SPZ. r, pagg. 390-392. Taui- prietario do predio: tein 56 a o b r i g $ í o juridica de entre-
bem, quanto á entidade jtiridico-patiimonial pelou romanos gar dois iei.pos ao pi~oprjetar,io,que 36 póde invocar contra
denominada theaoura (vid. Pa~f~a~eh-r, I1 cu?dcetto giu~idico elle a acçSio civil. N ~ r njuigamos qiii a recusa do inventor
dcl rrso1.o TILI di>.itto t~?rna7ioc odie~no,estr. dagli 8tudi om entregar a parte que n2o lhe pertence apresente tal
Cap. 11 - O .furto d b . ~ l l oportuguês 183
- -
WJ
bein yiie se notem, quanto a estas, no campo doii- tcnçgo do acliador e na natureza especial do dolo
trinal e legislatir-o, profundas clivergeiicins entre de quem appropria a cou3a perdida que é preciso
os escriptores. i r perscrutar o criterio fundailiental cla distincçso
Abstraliindo da discuss2o d ~ condic;õcs
~ s em que do fnrto d a siinplcs ap~~royriaq%o dn coiisn perdida,
a eoirsa se deve coii9iderar perdida, que PFEIF- liuiitar-lios-liemns a dizer que da do~itiinarorua-
W K (I) liga a reprehensivel iiegfig.encia da parte ilista se apartou. iiesta ~iiateria.o codigo penal
do proprietario, que, para L ~ N \2), G ~ reside uo por tug118s.
tcrrno da materialidade da posse do proprietario, Qner n a hyputheae em que o ncliador deixoii de
que o u t ~ o sfazem del~eii(lerdo et.ililecirneiito da esitt-egar a nntrem o objecto achado, saberido que
cousa em um logar que ngo era destiilado para a elle era o acri durio, qiiei. no caso em que, ignot-an-
sua gnarrla j e yorirlo de p'irte, ainda, o exame do-se o c10110 da coiisa R C ~ I R ~ ~seL ,ileixaiain di: prn-
das coiidições cin quc a confia 6 achada, que ticai as ililigericias por lei prescriptas, temos i ~ b o
CHAUVEXU ET R E ~ I(3E1. CARRABA (4) e PUGLIA (5) iim verdadeiro furta(>.ooiiin siiccedia no direito ro-
com razao, preferem Aquella, porisso que B n a in- irititio (I), 1180 um crime de abuso de coniiailça,
como yreçeitri;trri ~.Ig171iscodigos rilodemos j2j! i ~ E o
carader de gravidade que justifiqiie a infliccFio de uma um frirto imp~oprio,como siluterita a escola al-
pena. Claro qiis o niesrno nbo dcfcnderiairios a proposito IcmB, nias ir111 facto piirlii-el, que, sómente pa.ra
do tlieuourü impi.sprio, isto é, o que nzo B achado só por a applicnção da paria, 6 ey~iiparadoao furto (3).
effcitü do acaso, em qiio d i v ~ r s o o elemento psychologico.
E jiilgamos comprehendida tal lrypulkese no nrt. 431.O cio
codigo penal. Cuntra esta opinigo, veja-se ALPI, ,gpp~o- (1) C);: romanos curisidarsvain a appropriacXo da cousa
p r i a z i o n e .iladshl:ta e j%c~to d l tesoro, aprid S ~ c ~ ~ l e ~ ldia
~ento perdida como um verdadeiro fiirto: aqiii alieriiiin quid j a -
Biuktu pmub cit., 1892, t. r, pag 43. cens Icicri facicndi c:riisa susiulit, furti ab~tringitur,sive
(1) Apud PUGLIA, Delitti contro lu prupristic cit., pug. sciat cujil~sit, si%-eigiioret; nihil eniin ad iiiiri~iandumf i ~ r -
74, nota. t u m Beit qiiod c:iljiis sit igiinruts (L. 43, 4, Ylg. ~ L ~ I I I ) .
(2) De fuilrto ferarum cit., pag. 1%. j2) via. FIORETTI, apud c9l?plefo trnftufufeo~icoe prcr-
(3) Thiorie du c8de pennb cit., vol. IU, n." 1926. tico di dir.i/ln peiinlr, pubbl. da Prsrrrio Uoe~ioLo,cit.
(4) P~ropammade1 cor:.o di diritio eriminnle cit., t. 17, (3) Codigo penal, art. 423.O; codigo civil, astt. 405.'-
pagg. 42-44. 410.", 41?1.~-4%1.~; Sr. Dr. TEIXEIRA D'ABREU, Liçaes de
( 5 ) Delitti contl-u la pi.oprietd cit., pagg. 74 e 75. diveito civil port?cyu8s cit., pag. 330.
Qiianto 6 siibtracçâo de consa propria (I), a dou- E no caso em que, consistiiido o direito de ou-
trina gerrri:mica, Lrsar (?) A fwnfe, siistenta qiie a trcin sobre a coiisa propria na mera detenprlo desta.
figura do furto 6 excluida pelo facto da, detonçgo, o proprietario sirbtriie a siia coiisa a terceiro que
a qiialyiiei. titulo, do objecto sri1)trahido. Mas, s lcgitimnmeiite a retem. cornrnette ofurturn possas-
mera relaçlo fiduciaria com a corisn de outrem nao sionis, de qirc os codigos iiiodernos, concordes
basta para constiluir a posse perial e. por cnnse- erri excIiii1-o do ambito do furto proprio, fizeram,
qucncia, a dctençso eliminadora do furto. a n t e s , por em gcral, iimx figiira especial dc criine patrimo-
vezes (3), representa circrirnstant.ia aggravante do ninl. Afastando-se d a doutrina pen:tl geriilaiiiea (I),
crime de furto; e, eni dados casos, 8 detenqXo, ex-
c l u i n d o o crime d e furto. não impede que, por in-
devida, a appropriay80 revista o caracter de facto dc furto, mas de abuso de confiança (corligo civil, artt,
pnnivel (4j. 1431.0-1451.0 c codigo yenul, art. 453,'j. O credor p i p u -
ratieio tem ra deteng30 puramente ncgativa da cousa rece-
bida cnl p r a n t i a , emquauto .judiciallilente nLo seja orde-
(1) Porrliie o direito ptmal attc~ndaa meras ielagõcs de nado que o peulor fique em poder d'elln em pngnrriento, e
facto: emquanto como taes e, prescindindo da sua adapta- atk a concorrençin do debito (codigo civil, art. 860."); e,
@o partiurilar aos fi:is do direito liri\,ndo, possn~ntei. exis- se dispae da cousa ou a aliena, ~offr<irb a sirrililas saneçZo
tencia jiiridica é necessario exçliiir do conceito da posse patrirnonial, afóra o caso em qoe, procedendo dolosaments,
tudo o que sqja iiico~ic.iliavelcom este estado de facto. corilraetler crime de a h n ~ ode confiariça ou de burla (codigo
Assim, não commrtfe fiirto, como nota I%frnr.~oiic?rr jnhr. penal, artt. 45U.O: n.' 1.0 e 453.Oj. l'ambsm o comniodato
cit., t . nr, pag. 235, aquelle qiie tem posse de facto, 19- trnrisfere, ein sentido penal, a posse da coiisa para o com-
gitima ou illegitinia, sobre n coiisa que coiiverto em pro- modatario e, conscquenteiucnte, eiiir~i~la O tit.1110 (10 fiii-to dra
veito proprio, a bastari seiripre a s i ~ i i ~ i edelenç8o-a
s siibLrac<~&o oorurriettida por este (todigo civil, artt. 1510.'-
Gercah~sctmdos juristas allzniães ( h n a ~ i i , T ~ u l t ~ tcit.,
o 1522." e codigo penal, art. 4.3."); e, dii mesmo niodu, a
pagg. 441 e 44-; Lrsa r, Lehrbz~ch oit., pag. 445); sem locaçlo trai~sfere pirfi o Iocatario unia posse sufficienta
qiie se c:x[ja o a~timuspousideirdi. para excluir o fcirtn da siihtracçX.o da ctiiisíi que ronstitue
(2) Lehrbuch cit., pag. 440. Vid. B s n r í ~ ~Trctttato
, cit., objecto de tu1 coritracto. Mas, a esLe respeito, duvidas siir-
pag. 440 e scgg. gem entre os escriptores: v e j a - s e - M ~ ~ z r ~ ! , Trattuio del
(3) Codigo penal, art. 425.' J t ~ r f ocit., p. rr, vol. rr, sez. I, pagg. 253-254.
(4) Assirri, o clepocit:~rio, qiie possue gcr;ilrucnt<: :icorisa (i ) KL~EN
Vid. ,
k'misinne cit., pagg. 232-238 e aiicto.
depositada, quando d'ella se approprie n8o cornmette crime rcs citados em a nota 76.
Cap. I1 - O .furto 710
-
direito portziguds
- - - - 187
snffragada por Lucc~rsr(li, que enitende que < a que reconhece nioficrtunz rei suae uin orii~iesui ge-
res p?=op~ia
póde, por coiidiq6es jilridicas, conside- neí-is, urila cspecie de ftirto iny,,;oprio, é dc j i c ~ e
rar-se aliena quando o pioprietario não tem a livre condendo a prefcrivcl (l),n8o E possivel defeiidel-a
disposição d'ell+»: por PHSPTNA (2;i, para quem o em face de um codigo roino o iiosso, qiie, na defi-
sproprietarío de coust~penhorada comniette, sub- n i @ ~do furto, refere o filoto criminoso á cousa d e
trahindo-a, o crime de furto, porque o seu direito outrem.
de doniinio 4 limitado ao colitraçto de pcillior~, Qiiancio o direito dc oiitrern sobre a coma pro-
por PAXPALO~I (3); qiie escreve que < oprogrietario pria n l o se limita 4 simples detenyào, d a n d o - ~ ea.
da, coiisa da.cla ein penhor, deposito, commods.to ou -elirnin,zq50 do direito concreto do proprichrio,
usufructo, não 4 o seu exoliisivo dontinzts, comn~et- como succede no usufrueto (a), a subtracção por
tendo o eriine de furto quando a slibtrae com mzi- a q u d l e de coiisas inoveia n%o fiirigiveis (3) consti-
~ n n sl'ltcruiadir, ri codigo peiial purtiigaês (4): sem tue: a nods« ver, crinie de furto, porisso que o usri-
o considerar tal, impõe as penas d e fiirto no caso frrictuario na0 é um simples possuidor, nias tem
de siibtrncç80 frai~dulentade cousa propria, qnando sobrc os bens sujeizos a iisulrncto uin direito r c d ,
ella esteja em penhor ( 3 ) ou deposito em poder de diatincto e independente clo do ?az~dv,s liroprietario,
algucin, o11 no de destriiipão oil dcçcaminho, qnando iim direito dc goso ci>nio o prcliprietario. E tizmbem
ella esteja penhorada ou depositada eIri seu poder o direito de uso, ainda qire niiu possa ter por obje-
por marida.rlo de just,iça. E, preverlindo disctissões cto seri80 bens immoveis, nLo excliie a ~ ~ s s i b i l i -
que pocleriar~i surgir em torno do art. 422.' do
codigo penal, deveremos dizer qiie, se a theoria
(1) I r d . L~LLLXI,
8zd r-eabo di fz~).tocit., png. 95; IT1co,
Fwr'urto cit., pag. 984; G a ~ ~ n c Truiti
o, th.6ori~uect pra-
(I) íntor7io ulla sottrclsiorre delZe cosepl.yynorate o seques- t+zcc dil droif pdnol fi.nagnis,, t. v, pag. 407 ; STOPPITO,
trnfc, aprid Rici.i-tn~~ennle cit., 18'31, t. xxrrrr, pag. I d - L'eserctzio arbitrwio dei16 proprie ragioni. cit., pag. BOCI c
t i !firittopeil~lccit., t. Ir, pag. 210.
(2) X l ~ i ? ~ e ndi sek3"g.g.
(3) Frtrto di posse c furto &i ilro, nprd Slicdi sopra 21 (2) Codigo civil, art. 2197.'
áelitto d i f i o t o cit., yagg. 136 e 137. (3) Codigo civil, art. 2209.O. A respeito das comas fitn-
(-i;i Art. 422.. giveis, E ociosa a diacilsuLlo, puiqile, qiwnto iz estas, tom
(5)Vid. c ~ d i g ocivil, ar?. 860.O, n." 2 . O o usiifructuario a yropriedaile piena e effectiva.
dade do furto quanto AS cousas que, moveis p o r nao phde coilstittiii. unL cririien, yorisso qiie, ápartc
a questão delicada de julgar da esistcncia do
natiirezw, foram por lei i~iiniobilizadasoii quanto
á s partes mobilizadas do imrnovel (1)) Ca~naiza(2) furto rio excesso de iiro, que irivolve a apreciaq5o
e I ~ ~ P A I , T .(3):
O ~notando
~ N I que os eodigos inoder- da posse e do dolo generico clo imputado e a deli-
nos n2ci prevêem o caso do furto de uso (41,v&cm mitaçao entre o facto licito e facto Illicito, eiitre a
esta figura juridica na siibtracq,20 de coiisn alheia, les8o puramente contractual e a lesão penal (l),
roncorreni no easo em qriest%oa 1ppã0 d a activi-
nHo c(->rrio fim de a appropriar, mas com o fim de
retirar d'ella nina d a d a utilidade, restituindo-a de- dade patrimoriial, a appropriação, cuilioi*a t~iripo-
poid. E, riii, verditdtl: rt iriterig;ici de restituir n cuiisa r a ~ i a ,de COIISR alheia e a falta de consentimento
n%od c r e cxcliiir o furto, coino n3o a exclue a e&- do proprietario.
otiva reskituieri.o do l e d o (5); e mal poder8 di- Quanto ás res contrfiunss, a que fizénios referencia,
as riiodei*nns legislaçCes, afastitndo-se do direito
zer-sc, com PCGLL~ (6): que .o abuso da posse
romano (I). concordam no principio de que o ca-
r a c t e r de c o u s a c o m m u m e x c l u e a p r e s u n i p g z o d o os o u t r o s e l e m e n t o s e n t r a m s ó m e n t e n o c o n c e i t o
fiirto coiiiri~ettido p e l o e o r n p i o y r i e t a r i o , r e d u e i n - da p r o v a d o d o l o , c o n i o nos oirtros r i i m ~ s .
do-se a q u e s t z o (t indagação d o e l e m e n t o i n t e n c i o -
Como applicaçEin cl'estes p i i n c i p i o s , faz o c o d i g o
nal d a çirl)trncç5i~,isto C. s e esta foi f e i t a coin a. p e n a l portiigii4s (1) refereiicin, á socieclade conjn-
c o n s c i e n c i a de q u e s e e x e r c i a um direito. ou p e l o
c o n t r a r i o . com a. de um jllegitinio a?~i,nt~.q luc?-andi.
propriedade dos socios; mas propriedade excl~isivad a ao-
A rasno j u r i d i c a n o f u r t o da c o u s a c o m m u m , est&, cicd:lde. Vid. Vivas~'i;,'I',.allafo di dil.illo corn~~<e~eialti, To-
pois, n a appropriaçâo dolosa da cortsa que n ã o 4 rino jfratelli Boca), 1003, S." ed., vol. 11, pag. 14 e segg.
detida p e l o c o m p r o p r i e t a r i o , em p r q j n l z o d o o i i t r o Se o comproprií.tario, socio ou coherdeiro não detentor
c o m p r o p r i e t a r i o , a o qual se s i i b t r á e a r e s p e c t i v a se apprspria ds toda a cousn commum ou de toda a hc-
q u o t a pro irtdi,uiso. A siiriples cir.ciiiristançiit dia runs" indiiisn, não p8d.1 surgir duvida sobre a cxisiencia
p o s e plipsica. da. cousti r:ommun>, p e l o c o m p r o p r i e - do crime de furto, quando coucorra o elemento do dólo.
E o rnçsuiu pensamos, iiXo olietante o parecer e u uor.treriu
t a r i o , elimina a n o ç à o j u r i d i c a do f u r t o (1): tirdos
do I\'~ancla~o :I/ litoto 'I. da1 codiçs pende il~clillsr~vit.,
pag. 17); que sustenta que \(para a violação da posse con-
stitutira do fiirto 8 necessario que de verifique a siibtrac@o
uiov(3l pertcnc*c:ntr: a urna si~ci'-daJe, por 11:irte do socio,
conetituia crime de furto. liecouhecia-se, p o r h , a neces- de parte da cous:~que eao<ida os limitca da quota perten-
sid:ide cla priiv:i de q i ~ eu socin subir:rliiru e (!ousa coni cente ao subtractorii, de 1'1co (Fzcrto cit., pag. 90q1, de
do!o, prova que competia ao cornproprietario que se julgara PESSIBA (EEelir~~~t%LEI Jll-ittii yenule rit., i. Ir, png. 20R),
lesado: amrrito aiitsiu sdjectciiri ?si ita rlenum furti actiu- de CASSGTO(Ftwfo e c~ppr,q;~;aí;io?~& indelrita dellrs cosa
comn~tr.iic,Livorno, 1901), para quem ase il oondomino, so-
nem esse, si per fallaciaiu et dolo ma10 amovit, quis ciim
sine doto ma10 fecit furti n@ntenotur; et sane plerumque cio ou coerede sottrae della cosa commune o ereiiiti indirisa
credendiini est eilni qiii partis dominli? est, jure potins silu uila po~ziont:uon ~ i ~ p e r i o ralta c quotn rht: g:i spctta, iiun
v'%f ~ i r t o »a, respeito dos casos ern que o comproprietario,
uti qusm furti consilium inireo (L. 51, Dig. pro socio).
( 1 ) Assim, se a subtracpiu da prete~ldidaouuaa comuium socio mi. rohardciro se spproprirt si5 dc partr do eniiss com-
I U U : ~ , qsulqller qu-: seja a uatureza da. çclusa ou a quota
é imputada ao socio de tima sociedade commercial, este
ser& reli de furlo, s(: não dt.tinh:t a. (:ousit e do i ~ b ~ 8(10
0
pertencente ao auctor da subtracp%o.Vid. D i ~ e i t t.~ ,xiv,
confianpa, se a detinha (cocligo penal, art. 4.33.":), ainda que pag. 20.
inferior á alia quota siia a psrtc siiLtrahida dou fiiridoti no- (1) Brt,. 431.O, n.J 1.O. Vid. tambem art. 433.2 Sr. Dr.
ciaes, porqiie, nos termos do codigo commercial (art. 159.D) Dr.4a ~ E K I ~ E I B AC'ocligo
, cizii!portiiguÊs a7inatado cit., vol. I,
o patiimonio d e uma sociedade eo~umer.ci;tlIILO é i:urs- pag. 196; accordgo do Supremo 'E'ribiinal de J ~ i s t i ~ de a
Cap. 11- O -furto na direito part71gub 193
-
33, Seinpre que concorrain, em nuia fig~1i.acri- 430), o que distingue uiu f i f z t l o criminoso de outro; a pari-
tidada í: a diversa gravidade abstracta das variiis especieu
miiiosa, sein que algum facto de natureza especial
criminosas, o diffwerit(: prediirniriin ohstracto de um titulo
venha rnodificrtr o s e n caracter, os elementos que sobrc outro.. . ) i . \'ia. U A ~ ~ ~ F ACiin2inologin
LU, cit., pag.
acabamos de hd.icar, ter-se-lia o crinie de fiirto 313 e segg
simples. Mas, jh c ~ ~ ~(1) ~ . \ que o furto
a notava (2) Kcstliirando, a diversa luz, as iáeias da escola estoica
offereec uma infinita variedade de uirciimstaricias, (upeecata omnia suut :tequalia, nam, ct qui iiutem stadii~,
tanto e m relaçgo A quant,idade nirtural (damno im- et qui uno a cariapo abrst; apqua iiterqiie canopi iiori
est.. . i ) ,a escola positiva rlo direi10 eriiuirirrl nega, baseada
mediclto), pela indefiriida diversidade das coilsas
na classificaçao a~itliro~ologicn dos cieiinquentes, a legitimi-
qrie forniam o sei1 siljcito passivo, çuriio r e h t i v a - dada (1x1circumst:~ncias aggravanteu, couio (Ias atteniian
tes, defendida pela tscola pe~ialclusuiea. Vid. F B ~ ~ K T:
80-
ciologia crirni?~al& cit., pag. 7P2; WAFILUEIL~, Das Prineip
~ como d i c?i,.itto cvirnilzale cit., vol. Iv,
(1) P i o g ~ o m r nde2 dei. Irzdi~Uluulisimngf i z der Sfrof~echt~pfleqe,Wien, 1889,
paf;. 60. pag. 144 e segg., praeu. pag. 160.
..
codigo penal portugiiêã repi-iuie diver-sarucrite o GRI (1:)e NIGELI
( 2 ) irupugnarain, como destituida
flrrto simples e o nggravrido (1). K reflectindo a d e valor sí:ientifico, já q u e o furto a g g r a v a d o nzo
distincção, feita p o r nlgrins criminalistas e erri d- ci.a sen5o riirria sirbdivislo fictici?~d o
gniilns legislações, d a s circuuistai~ciasa g g r a v a n t e s coni o fim d e melhor proporcionar a p e n a a o de-
em ztggravaritcs propriamente ditas e yuaIi5c;tdu- Iietor, que nem 11%ti.:rdiy;to juriclic~eilcoatra~it
r a s (2:): expressamerite s d m i t t e o codigo o furto apoio? porisso que uo direito romano prevaleceu o
qualificado. sj-steina d e destacas d a ~ i o ç ã og e r a l d o furto aa
Ngo passou seui r~px1.oesta tripartiç8o d o f ~ i r t o : eiicis formas qualificadas, criando outras tantas es-
qac C.\RRAEA
(3)) I)AOLI(:4), ~ K D R L O T T I{5;, MA- pecies criniinosas, reguladas p o r normas proprias,
segundo n iniportancia. d a 1es;io pulitlca prodiizida.
(1;) 3 3 0 faz o codigo ref~reriaiuexpressa ao furto açgra- pclo crime patrimonial e a oEcnsa immcdiata ao
vado. Alas, como veremoa, admittiu clli- esla poiico arcri- direito r10 offendido. Mas! sem a c c e i t a . ~a doutrina
taveI distiiicçlo. E m iiiirltraria: SILVA FERRÃO) Theoria de C~IVEL~.ARI (4); p a r a quem o e m
(3) L: LOLLQT
do di,:i.eitr,j 1 e f i ~ l~ j t . , t. viu, png. 8.
.
passivo do furto na. qiisntidade do ciiine. MAGRL (1): eA (11, P~ssma(2) e P u a ~ r a(3): rèem no valor d a
F I L . ~ ~(2): '~u SILVA
~ KF~iznlu
~ (3j e Li/tfi b h r i r ~ 9.2s fk~iiva o criterio de qualificapio do furto, con-
J o ~ u l o(4) impiigna.m IF distincc,ãn entre grande e sidni~ai~do~iqaelleem reln,q%oct,m o damno c,au-
pequeno furto e a inflncncja du critcrio do valor do sado ao offe~ididoe abstraliindo do lacro cio agerite.
ohjecto do fiirto no ealculo da penalidade, com o ERHARD (4). (?ARRARA (5), RO~WA~~YOSI (6) CRIVEL-
o que Falta n proparc;So eritre pcnn e
a r g o m e ~ ~ tile LARI (i), LOLLIXL ( 8 ) X r e ~ i(3)
, ~ clcferide~uL: de-
crime, quando se estabeleça um criterio fixo artifi- terminaçiio real e objectiva do valor da cousa como
cial, qiie dieting:~o grande do peqiieno tiirto, hin- ciiterio quantitativo do furto, cola a distincçno do
danclo-se tal distineção sobre o criterio da riqueza, direito de propriedade em abstracto e concreto,
por indole sempre rela.tiva.. Alkni de que, nbser-
va-se, k nccossario attenclcr R intenqão do ligente
e a que a represszo do furto visa á tutela do di- ( [ j Roafi col~troIa proprietd, ~filaiio,1899, pag. 115.
reito de pi~c~prieilade, ir~distinctosuh o poritv de i,2j Eloficcninli di tliritto per~alecit., t. 11, pag. 218.
vista abstracto. ( 5 ) Debilti eontro Ia propietii cit., pag. 544 e segg. Já
CARPZOT-ro (7'~actiea e ~ l a i i ~ i a l i sdefinia
j o ,jwrtitna p a ~ v z s m
CREM.AKI (5: e PAZZI (6:1, C.~RJT[C:SJAI
( 7 ) t: LAY-
valor variarneiite dztinirlo pelas leis, seguildo os diversos
(1) Rcc~ficontru ia propristii cit., pap. 11s c segg. costiiincs o rtindiçnes dos povos, r ensinava :justo t u w n
( d j S c i e k a ~7jeElul e g i a b ~ z i o ~Capolago,
i~, 1833, vo1. T:I~I? el cur)aiiiimi proebio Te-?rtastin~ur~du esta, e, sob a aiictoridade
pag. 233. Esw doi~tiiria fui corisigriad:~no art. 401 ."o de Boa&?r*;~o, opinava ~ U neccssario
E era csp~ctarccondi-
codigo penal fi-;inces, y;ie ficou constitirinrlo excepçao entre cfiolaein ejus c z ~ fiifum;t'uctun~
i estn.. prininaü menos seve-
as legislap6es priiaes ciinteuiporansau. T'id., rj~i:intii :iG cli- i~:irriiiiiti! quelu I~s:I.v:L 0 i i ~ ü(lu qllc o p(iLrc: i. que o cri-
reito i~iglêe,cm qilc, r.m ri:gra, o ralor não inhie no fiirto: terio do valor nAo podia basear-se na rr~tlo2uer.i.
H a z ~ i s P~Encip,>ii
, d i diritto aprocedurnyannle irrglese cit., (4,) ne.fltrti notione eit., psg. 145 e 3 % ~ .
pag. 14.5. 15) Progran?isic del c o ~ t wdi dlritto cri~ili~io/e cit., vol. IY,
(3) Theorirt do direito penttb cit., t. VIII, pagg. S e 9. pag. 66 e eegg.
(4) Co,wrn.e>ttario no codigo pevnl firirfugrlBs eit., t. 111, (6) Genesi dei d'iritto penub, Pr;ito, 18,12.
pagg. 242 e 243. (7;1 Dti ~ e c l ! irmtt-u lu pi-opi-íefa cit., pag. 107.
(hj DF. jura clBs,iir,ili, $, 151. (8) ALZrcofo d i fui.to cit., png. 139.
(6) All~iid.ANT>REO~.~,I, Contsibuto .?fosico-ghridico cit., (9) Trgttciio dl dirihto pawalc st~lIeqieal!Jcite de1 /%to
pag. 71. cit., pag. 47 e segg.
(7) Elementi d i dz'ritto srimi7aale, 5 1040.
sendo este v d o r conc~etoe reI;xtiro que constitue cada, ella n f i r m ~qrie A praporqão penal inferida
a iriateria do furto; com a necessidadc de medir dn, gravidade do damno niaterial se deve s~ibstitilir
pela impoitancia da lesno cnusi-i,dapclo agente a o printlpio da inveatigaç3.o cla idoneidade tlo agente
inteitqh Oeste e COLU a consideraçâo de que o le- criniinoac>r~;irn:t vida. snciitl rios clilferettt.es casos
gisIarl~~rnXo póde punir 56 a iritcnç50, qiiaiido nSo de delicto, dn adaptaç%o d a represts21:i6 siia espe-
seguida do um evento confornie (I); com o alarrne cial uatureza criminosa. Qilalqiier qiie seja, a dou-
social que va.ii>i,de intcnsiditde segundo o valor d o trina que adopt,emos (1);certo é que sobre a quau-
furto; e com o incentivo aos grandes crimes con- tidade do crime infliie a importancia do direito le-
tra a actividade patrimonial, que certamente deri- -sacio, e a importancia do direito lesado pelo fiirto
varia da repressão tiniforme liara os grandes e pe- nR,o póde ser esacta,nic.ritc cipt-ecit~dc,qurtndo se
quenos crimes de fiirto. prcsclnda, do valor cla coiisa. Assini, fora#m;em ge-
N2o 6 aqui o Iogar de expdr, parallelamente Bs ral, coiicn~clesas legislat;<">eseni ..ii~gnieiztai-a pena
doiitrinas juridicae conimuns, a doutrina d a escola além de nrn certo r..i.Ior, se bem qiie, relatiramente
86inente observaremos qire o prilicipio de B determinap8o do q u o , , t t u ~delimitativo
~ do furto
que o valor infliit: sobre s qnaiitidadl: dos crinies simples e q~iiilificado, seja tlotavel, conio já frisá-
patrim~niãescj por consequencitl, a siií~diversa
punibilidede, é contestado por esta escola. C'lle-
ga.iido, fiiiidaiuentalmente: As conclusões da escula
subjectivijtri, ria corrente enl lirinieiro lagar iudi- (I) Eteco~iheceildoquanto de aoceitavel ba nos ensina-
meiitos da escola classicn objectirs, repallimos, no emtanto,
a sria pretençio de caicular a energia criminosa do agente
(1) <<Qualunqiiesia i1 ~iarlsieroJ-t deliiiquento, quando pelo valor da couaa furtada. h de facto, evidente, como
niin B segiiito dall'iiirolairiento d'uii grande valore, non sacrtvc C+IR01'.41,0 nche un valore niolto elerato piiò occa-
piib, diz J ~ ~ C E L I (.Tro,ttufo$ s i dil-itta petlctle s7i76 pi~al<fi- aionalmante rcridcra lacli-o u n uorno íli iin:L clebole costitrl-
eht. drdfiwtv i:;[., pagg 61 e 5-), pilnil.si come a~itnrrdi zioiie psichica; con te?rderisa a1 fui-tí, assni rrinn,) svilappiite
t.urLu in qrieeta seuza rovesciare tiitta Ia dottrina della di q l ~ e l l oche, pcr dclinqueiiza conq~iiitao acqiiibita, riiba
acieiiza, e tiittn lateorira d d tentatiro; come ilon puii per 20 ceritt.aiinio. E nau 11c:acnnhccenios qni? o criterio bis-
putlirsi conie autore di furti di poco,quando a1 fino drl torico do valor, materialmente cont,r>bid<i e ~iiirrieriamenr~
delinqliente corrispose 1'eví.rrto col furt,o di an volore in- formolãdo no preceito positivo da lei, contravía o principio
genteu. racional e politico do furto,
moa, a divergeliria legislatira. No nosso codigo, e do niesino niodo o cjniilificado (I], c o m o , ein
o criterio arithmetico do valor, que m e r e c e u as
justas c e n s i l r a s de I~RKSA,A~ARCOKA e LLLEIZO
(I),
serve p a r a graduar a p e n a ti3 furto simplcs (2) ( l j Quando o fi~rtofrir comniettido com usuipaç%o ile
titulo, oii riniforma, ou irisignia c l ~ ialgiim einyireqiil<lnyu-
iilico, <:ivil oii rnilit:ti, ou all~hgnndoordcrn falsa dii qiial-
quer aut!t,oridnde riiibiina, ou coni :irronitia~ricrito, escala-
(1) Vid. JIAGRI, Reuti eontro Tnpropr?'ef<lrit.. pegg. 93 riiarito cii eli$vrs f:~lsxs: r111casa n3u hubiiatia, será piiriido
e 94; MICRLA,1rattuto di dirittopenaIr sulio y ~ ~ ( r l i j c hda1
e :uni as yz[ias seg(~lrates:
f i ~ ~ cit.,
t o pag. 66. aj se o valor da coiisa não exceder a lTJ$ClI?O reis: pri-
(5') (6) Se o valor da coilsa nAo exceder ;i 10$000 reis: são ztè um nnno e multa ate dois niêses;
prisão até scis mbsrs e niult~.até uni mês; b) 3 8 e ~ c r d e resta quaulia e não f5r superIcir a 40b000
b) se exceder a esta quantia e n?io f3r superior a reis: prisão correccioual ati: dois auiios e uiiilta a16
40$4N(! reis: p'i"~) :itb um arino e miilta at.8 seis mPães;
dois meseb; c) se exceder 4CJd000reis e nZo fôr superior a 1008000
c) se exceder a 40fiM10 reis e não fôr superior a reis: priszo maior cellu!ar de dois a oito amos, ou,
10(&OitO r&: prijio correccional ali: t r e j an- em alternativa, degredo temporario, coin multa at6
nos c iriiiltu atd seie ruêees (accordao da Refa- um anno riu ambos os casos;
ybo de Loanda de G de maio de 1808, apnd d j se exceder a lOOR000 reis: esta mestiia piirla 2iggi.a-
vada.
d;) se exceder a 100~000reis: pristzo maior cellular Quando o fiirto for. coiniueltido de noile, eiri casa habi-
de dois a oito aririos: em alternativa, de- tada ou clestiiiada a IiabitapSo, o11 em i.diticio priblico o11
gredo tcuipor~rio, com multa ati: uili a m o em destinado ao culto raligioao ou sm cemitorio o11 em estrada
ambos os casus (codigo penal, art. .F21.O, n.03 ou camirilio publico, sendo de objectos que por ellc foram
l.0-7.0; decreto de 15 de dezembro de 1894, trarisportatlos, ou por íliius ori mais possnas, se fii. acom
artt. 1." e 3.', % unico). panhado de quaIílriar das oiroi~mstanciasque tornam o firrtu
Vicl. accordão do Supremo Tribunal de Jiistica d e 19 qiialificudo, ser6 ptinido c o a a s penas seguintes:
de ftrereiro de 183.3 (O U%i-eito, t. XIX, pag. 35); accor- a) se o valor (ia coiisa nBu exceder a 10$OOC)reis: pri-
dão da Relacão do Porto, de 17 de maio da 1887 [.Revista são correccional ate dois aiinos e multa at6 seis
dos T'ih~~nnes, t. vr, png. 1 5 3 ; accordão do Tribuna! Sir- meses;
perior de guerra e marinha de 3 cle niaio da l3SS (Bole- h ) sc exceder esta quantia e n7Lo frir superior a 40&00
tim dos T~-ibunms,t. 111, yag. 510) reis: priszo maior callular de dois a oi1.o anuos ou,
dadas circiimstancia.~, do fiiito aggravado (I), que, c~uandu inferior a 500 ieis e nLo habi-
tual, 56 ter8 logar queixarido-sc o ofi'endido (1). ferencia ao momento em que o furto foi commet-
Quauto ao criterio da d e t e r n ~ i n a ~ aj uoi i d i c a do tido (1).
e l o r dacoiisa snl>tr~~hi<lir, erii q i l e Q oniisso o nosso E, coiltra I>UGLLA (2) e >~AGRX(~), que, baseados
~ o d i g o ,excluido o criterio eubjecti~~o,defendido ~ fe,-tur iiz in;ncoy?~itzem>
iio principio z " J l u r ~ 1 0 TLO>L ,
por b l ~ z (2))r yrie att,erirlin ao lucro obtido pelo s~istei.itnmqire não dcvc exigir-se no aiictor do
auctor do furto, consideran~os, cooi a geilcraIi- furto u co~itieciirieritodo valor da çousa s n b t r a t i d a ,
dadç i305 ci;ct.iptores, seus elementos intr.gr:zntes: entendemos, com 3Iosc111'ir(4) e Tuozzr (ij), que
o valor effcctivo, intrinseco e vciial do sujeito
do furto, sem atteilçilo aos damnos uloraes
cveritualrrieutt: prodiixiilns pelo furto e ao l-alor
os fins ein geral de determinada pessoa; e do grau de !tal
estimativo d a coiisa snbtraliicl;~(3): e a sua re- aptidão. Assini (?iitendido, o valor estimativo é sempre
eknomicamente a penalmente apreciarei. Indefiriida e im-
propia 6 u de~lomiriaçãods valor de iiso. Vid. N E U Y A ~ ,
eiih~titiiida pela de desterru. Vid. Sr. i)r. l'sii+:r~a'r?o -1wncettifoto,~d~~i~a~taIi dell'econorr~iasoçiule, apud Biblioteca
VALLE,A,i~i~otug?es ao l i i ; ~ opvUn~ii-odo corligo peziuE poiv- deZZ'ecunornlstu cit., srrie iii, vol. I s , pag. 184 e segg.;
tugu;s cit.: psgg. 268 e 369; acciirdlo do Sulii-~rrioTribu- Sr. J.)r. &TAI~NOCO I.:SOUSA, Scienciu eçor~urttiea,Coimbra,
nal de Justiça de 9 de agosto de 1592 (Xeiista de direito, 1905, pag. 683. Q ~ A C E R(Dei* Str.*frechtliche Schutz toer-
t. r, pxg. 2'iUj. fioser G.eYenstands,Rreslsii, 1895, pagg. 3-9, praec. pag. 8)
(I) Codigo art. 430.'; ur;curd%u da RelajiLo d o nota que, aqiiando o vaIor estimativo da co~isn,nRo raspeita
Porto de 22 de março de 1892 (Revistu de LegisEaçZo e de n6 ao itidiridno, iri;rs :i colleclividade, converte-se elle em
Ju1.isprrr&.rici<i, xsr, png. 123). verdadeiro e proyrio valor patrimonial . . .» .
í2)De eo gzrod interest cit., pa.g. 55. ( I ) Vid., quanto ao momento a qiie, entre os romanos,
(3) Tia. CIILKOKI.La colpa ?zcl d i ~ i t hciailr odierno, se attz~idiapara :i dateriiliuacAo do valor d a ~ 4 furtiua, s
vol. 11: C~lpueztra-contratt7tule. Torino (Fratelli Bocca), as opiniões divergentes de P A M P A L [Xtudi O ~ sopra i1 &i-
1887, pagg. 228. Se todos os escriptures (Bid. Ma~craxo, ritto diizcrto cit., pig. 140 nota (1); e ~ L A S Z I N I ( T v u f f a t o
I1 titolo x del codicepet~uleitaliano cit., pag. 429 a) con- del furto cit., t . cit., pag. S93).
cordam ein excluir o valor estimativo, diversa B a noy:io (2) Jjrlitfi coilbro 7a p ~ o p r i e f &cit., pag. 544 e segg.
d'este por elles defendida. ;l sciciiciw economica consiciera (3j Rcali c o n f i ~Eic p r o p i e t à cit., pag. 96.
tal o valor su,jectivo, em sentido lato, çoruposto de dois i*) i1 concetto del valoi.c nclla cosu rubutu, apud La
c l c m ~ n t o s :do facto de que iimn cousa 8 apta para satis- Scuola posifiva cit., 1900, anno x, pag. 111.
fazer patrimonialmente os interesjes, necessidades e todos (5j Coi.so cit., pag. 28'7, nota ('2).
14
deve o agente ter con1ieoirrie1lt.udo valor approxi- 35.- E n t r e as cii+euilistaneiasinhererites h qua-
niado d a cousa, porisso que, se a circiirnst~tncin. lidade d a cousa, qiie influem na i~riliiitnbilidadcdo
do valor, pelo modo por que fui legisl~itivamcnte furto, previstas pelo legislador portugilta, podemos
disciplinada, mostra os caracteres proprios das cir- incluir: a) n siilitracq50 de objectos sngrndos oii
cainstnricins rnudificadura~ da rcepoilsabilidade, em logar sagrado (1) 79 a de algum processo ou
por outro lado, considerada na sua essencia es- parte d'elle, ou qualqrier clocizmento, ainda quando
pecifica, iiifliie s011i.e a iriiytitabilidade, augniuil- si~btrahiilopor quem os tiver produzido cm juizo
taudo ou diiliiniliiido a qn:intid;ide politica do em qualqiier cniis:i, livro cte registo ou paite d'elle,
crime (1). e asubtracçRo, deecaminlio ou destruiçAo de pa-
Qi~xnto6, tent;itiva do firrtli yiic o nosso codigo peis ou qiiaesqiiep objectos depositados em deposi-
dcclara scmyre punivel ( 2 ) .julgamos a ellâ iriap- tos publicos 0x1 estabeleci~nentosencarregados pela
plicavel a qualificag80 do valor, iião poderido ter-sc lei de os guardar (2); c) a sal~tritcçlodc fructos
erri coiita. parli ~b ~ R c i t o sda aggravação penal, se-
não RS circumstan~iasaggritvailtes jA cuii~urntnadas
i10 inomento erri qiie se detem o ircr c ~ i n l i ~ a(3).
is
tuvi i1 problema si risolve faiiilmento, yer$:lib i1 si deter-
mina sui iiiezzi di trnnporto preparati dai ladro). Coin ra-
z l o escreve, porérn, iilrcti~a(?Fafutfo cit., pag. 'iUj, que
(1) h rlatural que, i i n . maior parte dos casos, tal oonhe- o & strano parlare di volo~iti e di coi~iisoeriz:t rli valore;
cimento se prasuina atA prova em colrtrario, do mesiiio qudluntlue fuestrro I:t volonts e Ia conoscenza det conte-
ruiido q u ~90 pl.OJllIn~ o dolo generico nos crimes. Vid. nuto clii volzvã roharsi, fiiicli& nori sono seguiie dall'attn
M I ~ E L ATvntatto
, di diritto yenirle suZZe qi~al<fichcdeEJtirto &i esrcuzioiie? cha determilia ciò che si prende, il giure
çit., pag. 69. pennlc non pub e non deve occuparssne)). Qiianto 6 aiialyse
(2j Art. 421.' 1.' S0bz.e os eleinentus da teiitativa do das f6rniau que piide revestir a qiiestão do valor: CARNARA,
crime de fiiito: acc. (10 Suyirt.iiiu Ti,ikiiin:il de; Jristica, de Progi~nii,n,c~de1 c o ~ s g Li; diritto c ~ i m i n u ?cit.,
~ rol. IV,
l i (1s oiiiubro de 1569 ( O I)i?.eifo, t . xxrá, pag. 84); sobre pag. 78 c segg. ; I,oi,i,rsr, Sul i.ectto d i $c?-to oit., pag,
a tentativa de criiue de furto iliferior a 10S000 r&is: decr. 140 e srçg.
de 15 de dazerribro ~ l c1894, art. 3." 3 uniúo, e O Dlreito, (1) Codigo psnal, artt. 441." 4 2 1 i . ~n.,O 4.". Vid. Sr.
t. Xx, pag. 334 Ur. DIASF~ria~rna, Codigc ciuiE porfuyuZs aalzt~otadocit.,
(3) E m contrario pensa CIL~VELLARI ( D e i ,reati cofiti.0 lu t. I , p g g . 2G3 a 26.1.
propviet2 cit., pag. 202) que escreve que ocirca il puas- (2) Codigo penal, art. 424.O $% 1.O: 3.' e 4.". Pócle +i
Cao. I I - 0 fiirto no direit? unrtrtmjs 213
eni t,erreuo alheio (1). Se: em harmonia com as Na doutrina d a escola classica italiana: para qiie
ti.ansfoi.niações do sentimento religioso, rariori o o furto podesse uet. qiialiíicado como sacrilego, esi-
conteúdo do sj-mbolo ou do objecto v e ~ l e r a d u , gia-se, eni harmonia coni o principio fr>riniilado
como significaç80 psychologica colfectiva, cons- pelo direito canonico :f i~vrurnrei saeírae de loco sa-
tante foi ria e v o l q ã o legislatira a qnaIifieaçiio do cvo,ueb ?roasacvus de ~(hcro,2:dsnc).ne íleno?%sacro (I),
fiirto sacrilego. E o criterio jiiridico foi sempre que o furto da ves sacra fozse commettido em logar
identico nas varias legislações: maior q~rantidade religioso. Mas ao criterio d ~conseu~*.tio
. do objecto
politica do crime que offendia o sentimento, radi- subtraliiclo subst.ituiii-se o do uso e dcstino d'aquelle
cado na. conscieneia collectiva, da divindade e do ao. culto, conservando-se sónieilte o criterio tradi-
culto (2). cional do logar, destinado ao seu exercicio. Accei-
tandn H distincç80, que CARRARA (2) defendia, d e
furto sacriIego proprio e improprio, o legislador
primeira ~ i s t aliarecri. qiir: deve i:onoorrer, neste caac, a poitiiguês, exigindo sempre a cu~idiçiiodo logar,
circumstancia do logar; 11Bo é, porem, esta, mes o farto
purie eoru a pena. de oito m n o s de priszo maior
d o estar a cousa n'rlle guardada que ia2 surgir a qualifi-
caç2o. Vid. &la~crano, Ii titolo x clel codice penal italiano cellular ou, em alternaiiva, com doze annos de de-
cit., pag. 44. gredo o furto em edi6cio destinado ao cn1t.o reli-
(1) Codigo penal, art. 430.', 55 1 .O o 2.0
(2) V i d . FERRINI, Zlivitto panab v m n n o ; feorie yenerali,
Milano (Huepli), 1899, pag. 1 5 i ; &IICEI,B, Traiutto d i di-
qitalificxclo referida do furto protige excli~sivnmenta o
vitto pena?< cit., pag. 8Y e segg. A iiiiica differença na evo-
sentimento iiiiivei.sal do culto, qualquer que acja a religiao
lu@o etico Listarica de tal rcpiess8o connisti: em qiie nas le-
professada pela iridividuo, B isto porque, coiiio diz AN-
gislapõ~sprimitivas dominava um conceito utilitario, apgl-:t-
DREOTTI i Cont~iButos t ~ r i c o-yii~u-iáicooit., pag. 15): a o la-
valido-se a pena d o furto sacrilcgo para afastar a vinganga
drlo saerilego viola, além da lesa0 patrimonial, aqile1le
divina, que ,zcoinpnnha sr:mpi.r: as fornias infsriores do seli-
vinculo iriiiino e eapirit.iial dt- verieiaçuo que liga os fieis
timentct religioso i X J . OLIVEIKA~IARTISS;iSyste111ados 111y-
Ls cousas que, nos 1og;tres sagrados, representam o sym-
thos veliyiozos, 1,islon (A. Rl, Pereira), 1835, ed.! pag.
bolo e ti.adiizeiu a funcção sensivel da fb; religiosas.
21 e segg.) ; enquanto no direito penal moderno o conceito
(1) L. si cont~cnzaz,3 17, 9, 4.
religioso, elevando-se ás formas inais ideaea do espirito,
(2j I'royvan~ma de1 corso didiritro crirninale cit., vol. tv,
exerceu uma infiuencia renovadora no criterio juridico da
pag. 103 e segg.
repreesto clos f a c t j ~vicla<o~.es do rliesmo, peIa qriui a
g i n s ~ 0,11 em cemiterio (1) jnon ancru.vz in s n ~ ~ eo ) figura jnridicn do peculato, atteiidendo-se excliisi-
manda applicar as penas de f'urto ou de roubo, no vainente á circ~~mstancia objectiva d a r~iolayicipa-
maxiriio d a sua aggi.avação, qnaildo as cousas fur- tiimoriial publica ( i ) . Foi a tcchnica do direito pe-
tadas oii roubadas em etlificio destinado ao ciilto, nal que elaboro11 a tlieoria dn peculato, destkacuil-
uir eni acto religioso, forem objectos sngrttdus (2). do-a da. do f1.1rtoe coilstil~iiridouma especie c~itni-
E insiibsietente julgninos 2. opinirio d c PUGJ,JA (3)) nusa proliria, firnda.cla em um criterio juridico rle
d e que o legislador teve ern vista, ri20 reprimir it reyresij:i'u diverso do do furto, isto ii., sulrire a viola-
offeerlsa rC divindncl~,iii:ts a. si1htracçk.o de coilsas ç2o da confitiiiqa yiiblica coiisnmm~tr~a pelo elnpre-
expostas 4 confiança publica: o criterio da qualifi- gnclo piihlico que subtralie o patriilionio mobi1i;i.-
c a ~ reside,
" ~ quanto a nós, n a prot,ecção do senti- rio de que, em raz8,o das suas funecões, tcm a
niento religioso collecii~o,cxt.eriorisado rios varios dispoiiibilidade legal e iriatcrinl. Assim, o peculato
eiiltos, piiblicameute professaclos, cr<a violaçao, proyrio foi, pelo iiosso codigo, classificado rios cri-
siippoi~dono seu atict,or i-i~aiordesprezo da S O C ~ ~ L - mes eont,ra a urdcrri e t~ranqirillidadepublica ('21,
bilidade e provocando maior alarine na conscieil-
cia 1x~blicta,toi-i~n,aqiielle poTiticaiiiei-tteiriais inipu-
tavel. Nem, a acceitarnios ~iqnelleparecer, haveria,
(1) oLa distinzione fra psciilato proprio cd irnproprio
por coniprel~endiclxna saiioç50 geral do fiirto de secondochi: oomm,csso da un prirato o da un piibblico fun-
couã:ts publicits, necei-sidade de criar unia qiialifi- xionario ilon è rotriana, diz L a s ~ u c c r(8ioiia de1 dii*i!to
cnq3io especial pa.ra o furto saerilego. pmuuEs rvr,rurLo çit., pag. 461, nota Sj ; sorse nel Medio Evo,
ebbe come tnntci :iltie disliiiziurii dei cluttori to acopo uma-
Coniprelieildida peloe escriptores no furto de nitario di sottrarre iina classe di rei ulle peiie piu grn-vi
de1 pecolato i, di a ~ t t ~ ? ~ uar qurl!e
le piU riiiti de1 fuiirloi.
coiiss publica, a siil-itrac~Wodas coiisas da s ~ g i i n d a
(3) Vid. Codigo penal, nrt. 31:3.U @Tudoo empregado
categoria foi, durante muito tempo. abiangida n a publico qiie em razáo das suas funcgões tiver em seu po-
der dinheiro, titulus de credito, ou effvitos iiloveis pertaii-
ceiittis aro Estado, 011 :L particulares, para guardar, diepen-
(1) Ctidigo penal, arti. 4 2 G . h . " .L0,423.O TI."4.", 3 i . O der ou adniinistrar, ou lhes dar o dcstirio Irg:tl, e algum
circ. 16.3 e 17.- d'estnu furtar, maliciosamente levar, oii deixar levar oii
(2) Codigo p a r ~ 1 ,art. d41.'' furtar, a outrem; ou applicai. a uso pioprio o11:ilheio, fai-
(3) Delitti eont?.o lu propvietri cit., pag. 167. .
taiido i app!icação ou ent.rega legal. . n . Vid. artt. 314.0,
pela ob~ieetividadejuridica de tal rrirne; P, pelo Pela. pequena g r a ~ ~ i d a dqiie
e apresenta, no ele-
coritrario, foi aggravado o furto das coiisas que, mento material con~ono intencional, coiisiderararn
ou por seu destino ou natiireza, oii pelo iogar onde as l ~ g i s l a ~ õ estrangeiras,
es ein todos os tempos (1).
se encout,i.am, albin do damiio patrimonial, viola com especial Iienipidadc, e, eg'.n:ilmente, a nossa
os bens sacias destinados n satisfazer necessidades nutiga e irioderntt Iegiutagão pena1 (21, o facto de
collectivas. Cotitrn MICELB(I) e MANZI~I (2), vemos,
p o r h , n a qualidade da consa, o rriterin predo-
(1) Vid. F~xer,I f ~ t r f pricilcgiati
i cit., pagg. 13-32. A
minante (3) nesta yiialificaglo do farto, já, que
~iniforniidadz:legislatira que, desde a legislaglo moysaica,
aquella implica urna maior quantidade n a t n ~ a 1da
se nota qiixnto i rapressao da figura juridica :I que nos
lesão-patrimonial (aiibti.aeç%orriateri:tl dn eousa) referimos, n%o representa a negaç2io das ideias de LORIA
epolitico-social. Assim o ei~tendeiiolegislador por- (Les bmes économiyues de I a c o ~ f i t i f u t i o gsociuLe~ cit-, pag.
tugirês (4). 155 e segg.) e GROPPAT.I ( S a g $ d d i sociologia, Milano,
1890, parte seconda?pag- 119 e segg.), de que adcive non a'&
variazione di norme lcgislativc, non c'&variazione di con.
3115.~e 317.'; Sr. Dr. DIASFLKKEIRA: Codigo depr.ocesso dizioni econoiniche di cui il diritto i1 riflesso necessarioo ?.
civil anizotado, Coiinbra (Xmpreiiss da Uliive~~sidttclaj, 1890, Via, CARFORA, ~T~~;7ogarr~~n.to in foízdo altrvi, aputl Uiqesta
t. 111, pag. 46. italiano cit., vol. s s ~ iparte
, rv, ITorino, 1900, pag. 412
(1) Tratatto di dbibto penale cit., pag. 53: uB da1l:i ciis- (e5tr.j; LAXXASCH, DiehstahE und Bekldiyuny cit., pag.
todia i11 que1 liiogo che la cos.z nssiime la s i i i qualitj ag- 28; R I G H ~ll, h d r u can?pest.tre,f i s t e b z o ~ o n é monfi (Fer-
graVatrice. . . n ral-ioschi-Cnsiilij, 183'3, pag. 15 e srgg.; RAZETTI, Dcl furfo
(2) T r a f t u f o d e l f u r f o (iit., t . c:it., p a g 448 e 449.
@) h-este sentido: ~fancraxo, I1 titolo x dez codict! pc-
.~laZeiialiugio cit., pag. .i?. Vid. C.~IKIC, k ' i i r t ~d'o,y!/etti ss-
cizmpastrs nella dottri~ane nella giurisprudertza, Toriiio,
1891, pag. 13 e segg. ; TARANTINI, SuLjtoto di-frt~ttipon-
denfi, Traili, 1325, pag. A e segg.
posti albnp~~bl/licaf'er?~, Torino, 1894, pag. 5 e segg.; Mos- (2) Nos projectos de 1861 e 1864, decIarava-se co*zt~a-
CHIXI,Furto di oggetti esposti 71.e7E.e , j e & e nei mcrctrti, apnd t:sn$o contra a prupriedado:
Ler SncoEn positivu cit., 1%-L, anno I V , pag. 077. Art. 4140." n.' 4 . O : aR?,spigar ou rebascar nos campos
(4) Quanto a penalidades, vid. art.. 424.O. Vid. are. do aiitna de rr.tir:rd:is â g ~ o l h e i t , a i~, ,nnt,on de nastcr o11 depois
Stipremo Tribunal de Justiça, de 28 de abril de 1891 (0 dii p6r do soln n.' 5 . O : ucolher fructou de propriedade
Direito, t . xxx, pag. E?' )20
d+ ,de jiillio de 1900 (Gozeta alheia, come~~do-os ali iursmou. Vid. Cndign penal, avt.
d a Relação de Lisboa, t. XIV, pag. 222 e Reõistu de Lliyis- 430.*,$9 1 . O e 2."; Bsçisia de legisla@o e d e j u r i ~ ~ r i ~ d m -
Zagão e de Jurisprudencir~,t. xxv, pag. 1191. cia, t, xsxrr, pag, 410; Retista de Direita c Jzr~G-pntrlev~-
21 8 Do furto .
- - Cap. I I - O .hirto no direito portu,qubs 219
colher, rehnficnr oii reepigar fructos ciu terreno Ahstanilo-se da, peiieralidxile d a s legislações, o
alheio: afóra o caso d e reincidcncin, commina O codigo pe~ialpoririguês cousiilera siifliciente a sim-
codigo-para a,y~rellea, p e n a d e reprcliens%o, parri ples eircuuista~iciado logar de habitaç80, p a r a qua-
este a de prisão a t é seis dias, exigindo-se, eiu nm- lificar o furto, 1120 seiiispira~ido,p a r a essa qualifica-
bos o s casos, queixa do offendido.
ç$o,na pres~irnpyzodo ~ e r i g pessoal,
o qtie implicaria
SL hypothese esclusiva da casa realmente habitada,
36.-As circumstaiicins relativas no lugar, que
rnas ria ideia da \iolay%o d o dorr~icilio o u iio facto
illfllli~llna quantidade politica do furto: respeitam,
d a iiupossiliiSidade da defesa privada (i). E, se, na
segundo a lei portugnêsa, a o f ~ ~ r coriiinettido
to em
casa habitada o u d e s t i ~ l a d aa habitaçko, ciii edifi-
cio p b l i c o ou dcstinaiiio an culto religioso. e m oe-
contre ou seja simplesmente deposta em iirn instituto pii-
n ~ i t e r i o ,ern l o ~ ~ eir m
. o e crn estrada oti c a a i i ~ i h o bliro, mas no facto m:~terial deve accresCbero du gilurtia
yirblico, neste ultimo r a s o quando se trate de obje- da roiisn. Vid. sohra a jntcirpretaç2c~.do art. 416.' coiri re-
ctos transportados pelo anctor du furto (1). fcra~icia aos e!emeiitos c~ciristi~utivoudo crime de furto:
acc. d a ReIagXo do Porto, de 20 do abril de 1856, apud
Reoista dos Tribrrnaes, t. VI, pag. 580.
(I) Via. BEI~TOLB, 5'1t.rto ~ u u l i j c a t opei7 t'aúifazione,
cio, 1." sbrie, n.@78, pag. 8 ; sdrie, ti.' 25, pag. 2 ; api~d,5"7cPPlcine??fonlEa R ; ~ i s t uritl~alcçit., t. r, 1892, pag.
Sr. L)r. TEIXEIRA L~EBELLO, C'odi.90 gefzal an7i~tad0,Porto 242. O rocligo perial i150 clrfi~ie:L casa lialiitada, liiuitaii-
(TSp. Guteuiberg), ad., pagg. 47 nota (1:)e 173 nota (1). do-se :I assirrii1:tr a tilla, sob o poriici de viala da aggravs-
(1) Codigo penal, artt. 426.' n.OS S.', 4.' e 5.': 428.*, @a d o furto, (ia ediiicios que, riUo sendo Iiabitados, são
434.O $ 1 . O e 435.O n.' I.', J4.", circ. 1 7 . a e 18.aTTid. desciiiados :ibabilsi;âo; Iicin distiiigue enlre a casa Laji-
tamhrm art. 425." n.OS 2.O e 3.0. TairiI,eru, qrinnto ao riirto tada pelo aitctor du furto e a que serve de liabitaçiio, mo-
dc p p e i s ou qwesquer objectos depositados erii deponitos me~itanea ou habitual, á victiina do furto ou a qualquer
p',,hlicos o u fisitrbdeeirrtentos e?ie;.rt.regcrdos de os guarda5 a outra pessoa: uelle a en yuur I i i ~ tde proteger, escreve
qtie já. nos referiliios, será aggravada a pena, segundo as BLANCRE (obr. eit., f. C, n.""Sj.O e 554), #une manigre
rrgras geraes (Codigo penal, art. 421." 8 3.'). E, com g6nérale Yhabitatioii, c'est-h-dire lo lieii destinh b 1s de-
Vrco (Fz~t+to cit., psg. 1032), DASEVI, (DeEitti c~i?ltr.o~CI. meure dós citojensr . th'a denominar;Do de casa Iiabitada
yroyrietLi cit., pag. 44) c & ~ i l a ~ l l(Reatt
r, contvo 10 proprietà
ou destinada a liahitaç5o e casa nHo habitada, a que sê re-
cit., pag. LíY), der~ernos notar qiie, para os sffeitoa da fere a lai penal, n$o pÓ.1~ çoinprehender-ss a casa eiu con-
aggravaçlo, não basta qiie a cousa materialmente se en- strue<;iio, destinada Squellem fins, e quando 15 accidental-
Caw. I I - O .Arlo no direito porfu.qttê*~ 28 1
qualificaç%o do furto em edificio publico oii reli- e juridica, por isso que, e,onio Beiii escreve B I m -
ZIXI (1),irioii si pub coricedere che lo Stato inoderno,
gioso? ein que, contra >IARCIAY~ (1) e XICELA (2),
jiilgamos comprchendidau as capellas particulares che è o dovrebbe essere ln.ico, s'incariichi di co-
deste fascende, che s'attengono priiicipaliriente alla
não accessiveis ao publico! predomina quer o in-
t,uito clc tiitelnr s s eousas publicas ou sagradas politica teocraticn, niinimaniente a1 ver0 e puro
nclle c,ontidzzs, cluel. o de punir inais gravemerite scntiinento religioso>. E tarnbem, quanto ao furto
audacia do criminoso, quanto ao furto commettido coininettido em 1oga.r ermo e estiada ou camiriho
eni cemiterio, eu-ja, repressão variori com as vicis-
publico, pronuriçiada é a teilcleriçia da doutrina e
situdes dos costumes funerttrios, veio este a assu- das IegisIaqGes para a elimiiiayão de tal qualifica-
mir earacter autonomo, quando, pela prohibiqkn dx 920, cuja raz8o de ser dcsappsreceu perante as
inhiinlx@n nos teuiplos! faltoti a defesa religiosa e facilidades, a rapidez e a segurança dos diversos
material Qiieestes xssegiiravanl(3). Alas seniolhante meios de transporte e communicaç,20 (2).
qiialificaç5o do furto carece dc solida base rnoral I)e notar Q que todas as circumstancias indica-
das não conçt,itueni, por si s6, circumstancias qua-
lificadoras do furto, 1150 tendo este cnracter seriao
mente occupada pelos operarios que nella trabalharam e
costuinavam dormir: para tal h~pothezeprevê o art. 421."
n.'V.O e 2.'~(Acc. d:t RelatZo do Porto, de 28 de maio
de 1901, apird Revista dos T~-iL?mcres> t. xs, pag. 10). E m t o f i ~ r l ocit., t. cit., pug. 471. Vid. IUPAL-
(1) i 7 ~ i ~ t u tde!
acc. de 13 de abri1 d e 1885, julgou o Supremo Tribunal LOXENI,obr. cit., pag. 241.
d e Ji~stiça (Revista de J.egislacEo e de .Turispritdcn&a, (2) X razão da severid:rde penal a que eram sut)iiiettiilos
t. ssrs, pag. 4G-i) que ao ser praticado o crime em casa os ladi-ões de estrada era dada, exactamente, pelos textos:
habitada nno 8 circiimstancia aggravanten. Vid. Sr. Dr. «Piablict: enii~iiafile e1 s i m melir et ye?4iczrloper itlneru com-
PEREIRA DO VALLE, I('urto si~rqlesu u qitalijcado a, apud m e ~ ~ ~NAii
i o . foi, ~ioi,aiirr: sUiuell~i?o tciuor e o perigo que
Estudos juridicos eit,, pag. 186 a segg. determinou a i n s ~ r ~ ãd'esta.o circuiustancia qualificadora
(1) I? r i f o i o x dek corlice pennle italirino cit,: pag. 50. iio codigo yrnal portiigiiê~,que, acolliendo o coiiceito laisgo
('2,) Tratatto d i diiitto ymzuls stille qualifi7~e de1 fiarto e cvmprahensivo do logar ermo, abrange, quanto a niis,
cil., pag. 93. ein contrario do qiie, em face r10 codigo francêa, sirstenta-
(3) HEL~NXEDINO CARSEIRO, .Eleme7ztos de direito cccle- varn CH~VEAU ot H $ L (~ l ' h l o r i e d u code petiaE cit., t , v,
siasfico português, Coiinhra [Imprensa da Universidade), yag. 2-13], ainda o furto c:orntuetticlo em caminho publico
Id96, 5.= od,, pag. 295 e sogg. juilcto d'urua habita@o ou mesmo airarhs de povoasões.
Caw. ?I- O Tur:o no direito vortuguês 22 3
coi~correridocorn oiitias cireiimstaiicias exterilas, Sem duvida, a lesrlo do ilii.ei~o6 ideiiticit, qrial-
que conipletam e prccisnm a ciiil-iii-lalidade(1 j. quer que seaja o tteniyo eu] q u e o fuito teilha sido
coinmettido: aias a menor defeaa liiivada e o maior
37. O ci.itei.io qirnlificndor do teriipo i~oc,tnriio, alarme social provocain justamente a intervenção
c ~ l j remota
t~ aniigiiidade e iiiiirersaliclade R indn- de urna uinior defesa piiblica, iudepeildeiitenieilte
gapgo Iiistorica ncis revela, e que F r ~ a ' r ~(~2 )~en r da identidade do direito violntlo. O facto isolado de
PAOLI(3) rcpellem coin a considcraç%o de qiie na que o furto seja cornmettido de noite, não constitue,
violação do direito nada influe o tempo eiu que foi de re?to, ein o nosso direito, causa de aggravaçLo
renlieadn,, foi tamlr~emacolhido pelo legislador por- do carinie. exigi~ido-seqiic h cireiimstaricia da noite
tuguês (4). acc:resc;aIri ontros criterios d e daut~ioirleiliato ou de
pluralidade de lesões juridicas consuiiiniadas pelo
furto: o facto de ser cominettido por duas ou mais
(1) o ~ I I Rse iiifere d:ts palavras do art. 423.' do co-
.
digo penal : <. . . quando for y iialificado . pelo concurso pessoas (1). ou cm e:Lsa lia7oitnda. o11 destiiia(1a 2t
de alguina o11 algizinas das circuuietanciaa seguiutes. . . » , hahitacãn, ou em edificio piiblico ou destinado ao
do art. 427.", em que, para a deteriuinagzo da pena, se culto religioso, o n cm cerriitario, o11 eni estrada o11
assoein Oquellas o critario do valor, e do art. 428.' que c a m i n h o pii blico, qiiaiito a objectos transportados
faz depender a npplieayão das perus uelle ro~lsignadaspara
pelo auctor do f ~ i i t o(2).
o furto comniettido de noita, em casa habitada ou desti-
natla n habitaçâo oii em ediiicio piiblico o11 destinado ao
ciiIto religioso nu eiii ccmiterio oii om estrada ou caminho
piiblicn, sendo dit oljer:tos ti.ansyortadoa pelo aiictor do doauni, previsto ria innii~rparte iEas legiulaç5es, iiBo se oc-
furto, do facto de ser u.companhado de qu<rlqi~erdtre oxtrus cupou o nosso legislador, qiis se limitou a considerar cir-
circlr.msta~tci«.ve n z ~ ~ n e ~ ~ ~nroc icoliyn
i ~ s 416.' cr1:ristanci~ aggiavantn irter sido coiiiiuettidn o ?.rime na
r
2 1 9cie1~zrcdellalejisla~ionecit., lib. rii: parte TI, cnp. 54. occasi8o de incendio, nnuf~,agio, terremoto, iiiii~ida$Xo,
(3) Xspozisione storiea e xriei2!$cu cit., png. 100. 3: obitu, yualqunr calamidade publica OLI desgraça particular
.junta: ao Ia cosa era rhiiisa ecl nllora i1 fuitn deve avve- do otfendidoi~(art. 3-I.', circ. 22.a). Via. A~i~iohía, I Ei-
nire rrisdiarite scaaso, o chiavr: falsa o calat ta rive stanno mi:i e n ~ o d i j c a f o ~deZl'i,~zptctatilifd
~i cit., t. rrr, pag. 704;
lc vere yualifithe; o fu lasciata aperta, e& aliora Ia notte OBTOI.AN,É~intents de d ~ o i t ~ i ~cit., ~ ( 1 t.1 I , 11.~"Y4 a
noli ac!creuce I'allarme nE i1 priicolo de1 reato, i1 quale 851.
disponde dall'incuria. de1 pi*uprietarioo. (1) Codigo penal, art. 423.',5 iinico.
(i) Codig-o penal, art. 4dG.', n."." Do fuitunz cubumi- ti) Codigo penll, art. $28." Veja-se, qiianto a penali-
E, repcllindo o criterio astranomico, illustrado
doukrii-ina da esciiridiio, snstentada por CEIVICL-
~ r cr DIITLLER
por C a a x i n ~ e (i) (2), que considerava
LARI (1) e AI.PJ(a), cliic climina.ria, eni dcsharmo-
noite o tcrtipn decorrido desde uma liora depois (10
iiia. cixii os fins da tlispohi!:âo de clne se trat,a., os
pbt do sol nt15 uma hora antes do nascimento, e que,
logares i1lu111in:idos :zrtificinlmente de noite; a, t,heo-
depcnderido essencialinente cla díversidxdc de esta-
ria do repouso noctilriio. cliie reroIhe os siiffr:igios
çOes, climas e logares, era manifestanierite indeferi-
savel; a hhenria dn crepuhciilo, defendida por
de C ~ B F C A~R ( 3e)LISZT BERNER (o. (5) e SCHUTZ (G),
que deixa sem solac,%o o problema do tempo no-
VOES(3),IMP 4L1,OtlENL (4) e CHAUVEAU ET I ~ É L I E
(5),
cturno - a lei pcnal portuguêsa abandoiion a de-
que, ~urisistindoem applicar ao crepusculo mntu-
,teriiiinaç%o d'esta circiiuistancia, de ordemphy~icit,
tino e vespertino os effeitos juiidicos do dia, esquece
á apreçiãç420 soberana do juiz.
que aqiialle 1150 6 senão uni momento astronomico,
Nos c~~sturncs loci~esilt.vorA este iiisyiirar-sc, ~ t -
aritlirueticamente calculavel c rigiilnuier~teiruniu-
tei~deridoao tcmpo de repouso, segundo aquelle~,
tavel, que, se póde auxiliar a investigac;80 judicia-
e preterindo, assim, o ct-iteiio astroriomico ou chro-
ria, nno póde servir de regra geral, porque n razão
riometrico por uma relngão psrcho-sociologice. (7).
eminentemente social cliz qi1alificag80 nem surge
coni o f:tcto, n>cri~mellte phhysicn, do crepusciilo; a
( I ) Dei 7-ur6tP ~ 0 1 ~ t l .loi ~pvgprk1A cit., pag. $37. ,
(2) Z'uqgrmurxnie della nodfe nel -fitrfo, esti.. da! Mowi-
dades, os n.0".0-4.u d'aste artigo, Sambem: Acc. do
t o ~ ecl& p~wfori,1896, pag. 17.
Supremo Tribunal de Buurra 6 l l ~ r i n h a ,de 24 de janairo
(3j Pvogvamnzc~dei curso di diritto crimi,ncck cit., vol. rv,
de 1893 (Revista dos Trilunues, t . xv, pag. 207); C) Di-
pag. 305 e segg.
reito, t. xxr, pag. 30; Rev. de Leg. e de Jtrr., t . xsrx,
(4) Lth~huchcit., pag. 255.
pag. 514; d o e . do Supreuio Tribaiial de Jiistiya, do 1 11%
(5j Ti-alfalo eit., pag. 45i).
&ri1 da 18!38 (fieecistu Je Dirtito e de .hiri.yrtrdencin,
)!( X I I C R L ~.7r«t!atc
, l e girccliJc!~e de1
d i d i r i f l o p e ~ ~ l t 9uEEe
1: sei-ie, 17, pag. 11).
frc.i-tocit.,1)ng329. ,
(1) Elenienti d i diiitto çriiiiir~uEecit., 8 1139.
R '110tf~?rie7cod;c~'
( T j 1%.F R L ~Li* I, ~ W L U apud
~ , L.cr~Scuola
(2) A p d n i r c ~ ~Truttafo
,~, d ; di~ittopenal~ sulEe pzhccli-
Posifir:rcit., 18:-I:;, armo 111, ?ag. 1031. -4 ciaterminag5o eon-
jche {lei! jii,rto cit., pag. 228.
crctn d o te,in»o uoot.ilrrio pelo jiiiz é ilsfcntiida, sntrâ outrue,
(Yj ANDKEOTTI, Cor~tg.ibzctostoi.ico-gito.idicocit., pag. 89. - ~
Quanto ao fnrto eorueçado de rioite e corisuniinado prega a cxptess%o «cor/~rr~ettido de noite# e não a de
de dia ou vice-versa, sustentain XERNER{~)e AEA- c c ~ n s u i u m a çtendo
~ ~ , em vista, certamente, abraçar
, a o inicio do crime, mas h siiii C ~ U -
HrkP) ~ I I CnEo
todos os moiiicntos do crime, airida os que, cnnsi-
snmmação deve referir-se a qiialificação do tempo, deiados por si, nào sejniii piiiiiveis, riias que. cori-
de ci!ia opiniào se apyruxiu~'~, GARRAUD ;S). para sid~rado.;no coiliplcso do iacto criminoso, earacte-
q u e m a ileterir~inaç?iodo tejnp7r.c dalicti s e ttcve rc- rizain o sei1 proc-hin c x ~ c ~ ~ t i tE,
+ of~zendo-se
. de-
ferir ao rrioiiierito da e ~ e c l i @ oda tentativa nit da pender ii rliiwlific:i$'io il,~cuils~ii~in~ic;Sodo furto,
consiimmaçiio do çrirne, cmqiitirito ~ I . ~ R C I(4) A ~e O incorret.-se-ia no R ~ B U Y ~de O punir o furto ten-
CAREARA(~) opinam que a qiiali6caç50 existe tanto s tada iiiais sevel-atii~ntedo que o consunimadii, na
no munieuto iriicial conlo uaqiielle em que u crime hgpcltlieo~ein que o ladrão fôsse si~rpreberididode
fica perfeito. Mas, a16m de que a existericia puni- noite. em casa, seu1 11cjder esprixr pelo dia para a
vel do fiirto comepa com a tentativa \6], B ncces- conbuiiiriia($o r10 fiiito.
snrio n,7o coiifrindir aqriella com n existeiicis da
q~~alific:~ç%o; cstabule~idon concurso dus elailieutos Com tima insidiosa iilcertezs de diccão, a que B
da noçAo do fiirto, deve passar-se aos elementos da neocssario dar unia lata intei.prera~:"Lo,qualifica o
qrialificar;lc, cl'aquelles inclcpeiidentes. 4 lei ern- codigo o furto q ~ ~ a i i dseu trata de objectos transpor-
tados por estrada ou caminho publico (1). O cri-
giuridica de1 ternpo di ~ t o t k ,seenndo i dettami clab giics pc- terio iufciriri:iclc,i d'est:~ qualificaç2o é o do menor
nitico, apud Cmsazione UnZco, xIr, 1900, pag. 513; Cas- poder de defesa privada dos bens (2). A critica feita
TELI.T, Jlelfbrto nottz~rnoncdla dotfrilia e ncllcc gi7siisyirlc-
denaa, Roma-Sorino-Firenze(Fiatelii Uocca), 1891, pag. 9
R aegg. !I) Codigo penal, art. n.O 5.O T7id. tauiberi art.
(1) Trattuto cit., yag. 451. 42.5.", 11: 4." c: 8 8.O
(S! Rin,cipii cit., p g . 315. r-) Escreve 31aazrs1 ( T ~ a t t a t odez fttrto cit., ~ U Y I I O[:it,,
(3) Ti-aité théoripiie et prtatiqrce dz4 di-oitphial f i a n ~ a i s pag. 481): aT~'ansi3, 1u preucc*iipazione, 10 spostamento
cit , t. v, pag 456. delle ordinarie abitudini di vita, Ia necessiti ùi p r t a r seco
(4) 11 titolo x de1 codicspenai italiano cit., pag. 87. le cose indispeiisaliili, prodotts da1 viepgiare, gsiierano uno
(5) P~~ogruittn~rzd.4 eor*so d i diiditto c~.it~linalacit., vol. IV, stato soggettivo e eoggettivo anormsle rispetto alla custodia
pag. 306. della proprieth, di cui ~oglionvyrokttare largamente i la-
(Bj Codigo penal, art. 42 t .O, 5 I , O drin,
Cup. IT- Ofurto ao direito port91gnêP 229
sob sgual s a n c ç % op e n a l : 1) o f u r t o c o m i n e t t i d o p o r
p o r BERNER (I) a o c o d i g o a l l e m ã o , que d e t e r m i n n
c li~riitao~ o b j e c t o s de t r a n s p o r t e , e por 3Taxaiar (2)
ao c o d i g o italiano, yize uú a b r ~ n g eos o i ~ j e c t o aper-
Iações o fiirto commattido por individuos ligadns ?o lesado
t e n c e n t e s a o s v i a j a n t e s , foi e v i t a d a pela lei p e n a l
pelo vinculo de pareiitesco, ao qual era, a principio, exclu-
p o r t u g u ê s a que, com a siia e x p r e s s ã o comlirehen- sivamente applicadn tal designa~ão: em breve, porém, ao
s i v a , c a i u n o c a n g g e r o opposto. infuitu~ slm!/iihzis ausncioir-se o facto da cohabitação em a
mesiiia casa. Mas, ainrla que, dosde entlo, cessasse a de-
38. A s g g r a v a p a o deteruiiriada p e l a q u a l i d a d e signar;:~: muito tiiffle~eiiteficou sempre a discipli~iajiiri-
d o a u c t o r do f u r t o a b r a q a , na lei p e n a l portiiguêsrt, -dica, vendo-se na constituição famiIiar, na communhão de
h y p o t h c s a s vai.ias q u e p o d e m o s referir á plurali- dest,ino doa bens e ainda na genese etico-peychologica da
d a d e d e d e v e r e s violados p a r aquelle, ii p l u r a l i d a d e acção - conuciencia do menor damno e do presumido con-
senso (T'IAZZI, b l y u n i t à , estvafto daId'Ei~cicl~~etlia
giuri-
dc p e s s o a s e á pliiraliiiatie de f u i tos.
dica itoEi(n2n, kTilaiio, 19(H), pag. 5): raeZo para a iinpu-
u) Sob o p r i m e i r o :~spcr.to,o nosso çodigci penal, nidade do furto entre parentes. Afastando-se do codigo
d e s p r e z a n d o o SJ-stcriiit preferivel d o codigo peiiai anstriaco, que subordina o inovimento da acção pe-
i t a l i a n o , q u e , eni um:%fói.niiila g e r a l e comprehensi- nal ao chefe de familia [AYUREOTTI, I! ainco!o dtI snngae
ra, faz n cnunciaçko syiitlieticn do conceito que ecl il codice penale italiuno, Roma (Tip. edic. del TIirTfto
irifcjrnia t o d a s as Iiypotheaes, seni i n d i c a l - a s (3), e iruliuno>,1901, pag. 19:, a codigo penal porlugilds, seg~iiniio
o allemlo (BERNEI:, Ti.clftufo ~ i t . , png. 165), faz deperidsr
reflectindo a d i s t i n c ç ã o d o u t r i n a 1 do fi~?sirlat?~s ou
a acçào criniirial Ao fiirto (quando pratiindo pela criruinoso
f u r t o d o m e s t i c o e m proprici e iniproliiio (41, a b r a n g e
contra seus ascendentes, irmãos, cunhados, sogros o11 gen-
ros, padrastuc, maclautrus o!i ciiteudos, tutores o11 nesi.1-c>)
(1) TI-attatocit., pag. 433. da queixa do offeiidiilo, (Vid. Acc. do Supreirio Ti-ituii:tl
(2j Truttota da1 Jlarto cit., tomo cit., p:ig. 4%. de Justip de 15 de março de 1859, apud Gozetu du na-
YJ,) -43-6.4.", ri." 1 . O : use i1 fatto aia cornmesso çon abuso Zaçno de Lisbou, t. I V , pag. 37) cessando o procaditnerito
della fidueia derivante da scanibievoli relszioiie &i uGcío, logo qu? w prejudicados o reqiieiram (coa pen., ai-tt. 431?,
di pi'estazione d'opera o di eoabitnziurle, anche tempoia- 3s 1." e 2.0, 438." e 125.", g# 3.' e 11."). Vid. Revista de
nea, fra il derubato e il colperolc, ~ u l l ecosa che in con- Leg. e de Jut-., t. xárv, pag. 534.
sequenza di tali relaziune siano i;laoUte od eeposte alla fede Mas, n.%ose coinprrhende porque muitos dos motivos de
di quest'ultirriu~. ordem inoral! que excluem ou limitam a peraegujção do
(4) Vid. ~IOIIAIII), nes reis dornestiyiies cit., pag. 67 e segg. furto entre parentes (convivencia, occasião, etc.), se con-
Sob tal nomen J'u9.i~corripretienrlem a doiitrina e as legis-
Cup. TI- O furto no direito parfuguês 23 l
minal, já qiie, como demonstra GROFS (I), n sua- Notnndn q u e a expressso d a lei <trabalhando
vizac;Xo d a repressâo pcnal do furto domestico
produziu, na Bllemanha, notavel decrescimento
moiiial, criterio seguro para resolver as iricertaa e iluctuan-
nesta rnodalici.ndeda rtctir-idade criminosa. quer sob tes qoest7ics da doutrina e da ji~rispradencia, provocadas
o aspecto moral. porisso que se exige de lima lei pela falta dc normas coiilplelas e codiScadas sobre o con-
de ordem cminenteinerite publica Lima fiincçgo es- tiacto de tt-abalho ( J ~Y~C(JNI<,
Y 7I conZ?'atto d i I ~ I L ' O IMi-
YJ,
tranha :i sua indole, qual a de procurar no rigor lano, 1 5 9 7 , pag. 5 (: wgg; CAUILLO C A T ~ G N A KLeI , carr-
penal, antes que na escolha ciiidacliisn dos bcrvi- tvciversie d?E Eauoro, Jiilano, 1900, pxg. 13 e segg.), repro-
ciuzimos, na parte refet,erite & theoria du frirto, a lei l>&a
dores, o meio de pt~rtcntira segurança dos bt.ns(;2).
$e 10 de março de 1900:
E, ao contrario da lei penal Crwli.-iiia.que acnllieii Artigo 1.': Apreseute lei discipliria o contracto pelo qiial
o conceito innorador da paridade de axnrçiio re- iim operario se ohrig,~a trabalhar sob n. niictoridade r di-
pressiva cIo furto para as sobtracçGes co~rir~iettirlas recp" (?e uin emprezario, rriedinnte remuneracno dada par
pelo operario em pre.jtoizo do pritriyo, oii vice- este, e calciilada quer em razLo da diira@o do trabalho.
versa, o nosso codigo ycrial, conservando-sc re- qiwr eiri proporç8o da qiiaritidaile, qualidade i valor do
fracti~rio6 elaborap5o IegiaIativa dos nossos dias, tral:tlho r~alizado,quer sigiiiido qiialqt~<:ruitira converiçlo
estabelecida entre as partes.
limita a qi~alifica~ãn clo filrto ao coziiiriettidu em
3.'-8.': 0 opcr;trio tom obrit;;icãti ilr; restituir eiii bom
prcjuizo do patrHo. csq~irce~ido que, sob o poiito de estado ao einprezai*io oe iitensi!ios e materias primas ii,?(?
~ i s t ada iniputabilidade politica, dignas de maior empregadas, q i lhe ~ ~forem confiadas.
protecç5o da lei yenal slio as f6rinas praticas do 11.' : O einpi.ezario 15 obrigado a dar ao operario, sctlva
trabalho hurriaiin. devendo aquella tntelxi. eficaz- estip~ilaçZoem contrario, on iiteneilios r? niatzi.iaes iiecrs-
mente o que constitue o patrinioiiio econo~nicodo sarios i realizagno do trabalho.
13.": O emprezariu iiZn wrn, em caso algi~m,o direito de
operario: o seli poder dc tl.r~b31ho;3j.
reter os iitensi[iue peintencentes ao operario.
33.': Os iiirrtri~mento~ iiicesaario~As orc~ipai:.keu peasoacs
da m i i l h ~ re os ~ i ~ o i eadquiridos
is rroiri o conciir~odo Fel1
(1) Handbueh wr L~izfersuchi~r~.~~sTachfer, Graz, 1899, saiario n i o podem, srm o seii consentimrnto, ser alienados
t. ir, psg. 678. a titulo oneroso ou gratuito, alugados nem :oiifindos, por*
1rS.1 Vid. ~ ~ A N Z I X I ,Trut!ato de1 fzri.Co cit., tomo cit., emprestimo, ao iuarido iVid. A'i-ch,iviocii dlritlo i?zdustriale
pag. 564. ~ , I Lrapporto a7 dir?:ftopen.aZe, t . rv, pag. 174).
(3) Porqric offerece, na3 relaci;es do direito peiial patri- A relx~30de trabalho toriia-se necessaria, conici nec,es-
Cap. 11- C/ ,@tu ?ir, direito prrrtu/,n8s 235
~
habitualiuente D abraça os trnbalhos intell ect,uaes, mente estranha á no@o da aggravante do furto,
cotiio os iuaberines {l),e que: q~iaiito6s circurustan- nas clnas Iiypotlleses indiçarlns (11,
cias que c:onstitrierii o hílliito, ri50 B necessario que T a n i b e m , lias casos de fLic711,1.zr7an~s
improjj~izt.s,a
o t,rnhalho se-ja contiiliio, se hem q u e 11'20 liaste qiie
q u e se refere o 11.' 4." i10 a ~ t 425.'
. do coùigo pe-
seja xccideiitnl(2): nbscrvnrcnios que ri, distinc~ilo nal, o abiiso de coiiliarip é o elciiicnt,~esset~ciale
ent,xe coliahitaq?io retii\)aida e grat,uita é a b s n l n t a -
predorriinailte de tal qiialiticny$o (2j.
bj [C) f u r t o cc~llactivo,istli 6, o comrnettiilo por
daas oil mais pessoas rliie, na actividade criminom
sariit. ii a eutiega ddi: ri:erisilioa e a. prestiiçso de ssrvi$oe dq fill.t~>!concorreln corno co-~uctoi-es 011 wmpli-
pelo opcrtlrio, e, por eonsequencia, toclo o fiirto em detri- cea, foi sempre crinsiderado coruo ftirto qriaiiticado.
mrntii cio opzrario oii do patrho ser4 sempre qiralificado Simplesmente variou o conceito da qiialificaç!io e
por abuw <de confiança, insita na riatiireza a no esyirit,~ a siia iuterpreta.qLto,qíic, nas primitivas legislações,
do coiibracto d y rrxlrllto. Piuvado o elemeuto intsnçioual
se baseava sobre a ma,terialidnde dn reiioiWo de
do crime, sorgiri a saucçãn enorgica repr*ssiva do fiirto :
a~siiii, o ~,inpre'ario, qiie rrtivir ahiisivaiuánte os instni-
mais pcssuas 1-13 cxccuçko do fiii*t,r>, euiqiia.ntu no
mcotos do operario, iiso puderli iiivocar s pras!inipçZo de iilotlerriu direito penal accresce ao elenieiito olije-
que prn~ndiaiioa Jiiuites do sei1 direita (Vid. ETO~'ATTO, ctivo de tal cjrcui11stnsir:ia 0 criterio p~ycliologicrJ
L'esercizio arbitrario daue p ~ ~ o j ~ v i w i a g icit.,
o ~ t i pag. 151 e
~ ~ g g . porq119
), será senipre considerado de r o i M, em face
da disyiusiçKo 40 att. lã." commsttendo, em tai c a s o j unia
suhtracçãú dolosn. do coiisaa rnoveis pertcncfintps no ope- i l j K O me51110 ser~tiilo: MLCELA,Troltahi rli divittn pe-
rario ; :issiru, o operario, que nBo reslitiia os instr~imentos n d e sitllz y*i~,!qic/re de! f2tr:o cit., pag. 111 Al.tnü~:r~r,
ao e~upresa~,io cri ss iiisteriau priinas riho irliliaadcs, c i m - Tnztfuto (!<:I fi,rto cit., t i ~ m oi ~ t . ,pag. 637. Lbntirr: Pu-
rnetteri, se a ma retengzo f6r doloia, um furtci qualificsdo (:LI.\, iklit:i i:rin&ruir/.proprietri. cit., pag. 139 e ssgg.
e nxo siinpies appropriayXo, poi~qi~i? a entre%&,obrigatoria ( 2 ) Assim, iio direito rornario, que prev~itanvs qiio,
r n~ccssnriano emprezurio, n5o S nunca voli~ntariarrlati. contra ' I I G U ! ~ ~crra?1~onc!r,
?, etc., s e porlia proceder
stcihiili~~.ri*,,
vaiumte á 1:atiircza ~ l aiel,i~%oebpecia! de triixalliu. <r d,:li( fv, Í ò e i a tratnca kloa propcjcs coiidusbvrts 011 hospe-
( l j Noriax~,Des zok doincsfiqnss cit., pagg. 199-293. d e i : ~ ~ ) , r:< y i i n r i d r ! ; ç t ~ i <qii:iridri a ~iihtracr,hoera r ~ u -
(9) G A R ~ A TGJ D i r ;,t á tJlioripirt et pv~it;qcce11u di,oit liin:naE mòttida por seus ~I.VI>»F.~US) e e2 y d u s i ciiiitruçfu (quarirlú
fiancais cit., t. vI pag. 4,471 RASEVI.Dti delifti contra la feito por qiis!qiier ind~vidriopor aquelles trmspoitado: hos-
p"'oprGJdcCit., pag. 60 e segg. p e d ~ ; etc.).
, Vid. L. I, D~IJ.,iaazl,L., cnlnp. ct ~tribic?.
Gap. I1- O f i i - o
no direito portiqi,ra 437
--- - ---
do accordo nriterior A consnniii-iaçSo do furto (1). E, A lei portuguesa coiisidei-a, qiialificitdo o furto
se o frintlarricrito coriiniurn da. especial repressão do q u a n d o comniett,ido 11 por drina ou mais pessoas N (li,
fiiito collcctivo reside no maior ala,rme social que declararido opplieavcie ris sancç6espznaes do artigo
elle provoca, iio nieiior poder de defesa privada e 428. "ao furto couinettido por ~luauoiri n i ~ pes- i
13% maior auclaeis e efficacia da actividade do la- soas, corn o concurso de d~iasou mais das circrim-
drão associado (21, diverso foi, lias legisla~ões,o stailcias enumeradas no art. 4 2 6 . ' ~í2) e comiui-
criterio iliimerico das pcssoas neccssarias para iiando a penn cle prisão maior crllnlar de dois a
constituir a quãlificaqão; cuja iiitcgraç,To depende: pito a i m o s , oii, em alt.erriativa, a yeua de ~ ) r i s â o
em algniis codigos. do coricurso dc outras eirciim- maior i,cmporaria, para o crime cIe roubo <com-
staucitc-s. rilcttido por ou mais pessoas2 (3).
Besta? pois, x siilioltnneiclade da acggo, que. que-
rida pelos agentes do crime, f;tz surgir ayiiclle
( 1 ) Opiriiio interxiedia entrc u deferidida por LOLLNI accortlci ininiedirato e instantaneo r i a acq:"lo que :(E-
(Agy~mcanfiu yuul</iliehe tlel fiirfu cit., pag. 25) e Pozzo- grava, a respcinsn.bilidade pen:J ; nccr?i.do que pSde
LIKI (I! ft~rt~o çommesso Ja tre ò yiz~pevsone riimite: SG sia
fibranger uno s6 os co-ri:us, como inesactairiente
rrecessirrio il prececlente concerto, apiid Rivista di &rit;o
pelaale e sociologia criniinale cit., t. 11, 1901, pag. 190), que >~firiilãrt~ IMPII,LOYENI (4) e CIYOXI(51, mas tan-i-
siisteutain a necessidade cio accordo anterior A execiipSo
do cririle e aque, defendida por Vrco (Alrtocit., pag. 1107),
se eatisraz com o facto material, piirn e siiiip!es, d o nu- (1) (:"digo penal, a1.t. 426.', ri." 3."
iriero (S'id. CALXE, pz;. i 2 numl.oro d e 7 b p e ~ -
A ~ r t oyz~~xl):fi~rtto gAI2odigu penal, art. -12S.O, mito.
sone: Toriiio, 1894, pag. 18; Rasr, IZ fzr,rto p~~al<fiercloper 1'8) Codigo penal, art. 4 3 5 . O , n.O 2." Quanto A pena eni
i1 Tianas1.o delle persour, Cesena [Fratelli Bettiiii;~, 1903, q u e incorre o vi>-reu, (lixe l i í ~ 6 iC O I I P O C A ~ O 011 sildw~idoOS
pag. 13). Coin razão, C A R I ~ ~(Piogrninmrc
KA de2 COI-sodi outros ou dado instriicçGes para o riiiilio ou dirigido a aiia
diritto criminnle cit., vol. IV, pag. 1391, advertia que exrcuçko, vej. cocl. peli., art. ,1.36." T d . , qiiaIito aos en-
nt'uniooe deve precedore o almeno essere volontxfia~nente coliitlorej de furto, o Acù. (1'3 Re1:tçàcl do Piortii: de l i d e
concomitante alla cuntiettnzione, e clie ir1 una parola occorre j a u t i r o d~ 1398 (Rsai$l« J o Pro p o ~ ( ~ c y + ! ;L.s , vir& pai;.
clie i ladri abbiano rubato a comune per un accordo avveniito Z2j; Sr. Dr. LOPPB DA SILVA, Repurto~ii)~ i t . ,t. IT,fitsr.
eu!l'atto o. vrr, pag. 1:jZ.
(2) ri11 numero delle pcrsone, diz Auxrrr, eostituisre (4) Obr. cit., png. 261.
per s.i lina violeiiza iniplicit:~perchb intimorisce. . .i). (5,) StrEEa yucll;J;.,a d'el liurnei-o ddle persom neE f u ~ t o ,
Cup. 11- O furt#i no direilu yortu.quêe 239
bcm os c u q l i c e s do furto, porisso que comuiettein pessoas só ser&dolosa e pui-iirel qiinrido seja,ni pe-
o furto n5o s6 os seiis auctores niateriaes ori rno- rialmerite iniputnvcis, o que lcva a excluir cl'aquella
raes (1), mas tambem tos que coriccrreram dire- os menores que 1irot;edereni setn discerriirnei-ito (1).
ctamente p;ii.;~facilitar ou pi.epaiai n execilqRo iios c) O coiiccito da reii~i:idericia como a ~ g r s ~ v a q i i o
casos eni qile, sem esse corkcurso, priilesee ter sido do fiii.tc>, a,peIias esboçado ito direito rornaiio da de-
coniiliettido o criuies (2). concurso qiie heai pScle caaancia firbiyeatu~n)(aj, ~ i i ~ o g r i itltcrioiu~entc
de tio
ser presLudo diiiarite o facto (3j. Coritra Vrco (J), direito estatuta.rio italiaiio, vindo R ser acolhido
sirstentanios, pordm, que a reui~iãode duas ou mais nos ruodernos codig.os periaes. Eritre elles, o codigo
' português, que commina especial e severa sanc~:io
para a segunda reincidei~r,iado crime de furto (3).
apud IV~ANZINI, n-nttufo de1 furto cit., Loriio cit., pag. 676; Vinciilada A ,zggravt~(;Zodo furto por rcincicleii-
R-~SI,IZ f i ~ f ogualifiato AI. il1~0nero delb pelaogte cit., cia e s t i a qirestgo delicada da distiueç2o entre a
pag. 4 e aegg. 11iiid:ide e a coritiiirra.çlo do ciirne. Porque os limi-
(lj Codigo pe~iaI,artt. 1 9 . O e 20.O tes d'este trabaIho não se conipadecem com a aii-
(211 Codig-o pt:nxl, art. 2 2 . O 1 i . O 2."
nuciosa aualpse de tal problema, limitar-n~s-hemos
(3) Com razão se jrilgou (Cussazi~neituSaan, 13 giu-
g~lol899j que tal qiialiíicaçLo anon viene meno sol perchè :I dizer yile os codigos I~oilieruosriao coilsiderani,
non siano materislmeute riunite ~iellostesso focale de1 para os effeitos da pena, crimes distiuctos os que
furt.~Ie tre persulie, inentra slavano due di esse iii un lo-
cale attiguo o couiunicarite, iri guisa da poter iu ogui is-
tantc prestai'e aiuto a1 compagnoi). 0 criterio mais se,orii70 (I) Codigo penal, artt. 43.O e 39.O rirc. 3.3
para di~tir~g!li~ UY to-rcud dos ctiml)!ices 6 foriiecido pela (2) TTi(id. .;~E'DRRoTT~, Cuntr&iafo sforico-giur;dico cit.,
clisLi~icçaoentre a c t o ~de execução e actos preparatorios: pagã. 78-82,
quem interi,eni na consuaiiriaçEo d o furto, cualquer que seja (3) Codigii yarial, xrtt. ,421.O 2.', 430." 5 3.O. O da-
a parte que nelia representa, 6 sempre co-reu; quem iiiter- creto de 15 de sstembro de 1394 pune especialmente,
veio precedentemeute, sem qcia u ~ i i aactivida(1c se exerga couio iiidiçirnus n caso $ c piiineii:~r+iricidaiic*i;i.Vid. acc.
no momeuta de consumma~ãodo crime, B simples ciim- do Supremo Yribunal de Justipa, de 6 de agosto de 1893
plice. (Eeuista dos l'?,ibunaes, t. s i v , pag. 186), e do 17 de ou-
( 4 ) TTid. ~ ~ ~ S C H I S I l, j c r t u prtal$catu per 7a reiig7ivne t ~ t. ãri, pag. 165); aci.. da Re-
tubru de 1896 ( R e ~ i s cit.,
di ire 6 plù persone, apud La Scv,ola positiua cit., 1891, laplo do Porto, de 15 (li; outubro de 1886 ( O Direilo,
anuo I, pag. 753. t. ãx, pag. 96).
240
--
Do furto
- --
das para o s casos de coiiciirso de circliinstan-
ctinstitueni uiolag80 da inesniii disposiç8o de lei,
cim (1).
eouimcttidos com act,os execirtiros dn niesnia reso-
Xvide~iteno iiosso eodigo o intuito de reprimir
~ , dufine
liic;?io criminosa il), c qiic, n;t i l o i ~ t r i t i se
a habitualidade criruinosa, que distingue o ladra0
cririie pi!iinaiiriite ao que eoiisistc cm u i i i ftxcto
d a maior parte dos outros deliizquentea (2j, enceptúa
criminoso que se proluiiga. aeiri iiiteri.npq%opor rriu
zuaior oii menor periodo d e teinpu, iirlpliea.i~douma
i n i n t e r r ~ ~ violapio
~ta dn lei penal ('2). Assim, p o r - .a
(1) Kotcmou q u e : 1." Entre as circirmstancias modifica-
isso que nRo violam a. mcsrntc di~posiq%ode lei, isto doias d o furto, lia :iIgurnas yrit; I I Z ~o qiiaiifio;iui nem -a:
gravam senão quando se c~inkiiiiarneutre si (assim o facto
6, n mesma noruin qrie estabelece uma sancç5.o pix-
de que o furto fai cominettido da noite não qualifica o
nitiva determillada em q~iaiitidade e qualidade, crime aen%o lios caso do art. .118.*), poderido dizer-st:, em
ti20 podem considerar-se coilio criuie. cotltiiiuado geral, qrie o furto só é aggravado- ou qiiaiiíicado pelo con-
os furtos sirnylcs e uggravados oii qiialiiicados, curso dc ~aririscir~uin~tancia-?. Casos ha, todavia, cuja
neni os aggravados e qualificados, nein qiislcliier gravidsde b bl qne, isolactos, inflilern sobre a c~iialiticaTZ~
dlaquclles e o roubo; mas, se se trata di: fiirtua do furto sobre a siia penalidade ; como na I ~ ~ p o t h e sdo e
aggravados ou qualificados, sendo diversas as cir- f$tc.coin violencia.
2.0-~liie a lei teve am consideraçzo o numero de cir-
eunista,ncias aggravuntea ou qni~lificaduras que
cuuistaücias concorrentes para estabelecer a siia nscala,
nelles concorrem, a relaç8o de continuaqão nso n5o R ? , I I ~ O licito ao juiz substituir as suas As combiuaç8ea
impede a al~p1icaçã.od;cs rcigrns geraes cstabeleci- legacs. A presenpi de u ~ u sliuva oiicumstanria 1i2o justi-
6c.a a aggravac3o da pena, senzo nos casos em que a lei
regulou os seus eífeitos : nzo hasta qim exista uma circiim-
( I j Para haver unidade de re@oluçãobasta a ,ts?i?dcrdd stancia nova de que u lei faz, erri geral, uma causa do
gene~ica,no sentido de resolii~ãoci!rii~)lern em relação aos aggravagno, tomando-se necessario qua ella tenha previsto
varios factos constitutiros do crime conrin~iado.Vid. PAU- o eeeito e calciiladu a corubiinuçXo soti.e a perididaric.
PALOKI, Sti~di6711 d~2it:od l ~ ; L T ~ cit.,
O I, yagg. 111 e 112. 3 . O - Cada circ~imstancia aggravante, mesmo em caso
Para T,nccaíxi, os eleiuentos d o crime continuado sLa nni- de concurso? ilai-r! r!rinseiv:u- os aiiiis caractiiirs proprios,
dade uu iileiicidaila de intcuc;u, de olijicto u de sujeito sendo nacessari,, varitiiar, para cada uma rl'ellas, se reune
passivo; liiuraliclitdt: de detrimiilasões, de a c ~ õ e se de 19- as condip0eu exigidas por lei. (Vid. Codigo peual, srtt.
sões. Vid. Codigo pen:~l,~irtt.:%.o, 36.0 e 38." 429.D, 34.", Y I .O).
(1)Vid. I ~ P A L L O X E87rl ~ I ,vecrto cowti~lrntcr,apiid Ei- (2) MAGRI, Arati coiitro liz proplietd uil., pag. 60 e
.uisrn pelzale cit., a m o xxr, 1887, png. 30% 10
Cap. I 1 - O w f i ~ ~ . tno
ù direito partiipCs 243
- .- - -
tIle da exclilsko consignada para os crimes de
preventivas d a sociedade. O d a m o ininiediato póde
fiirto, cujo objecto nAo c x c c d ~o valor de 500
p e r r n ~ ~ l c curuasirio,
cr u rnes'ila a qiiarltidadenatural,
réis (I), o caso ein qire taes oriil~esseja111 habituaes.
e atigmciltai, eiltretanto, a. ~~iinntidatle pici1itic.n do
danino cncdiato pelo niaior rtlai.mt: social produ-
39. -FLest,a-lios fallar da ultiuin yoalificaç,20 -
zido pela violaneia, qiie, quando empi.ezada con-
a do modo, de todas a. mais importante e a mais
gruvc. Conl razso 'l'oua~aiid(2) a considero a m~is tra a,s pessoas, cni~stitiieG roiibo (1); qnarido so-
perigosa, já como reveIadora de maior aridacia e bre i c ccitisn o fi~rtij clun,liíicaclo peIo modo. En-
sina-se comniummcrite cluc a qu;tlilic;ic;2u do rilodo
energia. eritiiiuosn do auctor c10 fiirto, já piii*Llue n
abrange exclnsivailiente o f'iiito c,oininet,tido com
indefinids variedade de meios por ncjuclle adopta-
a~roinbariiento,esciilnilieatu ou cliaves falsas (2);
dos chega, n,?o raro, 6 neutrnliznq.50 de todas a s
mas, sem iepctir as obeervaç6es de PAOLL (3) so-
precauqões do proprieta.rio e de todas as medidas
brc x exactidão d'aqiieile parecer, B facil consta-
tar q u e , nss circnnis-tauoiits relativa3 ao meio, po-
dem e rlevern comprehender-se n%ci só aqriellas,
segg. As theorias juridicas da socceseZo e accnmilaç2o de mas KS oircamstnncias que, irifliiiildo sobre a quan-
crimes (vid. codigo pena!, artt. 37." e 38.') são criticadas tidade politioa do fiirto, respeitam ao facto de ser
pela escola positiva, aiu qiiniito si vient: a dar iiiia specie
este conimcttido #com iisurpapZii de titulo, ou uni-
di seoilto al oo!pevole, per i1 iuaggiai. iiuuiaru di seali
coinniessis. Mas, praseindirido de outros mulivoa, cremos forrrie, ou insigrii:~de dgirm empregado piil~lico
que, tratando-s? de fiii-io continuaclo c i i de acciiniiilayEo civil ou iriilitar, oo allegando ordeiir fiilsa de qual-
de fuiirtis! a aaiisa da diinirioiçlo da pPna reaide no facto qiier a,act.oridade puhliçits (4), ou atrazpndo o cri-
de que o born exito do primeiro crime teve por cífeito
paralysar as rorcau inhilitoriaa, a reacção penal, Ora
qriand~i aqiielle resiiltado 6. dcst.rnido pela í'tfectira. impo-
sição da pena, niotiro suficieiite h a v e ~ ápara diminuir a
reprvse?iu proporcionalniente ii acpLii estiruiilsntn produzida (1) Codigo penal, :tst. q Y 2 . O
pelo born exito do primeira crime. . . 12) Codigu penal; art. 426." n.O 7."
( l j Codigo art. 430.'; O Direito, t. xrrr, pag. ( 5 ) Del7u necssuità di irlaatenevc -e~eElenostre leggi pe~ruli
161. i2 Eii~yzsayjogizo~-idicoituEiur20, apud Rivistu penala cit.,
pj Obr. cil., pag. 115. r, 1874, pag. 20.
(4) Todigo p?nal, a r t 4?i:.@11.~ Vid. art. 235.O
..
C'ap. 11- O JurLu direito porfuquLs 2 L5
- -
720
7 --
3lrts, se ti d(.iiitriri;i riegiiida pelo leg:.isIa.dortem se aos nieios terideritcs a couscgiiir o trxiisporte da
n ~~Eritgiil-a o parecer de C-~art.lx.i( I ) , Cal;.lrri;'ia- cousa do logrir do furto.
sr (21, PVCC~ORI (3). BLIXCIIE (4) e CRIVELLXRL (j), Note-se, porérn, qlie 6 do fiin qiie se ~I~.OINJZ O
que sustutitaiil a i r i a p p I i ~ ~ ~ b i l i . de
i ~ ~tal
c 1q~l l i ~ l i f i ~ ~ - agento que cteriva a cr.iniiiialidude do meio ; e
ção, quando o emprego d'aqiielles nieios não tenha q u m irirto p6i-le ati: ser qodificado por liriia cir-
120' fim a neseeiiçAo do fiirto! mas sc destine a pro- cumst;iiicia relkitiva ao niodu, que se verifiqiie de-
ciirar saída do Iaclrno ou dn cousa do logar do pois cla sua consiiininaçko : assim, qiiuiido o IadrScj
fiiito, isto C., q~laiido,segiinrlfi clles, o frirto já es- npl~rehende i i i i ~ baliii fechado A oha\,e ptwa se
tava consuilimado, certo 6 que, como clcixamos irl- appr0pria.r do seu conteúdo, certamente tinha, con-
dioado a proposito do luoutenta d a corisnnim:~@odc~ tempoi.a,nea.nisnte, o iiltirito dc o arrombar, e este
eu ri.^), este nao se consuiiirria. si, coni a, crpl.~r.el~ensic, ~ ~ e t i s ~ u l c:iiiterior
l~to faz i-etrotraír ao inomento cio
~ e i mas
, com a ablatio ~ , e i ,no sentido ein que vi- f ~ ~ r too airoiubailieiito, aindri qiinndo feito ein
mos qne t,al express;i(s deve ser tonixdn. E o crite- oiit1.o 1üg:ir t- ~i~~~;teriornieritc (li. Neni se t r a t a ,
rio irispir;idor dlest,a yu:ilific;iqão, curisirtiiido ria cnl tal caio, tle uinn ficçxo iiindiriissivei eiri 111n-
menor eiiicacia da defesa privada, deve esterider- teria penal: a unidade ps~cholugieu do pensa-
iiieiito ci,irriirios» produz % unidade ontoiogica do
facto (2).
doiituLle rt uois ~ i i ~ r u t rqi:e s lu volriir k In tis&-iliii, lui,
ne se rend cnapable rliie da dClits, mais exerce iine véri-
table profe~sioni~. ùlas ü exemplo rino doinonsiin a indc- (1) Tiadnzindo as euigenoiaa da doiitriiia, coiisi;ii:i o
vi!ia inciiisltn da9 ~i~crinlstall~i;lpi i1~3l.:arl.?'ienire as aggra- cüdigo penal pu~tiig&:! ilila ::3. ~ulrtrac:r;Aodo rriovel fa-
*-antes do fi~rt,o. ch:ido, q i ~ cserre Q segiiraiiqa dos efieitos que contbm, e
(I) Y ~ o ; J I ' Lde1 I :c(i:.$rj I L ~ ei.iniiriale cit.: uol. ~ v ,
~ L ~di~dil.iilü commettida deniro da casa ou edificin, consi~lira-sefeiis
Ioc. cit. eor!~;L c:iri:iiinet:incin de arrornb~:aerito,ainda que o moi~el
(%) Ll611~rdt' di r2;i-Lt/n çriri~ii~n?t cit.: !o(:. eit. seja aberto OLI arrumha4o e m outro logarn (:ar*. 443.3
i:;;' Tl r i x l i i ~ptli?*~líin*~::111~7 c ~ L . pag.
? 27 1. iinicaj.
(.! i,!,cil., t. rI. n." 2 5 .
Ohr. (2) J i os romanos haviam proclamado a regra de que
~ i o nca:;tics r . L)a appfica-
(5) Dei q ~ a t !eontiv :a jvopl.irtà cit., pag. 309. Confi-a: n h1 111uJejic;i*c u l f t ~ i t a spsctah~r
s
GA~LRAUD, 'Tru3&tJ,!ci~igiir: c.t prcrtiyut: riu, rJ~oi(.li4ttoljYfi.oii- :Ao de tal priilcipio d hyput1lejz eu1 qiit.stão resiilta, diz
cit., i. v, pagg. 476 i: 477. MICELA(Tr(ttufto di Olilitto p ~ i n l f .s~~d~'e
: p~nlijiChede1 fwrto
Cap. I1- 0 fiirto rtn direito pnrff&{pê 249
Olriservarcnilis, por ultimo. que nti trcs cirçnrri- d a pa.rte do niictor, intenp&s de violencia, consti-
stancias refeiiclas sRo pela lei completain~ilteassi- tue elle circiirizsta~iciacjualiftcnrlora do furto, inde-
niilad,~+,dando logai. As IliesiniLs peliitIidctd~~e pendsiitemente do uso das mesmas armas, yitc
n%osenda inuriiliiriadas senão como actos tende~i- representa,, par seli lado, outra circiiiustaneia
tes n facilitar o fiirto, e que R lei puile, co~ilocrime aggravnnte, d'nrjtiella, d i ~ t i ~ i e t a .
szi,i gcr~eris,nui açto prepiiratorio, que tem por fim Q~lii.tltoA siniu!aç%o da qiinlidade de empregado
facilitar a fabricnc,?~ou ,zlternç?io de cliavcs faf- publico, qui~lifiuziçilo (pie, para C a ~ s o (Iji: r existe
sas (1). o iisn rl'elli~s(2) e: :tinda; o simples facto desde qrie t i l ca!pet*oíc si;isi preseiitnto sotto i1 ti-
dc a algnctn ser encontrada gaziía ou outro aitifi- t,olo di pribblico nfiiciale, e con qriesto ntezzo eon-
cio pa1.a abrir fec.hadurss (3). sumato i1 filrtoi, e c i ~ j aopiiiiAn MICEL.~ (2) defende
b) d ~ i ? ~ n r i utitcgoria
da de meios que qualificam com o argunier~tode que d o titulo verdadeiro se
o f ~ t respeita
o As duas circ~imst~anciãs qiie appro- torna falso desde qiie niio 4 iisailo no exercicio 1s-
xiniamos: aim~ilaçRo da. piialictaiie de empregxdo gii.imii das attiibuiçòes a elle iiihereiites n , peiisa-
piihlicc, e porte de armas, apparentes ou occultas. mos que o coriceito legal exclue o furto commet-
Bevelando o siillples ti~ctc~ do por-te de armas (1). tido pelo empregado publico: scrviudo-sc d'est,a
sua qualidade: jh porque, como nota111 Oriauv~auET
RI?I,IF:[3),a ~ i s u r p q i i ode titiilos, i~iiiforn~cs
ou in-
cit., p a g Sh-f), yne, ni:r!i ilirlito, não dese considerar-se s
materialiclade do facto ou da circuirisiancia que acoinpnnha
o crime, rntis n sua juridicidnde, isto 6, rt forca iiioral r caso ein qiie se iirerem empregado para matar, ferir ou
intellectivz que o pra~lusiue qiie, assi:u: Ihca imprimiu i:spttnt::ir- (:irk. l í S . O $ 3 8.' c. 3.'). yid. BIPKCUI,L'(ig-
sigriifiuação , j i i i i i l i c : ~ .. . L.. yi.aiic<,~!rcZeel?c~r~nncr i ~ e isiuyoli ~ c u t i , apud
Eivisfu perzule
(1 j C'odigo penal, art. 44-1." cit., 19:jO: p a g , 121 ; N ~ c o ~B0'71,
n Le ccrmi propriamente
(2.1 Ct~cligolleu:il, art. 413." n,O 2 . O dztte wli f f e t t i d d i i leygii penali, Tano i;SocietA trpogra-
(3) Codigo penal, art. 413.h.O 1." fica cooperativa;!, 18%, p;ig. 3 e aegg.
(4) O codigo ponnl rlcclara. cornpre1t~:iidiclos ria doilomi- (I) I~ICELS, Z'rattato cli diriftc pe~alt!sulle qualijche
iia@o rle armas, <[todos os instriimefitos cortaiites, perf1.1- del [t~i.:o cit., pag. 303.
rantes ou contunilens~s~, yreceitiia:ido, 1ior8rn, clne eaquel- (5') .T~nt*rftod l diritto pclzctla srclle q~~a!i$rhedal+furto
les odjector, qiio servircm habitlialinente para os usos eit., pag. 363.
ordinarios da vida, sJo r:orisiiierados amas s6mente no (?>j T/iéorie rJu cede penal çit., t. IV, yag. 80.
signias ou a allcgaqao de ordein fi~lsade qualquer 40.-0 roubo 4 xiiu rer.dadeiro e proprio f ~ ~ r t o ,
aiictoridiGie publica 6 beiii diff?rerite do facto de ci~ra.cterizndopela violencia. ciiie o aggiava mais
invoctir titiilo (pie ilqi~cllepertence, j6, porque se do que qiixfquer u:irra. oirc.uiiiùtr~i-leia:r12o se trata:
teria, eni tal caso: O crime de concuss2o! previsto neste cnsri, (te riiei.a lesão du direito jiat?irr~aiiia.l,
no art. 314.) do codigo penal (1j. K, porqile a mns a esta., que coiistlt,iie o ol~jectodo crirne, veni
raeso d e t:il qii;+Iificxq$ororisist.e, 11Xo jA i i i i virilcri- jnntm-se a. violnqão d o dircito á libcrd~deindivi-
cia nioral, c o i i ~prctcnde E'LCO ( d ) , mas na facili- du:il e, pril t e z a s , riu dii~eitciri in.tegridade pessoal.
dade em cornniet,ter o furto, pela riieiiol-probabili- d iuccrteza (Ia iiiopria segi.urnrii;a j,eseoal e a insuf-
dade de que a siispeita rec8ia sobre u seu anctor, fic,iente garerifia ( f fo~i1.c;~
~ privada, piara. n t~itclada
eutrrtdemos, n%o obstante u parecer contrario dc $)~"op'.icdad~ j:lsli6<:n2 tliz X i . i x ~ , ~jl),\ . a o aavero
MARCIAX~ (3) e 3L~1zrxr( 4 ) : qiie 11%'~basta para regimeii repl.essi\-o .das Ir-gisla.<;;Sce,yiraiito a. esta.
qiialifieai. o furto a. siiliplel; ~~i-ovn. rla aimillaçilri : circainataiici2i. agg~riv:~nLerlo f ~ u t o .il lei l)eual
cstn deve ser niclio para o furto e inal se ooiilpre- p o r t ~ l g ~ ~pi"i\:&
ê s a (1ii:~sf<>riliitsd~J;L.TI(~T,L ~ ) : o b ~ ? i . t t . ~ , i ~ ~ ~
henderia a existeneia de tal qiialificação nrr Iiypo- pani R* qLi:tes ~ I ~ . C S C , ~ E Ii~~C l e n t i ~~rcil~!idade
a (2) :
tliese, eiri qrie, esistiiict~~i ~ ~ tivesse
iu sido ern1)i.e-
gztda para corririletler u cri~riu.Nem se trata dc
ciiaumstanc,ias exciusivanieiite referentes á pessoa EEcZtriiitprtiiliiIit6, cit., t. m,
i,lj I limi!i e i nl~d(~iicr~tcir.i
do ren, mas do circumstancias materiaes inheren- pagg. 650-669.
(Vj O roiibo scri piinidii cn:n prissu -a:iiciv cellalar de
tes ao facto.
doia a oito aLi:i.;is. o u o i ~ iciltssnstiv;l, com degrrdn iomy~o-
raria, s ?:n a~ui>,is os c,iso., i:om multa até um a m o , es-
cepto nas hypotlicses segaiiii.es:
aj o roi~kii~coiniriutt!d~uu terilado, coi~currcndoo (*rimede
(I) oTudo o criipregado que ostorqiiir de nlgiinrx pessoa, Iiciiniciilio, eeri liiiiiida coiii :i pena de pi.iuWo i~iaior
por si ali por outreui, diliiieiro, ~ e r v i ~ o
ou; outra qualqiisr crllici;ii. LIrmr oito :iiirtoi, 9iigiiidu. rlc. clegrcdo por
cailua que lhe nâo seja devida, empregando ~iolericiasriu 1-ict? n r i n ~ ,c11iu lprir90 1111 lagar iio d d g r ~ d l l9th
a1iieat;aa.. .v . daiu annrJs? o11 seiu P ! ) x ! cniifoi.rná pere~,erno juiz,
(2)F7s~locit., pag. 1 109. ciu: em rillernntira: a pena iisa de d;.gr~clopor
(3) 12 tifo10 x dcl corlicp. pazale ifriiinnu cit.: p q . 130. vinte e alto aiiiios; coin prisaii n o logwr i10 degrsdo
(3) Bncrfatto cld f i w f o cit., ti cite?pag. 686. p r oito a dez aniius jcii&go prusl, artt. 433.0 e
Cap. 11- O furtu ao direita yortugicr"s 2.53
R subtracçKo de c o u s a alheia: que se commette com violeuciit oii aincagti. c o n t r a as pessoas (1) e ~1 ex-
t o r s ã o de assignatura ou entrega de qualqiler cs-