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A família Rodrigues foi aquela, de origem judaica, que mais filhos perdeu entre
sofrimentos e chamas, durante a perseguição da inquisição portuguesa. Durante os séculos
XVI e XVII, era hábito abreviar o sobrenome Rodrigues, usando-se ROIZ.
SILVEIRA,
cárcere Branca
e hábito Henriqem
perpétuo ues26/07/1711
da , 51 anos,
comcondenada
seu maridoa
Francisco de Campos Sylva, 46 anos, plantador de cana do Rio
de Janeiro, Brasil.
SOARES, André , 53 anos, médico, condenado a cárcere e
hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em
15/12/1658, como judeu relapso.
SOUZA, Izabel de, mulher de Gaspar de Souza, condenada a
cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o
Brasil em 14/03/1627.
TAVARES Roldão, Manoel , do Rio de Janeiro, Brasil, sua
viúva Guiomar de Paredes, 52 anos, condenado a cárcere e
hábito perpétuo em 9/07/1713.
TAVARES, Caetano , que vive de sua fazenda, sua mulher
Maria de Souza, 39 anos, condenada a cárcere e hábito
perpétuo sem remissão e degredo para a Ilha de São Thomé
em 17/06/1731.
TAVARES, Maria Pacheco , 48 anos, filha de José Borges
Tavares, sapateiro, condenado a cárcere e hábito em
1/09/1737. Neste dia, sua irmã Antônia Maria Tavares, 45
anos, é condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão
e degredo para Angola.
TELLES, Francisca, 45 anos, mulher de Pedro Lobo Correa,
escrivão, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem
remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em
21/11/1684.
TORRES, Antônio, 20 anos, militar, filho de Cláudio Teixeira
Torres, militar, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem
remissão e degredo para o Brasil em 4/04/1666.
TOURINHO, Francisco, barbeiro, do Rio de Janeiro, Brasil,
sua mulher Joanna Barretta, 27 anos, condenada a cárcere e
hábito em 16/06/1720.
TRINDADE, Manoel Rodrigues da, 29 anos, moço de servir,
condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com
insígnias de fogo e galés em 20/09/1733, com seu irmão
Caetano Rodrigues, 22 anos, moço de servir (judeu relapso já
condenado em 1730). Seu pai Manoel Rodrigues Duarte, 50
anos, trabalhador, queimado vivo como judeu convicto, ficto,
falso, simulado, confitente e impenitente em 6/07/1732. Sua
irmã Maria Rodrigues, 23 anos, torturada e morta nos
cárceres da inquisição em 6/07/1732.
UCHÔA de Gusmão, Felicitas , 48 anos, mulher de Luiz da
Fonseca Rego, que vive de suas lavouras na Paraíba, Brasil,
condenado a cárcere e hábito perpétuo em 6/07/1732.
VALLE, João Rodrigues do, 59 anos, senhor de engenho do
Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo
em 26/07/1711, com sua mulher Leonor Guterres, 42 anos e
seus filhos Manoel do Valle Guterres, 21 anos e Elena do Valle,
14 anos.
VALLE, Diogo Correa do, 59 anos, médico, de Villa Rica,
Brasil, queimado em 6/07/1732, como judeu convicto e
pertinaz. Seu filho Miguel Correa, 28 anos, lavrador, também
queimado como judeu convicto e pertinaz neste dia.
VALENÇA Caminha, Luiz de, plantador de cana, da Paraíba,
Brasil, torturado e morto nos cárceres da inquisição,
20/09/1761. Sua mulher, Felipa da Fonseca, 60 anos,
condenada a cárcere e hábito perpétuo em 17/06/1731, com
seu filho Estevão de Valença Caminha, 28 anos, comerciante.
Seu filho José da Fonseca Caminha, 30 anos, mineiro, da
Bahia, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em
24/07/1735.
VARGAS, Gonçalo . lavrador, sua filha Anna Vaz, 41 anos,
condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão, açoites
e degredo para o Brasil em 8/08/1683, como judia relapsa.
Primeira condenação em 1670.
VAZ Loução, João, mercador, sua viuva Anna Rodrigues, 67
anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão
com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 15/12/1658.
VAZ, Diogo , militar, de Sergipe, Brasil, condenado a cárcere
e hábito em 31/03/1669.
VEYGA, João Lopes da . 30 anos, advogado, do Rio de
Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito em 9/07/1713.
Dirigido pelo cineasta Sérgio Lerrer e co-dirigido por Alberto Kremnitzer, o filme tem
como objetivos ampliar o conhecimento e permitir o acesso a informações que levem a
população brasileira a refletir sobre suas srcens. Além disso, visa tornar públicos eventos
históricos marcantes na evolução de nossa história praticamente ignorados pelo currículo de
nossas escolas e pelos livros de escolares.
"As maiores autoridades sobre história e intolerância que atuam no Brasil estarão
contribuindo para um painel audiovisual rico e diversificado, entre outros, as historiadoras
Anita Novinsky, Rachel Mizrahi, Benair Ribeiro, Lina Gorenstein, Yara Monteiro e o
filósofo Renato Mezan, além do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns", afirma o diretor
Lerrer.
"O que podemos adiantar é que o documentário irá trazer uma visão do país ainda muito
pouco exposta e descrita em nossos livros de história, o que nos remeterá a muitos
sobrenomes brasileiríssimos de hipotética descendência judaica", acrescenta.
Naquela época, não foram poucas famílias cristãs-novas que tiveram de se esconder para
fugir da perseguição Inquisitorial, pois a simples denúncia levava quase sempre à
espoliação patrimonial, anos de masmorra, tortura, envio às galés ou então queima na
fogueira por suspeita de atitudes e/ou costumes judaizantes.
O filme deve estar concluído até fevereiro de 2005. Filmado em formato vídeo digital, o
documentário será convertido também para película, para ser lançado nos cinemas e
exibido em festivais de cinema. Posteriormente, a proposta é lançar o longa em vídeo e
DVD. O documentário é realizado no momento sem leis de incentivo, com o apoio de
empresas com interesse em expandir o conhecimento de nossa história.