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UNIP – Universidade Paulista

CONTABILIDADE – Origem e Evolução

Prof. Ms. José Berbel

“As duas coisas mais importantes não aparecem no balanço da empresa: sua
reputação e seus homens” (Henry Ford)
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NAVEGANDO NA HISTÓRIA

Fases Anos Eventos Práticas

4000 Inventário
Escambo
4000 Troca de mercadorias

Empírica 2000 Surgimento da Moeda

0 Jesus Cristo

1200 Números Arábicos Mercantilista

1300 Imprensa Escrita

Pré-Científica 1494 Método das Partidas Dobradas

1850 Revolução Industrial

1900 Mercado de Capitais

1902 Escola de Comércio “Álvares Industrial


Penteado”

Científica 1945 Fim da 2ª Guerra Mundial

1946 FAECO/USP
C.F.C.

1971 Livro “Contabilidade Introdutória


dos Professores da – USP”

1976 Lei 6.404/76 - Lei das S/A’s. Tecnológica


Conhecimento
2007 Lei 11.638/07 - Globalização das
Normas Contábeis
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A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE
Os primórdios da Contabilidade resumem-se praticamente no homem primitivo contando
(inventariando) seu rebanho. O homem cuja natureza é ambiciosa, não se preocupa apenas com a
contagem do seu rebanho, mas também com a evolução de sua riqueza. Assim, ele faz inventários
(contagem) em momentos diferentes e analisa a variação da sua riqueza.

Dessa maneira, evolui historicamente a Contabilidade, partindo dos inventários (relatórios contábeis),
apurando a variação da riqueza, e, por fim, imaginando as formas de registros contábeis

A Contabilidade, entretanto, vai atingir a sua maturidade entre o Século XIII e XVI dC (comércio com
as Índias, burguesia, renascimento, mercantilismo, substituição dos algarismos greco-romanos I, II,
III, IV...; e hebraico que usavam letras para contar e calcular “desconheciam o zero”, pelos números
indo-arábicos 0, 1, 2, 3...- etc.); consolidando-se, também, pelo brilhante trabalho elaborado pelo
frade Luca Pacioli, que publicou na Itália, em 1494, um tratado sobre Contabilidade que ainda hoje é
de grande utilidade no meio contábil. Assim nasceu a Escola Italiana de Contabilidade que dominou o
cenário mundial até o inicio deste século.

O desenvolvimento da Contabilidade foi notório nos Estados Unidos, em nosso século, principalmente
após a Depressão de 1929, com a acentuação de pesquisas nesta área para melhor informar o usuário
da Contabilidade. A ascensão cultural e econômica dos EUA, o crescimento do mercado de capitais e,
conseqüente , da Auditoria, a preocupação em tornar a Contabilidade algo útil para a tomada de
decisão, a atuação acentuada do Instituto de Contadores Públicos Americanos, a clareza didática da
exposição dos autores em Contabilidade foram, entre outros, os fatores que contribuíram para a
formação da Escola Contábil Americana, que domina o nosso cenário contábil atual.

A CONTABILIDADE NO BRASIL
Com a criação, em 1902, da “Escola de Comércio Álvares Penteado”, em São Paulo, observamos a
adoção da Escola Européia de Contabilidade, basicamente a italiana e a alemã. Com a inauguração da
Faculdade de Economia e Administração da USP (1946) e com o advento das multinacionais anglo-
americanas (e, conseqüentemente , da Auditoria originária dos países-sede), A Escola Contábil
Americana começou a infiltrar-se em nosso país. Esta escola, todavia, começou a exercer uma
influência mais significativa no ensino da Contabilidade no Brasil a partir da década de 70.

O domínio da Escola Contábil Americana, iniciado com a Circular 179/72 do Banco Central, tornou-se
evidente com o advento da Lei 6.404/76, Leis das Sociedades por Ações, “que passa a adotar uma
filosofia nitidamente norte-americana”.

Qual a metodologia de ensino/aprendizagem da escola Italiana?


Após algumas definições introdutórias, desenvolve-se a teoria do débito e crédito e sua aplicação.
Posteriormente à prática da escrituração, fala-se em Razonete, Balancete, em Apuração do Resultado,
para, finalmente chegar-se às Demonstrações Financeiras (basicamente: Balanço Patrimonial e
Demonstração de Resultado). Resumindo: parte dos lançamentos contábeis para se chegar ao conjunto
de relatórios.

Qual a metodologia de ensino/aprendizagem da escola Americana?


A diretriz básica parte de uma visão dos Relatórios Contábeis e, em seguida, estuda os lançamentos
contábeis que originaram aqueles relatórios. A justificativa para esta metodologia é muito simples: a
evolução histórica da Contabilidade. A princípio, a Contabilidade existia em forma de inventários
periódicos (Relatórios Contábeis), onde se avaliava a riqueza, em determinado momento, bem como a
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variação dessa riqueza, na comparação do inventário, em momentos distintos. Resumindo: parte do
conjunto de relatórios para se chegar aos lançamentos contábeis.

QUESTÕES RESPONDIDAS PARA REFLEXÃO E COMPLEMENTAÇAO DO


ENTENDIMENTO

O que é uma teoria?


Conjunto de princípios fundamentais de uma ciência.

O que é uma ciência?


Conjunto de conhecimentos coordenados relativamente a determinado objeto.

O que é Contabilidade?
É uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter o controle permanente do patrimônio.

Por que a Contabilidade é considerada uma ciência social?


Ela é uma ciência social, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia,
a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal
ferramenta.

Quais são os objetivos iniciais da Contabilidade?


Controlar, medir e preservar a riqueza do homem.

Por que a invenção da imprensa alavancou a Contabilidade?


Alavancou em função da facilidade da multiplicação da escrita, dos relatórios, dos livros, do
conhecimento...

A Itália pode ser chamada de Berço da Contabilidade?


A Itália é o berço da contabilidade científica; ou é o berço dos autores de contabilidade, da reflexão
contábil.

Já imaginou a Contabilidade sem os números arábicos, sem o zero, só com letras?


A Contabilidade não evoluiu até o século XV principalmente pela falta dos números arábicos (século
XIII) – eram números romanos, em forma de letras – e pela falta de moeda. Com a invenção da
imprensa, os três grandes requisitos da contabilidade estavam disponíveis.

Você acha que a Contabilidade no Brasil, hoje, assemelha-se mais à Escola Italiana ou americana?
A Contabilidade brasileira não da o devido valor aos usuários da contabilidade, daí ela se parecer mais
com a contabilidade da escola italiana.
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O PROCESSO CONTÁBIL

ÁREA DE ATUAÇÃO DO CONTADOR

Administração

Investidores

Bancos

Governo

Outros Interessados

Coleta de Dados Registro de Dados Relatórios Usuários (tomada


de decisão

Prólogo - Contabilidade Empresarial

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
______________________________
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R E L A T Ó R I O S C ON T Á B E I S

OBRIGATÓRIOS

- Balanço Patrimonial
- Demonstração do Resultado do Exercício
- Demonstração das Mutações Patrimoniais
- Demonstração do Fluxo de Caixa
- Demonstração do Valor Adicionado

NÃO OBRIGATÓRIOS
- Orçamentos
- Balanço Social

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________
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EXERCÍCIOS
1. O objetivo fundamental da Contabilidade é:
a) atender apenas os interesses de instituições financeiras e fornecedores.
b) atender os interesses das instituições financeiras, fornecedores e fisco.
c) respaldar as informações prestadas à Receita Federal.
d) prover os usuários das demonstrações contábeis com informações que os ajudem a tomar
decisões.

2. Como usuário externo da informação contábil podemos indicar:


a) Governo, investidor, fornecedores, bancos, CVM, CRC etc.;
b) Bancos, funcionários, sindicatos, IBGE, fornecedores etc.;
c) Investidor, CVM, bancos, Governo, administrador, sindicato etc.;
d) Sindicato, Governo, fornecedor, gerente financeiro, bancos etc.

3. É razoável dizer que a Lei das Sociedades por Ações do Brasil tem suas origens em outro país.
Dessa maneira, a partir dessa Lei, nossa Contabilidade passou a ser influenciada grandemente pela
filosofia contábil de qual país?
a) Estados Unidos da América;
b) Alemanha;
c) Itália;
d) Espanha.

4. A importância da Contabilidade Moderna nas empresas repousa basicamente:


a) Em avaliar a empresa para negociá-la a qualquer momento;
b) Em auxiliar a tomada de decisões econômico-financeiras;
c) Como instrumento para avaliar os impostos a pagar;
d) Em oferecer dados ao IBGE e ao Governo em geral.

5. Considerando:
I- A contabilidade estuda e controla o patrimônio, registrando todas as ocorrências nele verificadas.
II- Estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre sua composição e variações,
bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
As afirmativas correspondem, respectivamente:
a) A finalidade e o conceito da contabilidade.
b) O objeto e a finalidade da contabilidade.
c) O campo de aplicação e o objeto da contabilidade.
d) O campo de aplicação e o conceito de contabilidade.

6. A exposição resumida e ordenada dos fatos registrados pela contabilidade em determinado período
está contida:
a) Na Demonstração do Valor Agregado.
b) Nos Relatórios Contábeis.
c) No Balanço Social.
d) No Relatório da Administração e nas Notas explicativas.
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TEMAS ATUAIS EM CONTABILIDADE

EMPRESA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Um leigo em contabilidade sente-se perdido diante do balanço de uma empresa, e mesmo especialistas
às vezes encontram dificuldades para ver com clareza o que pode estar embutido nos desdobramentos
daqueles demonstrativos. Ocorre que toda empresa tem responsabilidade perante a comunidade em
que se insere e deveria prestar contas de suas atividades com absoluta clareza, a fim de que todos – e
não apenas os profissionais do ramo – entendessem como a empresa está agindo com relação à
sociedade. Esclarecimentos deveriam ser apresentados num documento redigido em linguagem
acessível a todos, o Balanço Social, que a maioria das empresas relutam em fornecer.

Para a existência de um empreendimento, é condição imperativa a junção de três fatores básicos de


produção: capital, trabalho e recursos naturais. Histórica e culturalmente o capital sempre foi
considerado o mais importante na hierarquia, vindo a seguir o trabalho, e por fim, “sem voz”, os
recursos naturais.

Nos tempos modernos constata-se maior demanda pela informação acerca dos dados que formam esse
conjunto, ou seja: os investimentos feitos, os recursos gerados e o retorno para as partes envolvidas.
No entanto, as Demonstrações Financeiras (balanços) atualmente publicadas pelas empresas, apesar de
estarem acompanhadas de notas explicativas que visam a detalhar melhor as informações sobre fatos
relevantes que eventualmente alteraram a uniformidade dos critérios de apropriação e avaliação dos
componentes patrimoniais, de há muito não vêm atendendo às exigências de uma sociedade que tem
como usuários das informações

 coletividade interna (empregados, clientes, fornecedores e acionistas);


 entidades de classe representativas de empregados e empregadores;
 autoridades governamentais;
 imprensa, pesquisadores e historiadores;
 coletividade externa (interesses globalizados e opinião pública em geral).

Apesar de muitas empresas se esforçarem para tornar as informações patrimoniais mais transparentes,
em virtude da sua característica técnica, as Demonstrações Financeiras não são acessíveis à opinião
pública, e seria necessário complementá-las com dados sobre quantidades, indicadores, volumes,
gráficos, etc.

cabe ao Congresso Nacional aprovar legislação específica (Projeto de Lei 0032/99 já em trâmite nas
Comissões daquela casa), com o objetivo de tornar obrigatória a elaboração e publicação por parte das
empresas de um relatório complementar às atuais demonstrações financeiras denominado Balanço
Social (já existente em outros países), cuja função básica é apresentar, através de dados, o
envolvimento da empresa com os elementos que a cercam, incluindo-se aí o meio ambiente, a
coletividade e os recursos humanos envolvidos na sua operacionalização. Desse modo, o Balanço
Social vem contribuir para a ampliação do público alvo da informação e teria os aspectos expostos a
seguir.
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OBJETIVOS
 explicitar a riqueza gerada pela empresa e sua distribuição entre os agentes de sua produção;
 ampliar o conteúdo das Demonstrações Financeiras, adicionando informações e aprofundando seu
significado;
 fortalecer a empresa contábil, econômica e socialmente, perante a comunidade.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO
 Balanço Ambiental: deve refletir todo o envolvimento da empresa com o meio ambiente no qual
está inserida.
 Balanço de Recursos Humanos: deve retratar o perfil da força de trabalho da Companhia e a
reciprocidade entre as duas partes (capital x trabalho).
 Demonstração do Valor Adicionado: a diferença em (R$) entre o valor das vendas líquidas, e o
valor do custo das mercadorias vendidas (lucro bruto), representa o valor adicionado pela empresa
para a sociedade, ou seja, a riqueza gerada e a sua forma de distribuição.

PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
MEIO AMBIENTE
 Resumo da política ambiental da empresa.
 Órgãos internos voltados para preservação do meio ambiente: núcleos, comitês, comissões etc.
 Investimentos em ações de preservação ambiental (internas e externas).
 Investimentos em pesquisas voltadas ao meio ambiente e melhoria de seus produtos.
 Certificações de qualidade obtidas.

SOCIEDADE:
 Resumo da política de recursos humanos da empresa.
 Programa de participação nos lucros e resultados.
 Programa de benefícios.
 Ações e Investimentos na capacitação dos funcionários.
 Ações e Investimentos na segurança e no ambiente de trabalho.
 Interação da empresa com a comunidade (bibliotecas, associações, promoção de eventos, doações),
etc.
 Número de empregados no início e no fim do período.

RIQUEZA GERADA
Formação:
- Receita Operacional Líquida.
- Lucro Operacional.
- Lucro do Exercício.
Distribuição:
- Impostos.
- Participação nos lucros ou resultados.
- Dividendos distribuídos.
- Folha de pagamento e contribuições previdenciárias.
- Assistência médica e odontológica, transporte, alimentação, seguro de vida e treinamento.

Como não temos ainda regulamentação para o assunto, não há padronização para divulgação dessas
informações e inexiste a obrigatoriedade de sua publicação. Em decorrência, observa-se que as poucas
empresas que atualmente estão publicando, fazem-no sem nenhuma padronização e da maneira que
melhor atenda aos interesses relativos à melhoria de sua imagem.
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Como alternativa, e visando à padronização das informações, algumas empresas estão adotando o
modelo proposto pelo órgão governamental IBASE – Instituto Brasileiro de Análise Social e
Econômica. Esta iniciativa é muito importante, pois permite eventual análise e comparação dos dados
apresentados por tipo de empresa, segmento econômico, porte, etc.

Só resta esperar que as empresas assumam, em definitivo, mais esta responsabilidade social.

Artigo do Prof. José Divanil Spósito Berbel


Publicado no Boletim IOB Comenta, 4ª semana, fevereiro/02.

EXERCÍCIOS

1. Qual dos atributos abaixo representa um dos objetivos do Balanço Social?


a) Explicar o montante dos juros sobre o capital próprio dos acionistas;
b) Explicitar a riqueza gerada pela empresa e sua distribuição entre os agentes de sua produção;
c) Justificar o lucro, e sua destinação aos empregados e acionistas;
d) Apresentar à comunidade e sindicatos todos as transações ocorridas no exercício.

2. Qual a importância do Balanço Social?

3. Os empresários são favoráveis a sua implantação? Porque?

4. O governo tem algum interesse em que o Balanço Social seja uma demonstração de publicação
obrigatória pelas empresas? Porque?

5. Qual a forma de análise deve ser adotada no Balanço Social?


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Modelo do IBASE – Instituto Brasileiro de Análise Social e Econômicas


(Valores em R$ mil)

1) Base de cálculo 20x1 20x0


1.1) Receita Líquida
1.2) Lucro Operacional

1.3) Folha de Pagamento Bruta

2) Indicadores Laboriais R$ % % R$ % %
s/1. s/1. s/1. s/1.
2 1 2 1
2.1) Alimentação
2.2) Encargos Sociais Compulsórios
2.3) Previdência Privada
2.4) Saúde
2.5) Educação
2.6) Creches / Auxílio Creche
2.7) Participação nos Lucros ou Resultados
2.8) Outros Benefícios
Total – Indicadores Laboriais (2.1 a 2.8)

3) Indicadores Sociais R$ % % R$ % %
s/1. s/1. s/1. s/1.
2 1 2 1
3.1) Tributos(excluídos encargos sociais)
3.2) Contrib. p/ Sociedade/ Invest. na Cidadania
3.2.1) Educação e Cultura
3.2.2) Saúde e Saneamento
3.2.3) Habitação
3.2.4) Esporte e Lazer
3.2.5) Creches
3.2.6) Alimentação
3.2.7) Outros
3.3) Investimentos em Meio Ambiente
3.3.1) Relacionados com as Operações da Empresa
3.3.2) Em Programas / Projetos Externos
Total – Indicadores Sociais (3.1 a 3.3)

4) Indicadores do Corpo Funcional


4.1) Nº de Empregados ao Final do Período

4.2) Nº de Admissões durante o período


4.3) Nº de Mulheres que Trabalham na Empresa
4.4) Nº de Cargos de Chefia Ocupados p/ Mulheres
4.5) Nº de Empregados Portadores de Deficiência
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5) Outras Informações Relevantes Quanto ao


Exercício da Responsabilidade Social

CONTABILIDADE AMBIENTAL

A Contabilidade surgiu com a necessidade de se quantificar a riqueza. Acompanhou a evolução do


mundo, adaptando seus conceitos e padronização à era da produção artesanal, mercantilista, revolução
industrial e, por último, da globalização.

Na seqüência destes acontecimentos, apresenta-se um fenômeno que pode ser considerado o produto
de uma conseqüência natural do desenvolvimento, e que também requer atenção da classe política e
sociedade civil em todo o mundo.

A rigor, apesar de todos os avanços, a filosofia administrativa adotada pela maioria das empresas não
funciona adequadamente mais no mundo atual. Muito mais do que uma gestão que se preocupe com
recursos humanos e tenha sua meta voltada única e exclusivamente para o aperfeiçoamento de seus
produtos e serviços, precisamos de uma administração com visão holística de todos os fatores que
circundam sua atividade.

O ponto falho é que a exploração desordenada da atividade econômica vem sistematicamente


causando prejuízos irreparáveis ao planeta. Os danos podem ser sentidos desde a crescente ocorrência
de fenômenos naturais (aquecimento da superfície da terra com conseqüente diminuição das geleiras
nos pólos, aumento da camada de ozônio, furacões, terremotos, enchentes, nevascas, secas
prolongadas etc.); a constante preocupação demonstrada pelas Nações Unidas em suas Reuniões
Ecológicas (Estocolmo – 1972; Rio de Janeiro –1992; II Cimeira da Terra – 1997; e a próxima,
possivelmente em 2002, na África do Sul); e, por incrível que pareça, o descaso sobre o entendimento
da urgente necessidade de preservação por parte das nações tidas como desenvolvidas, por sinal, as
que mais poluem.

Este cenário vem demandando mobilização dos setores produtivos da sociedade, no sentido de buscar
mecanismos visando estabelecer um nível de equilíbrio entre o desenvolvimento sustentado, sem
prejuízo para o eco-sistema.

A Contabilidade Ambiental, Contabilidade Ecológica ou Contabilidade Aplicada ao Meio Ambiente


etc., como vem sendo rotulada ultimamente, é mais uma evolução sobre a qual os estudiosos da
contabilidade tem voltado suas atenções. O ponto básico é estabelecer, mediante interação com as
outras ciências envolvidas, mecanismos que permitam a identificação, mensuração, registro,
demonstração e análise dos fatos que se refiram às relações ambientais.

O seguimento contábil, atento à deslinde da causa ambiental, tem produzido os mais variados estudos
visando quantificar e valorizar os efeitos dos danos, no sentido de ajudar a se chegar a um ponto de
equilíbrio na questão. Atualmente os danos causados ao meio ambiente já são investigados em várias
Nações e as informações contábeis são utilizadas na identificação e evidenciação de tais fatos.
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Sob o ponto de vista acadêmico, a literatura contábil já tem suas definições sobre a terminologia
ambiental:

Ativo Ambiental: Compreendem os investimentos que a empresa possui, destinados à proteção,


preservação e recuperação ambiental. Podemos considerar, também, o valor
invisível decorrente da boa imagem da empresa junto à comunidade, devido à sua
política de respeito ao meio ambiente.

Passivo ambiental: Todas as obrigações decorrentes de aquisição de bens destinados à proteção,


preservação e recuperação ambiental. Podemos considerar, também, apesar da sua
avaliação um tanto quanto subjetiva, o impacto futuro decorrente dos delitos
ecológicos praticados durante o desenvolvimento da atividade.

Custo ambiental: Todo o esforço despendido, bem como o registro da utilização


(depreciação/amortização) dos investimentos na proteção do meio ambiente.

Receita ambiental: Todo o ganho de mercado que a empresa passa a auferir a partir do momento em
que a opinião pública reconhece sua política preservacionista e der preferência aos
seus produtos.

Para se chegar ao balanço ambiental, se faz necessário isolar os valores mediante a criação de codificação
específica para o registro dos fatos relativos somente à gestão ambiental.

Quanto à forma de divulgação, enquanto não tivermos obrigatoriedade legal sobre o tema, deve-se
adotar uma das seguintes premissas:
a) Apresentar as informações no modelo do Balanço Social do IBASE – Instituto Brasileiro de
Análise Social e Econômica (entendemos ser muito simplificado).
b) Apresentar junto com as demais demonstrações financeiras, em formato mais analítico, um
relatório específico das operações relacionadas à gestão ambiental.
c) Incluir os dados nas atuais demonstrações, mantendo o atual padrão, apresentando os efeitos
em uma Nota Explicativa.

Objetivamente, podemos dizer que a Classe Contábil preocupada com a preservação do mundo em que
vivemos e, atenta à sua Responsabilidade Social, continuará estudando, mensurando e formatando o
tema. Conseqüentemente, ampliando a qualidade e quantidade das informações prestadas aos seus
Usuários.

Artigo do Prof. José Divanil Spósito Berbel


Publicado no Boletim IOB Comenta, 1ª semana, abril/02.
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CAPITAL INTELECTUAL

PARTE VISÍVEL

Parte
facilmente Troncos, galhos, folhas e frutos
relatada pela (parte visível).
contabilidade Evidências sobre a saúde da árvore.

Raízes (que poderão modificar a


PARTE INVISÍVEL saúde da árvore em anos futuros)

(Parasitas e outros
problemas que podem
atacar as raízes ou
nutrientes, umidades, etc.
que fortalecerão a árvore e
seus produtos) Parte oculta, nem sempre
relatada pela Contabilidade

É sabido que o balanço patrimonial das empresas, elaborados em conformidade com as


normas de contabilidade atualmente em vigor, apresentam o patrimônio líquido da entidade
pelos seus valores históricos.
Os princípios estão direcionados para a apresentação dos itens patrimoniais pelo valor
constante nos documentos de aquisição, ou seja, a valores de custo. Exemplo: se a
empresa adquire um bem patrimonial por R$ 60.000,00; caso o seu valor de mercado seja
R$ 80.000,00; o valor a ser registrado e considerado para fins de demonstração patrimonial
será o constante do documento de aquisição: R$ 60.000,00. Ressalvada a permissão para
reavaliação de bens imóveis, isto se aplica a tudo: estoque, instalações, máquinas,
equipamentos etc.
De uma forma bem simples podemos notar que o balanço de uma empresa apresenta o
seu patrimônio pelo valor que os componentes custaram para ela, e não pelo valor que
realmente valem no mercado.
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Por ocasião de qualquer transação envolvendo uma empresa, surge uma novidade. O valor
da negociação costuma ser por um valor muito superior ao constante do seu balanço
patrimonial. Exemplo: A IBM adquiriu a Lotus por 3 bilhões de dólares, embora o valor
contábil desta fosse apenas 250 milhões de dólares. No Brasil, a Unilever adquiriu a Kibon
por um valor 70% acima do valor patrimonial físico desta. O motivo de tamanha diferença
nos remete a uma reflexão.
As empresas iniciam com um certo capital inicial em um determinado seguimento
mercadológico. Entretanto, com o desenvolvimento de suas atividades começam a formar
uma clientela leal, desenvolvem produtos de boa aceitação, oferecem assistência técnica de
boa qualidade, selecionam seus fornecedores, usam tecnologia de ponta, investem na
capacitação técnica de seus funcionários, contratam executivos com notória respeitabilidade
no mercado, não agridem o meio ambiente, conquistam o respeito da opinião pública em
seus seguimentos de mercado etc. Podemos chamar a isso de “estilo de atuação vitoriosa”,
que com o tempo acaba também tendo um valor.
A este conjunto de fatores invisíveis, decorrentes da sua “atuação vitoriosa”, e que possui
às vezes um valor até maior do que a parte visível da empresa, é que podemos chamar de
Capital Intelectual.
Capital Intelectual é definido como um capital não-financeiro que representa a lacuna oculta
entre o valor de mercado e o valor contábil. Assim representado:

CI = VM – VC

Onde:
CI – Capital Intelectual
VM – Valor de Mercado
VC – Valor Contábil

Estabelecer regras e mecanismos para mensuração e registro do valor deste Capital


Intelectual é, atualmente, um dos grandes desafios no mundo da contabilidade e dos
negócios.

Artigo do Prof. José Divanil Spósito Berbel


Publicado no Boletim IOB Comenta, 1ª semana, outubro/01.

EXERCÍCIOS
1. A Contabilidade Ambiental pode ser conceituada como:
a) Uma nova contabilidade com plano de contas e critérios de apropriação diferenciados da
contabilidade geral;
b) Uma forma de contabilidade desenvolvida no exterior, e que somente agora está sendo praticada
no Brasil, pelas empresas multinacionais;
c) Trata-se de uma imposição legal a ser seguida pelas grandes empresas.
d) Uma forma de apresentação para a Sociedade dos dados da interação da empresa com o meio
ambiente;
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2. Qual afirmação é correta:
a) Capital intelectual não é tão importante quanto ativos tangíveis;
b) Capital intelectual faz parte de ativos tangíveis;
c) Capital intelectual é contabilizado como ativo tangível;
d) Capital intelectual pode trazer vantagem competitiva à empresa.

3. Cite três providências tomadas pelas empresas brasileiras voltadas à preservação do meio-ambiente.

EMPRESA PROVIDÊNCIA RESULTADO OBTIDO

4. As atividades voltadas à preservação do meio-ambiente (contabilidade ambiental, auditoria


ambiental, direito ambiental, etc) são consideradas profissões que terão muito retorno no futuro.
Comente esta informação.
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BIBLIOGRAFIA

Conselho Regional de Contabilidade. A Legislação da Profissão Contábil.


Conselho Regional Contabilidade. As Normas da Profissão Contábil.
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisa – USP . Manual de Contabilidade das Sociedades por
ações. Atlas. São Paulo.

HENDRIKSEN, S. Eldon e VAN BREDA, F Michel. Teoria da Contabilidade. Atlas.


IBRACON – Inst. Brasileiro de Contadores. Princípios Contábeis. Atlas.
IUDÍCIBUS, Sergio e MARION, Jose .Carlos, Introdução à Teoria da Contabilidade. Atlas.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. Atlas.
SÁ Antonio Lopes. Teoria da Contabilidade. Atlas.
SÁ, Antonio Lopes. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. Atlas.

• SITES INTERESSANTES:

• www.cfc.org.br
• CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO
• www.bacen.gov.org.br
• BANCO CENTRAL
• www.berbel.pro.br
• Prof. Ms. JOSÉ BERBEL
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Parabéns! Mais uma etapa vencida.

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