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“Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta com bálsamo, ungiu meus pés” (Lc 7:46)
Outro dia recebi na loja que trabalho uma vendedora de perfumes. Com uma caixa de amostra
grátis ela mostrou várias fragrâncias que dizia ser da mesma ESSÊNCIA da ORIGINAL, que era
importado. Essa moça também dizia que aquilo que CUSTAVA CARÍSSIMO, poderia sair “mais
em conta”, algo que não me custaria muito. Porém, relatei que já havia comprado um desses
similares antes , só que a fragrância não havia fixado, ficando na verdade por pouco tempo.
Mesmo assim, ela insistiu e colocou no meu pulso. Porém, este perfume, não durou muito tempo
para mim e bom cheiro logo se foi.
Sabe queridos, muitas vezes nós como cristãos não conseguimos exalar aos outros o bom
perfume de Cristo. (2 Cor 2:15). Muitas vezes a fragrância de nossa adoração a Deus acaba não
sendo muito original. Somos autênticos na igreja, mas fora dela, não conseguimos exalar do nosso
ser o cheiro agradável a Deus, numa adoração genuína.
E isso porque nossa vida de adoração diária acaba não sendo proveniente de uma relação
pessoal, íntima, direta e voluntária com Deus. Na realidade nossos sacrifícios espirituais, ou seja,
nossa adoração tem sido expressada de uma forma que mais agrade a nós mesmos, do que ao
Senhor.
A Bíblia Sagrada relata, porém, a história de uma mulher que soube agradar a Deus e que mesmo
sendo uma excluída da sociedade, soube adorar ao Senhor com todo seu ser. E pela sua atitude
de adoração teve um memorial diante de Deus.
Conta o relato bíblico que sendo convidado por um fariseu a jantar em sua casa e tomando lugar
a mesa, Jesus logo é recepcionado por uma mulher de uma forma inusitada. Diz a Bíblia que
sabendo que Jesus estava na mesa, essa mulher se põe por detrás de Jesus portando um vaso
de alabastro com perfume na mão.(Lc 7:37).
Através da história dessa mulher podemos tirar muitas lições sobre o que é a Essência da
verdadeira adoração.
1. Jesus quer ter comunhão conosco. Jesus poderia ter negado pedido do fariseu e
desprezado a atitude da mulher, mas o Senhor deseja ter comunhão com todos aqueles
que o chamam.
2. Não basta convidar Jesus para sua casa ou mesmo para sua vida se não dermos a
glória devida ao seu nome. Aquela mulher deu ao Senhor a glória devida. Os fariseus até
que honravam o Senhor, mas era apenas com seus lábios, pois seu coração estava longe
(Mt 15:8). Vemos isso nessa história da mulher pecadora, que não basta ser um “religioso”
se não damos a Deus a adoração necessária;
A palavra de Deus diz que o devemos tributar ao Senhor a glória devida ao Seu nome (Sl 29:2).
O livro de Apocalipse diz que digno é o Cordeiro de receber a honra, a glória e o louvor (Ap 5:12).
O Senhor honra os que o honram, como diz os salmos: “… aquele que cuida do Seu Senhor será
honrado ( Sl 15:4,Pv 27:18b).
Aquela mulher pecadora adorou a Jesus com uma atitude que, em primeiro lugar,
demonstrou quebrantamento.
“..E revesti-vos de toda humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
Humilhai-vos, pois debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte (1 Pe 5:5-
6)
3. A 3ª. lição que tiramos da história da mulher pecadora foi seu ato de humildade.
Aquela mulher foi humilde. Diz a palavra de Deus que aquela mulher se ajoelhou e beijou
os pés de Jesus como sinal humildade e submissão. Ela teve reverência ao Senhor.
Devemos sempre entrar diante da sua presença em submissão, humildade e reverência como
verdadeiros servos.
Como diz o salmista:
Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor. “Beijai o Filho” para que não se irrite e
não pereçais no caminho (Sl 2:11-12).
6. Ela derramou sobre Ele o que tinha de mais precioso que era um unguento caríssimo.
Sua oferta foi preciosa para Deus e agradável a Ele. Ela não se atentou quanto valeria
aquela nardo, mas ofereceu a Deus o que tinha de melhor.
Através da vida dessa mulher podemos concluir que nossa adoração deve ser genuína, ou seja,
original. Devemos dar a Ele a melhor fragrância, o melhor perfume, não o que nos resta.
De nada adianta oferecer algo que não nos custe nada. Davi entendia isso (2Sm 24:24).
Ela derramou a fragrância do louvor a Deus num verdadeiro sacrifício de adoração.
7. Quando adoramos verdadeiramente fazemos aquilo pelo qual fomos criados. Todo
ser que respira deve louvar e adorar ao Senhor (Sl 150:6). Adorar a Deus não é apenas
cantar ou fazer meros sacrifícios, mas agir em obediência e submissão.
O Senhor não se agrada de meros sacrifícios, mas que façamos justiça que se obedeça a sua
palavra. (Isaías 1:11-17; 1 Sm 15:22).
Diz a palavra de Deus:
“Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer sacrifício” (Pv 21:3)
É a palavra que diz que devemos amar o Senhor de todo o nosso coração, alma, força e
entendimento;
O Senhor conhece nosso coração e sabe se nossa adoração é sincera ou não.
Ele sabe nossas motivações de como fazemos e porque fazemos para Ele. Ele conhece aqueles
que o honram com seus lábios e não com sua vida. A verdadeira adoração custa caro, muitas
vezes o preço da abnegação e da cruz. O preço do compromisso de agradar a Deus. A verdadeira
adoração não está sujeita ao que gostamos, mas ao agrade ao Senhor.
São esses que Deus procura, os verdadeiros adoradores. E isso significa adorar em Espírito e em
verdade. (Jo 4:24) Devemos entender, como aquela mulher, que precisamos, como cristãos,
adorar a Deus com todo nosso ser, sabendo que a fragrância é nossa adoração, mas que Jesus
é a verdadeira essência. Que possamos exalar aos outros o bom perfume de Cristo e encher as
casas com o nardo precioso cuja a essência é Jesus.
E seguir o exemplo daquela pecadora e poder dizer como a esposa em Cantares 1.12: “Enquanto
o rei está assentado à sua mesa, o meu nardo exala o meu perfume”