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Solenidade de Corpus Christi – (31.05.

2018)

Ex 24,3-8; Sl 115; Hb 9,11-15; Mc 14,12-16.22-26 (// Mt 26,17-19; Lc 22,7-13)

– “Se escutardes bem a minha voz e guardardes a minha aliança (…), sereis para mim um reino de
sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,5-6), propõe o próprio Deus, por intermédio de Moisés, ao povo de
Israel chegado hoje e hoje acampado no sopé do Sinai (19,1-2). Como nos propõe hoje a nós, “acampados”
nesta comunidade. A proposta-promessa de Deus de transformar Israel num povo sacerdotal e santo é
condicional: se escutardes a minha voz, se guardardes a minha aliança. O povo de Israel após considerar
atentamente a proposta-promessa de Deus, responde que “sim”, resposta unânime e sem hesitação,
afirmando sob palavra de honra: “Tudo o que o Senhor falou, nós o faremos” (Ex 19,8). Este “faremos” do
povo aparece consolidado mais à frente, no texto do Livro do Êxodo que hoje tivemos a graça de ler e de
ouvir, em que o povo afirma por duas vezes: “Faremos todas as Palavras que o Senhor falou” (Ex 24,3.7).
– O povo compromete-se a fazer as Palavras do Senhor, e Deus cumpre logo aí a sua proposta-promessa de
fazer de Israel um povo todo sacerdotal e santo. O texto bíblico que nos foi dada a graça de escutar, mostra,
de forma admirável, a realização da promessa de Deus, pondo diante dos nossos olhos, primeiro os jovens
(Ex 24,3), e depois os anciãos (24,9-11), a oficiar e presidir ao culto. Os jovens e os anciãos de Israel, os
jovens e os velhos de Israel: aí está uma forma muito bíblica de dizer a totalidade de Israel, um Israel todo
sacerdotal. Pouco depois, sempre com um modo de dizer muito bíblico, sela-se a aliança entre Deus e o seu
povo. O sangue dos novilhos imolados é recolhido em bacias. Metade desse sangue é destinado a aspergir o
altar, que simboliza Deus (24,6); a outra metade é destinada a aspergir o povo de Israel (24,8). É visível que
Deus e o povo de Israel participam do mesmo sangue. – Participar do mesmo sangue é igual a fazer parte da
mesma família. É uma maneira fortíssima de mostrar a fidelidade e a familiaridade que se estabelece entre
Deus e o seu povo, entre Deus e nós. – Tudo isto assenta naquele falar primeiro e criador de Deus, e no falar
segundo, portanto, responsorial, do povo, que diz que “sim”, comprometendo-se assim com a Palavra
primeira de Deus. Há um falar de Deus e um falar nosso a atravessar o texto, a atravessar Israel e a
atravessar-nos nós. Também está aqui a nascer um povo sacerdotal, verdadeiro “sacerdócio comum dos
fieis”, assente na escuta qualificada e no consequente fazer a Palavra de Deus: “Faremos todas as Palavras
que o Senhor falou”.
– O texto bíblico é admirável, pois nos faz ver Deus a tecer sucessivos cenários de amor e de beleza para o
seu povo, para nós. Mas o texto bíblico é ainda extraordinário, quando nos mostra que Deus, que é Deus, não
quer fazer as coisas sozinho, e fica tantas vezes à nossa espera, suspenso da nossa resposta. “A sua
Palavra é digna de fé” (1Tm 4,9), porque “Deus é fiel” (1Cor 1,9). É a nossa palavra que não é muito de
confiança. E também aqui que o texto bíblico, continuando a ser admirável, se mostra também implacável,
fazendo-nos ver em cenas sucessivas como tão depressa escorregamos do “sim” para o “não”. E aí está o
texto implacável a mostrar-nos como tão depressa dizemos que fazemos todas as Palavras de Deus, como,
logo a seguir, nos pomos a fazer um bezerro de ouro (Ex 32,1-6), que é mais ou menos por onde andamos
ainda hoje, parodiando o verdadeiro fazer, que é sempre fazer todas as Palavras de Deus. Como o texto
bíblico nos desvenda!
– Vale-nos, “ó abismo da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus!” (Rm 11,33), que “Deus permanece fiel,
mesmo quando nós lhe somos infieis” (2Tm 2,13). Aí está, então, o dizer e o fazer novo de Jesus a refazer o
nosso dizer e o nosso fazer tão depressa abandonados, aliança rompida: “Eu vim, ó Deus, para fazer a tua
vontade”, declara Jesus, verdadeiro sumo-sacerdote (cf. Hb 10,7; cf. Sl 40,8-9). E “Não se faça a minha
vontade, mas a tua”, reza Jesus no Getsêmani (Mc 14,36). – E levando até ao fim o seu amor, ainda nos
implica por graça no seu próprio belo fazer. – “Tomai, isto é o meu corpo” (Mc 14,22); “Este é o meu sangue,
o sangue da Aliança, por todos derramado” (Mc 14,24). “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). Vida
partida e dada por amor. Eis o inteiro programa de Jesus. Eis tudo o que devemos fazer, imitando-O
eucaristicamente. – Hoje cada um de nós procure verificar como posso traduzir na vida diária aquele “Tomai,
isto é o meu corpo”. Diga-o silenciosamente, uma mãe, no início de uma jornada difícil. Um pai de família: que
novo sentido adquire, em tal luz, seu suor cotidiano! Este é o sentido profundo das Palavras de Jesus: “Fazei
isto em memória de mim”: fazei aos outros a mesma coisa que Eu fiz por vós; fazei como Eu fiz; como eu me
doei por vós, assim doai-vos e gastai-vos, uns pelos outros. Realiza-se assim a frase misteriosa de S. Paulo:
“Completo em minha carne aquilo que falta à paixão (e à Eucaristia) de Cristo, pelo seu corpo que é a Igreja”
(Cl 1,24).
– Na grave situação do Brasil hoje, nós que temos a graça de escutar a Palavra de Deus e de colocar-nos no
discipulado de Cristo, não podemos ser como avestruzes que só olham para o próprio umbigo: “a Eucaristia
impede que nos desagreguemos, porque é vínculo de comunhão, cumprimento da Aliança e sinal vivo do
amor de Cristo, que se humilhou e se aniquilou para que nós permanecêssemos unidos. Participando na
Eucaristia e alimentando-nos dela, somos inseridos num caminho que não admite divisões. Cristo presente no
meio de nós, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor ultrapasse todas as dilacerações e, ao
mesmo tempo, que se torne comunhão inclusive com o mais pobre, sustentáculo para quem é frágil, atenção
fraterna a quantos têm dificuldade de carregar o peso da vida quotidiana, e correm o perigo de perder a
própria fé. Há um grave risco de nos “aviltar”: diluirmos a nossa dignidade cristã! Significa deixar-nos
contaminar pelas idolatrias do nosso tempo: o aparecer, o consumir, o eu no centro de tudo; mas também o
ser competitivo, a arrogância como atitude vencedora, o ódio como resposta ao outro, o nunca termos que
admitir que erramos, que temos necessidade. É tudo isto que nos avilta, que nos torna cristãos medíocres,
tíbios, insípidos, pagãos.
Que a Eucaristia atualize sempre a Aliança que nos santifica, que nos purifica e que nos põe em comunhão
admirável com Deus. Aprendemos que a Eucaristia não é uma recompensa para os bons, mas constitui a
força per os mais frágeis, para os pecadores. É o perdão, é o viático que nos ajuda a ir em frente, a caminhar.

–*
+ Irmãs e irmãos: elevemos a nossa oração a Jesus Cristo, que, antes de Se entregar pelos homens,
celebrou com os discípulos a Ceia pascal, e digamos iluminados pela fé:

+ Senhor Jesus Cristo, que alimentais continuamente a vossa Igreja com o mistério do vosso Corpo e
Sangue, concedei-lhe a graça de encontrar a verdadeira alegria na riqueza infinita dos vossos dons. Vós que
viveis e reinais por todos os séculos dos séculos

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