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A amiga Fernanda Camarano inspirou,

Antônio apoiou,
os filhos e netos agüentaram as ausências.
Ronaldo Perlatto, Márcia Della Negra, Edna Andrade, mestres, ensinaram o caminho.
Cecília harmonizou.
Danielle emprestou boa parte da literatura,
os pacientes muitas vezes esperaram.
Elizabete Cotrim e Fátima Basto deram textos importantes, alguns de Wesley Aragão.
O marido foi para Alemanha, se envolveu, curtiu, amou.
Helma criou o belo,
Inácio providenciou,
Sirley ajudou.
Muitas horas dedicadas,
o trabalho quase pronto, a doença chegou.
A vida brecou.
Eunice, amiga do peito, acompanhou cada passo.
A família inteira cuidou, a mãe embalou, o pai agiu.
Os amigos trouxeram calor.
Lídia realinhou, Iara conduziu, aconselhou.
A medicina expandiu.
A oração sustentou, a fé iluminou.
O vital aos poucos regenerou.
O medo acalmou, a luz acendeu.
A gratidão nasceu, o amor cresceu.
O trabalho brotou.

A todas as pessoas, acontecimentos e sincronicidades que me possibilitaram Goethe!


Goethe facilita a pesquisa sobre sua vida e obra. O dia a dia de sua profícua existência é
minuciosamente registrado em diários, conservados até hoje. A vultosa correspondência com
intelectuais e cientistas da época, guardadas em de mais de 15 mil cartas, se encontra nos arquivos
em Weimar, cidade onde viveu e produziu durante cinqüenta anos. Além da autobiografia, os
principais romances têm também, caráter autobiográfico.
A Goethe-Bibliographie reúne publicações de 1950 até 1990, documentário que abrange um total
de 25 000, em língua alemã.
O Goethe-Handbuch engloba suas publicações críticas em estudos literários, lançado pela editora
Metzler em 2004 em seis volumes.
Escolhe-se fazer uso, repetidas vezes, de palavras extraídas da grandiosa obra que deixa, tanto
pela beleza poética, tanto para se estar mais perto daquele que é mestre na arte do olhar e do sentir.
Goethe explica, em sua autobiografia Memórias: Poesia e Verdade, que em obras biográficas, a
verdade deve anteceder à poesia, mas antepôs Poesia à Verdade por uma questão fonética da língua
natal.

“Explicar sua obra, elevando a própria vida à categoria de Arte - eis o que busca”

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“Deseja que eu lhe fale de Goethe; gostaria de vê-lo? Mas, minha pobre amiga, a senhora
deseja vê-lo e não sabe o quanto esse homem amável e fascinante poderia se tornar perigoso
para si! (...) Tem 26 anos; jurista, bom advogado; conhece e lê os antigos, especialmente os
gregos; é poeta e escritor; ortodoxo, heterodoxo; compõe farsas, é musicista; desenha de
modo surpreendente, grava no cobre, trabalha no gesso, esculpe na madeira, em suma,
é um gênio, mas um homem terrível. Uma mulher de sociedade, que o viu muitas vezes,
disse-me que Goethe é o homem mais belo, mais vivo, mais original, mais ardente, mais
impetuoso, mais doce, mais sedutor e mais perigoso para um coração feminino que jamais
vira em sua vida.”

Carta de um médico de Hanover a uma paciente em Weimar,19 de janeiro de 1775


Contexto Histórico e Político..................................06
Contemporâneos.....................................................08
Genealogia...............................................................09
Primeiro Setênio.......................................................13
Segundo Setênio.......................................................21
Terceiro Setênio........................................................29
Quarto Setênio...........................................................39
Quinto Setênio............................................................51
Sexto Setênio...............................................................57
Sétimo Setênio..............................................................69
Oitavo Setênio..............................................................77
Nono Setênio................................................................81
Décimo Setênio.............................................................87
Décimo Primeiro Setênio..............................................93
Décimo Segundo Setênio..............................................99
Conclusão.....................................................................105
Bibliográfia....................................................................106
“A fim de imaginarmos, de forma aproximadamente precisa
determinada pessoa, temos antes de mais nada que estudar a sua
época, fase em que podemos até mesmo ignorá-la, para depois, a
ela retornando, encontrar o maior agrado na sua contemplação”.
Carta a Zelter, aos 79 anos

• “Na época, a Alemanha de Goethe dividia-se em inúmeras cidades politicamente autônomas,


governadas por nobres aristocratas com suas cortes locais, com o apoio de uma burguesia rica e
submissa” (Wesley).
• Frankfurt- am- Main em 1749, “Cidade livre e imperial” de hábitos quase medievais. Culturalmente,
uma sociedade estática e retrógrada, com em torno de 30 mil habitantes.
• Berlim, a maior cidade do Império alemão, tem na época 126 mil habitantes enquanto Paris e
Londres, em torno de 500 mil.
• O Sacro Império Romano Germânico dominava os territórios da europa central, e segundo
Voltaire , uma “aglomeração que não é nem sagrada, nem Romana e nem um Império”. A burocracia
e o autoritarismo praticados pelos príncipes e governantes locais fragmenta o poder onde o rei tem
lugar apenas decorativo.
• Vive-se até então o esplendor do sec. XVIII , anterior a qualquer pressentimento da Revolução
Francesa.
• Frederico II o Grande, rei da Prússia, dedica a maior parte da vida a estender o território as
custas da Áustria e da Polônia. Invade a Silésia, e precipita a Guerra da Sucessão Austríaca (1740-1748).
• O surgimento da Prússia como uma grande potência, leva a novas hostilidades que conduzem à
guerra dos Sete Anos (1756-1763).
• Em 1789, a Revolução Francesa em gestação até então, viria a abolir o regime aristocrático, a partir
da França .
• Em 1806 o Sacro Império Romano Germânico é dissolvido pelas invasões napoleônicas.

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• Em 1812 Napoleão é derrotado na campanha da Rússia e em 1813 em Leipzig.
• No Congresso de Viena (1814-1815 ), os Estados vencedores de Napoleão redesenham o mapa da
Europa.
• O século XVIII é conhecido como época do Iluminismo ou Esclarecimento, já que é a partir
de então que se assentam as bases das investigações nas mais variadas áreas científicas. O impulso
filosófico para o estabelecimento dessas disciplinas científicas é indubitavelmente o ideal da razão.
• Nesse período, as disciplinas científicas mais diversas distanciam-se da metafísica e da teologia.

“Tive a grande vantagem, de nascer numa época em que estiveram na ordem do dia os mais
importantes acontecimentos mundiais os quais continuaram a se desenrolar durante minha longa
existência, de forma que fui testemunha viva da Guerra dos Sete Anos assim como da Independência
da América; em seguida, da Revolução Francesa, e, finalmente, de toda era napoleônica até a queda
do herói, e dos subseqüentes acontecimentos.”
fevereiro de 1824 - 75 a, Eckermann

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• Immanuel Kant (1724-1804) – Filósofo e escritor, expoente do Iluminismo alemão.
• Johann Gottfried Von Herder (1744-1803) – Teólogo, filósofo, importante escritor do Romantismo
alemão, mentor de Goethe na juventude.
• Friedrrich Schiller (1759-1805) – Poeta, filósofo e historiador alemão, grande representante do
Romantismo e Classicismo de Weimar, sua amizade com Goethe rende muitos frutos.
• Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) – Filósofo alemão, autor de A Fenomenologia do
Espírito.
• Johann Christian f. Höelderlin (1770- 1843) – Poeta lírico do Romantismo alemão.
• Byron (1788-1824) – Poeta inglês , vê em Goethe o vulto imponente que gostaria de ser um dia,
apesar de nunca se encontrarem.
• Christoph Martin Wieland (1733-1813) – Poeta alemão, tradutor e editor. Um dos mais
significativos escritores do Iluminismo alemão. Primeiro tradutor de Shakespeare para o alemão.
• Arthur Shoppenhouer (1788-1860) – Filósofo, pessimista, torna-se seu amigo em Weimar a
partir de 1813.
• Alexander Von Humboldt (1769-1859) – Geógrafo naturalista, trava diálogo com Goethe a
respeito das ciências e observações da natureza.
• Johann Joachim Eschenburg (1743-1820) – Tenta popularizar a literatura inglesa na Alemanha.
• August Wilhelm Schlegel (1767-1845) – Poeta, tradutor, crítico, escritor, filósofo e co-fundador
do movimento romântico alemão (Romantik) juntamente com seu irmão Friedrich Schlegel.
• Johann Heinrich Voss (1751-1826) – Poeta e tradutor alemão.
• Napoleão Bonaparte (1769-1821) – Imperador da França de 1804 a 1814.
• Franz Peter Schubert (1797-1828) – Compositor do fim do classicismo, compõe músicas para
poemas seus.
• Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Compositor alemão, o tema central de sua obra é “a
liberdade individual em todos os aspectos da vida”.
• Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – músico do período clássico .

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“Feliz aquele que se recorda com prazer
dos seus antepassados, que conversa com estranhos
sobre eles, suas ações e sua grandeza e que sente uma satisfação
secreta por se ver como o último elo de uma bela corrente.”

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Os antepassados masculinos de Goethe, oriundos de círculos artesãos, ascendem pelo trabalho e
desposam mulheres pertencentes a antigas famílias de eruditos ou socialmente mais elevadas.

PAI: Johann Caspar von Goethe (1710-1782). De um simples advogado, alcança o título de doutor
em direito e conselheiro da corte de Frederico II. Homem austero e culto, entusiasmado pela ciência e
amante das artes. Quando casa com a filha do superintendente Textor, ingressa no círculo das famílias
dominantes da cidade .

MÃE: Catharina Elisabeth Textor (1731-1808). De família aristocrata de Frankfurt, a mais velha de
quatro filhos. Vinte anos mais jovem que o marido, casa aos 17 anos. Alegre, disposta e com especial
talento para contar estórias.

“De meu pai tenho a estatura


e uma séria atitude na vida;
de minha mãe a natureza alegre
e a vontade de fabular.”

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AVÔ PATERNO: Friedrich Georg Goethe (1657-1730), alfaiate, filho também de outro
alfaiate, Hans Christian Gothe, (morto em 1694) e que fizera fortuna na França, sendo conhecido
por Goethé. Volta para Alemanha e dedica-se ao negócio de vinhos, tornando-se ainda mais
rico. Goethe sente não ter conhecido o avô, visita sua sepultura e contempla sua imagem com
o sentimento de dever a vida à existência passada do avô .

AVÓ PATERNA: Cornelia Walther (1668-1754), filha também de um alfaiate

AVÔ MATERNO: Johann Wolfgang Textor, (1693-1771) presidente da câmara de Frankfurt,


famoso como gourmet e bom vivant, motivo de orgulho e prestígio para os netos. Depois do
nascimento do neto, cria o cargo de parteiro e funda ou renova uma escola de obstetrícia.

AVÓ MATERNA: Anna Margaretha Lindheimer (1711-1783), tradição familiar de


açougueiros.

Avô Materno Avó Materna

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“Tudo que nos acontece de grande, de belo, de marcante, não deve ser
rememorado da exterioridade, mas ao contrário, que se una, desde o início,
à trama da nossa interioridade, se faça único, produza, viva e crie em nós um
novo eu melhor, continuando a nos formar.”
28-08-1749 (Nascimento)

“A constelação era feliz: O Sol estava no signo de Virgem e em seu ponto


culminante para esse dia; Júpiter e Vênus contemplavam-se favoravelmente e
Mercúrio sem hostilidades; Saturno e Marte mantinham-se indiferentes. Só a
Lua, cheia na ocasião, exercia tanto mais o poder de seu reflexo que sua hora
planetária havia começado ao mesmo tempo. Opunha-se, por isso, ao meu
nascimento que não se consumou senão depois de transcorrida aquela hora”.

• Nasce ao bater de meio dia (12:00h) na casa de seus pais, na cidade de Frankfurt-am-Main, no
berço de uma família rica e burguesa.
• No dia seguinte é batizado como protestante.

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07-12-1750 (1 ano)

• Nasce a irmã Kornélia Friderike Christiana – companheira e a única que sobrevive até a idade
adulta.

1752 (3 anos)

• Primeiras recordações:
A casa: o vestíbulo , o refúgio no segundo andar, as flores, a vista muito agradável dos jardins
e das crianças brincando. “isso me despertou bem cedo o sentimento de solidão e dessa languidez
sonhadora que é a sua conseqüência”.
Os objetos: gravuras de Roma, a coleção de mármores e material de história natural trazidos da
Itália pelo pai.
As festas campestres: “figuram entre as mais antigas recordações”.
Travessuras de infância: quebra boa parte da louça de uso da família.

Casa onde nasceu

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Teatro de Marionetes

1754 (5 anos)

• Inicia as instruções escolares em casa.


• Tem medos noturnos: o pai reage com severidade, ao contrário da mãe, sempre alegre e serena
a negociar recompensas.
• No Natal, a avó paterna prepara de surpresa um teatro de marionetes, “criando assim um mundo
novo na velha casa”. Os netos herdam o teatro de marionetes após a sua morte pouco tempo depois .
• Início da grande reforma da casa. São alojados na casa de amigos e matriculados numa escola
pública.
“Ver cair tudo isso sob o alvião do pedreiro e a machadinha do carpinteiro, e cair de baixo para cima,
ficando entrementes a flutuar como no ar, sobre as vigas escoradas; tudo isso produziu nas jovens
cabeças uma perturbação que não se dissipou facilmente”.

Sala Azul
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1755 (6 anos)

• Passeia na rua, encontra amigos e observa atentamente a cidade.


O palácio municipal, Roemer, exerce um fascínio nos jovens durante as audiências do prefeito,seu
avô. As feiras populares, a audiência dos músicos e a festa de Pentecostes são acontecimentos marcantes,
que agitam a cidade e movimentam o público. Aprende sobre a história de seu país, sobre as condições
humanas, sobre os ricos e os pobres.

Roemer

“Desenvolveu-se no menino certo gosto pelas coisas antigas”

• 01-11-1755-Terremoto de Lisboa - morrem 60.000 pessoas. Questiona a fé.

“Deus, o Criador e conservador do Céu e da Terra, que o primeiro artigo do Credo lhe apresenta
como tão sábio e clemente, não se mostrara em absoluto paternal quando abandonara à mesma
destruição os justos e os injustos.”

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1756 (7 anos)

• Tempestade de granizo danifica parte da mobília nova, objetos e livros preciosos.Trava


conhecimento com o Deus da ira, de que tanto fala o velho testamento.
• O pai resolve dar instruções aos filhos com o auxílio de alguns mestres particulares, num
regime rígido, com a intenção do filho seguir seus passos nos estudos do Direito em Leipzig.
• Aprende grego, latim, francês e italiano. O ensino comum não lhe interessa.

“Graças à minha concepção rápida, ao preparo que tivera e à minha boa memória, não tardei
a transpor as fronteiras do ensino que meu pai e mestres me podiam dar, sem no entanto
possuir conhecimentos sólidos em nenhum ramo”.

• Pela grande facilidade com as composições é recompensado pelo pai.


• Com a leitura dos poetas alemães, desperta o gosto pela rima e junto com alguns colegas
cria uma reunião onde “cada um deveria apresentar versos de sua lavra”.
• Questiona a verdade ao descobrir a desonestidade de um colega.
• Tem acesso a livros importantes como a Bíblia, a Crônica de Godofredo, a Acerra
phililogica, as Metamorfoses de Ovídio e sobretudo o Telêmaco de Fénelon “deixou meu
coração marcado pela sua profunda e benéfica doçura”.
• Tem sarampo e catapora.
• Perde vários irmãos nascidos depois dele, lembra especialmente de um três anos mais
moço e de uma menina que como os outros “desaparece para sempre”. Vive “união íntima e
doce” com a única irmã.
• Às tardes visita o avô materno. Homem sereno, dedicado ao cultivo das plantas.. O
ritmo e bom humor gera “uma paz inalterável e de uma duração sem fim”. Tem o dom da
profecia e sonhos premonitórios.
• Conhece Homero na biblioteca do esposo de uma tia e se impressiona.
• O protestantismo clerical não lhe atende e resolve se aproximar diretamente do grande
Deus da natureza.
• Monta um altar com símbolos da natureza e uma chama deveria ser acesa no centro
representando o coração do homem que aspira ao Criador. Ninguém sabe do mistério que
ali se oculta. O altar pega fogo e considera o acidente “um sinal e uma advertência do perigo
que corre em geral, quem deseja aproximar-se de Deus por meios semelhantes.”
• Começa a “Guerra dos Sete Anos” (1756-1763): Frederico II, O Grande, rei da Prússia
invade a Saxônia (aliada da França, Austria, Russia, etc) a frente de sessenta mil homens e “o

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mundo dividiu-se logo em dois partidos e minha família foi uma imagem do mundo”. O
avô é pela Áustria e o pai é a favor da Prússia. Isso muda a dinâmica da família, das reuniões
dos domingos, o que prejudica profundamente sua relação com os queridos avós. Como o pai,
simpatiza o rei Frederico.
• Recolhe-se pela tristeza. Se antes duvida da justiça divina, agora fica abalada a justiça
dos homens.

“Meu coração se inclinara para a veneração e era preciso um grande abalo para fazer vacilar
a minha fé”.

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“ Meu pai tinha uma tenacidade particular no que concernia ao
acabamento. Aquilo que uma vez se empreendera, era necessário terminá-lo,
mesmo que em caminho se mostrasse fatigante, enfadonho, desagradável e
até inútil”.
1757 (8 anos)

• Brinca com marionetes, atrai muitos amigos em casa, aos poucos assume a liderança do grupo.
Aprende com as brincadeiras e disputas infantis.
• Conta histórias mirabolantes, agrada a todos.
• Escreve o conto O Novo Páris, os camaradas acreditam piamente na trama e até visitam os lugares
descritos. Vive a admiração e a crítica. Num ataque de cólera, bate nos amigos.

1758 (9 anos)

• Invejado pelas boas relações da família e cargo do avô materno é insultado pela suspeita do pai ser
filho bastardo de um fidalgo, e passa a procurar nos ambientes que freqüenta, nos retratos de nobres,
algum traço semelhante ao pai ou a si próprio. “Desenvolve aos poucos uma doença moral”.
• O pai influenciado pelos ambientes burgueses e viagens, preocupa-se com a elegância, freqüenta
rodas sociais, jogos de cartas.
• Lê com ardor muitos poetas antigos, Caniz, Hagedorn, Gellert, a Jerusalém Libertada de Kopp.
• Ele e Kornélia encenam textos teatrais como divertimento.
• A biblioteca do pai tem em torno de 2000 livros.

Biblioteca da casa

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Pessoas importantes em sua formação:

1. A família do senador Von Uffenbach, o gosto pela música.


2. O Barão Von Haeckel, fidalgo rico e sem filhos. Apreço pela vida elegante.
3. João Miguel Von Loen, casado com a irmã da sua avó Textor, destacado na literatura da cidade,
escreve O Conde de Riviera onde impõe a moralidade às cortes.
4. Dr. Orth homem bom, exerce grande influência através da obra Observações sobre a chamada
Reforma de Frankfurt.
5. Ochsentein, vizinho antigo, na hora da morte deseja ser sepultado sem cortejo.
6. Família Von Senckenberg, doa a uma instituição médica a bela casa onde é instalado um hospital
reservado aos burgueses, um jardim botânico, um anfiteatro anatômico, um laboratório de química e
uma biblioteca.
7. Carlos Frederico von Moser, pela conduta e caráter profundamente moral. Escreveu Senhor e
Servidor, Daniel na fossa do Leão e Reliquiae, livros que exprimem a impaciência com o estado.

1759 - 1762 (10 a 13 anos)

• Frankfurt é tomada no dia 02 de janeiro de 1759 e a casa da família alberga o comandante de


tropas francesas. O pai contrariado com a invasão da casa recém reformada, já não exige os deveres
dos filhos. O Conde de Thorane, hóspede rigoroso, tem oscilações de humor, de outro lado é bondoso.
Amante das artes, recebe pintores e o menino participa ativamente das observações e negociações
artísticas.
• Redige memórias em que descreve 12 quadros os quais representam a história de José,
personagem bíblico.

“ O olho era, dentre todos os órgãos, aquele com o qual eu captava o mundo. Desde criança eu vivia
entre pintores e me acostumei a observar os objetos em sua relação com a arte”.

• No teatro das tropas de ocupação, assiste peças de Molière, Marivaux, Destouches e Diderot. A
Hypermnestre de Lemierre causou a maior impressão. Sente-se à vontade nesse ambiente, faz bagunça
com os novos amigos, aprende o francês com facilidade.

“O teatro era para nós o mais inviolável dos santuários e toda desordem que ali ocorresse devia ser
punida sem demora como o maior crime contra a majestade do público.”

• Decora trechos de Racine e declama como “um pássaro falante”. Grava partes da bíblia mesmo
sem compreender.

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• Sente-se atraído pela irmã de um amigo, mas não é correspondido.
• Assiste de perto a batalha da Semana Santa e junto com os pais , ajuda aos feridos num sentimento
de patriotismo exacerbado.
• Em pouco tempo percorre todo repertório da cena francesa (Racine, Molière e parte de Corneille)
a contra gosto do pai, que só ameniza quando vê seu progresso na língua francesa.

“Desde a mais nobre tragédia até a comediazinha mais frívola, tudo passara diante de meus olhos
e de meu espírito”.

• Compõe uma pequena peça mitológica, mas não consegue que seja encenada.
• Devido a muitas desavenças com seu pai, finalmente o conde se muda em paz para outro lugar.
• O diretor de chancelaria Sr. Moritz aluga um andar em sua casa. Ensina-lhe matemática, o que
ajuda nos esboços arquitetônicos exigidos pelo professor de desenho.
• Ele e Kornélia estudam cravo com um professor muito especial.

“Quanto mais excitavam assim a minha atividade, mais eu queria agir, e até minhas horas de
recreio eram consagradas a toda espécie de ocupações singulares”.

• Ajuda na criação de bichos de seda, e por fim o negócio do pai sucumbe.


• Participa da recuperação das vistas de Roma que decoram a velha casa.
• O pai resolve inserir o inglês nos exercícios de línguas.
• Aborrecido por ter que consultar a cada momento gramáticas em diferentes idiomas (alemão,
latim, francês, inglês, grego e italiano), imagina um romance onde seis ou sete irmãos são espalhados
pelo mundo e se comunicam mutuamente cada um em sua língua.

Caderno de Latim

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Estuda a geografia dos países, pede para estudar o hebraico e sente -se em paz lendo o Velho e o
Novo testamento.

“ A fim de não deixar nem mesmo o domingo sem algum exercício, eu devia, após o sermão, recitar,
traduzir e explicar um pouco dos Evangelhos ou das Epístolas”.

• Escreve sobre José e com a ajuda de um pupilo do seu pai, reúne poesias que havia escrito
anteriormente e organiza Poesias Diversas.

“O dom da invenção e da imitação cresceu nessa época”.

• Dentre os escritos estão poesias anacreônticas, odes sacras , copias dos textos dos cantos e sermões
dominicais, por exigência paterna. A leitura em família é obrigatória.
• Estuda esgrima e equitação que não deixam boas recordações, tanto pelos métodos penosos,
como os lugares úmidos e sujos.
• Tem interesse pelas condições de vida dos judeus.

“As velhas histórias sobre a crueldade dos judeus para com os filhos dos cristãos flutuavam como
negros fantasmas diante do meu espírito jovem”.

• Anda pelas ruas da cidade, testemunha violências, como a queima de uma edição inteira de livros
sobre religião e costumes, faz mandados do pai.
• Cobra a artífices os trabalhos e com isso conhece e participa com prazer de todas as formas
particulares da vida humana.

“ a existência nua parecia ser o objeto principal e tudo mais, indiferente e acidental”.

• Trabalha com o pintor Nothnagel, na fábrica de telas enceradas, grande estabelecimento industrial.
• Faz passeios divertidos nas terras que o pai cultiva árvores frutíferas (vinha e aspargos), aprende
jardinagem.

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1763 (14 anos)

• 15-02-1763- Conclusão da paz em Hubertsburg, fim da guerra dos sete anos. Dia muito feliz na
vida de todos.
• Pílades, amigo desde a infância , junto a outros camaradas de classe média a inferior, o desafiam a
escrever versos de amor falsos, o que resulta em situação muito embaraçosa.
• Conhece Margarida e apaixona-se pela primeira vez.
• Escreve por encomenda canções para casamentos, cantos fúnebres e outras poesias, sendo
remunerado pelo trabalho. Trava diálogos com os amigos sobre as profissões de cada um e intercede
junto ao avô a fim de conseguir um emprego para um rapaz que mal conhece.

J. K. Secatz – A Familia Goethe, 1763

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Homens que influenciam em sua juventude:

1. Sr. Von Olenschlager - senador, escreve “Explicação da Bula de Ouro” (Goethe acompanha),
quer fazê-lo um homem da corte.

Bula de Ouro

2. Sr. Von Reineck - quer fazer dele um diplomata e desviá-lo da poesia.


3. Conselheiro Husgen- excelente jurista, ensina sobre as escrituras, e matemática , mas tem birra
com Deus e com o mundo. Manda fabricar um relógio que marca horas, minutos, movimento do Sol
e da Lua. Deseja transformar-lhe num hábil jurisconsulto.
4. Os irmãos Schlosser e Griesbach - amigos íntimos, exemplo de progressos nos estudos, ao
contrário dele que não se interessa pela universidade.

“Quanto a mim, acariciava também o pensamento de produzir algo de


extraordinário: mas que havia de ser?”

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“Não esconderei que, se eu almejava uma felicidade digna de inveja, sua
imagem mais maravilhosa era, aos meus olhos, a coroa de louros trançada
para a fronte do poeta”.
1764 (15 anos)

• Começam os preparativos para a coroação do rei dos romanos. A casa é alugada para o Barão Von
Koenigsthal, homem de negócios de Nuremberg e outros. Participa do movimento da cidade, vários
embaixadores e comissários visitam o Roemer. Seu pai exige que tome nota de tudo cuidadosamente.
• No dia 03 de abril de 1764, José II é coroado como rei do Sacro Império Romano-Germânico.
Assiste a solenidade em lugar especial.

“Representei bastante bem o papel de um jornal vivo da eleição e da coroação”.

• Os pais descobrem seu relacionamento com pessoas de péssima reputação e nomeiam


o conselheiro Schneider para interrogá-lo. Teme pela segurança de Margarida , faz uma confissão
sincera e calma, adoece seriamente de paixão. Os amigos são poupados e Margarida volta para sua
terra. Decide curar da paixão quando descobre que ela o vê como uma criança. A família contrata um
acompanhante, para vigiá-lo.
• Não se interessa pelos estudos preparatórios para a Universidade. Sente-se estimulado com a
filosofia, apresentada pelo amigo e vigilante.
Considera Sócrates um sábio e tanto na vida como na morte pode ser comparado a Cristo.Tem
interesse pelos estóicos e estuda Epícteto.

“ Nem a sutileza da Aristóteles, nem a abundância de Platão produziram efeitos em mim”.

• Sente-se perseguido e atormentado com idéia fixa de que chama a atenção das pessoas.
• Passeia com o amigo acompanhante nos bosques e florestas, tem experiência de conexão profunda
com a natureza.
• Recupera-se do transtorno desenhando ao natural, em papéis velhos. Tem dificuldade com os
detalhes, desenha bem o conjunto. O pai ordena e cataloga os desenhos.

“ Por certo não há culto mais belo do que aquele que dispensa as imagens e que nasce em nosso
coração de nossas práticas com a natureza”.

• Faz passeios em família pelas montanhas e cidades vizinhas, os dias tornam-se felizes. Volta com
freqüência das excursões por saudades da irmã, a mais íntima confidente e amiga.
Ao lado da irmã e da mãe, tem conflitos com o pai que apesar de muito bom, é severo e avesso a
gastos com diversões.

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Sobre Kornélia :

“Era doce e sua expressão vinha da alma, cheia e rica e parecia querer apenas dar, sem necessidade
de receber. Sofria muito pela falta de beleza, mas era recompensada pela confiança e afeição das
amigas”.

• Faz amizade com o inglês Schlosser que se declara à irmã.


• Um amigo da turma discursa para mostrar o lado negativo do ser humano. “Fica atento a essas
coisas”!
• Interessa-se cada vez mais por línguas antigas, lê o latim com facilidade. Aprende unicamente pela
prática, sem regras nem princípios.
• Quer estudar em Goettingen e aprender com Heine, Michaelis e outros especialistas em história
e antiguidades, o pai é terminantemente contra.

Outubro de 1765 (16 anos)

1765

• Segue para Leipzig, na época de São Miguel. Parte alegremente em companhia do livreiro
Fleischer e sua esposa. Fortalece nele o plano de vida que deve seguir, bem diferente do que o pai quer.

“Deixei para trás a boa cidade que fora minha alma mater, com tanta indiferença como se nunca
mais pretendesse voltar lá. É assim que em certas épocas os filhos se separam dos pais, os servos dos
amos, os protegidos dos protetores, e essa tentativa de firmar-se nos seus próprios pés, de se tornar
independente, de viver a sua vida, seja bem medrada ou não, é sempre conforme os propósitos da
natureza.”

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• No caminho tem experiência incrível com luzes como se fosse um anfiteatro iluminado em
movimento.
• A carruagem atola na região da Turíngia. O esforço feito para sair do atoleiro deixa uma dor no
peito por muitos anos.
• Chega a Leipzig feliz pela liberdade.
• É bem recebido pelo Sr. Boehme, ocupante das cadeiras de História e Direito Público. Conversa
sobre seus planos de deixar o Direito para estudar línguas antigas, recebe uma reprimenda e não tem
a autorização para o passo!
• Aceita estudar Filosofia, História do Direito, “as institutas” e matricula-se em História Literária
com Gallert, a grande decepção.
• Logo percebe que Filosofia e Direito não lhe trazem nada de novo ou que não tivesse aprendido
com seu pai.
• Primeiros problemas sociais. É criticado pelas vestimentas, feitas pelos criados da casa como
medida de economia, apesar de tecidos finos e importados. Compra roupas da moda. Sente dificuldade
com a diferença da linguagem falada e escrita. Torna-se negligente com os estudos e com os deveres
sociais.
• Recebe ajuda da esposa do conselheiro Boehme quanto ao trato social, o que tem influência
decisiva no seu gosto. Escreve versos no estilo Rococó, é ajudado pela amiga com boas críticas.

“Assim delineou-se a tendência da qual nunca me pude separar. A tendência de transpor em imagens
ou em poemas tudo que me alegra, me tortura ou simplesmente me ocupa. E só com isso dou-me por
satisfeito.”

• Torna-se meio pensionista na casa do conselheiro Ludwig, médico e botânico. Convive com
estudantes de medicina. A história natural e a medicina levam sua imaginação para um domínio
totalmente novo. Conhece Lineu, Haller , Buffon e muitas terminologias e denominações. Tem medo
de escrever rimas e entra numa crise profunda entre razão e sentimento.
• Acha que seus escritos não tem valor, mesmo os que antes julgava belo. Depois de uma noite de
desespero, queima todo material que trouxe para Leipzig: poesia, prosa, planos, bosquejos, esboços.

“Encontrei-me na angustiosa situação de um homem a quem se pede uma mudança absoluta de


sentimentos, a renúncia a tudo que amou e apreciou até então!”

32
1766 (17 anos)

• Se antes fora influenciado pela cultura francesa, agora entra em contato com grandes nomes do
iluminismo alemão- Aufklarung.- lê Rabener, o maior satírico da época, Poesia Crítica de Gottsched,
A Arte poética de Horácio, além de Gellert, Lichtwer, Lessing e Gunther.
• Jõao Jorge Schlosser, vai a Leipzig e os apresenta pessoas cultas.
• Escreve poesias em forma de canções (Lieder) baseadas em reflexões e buscadas dentro do seu
coração).
• Pela primeira vez depois de Margarida , interessa-se por Ana Katharina Schönkopf, Annette,
burguesa rica , bonita, e amável. O ciúmes , mau humor e crueldade afastam-na definitivamente do
relacionamento.
• Escreve a mais antiga obra dramática que se conservou, “O Capricho da Amante”.
• Afasta-se da igreja protestante.
• Observa o contraste entre os valores pregados e a vida íntima das famílias da sociedade e escreve
a peça: “Os Cúmplices”.
• O professor de arte e diretor da Academia de Leipzig Adam Friedrich Oeser dá-lhe aulas de
desenho e apresenta-lhe e o novo ideal clássico de arte, do gosto e da simplicidade.
• É construído o teatro da cidade , a grande sensação.
• Visita a galeria de arte de Dresden. Vive expansão da capacidade de ver e olhar para as coisas, a
luz e sombra, os objetos. Descobre a pintura Italiana.

“Foi a primeira vez reconheci em mim mesmo o dom que utilizaria mais tarde de maneira mais
consciente, de ver a natureza através dos olhos de tal ou tal artista a cujas obras acabava de consagrar
uma atenção especial. Essa faculdade me proporcionou grandes prazeres”.

• Aprende sobre construção e sobre a arte de gravar em cobre. estuda sobre a arte e antiguidade.
• Leipzig tem homens de cultura e entusiasmo pelo bem e pelo belo: Lessing, Winckelmann, Weisse,
Schiebeler, Zacharia .
• Conhece Shakespeare através do livro Beauties of Shakespeare de Dodd.
• Em Leipzig, desenvolve novas faculdades de percepção, uma nova natureza humana.

33
1767 - 1769 (18 a 20 anos)

• Depois de três anos em Leipzig, adoece gravemente, infectado e com um abscesso. Em setembro
de 1768 chega em casa abatido, sem a vivacidade de antes. Vive experiência de quase morte. Kornélia
volta-se inteiramente para a cura do irmão.

Kornélia
“Minha irmã era e sempre foi um ser indefinível, a mais singular mescla de severidade e doçura, de
obstinação e de condescendência, e essas qualidades agiam, ora unidas, ora separadas pela vontade
e pela inclinação.”

• Conhece uma jovem de alma mística, Srta. Susana Von Klettenberg, a qual o converte
temporariamente ao pietismo. Para ela é necessário a reconciliação com Deus antes da cura. O
médico, Dr. Metz, cheio de mistério, usa remédios manipulados, proibidos na época, recomenda livros
herméticos, e mostra que pelo estudo dos mistérios da natureza pode-se chegar à cura individual.
Melhora depois de um sal ministrado a pedido de sua mãe.
• Descobre a estreita ligação entre a saúde do corpo e da alma.
• Com a mãe e a amiga pietista, estuda longamente obras médicas de alquimia, de paracelcismo e
de magia curativa cabalísitica .
• Constrói um pequeno laboratório, faz experiências simples de alquimia.
• Encanta-se pelo licor de seixos (liquor silicum), produzido mediante a fusão do quartzo com uma
proporção adequada de álcali. Lê O Compêndio de química de Boerhave.

34
• Relê as cartas que havia escrito de Leipzig para a família, aprende sobre si e percebe como seu pai
prega coisas que ele próprio não cumpre.
• Continua a se corresponder em inglês com Schlosser.
• Desenha o mobiliário da casa e a história da cidade.
• Tem infecção na garganta devido ao trabalho de gravuras com água-forte.
• Acha seus escritos de Leipzig fracos, as poesias frias, secas e superficiais. Queima as cartas e quase
tudo novamente, exceto O Capricho da Amante e Os Cúmplices.
• O supra sensível lhe interessa. Lê História da Igreja e das Heresias, de Arnold. Resolve então
construir a própria religião. O neoplatonismo é a base e tem contribuições das doutrinas hermética,
mística e cabalística. Questiona sobre o porque da existência , sobre a própria libido, estudos e futuro.

“Eu me comprazia em imaginar uma divindade que se produz a si mesma ao longo da eternidade”.

• Na primavera de 1769 com a saúde restabelecida sente-se um novo homem, mais sério, ocupa-se com
temas religiosos e mais profundamente com as ciências naturais.

1770 – 21 anos

• Vai para Estrasburgo na Alsácia, a fim de concluir os estudos de Direito. Fica impressionado com
a beleza da região.

Catedral de Estrasburgo

35
• Por influência de estudantes de medicina, cursa química e anatomia.
• Conhece as tapeçarias tecidas de acordo com os cartões de Rafael no interior do salão que recebe
Maria Antonieta, Rainha da França, de passagem pela cidade .

“Esse objeto produziu em mim um efeito decisivo, ... Eu ia e vinha sem descanso, e meus olhos não
se fartavam de ver. Posso mesmo dizer que me consumia em esforços inúteis, porque desejaria
compreender o que me causava um prazer tão extraordinário.”

• Diante dos quadros com a história de Medéia, verbaliza:

“É lícito colocar tão levianamente sob os olhos de uma jovem rainha, desde o primeiro passo que
dá no seu reino, uma das mais horríveis núpcias que tenham sido celebradas? Não haverá então
ninguém capaz de compreender que os quadros representam alguma coisa, que os quadros agem
sobre o espírito e o coração, que eles produzem impressões e despertam pressentimentos?”

• Faz amizades, retoma o convívio social, o jogo de cartas a dinheiro, etc.


• Procura curar suas fraquezas, enfrentar situações difíceis, como contato com ruídos e subir em
lugares altos. Chega sozinho ao mais alto pináculo da catedral.
• Contempla a beleza da paisagem, o curso do Reno e sente imensa alegria de morar ali.
• Treina os pensamentos sobre a noite, as trevas, os cemitérios e consegue tornar o dia e a noite
exatamente iguais.
• A catedral de Estrasburgo é um marco de coisa venerável e quanto mais aprecia sua fachada,
mais fortalece a impressão de que “o sublime se une ali ao gracioso”. Algo se revela de belo que muda
o seu interior.
• Faz aulas de dança com um francês, pai de duas filhas muito bonitas: Lucinda e Emília que
disputam o seu amor.
• Conhece Johann Gottfried Herder, teólogo, filósofo e poeta. Com ele amplia a visão sobre
literatura alemã, aprende que a poesia é um dom popular e universal e não um patrimônio privado
de alguns homens de gosto e cultura. O espírito de contradição amargo e cáustico de Herder , o
submete a duras provas e afasta os francesismos ou italianismos de agrado do pai. O mentor inspira o
interesse pelos autores gregos, pela idade média e pelo oriente e principalmente na admiração irrestrita
a Shakespeare. Para ele a poesia nasce das forças da alma.

“Sabia dar alto preço a tudo que contribuísse para o meu desenvolvimento”.

36
Herder

• Faz viagens a cavalo, com os comensais Wieland e Engelbach pela baixa Alsácia, Lorena e Saveme,
visita a beleza da região, as ruínas de castelos antigos.
• Aprende a utilizar riquezas minerais como ferro, carvão e madeira.
• Visita uma família com seu amigo Weiland, disfarçado de um pobre cavaleiro latino.

“Meu pai, havia despertado em mim desde a infância, o gosto pelos disfarces”

• Correspondido na paixão pela filha do pastor de Sesenheim, Frederike Brion, de 18 anos, sente-se
muito feliz.
• Escreve o conto A Nova Melusina e vários poemas com característica lírica, conhecidos como
Sesenheim Lieder.
• Continua os estudos do Direito com a finalidade de colar grau.
• Assiste ao curso de clínica médica.
• Sofre do estômago devido ao consumo exagerado de vinho e alimentos.
• Redige e apresenta na faculdade a tese de conclusão de curso sobre o conflito entre a Igreja e o Estado.

“Não me cansava de meditar sobre a vaidade das afeições, a inconstância do homem, a sensibilidade
moral e tudo que existe de mais elevado, de profundo, e em cujo encadeamento na nossa natureza
podemos enxergar o enigma da vida humana.”

37
“Já este decidido Charlotte: eu quero morrer. E escrevo-te isso sem
exaltação romântica. Serenamente, eu quero morrer. Ao meio dia, faleceu!”
1771 - 22 anos

• Cola grau no dia 6 de agosto de 1771 em Estrasburgo, sem distinção e entusiasmo. Sua dissertação
De Legislatoribus é rejeitada pela Universidade, que apesar disso lhe confere o grau de Doctor Juris.
• Nasce na turma de amigos, aversão pela literatura francesa, velha e desleal, representada por
Voltaire, com valores diversos dos jovens germânicos que seguem o amor pela verdade e pela natureza.
Goethe participa ativamente do movimento influenciado por Herder, com quem encontra-se quase
que diariamente até abril do ano seguinte.
• Escreve ensaio O dia de Shakespeare.
• Por medo de comprometer-se rompe com Friederike Brion. Culpado, escreve: “Magoei
profundamente o mais belo dos corações.”
• Chega à casa dos pais com mais saúde e alegria que da primeira vez.
• Conhece o crítico e escritor Johann Heinrich Merck em Danmstadt. Apesar do mau humor
torna-se seu mentor em assuntos de arte.

Merck

• A idéia do Fausto já está concebida.


• Lê a Bíblia várias vezes. Sob influencia das leituras de Hamann escreve sobre temas bíblicos.
Compôs o “Canto de tormenta de um peregrino”.

“Essa convicção que nasce da fé e da contemplação forma a base da minha vida moral
assim como da literária.”

40
1772 - 23 anos

• Escreve “Gotz von Berlichingen”, biografia poetizada de um antigo aventureiro germânico,que


transforma num herói. A obra faz muito sucesso, Goethe é visto como representante do “Sturm und
Drang” (Tempestade e Ímpeto). Movimento tipicamente romântico, inaugurado por Klinger em 1767
e liderado por Johann Gottfried Herder. Propõe uma poesia mística, espontânea, onde a emoção esteja
ao lado da razão, em oposição ao iluminismo e ao classicismo francês. Assina assim, o ato de recusa
contra o modelo paterno e busca auto afirmar-se na literatura.
• Escreve editoriais sobre o direito e torna-se membro do Círculo dos Sensíveis de Darmstadt, uma
sociedade de poetas, com o pseudônimo Der Wanderer.
• Nomeado para a Suprema Corte Imperial de Wetzlar, por influência do pai, preocupado com o
êxito literário do filho.
• Participa da vida social. Durante um baile apaixona-se por Charlotte Buff, jovem de 19 anos,
prometida a Johann Christian Kestner a quem ama. Com o regresso do noivo da viagem na qual se
encontra, entra em desespero.

Charlotte Buff

“E foi assim, que encontro, que leveza de movimentos. Eu já nem era mais um ser humano. Ter nos
braços a mais amável das criaturas e com ela voar com o tempo, tudo em volta desvanecendo.”

• Torna-se amigo do jovem Karl Wilhelm Jerusalém jovem que se veste com traje tradicional da
baixa Alemanha: fraque azul e colete amarelo, botas de canhões marrons.
• Por conselho de Merck, deixa a cidade.

“E como todo caráter em pouco resoluto sabe determinar-se a fazer o que é necessário, tomei a decisão
de me afastar voluntariamente, antes de ser escorraçado por um espetáculo que eu não teria podido
suportar.”

41
• Faz viagem com Merck, contempla a bela natureza local, desenha, faz ensaios com pintura a óleo.
Divide seu tempo entre o Direito e a Arte.
• Coleciona cabeças de gesso antigas que compra dos italianos em feiras, organiza um pequeno
museu, coleciona imitações das obras mais célebres da antiguidade. Vive agora em harmonia com o
pai que cataloga desenhos e escritos.

1773 – 24 anos

Goethe em 1773

• Publica a segunda versão do Gotz Von Berlichingen com a mão de ferro por conselho de Merck.
Apesar do sucesso, tem prejuízo financeiro .

“A roupa lavada para a cerca sem tardança! É assim que ela seca. Os atrasos e as protelações só
podem fazer homens irresolutos.”

• 01-11- Casamento de Kornélia com seu amigo Schlosser.


• Começa a escrever a versão primitiva do Fausto (Urfaust).
• Escreve Sobre a Arquitetura Alemã, primeiro dentre uma série sobre artes plásticas.
• Estuda Spinoza.
• Primeiro contato por carta com Lavater, escritor suíço.
• Escreve a farsa Satyros:

“Não há no mundo valor maior que o meu,


Porque Deus é Deus e eu sou eu”.

42
1774 – 25 anos

• Sabe do suicídio do jovem Jerusalém, une sua dor com a do amigo, “estava encontrado o plano
do Werther”. Primeira história auto-reveladora, Os sofrimentos do jovem Werther (Die Leiden des
Jungen Werthers) conta seu desesperado amor por Charlotte Buff.
O personagem torna-se o protótipo do herói romântico.

“Uma epidemia de imitações e paródias, suicídios e preces, exaltações e blasfêmias, lágrimas de


bem-aventurança e risos de escárnio, festas nos campos e nos cemitérios o haviam tornado famoso
em toda Alemanha”.

Escreve o romance em quatro semanas, “de modo bastante inconsciente e como um sonâmbulo”.
Sente-se aliviado quando acaba. Estabelece-se como escritor dentro e fora do país.
Escrevendo, Goethe se salva. Werther prefere a morte e ele, o caminho da vida.

Cena do “Werther”

43
“O efeito desse livrinho foi grande; foi mesmo prodigioso, sobretudo porque apareceu na ocasião
apropriada.”

• Depois da grande aceitação do romance, vieram muitas edições, proibições, apologias, imitações
e traduções para inúmeras línguas.
• Envolve-se com outra paixão, desta vez por Maximiliane von La Roche, “a de belos olhos negros”
de Frankfurt.
• Viaja para Colônia, vive instabilidade de humor, se aborrece facilmente. A contemplação da
Catedral inacabada acorda o sentimento de Estrasburgo. É tomado por um sentimento tão profundo
em seu coração e “todo o bem e afeto se abriu de repente.”
Escreve O Rei de Tule e Havia um Rapaz Bastante Ousado.
• Compõe O Canto de Maomé.
• Conhece Spinoza que exerce grande influencia sobre a sua maneira de pensar e de viver as paixões.
• Visita a galeria de Dusseldorf, aprecia os quadros e a arte holandesa. Sua paixão de amador sai
fortalecida.
• É atraído pela natureza que aparece com toda sua magnitude.
• Vive fase de grande profusão da inspiração que lhe vem em sonhos e ao acordar, muitas vezes
como parte pronta de uma obra. Desenha e compõe sem descanso. O talento produtivo não o deixa
nem um minuto.

“Refletindo sobre esse dom natural e reconhecendo que ele me pertencia como patrimônio meu, que
nenhuma circunstancia exterior poderia favorecer ou contrariar, eu me comprazia em imaginá-lo
como base de toda minha existência”.

• Escreve Prometheus, poema lírico que exorta o homem a acreditar na própria força. Sucesso na
literatura alemã.

“Encobre o teu Céu ò Zeus


com nebuloso véu e,
semelhante ao jovem que gosta
de recolher cardos
retira-te para os altos do carvalho ereto

Mas deixa que eu desfrute a Terra,


que é minha, tanto quanto esta cabana
que habito e que não é obra tua
e também minha lareira que,
quando arde, sua labareda me doura.
Tu me invejas!

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Eu honrar a ti? Porque?
Livras-te a carga do abatido?
Enxugaste por acaso a lágrima do triste?

Por acaso imaginaste, num delírio,


que eu iria odiar a vida e retirar-me para o ermo
por alguns dos meus sonhos se haverem
frustrado?

Pois não: aqui me tens


e homens farei segundo minha própria imagem:

homens que logo serão meus iguais


que irão padecer e chorar, gozar e sofrer
e, mesmo que forem parias,
não se renderão a ti como eu fiz”

• Primeiro encontro com Karl August, príncipe herdeiro posteriormente duque de Sachsen-
Weimar-Eiisenach. Tem apenas 18 anos, está de viagem a Paris e convida Goethe a visitar Weimar,
sociedade que atraí homens ilustres através da Duquesa Ana Amália.
• Morre a amiga Klettenberg. Fica perturbado com a falta da confidente que inspira mais
tarde,“Confissões de uma bela alma”, parte de “Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister”.
• Segue o caminho de aprimoramento moral, estuda história e as sagradas escrituras.
• O editor Himburg, sem consentimento, reúne e publica suas obras completas.

“Se um homem de talento fixou sobre a sua pessoa a atenção do público com uma obra de mérito,
faz-se o possível para impedi-lo de jamais produzir uma segunda.”

1775

45
1775 - 26 anos

• Já em Frankfurt, noiva com Lili Schonemann (Anna Elisabeth Schonemann) de 16 anos, filha
de um abastado banqueiro já falecido. Sua família quer o casamento, como ponto de estabilidade.
Descontente com a vida burguesa e pela grande resistência que tem ao casamento, foge da situação
numa viagem com o conde Stolberg.
• Vai para a Suíça, onde é hóspede de Johann Kaspar Lavater, teólogo, médium, filósofo, poeta e
autor do livro, Fisiognomonia que estuda a personalidade a partir dos traços fisionômicos.
• Encanta-se com os objetos sacros, coroas com pedras e trabalhos de ourivesaria. Desenha durante
a viagem muitas vezes.
• Escreve Stella e as operetas Erwin und Elmire e Claudine von Villa Bella. Começa a escrever
Egmont.

“Como fustigados por espíritos invisíveis, os cavalos solares do tempo arrebatam consigo o carro leve
do nosso destino, e nada mais nos resta senão segurar firme as rédeas, com toda a nossa bravura,
todo o nosso sangue-frio, e desviar as rodas ora ara a direita, ora para a esquerda, aqui de uma
pedra, ali de um precipício. Para onde vamos...quem o sabe? Mal nos lembramos de onde viemos”.
(Egmont)

• No dia 7 de novembro muda-se para Weimar, a convite de Karl August, que assumira há dois
meses o ducado. No mesmo ano torna-se membro do Conselho de Estado. É visto como o portador do
novo espírito da época, Sturm und Drang.
• Em pouco tempo escandaliza a corte, é acusado de desencaminhar o príncipe. Organiza bailes,
caçadas e cavalgadas. Dividem fraternalmente a mesma mulher entre si.

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• Escreve um membro da corte:

“Eu estava recitando. O jovem de botas e esporas vestido com paletó verde de caça, ofereceu-se para
continuar a recitar. De repente, pareceu que o próprio demônio se havia apossado do narrador.
Declamava versos, pensamentos maravilhosos conduzidos ao acaso. Goethe ou demônio? Talvez os
dois.”

Goethe com a silhueta

• Assume setores do governo, preside longas sessões administrativas, redige documentos, constrói
estradas, inspeciona minas, supervisiona a irrigação do solo.
• É acusado de condenar à morte uma jovem.
• Deixa de lado obras já iniciadas como Egmont, Torquato Tasso e Iphigênia em Táurida.
• Recupera cópia do Fragmento do Fausto que havia destruído, graças à amiga e admiradora Luise
Von Gochhausen. Não dá continuidade à obra.
• Mantém a obsessão pelas mulheres.
• Conhece Charlotte von Stein, sete anos mais velha, esposa do Barão de von Stein.
• Ocupa posição destacada entre as classes superiores por causa da sua literatura (Werther e Gotz
Von Berlichengen) .
• Testemunha a infelicidade da irmã.
• Herder é o pregador oficial e Wieland faz parte da corte.

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(1776 – 27 anos)

• Em maio vai morar na colina de Rosenberg, à beira do rio Ilm, na “Gartenhaus na Stem”
reformada e concedida por Karl August. A vida simples na chácara trás uma felicidade profunda, mas
sempre ameaçada. Faz longas caminhadas a pé, pratica jardinagem, desenha roseiras. “É o céu mais
lindo do mundo”.

Casa de Campo Parque do rio Ilm

• Escreve a primeira versão de Ifigênia em Táurida .


• Frequentam a sua casa: O duque, a duquesa-mãe, a jovem duquesa, Lavater, Lenz, Knele e outros.
• Forte ligação afetiva com Charlotte von Stein, que lhe assegura estabilidade emocional e abre
os caminhos para a vida palaciana. Passa a viver mais conscientemente e não entregue ao acaso como
antes. Escreve para“O belo talismã de minha vida”, mais de 1500 cartas e vários poemas de 1776 a
1788.

Charlotte von Stein

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“ Criatura amada não podemos ser um do outro e juntos somos demais. A realidade me deixa louco.”

• Como conselheiro secreto de Weimar, assume funções políticas e administrativas de grande


responsabilidade, como as finanças, construção de estradas e assuntos culturais.

Prefeitura de Weimar

• Afasta-se do círculo literário, dos amigos de Estrasburgo e dos primeiros tempos de Wetzlar.
• Concebe A missão Teatral de Wilhelm Meister, onde tenta descrever o processo de realização do ser
humano.
• Aprofunda os conhecimentos em mineralogia, anatomia e botânica, e é responsável por assuntos
culturais.
• Esforça-se para abertura de uma mina em Ilmenau.
• A profissão é o veículo de experiências, verifica as obras pessoalmente, sente-se satisfeito com o
trabalho.

“Cada dia que passa sinto mais estima por estas obrigações. Tenho o
desejo de elevar a pirâmide de minha existência ao mais alto possível”.

1777 – 28 anos
• 8 de junho: morre Kornélia aos 27 anos. Preparada e talentosa, entra em depressão pelo
casamento infeliz.
• Planta pés de tília, carvalho, pereiras, macieiras e vinhas no parque do Ilm. “Começa a folhear o
livro da natureza”. Estuda diariamente a Philosophia Botânica de Lineu.
• Sente a presença do “Sagrado Destino” que lhe segue e ao qual aprende a venerar.

“Minha vida prossegue, segundo a decisão dos deuses, que honro com profundo pressentimento”.
(10/03/1777)

49
“As pessoas vêem apenas o que sacrifico e não o que ganho, e não podem
compreender que a cada dia me torne mais rico, embora a cada dia eu
sacrifique tanto”.
1778 - 1779 (29 a 30 anos)

1779

• Em janeiro assume a função de comissário de guerra, responsável por 500 soldados.


• “existência crítica e sob múltiplas ameaças” em Weimar. Percorre o ducado inspecionando obras,
recrutando jovens, dormindo em estalagens desconfortáveis.
• Viaja a Berlim pela primeira e única vez com o príncipe Karl August. Tem aversão a grandes
cidades.
• Juntamente com Herder e Karl August, participa da sociedade secreta “ Os Illuminati” depois
“Maçonaria Iluminada”.
• Segunda viagem para Suiça com Karl August quando encontra Schiller pela primeira vez.
• Encena o drama Ifigênia em Táurida: Uma jovem grega cai nas mãos do rei dos bárbaros. O irmão
quer libertá-la e ela prefere livrar-se através de sua sinceridade e comportamento, pela superação e não
pela violência. Torna-se símbolo do classicismo alemão.

1780 -1781 ( 31 a 32 anos)

• É submetido a provas de Iniciação Maçônica no dia 23 de junho de 1780 na Loja “Amalia zu drei
Rosen” (Amália das Três Rosas) de Weimar
• Começa a coleção de mineralogia.

52
• Sente-se podado na criatividade. Seu espírito enferruja. Percebe o alto preço cobrado por apoiar
o duque. O incomensurável prestígio pessoal adquirido pelas primeiras obras, perde-se agora.
• Escreve Torquato Tasso, onde fala do papel do poeta e sua vida na corte. Reproduz suas experiências
e o cansaço pela vida que leva.
• Escrito por ele na parede de madeira em uma casa na floresta em 1780:

“ Reina a paz sobre todas as copas.


Quase não sentes um hálito entre as ramagens.
Os pássaros da floresta silenciaram.
Aguarde, também você descansará em breve.”

1782 - 33 anos

• Começa os estudos no campo da anatomia humana e da zoologia.


• Recebe oficialmente o título de nobreza.
• 25 de maio morre seu pai, Johann Caspar Goethe em Frankfurt.
• Rompe abruptamente o relacionamento com Lavater, pelo seu cristianismo exaltado e
comportamento de profeta.
• Weimar torna-se insuportável. Entra num estado de espírito crítico em relação à Alemanha.
Critica o clima, a paisagem, a história, a política e a essência do seu povo.

53
• Lê O Casamento Químico de Cristiano Rosacruz e A Divina Coméida de Dante .
• Escreve Os Mistérios, poema Rosacruciano por exelência, onde a idéia central é a de que todas
as religiões e filosofias confluem para um pequeno número de idéias comuns, ligadas ao conceito de
Humanidade.

“O ser humano liberta-se


de todos os poderes que
fascinam o mundo,
logo que obtenha
o DOMÍNIO DE SI MESMO.”

1783 -1784 (34 a 35 anos)

• Faz viagens diplomáticas.


• Trabalha na “A missão teatral de Wilhelm Meister”.
• Refugia-se nos estudos de ciências naturais.
• No instituto de ciências de Jena, descobre o osso intermaxilar humano, negado pelos anatomistas
da época.

“O ser humano tem um parentesco estreito com os animais. A concordância do todo transforma
cada criatura naquilo que ela é. Toda criatura é apenas um som, uma nota da grande harmonia.”

54
Na arte e na ciência, bem como no atuar e no agir, tudo depende do fato de os objetos serem
apreendidos puramente e tratados de acordo com a sua natureza. (153)

“O dinheiro é a capacidade alienada da humanidade. O que não posso como homem, o que não
podem minhas forças individuais, posso através do dinheiro. O dinheiro converte assim todas essas
forças essenciais naquilo que em si não são, isto é, em seu contrário.” Fausto

“O olhar é sempre crítico.


Apenas olhar não seria um estímulo, um estímulo é uma experiência que vai além do simples
observar, cria um vínculo teórico e leva o observador a tirar suas próprias conclusões.
Cada olhar envolve uma observação, cada reflexão uma síntese: ao olharmos atentamente para o
mundo já estamos teorizando.”

55
“Nosso mundo político e moral está minado por galerias, porões e cloacas
subterrâneas, como costuma ser uma grande cidade, em cujas conexões com
a situação geral de seus habitantes ninguém pensa nem cogita; só aquele que
possui alguma informação a respeito poderá entender melhor as coisas no
momento em que, de repente, o chão se afundar, subir ali uma fumaça(..) e se
ouvirem aqui vozes espantosas”..
1785 – 36 anos

• Conclui A Missão Teatral de Wilhelm Meister (inédito até 1910 quando é descoberto)
• Desiludido com a vida na corte, falta inspiração e força para continuar a produção literária. É
hora de uma drástica mudança de rumo!

1786 – 37 anos

“De madrugada, às três horas, saí furtivamente de Karlsbad, pois do contrário não me
teriam deixado ir. O grupo festejou o 28 de agosto, meu aniversário, de forma tão amigável, que
conquistou com isso um direito de me prender; mas não tinha tempo a perder. Subi sozinho numa
diligência postal, levando somente capote e bornal, e cheguei às sete e meia em Zwota.”

• Logo após completar 37 anos, em 03-09-1786, desaparece sem fazer qualquer comunicado
prévio e deixa Charlotte von Stein ofendida.
• Viaja sob o nome falso de “Johann Philipp Moller, pintor alemão, em direção à Roma. Passa por
várias cidade como Munique, Brenner, Bilzano, Trento, Torbole,Verona, Pádua, Ferrara, Bologna e
Florença. Observa a paisagem, como o clima interfere na natureza, o solo, a riqueza da vegetação e
sua relação com a água, as pessoas e seus costumes. Registra num diário todos os acontecimentos.

“Eu apenas abro bem os olhos, olho, vou-me


Embora e volto pra olhar de novo, pois não
Há maneira de alguém preparar-se para
Roma senão em Roma” 7/9/1786

• No dia 29 de outubro de 1786, Goethe chega a Roma, a cidade dos sonhos da sua infância,
Pretende dedicar-se à pintura e juntar-se aos pintores alemães em Roma: Tischibein, Trippel, Angelica
Kauffman, Schutz, e Johann Heinrich Meyer, aí radicados e ativos.
• O desenho é sua principal ocupação e por influência paterna vai em busca da Antiguidade
Clássica.

Desenho de Tischbein 1786-87

58
Em Roma, a criatividade reaparece. Conclui o drama “Ifigênia na Táurida” em versos.

• Em Veneza, apaixona-se pelas obras de Palladio (1508-80), apresenta-se como “um arquiteto em
viagem pela Itália”.
• Encanta-se com os palácios, ruínas, jardins, arcos e colunas triunfais. O contato com os
monumentos antigos marca seu compromisso com o clássico.
• Durante caminhada no jardim das plantas de Palermo, imagina descobrir “a criatura mais
surpreendente do mundo, a Urpflanze”, a“planta primal”, que compreende todas as plantas existentes
e todas as que poderiam existir.

“A natureza não gosta do que é rígido e imóvel. Assim que forja uma forma essencial, a natureza
brinca com ela e, brincando, produz a vida múltipla”.
(10/06/1786)

1787- 38 anos

Tomei coragem e, munido de algumas folhas de desenho, pus-me a caminhar pelos vales e colinas
com suas vilas, desenhando sem muita reflexão pequenos temas romanos.” Fevereiro/1787

• Viaja com o pintor Johann Wilhelm Tischbein autor do quadro mais representativo dessa fase.

”Goethe na Campagna Romana”

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• Em companhia do pintor Kniep segue para a Sicília, a paisagem o estimula a ler Homero.
• Assiste com os próprios olhos a uma erupção do Vesúvio.
• Retorna a Roma onde fica até o meio do ano seguinte, desiste da pintura e vive a melhor parte da
viagem.

“Vivo feliz, porque estou na casa de meu Pai”.

• Com Faustina (pelas indicações das poesias),encontra satisfação sexual tranqüila e plena, como
nunca antes chegara a conhecer. A essa realização do desejo soma-se a operosidade do artista.
• Vivencia o carnaval de Roma.
• Tem aulas de modelagem, anatomia e perspectiva, produz cerca de mil desenhos e pinturas,
incluindo um conjunto de paisagens, cenas urbanas, cópias de estátuas, detalhes de anatomia e esboços
botânicos.
• Visita o palácio Vila Borghese e aprecia a importante coleção de esculturas, posteriormente
adquirida por Napoleão.

Desenho de Goethe

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“Natureza e Arte parecem contradição
Mas se encontram — pasme! — desde sempre;
Também em mim desvaneceu-se a rejeição
E ora ambas me atraem igualmente.
Necessário é o esforço genuíno!
Então, se n’algum momento raro e estreito
Com espírito e empenho à Arte nos unimos,
A Natureza pode arder de novo em nosso peito.
Assim se dá em todo aprendizado:
Em vão se esforçam espíritos rebeldes
Por conhecer a plena realidade.
Quem almeja o grande há que ser concentrado;
É na contenção que se revela o Mestre
E somente a lei nos conduz à liberdade.”

• Conclui Egmont – drama sobre o caráter do tributo alemão e luta contra a tirania e a opressão.
• É publicado em Leipzig Obras Completas em quatro volumes.

“Encontrei a mim mesmo em Roma e esta concordância interna tornou-me feliz e sensato.”

1788 – 39 anos

Canto dos Espíritos sobre as Águas

A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.

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Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha liza,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, ‘spúmando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.

No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.

Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas ‘spumantes.

Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!

• Aprofunda nos estudos de Winckelmann, nome importante na arqueologia e um dos fundadores


da moderna teoria da arte. Adquire as bases da sua concepção classicista.
• Decide seguir a literatura e pesquisas científicas e abandonar a pintura.

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“Sou aplicado e estou contente e assim aguardo o futuro. Dia a dia se torna mais claro para
mim que na realidade eu nasci para a poesia e que, pelos próximos dez anos, quando muito, em
que ainda poderei trabalhar, devo cultivar esse talento e ainda fazer algo de bom, já que o fulgor
da juventude me permitiu realizar várias coisas sem grande estudo. De minha longa temporada em
Roma hei de tirar um proveito, o de renunciar à prática das artes plásticas.” (22-02-1788)

• Sai de Roma no dia 24 de abril de 1788 e jamais retorna à Cidade Eterna. Chega a Weimar em
18 de junho. O duque está ausente. Weimar tornara-se estranha.
• Licencia-se de atribuições públicas para seguir seus planos com novo elã. Sente-se uníssono
consigo mesmo, autônomo e firmado em seus próprios conhecimentos.
• Charlotte não perdoa sua fuga. Os amigos não partilham de sua experiência.
• Não ganha muito dinheiro com a literatura. É vitma de usurpação de seus direitos e tem prejuízos.
A vida folgada deve aos encargos que assume no grão- ducado de Weimar.
• Trás consigo uma cópia em gesso do crânio de Rafael que conserva durante toda a vida como peso
de papel.
• Em julho Johanna Christiane Sophie Vulpius de 23 anos, florista,irmã de um escritor popular vai
a sua casa pedir-lhe um favor. Seus belos olhos castanhos relembram a Itália. Apaixonam-se e passam
a viver juntos, na Gartenhaus, o que é mal visto pela sociedade.

Christiane Vulpius

“Muitas vezes compus versos nos seus braços, contando baixinho com os dedos os hexâmetros
nas suas costas.”

63
• Imbuído do espírito libertino , depois de inúmeras aventuras amorosas em Itália e do encontro
bem sucedido com Christiane, começa a escrever “Elegias Romanas”. Poemas sensuais nos quais
mostra-se embevecido pela antiguidade Clássica. Dedica duas elegias a Priapo, deus fálico da
fertilidade, onde apresenta pedidos de virilidade: “Que o seu membro não se canse”. A obra gera
controvérsias.

“Não consigo apreciar este gênero de poemas. Acredito que sejam belas; mas não me fazem bem.”
Charlotte von Stein

“As Elegias representam um fenômeno notável, novo e singular não só para a história da poesia
alemã, mas também para a nova poesia em geral.”
August W. Schlegel

• No inverno escreve o seu mais famoso ensaio científico, Metamorfose das Plantas.

“Os mais felizes momentos de minha vida decorreram precisamente na época em que eu me
dedicava a pesquisas sobre a metamorfose das plantas.”

• No dia 7 de setembro é apresentado a Johann Christoph Friedrich Schiller, mas não valoriza o
encontro. Goethe critica a sua peça Os Salteadores, que faz grande sucesso quando retorna da Itália.

“...um talento cheio de força, mas imaturo, havia derramado sobre a Pátria, em torrentes
caudalosas, exatamente os mesmos paradoxos éticos dos quais eu havia tentado purificar-me.”

1789 - 40 anos

• Dá por terminado Torquato Tasso, peça em cino atos. Trata-se de um drama demoníaco, onde o
poeta Torquato Tasso, é exemplo para ilustrar o conflito entre as duas almas que Goethe diz possuir
dentro do peito, “que o fazem oscilar entre a magia precária da comunhão íntima com as profundezas e
a determinação moral para a reconciliação com as exigências cruas feitas pela sociedade à existência
humana.”
• Rompe definitivamente com Charlotte Von Stein.
• Início da Revolução Francesa, com a tomada da Bastilha em 14 de julho, fato que perturba sua
harmonia íntima e provoca sua ida em direção à antiguidade clássica e ciências naturais.
• Nasce seu filho August, em 25 de dezembro, único a sobreviver dos cinco que teve com Christiane
Vulpius.

64
Christiane e August

• Schiller é transferido para a Universidade de Jena onde assume a cadeira de História a pedido de
Goethe. Há uma grande admiração pelo poeta e desejo de aproximação por parte de Schiller.

“Eu o via como uma orgulhosa puritana, em quem alguém deveria fazer um filho para humilhá-
la diante do mundo.” Schiller

1790 - 41 anos

• Assume a superintendência dos Institutos de Arte e Ciências de Weimar e Jena.


• Publica a Metamorfose das Plantas e inaugura uma nova metodologia científica nessa área. Como
bom observador da natureza, contradiz a teoria de Lineu e introduz o conceito do protótipo vegetal
para todo o mundo botânico.

“As plantas tomam corpo pela gradativa expansão da folha”.

• Viaja à Itália pela segunda vez, em companhia do duque de Weimar e da duquesa Ana Amália.
• Compõe Epigramas Venezianos, poema inspirado na vida cotidiana, onde mescla ofensas ao
cristianismo com assuntos sexuais como ereção, masturbação, prostituição, pederastia e nudez. Pede
novamente a Priapo, que arranje outra palavra para pênis, pois no alemão, der Schwanz, significa
também rabo e o rabo fica atrás“E por trás para mim nunca foi um prazer satisfatório.” (Leonardo
Fróes- tradução)
• Estuda sobre as cores, luz e sombra.

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• Publica Ensaio sobre a forma dos animais onde sustenta que os animais provêm de um arquétipo
o Urtyp, e que toda origem da vida estaria vinculada à existência de um oceano primevo , o Urozean.
Assim como nas plantas, o cérebro decorre de uma modificação da coluna vertebral e até mesmo os
minerais, são transformações de uma rocha-mãe, o granito.

“’Maus, para a esquerda! ‘mandará um dia o Juiz,


‘E vós, Cordeirinhos, ficareis aqui à direita!’
Muito bem! Mas há uma coisa a esperar ainda dele; então dirá:
‘A vós, Sensatos, quero-vos mesmo em frente!’”
Epigrama (Veneza, 1790)

1791 - 42 anos

• Diretor do Teatro de Weimar, retoma a arte dramática e transforma-o num pólo irradiador de
civilização e cultura.

Teatro de Weimar

• Representa Weimar nas questões culturais. Atrai visitas de cientistas, dramaturgos, e empresários,
dentre eles: Hegel, Holderlin, Fitche, Schelling, Wilhelm e Alexander von Humboldt. Até os adversários
do classicismo como Schlegel, Tieck e Novalis se rendem ao mestre de Weimar.
• Em setembro, a assembléia nacional francesa proclama os direitos do homem: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.

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• Inicia os experimentos com prismas e lentes. É convencido de que a luz é algo indivisível e
impossível de ser composta por outras cores.
• Escreve Contribuições para a Ótica

“Estou bem quando me posso dedicar


Ao trabalho, é o trabalho que me cura.
Conheces-me bem, sabes que a abundância
Ociosa me faz mal. E o repouso
É o que menos me descansa. A minh’alma
Não foi destinada pela natureza
A navegar sobre o elemento fácil
Dos dias pr’o mar imenso do tempo”.

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“Se ele considerava uma idéia o que eu declarava ser uma experiência,
deveria haver entre ambas qualquer conciliação, qualquer relação!”
1792 - 1793 (43 a 44 anos)

• Muda para a casa em Frauenplan com a mulher e o filho.

Casa em Frauenplan

• Em agosto de 1792, abandona a família, os livros, o quarto escuro e as tranqüilas colinas da


Turíngia para participar da campanha da França, ao lado do duque Karl August que comanda um
regimento prussiano. Passa dois meses “num pesadelo entre lama e miséria, cautela e incômodo,
perigo e tormento, entre ruínas, cadáveres, carniças e um monte de escremento”. (16/10/1792)
• Goethe sente repulsa pelas notícias da Revolução Francesa. Não consegue justificar a violência
por hipótese nenhuma e não simpatiza as arbitrariedades dos poderosos.

“Uma revolução nunca é culpa do povo e sim do governo.”

• Foge da revolução no estudo das ciências . Ocupa-se agora com a LUZ. Mesmo no campo de
batalha faz observações sobre prisma, o comportamento das cores e escreve Dos Sonhos Coloridos.
• Assiste a apresentação da Flauta Mágica de Mozart no Teatro de Weimar.

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1794 - 45 anos

• Retoma o manuscrito e redimensiona o tema da “A missão teatral de Wilhelm Meister” e começa


a versão definitiva.
• Conclui Elegias Romanas
• Volta a ler Homero.
• Recebe de presente o título da casa que mora em Frauenplan, onde vive pelo resto de sua vida.
• Em 20 de julho, Schiller, 10 anos mais moço, está presente na reunião que Goethe frequenta da
Sociedade de Estudos em Ciências Naturais sediada em Jena. Na saida, Goethe o acompanha até sua
casa. Está aberto o diálogo entre os dois depois de seis anos de desencontros.

“Descrevi com vivacidade a metamorfose das plantas e, com desenhos em bico de pena, fiz surgir
ante seus olhos uma planta simbólica.”

• Em 23 de agosto, Schiller manda a famosa carta na qual requisita a participação de Goethe na


revista, Die Horen (As Horas).

“O Senhor esforça-se por simplificar seu grande mundo de idéias. Eu procuro diversidade para as
minhas pequenas posses” (Schiller, 31/08/1794)

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• Têm vários amigos comuns, entre eles: Heinrich Meyer, e Moritz.
• Confia ao novo amigo os escritos do Wilhelm Meister e debate acerca da “planta primordial”. Há
entre os dois um misto de confiança e inveja. Este insiste para que retome o projeto do Fausto, sem
sucesso.

(...) “como um protegido da natureza, tudo caía nas mãos de Goethe. E ele próprio tinha de lutar.”

1795 - 46 anos

• Conhece Karl Wilhelm Friedrich Schlegel, crítico literário, poeta e filósofo, líder do romantismo
alemão.
• Schiller publica anonimamente as Elegias Romanas, em seu periódico Die Horen, pela primeira
vez.
• Publica a primeira parte do agora “Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister” em que boa
parte da trama se passa numa companhia teatral.
• Escreve esboço para uma Introdução geral à Anatomia Comparada.
• Escreve o enigmático O Conto da Serpente Verde, texto pleno de imagens alquímicas.
• Vê Mozart como um irmão espiritual, participam da mesma loja maçônica. Tenta escrever
sequência para sua ópera A Flauta Mágica.

1796 - 47 anos

• Publica a segunda parte de “Os anos de Aprendizado de Wilhelm Meister”. A obra exerce
influência marcante na literatura da época. Friedrich Schlegel publica na principal porta-voz do
Romantismo Alemão:

“As três grandes tendências de nossa era são a Doutrina das Ciências (de Fichte),
Wilhelm Meister e a Revolução Francesa”

Goethe funda a linhagem do Bildungsroman – o romance de formação - e empreende a primeira


grande tentativa de discutir a sociedade de seu tempo de maneira global, colocando como ponto central
a questão da formação do indivíduo e do desenvolvimento de suas potencialidades, dentro do
contexto histórico da época. Em meio ao entusiasmo despertado pela obra, recebe críticas ferrenhas
e ocorre o recrudescimento da oposição entre o classicismo (de Goethe e Schiller) e o Romantismo (
de Novalis e Schlegel).

• Schiller acompanha de perto, com sugestões decisivas à elaboração do romance.

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“Sereno e profundo, claro e, contudo incompreensível como a Natureza, é assim que atua sobre nós e
é assim que se apresenta, e tudo, mesmo os menores detalhes, tudo revela o belo equilíbrio espiritual
de onde emanou”. (Schiller, 02-07-1796)

• Escreve Observação acerca do desenvolvimento da Borboleta.


• Traduz “Vita” a autobiografia de Benvennuto Celline, escultor italiano.

1797 – 48 anos

• Viaja várias vezes a Jena para encontros e discussões filosóficas.


• Publica o poema épico Hermann e Dorothea,que descreve o amor entre o filho de um rico e uma
jovem refugiada. Procura interpretar a Revolução Francesa, os tempos que passou na França, dentro
das muralhas de Mainz. O primeiro sucesso literário depois de anos.

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“Enquanto a matéria da folha é infinitamente flexível e elástica, a matéria da qual é feita a história é
rígida, fixa, sujeita a esclerosar-se em formas que resistem a qualquer mudança regular e contínua”.

• Faz estudos sobre química, ótica e anatomia das rãs.


• Hospeda Schiller em sua casa.

Escritório em sua casa de Campo

• É publicado a maior parte das Xênias escritas em conjunto com Schiller; epigramas satíricos
contra a burrice, a mediocridade e o pedantismo da sociedade da época. Escrevem as Baladas onde
competem de maneira positiva.
• Volta a ocupar-se do Fausto, por insistência de Schiller.

1798 - 49 anos

“As cores são ações e paixões da luz. Nesse sentido, podemos esperar delas alguma indicação sobre
a luz. Na verdade, luz e cores se relacionam perfeitamente, embora devamos pensá-las como
pertencentes à natureza como um todo: é ela inteira que assim quer se revelar ao sentido da visão.”

• O diálogo com Schiller sobre a Doutrina das Cores amadurece suas idéias.
• Lê ensaio de Kant “Sobre os usos de princípios teleológicos em filosofia”, onde mostra a diferenciação
entre História da Natureza e Descrição da Natureza.
• Escreve o ensaio Sobre Laocoon, estuda Winckelmann, Plutarco e os ensaios de Diderot sobre a
pintura.

“Assim, quem quer mudar a história deve destruir essas velhas formas e atirá-las naquela pitoresca
loja de quinquilharias, naquele amontoado de solador de detritos que é o nosso passado” Fausto
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O particular está submetido eternamente ao universal. O universal tem de acomodar-se
eternamente ao particular (199)

“ Falai-me, ó pedras! oh falai, vós altos palácios!


Ruas, dizei uma palavra! Genio, não te moves?
Sim, tudo tem alma nos teus santos muros,
Roma eterna; só para mim tudo se cala ainda.
Quem me diz segredos, em que fresta avisto
Um dia o ser belo que queimando me alivie?
Não pressinto ainda os caminhos, pelos quais sempre,
Pra ir dela e pra ela, sacrifique o tempo precioso?
Ainda contemplo igrejas, palácios, ruínas, colunas,
Homem composto, decoroso, que aproveita a viagem.
Mas em breve passa: então haverá um só templo,
O templo do Amor, que se abra e receba o iniciado!
És um mundo em verdade, ó Roma; mas sem o Amor
O mundo não era mundo, e Roma não era Roma.”

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“Tudo que o homem se propõe a produzir, seja pela ação, seja pela linguagem,
deve resultar do conjunto inteiro das forças; toda obra isolada é má.”.
1799 – 50 anos

• Schiller muda-se para Weimar. Encontram-se diariamente na casa de Goethe. É o começo da


apoteose da era dos clássicos. Goethe expressa-se pela apreensão e percepção total da natureza, do
amor e da arte, e Schiller na insistência da busca da liberdade e da perfeição poética. Um é o leitor e
crítico do outro. Schiller entende o poeta e estimula sua produção.

• Golpe de estado do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte e fim da Revolução Francesa.


• Organiza em parceria com Heinrich Meyer, uma “Premiação para Artistas Plásticos” em Weimar,
que visa reformar a arte.

1800 – 1802 (51 a 53 anos)

Busto em gesso de Goethe-(Friedrich Tieck, 1801)

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• O novo século começa com más notícias. Em agosto de 1802 Napoleão é nomeado cônsul vitalício.
• Anuncia a Doutrina das cores em três partes: Os materiais para a história da doutrina das cores;
Parte didática; Parte polêmica.
• Trava conversas com historiadores em Gottingen como Heyne e Putter.
• Coordena a reconstrução e decoração do novo castelo de Weimar.
• Conhece Karl Friedrich Zelter, músico, compositor e maestro; seu correspondente e dos poucos
amigos íntimos durante trinta anos. Compõe músicas para suas poesias.
• É acometido por uma espécie de Herpes de difícil tratamento. Recupera-se graças a Stark, médico
e conselheiro da corte.
• Faz viagens com o filho às águas de Pyrmont, a Gottingen, Gotha.

1803 - 54 anos

• 24 de dezembro recebe a visita de Madame Stael, importante na divulgação de suas obras.


• Morre Herder, seu eminente amigo.
• Dedica-se à criação da revista Jenaische Allgemeine Literaturzeitung que junto com “As horas”,
de Schiller, constituem o mais importante veículo de proliferação das idéias do classicismo de Weimar.

1804 - 55 anos

• Trabalha intensamente na Doutrina das cores, no sentido de integrar as partes escritas


anteriormente.
• Escreve o ensaio Winckelmann e seu século, uma espécie de manifesto do classicismo.
• Napoleão é nomeado imperador da França.
• É eleito presidente da Sociedade Mineralógica de Jena onde dedica estudos sobre a evolução
geológica da Terra. Adepto da teoria do Netunismo que defende a evolução pacífica e não catastrófica,
faz correlação entre a evolução da terra e a evolução do ser humano.

1805 - 56 anos

• Cólicas renais. Antes da convalescença, morre Schiller no dia 9 de maio devido a complicações de
Tuberculose. Fica extremamente abalado e escreve em sua homenagem, Epilog zu Schillers Glocke.

“Cogitei perder a mim mesmo e perco agora um amigo que representa a metade da minha existência.”

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“Ao individuo resta a liberdade de se ocupar com o que o atrair, com o que
lhe der prazer, com o que julgar útil, mas o verdadeiro objeto de estudo da
humanidade é o homem.”
1806 - 57 anos

• Reune todas as forças para, em homenagem ao amigo falecido, que nos últimos anos estimulara
sua obra, concluir a primeira parte do Fausto. Em 18 de agosto antes de completar 57 anos, envia
os originais à editora. Devido a invasão dos franceses a Weimar, e a derrota catastrófica do exército
prussiano por Napoleão, a edição é interrompida.
• Em 14-10 as tropas francesas ocupam Weimar, Christiane bravamente o salva das mãos de
soldados saqueadores.

“As balas dos canhões varavam os telhados às 5 da tarde. Às cinco e meia chegou a cavalaria ligeira.
Às 7 da noite haviam incêndios e saques. Uma noite terrível.”

• Em 19-10 casa-se oficialmente com Christiane Vulpius na Igreja da corte de Weimar depois de
18 anos juntos.
• Estuda zoologia. Escreve Metamorfose dos Bichos.

1807- 58 anos

Minna Herzlieb

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• Durante as visitas sucessivas à biblioteca de Jena apaixona-se pela filha do livreiro Frommann,
jovem de 18 anos Minna Herzlieb, inspiradora de “Sonette”.
• Alexandre Von Humboldt dedica-lhe a obra “Ideias para uma geografia das plantas” .
• São publicados os quatro primeiros volumes de suas Obras Completas.
• Com Silvie Von Ziegasar de 21 anos envolve-se apaixonadamente e deixa marcas na sua obra
lírica e ficcional.
• Morre a duquesa Anna Amália, mãe de Karl August, grande incentivadora da cultura de Weimar.
Responsável por trazer Christoph Martin Wieland, poeta e tradutor de William Shakespeare, mais
tarde grande amigo de Goethe. Deixa a Biblioteca Duquesa Anna Amalia, que alberga atualmente
cerca 850 000 volumes.

Anna Amália

“Viver longamente significa sobreviver a muitos”

1808 - 59 anos

• Bettina Brentano, de 22 anos, irmã de um poeta, envolve-se com Goethe e depois de sua morte
publica Correspondência de Goethe com uma criança, cuja autenticidade integral foi posta em dúvida.
• Publica Fausto I, a mais importante obra, considerado símbolo cultural da modernidade. Fausto
é protagonista de uma lenda popular alemã, baseada num médico, mágico e alquimista, Dr. Johanes
Georg Faust (1480-1540), que desiludido com o conhecimento de seu tempo faz pacto com o demônio
Mefistófeles, que lhe apresenta as dádivas de riqueza, poder, técnica, progresso e juventude eterna.
Aprisionado em seu pacto, Fausto só podia se redimir pelo amor de Margarida (Gretchen). Conclui
algumas cenas da parte II.

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• Começa a escrever “Afinidades Eletivas”, onde em Charlotte se encontra a Von Stein e em Eduardo
o próprio Goethe.
• Napoleão ao invadir a Alemanha, quer ver o escritor famoso. Em Erfurt, 2 de outubro de 1808,
é condecorado por Napoleão com a grande Cruz da Legião de Honra. Não esconde sua admiração
pelo conquistador que abre caminhos para um modelo universal de cultura. Vê nele o gênio militar e
não o conquistador brutal o que é mal visto pelos contemporâneos. Não quer participar do ódio aos
franceses pela gratidão que tem à França, tão importante em sua formação. Mantém em sua sala de
trabalho o busto de Napoleão pelo resto da vida.

“O imperador fez um sinal para que eu me aproximasse. Fiquei de pé diante dele, a uma distância
conveniente. Depois de me olhar atentamente, ele disse: ‘Eis um homem’. Eu me inclinei”.

• Napoleão faz perguntas sobre o Werther e declara ter lido mais de uma vez.
• Morre sua mãe aos 77 anos.

1809 - 60 anos

• Publica o romance As afinidades Eletivas, dentre as obras, a que melhor traduz a impossibilidade
de solução para os conflitos entre a moral e os sentimentos. Considera seu melhor livro. A partir
do princípio químico pelo qual dois elementos agregados se separam para unirem-se a outros dois
novos elementos, ele constrói alegoria para demonstrar a determinação das forças da natureza sobre
as relações no casamento e na sociedade. Foi considerado imoral e fatalista pelo olhar superficial do
grande público da época. Mais uma vez Charlotte é a personagem principal.

“Não contém uma só linha que não tivesse sido vivida, mas também nenhuma
linha que fosse igual ao vivido”.

1810 - 61 anos

1810

84
• Publica a Doutrina das Cores, onde defende a eterna claridade da Luz Solar e narra “as ações e
paixões da luz”. É uma obra extensa, com parágrafos numerados de 1 até 920, além da parte das “Cores
Endópticas”, publicada em 1820, com 41 capítulos e a parte polêmica, onde Goethe faz a “Denúncia da
Teoria de Newton”, também em parágrafos numerados de 1 até 680.
• Estuda a metamorfose dos insetos, história da terra, anatomia dos animais e do homem.
• Madame de Stael publica o ensaio “De L’Allemagne”, onde mapeia a geografia cultural do país e
difunde “os homens mais instruídos e mais meditativos da Europa”, Goethe, Schiller, Wieland e Schlegel,
enfoca o romantismo, caracterizando os alemães como um povo de pensadores.

“ um poderoso instrumento que foi a primeira brecha na muralha de antigos preconceitos erguidos
entre nós e a França”.

• Termina de escrever O Diário, poema que trás os princípios da ironia romântica, inspirado assim
como Trilogia da Paixão, na atração por três moças mais novas. As idéias para As Afinidades Eletivas,
ocorrem na mesma época.
• O Diário é considerado maldito e fica sem publicação até a sua morte. Aborda o encontro entre
a juventude e a velhice de um lado jocoso. Exorta o próprio pênis chamando muitas vezes de Mestre
(Meister). Relembra os tempos de casado quando ele e o Mestre se entendiam na mais perfeita harmonia
para os encontros com a esposa. Trás uma das grandes provocações contra o cristianismo, quando
compara seu pênis ao crucifixo, ao tempo em que pede perdão a Deus.

1811-1812 (62 - 63 anos)

• Lê Giordano Bruno.
• Escreve a primeira parte da sua autobiografia Memórias: Poesia e Verdade, publicada em quatro
partes (1811, 1812, 1814, 1831).
• Conhece Beethoven em Teplitz, seu admirador. Encontram-se várias vezes. Compõe músicas
baseadas em peças suas como Egmont e Gotz von Berlinchegen.
• Viaja para Karlsbad com a esposa Christiane e o amigo filólogo Reimer.

“(...)tudo se tornava uno, tudo nascia do uno e retornava ao uno.”


(19/07/1810)

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Ginko

A folha desta árvore que de Leste


Ao meu jardim se veio afeiçoar,
Dá-nos um gosto de um sentido oculto
Capaz de um sábio edificar.
Será um ser vivo apenas
Em si mesmo em dois partido?
Serão dois que se elegeram
E nós julgamos num unidos?
P’ra responder às perguntas
Tenho o sentido real:
Não vês por meus cantos como
Sou uno e duplo, afinal?
1813 - 64 anos

• Batalha dos Povos de Leipzig- decisiva derrota de Napoleão para os aliados (prussianos, austríacos,
ingleses e russos) onde morrem mais de 100 mil soldados.
• Começa a escrever Viagem à Itália
• Morre seu amigo e escritor Christoph Martin Wieland.
• Lê O Divã do poeta persa Hafiz do sec. XIV.
• Escreve o poema Encontrado, declaração de amor à sua esposa.

1814 - 65 anos

1814

• Viagens pelo Reno, Main e Necker e vai para Bad Berka perto de Weimar.
• A coleção de arte medieval em Heidelberg deixa profunda impressão.
• Envolve-se com Marianne von Willemer de trinta anos, esposa de um banqueiro de Frankfurt.
Desenvolvem juntos, trabalho literário no qual inclui poesias suas. É a inspiradora do Divã Ocidental
Oriental.

88
Marianne Von Willemer

1815 - 66 anos

• É nomeado Ministro de estado


• Adoece mais facilmente agora. São referidos pericardite, cálculos renais e erizipela facial. Procura
banhos termais com frequência.
• Segunda viagem ao Reno, Meno e Necker. Isola-se para descansar e trabalhar. Sente-se plenamente
preenchido pela solidão escolhida. Trabalha no Divã Ocidental Oriental (Ginko).
• Conhece os irmãos Grimm.

1816- 67 anos

• Morre Christiane Vulpius.

“A morte se aproximava de minha esposa. Ela trava seu último combate com a natureza. Faleceu por
volta do meio dia. Dentro e fora de mim, tudo é vazio e reina um silêncio mortal.”

• Publica a primeira parte de Viagem à Itália.


• Napoleão é derrotado na campanha da Rússia.
• “Schopenhauer usufrui do contato pessoal com Goethe e recebe uma introdução a teoria das
cores; em 1816 escreveu com base nela um ensaio próprio.” Steiner
• Lança o primeiro número da revista Arte e Antiguidade, dirigida por ele.
• Junto com seu filho August realiza o projeto de iluminação pública de Jena.

89
• Escreve o ensaio Eternamente Shakespeare.
• Retoma a segunda parte do Fausto, na qual trabalha até a conclusão final, pouco antes de sua
morte. Escrevendo sente-se mais liberto da sensação de desalento e tristeza

1817 - 68 anos

• O filho August casa com Ottilie Von Pogwisch.

Ottilie
• Escreve sobre a Morfologia:

“A forma é algo em movimento, algo que advém, algo que está em transição. A doutrina da forma
é doutrina da transformação. A doutrina da metamorfose é a chave de todos os sinais da natureza.”

1818 - 69 anos

90
• Em 09-04 - nasce o neto Walther Wolfgang.
• Faz observações meteorológicas e sobre a forma das nuvens.
• Escreve ensaios sobre as polêmicas entre clássicos e românticos na Itália.
• Viaja para Karlsbad.

1819 - 70 anos

• Publica coletânea de cerca de 250 poemas amorosos, o Divã Ocidental - Oriental, fruto do seu
interesse pela poesia persa.
• Lê “O Mundo como Vontade e Representação” de Schopenhauer.
• Conhece a rainha da Prússia em Weimar.
• Frankfurt celebra seu 70º aniversário com festas.

“Quanto a mim, não posso, dadas as tendências variadas do


meu espírito, contentar-me com uma única maneira de pensar.
Como poeta e artista sou politeísta, como naturalista, inversamente,
sou panteísta, e uma coisa tão decididamente como a
outra. Se eu tiver necessidade de um Deus para uma personalidade
de ser moral, está tudo preparado para responder também
a essa exigência. As coisas do Céu e da Terra são um
domínio tão vasto que unicamente os órgãos de todos os seres
reunidos são aptos para as envolver.”
(Carta a Friedrich Heinrich Jacobi, 6/01/ 1813 )

Casa de Campo
91
“O que nos espera nos próximos anos é impossível de prever: temo porém que não
tenhamos tão cedo a paz. Ao mundo não é dado moderar-se; aos grandes, afim de
não haver algum abuso do poder, às massas também não, para que se contentem na
esperança de sucessivos melhoramentos, com uma situação razoável. Se fosse possível
tornar a humanidade perfeita, então seria também admissível um estado perfeito;
como está porém, haverá um eterno balançar. Uma parte terá de sofrer enquanto a
outra se diverte; o egoísmo e a inveja, como verdadeiros demônios, prosseguirão em
sua nefasta ação e a luta dos partidos não terá fim.O mais sensato é que cada um
exerça o ofício para o qual nasceu e que aprendeu e não impeça aos outros de exercer
os seus. Não suba o sapateiro além da chinela, conserve-se o lavrador por detrás da
charrua e governe o soberano com sabedoria, pois é esse igualmente um ofício que
deve ser aprendido e que ninguém se deve arrogar sem dele ter perfeito conhecimento”.
1820 - 71 anos

• Reune material e começa a escrever A campanha da França e O Cerco de Mainz.


• Em karlsbad faz observações meteorológicas e geológicas.
• Em 18 de setembro nasce o segundo neto, Wolfgang Maximilian.
• Volta a se ocupar de Homero.
• Trabalha no texto de Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister.

1821 - 72 anos

“Envelhecer significa adotar uma nova conduta. Todas as relações são alteradas, sendo mister parar
com tudo ou assumir este novo papel com vontade e consciência.”

Sala de estar da casa em Weimar

• Dedica-se à família, principalmente aos netos e também ao trabalho.


• Recebe hóspedes quase todos os dias. Quanto menos se desloca mais abre sua casa para o mundo.
Chegam naturalistas, literatos, pedagogos e políticos.

“Era possível escutá-lo durante horas sem se dar conta do mundo. A calma, a clareza e a vivacidade
do seu discurso quase cômico, davam uma plasticidade tão grande à conversa que não transmitia
apenas um grande bem estar mas também a alegria de viver.”

• Estuda a poesia indiana. Lê e traduz Eurípedes.


• Viaja para a estância mineral de Marienbad na Boêmia, onde conhece Amalie Von Levetzow e
suas filhas.

94
1822 - 73 anos

• Publica “Anos de viagem de Wilhelm Meister”, concluído no ano anterior.


• Negocia com o geólogo a compra de diamantes brasileiros para o grão-duque Karl August. A
intenção do soberano em ampliar sua coleção de história natural teria estimulado o poeta nos estudos
sobre o Brasil.
• Interessa-se pela fauna e flora brasileiras, coleciona pedras e sementes.
• Na Alemanha é saudado como um dos mestres do Romantismo, agora no seu apogeu. O
revolucionário nos dias do Werther, agora é o “Sábio de Weimar” que os escritores europeus vêm
visitar e admirar. É considerado “Olímpico” e “Impassível”. Alcança realmente uma conciliação dos
opostos.
• O bibliotecário Kräuter começa a catalogar seus escritos editados e inéditos.

1823 - 74 anos

• Primeira visita de Johann Peter Eckermann à Frauenplan, em 10 de junho. Trata-se de um jovem


de classe econômica baixa, que vai a pé de Göttingen a Weimar a fim de mostrar-lhe uma obra . Nasce
uma grande amizade, torna-se secretário e mais tarde editor, imortalizado na obra “Conversações com
Eckermann” onde registra seus encontros particulares de 1823 a 1832.
• Inrrompe a paixão pela mocinha Ulrike Von Levetzow de 19 anos. O pedido de casamento
é recusado. Transforma a grande decepção com intensa criatividade e produtividade. Escreve em
setembro a Elegia de Marienbad, fruto da resignação pelo amor não realizado. É um canto de tormenta
e despedida do mundo.

Ulrike Von Levetzow

“Abandonem-me aqui fieis companheiros de caminhada. Deixem-me só entre rochas, pântanos e


musgos. Em frente o mundo vos espera. A terra é imensa, o céu grande e sublime. Meu é o universo.
Estou perdido em mim mesmo. Eu que ainda novo era o favorito dos Deuses.”
97
• Em 1823, o interesse de Goethe pela natureza do Brasil foi reconhecido: duas espécies de
malváceas recebem seu nome, a Goethea cauliflora e a Goethea semperflorens. Os registros referem
que a homenagem é recebida com grande alegria.

1824 - 75 anos

Desenho de Vogel Von Vogelstein-1824

• Da coleção do duque, cataloga obras de arte importantes para instalação do primeiro museu de
Weimar.
• Decide publicar sua correspondência com Schiller.
• Escreve artigos sobre Byron e sua obra.

1825 - 76 anos

• Publica Sobre a Arte e Antiguidade- cartas de Schiller.


• Publica segmentos da segunda parte do Fausto
• Incêndio no Teatro de Weimar.
• Compõe um poema inspirado na maçonaria para a festa da loja Amália.
• Escreve Ensaio de uma teoria meteorológica:

“O verdadeiro, idêntico ao divino, jamais se deixa apreender por nós de maneira direta. Nós
o contemplamos apenas como reflexo, como exemplo, símbolo, em fenômenos particulares e afins.
Nós o percebemos como vida incompreensível e, contudo, não podemos renunciar ao desejo de
compreendê-lo. Isto vale para todos os fenômenos do mundo apreensível.”
96
1826 - 77 anos

• No dia 24-09, Goethe dispõe-se a confirmar a identificação do crânio de Schiller, o faz pelo
alinhamento horizontal dos dentes superiores. No dia seguinte escreve:

“No severo ossuário foi que eu vi


Caveiras a caveiras ordenadas;
Pensei no velho tempo encanecido.
Os que outrora se odiaram, em cerradas
Filas estão, e ossadas duras, que se feriram
De morte, jazem mansas e cruzadas.
Ombros desconjuntados! Quem pergunta
O que outrora carregaram? e ativos membros gráceis,
Mãos, pés arrancados das junturas da vida.
Em vão, cansados membros, vos deitastes;
Nem na cova repouso vos deixaram,
Expulsos outra vez para o dia claro;
E ninguém pode amar a casca seca,
Precioso que fosse o cerno que encerrou.
Mas a mim, adepto, se revelou a escrita,
Que nem a todos abre o sagrado sentido,
Quando, no meio de tal turba hirta,
Uma forma avistei de beleza sem preço
Que na angústia e frieza pútrida da câmara
Eu livre e quente me reanimei
Qual se de entre a morte brotasse fonte viva.
Como essa forma de mistério me encantou!
Signo de Deus pensado, que assim se conservou!
Olhar que me arrastou às praias daquele mar
Que em maré cheia arroja figuras sublimadas.
Secreto vaso! que dás sentenças de oráculo,
Serei eu digno de te ter na mão, a ti,
Tesouro excelso, que piedoso arranco
Da podridão, devoto me voltando
Pra o ar livre e livre meditar à luz do sol.
Que pode o homem ganhar mais nesta vida,
Do que se lhe revele a Natureza-Deus?:
Ao vê-la sublimar a matéria firme em Espírito,
E firme conservar o que o Espírito criou.“
97
“Aos poucos Goethe vai se tornando mais aéreo, mais leve. Suas faculdades haviam
se purificado: os pensamentos cruzavam a mente reduzidos à sua essência linear,
os sentimentos ardiam sem calor nem suavidade. Consumido e aliviado, quase sem
sombras humanas, nele brilhava apenas aquele cristal profundo, aquele fogo imaterial
vivo a que chamava ‘enteléquia’”
Eckermann
1827 - 78 anos

• 06-01 - morre Charlotte Von Stein, aos 85 anos.


• 29-10 - nasce sua neta Alma.
• Morre Charlotte Buff.
• Recebe a visita do escritor Romântico August Wilhelm Schlegel e do filósofo Hegel.
• Cunha o termo Weltliteratur – literatura universal - como uma literatura que vai além das
fronteiras, ou seja, uma literatura de espírito cosmopolita.

1828 - 79 anos

Óleo sobre tela 1828- Stieler

• 14 de junho morre Karl August grão duque de Weimar, grande amigo e incentivador. Fica meses
recluso no castelo de Dornburg, estuda botânica e escreve poemas.
• Trabalha no Fausto, Os anos de viagem e na última parte de Viagem à Itália.
• Em março fala a Eckermann de “uma puberdade repetida” a que algumas naturezas poderosas
estariam sujeitas e que se traduziria por épocas de especial produtividade e energia.

100
1829 - 80 anos

• Publica a segunda parte de Viagem à Itália.

“Cada noite, passeia-me diante da alma a imagem triste, a última para mim na cidade romana;
relembrando a noite de onde me ficaram coisas tão caras, escorre-me dos olhos ainda agora uma
lágrima.”

• Conclui a segunda versão de Os anos de viagem.


• Trabalha no Fausto II, do qual lê algumas partes para Eckerman.
• Entra numa fase de colecionar coisas do passado, retratos familiares, pedras, assinaturas de homens
ilustres, manda encadernar suas cartas. Abre as portas da sua casa para um chá da tarde onde recebe
muitos visitantes. “O casarão tornou-se um museu único e tétrico”
• Goethe sente que já não é mais aquele indivíduo particular, nascido em Frankfurt. Tornara-se um
ser supra pessoal, uma figura mítica. Enquanto presta atenção em seus tolos visitantes, mora com
uma parte de si mesmo em todos os pontos do tempo e do espaço. Às vezes parece que “sua vida era
dupla, tripla ou quádrupla”.
• Eccreve ao amigo Humboldt:

“Na minha idade as coisas parecem assumir mais e mais um caráter histórico. Tanto faz se são
assuntos de tempos antigos, de reinos longínquos ou temas do momento presente. Tudo se confunde.
Sinto que eu mesmo sou cada vez mais histórico.”

1830 - 81 anos

101
• Em 14-02 morre a grã-duquesa Luise que durante 50 anos lhe concedera tantos favores e honras.
• Estuda os escritos botânicos de Russeau.
• Escreve Princípios de filosofia Zoológica.
• Passa por grandes provações:
• 26 de outubro morre em Roma, seu filho August de cirrose alcoólica. A notícia só chega no dia
10 de novembro.
• Adoece gravemente de hemoptise.

“Dores fortes e golfadas de sangue faziam temer por sua vida, mas ele aceitava, de uma vez por
todas a insondável vontade de Deus. Um estranho regozijo baixava lentamente em seu espírito,
ardendo de gratidão pela beleza do mundo e do mesmo modo, frio e desumano como a luz dos
astros para onde brevemente o espírito do mundo o chamaria.” (Eckermann)

1831- 82 anos

• Finaliza o quinto ato da segunda parte do Fausto em 20 de julho. “Levei a termo a tarefa principal”.
Em agosto determina que a obra seja lacrada e publicada depois de sua morte.
Fausto é o resumo de uma época e de um mundo, além de perdurar como uma das obras poéticas mais
ricas e variadas da literatura universal. Todos os grandes problemas e enigmas da existência humana
são encontrados na obra de Goethe, desde o raciocínio filosófico mais profundo, até os sentimentos
mais delicados que possam fazer vibrar a alma. Considere-se que as concepções são estreitamente
ligadas ao pensamento dos séculos XVIII e XIX e às idéias do autor sobre cultura, política, religião e
ciência.
A primeira parte descreve o pacto de Fausto com Mefistófeles, um variante do demônio e com a
sua ajuda consegue raptar Margarida. É um amor cheio de culpas, que termina com uma catástrofe.
A segunda parte, obra tardia e cheia de sabedoria. Fausto tenta desvendar os mistérios do mundo
com a ajuda de Mefisto. Ultrapassa a dimensão do tempo antes de Einstein descobrir a teoria da
relatividade. Funde os séculos entre si. Mefisto apresenta ao Imperador a invenção do papel moeda.
A cena de Helena de Tróia trás a idéia perfeita da emancipação feminina, e do relacionamento do
futuro. Prevê a criação artificial do homem no seu Homúnculo e assim por diante até a redenção do
mal através do encontro do amor.
• Lê Eurípedes, Plutarco, W.Scott, B. Constant, V.Hugo, Balzac, Dumas, Galileu, Nieburh, A.von
Humboldt, Curvier, Carus.
• Em agosto é comemorado seu último aniversário nas térmicas de Ilmenau .
• Discute normas para a construção de rotas comerciais para o Brasil, com o burgo-mestre de
Bremen.
• Recebe nobres, diplomatas, políticos, músicos e artistas de várias partes do mundo.
• Em outubro conclui a última parte da sua autobiografia.

102
“A longa, trabalhosa e dolorosíssima metamorfose havia se realizado e dali a pouco a crisálida
deixaria o casulo que a envolvera por tanto tempo.”

1832 - 83 anos

• Em 08 de janeiro, abre o selo lacrado do manuscrito do Fausto, melhora alguns trechos, lê para
Otille.
• 16 de março - tem angina de peito.
• 17 de março responde a Humboldt, que pede permissão para examinar a obra:

“(...) Mas o dia a dia é realmente tão absurdo e confuso, que me convenci de que meus esforços constantes
e honestos em prol dessa estranha edificação não seriam compensados, mas muito pelo contrário
atirados à beira-mar como destroços de um navio, enterrados no areal das horas desfavoráveis. O
mundo é dominado por doutrinas confusas a provocar realizações desconcertantes(...).”

• 22 de março, às 11:30h, morre aos 82 anos, ao lado da nora em sua residência na praça Frauenplan,
em Weimar.

“Mais Luz”, suas últimas palavras. Mapa da morte

103
“Seu espírito que durante a vida abarcara com o olhar, a natureza tão sinteticamente, necessita
agora libertar-se do invólucro por demais estreito, exige mais amplidão, mais espaço,
pede mais Luz e sublima-se”!

• 23 de março é sepultado no túmulo da família ducal, ao lado do amigo Schiller.

Túmulo de Goethe e Schiller

“O eterno feminino atrai-nos para o alto”


Última frase do FAUSTO

104
Goethe está no rol dos grandes vultos do Conhecimento Universal. Sua obra grandiosa e atemporal
revela o pensar de pura luz, o sentir que aquece a cada contato e a força do querer, forjado pelas
exigências da vida. Tal um gênio, homem completo apesar das faltas, e de tantas imperfeições um dos
mais perfeitos representantes da Humanidade.
Apresento a sua biografia na intenção de trazer o fio condutor essencial desse extraordinário poeta,
dramaturgo, romancista, cientista e homem de Estado.
Como romancista, um dos precursores do movimento romântico com Os Sofrimentos do Jovem
Werther e além da A Missão Teatral de Wilhelm Meister, Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister,
Os Anos de Viagem de Wilhelm Meister e As Afinidades Eletivas.
Como dramaturgo, escreve o Fausto I e o Fausto II, duas obrar primas, fazem parte dos documentos
mais importantes da humanidade. Ainda no teatro merecem referência também O Grão-Cofta, Ifigênia
em Tauride, Egmont e Torquato Tasso.
Como poeta, o Divã Ocidental Oriental, contribui para despertar o interesse da Europa pela
literatura do Oriente Islâmico. Deixa-nos também epopéias como Hermann e Dorotéia e inúmeros
poemas líricos, elegias, epigramas e canções (Lieder).
Como cientista, faz pesquisas em Botânica e Mineralogia, elabora a Metamorfose das Plantas e a
Doutrina das Cores em que se manifesta em frontal oposição à Ótica newtoniana, e, no campo da
Anatomia Humana, cabe-lhe a glória de ter descoberto o osso intermaxilar humano.
Como Conselheiro, ministro e assessor, serve por longos anos a seu amigo, o Grão-Duque Karl
August de Weimar, em assuntos culturais, artísticos e educacionais.
Sábio, reconhece em Schiller o amigo da missão, e aproveita cada diálogo, cada opinião como força
de estímulo para continuar produzindo.
Suas ideias artísticas, literárias e filosóficas estão registradas cuidadosamente nas Conversações com
o secretário e amigo Eckermann.
Como homem, chora, ri, sofre, ama. Depois do longo trabalho, chega à essência dos fenômenos da
natureza, da alma humana, de Deus.
Parte dessa vida com a serenidade dos justos em direção à mesma Luz que um dia o trouxe de volta.
Deixa para Steiner o germe de importantes desdobramentos e este, como mestre, desenvolve e
semeia.
Privilegiados, os homens, colhem os frutos do esforço e sacrifício, em diversas áreas da atividade.
O futuro cabe a cada um de nós, como elos da grande corrente.
A mim, resta agradecer e reverenciar a feliz oportunidade do (re) encontro!

105
1. Memórias: Poesia e Verdade, J W Goethe; primeiro volume- Editora Universidade de Brasília.;
tradução Leonel Vallandro.
2. Memórias: Poesia e Verdade, J W Goethe; segundo volume- Editora Universidade de Brasília;
tradução Leonel Vallandro.
3. Os sofrimentos do Jovem Werther, J W Goethe; tradução Erlon José Paschoal; Editora Estação
Liberdade, 1964.
4. Arte e Estética segundo Goethe- Rudolf Steiner; Editora Antroposófica-tradução- 1998
4. O Método Cognitivo de Goethe- Rudolf Steiner Editora Antroposófica- 2004
5. As Afinidades Eletivas - J W Goethe, 1809-1810; tradução Erlon José Paschoal Ed. Nova
Alexandria, 1992.
5. Escritos sobre Arte - J W Goethe; tradução Marco Aurélio Werle- Associação Editorial
Humanitas, São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo,2005
6. Urfaust - Fausto Zero J W Goethe, 1777; tradução Christine Rohrig. São Paulo Cosac & Naify
Edições, 2001
7. Goethe - Pietro Citati- Tradução Rosa Freire D’Aguiar – Companhia das Letras,1990
8. A Metamorfose das Plantas- J W von Goethe-1790, Tradução Editora Antroposófica- 4ª
edição2005
9. Ensaios Reunidos: Escritos sobre Goethe - Walter Benjamin- coleção Espírito Crítico- Editora
34, 2009.
10. Doutrina das Cores - J W Goethe,Tradução 1993- Marco Giannotti- Editora Nova Alexandria.
11. Conversações com Goethe- Johann Peter Eckermann, 1835. Tradução –Marina L. Bastian
Pinto- Editora Itatiaia, BH-2004
12. Trilogia da Paixão J W Goethe- Tradução Leonardo Fróes- Editora Rocco, RJ- 1999
13. Correspondência - Goethe e Schiller. Organização e tradução – Claudia Cavalcanti – Editora
Hedra, 2010

106
14. Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister - J W Goethe- Tradução Nicolino Simone Neto;
Editora 34 - 2006
15. Viagem à Itália 1786-1788. Tradução Sergio Tellaroli- Companhia das Letras-1999
16.Torquato Tasso, J W Goethe-1789; tradução João Barrento; Ed. Relógio D’Água, set. 1999.
17. Fausto Uma Tragédia Primeira parte; tradução de Jenny Klabin Segall- Edição bilíngüe; Editora
34,2004
18. Fausto Uma Tragédia Segunda parte; tradução Jenny Klabin Segall- Edição bilíngüe; Editora
34, 2007
19.A Serpente Verde e a bela Líria- A lenda de Goethe. 1795. Tradução Lavinia Viotti e R. Nobiling.
Edição Clínica Tobias, 1973.
20. Ciência, Metodologia Científica e Goetheanismo- Possibilidade de uma nova Epistemologia-
Wesley Aragão de Moraes.
21. Era uma vez- irmãos Grimm- recontado por Kátia Canton, Editora Executiva,2006.
22. Os Mistérios, de Goethe Traduçaõ Raul Guerreiro. Fragmentos reunidos.
23. Ein Besuch im Goethe Haus und Goethe Museum in Frankfurt am Main
24. Goethe Haus- PDA Guide CD- Rom.
25.Filme- As Afinidades Eletivas - Paolo e Vittorio Taviani- 1996- locado do Instituto Goethe
Salvador- BA
26. Videos- Goethe I, Goethe II e Goethe III- Instituto Goethe Salvador BA.
27. A Origem e o Futuro da Palavra - A teoria da linguagem segundo Goethe e Rudolf Steiner,
Günter Kollert; Editora Antroposófica 1994.
28. “Tempestade e Ímpeto” História Síntese da Cultura Alemã-Governo do Estado do RS – Germano
Rigotto Secretaria de Estado da Cultura – Victor Hugo Alves da Silva;Memorial do RS – Voltaire
Schilling.Caderno de História, nº 16Memorial do Rio Grande do Sul e Instituto Goethe.
29. A concepção da história de Goethe em suas bases- ensaio 1930 Walter Lechmann
30. Fraternidade Rosacruz Max Heindel - Centro Autorizado do Rio de Janeiro - Rua Enes de Souza,
19 Tijuca, Rio de Janeiro, R.J. Brasil
31. http://www.goethe.de/br/rio/prindex.htm - Resumo da biografia de Goethe. Instituto Goethe
RJ, Brasil.
32. Questões Teóricas de Delimitação do Período Romântico Alemão – A autonomia Estética
e o Paradigma da Antiguidade Clássica no Classicismo e na Primeira fase do Romantismo Alemão
Izabela Maria Furtado Kestler (UFRJ,2002).
33. Essência e Aparência no FAUSTO DE GOETHE: Uma Relação Dialética Ana Cristina Pinto da
Silva (Mestranda Ciência da Literatura-UFRJ,2001)

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Primeiro Setênio ( 1749-1756)
1749 - 28 de agosto, nasce em Frankfurt- sobre- o- Meno, filho de Johann Caspar e Katharina
Elizabeth Goethe.
1750 (1 ano) - nasce sua irmã Cornélia
1754 (5 anos)- ganha o teatro de marionetes da avó. Início da pré escola em casa.
1756 (7 anos) - Recebe instruções do pai e professores particulares, num regime rígido. Entende um
pouco de grego, latim, francês e italiano. Início da Guerra dos Sete Anos.

Segundo Setênio (1757- 1763)


1757 (8 anos) - Escreve O Novo Páris. Lê a Bíblia e poetas antigos.
1759-1762 (10a 13a) - Frankfurt é tomada e sua família hospeda o comandante das tropas francesas.
Frequenta o teatro das tropas de ocupação. Estuda matemática, cravo, inglês, geografia, esgrima e
equitação. Lê em hebraico o Antigo e Novo Testamento. Escreve poesias, contos, odes sacras, e organiza
Poesias Diversas.
1763 (14a) - Fim da Guerra. Apaixona-se pela primeira vez por Margarida.

Terceiro Setênio (1765- 1770)


1765-1766 (16-17a) - Muda-se para Leipzig por imposição do pai. Inicia a faculdade de direito a
contragosto já que prefere estudar história e artes. Dificuldades sociais. Descobre a Medicina e História
Natural e vive profunda crise entre razão e sentimento. Apaixona-se por Ana Katharina Schonkopf,
mas seu ciúmes a afatam da relação. Escreve O Capricho da Amante e Os Cúmplices. Conhece a Galeria
de Arte de Dresden e lê Shakespeare.
1767-1769 (18 a 20a)- volta para casa gravemente enfermo. Faz papel de enfermeira uma amiga
da sua mãe, Srta. Susana Von Klettenberg, que lhe introduz conhecimentos da tradição neoplatônica
(Paracelsus, Welling, Basilius Valentinus), da alquimia, cabalística e busca pelo sagrado.

108
1770 (21a)- Muda-se para Estrasburgo onde além do direito, estuda medicina, história e ciências
políticas. A catedral é um marco para sua observação. Conhece Herder, cinco anos mais velho, poeta,
filósofo e teólogo, impulsionador do movimento Tempestade e Ímpeto, como qual se encontra quase
diariamente entre setembro de 1770 e abril de 1771. Conhece Merck, crítico de arte e escritor. Apaixona-
se por Friederike Brion e escreve vário poemas. Esses mais tarde ficam conhecidos como Sesenheimer
Lieder, início de uma produção literária lírica.

Quarto Setênio (1771- 1777)


1771 (22a)- Licencia-se em direito. Em novembro escreve a primeira versão do drama Gotz Von
Berlichingen
1772 (23a)- É nomeado para a Suprema Corte Imperial de Wetzlar onde conhece e apaixona-se por
Charlotte Buff, que é noiva e prepara-se para casar. Sofre muito com o amor impossível.
1773(24a)-Publica a segunda versão de Gotz Von Berlichingen. Inicia a versão primitiva do Fausto.
Primeiro contato com Lavater, escritor suíço.
1774 (25a)- Publica Os sofrimentos do jovem Werther, fruto de sua paixão não correspondida
por Charlotte Buff. O romance faz enorme sucesso e seu personagem torna-se o protótipo do herói
romântico. Fase de profusa inspiração. Destaque para o poema Prometheus. Primeiro encontro com
Karl August, herdeiro e posteriormente duque de Weimar.
1775-1776 -(26- 27a) Noiva com Lili Schonemann, arrepende-se e viaja para a Suiça onde hospeda-
se com Lavater, fundador da teoria Fisiognômica. Escreve Stella e começa o Egmont. No dia sete de
novembro muda-se para Weimar a convite de Karl August de 18 anos, que assumira o ducado há dois
meses. Torna-se conselheiro de Estado, vive a vida mundana da corte, é acusado de desencaminhar
o príncipe. Vai morar na Casa de Campo e se conecta com a natureza. Forte ligação afetiva com
Charlotte Von Stein que lhe assegura estabilidade emocional e a vida na corte. Afasta-se do círculo
literário e deixa muitas obras inacabadas, como Egmont, Ifigênia e Torquato Tasso. Concebe A Missão
Teatral de Wilhelm Meister
1777- (28a) morre sua irmã Cornélia.

Quinto Setênio (1778- 1784)


1778-1781( 29 a 32a)- Trabalha arduamente nas funções administrativas, encontra Schiller pela
primeira vez. Sente-se podado na criatividade. Percebe o alto preço cobrado por ajudar ao duque.
Participa da Maçonaria Iluminada. Encena Ifigênia em Táurida. Escreve Torquato Tasso. Coleciona
minerais.
1782 (33a)- morre seu pai em Frankfurt. Escreve Os Mistérios, poema Rosacruciano.
1783-1784 (34 a 35 anos) – refugia-se nos estudos das ciências; descobre o osso intermaxilar
humano.

Sexto Setênio (1785- 1791)


1785 (36a) Conclui A missão teatral de Wilhelm Meister. Primeira estada nas termas de Karlsab, na
Bohemia.
1786-1788 (37-39a) – viaja para a Itália, dedica-se ao desenho e às pesquisas científicas. A

109
criatividade volta. Conclui Ifigênia em Táurida. Intui a Planta primordial. Adquire as bases de sua
concepção classicista. Volta para Weimar e decide-se pela poesia. Rompe com Charlotte von Stein.
Conhece Christiane Vulpius. É apresentado a Schiller. Escreve Elegias Romanas.
1789 (40 a) – Inicio da Revolução Francesa. Nasce seu filho August. Schiller é transferido para Jena.
1790 (41a) – Publica Metamorfose das Plantas, escreve Epigramas Venezianos, estuda sobre as
cores. Segunda viagem à Veneza onde escreve Epigramas Venezianos.
1791 ( 42 a) – diretor do teatro de Weimar, cuida das questões culturais. Escreve Contribuições para
a ótica.

Sétimo Setênio (1792 - 1798)


1792- 1793 (43 a 44a) – Muda-se para a casa em Frauenplan com a mulher e o filho. Participa da
Campanha da França ao lado de Karl August.
1794 (45a) - estada em Jena e início da amizade com Schiller, 10 anos mais moço.
1795( 46a) - Segunda viagem a Karlsab. Publica a primeira parte de Os anos de aprendizado de
Wilhelm Meister.
1796 (47a) – publica a segunda parte de Os anos de Aprendizado de Wilhelm Meister e inaugura a
linhagem de romance de formação onde trás como ponto central a questão da formação do indivíduo
e do desenvolvimento de suas potencialidades, dentro do contexto histórico da época.
1797-1798 (48- 49a) – publica Hermann e Dorothea, escreve as Xênias, Baladas e retoma o Fausto.
Intenso diálogo com Schiller sobre a Doutrina das Cores. Vários encontros com Friedrich Schlegel
sobre a estética do classicismo.

Oitavo Setênio (1799 1805)


1799- 1804 (50-55a) – Fim da Revolução Francesa. Conhece Zelter e se tornam grandes amigos.
Adoece de Herpes. Morre Herder. Schiller muda-se para Weimar, encontram-se diariamente. Apogeu
do classicismo de Weimar.
1805 (56a) - morre Schiller. Escreve o ensaio Winckelmann e seu Século, uma espécie de manifesto
do classicismo.

Nono Setênio (1806- 1812)


1806 (57a) - Conclui a primeira parte do Fausto. Weimar é ocupada pelas tropas francesas. Casa-se
com Christiane Vulpius depois de 18 anos de convivência.
1807- 1808 (58-59a) - envolve-se amorosamente várias vezes. Publica a primeira parte do Fausto.
É condecorado por Napoleão. Morre sua mãe aos 77 anos em 1808.
1809 (60a) – publica As Afinidades Eletivas.
1810 (61a) – publica a Doutrina das Cores.
1811-1812(62-63a) – Começa a escrever a autobiografia, publicada em quatro partes (1811, 1812,
1814, 1831). Vários encontros com Beethoven.

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Décimo Setênio (1813 - 1819)
1813-1814 (64 a 65 a) – Começa a escrever Viagem à Itália. Viagens pelo Reno, Meno e Necker. Envolve-
se com Marianne von Willemer.
1815(66a) – Nomeado Ministro de Estado. Sucessão de doenças. Segunda viagem pelo Reno, Meno e
Necker.
1816 (67a) – morre sua esposa Christiane. Escreve o ensaio Eternamente Shakespeare. Trabalha com
afinco no Fausto.
1817 (68a) - O filho August casa com Ottilie Von Pogwisch.
1819 (70a) - publica Divã Ocidental- Oriental, coletânea de 250 poemas amorosos.

Décimo Primeiro Setênio (1820 -1826)


1821 (72a) – Volta a ocupar-se de Homero e dedica-se aos dois netos. Viaja para a estância mineral de
Marienbad.
1822 (73a) – publica Anos de viagem de Wilhelm Meister. Na Alemanha é saudado como um dos mestres
do Romantismo.
1823 (74a) – primeira visita de Eckermann mais tarde seu secretário e editor. Paixão não correspondida
pela jovem Ulrike Von Levetzow. Escreve Elegia de Marienbad.
1824-1825 (75-76a) – ajuda na instalação do primeiro museu de Weimar. Publica Sobre a Arte e
Antiguidade.
1826 (77a) - dispõe-se a confirmar a identificação do crânio de Schiller, o faz pelo alinhamento horizontal
dos dentes superiores.

Décimo Segundo Setênio (1827- 1832)


1827 (78a) - morre Charlotte Von Stein, aos 85 anos. nasce sua neta Alma. Morre Charlotte Buff.
1828 (79a) - morre Karl August. Trabalha no Fausto, Os anos de viagem e na última parte de Viagem à
Itália.
1830 (81a) - morre seu filho August em Roma. Adoece gravemente.
1831(82a) - finaliza a segunda parte do Fausto, determina que a obra seja lacrada. Conclui a quarta parte
de sua autobiografia.
1832 (83a) - 22 de março, às 11:30h, morre serenamente ao lado da nora em sua casa em Weimar. “Mais
Luz” foram, suas últimas palavras. No dia seguinte é sepultado no túmulo da família ducal, ao lado do amigo
Schiller.

111
1. Marcos dos Setênios

1º Setênio (0-7anos):
- A casa da infância- o gosto do pai pela decoração da casa, as cores de cada cômodo, gravuras de
Roma, objetos de arte e história natural trazidos da Itália.
- O Teatro de Marionetes que ganhara da avó paterna.
- Brincadeiras da infância- os vizinhos Ochsenstein; quebra boa parte da louça da família.
- Avó paterna, imagem de beleza e bondade.
- Início das instruções escolares em casa.
- Reforma da casa
-Terremoto de Lisboa

2º Setênio (7-14anos):
-Morte da avó paterna
- Guerra dos Sete Anos - ruptura familiar.
- O pai dá instruções intensivas com auxílio de mestres particulares, em regime rígido, com inten-
ção dele seguir seus passos nos estudos do Direito. Aprende grego, latim, francês e italiano. A bibliote-
ca do pai com 2000 livros. Tem acesso a livros importantes como a Bíblia e outros.
- Busca Deus secretamente, por meio de um altar com símbolos da Natureza e uma chama acesa
no meio representando o coração do homem. O protestantismo não lhe satisfaz. O altar pega fogo e
entende como advertência divina.
- Visitas ao avô materno e seu gosto pelas plantas.
- Abre-se o dom para a escrita. Aos 8 anos escreve o primeiro conto O Novo Páris. Facilidade com
a rima

112
- Aos 9 anos é insultado pelos amigos com a suspeita de seu pai ser filho bastardo de um fidalgo,
desenvolve uma doença moral.
– Aos 10 anos desperta o olhar para a Arte através do Conde de Thorane comandante das tropas
francesas e conhece oTeatro Francês.
- A Bíblia
- A Literatura
- Influência de homens ilustres.
- Fim da Guerra

3º Setênio (14-21 anos):


- Aos 14 anos, o amigo Pílades o provoca a escrever versos falsos o que culmina em situação emba-
raçosa.
-Coroação do Rei do Sacro Império Romano Germânico.
- Tem depressão depois que o pai descobre a amizade com garotos de baixa categoria. Precisa de
um acompanhante, que o leva a sentir a natureza e a conhecer a Filosofia.
- .Passa a ter gosto pelo desenho
-Aos 16 anos é obrigado pelo pai a mudar-se para Leipzig e estudar Direito.
-Conhece o conselheiro Ludwig e através dele, História Natural e Medicina o que levam sua imagi-
nação para um domínio totalmente novo.
Queima todo material escrito que levou para Leipzig.
- Aos 17 anos entra em contato com grandes nomes do Iluminismo Alemão.
- É apresentado através do Sr. Oeser, diretor da Academia de Arte de Leipzig, ao novo ideal clássico
da arte.
- Visita a Galeria de Arte de Dresden, expande o olhar e descobre a pintura italiana.
- Aos 18 anos adoece gravemente, vive experiência de quase morte. Conhece a alquimia, magia
curativa, cabalística e paracelcismo, através da mística Srta. Susana Von Klettenberg..

4º Setênio (21-28 anos):


- Aos 21 anos rompe com os planos do pai e vai para Estrasburgo a fim de concluir os estudos de
Direito.
- Amplia a visão sobre a literatura alemã, lê autores gregos, Shakespeare, literatura orienta. Johann
Gottfried Herder lidera movimento de aversão à literatura francesa com a participação intensiva de
Goethe.
- Aos 22 anos concebe a idéia do Fausto.
- Aos 23 anos publica “Gotz Von Berlichingen” , aos 25 anos “Os Sofrimentos do Jovem Werther” e
se firma como representante do movimento romântico “Sturm and Drang”
- Vive grande profusão de inspiração. Escreve diversas obras como o poema Prometheus.

113
- Aos 26 anos muda-se para Weimar para exercer o cargo de Conselheiro Secreto.
- Encontro com Charlotte Von Stein que lhe dá estabilidade emocional e abre os caminhos sociais.
- O trabalho torna-se obrigação, afasta-se da literatura.

5º Setênio (28- 35 anos):


- Aos 28 anos perde a única irmã e muito amiga Kornélia e começa a folhear o livro da Natureza.
- Como comissário de guerra a vida torna-se muito pesada em Weimar.
- É podado na criatividade.
-Aos 33 anos morre seu pai.
-Refugia-se das dores no contato com a Natureza, nos estudos Científicos e literatura..
Descobre o osso inter maxilar humano.

6º Setênio ( 35 a 42 anos):
- Aos 37 anos, foge para a Itália por não suportar a vida em Weimar.
- Intui a planta primordial, “Urpflanze”.
- Adquire as bases de sua concepção Clacissista.
- Aos 39 anos conhece Christiane Vulpius e passam a viver juntos em Weimar.
-É apresentado a Schiller
- Rompe a Revolução Francesa.
- Aos 40 anos nasce o filho August.
- Com 41 anos publica a Metamorfose das Plantas e inaugura uma nova metodologia científica.

7º Setênio (42 a 49 anos)


- Assume a direção do Teatro de Weimar, e transforma-o num pólo de cultura e arte dramática.
-Aos 43 anos muda-se para a casa em Frauenplan cedida por Karl August.
- Participa da Campanha da França ao lado de Karl August.
- Inicia os estudos sobre a Luz e escreve Contribuições para a Ótica.
-Aos 45 anos inicia o diálogo com Schiller, seu maior amigo à partir de então.
- Aos 46 e 46 anos publica Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister e inaugura a linhagem
do Bildungsroman, romance de formação.

8º Setênio (49 a 56 anos):


- Fim da Revolução Francesa
-Dedica-se ao estudo da Doutrina das Cores.

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- Retoma o Fausto
- Nos seus 50 anos, Schiller muda-se para Weimar, encontram-se diariamente. - Apoteose dos
Clássicos.
-Escreve Winckelmann e seu século, espécie de manifesto do Classicismo.
- Morre Herder
- Com 55 anos é eleito presidente da Sociedade Mineralógica de Jena.
- Anuncia as 3 partes da Doutrina das Cores.

9º Setênio (56 a 63 anos):


- 56 anos - morre Schiller de Tuberculose.
- Conclui a primeira parte do Fausto
- Weimar é ocupada por tropas francesas
- 57 anos - casa-se oficialmente com Christiane Vulpius
- 59 anos - publica o Fausto I, sua mais importante obra literária.
- É condecorado por Napoleão Bonaparte
- Morre sua mãe aos 77 anos.
- 60 anos - publica Afinidades Eletivas
-61 anos -publica a Doutrina das Cores, contrapõe as idéias de Newton.

10º Setênio ( 63 a 70 anos):


- Começa a autobiografia
- Inicia as viagens para termas às margens do Reno
- Envolve-se com Marianne Von Willemer inspiradora do Divã Ocidental Oridental.
- 66 anos - é nomeado Ministro de Estado
- 67 anos - morre sua esposa Christiane Vulpius
- Retoma a segunda parte do Fausto

11º Setênio (70 a 77 anos):


- 70 anos - Frankfurt celebra seu aniversário com festas.
- Publica coletânea de 250 poemas- O Divã Ocidental- Oriental
- Abre sua casa para receber muitos hóspedes.
-Estuda poesia Indiana
-Na Alemanha é saudado como um dos mestres do Romantismo – O “Sábio de Weimar”.
- 74 anos-recebe Johann Peter Eckermann, grande amigo e confidente, secretário e mais tarde
editor. Imortalizado na obra Conversações com Eckermann.
- Paixão por Ulrike Von Levetzow de 19 anos, fase de grande inspiração para literatura.

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12º Setênio ( 77 a 83 anos):
- 77 anos - identifica o crânio de Schiller pelo alinhamento horizontal dos dentes superiores. Es-
creve um lindo poema no dia seguinte.
- 78 anos - morre Charllote Von Stein
-morre Charlotte Buff
-nasce a neta Alma.
- 79 anos - morre Karl August
- 81 anos morre seu filho August em Roma.
- 82 anos finaliza a última parte do Fausto “Levei a termo a tarefa principal”
-Morre antes de completar 83 anos ao lado da nora Ottille.

2. Tônica de Cada Setênio

1º Setênio (0 a 7 a)
Chegada difícil no mundo; Proteção e segurança desde o nascimento.
Pai representa a lei e a mãe afetiva, o feminino. Família estruturada e calorosa.
Brinca muito, convive com vizinhos e com a irmã mais nova, tem acesso ������������������������������
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arte, música, festas e rece-
be instruções escolares antecipadas e rígidas..
Ninho protetor, afetivo e de um mundo bom.

2º Setênio (7 a 14a)
Marcado pela Guerra dos Sete anos; Contato com a dualidade bem e mal.
Recebe instruções rígidas, estuda várias línguas.
O pai representa a autoridade amada para Goethe.
Experimenta a liberdade, sai pelas ruas.
Recebe estímulo artístico e literário intenso.
Busca de Deus fora dos padrões familiares.
A beleza do mundo é vista através da literatura, artes plásticas, da facilidade para escrever.
O sentir de Goethe foi forjado à partir do encontro com as forças polares de amor e ódio, bem e
mal, justiça e injustiça, prazer e dor.

3º Setênio(14 a 21 a)
Busca a verdade através da luta para realizar seu plano de vida, ao contrário do que queria seu pai.
Vive a liberdade em Leipzig, tem encontros com pessoas cultas ligadas à Medicina e História Natu-
ral e com grandes nomes do Iluminismo Alemão. Sua imaginação se abre para algo novo.
Entra em contato com o supra sensível, descobre a relação entre a saúde do corpo e da alma,

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Critica o pai por pregar coisas que ele próprio não cumpre.
Busca o caminho próprio diferente do programado pelo pai.
Encontra a própria força depois de doença grave.

4º Setênio (21 a 28 a) Alma da Sensação

- Goethee produz enormemente nesta fase.


-Encontros significativos, o convívio social, amizades, viagens a cavalo pela baixa Alsácia, aprecia a
beleza da região.
- Enfrenta suas fraquezas enfrentando situações difíceis e treinando os pensamentos sobre as tre-
vas.
- Algo muda em seu interior, em Estrasburgo.
- Experiências amorosas,
-Firma-se como escritor: aos 23 anos escreve Goz Von Berlichingen que marca o movimento ro-
mântico Sturm and Drang, Aos 24 anos, Os Sofrimentos do Jovem Werther abre o caminho do sucesso
dentro e fora do país.
- Em Weimar, é visto como portador do novo espírito da época!

5º Setênio (28 a 35a) Alma da Razão e da Índole


- Morre a única irmã.
- Observação da Natureza: “Passei a folhear o livro da Natureza”
- Funções administrativas em Weimar,
-Podado na criatividade.
-Contado com o espiritual através da Maçonaria e do movimento Rosacruz.
-Aos 33 anos morre seu pai (fase Crística)
- A integração das forças masculino-feminino não ocorreu neste setênio para Goethe.
- A vida em Weimar torna-se insuportável. Refugia-se nos estudos de Ciências Naturais.

6º Setênio (35 a 42a) Alma da Consciência,


- Reviravolta interior, mudança drasticamente de rumo com a fuga para a Itália.
- Adquire as bases para sua concepção classicista.
-Como é próprio da fase, a visão é ampliada para uma dimensão mais essencial, e nos jardins de
Palermo, intui a “planta primal”, o substrato para sua obra científica Metamorfose das plantas.
-Firma-se como poeta agora em suas próprias bases.
-Abandona as funções administrativas em Weimar.
-A Revolução Francesa trás o impulso para novos direitos humanos, contra o poder opressor.
- Estabiliza a vida familiar com Christiane Vulpius, nasce o filho,
- Assenta as bases para a nova fase de grande produção literária e científica.

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- Aos 41 anos publica a Metamorfose das Plantas e dá início à vida científica e ao conhecimento
da idéia espiritual por trás dos fenômenos.

7º Setênio (42 a 49 a) Alma Imaginativa


- Sedimenta e conclui importantes obras de sua carreira: Anos de Aprendizado de Wilhelm Meis-
ter, Metamorfose das Plantas,e Doutrina das Cores e a 1ª parte do Fausto.
-Começa a doar ao mundo, importantes contribuições no campo das ciências e literatura
como é próprio da fase.

8º Setênio ( 49 a 56 a) Alma Inspirativa ou Moral


Goethe integra as idéias da Doutrina das Cores, compreende a Luz como um fenômeno indivisível
e ao lado de Schiller e outros dá início à apoteose da era dos Clássicos. Se expressa pela percepção
total da natureza, do amor e da arte.

9º Setênio (56 a 63 a) Alma Intuitiva ou Mística


-Reúne todas as forças para em homenagem ao amigo Schiller, concluir a 1ª parte do Fausto.
-Doa para o mundo as mais importantes obras: aos 57 anos, o Fausto I (poesia) aos 60 anos
Afinidades Eletivas (romance alquímico) e aos 61 anos a Doutrina das Cores (seu mais importante
estudo científico).

10º Setênio (63 a 70a) A individualidade é liberada pelo destino


- Fase da beleza e do amor.
- Goethe começa a escrever a autobiografia- Memórias, Poesia e Verdade, Viagem à Itália (auto-
biográfico)
- Produz intensamente.
-Revisão da vida.

11º Setênio (70 a77a) Fase de reconhecimento


- Frankfurt celebra seu 70º aniversário com festas, é reconhecido como um dos grandes mestres do
Romantismo Alemão. O revolucionário dos tempos do Werther agora foi metamorfoseado no Sábio
de Weimar. Alcança a conciliação dos opostos.
Continua a aprender. Estuda poesia indiana e cultura oriental.
Aos 75 anos diz: “Quando alguém está com 75 anos, não é possível evitar que volta e meia pense
na morte. Esse pensamento me deixa completamente sossegado, pois tenho a firme convicção de
que o nosso espírito é de natureza indestrutível. É um caminho constante de eternidade em eterni-
dade, semelhante ao Sol, que se apaga apenas para os nossos olhos terrenos, mas na verdade nun-
ca se põe, brilhando constantemente.

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12º Setênio (77 a 84a) Fase de perdas e grandes provações.
- Morrem Charlotte Von Stein, Charlotte Buff, Karl August e seu filho August.
-O corpo físico mais frágil, locomove pouco.
- Persiste e conclui o Fausto II
- Adoece gravemente e morre antes de completar 83 anos, no seu quarto, ao lado da nora pedindo
Mais Luz.

3. Ritmos Cármicos

• Determinação cármica (1º ao 3º setênio):


- viver numa época em que testemunhou importantes acontecimentos da humanidade como a
Guerra dos Sete Anos, a Independência da América, a Revolução Francesa e toda a era napoleônica.
- as condições astrológicas de seu parto.
- nascer numa família abastada, voltada para cultura, artes e veneração pela Natureza.
- nascer na fase do Sacro Império Romano Germânico,quando o pensar da humanidade transitava
entre a era medieval e era da razão; Frankfurt cidade culturalmente estática e retrógrada. A Alema-
nha não existia como estado nacional.
- ter o pai severo, comprometido com sua formação, forjou o seu Querer a partir das exigências e
estímulo para a leitura e para as artes.
- ter contato desde cedo com homens ilustres que influenciaram profundamente em sua formação.
- ter como base religiosa o protestantismo clerical e contato com a Bíblia desde criança, livro mar-
cante para sua vida.
- ter uma mãe doce e feminina, com gosto para contar histórias, que acolhia seus medos com ternu-
ra.
- Ter presentes a boa avó, que lhe deu o Teatro de Marionetes e o avô materno, homem sensível
para a Natureza, com dons especiais..
-
• Encontros Cármicos:

- 14 anos Margarida- a primeira paixão e Pílades, o amigo.


- Acompanhante na sua depressão – mostra-lhe a Natureza e a Filosofia
- O casal Boheme
- Conselheiro Ludwig
- 18 anos, a pietista Susana Von Klettenberg e o médico Dr. Metz que lhe apresentam livros her-
méticos, alquimia, cabala, paracelcismo..
- 21 anos, Johann Gottfried Herder teólogo, filósofo e poeta. Com ele amplia sua visão sobre a

119
literatura alemã, juntos dão início ao movimento literário Romântico Sturm und Drang.
- 22 anos, Johann Heinrich Merck, torna-se seu mentor em assuntos de arte.
- 23anos, Charlotte Buff grande paixão não correspondida que inspirou o marco do sucesso literá-
rio, Os Sofrimentos do Jovem Werther.
- 25 anos, Karl August, príncipe herdeiro do ducado de Sachsen- Weimar- Eiisenach que proporcio-
na sua mudança para Weimar cidade onde viveu durante 50 anos.
- 26 anos, Charlotte Von Stein sete anos mais velha, quem lhe inseriu na vida da corte e deu esta-
bilidade emocional.
- 39 anos é apresentado a Schiller pela primeira vez.
- 39 anos, quando retorna da Itália, recebe a visita da florista Christiane Sophie Vulpius de 23anos,
por quem se apaixona e vivem maritalmente desde então.

• Locais Cármicos:
- Leipzig aos 16 anos quando vai obrigado pelo pai, a fim de cursar Direito.
-Galeria de arte de Dresden onde vive aos 17 anos expansão na capacidade de ver a arte.
-Estrasburgo – a catedral é um marco do sublime e venerável. Ali algo se revela algo de belo que
muda o seu interior.
- Wetzlar – é nomeado para a Suprema Corte Imperial de Wetzlar aos 23 anos. Lá apaixona-se por
Charlotte Buff o que inspira o estrondoso sucesso literário, Os Sofrimentos do Jovem Werther, persona-
gem protótipo do herói romântico.
- Suiça – aos 26 anos foge do noivado com Lili Schonemann para a Suiça, onde é hóspede de Lava-
ter teólogo, médium, filósofo e poeta, com quem aprendeu muito sobre o estudo da Fisiognomia.
- Weimar- onde viveu por 50 anos. As duas casas que recebeu de Karl August, uma em Frauenplan(
onde viveu até os últimos dias de vida) e a Gartenhaus à beira do rio Ilm(casa de campo que adorava ir
para escrever, receber intelectuais, viver em contato com a Natureza).
- Itália- encontra sua autonomia como poeta e segurança para voltar firmado nos próprios conheci-
mentos.

• Realização Cármica ( à partir dos 28 anos)


-Goethe desenvolve um novo olhar para os fenômenos da Natureza como as plantas, luz e escuri-
dão, as cores, animais e os minerais.
-Traduz os acontecimentos da vida, das próprias experiências, de modo poético e como é dito em
sua autobiografia “Elevar a própria vida à categoria de Arte- eis o que busca”.
- Persegue a verdade ao longo de sua profícua existência, aprofundando pesquisas, derrubando
conceitos estabelecidos a exemplo da classificação de Lineu e Teoria das Cores de Newton.
-Desenvolve um novo modo de fazer literatura, une a alquimia ao relacionamento humano, intro-
duz a formação individual como ponto central no Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister e inaugu-
ra o estilo Bildungsroman

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- Dedica 60 anos de sua vida ao Fausto, uma das maiores obras da Humanidade, -
- Goethe através de sua gigantesca obra, integr: Ciência e Espiritualidade, Verdade e Poesia, a Vida
cotidiana com a Arte, o Bem e o Mal, o Pensar, o Sentir o Querer, e o Homem com a Natureza.

4.Ritmos Planetários:

Solar (11 anos): Acontecimentos decisórios para a superação do medo da morte e para assumir a
vida.
11 anos- Frankfurt foi tomada pelos franceses na Guerra dos Sete anos. Momento conturbado
onde sua casa foi obrigada a hospedar o comandante das tropas, o que contrariou severamente o seu
pai. Em contrapartida, conheceu e se encantou pelo teatro francês, andava pelas ruas, fez amigos do
teatro e sentia-se à vontade naquele ambiente. Desenvolveu a língua francesa, participou de observa-
ções artísticas e expandiu sua visão de mundo.
22 anos - Participa do nascimento do movimento Tempestade e Ímpeto que tem aversão pela
literatura francesa,
33 anos- morre seu pai. Sente-se podado na criatividade, Weimar torna-se insuportável. Entra
num estado de espírito crítico em relação à Alemanha. Critica o clima, a paisagem, a história, a polí-
tica e a essência de seu povo.
44 anos- acompanha Karl August na Campanha da França. Foge da revolução no estudo das ciên-
cias. Agora ocupa-se com a Luz. Faz pesquisas com prismas.
55 anos – Napoleão é nomeado Imperador da França. Trabalha intensamente para integrar as
partes da Doutrina das Cores fortificando sua missão como cientista. Contrapõe a Teoria das cores de
Newton.
66 anos é eleito Ministro de Estado.
77 anos - Confirma a identificação do crânio de Schiller.

Lunar (18 anos e 6 meses): Acontecimentos que espelham a relação de questões do passado com
as novas questões que surgiram e re-conectaram a individualidade ao compromisso com o seu pró-
prio desenvolvimento.

18 anos e meio- adoece gravemente, volta de Leipzig para a casa dos pais, conhece a pietista que
desperta sua visão para o supra-sensível.

37 anos – foge para a Itália por não suportar mais a vida em Weimar. Na Itália, sua criatividade
volta, intui a “planta primordial e adquire as bases de sua concepção classicista. Começa a escrever A
metamorfose das Plantas. Encontra sua missão a partir daí. A atitude foi decisiva em sua sobrevivên-
cia.

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55 anos e meio - Adoece de cólicas renais e com 56 anos antes da sua convelescença morre
Schiller. Trabalha intensamente na Doutrina das Cores e estabelece sua missão na ciência. Contra-
põe a Teoria das cores de Newton.

Jupiteriano ( 12 anos): relacionado ao desenvolvimento de talentos e escolhas que determinam


novos impulsos profissionais.
12 anos: Desenvolve o olhar profundo para os objetos e sua relação com a arte, assiste ao teatro
francês, compõe peças, estuda matemática, cravo, inglês e ajuda ao pai a recuperar as gravuras
de Roma.
24 anos: Fase em que escreve Gotz Von Berlichigen, começa a versão primitiva do Fausto, Sobre
a Arquitetura Alemã, além de poemas. No ano seguinte escreve Os Sofrimentos do Jovem Werther.
Início de sua representação no Romantismo Alemão.
36 anos: Conclui a Missão Teatral de Wilhelm Meister . Pressente que é hora de uma drástica mu-
dança de rumo.
48 anos: Publica Hermann e Dorothea, poema épico, primeiro sucesso literário depois de muitos
anos.
60 anos: Publica As Afinidades Eletivas, romance da maturidade, o qual considerava seu melhor
livro.
72 anos: Dedica-se à família, recebe hóspedes quase que diariamente. Naturalistas, literatos, políti-
cos vêm ouvi-lo falar com a clareza e vivacidade que encantava a todos. Abre sua casa para o mundo!

Saturnino (29anos): o que foi deixado para trás e os acontecimentos e forças que impulsionaram
para um novo rumo na vida.

28/29 anos: A morte de sua irmã Kornélia o leva a dedicar-se à Natureza. Estuda a Philosophia
Botânica de Lineu. Sente-se podado na criatividade pela vida com tantas responsabilidades adminis-
trativas em Weimar.

58 anos: Envolve-se com várias mulheres mais jovens, mesmo tendo casado oficialmente com
Christiane Vulpius. São publicados os quatro primeiros volumes de suas Obras Completas. Conclui a
primeira parte do Fausto, publicado no ano seguinte.

4. Espelhamentos

Espelhamento do desenvolvimento anímico – 21 anos (anexo1)


Mostra de que forma o biografado assumiu o seu processo de individualização e se emancipou
das condições pré-natais e educacionais.
Espelhamento do ponto do Hipomóclio- 28 anos (anexo 2)
Vê-se o grau de responsabilidade que o biografado assumiu ao lidar com as confrontações entre as

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condições antigas de sua vida e o que ele precisa desenvolver nesta nova encarnação
Espelhamento Espiritual 31,5 anos (anexo 3)
O ponto em que o ser humano está mais profundamente encarnado em seu corpo físico, e
portanto seu espiritual está totalmente submerso no corpo. Buscar situaçeas de renascimento biográ-
fico que evidenciaram questões do destino pessoal e o sentido espiritual da existência da individuali-
dade.
Espelhamento dos 42 anos (anexo 4)
Podemos enxergar até que ponto os três níveis da alma estão sendo alçados a um grau mais
elevado. Quais as condições propícias e as impossibilidades para uma senioridade criativa, autônoma
e saudável.

5. Estruturação do Caráter

Goethe revela desde o Segundo Setênio características do Temperamento Fleumático. O fluxo


interno, a capacidade rara de observação, o gosto pelo desenho e estudo da natureza são marcas do
seu temperamento��������������������������������������������������������������������������������
. Fisicamente tende para a forma arredondada e pesada, com características vege-
tativas. De fácil convivência, alegre e guiado na maioria das vezes pelo prazer.
Observamos características dos temperamentos melancólico e sanguíneo.

Qualidades Planetárias predominantes:

Saturno- entusiasmado pelo fogo interno, capacidade de pesquisa e de aprofundar o olhar para os
fenômenos da Natureza e da vida humana. Mergulho na essência das pesquisas, na essência de todas
as coisas. Goethe chegou na essência da idéia. O Saturno em Goethe é ampliado pelo Júpiter.
Júpiter- capacidade de ver o todo e unir pensamentos amplos e variados o que é traduzido na
abrangência de sua obra. Elegante, classudo, aprendeu etiqueta e as regras da vida palaciana. Pensa-
mento estruturado, realizador, formalizador, disciplinado, boa didática e estratégia, objetivo e bem
articulado na ação. Uma vez iniciada uma obra, persistia até concluí-la. A força do Júpiter é bem vista
também como necessidade de expansão na vida espiritual.
Lua – forte relação com a natureza, ligado ao ritmo, metódico, interiorizado, classificador, colecio-
nador e ordenador de coisas da natureza e da arte o que foi usado posteriormente em suas pesquisas.
Ligado no bem estar, conforto, acolhimento. Persistente, escreveu durante 20 anos Os Anos de Aprendi-
zado de Wilhelm Meister e durante 60 anos o Fausto.
Mercúrio – privilegiado na comunicação escrita e falada. Trouxe um novo movimento para a cidade
de Weimar, atraiu intelectuais, artistas, músicos, além de proporcionar encontros para discussões sobre
temas importantes o que ao lado de Schiller culminou no apogeu do Classicismo.
Bom humor a não ser quando instigado.
Marte- pioneirismo nos estudos científicos e estilo literário. Bom no discurso e na palavra. Realiza-
ção no lado administrativo. Grande produção. Goethe foi um realizador!

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Vênus - percepção do não visível, vidência ordenada. Senso estético e artístico. Cuidado com a de-
coração da casa.
Mercurial- pensar associativo, alegria, bom humor, capacidade de trazer inovações no campo da
ciência e literatura.
Solar- capacidade de integrar conhecimentos e agregar pessoas em torno de si. Capacidade de
síntese, pensar claro e busca pela verdade. Disposição para o aprimoramento moral.

6. Forças Zodiacais

Goethe descreve sua constelação astrológica;


“ A constelação era feliz; o Sol estava no signo de Virgem e em seu ponto culminante para esse dia; Júpi-
ter e Vênus contemplavam-se favoravelmente e Mercúrio sem hostilidades; Saturno e Marte mantinham-se
indiferentes. Só a Lua, cheia na ocasião, exercia tanto mais o poder de seu reflexo que sua hora planetária
havia começado ao mesmo tempo. Opunha-se, por isso, ao meu nascimento que não se consumou senão
depois de transcorrida aquela hora.”
Signo solar Virgem, tem como imagem arquetípica a Virgem Maria.Abriga algo em seu interior ao
mesmo tempo em que se protege e se afasta do exterior. A Virgem está sempre à espera de algo.
O mais mental dos signos de Terra, conquista sua identidade pelas técnicas e processos de experi-
ência o que é expressado nos estudos de botânica e anatomiac.
O Sol no meio do céu em seu ponto culminante fala da necessidade de imagem pública, do profis-
sionalismo e dificuldades com críticas.
O ascendente representa o nascimento, marca os começos e entradas na vida. Goethe tem com as-
cendente Escorpião e o Saturno no ascendente. Teve um parto muito difícil, entrada dificultada pelo
Saturno no ascendente.
Escorpião trás o olhar para o mundo de forma passional, profundo, oculto, o desejo de mudar
as coisas, combater, sempre querendo transformar as pessoas, os ambientes, tudo pela aspiração do
Poder. É bem mostrado na busca pela essência das coisas, nas pesquisas profundas que empreendeu
durante toda a vida e também nos seus relacionamentos, no erotismo e vida sexual j( sexualidade é o
tema do Escorpião)..
A Lua em Peixes, manifesta-se em Goethe como características opostas ao seu signo solar, capa-
cidade criativa grande, imaginação e facilidade para visualizações. Peixes, signo de água, da criativi-
dade, espiritualidade e da compaixão. É o signo que nos conecta ao Universo. Traz o lado romântico,
manifestado através da literatura. A Lua explica sua ligação com a casa, com sua mãe e a importância
que sempre deu a família.
A conjunção Virgem e Peixes contribuiu para equilibrar o lado científico o espiritual, revelados em
sua vida e obra. “A ciência de Virgem e a Fé de Peixes.”
Foi favorecido pela educação protetora e cuidadosa, possibilitando assim o desabrochar de suas
faculdades interiores.

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Características de Virgem

Pensar : analítico, crítico, claro, ordenado, observador, severo no julgamento das coisas importan-
tes. Grande percepção estética e religiosa, interesse pela decoração, obras de arte, pedras e pela Bíblia
que durante muito tempo leu obstinadamente.
Sentir: Reservado, frio muitas vezes; através da literatura encontrou uma maneira protegida de fa-
lar e transformar a dor.
Desde criança, quando era insultado ou repreendido por algo importante, recolhia-se chegando
algumas vezes a adoecer. Tendência a paranóia, mania de perseguição,
Agir: Realizou grandes obras ligadas à Natureza, colecionou pedras, registrou suas experiências do
dia a dia minuciosamente em diários..
Na velhice tornou-se obsessivo em colecionar objetos, fotos do passado, encheu a casa de coisas
que mais parecia um museu.
Trouxe as Virtudes da cortesia e polidez.
A Filosofia de vida foi a Fenomenologia,
Tarefa de Desenvolvimento do seu signo solar: equilibrar o mundo exterior com as necessidades
internas. A análise de sua biografia mostra que conciliou a ação no mundo com o desenvolvimento
interior.
O Fausto, trás como ponto de partida o encontro com o demônio, imagem cínica, fria, cheia de
poder. Isso é Escorpião! É por aí que entra na questão do Bem e do Mal. Escorpião conhece o lado
sombrio da vida humana. Ciúmes, Inveja, Paixões. A capacidade de tratar de muitos assuntos técnicos,
científicos, além da organização durante 60 anos em que trabalhou na obra mostra seu lado Virgem.
A rendição do Mal pelo Amor mostra a sublimação das forças de Escorpião pelas de Peixes, através da
espiritualidade, do Amor e Compaixão. Portanto, sua mais importante obra reúne as características das
forças zodiacais mais significativas em sua alma.
Goethe é um Virginiano com Peixes e Escorpião fortes, o que é traduzido na extensão, ampli-
tude e profundidade de sua obra.

7. Missão de Vida

Ampliar a visão da Ciência para além do intelecto e puramente racional, penetrar no mundo supra-
-sensível através do corpo etérico..
Trazer a possibilidade de uma ciência viva, que atenda ao Espírito Humano.
O fio vermelho de sua existência está no desenvolvimento do olhar para chegar à essência dos Fenô-
menos da Natureza, da Alma Humana, do Amor, de Deus. Goethe chegou no espírito manifesto!
Assim, preparou as bases para o������������������������������������������������������������������
método científico de Rudolf Steiner e o��������������������������
nascimento da Antroposo-
fia, que aconteceu à partir do resgate da sua grandiosa obra.

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9.Crises de Desenvolvimento

No panorama biográfico de Johann Wolfgang Von Goethe, não observamos impedimentos ou re-
trocessos no desenvolvimento de individualidade.

18,5 anos- nodo Lunar- doença grave; experiência de quase morte. Abre-se nova área de interesse,
o estudo do supra-sensível, da alquimia, cabala,etc.

21 anos – crise da Identidade- Rompe com os padrões paternos e estabelece-se como escritor
aos 22 anos.

28 anos- crise dos Talentos- Como conselheiro de Weimar, assume importantes funções adminis-
trativas. Sente-se podado na criatividade, leva o trabalho como obrigação, sente falta da literatura, dos
amigos e da liberdade para criar. Fase sofrida..

37 anos- nodo Lunar- Foge para Itália,e muda drasticamente o rumo de sua vida. Dois anos depois
volta renovado, firmado nos próprios conhecimentos, seguro e feliz. Segue rumo a realização da mis-
são quando decide dedicar-se à poesia e estudos científicos.

42 anos- crise da Autenticidade- Goethe não aceita a Revolução Francesa e dirige suas forças para
os estudos científicos, agora mais intensamente sobre a Luz, prismas e cores.���������������������������
Fica na essência dos estu-
dos científicos.

55,5 anos- nodo Lunar- adoece de cólicas renais e em seguida morre Schiller de Tuberculose. “Per-
co agora um amigo que representa metade da minha existência”

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