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CONSTRUINDO

MODELOS
DIDÁTICOS: UMA
EXPERIÊNCIA EM
MICROBIOLOGIA

Beatriz Rezende Gandra de Araújo1


Anderson Arthur Rabello2
Ronaldo Luiz Nagem3
Mariana de Lourdes Almeida Vieira4
Fátima de Cássia Oliveira Gomes5
META | Belo Horizonte | v.1 | n.1 | p.84 - 90 | 2016 |
PALAVRAS-CHAVE: modelagem; modelos; ensino-
aprendizagem; ensino de ciências; microbiologia.

1. INTRODUÇÃO
Modelos e atividades de modelagem são elementos-chave da
educação em Ciências. Um modelo pode ser definido como a
representação de uma ideia, objeto, evento, processo ou fenômeno
elaborado com um objetivo específico (GILBERT, et al., 2000).
Muitos autores concordam que a utilização de modelos em processos
de ensino-aprendizagem contribui de forma preponderante para
um aprendizado significativo e o uso destas metodologias ativas
traz o estudante para o papel central da discussão (JUSTI, 2009). A
modelagem é um dos processos essenciais na produção, validação e
disseminação de conceitos científicos. Alguns autores enfatizaram
a importância do ensino e da aprendizagem baseados em modelos
como forma de estimular a compreensão científica (BOUTLER
& GILBERT, 2000; HALLOUM, 2004; CLEMENT & REA-
RAMIREZ, 2008; JUSTI, 2009). Estudos apontam ainda que o
envolvimento de alunos em atividades de modelagem favorece o
desenvolvimento de um conhecimento flexível e crítico que pode
ser aplicado em diferentes situações e problemas. Neste contexto,
para a criação de um modelo didático não existem regras fixas ou
um único caminho a ser seguido: um dos fatores mais importantes
é conhecer a finalidade da sua construção e a possibilidade de
reformulação do mesmo em diferentes contextos (JUSTI, 2009).
Modelos desenvolvidos por alunos podem desempenhar um
papel fundamental como mediadores da construção de conceitos
científicos. No entanto, estudos sobre a utilização de atividades
de modelagem em sala de aula são ainda restritos e, no campo da
Microbiologia, poucos trabalhos foram realizados até o momento.
Além disso, há conteúdos e conceitos em Microbiologia que são
complexos e abstratos para serem compreendidos por estudantes,
85 especialmente por alunos de Ensino Médio. Nessa perspectiva, o

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objetivo deste trabalho foi propor a realização de atividades de
modelagem e a construção de modelos didáticos a serem utilizados
em sala de aula a respeito de diferentes temas da Microbiologia.
Este trabalho propôs também o desenvolvimento de kits de
modelos tridimensionais, confeccionados com materiais de baixo
custo, que pudessem ser disponibilizados para uso por professores
e estudantes em aulas teóricas e práticas de Microbiologia e
disciplinas afins.

2. METODOLOGIA
Este trabalho foi conduzido com apoio de alunos do 2º ano do
Ensino Médio do curso Técnico em Química de uma escola
pública de Belo Horizonte (MG). Os alunos trabalharam em grupos
formados por 3 a 4 integrantes, sendo que foi formado um total
de 22 grupos. Os estudantes foram convidados a criar modelos
tridimensionais utilizando materiais de baixo custo. Os referidos
modelos deveriam ser elaborados com o intuito de representar
diferentes temas relevantes em Microbiologia. Cada grupo poderia
escolher o tema a ser representado por seus modelos. Esta estratégia
de ensino foi aplicada quando os alunos já haviam estudado esses
conteúdos. Ao participar das atividades de modelagem, os alunos
não só deveriam ser capazes de criar seus modelos, mas também
explicá-los por meio de discussões envolvendo seus colegas e os
professores. Todos os modelos construídos foram socializados em
aulas e os estudantes foram encorajados a avaliar seus próprios
modelos e os construídos por seus colegas. Durante este processo,
os estudantes discutiram os aspectos que puderam ser contemplados
pelos modelos, reconhecendo sua abrangência e limitações. Todas
as aulas foram registradas por meio de filmagens. Ao final do
processo, os alunos opinaram com relação ao modelo que, na
opinião da turma, melhor contribuiu para a compreensão de um
tópico de conteúdo em Microbiologia.

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3. DISCUSSÃO E RESULTADOS
Em sala de aula, vinte e dois modelos didáticos foram construídos e
socializados pelos estudantes. Os principais temas de Microbiologia
contemplados durante as atividades de modelagem incluíram a
estrutura de uma membrana celular, estrutura do DNA, coloração
de Gram, estrutura de vírus e seu ciclo de replicação, morfologia
bacteriana, entre outros. É importante ressaltar que todos os modelos
foram construídos com materiais de baixo custo, que fazem parte
do cotidiano do estudante, tais como papel, plástico, isopor, tinta,
biscoitos, lã, barbante e outros. Segundo Souza e Justi (2008), o uso
deste tipo de material valoriza a criatividade do aluno, permitindo-
lhes criar e pensar diferentes modos de representação para expressar
suas ideias. Além disso, esses autores observaram que o uso
desses materiais faz com que os alunos reflitam sobre as possíveis
limitações dos modelos criados. Outro ponto a ser considerado
é que, mesmo apresentando modelos sobre diferentes temas da
Microbiologia, todos os estudantes participaram ativamente das
discussões e foram capazes de identificar as principais limitações
e abrangência de cada modelo. A condução dessas atividades
foi feita com base na integração entre o conhecimento prévio
dos estudantes e novas evidências observadas pelos mesmos, a
partir da construção dos modelos. Esta é uma proposta que está
de acordo com muitos estudos na área (SOUZA & JUSTI, 2008;
JUSTI, 2009), os quais apontam que a aprendizagem ocorre
quando os alunos não apenas manipulam modelos conhecidos, mas
quando também elaboram os seus próprios. Finalmente, quando
questionados sobre o modelo didático que melhor contribuiu para
a compreensão de um conteúdo específico, os alunos selecionaram
o que foi construído com a fim de representar a parede celular de
bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Este é, provavelmente,
um dos conceitos mais complexos em Microbiologia, uma vez
que se trata de uma estrutura bastante abstrata. É também um
tema muito complexo, cuja morfologia compreende um grande
87 número de estruturas biológicas. Neste trabalho, observamos que

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os alunos foram capazes de representar, por meio de atividades
de modelagem, diferentes conceitos em Microbiologia. Muitos
relataram, durante o processo de socialização, que a construção
de modelos tridimensionais auxiliou na compreensão desses
conteúdos. Além disso, como observado por Souza e Justi (2008),
verificamos que a expressão verbal dos modelos em sala de aula
permitiu que os alunos apresentassem elementos difíceis de serem
expressos, de forma concreta, por seus modelos construídos.

4. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos neste estudo corroboram os achados de muitos
autores. Estes concordam que modelos e atividades de modelagem
desempenham um papel importante como mediadores da construção
do conhecimento. Neste contexto, o ensino e a aprendizagem,
baseados em modelagem, podem ser uma forma de estimular a
compreensão de conceitos científicos. As atividades desenvolvidas
neste trabalho evidenciaram que a condução destas atividades em
sala de aula inclui uma série de ações que precisam ser previamente
planejadas pelo professor. O material produzido neste trabalho
estará disponível para outros professores e alunos de forma que
estes recursos didáticos possam ser utilizados em sala de aula.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOULTER, C. J.; GILBERT, J. K. Challenges and opportunities
of developing models in science education. In: GILBERT, J. K.;
BOULTER, C. J. Boulter (Eds.). Developing models in science ed-
ucation. 1 ed. Dordrecht: Kluwer, 2000, p. 343-362.
SOUZA, V. C. A.; JUSTI, R. Discutindo a energia envolvida nas
transformações químicas através de uma nova proposta de ensino
utilizando a modelagem. In: Anais do XIV Encontro Nacional de
Ensino de Química. Curitiba: 2008.
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CLEMENT, J. J.; REA-RAMIREZ, M. A. Model based learning
and instruction in science. 1 ed. Dordrecht: Springer, 2008.
HALLOUN, I. A. Modelling theory in science education. 1 ed.
Dordrecht: Kluwer, 2004.
JUSTI, R. Learning how to model in science classroom: key teach-
er’s role in supporting the development of students’ modelling skills.
In: Educación química, v. XX, n. 1, 2009. p. 2-40.

NOTAS
1
Estudante do curso Técnico em Química, Centro Federal
de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil.
beatrizrezende12@gmail.com
2
Graduação em Psicologia e Engenharia Elétrica, Doutor em
Engenharia Elétrica, Professor do Departamento de Eletrotécnica
e membro do grupo de pesquisa GEMATEC-AMTEC, Centro
Federal de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil.
rabelloar@hotmail.com
3
Graduação em História Natural, Doutor em Parasitologia, professor
do Mestrado em Educação Tecnológica e líder do grupo de pesquisa
GEMATEC-AMTEC, Centro Federal de Educação Tecnológica,
Belo Horizonte, MG, Brasil. ronaldonagem@gmail.com
4
Graduação em Farmácia, Doutora em Microbiologia, Professora
do Departamento de Química e membro do grupo de pesquisa
GEMATEC-AMTEC, Centro Federal de Educação Tecnológica,
Belo Horizonte, MG, Brasil. marianalavieira@yahoo.com.br
5
Graduação em Ciências Biológicas, Doutora em Microbiologia,
Professora do Departamento de Química e membro do
grupo de pesquisa GEMATEC-AMTEC, Centro Federal
de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, MG, Brasil.
89 fatimaog@dppg.cefetmg.br

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AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG) e ao grupo de pesquisas e estudos AMTEC/
GEMATEC do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais (CEFET-MG) pelas contribuições.

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