Sunteți pe pagina 1din 68

Português 151 263

Capítulo 1
Leia um pequeno trecho da crônica do his- Aí, galera
toriador português Fernão Lopes (século XV) Jogadores de futebol podem ser vítimas de
para responder às questões de 1 a 3. estereotipação. Por exemplo, você pode imagi-
nar um jogador de futebol dizendo “estereotipa-
Eu vos direi, disse el Rei (D. Fernando). Meu ção”? E, no entanto, por que não?
amoo (el Rei D. Afonso) quando começou a rei- – Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
nar, tiinha mais sentido nas cousas em que auia – Minha saudação aos aficionados do clube
prazer, como homem nouo que era, mais que e aos demais desportistas, aqui presentes ou no
naquello que perteençia a rregimento do rei- recesso dos seus lares.
no: e estando todollos do consselho em Lixboa – Como é?
juntos, fallando nas cousas que perteençiam a – Aí, galera.
rregimento do reino prol do poboo: e ele leixou – Quais são as instruções do técnico?
o conselho e foisse aa caça a termo de Sintra, e – Nosso treinador vaticinou que, com um
durou la bem cerca de hûu mês (...) trabalho de contenção coordenada, com energia
Lopes, Fernão. Cronica del Rey D. Fernando otimizada, na zona de preparação, aumentam-se
as probabilidades de, recuperado o esférico, con-
catenarmos um contragolpe agudo com parcimô-
1. Transcreva (da forma como você enten- nia de meios e extrema objetividade, valendo-
deu) o texto do século XV para o português nos da desestruturação momentânea do sistema
atual. oposto, surpreendido pela reversão inesperada
do fluxo de ação.
2. Há um elemento, no texto, que compro- – Ahn?
va, como foi visto no caderno de teoria, que – É pra dividir no meio e ir pra cima pra
o português e o espanhol tiveram muitos ele- pegá eles sem calça.
mentos comuns, que, aos poucos, foram se di- – Certo, você quer dizer mais alguma coisa?
ferenciando. Qual é tal elemento? Você sabe o – Posso dirigir uma mensagem de caráter
que ele significa em espanhol? sentimental, algo banal, talvez mesmo previsí-
vel e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por
3. Explique a ocorrência do elemento “aa”, razões, inclusive, genéticas?
no trecho “e foisse aa caça”. – Pode.
– Uma saudação para minha progenitora.
Texto para as questões 4 e 5 – Como é?
– Alô, mamãe!
Para falar e escrever bem, é preciso, além – Estou vendo que você é um, um ...
de conhecer o padrão formal da língua por- – Um jogador que confunde o entrevistador,
tuguesa, saber adequar o uso da linguagem pois não corresponde à expectativa de que o
ao contexto discursivo. Para exemplificar este atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade
fato, convidaremos você a ler o texto “Aí, ga- de expressão e assim sabota a estereotipação?
lera”, de Luis Fernando Verissimo. No texto, – Estereoquê?
o autor brinca com situações do discurso oral – Um chato?
que fogem à expectativa do ouvinte. – Isso.
Luis Fernando Verissimo
EM1D-10-14
264

4. Quais são as duas situações relatadas no Língua


texto que fogem à expectativa do público? Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Camões.
5. O texto mostra uma situação em que a Gosto de ser e de estar
linguagem usada é inadequada ao contexto. E quero me dedicar
Considerando as diferenças entre língua oral A criar confusões de prosódia
e língua escrita, assinale a opção que apre- E uma profusão de paródias
senta inadequação entre a linguagem usada Que encurtem dores
e o contexto: E furtem cores como camaleões.
a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra Gosto do Pessoa na pessoa
vê direito” – um pedestre que assistiu ao aci- Da rosa no Rosa,
dente comenta com o outro que vai passando. E sei que a poesia está para a prosa
b) E aí, ô meu! Como vai essa força? – um jo- Assim como o amor está para a amizade.
vem fala a um amigo. E quem há de negar que esta lhe é superior?
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de E deixa os portugais morrerem à mingua,
fazer uma observação” – alguém comenta em “Minha pátria é minha língua”
uma reunião de trabalho. – Fala, Mangueira!
d) “Venho manifestar meu interesse em candi-
datar-me ao cargo de secretária executiva des- Flor do Lácio Sambódromo
sa conceituada empresa” – alguém que escreve Lusamérica latim em pó
uma carta candidatando-se a um emprego. O que quer
e) Porque, se a gente não resolve as coisas O que pode
como têm que ser, a gente corre o risco de Esta língua?
termos, num futuro próximo, muito pouca co- Caetano Veloso
mida nos lares brasileiros – professor univer-
sitário em um congresso internacional.
6. Lendo atentamente o texto da apostila de
Os dois textos a seguir servem de base para teoria, você pode entender por que Olavo Bi-
as questões de 6 a 10. lac denomina a língua portuguesa de a última
flor do Lácio? Explique esta afirmação.
Língua Portuguesa
7. O texto de Bilac contém referências ao
Última flor do Lácio, inculta e bela Brasil ou ao português aqui falado, como, por
És, a um tempo, esplendor e sepultura: exemplo, em: Amo o teu viço agreste e o teu
Ouro nativo, que na ganga impura aroma/ de virgens selvas e de oceano largo! Lo-
A bruta mina entre os cascalhos vela... calize no texto de Caetano duas passagens em
que se faça referência ao português do Brasil
Amo-te assim desconhecida e obscura, ou a qualquer outro fato que diga respeito a
Tuba de alto clangor, lira singela, nosso país.
que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura! 8. Gosto de sentir a minha língua roçar a língua
de Camões. Interprete esses dois versos, aten-
Amo o teu viço agreste e o teu aroma tando para os sentidos que neles podem assu-
De virgens selvas e de oceano largo! mir os vocábulos “língua” e “roçar”.
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
9. Além de Luís de Camões, mencionado, nos
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” dois textos, o poema de Caetano menciona
E em que Camões chorou, no exílio amargo, outros dois escritores. Indique quais são e em
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! que versos são citados.
Olavo Bilac
Português 151 265

10. O verso Gosto de ser e de estar faz alusão a Já esqueci a língua em que comia,
uma característica gramatical da língua por- em que pedia para ir lá fora,
tuguesa não compartilhada por outros idio- em que levava e dava pontapé,
mas, como o inglês. Explique o motivo. a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
Texto para as questões 11 e 12
O português são dois; o outro, mistério.
Aula de Português
A linguagem Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar.
na ponta da língua Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
tão fácil de falar
e de entender.
11. De que tipo de linguagem o poeta trata
A linguagem na primeira e na segunda estrofe, respectiva-
na superfície estrelada de letras, mente?
sabe lá o que quer dizer?
12. Qual foi o efeito gerado no eu lírico por
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, aquele tipo de linguagem de que trata a se-
e vai desmatando gunda estrofe? Explique sua resposta, utili-
o amazonas de minha ignorância. zando elementos do poema.
figuras de gramática, esquipáticas,
Atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.

Capítulo 2

Texto para as questões de 13 a 16 17. Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em


cada uma das afirmações relacionadas à análi-
Vício na fala se fonológica e gráfica do segmento a seguir.
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió. “Ele é especialmente sensível sobre seu
Para pior pió excesso de peso.”
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado (( ) O fonema /s/ está representado pelas le-
E vão fazendo telhados tras (s), (c) e dois dígrafos, ao passo que o fone-
Oswald de Andrade ma /z/ está representado apenas pela letra (s).
(( ) A letra (n) junta-se ao (e) formando um
dígrafo para representar a vogal nasal.
13. Destaque uma palavra que apresenta dí- (( ) As palavras “sobre” e “seu” apresentam,
grafo consonantal. respectivamente, encontro consonantal e di-
tongo decrescente.
14. Destaque uma palavra que apresenta dí-
grafo vocálico. Que fonema esse dígrafo repre- 18. Marque a opção em que todas as palavras
senta? apresentam um dígrafo:
a) fixo, auxílio, tóxico, dente.
15. Classifique o ditongo que ocorre na forma b) enxergar, luxo, bucho, olho.
verbal vão. c) chapéu, passo, carro, banho.
d) choque, sintaxe, unha, coxa.
16. Quantos hiatos temos no verso “Para e) Deus, luar, daí, ódio.
EM1D-10-14

pior pió”?
266

19. Marque a opção em que todas as palavras a tua própria vida tu precisas dizer ‘a gente
apresentam ditongo: chegou’ em vez de ‘a gente cheguemos’. Isso é
a) comércio, auxílio, país, lua. diferente, a abordagem é diferente. É assim que
b) enxergar, magoei, também, anjo. queremos trabalhar, com abertura, mas dizendo
c) boi, mães, raiz, pais. a verdade.”
d) bem, ruim, rainha, perdoe.
e) chapéu, água, mãe, cruéis. 23. O comentário do jornal faz justiça ao pen-
samento do educador? Justifique sua resposta.
20. Leia o seguinte haicai de Alice Ruiz e dele
retire dois dígrafos e duas letras diferentes 24.
que representem o mesmo fonema. a) As palavras “oito”, “sua”, “comentário” e
luzes acesas “quais” apresentam diferentes encontros vo-
vozes amigas cálicos. Dê a classificação de cada um deles.
chove melhor b) Há palavras na língua portuguesa em que
é indiferente considerar o encontro vocálico
21. No haicai a seguir, também de autoria de como ditongo ou hiato. Encontre no texto dois
Alice Ruiz, encontre exemplos de três dife- exemplos disso.
rentes dígrafos vocálicos, um encontro conso-
nantal e um dígrafo. 25. Marque a alternativa em que todas as pa-
casa sem criança lavras estão acentuadas corretamente:
e com pirulito a) farmacêutico, jato, dói.
alguém tem coração bonito b) vêzes, oxítona, saúde.
c) já, ninguém, cajú.
22. Indique o número de letras e o número de d) pêsames, só, sací.
fonemas das seguintes palavras: e) sadio, sací, bolsa.
a) Saxofone
b) Hoje 26. A sílaba tônica de recorde está na mesma
c) Exceção posição que a da palavra:
d) Obsceno a) arquétipo.
e) Anjinho b) casa.
c) ínterim.
Texto para as questões 23 e 24 d) contém.
O jornal Folha de S. Paulo introduziu com e) ruim.
o seguinte comentário uma entrevista com o
professor Paulo Freire: 27. Indique a única alternativa em que ne-
“A gente cheguemos” não será uma constru- nhuma palavra é acentuada graficamente:
ção errada na gestão do Partido dos Trabalhado- a) lapis – canoa – abacaxi – jovens.
res em São Paulo. b) ruim – sozinho – aquele – traiu.
Os trechos da entrevista nos quais a Folha c) saudade – onix – grau – orquidea.
se baseou para fazer tal comentário foram os d) voo – legua – assim – tenis.
seguintes: e) flores – açucar – album – virus.
A criança terá uma escola na qual a sua lin-
guagem seja respeitada (...) Uma escola em que 28. Assinale a alternativa em que todas as pa-
a criança aprenda a sintaxe dominante, mas lavras são oxítonas:
sem desprezo pela sua (...). a) urubu, aquele, computador, aluna.
Esses oito milhões de meninos vêm da peri- b) porta, lápis, abacaxi, três.
feria do Brasil (...) precisamos respeitar a sua c) mesa, parede, computador, televisão.
sintaxe, mostrando que sua linguagem é bonita d) viver, maracujá, urubu, parabéns.
e gostosa, às vezes, mais bonita que a minha. e) fórum, alguém, quero, sabiá.
E, mostrando tudo isso, dizer a ele: ‘Mas para
Português 151 267

29. Relacione as colunas e, logo após, assinale É a vida.


a alternativa correta. O poema deve ser como a nódoa no brim:
1. paroxítona Fazer o leitor satisfeito de si dar o deses-
2. oxítona pero. (...)
3. proparoxítona Manuel Bandeira
(( ) sagitário
(( ) sensações Indique o item no qual os vocábulos obe-
(( ) amável decem à mesma regra de acentuação da pala-
(( ) mágico vra nódoa:
(( ) obrigar a) ânsia, âmbar, imundície.
a) 1 – 2 – 1 – 3 – 2 b) míope, ímã, paraíso.
b) 3 – 1 – 1 – 3 – 2 c) água, tênue, supérfluo.
c) 1 – 1 – 3 – 1 – 1 d) ímpar, míngua, lânguida.
d) 2 – 2 – 1 – 1 – 3 e) viúvo, argênteo, sórdido.
e) 3 – 1 – 2 – 2 – 1
33. As palavras que são acentuadas grafica-
30. Assinale a alternativa em que todas as pa- mente pelas mesmas regras de “fácil”, “cientí-
lavras têm a sílaba tônica na mesma posição: fica” e “Moisés”, respectivamente, são:
a) régua – armazém – só – você. a) negócio, saída, já.
b) câncer – amável – menina – caju. b) espírito, atribuída, herói.
c) cabelo – sala – toalha – gêmeo. c) cárter, lógica, atrás.
d) aliás – café – Brasil – moto. d) incluído, século, dólar.
e) pátria – comportamento – urubu – Jaú. e) benefício, lápis, cafés.

31. Por ocasião da comemoração do Dia dos 34. Dentre as alternativas abaixo, aponte
Professores, no mês de outubro de 2003, foi aquela que apresenta palavras cuja acentua-
veiculada a seguinte propaganda, assinada ção se deve ao mesmo motivo.
por uma grande corporação de ensino: a) capô – está – país
Parabéns [Pl. de parabém] S. m. pl. 1. Felici- b) república – já – matá-los
tações, congratulações. 2. Oxítona terminada em c) vítimas – república – têm
ens, sempre acentuada. Acentuam-se também as d) capô – já – história
terminadas em a, as, e, es, o, os e em. e) sóbrio – história – vários
Para a homenagem ao Dia do Professor ser
completa, a gente precisava ensinar alguma coisa. 35. Uma história de mil anos
a) Observe os itens 1 e 2 do verbete para- Hu... hu...
béns. Há diferenças entre eles. Aponte-as. É como nos invios da mata soluça a juriti.
b) Levando em conta o enunciado que está Dois hus- um que sobe, outro que desce.
abaixo do verbete, a quem se dirige essa pro- O destino do u!... veludo verde-negro trans-
paganda? mutado em som – voz das tristezas sombrias.
Os aborigines, maravilhosos denominadores das
32. coisas, possuiam o senso impressionista da ono-
Nova poética matopeia.
Vou lançar a teoria do poeta sórdido. Urutáu, urú/urutú, inambú – que sons defi-
Poeta sórdido: nirão melhor essas criaturinhas solitarias, ami-
Aquele em cuja poesia há a marca suja da gas da penumbra e dos recessos?
vida. A juriti, pombinha eternamente magoada,
Vai um sujeito, é todo us. Não canta, geme em u – geme um
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim gemido aveludado, lilás, sonorização dolente da
branco muito bem engomada, saudade.
EM1D-10-14

e na primeira esquina passa um caminhão, O caçador passarinheiro sabe como ela mor-
salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama: re sem luta ao minimo ferimento. Morre em U...
268

Já o sanhaço é todo as. Ferido, debate-se, 38. Para completar as frases abaixo, escolha
desfere bicadas, pia lancinante. entre as duas formas verbais propostas:
A juriti apaga-se como chama de algodão. I. Cada qual faz o melhor que lhe _________
Fragil torrão de vida, extingue-se como se ex- (convém / convêm)
tingue a vida do torrão de açucar ao simples II. O que _________ estes frascos? (contém
contacto da agua. Um u que se funde. / contêm)
LOBATO, Monteiro. Negrinha. 9. ed. São
Paulo, Brasiliense, 1959, p. 135. 39. Por favor, (*) com esse (*), pois precisa-
mos de (*).
No conto Uma história de mil anos, Mon- a) para, ruído, tranquilidade
teiro Lobato interpreta os valores expressi- b) para, ruido, tranquilidade
vos dos sons com que representamos o canto c) para, ruído, tranquilidade
dos pássaros, bem como de vocábulos onoma- d) para, ruído, tranquilidade
topaicos que a língua portuguesa herdou do e) para, ruido, tranquilidade
tupi. Com base neste comentário, faça o que
se pede. 40. (UFRGS-RS) Assinale a alternativa que
a) Localize, no quinto parágrafo do conto, apresenta uma palavra que não recebe acento
palavras que identifiquem impressões senso- gráfico quando na sua forma singular.
riais evocadas no texto. a) Etíopes. d) Características.
b) Monteiro Lobato não concordava com as b) Fósseis. e) Raízes.
regras do sistema ortográfico vigente, insti- c) Indivíduos.
tuído em 1943, e não as empregava em seus
textos. As diversas edições de suas obras têm 41. Assinale a alternativa em que a palavra foi
mantido a acentuação original do escritor. acentuada de maneira incorreta.
Após reler o texto apresentado, localize pelo a) O pai não vê graça nos atos dos filhos in-
menos duas palavras cuja acentuação não es- disciplinados.
teja de acordo com a ortografia oficial e men- b) Toda sua conversa contém palavras ora de
cione as regras a que deveriam obedecer. revolta, ora de ternura.
c) Nada perturba minha paz interna, nem
36. A palavra “germens” é paroxítona termi- mesmo quando a minha consciência me ques-
nada em –ns . Aí ela aparece grafada correta- tiona.
mente, sem nenhum acento gráfico. Tomando d) Em quase todas as reuniões, os ministros
por base essa informação: retém as reformas dos planos de ensino.
a) explique a razão pela qual se escreve no e) Seus atos inconscientes intervêm cons-
plural “germens” sem acento gráfico, enquan- tantemente na minha tranquilidade.
to a forma no singular “gérmen” recebe acen-
to; 42. O que distingue o verbo “pôr” da preposi-
b) apresente outro vocábulo de seu conhe- ção “por” é o acento diferencial. Estão acen-
cimento em que se observa essa mesma dife- tuadas pela mesma razão:
rença de acentuação gráfica entre a forma do a) fôrma, pôde.
singular e a forma do plural. b) às, férias.
c) avô, dê.
37. Assinale a série em que todos os vocábulos d) saía, várias.
estão escritos de acordo com as normas vigen- e) séria, pôde.
tes de acentuação gráfica.
a) país, ítem, hífens, gratuíto 43. Na língua portuguesa, há palavras que re-
b) Luís, rúbrica, dolar, urubú cebem acento gráfico, obedecendo a regras da
c) Atraí-lo, rítmo, bênção, linguiça variedade escrita padrão-culto. Assinale a(s)
d) Córtex, eles têm, dominó, língua alternativa(s) que adequadamente justifica(m)
e) Eles vem, céu, récorde, heroína o acento gráfico das palavras destacadas.
Português 151 269

01. “contrário”, “vários”, “evidências” e “prin- a) Considerando o contexto social, cultural e


cípios”, assim como “ciências” e “contínuos”, ideológico, por que o erro do painel teve gran-
são algumas das palavras paroxítonas que le- de repercussão?
vam acento gráfico por terminarem em diton- b) Responda à pergunta que foi enviada ao
go crescente ou decrescente, seguido ou não professor Pasquale por seus leitores.
de “s”.
02. “hipóteses” e “ideológicos”, tais quais Leia o seguinte fragmento do romance Angús-
“países”, “emérito”, “benefícios” e “tecnológi- tia, de Graciliano Ramos. Foram retirados os
ca”, são algumas das palavras que, por serem acentos gráficos das palavras, para que você
proparoxítonas, levam acento gráfico. responda às questões 45 e 46.
04. O acento gráfico em “saúde” e em “chapéu”
marca, em ambos os vocábulos, o hiato. Alguns dias depois achava-me no banheiro,
08. E m “aliás” e “está”, o acento gráfico jus- nu, fumando, fantasiando maluqueiras, o que
tifica-se porque ambas as palavras são oxí- sempre me acontece. Fico assim duas horas,
tonas terminadas em “a”, seguidas ou não sentado no cimento. Tomo uma xicara de cafe
de “s”. às seis horas e entro no banheiro. Saio às oito,
16. “possível” e “moratória” são palavras pa- depois das oito. Visto-me à pressa e corro para
roxítonas cujos acentos gráficos se justificam, a repartição. Enquanto estou fumando, nu, as
respectivamente, por terminarem em “l” e em pernas estiradas, dão-se grandes revoluções na
ditongo crescente. minha vida. Faço um livro, livro notavel, um ro-
32. “têm” e “vêm” levam acento gráfico para mance. Os jornais gritam, uns me atacam, outros
marcarem a terceira pessoa do plural dos ver- me defendem. O diretor olha-me com raiva, mas
bos “ter” e “vir”, respectivamente. sei perfeitamente que aquilo e ciume e não me
Some os números dos itens corretos. incomodo. Vou crescer muito. Quando o homem
me repreender por causa da informação errada,
44. (Unifesp) O Museu da Língua Portuguesa compreenderei que se zanga porque o meu livro
foi inaugurado em São Paulo, em março de e comentado nas cidades grandes. E ouvirei as
2006. Na ocasião, houve um erro num painel, censuras resignado. Um sujeito me dira:
conforme a imagem: – Meus parabens, seu Silva. O senhor escre-
veu uma obra excelente. Esta aqui a opinião dos
criticos.

as, na natureza; nas – Muito obrigado, doutor.


Abro a torneira, molho os pes. Às vezes pas-
so uma semana compondo esse livro que vai

ir a raíz portuguesa ter grande exito e acaba traduzido em linguas


distantes. Mas isto me enerva. Ando no mundo
da lua. Quando saio de casa, não vejo os co-
nhecidos. Chego atrasado à repartição. Escrevo
omitindo palavras, e se alguem me fala, acon-
Sobre isso, Pasquale Cipro Neto escreveu: tece-me responder verdadeiros contrassensos.
Na última segunda-feira, foi inaugurado o Para limitar-me às praticas ordinarias, necessito
Museu da Língua Portuguesa. Na terça, a im- esforço enorme, e isto e doloroso. Não consigo
prensa deu destaque a um erro de acentuação voltar a ser o Luis da Silva de todos os dias.
presente num dos painéis do museu (grafou-se Olham-me surpreendidos: naturalmente digo
“raiz” com acento agudo no “i”). tolices, sinto que tenho um ar apalermado. Ten-
Vamos ao que conta (e que foi objeto das to reprimir essas crises de megalomania, luto
mensagens de muitos leitores): por que se acen- desesperadamente para afasta-las. Não me dão
tua “raízes”, mas não se acentua “raiz”? prazer: excitam-me e abatem-me. Felizmente
www2.uol.com.br/linguaportuguesa/artigos. passam-se meses sem que isto me apareça.
EM1D-10-14
270

45. Rio. Sabe o que o môço me disse? Que era as-


a) Separe as palavras que deveriam ser acen- sunto de valor, para se compor uma estória em
tuadas. livro. Mas que precisava de um final sustante,
b) Aponte aquelas que, sem acento, muda- caprichado. O final que êle daí imaginou, foi
riam de sentido, adquirindo novo significado. um: que, um dia, o Faustino pegava também
a ter mêdo, queria revogar o ajuste! Devolvia
46. Dentre as que mudariam de sentido, qual o dinheiro. Mas o Davidão não aceitava, não
delas, ainda assim, poderia ser mantida no queria, por forma nenhuma. Do discutir, ferve-
texto, sem alterar o contexto, ou seja, apre- ram nisso, ferravam numa luta corporal. A fino,
sentaria o mesmo significado no texto. o Faustino se provia na faca, investia, os dois
rolavam no chão, embolados. Mas, no confuso,
Texto para as questões 47 e 48 por sua própria mão dêle, a faca cravava no
coração do Faustino, que falecia ...
O seguinte fragmento pertence ao romance Apreciei demais essa continuação inventa-
Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. da. A quanta coisa limpa verdadeira uma pessoa
Perceba que ele possui tal autonomia, que po- de alta instrução não concebe! Aí podem encher
deríamos considerá-lo como um conto. Nosso êste mundo de outros movimentos, sem os êrros
assunto neste módulo é acentuação, portanto e volteios da vida em sua lerdeza de sarrafaçar.
repare que as regras neste trecho retirado da A vida disfarça? Por exemplo. Disse isso ao ra-
4a edição eram diferentes das de hoje. Acima paz pescador, a quem sincero louvei. E êle me
de tudo, aproveite para fruir este texto tão in- indagou qual tinha sido o fim, na verdade de
teressante, parte de uma obra-prima da nossa realidade, de Davidão e Faustino. O fim? Quem
literatura. sei. Soube sòmente só que o Davidão resolveu
deixar a jagunçagem – deu baixa do bando, e,
O artista ordena o caos com certas promessas, de ceder uns alqueires de
Olhe: conto ao Senhor. Se diz que, no bando terra, e outras vantagens de mais pagar, con-
de Antônio Dó, tinha um grado jagunço, bem seguiu do Faustino dar baixa também, e viesse
remediado de posses – Davidão era o nome morar perto dêle, sempre. Mais dêles, ignoro. No
dêle. Vai, um dia, coisas dessas que às vezes real da vida, as coisas acabam com menos for-
acontecem, êsse Davidão pegou a ter mêdo de mato, nem acabam. Melhor assim. Pelejar por
morrer. Safado, pensou, propôs êste trato a um exato, dá êrro contra a gente. Não se queira.
outro, pobre dos mais pobres, chamado Faus- Viver é muito perigoso...
tino: o Davidão dava a êle dez contos de réis, Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas.
mas, em lei de caborje – invisível no sobrena- 4. ed., José Olympio, Rio, 1965. p. 66-67
tural – chegasse primeiro o destino do Davidão
morrer em combate, então era o Faustino quem
morria, em vez dêle. E o Faustino aceitou, rece- 47. Após ler o texto, tente explicar o sentido
beu, fechou. Parece que, com efeito, no poder do seu título: “O artista ordena o caos”.
de feitiço do contrato êle muito não acreditava.
Então, pelo seguinte, deram um grande fogo, 48. Das palavras abaixo, separe aquelas que
contra os soldados do Major Alcides do Ama- ainda hoje devem ser acentuadas das que não
ral, sitiado forte em São Francisco. Combate mais recebem acento gráfico e explique por
quando findou, todos os dois estavam vivos, o quê, em cada caso, agrupando as palavras que
Davidão e o Faustino. A de ver? Para nenhum recebem a mesma justificativa.
dêles não tinha chegado a hora-e-dia. Ah, e as-
sim e assim foram, durante os meses, escapos, Antônio
alteração nenhuma não havendo; nem feridos dêle Vêzes êsse mêdo

êles não saíam... Que tal, o que o senhor acha?
Pois, mire e veja: isto mesmo narrei a um ra- propôs réis Saíam môço estória
paz de cidade grande, muito inteligente, vindo própria aí Êrros também Só
com outros num caminhão, para pescarem no
Português 151 271

49. Segundo as regras de ortografia vistas em (( ) generoso, generosa, jeitoso, jeitosa
aula, explique por que as palavras abaixo não (( ) analisar, extasiar, atrasar, apresar
estão corretas: (( ) genovês, genovesa, português, portu-
a) camizola: __________________ guesa
b) baroneza: __________________ a) sufixo -oso, -osa
c) bondozo: __________________ b) adjetivos pátrios em -ês, -esa
d) coiza: __________________ c) sufixos gregos -ese, -isa, -ose
e) viúvez: __________________ d) derivados de radicais finalizados em -s
e) formas dos verbos pôr, querer e usar
50. Assinale a alternativa que contém o período
cujas palavras estão grafadas corretamente. 55. Dadas as palavras:
a) Ele quiz analizar a pesquisa que eu re- 1. atravez
alizei. 2. cortez
b) Ele quiz analisar a pesquiza que eu re- 3. atrás
alizei. verificamos que está(ão) corretamente gra­
c) Ele quis analisar a pesquisa que eu rea- fada(s):
lizei. a) apenas a palavra no 1.
d) Ele quis analizar a pesquiza que eu re- b) apenas a palavra no 2.
alizei. c) apenas a palavra no 3.
e) Ele quis analisar a pesquiza que eu rea- d) apenas as palavras no 1 e no 2.
lizei. e) todas as palavras.

51. Dos nomes abaixo, derive corretamente 56. Aponte a alternativa grafada correta-
verbos terminados em –isar ou –izar: mente.
a) pesquisa d) deslize a) burgueza, bazar, buzina, analizar
b) canal e) análise b) gozo, estupidez, defeza, burgueza
c) civil c) gozo, cafezal, fertilizar, pobreza
d) buzina, catalizar, colonizar, riquesa
52. Complete corretamente as palavras com S e) gozo, turqueza, franceza, chineza
ou Z.
a) I...abel d) pre...ado 57. “Posso falar com franqueza?”
b) ob...équio e) te...ouro O sufixo -eza, usado na palavra destacada,
c) quero...ene f) esva...iar completará corretamente a grafia de:
a) desp...
53. Assinale a alternativa em que todas as pa- b) baron...
lavras devem ser grafadas com Z. c) empr...
a) despeza, princeza, delicadeza, avezinha d) espert...
b) pobreza, defeza, limpeza, improvizar e) surpr...
c) esperteza, baroneza, delicadeza, nudez
d) vizinho, fertilizante, redondeza, cozi- 58. Assinale a alternativa em que há apenas
nha um vocábulo incorreto quanto à grafia.
e) paralizar, requizitar, esperteza, esvaziar a) amenizar, finalizar, lucidez, empresa
b) vaidoso, talvez, norueguesa, asilo
54. Relacione as duas colunas, atendendo ao c) hélice, hesitar, paralisar, esplêndido
emprego do S. d) leveza, hostilizar, paralizar, surpresa
(( ) catequese, poetisa, metamorfose e) duquesa, ascensão, enxergar, francesa
(( ) quis, pôs, quiser, puser, usemos
EM1D-10-14
272

59. Observe atentamente os quadros a seguir. 63. (ITA-SP) Em que caso todas as palavras são
grafadas com j?
a) ma....estoso, .....eitoso, .....enipapo, ....erico,
....ir.
b) gor....eio, ma....iar, pa....em, ....engibre.
c) here....e, tre......eito, berin....ela, o....eriza.
d) su....idade, ...irau, ....ibóia, ....egue.
e) gran....ear, re....eição, pa....é, privilé....io.

64. Tantas _____ constituem _____.


a) excessões – previlégio inadmissível
b) exceções – privilégio inadmissível
c) esceções – privilégio inadmissível
d) excessões – privilégio inadmissível
e) exceções – previlégio inadmissível

65. Assinale a sequência totalmente correta.


a) Sombrancelha – reivindicar – estrupo
Corrija as incorreções nos letreiros acima b) Elocubração – imbutido – empecilho
apresentados e explique as regras de ortogra- c) Advinhar – asterístico – beneficiente
fia que normatizam tais usos da língua. d) Fragância – fraticídio – irriquieto
e) Meritíssimo – privilégio – retrógrado
60. Assinale a alternativa que preenche os es-
paços corretamente: 66. Assinale a alternativa em que todas as pa-
Com o intuito de ______ o trabalho, o lavras estão incorretas.
aluno recebeu algumas incumbências:______ a) advinhar, pretencioso, umidecer, explendor
datas, ______ o conteúdo e ______ um estilo b) xícara, excitar, sintaxe, puser
mais moderno. c) magestade, algema, cabeleireiro, herege
a) finalisar – pesquisar – analisar – improvisar d) disenteria, pretensioso, sobrancelha, es-
b) finalizar – pesquisar – analisar – impro- tupidez
visar e) prazerosamente, privilégio, acenção, viés
c) finalizar – pesquisar – analisar – impro-
vizar 67. De acordo com as regras vistas em aula,
d) finalizar – pesquisar – analizar – impro- explique por que as seguintes palavras não
visar estão escritas corretamente.
e) finalizar – pesquizar – analisar – impro- a) friajem
visar b) contágio
c) seicho
61. Complete com E ou I. d) enchame
a) possu...... d) pr......vilégio e) mexa (de cabelo)
b) s......quer e) ......mpecilho
c) habitu...... f) d......stilar 68. Quais palavras completam corretamente
as frases abaixo?
62. Assinale a alternativa correta quanto à Sua _______ ao cargo tornou-se uma
grafia. _______ a uma realidade das mais _______.
a) capaz, magreza, analisar, estupidez a) pretensão – obscessão – extremas
b) pesquizar, desprezo, azeite, asar b) pretenção – obsessão – extremas
c) insensatez, buzina, tezoura, praser c) pretensão – obsessão – extremas
d) realesa, duresa, altives, mesquinhes d) pretensão – obsessão – estremas
e) canalisar, realizar, cazar, azedo e) pretenção – obsesção – estremas
Português 151 273

69. Barbarismos ortográficos acontecem quan- 70. (Fuvest-SP) Preencha os espaços com as
do as palavras são grafadas em desobediência palavras grafadas corretamente.
à lei ortográfica vigente. Assim, indique a A ______ de uma guerra nuclear provoca
única alternativa que apresenta palavras gra- uma grande ______ na humanidade e a deixa
fadas corretamente. ______ quanto ao futuro.
a) exceção, desinteria, pretensão a) espectativa, tensão, exitante
b) ascensão, intercessão, enxuto b) espectativa, tenção, hesitante
c) rejeição, berinjela, xuxu c) expectativa, tensão, hesitante
d) jeito, mecher, consenso d) expectativa, tenção, hezitante
e) discernir, quizer, herbívoro e) espectativa, tenção, exitante

71.

Folha de S.Paulo, 3/1/2007

No último quadro da tira lida aparece a pa- nativa em que há erro relativamente às pala-
lavra tevezinha, corretamente escrita com z vras destacadas.
por ser derivada de tevê, palavra esta que, por a) As concessões dadas às indústrias brasilei-
não apresentar s em sua última sílaba, deter- ras e estrangeiras na exploração dos recursos
mina grafia com z naquelas que se derivarem naturais da Amazônia têm gerado repercus-
dela. Observe as alternativas a seguir e mar- sões negativas.
que a opção em que as palavras estão grafadas b) É imprescindível a aceitação da miscige-
erradamente com z em lugar de s. nação em um país como o Brasil para, efetiva-
a) idealizado – barzinho mente, acabar o racismo.
b) pobreza – hospitalizaram c) Há vários estágios da evolução humana que
c) fiscalização – amenizou transcendem o conhecimento científico.
d) atualizar – sistematizar d) Foram os ingleses, por volta de 1830, que
e) analizar – lapizinho criaram a cultura do chá das cinco, em que
eram expostas chícaras e peças de porcelana
72. As frases que se seguem foram retiradas e prata.
de órgãos da imprensa e contêm algumas pa- e) O planeta pede ao homem uma nova cons-
lavras que suscitam dúvidas quanto à grafia. ciência ambiental dentro de um prazo razoa-
Leia as frases atentamente e marque a alter- velmente curto.
EM1D-10-14
274

Capítulo 3

Texto para as questões de 73 a 75 77. Na palavra cafezinho temos uma consoan-


te de ligação. Identifique-a.
Há estrelas brancas, azuis, verdes, vermelhas.
Há estrelas-peixes, estrelas-pianos, estrelas- 78. Assinale a opção em que nem todas as pa-
meninas, lavras provêm de um mesmo radical.
Estrelas-voadoras, estrelas-flores, estrelas- a) noite, anoitecer, noitada
sabiás, b) luz, luzeiro, alumiar
Há estrelas que vêem, que ouvem, c) incrível, crente, crer
Outras surdas e outras cegas. d) festa, festeiro, festejar
Há muito mais estrelas que máquinas, bur- e) riqueza, ricaço, enriquecer
gueses e operários:
Quase que só há estrelas. 79. Explique o significado das palavras abaixo
Murilo Mendes e dê um exemplo de outra palavra que utiliza
um dos radicais.
73. Qual é o radical da palavra máquina? For- Exemplo: Zoologia significa estudo dos ani-
me uma família de palavras com esse radical. mais, assim como geologia, estudo da terra.
a) Zoomorfia significa forma de animal, as-
74. Quantos elementos mórficos você percebe sim como ________, _________________.
na palavra estrelas? (Especifique cada um dos b) Zoofagia significa o ato de alimen-
elementos, classificando-os.) tar-se de animais, assim como ________,
_________________.
75. Destaque uma palavra que apresente de- c) Zoofobia significa medo de animais, as-
sinência nominal e outra que apresente desi- sim como ________, _________________.
nência verbal. d) Zoofilia significa o ato de gostar de animais,
assim como ________, _________________.
76. O texto seguinte, que circulou na Inter-
net, é um dicionário que traz novos significa- 80. Considere as palavras pedrisco, Pedro,
dos para palavras bastante conhecidas. Leia-o pedregulho e pedreiro. Analise as afirmações
para responder às questões a seguir. feitas a respeito delas e indique, em seguida,
Abreviatura: ato de se abrir um carro de a resposta correta.
polícia. I. Têm a mesma origem, o mesmo radical,
Açucareiro: revendedor de açúcar que vende por isso são cognatas.
o produto acima da tabela. II. Cada uma delas tem um radical apenas,
Amador: o mesmo que masoquista. por isso são classificadas de simples em oposi-
Detergente: ato de prender indivíduos sus- ção às compostas.
peitos. III. Pedro é de radical diferente, o que ca-
Fornecedor: empresário dedicado ao ato de racteriza outra família etimológica.
agradar masoquistas. IV. Todas são exclusivamente sufixais.
Novamente: diz-se de indivíduos que reno- a) São corretas I e II.
vam sua maneira de pensar. b) São corretas I e III.
Vidente: dentista falando sobre seu trabalho. c) São corretas II e III.
Como se produz o efeito de humor do di- d) São corretas II e IV.
cionário? e) São corretas III e IV.
Português 151 275

81. (UFMG) Assinale a única alternativa em 86. Em qual das alternativas a seguir o sufixo
que o sufixo -(z)inho das palavras em negri- exprime ideia de agente?
to refere-se a tamanho. a) imperial
a) Queria que tudo fosse igual, sem esparrame b) gloriosa
nenhum, nunca, sem espanto novo, de assunto, c) torcedor
mas o pessoal da família cada um lidando em d) horrível
suas miúdas obrigações, no usozinho. e) abdicação
(G. Rosa)
b) E ele abanava a cabeça que sim, sorria man- 87. Por qual processo é formada a forma verbal
sinho que pudesse, para ser bobinho. despedaçava?
(G. Rosa) a) Derivação prefixal e sufixal
c) E tinha pelinhos brancos entremeados no b) Derivação prefixal
casco… c) Composição
(G. Rosa) d) Derivação parassintética
d) … e mandando embora a Cuca Pingo-de- e) Derivação imprópria
Ouro, para lugar onde ela não ia reconhecer nin-
guém e já estava quase ceguinha. 88. Relacione as colunas.
(G. Rosa) A – para derivação prefixal
e) – Você me ensinazinho a dançar, Chica? B – para derivação sufixal
(G. Rosa) C – para derivação prefixal e sufixal
D – para derivação parassintética
82. Tente identificar cada morfema que forma E – para derivação regressiva
a palavra microbiologista e o significado que F – para derivação imprópria
cada um empresta ao vocábulo.
a) empobrecimento, desalmado, ensurdecer,
83. Procure traduzir a fábula “A baposa e o expropriar, entortar ( )
rode” de Millôr Fernandes, presente no módu- b) semivogal, compor, pré-história, entreter,
lo 8 da apostila de teoria. Para ajudar, dize- hipertensão, imberbe ( )
mos que o começo deve ficar assim: “Por um c) imoralidade, infelizmente, desigualdade,
azar do destino, uma raposa caiu num poço desfavoravelmente ( )
profundo, do qual não conseguiu sair”. Agora d) tijolinho, doçaria, sabonete, amoroso, fe-
tente continuar. lizmente, infernal ( )
e) o amanhecer, passeata monstro, o não,
84. Agora é a sua vez de criar um texto assim, porquê, o triste ( )
brincando com a forma das palavras. Seguin- f) ataque, compra, sustento, crítica, resgate,
do o modelo da fábula de Millôr, crie um texto embarque, nado ( )
(ao menos um parágrafo) que deverá ser lido e
traduzido por um colega de sala. 89. (Fuvest-SP) Assinale a alternativa em que
uma das palavras não é formada por prefi-
85. Dentre as alternativas abaixo, assinale xação.
aquela em que ocorrem dois prefixos que dão a) readquirir, predestinado, propor
ideia de negação. b) irregular, amoral, demover
a) impune, acéfalo c) remeter, conter, antegozar
b) pressupor, ambíguo d) irrestrito, antípoda, prever
c) anarquia, decair e) dever, deter, antever
d) importar, soterrar
e) ilegal, refazer
EM1D-10-14
276

90. Assinale a classificação errada do proces- É por isso que nos países mais desenvolvidos
so de formação indicado. só se fuma em casas ou em locais abertos. É uma
a) O porquê – conversão ou derivação im- tendência que, felizmente, o Brasil está seguindo
própria também, proibindo o fumo em ônibus, voos, prédios
b) Desleal – derivação prefixal públicos etc. “Precisamos tornar o cigarro um hábi-
c) Impedimento – derivação parassintética to menos aceitável”, diz o doutor Ronaldo.
d) Anoitecer – derivação parassintética O fumante passivo, ou seja, a pessoa que
e) Borboleta – primitivo convive diariamente com alguém que fuma tam-
bém acaba sofrendo as graves consequências do
Leia atentamente a música de Caetano Ve- vício do outro.
loso e responda às questões de 91 a 93. Uma pesquisa realizada nos EUA mostrou que,
dos 550 mil americanos que morrem por ano, por
Leãozinho causa de doenças relacionadas ao fumo, 50 mil
Gosto muito de te ver leãozinho são fumantes passivos. E, no mundo, estima-se
Caminhando sob o sol que três milhões de pessoas morrem devido às do-
Gosto muito de te ver leãozinho enças causadas pelo vício do cigarro.
Para desentristecer leãozinho Superinteressante
O meu coração tão só
Basta encontrar você no caminho a) Retire do texto três palavras derivadas da
Um filhote de leão raio da manhã palavra “fumo”.
Arrastando o meu olhar como um ímã b) Reescreva a frase “Precisamos tornar o ci-
O meu coração é o sol pai de toda cor garro um hábito menos aceitável”, utilizando
Quando ele lhe doura a pele ao léu uma outra palavra cognata (da mesma famí-
Gosto muito de te ver leãozinho lia) de “aceitável” em seu lugar. Faça as modi-
De te ver entrar no mar ficações necessárias, mas mantenha a mesma
Tua pele tua luz tua juba ideia expressa na frase original.
Gosto de ficar ao sol leãozinho
De molhar minha juba 95. Leia o seguinte texto de Millôr Fernandes
De estar perto de você e entrar numa e, em seguida, explique o que o torna espe-
cial, gerando humor.
91. Identifique o processo de formação das pa-
lavras “leãozinho” e “filhote”. Correspondência
Aquele rapazinho escreveu esta carta para
92. Qual ideia os afixos “-inho” e “-ote” acres- o irmão:
centam às palavras “leão” e “filho”? “Querido mano, ontem futebolei bastante com
uns amigos. Depois cigarrei um pouco. Então ame-
93. Identifique um neologismo presente no samos, sopamos, arrozamos, bifamos, ensopada-
texto anterior. Qual processo de formação de mos e cafezamos. Em seguida varandamos. No dia
palavras o autor da música utilizou para a seguinte cavalamos muito.
criação desse neologismo? Abraço do irmão, Maninho.”
E o irmão respondeu:
94. Leia o texto seguinte para responder à “Maninho,
questão. Ontem livrei-me pela manhã, à tarde cine-
mei e à noite, com papai e mamãe, teatramos.
Fumaça: todo mundo está fora! Hoje colegiei, ao meio-dia, me leitei e às três
A fumaça do cigarro é uma das mais tóxicas, papelei-me e canetei-me para escriturar-te. E
muito mais do que a que é expelida pelos auto- paragrafei finalmente aqui porque é hora de
móveis. Ela contém mais de quatro mil substân- adeusar-te pois ainda tenho que correiar esta
cias tóxicas. Já imaginou o que isso faz com o carta para ti e os relógios já estão cincando.
seu corpo, especialmente com os seus pulmões? De teu irmão, Fratelo”
Millôr Fernandes
Português 151 277

96. Leia o texto a seguir e responda: c) justaposição – sufixação – parassíntese


Onde estão os meus verdes? d) sufixação – derivação regressiva – sufi-
Os meus azuis? xação
O arranha-céu comeu! e) aglutinação – aglutinação – justaposição
Mário Quintana
102. As palavras couve-flor, petróleo e alvi-
a) Qual é o processo de formação de palavras negro são formadas por:
dos termos destacados no texto anterior? Ex- a) derivação.
plique-o. b) composição.
b) Qual é o significado das metáforas “os meus c) onomatopeia.
verdes” e “os meus azuis” dentro do poema? d) prefixação.
e) hibridismo.
97. “Vou-me embora pra Pasárgada.” Embora
(em+boa+hora) é oriunda do processo de for- 103. (UFMG) Em “O girassol da vida e o pas-
mação de palavras chamado de: satempo do tempo que passa não brincam nos
a) derivação prefixal. lagos da lua”, há, respectivamente:
b) derivação regressiva. a) um elemento formado por aglutinação e ou-
c) derivação sufixal. tro por justaposição.
d) composição por justaposição. b) um elemento formado por justaposição e
e) composição por aglutinação. outro por aglutinação.
c) dois elementos formados por justaposi-
98. Aponte a alternativa cujas palavras são, ção.
respectivamente, formadas por justaposição, d) dois elementos formados por aglutinação.
aglutinação e parassíntese.
a) varapau – girassol – enfaixar 104. Identifique a alternativa que indica cor-
b) pontapé – anoitecer – ajoelhar retamente os processos de formação das pala-
c) maldizer – petróleo – embora vras em destaque.
d) vaivém – pontiagudo – enfurece I. Ao anoitecer, as aves pernaltas saem
e) penugem – plenilúdio – despedaça do lago.
II. O ataque do tubarão deixou sérias mar-
99. A palavra planalto formou-se por: cas.
a) hibridismo. a) derivação sufixal – justaposição – agluti-
b) aglutinação. nação
c) justaposição. b) parassíntese – aglutinação – derivação re-
d) parassíntese. gressiva
e) derivação regressiva. c) derivação prefixal – aglutinação – justa-
posição
100. Que item contém somente palavras for- d) derivação prefixal e sufixal – justaposição
madas por justaposição? – parassíntese
a) desagradável / complemente e) parassíntese – justaposição – derivação
b) vaga-lume / girassol regressiva
c) pé de moleque / estremeceu
d) supersticiosa / valiosas 105. (Fuvest-SP) Nas palavras atenuado, te-
e) desatarraxou / estremeceu levisão, percurso temos, respectivamente, os
seguintes processos de formação das palavras:
101. Assinalar a alternativa correta quanto a) parassíntese, hibridismo, prefixação.
à formação das seguintes palavras: girassol, b) aglutinação, justaposição, sufixação.
vinagre, irreal. c) sufixação, aglutinação, justaposição.
a) sufixação – aglutinação – prefixação d) justaposição, prefixação, parassíntese.
b) justaposição – aglutinação – prefixação e) hibridismo, parassíntese, hibridismo.
EM1D-10-14
278

106. Chapechape. As alpercatas batiam no a) A palavra “sambódromo” formou-se pela


chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava- união de duas palavras de origens diferentes:
se, as pernas faziam dois arcos, os braços mo- “samba” (origem africana) e “dromos” (radical
viam-se desengonçados. Parecia um macaco grego). Qual é o nome desse processo de for-
(...) Fabiano sempre havia obedecido. Tinha mação de palavras?
muque e substância. Mas pensava pouco e b) O autor criou o neologismo “lusamérica”
obedecia (...) empregando qual processo de formação de pa-
Graciliano Ramos lavras?

Identifique a palavra que foge ao processo 108. A seguir, há um trecho retirado do livro
de formação de chapechape. Sagarana, de Guimarães Rosa. Leia-o e diga
a) zunzum qual é o processo que formou cada palavra
b) reco-reco destacada e qual o significado de cada uma.
c) toque-toque E certo: Sete-de-Ouros dava pra trás, inco-
d) tlim-tlim movível, desaceitando argumentos e lambadas
e) vivido de piraí. Que, também, burro que se presa não
corre desembestado, como um qualquer cavalo,
107. Leia dois versos do poema de Caetano Ve- a não ser na vez de justa pressa, a serviço do
loso e responda às questões. rei ou em caso de sete sazões. E já bastante era
a firmeza com que escorava nas munhecas, sem
Flor do Lácio sambódromo, bambeio nem falseio – ploque-plofe, desferrado
lusamérica latim em pó – ganhando sempre a melhor trilha.
Português 151 279

Respostas
Capítulo 1

1. Eu vos direi, disse o rei (D. Fernando). 7. “Fala, mangueira”, “Sambódromo”, “Lu-
Meu avô, o rei D. Afonso IV, quando começou samérica” (parte da América colonizada por
a reinar, era mais voltado para as coisas nas Portugal, ou seja, somente o Brasil).
quais tinha prazer, já que era muito jovem, do
que para as coisas que pertenciam ao reino em 8. A questão se baseia no duplo significado
prol do povo. Ele deixou o conselho e foi à caça da palavra “língua” (idioma ou órgão que faz
em Sintra, ficando por lá cerca de um mês. parte da boca). Então, numa leitura denotati-
va, “minha língua roçar a língua de Camões”,
2. El (em el rei) – trata-se do artigo masculi- o poeta diria que gosta de beijar Camões na
no “o”. Podemos cotidianamente ouvir expres- boca. Já no sentido figurado, ele teria o prazer
sões que o utilizam, como o fenômeno meteo- de proferir a mesma linguagem que o grande
rológico “el niño”, que significa “o menino”. poeta português usou.

3. É o que hoje conhecemos como o “a” que 9. Nos versos “Gosto do Pessoa na pessoa/
recebe acento indicador de crase. Veja que da rosa no Rosa”, o poema menciona os escri-
interessante. Antes, havia explicitamente as tores Fernando Pessoa e Guimarães Rosa.
duas ocorrências do “a”: a preposição regida
pelo verbo “ir” e o artigo feminino que ante- 10. O inglês e o latim, por exemplo, são lín-
cede o substantivo “caça”. Caso esse procedi- guas que não distinguem os verbos “ser” e
mento houvesse se mantido, os usuários do “estar”, assim há somente um vocábulo para
português não teriam os problemas que têm ambos. Caetano afirma gostar de falar um
com o uso da crase. idioma que realiza tal diferenciação.

4. A linguagem muito formal do jogador, 11. Na primeira estrofe, ele trata da lingua-
inadequada à situação da entrevista, e um gem oral, cotidiana, informal; já na segunda,
jogador que fala, com desenvoltura, de modo trata da linguagem escrita, culta, que encon-
muito rebuscado. tramos nas situações acadêmicas, nos livros.
As duas estrofes expressam o grande contras-
5. E te entre a realidade da fala e a dos procedi-
mentos do texto escrito (formal).
6. Como vimos, a expressão “flor do Lácio”
faz referência às línguas neolatinas, ou seja, 12. Apesar de haver grande estranhamento
que nasceram do latim (língua falada na re- por não compreendê-la a princípio (“aturdem-
gião denominada Lácio). Dessas línguas, o me”), ele é, de forma violenta, dominado por
português foi o último a se estruturar como essa linguagem diferenciada, já que é “atro-
idioma. Com relação às línguas neolatinas que pelado”, “sequestrado” e chega a “esquecer” a
mais conhecemos, temos a seguinte ordem língua informal cotidiana “em que comia/ em
cronológica: francês (séc. IX), espanhol (séc. que se pedia para ir lá fora”.
X), italiano (séc. X) e português (séc. XIII).

Capítulo 2

13. Milho, melhor, telha, telhado. 14. A palavra que apresenta o dígrafo vocá-
lico é “fazendo”. Esse dígrafo representa o fo-
EM1D-10-14

nema /~e/, que é nasal.


280

15. Ditongo crescente nasal 31. a) O primeiro contém uma definição


semântica e o segundo contém uma regra or-
16. No verso há dois hiatos: pi-or e pi-ó. tográfica.
b) A propaganda não se dirige, parado-
17. V, V, V 18. C 19. E xalmente, aos professores, mas aos discentes
ou ao público em geral.
20. Dígrafos: ch (chove), lh (melhor).
As letras Z e S representam o fonema /z/ 32. C
em luzes e acesas.
33. C
21. Dígrafos vocálicos: an (criança), om
(com), em (tem) 34. E
Encontro consonantal: cr (criança).
Dígrafo: gu (alguém). 35. a) As palavras são: “aveludado” e “so-
norização”.
22. a) 8 letras e 9 fonemas b) Foram acentuadas por Lobato: uru-
b) 4 letras e 3 fonemas tau, urutus e inambu, palavras que pelas re-
c) 7 letras e 6 fonemas gras vigentes de acentuação gráfica não o se-
d) 7 letras e 6 fonemas riam, já que não se acentua o ditongo áu (de
e) 7 letras e 5 fonemas “urutau”) e também não se acentuam oxítonos
terminados em –u: uru, urutu e inambu.
23. O jornal não faz justiça ao comentário, Observe-se que há, no texto, pala-
pois mostra uma visão distorcida ou, no míni- vras que deveriam ser acentuadas e não o fo-
mo, muito limitada do que foi dito por Paulo ram: ínvios, aborígenes, possuíam, solitárias,
Freire. Da forma como está redigido, o leitor mínimo, frágil, açúcar e água.
entende que não haveria distinção entre as
variantes linguísticas. Os desvios à norma 36. a) Cuidado: Você se lembra de que as
culta seriam considerados totalmente corre- regras para oxítonas e paroxítonas são pra-
tos. Mas não foi exatamente o que o educador ticamente contrárias? Acentuam-se todas as
disse, e assim que, de forma respeitosa (sem paroxítonas que não terminem em: “a(s)”,
agredir), deve ser mostrada a forma linguísti- “e(s)”, “o(s)”, “em(ens)”. Portanto paroxíto-
ca privilegiada pela sociedade. nas terminadas com “ens” não devem levar
acento, o que é o caso de “germens”, como foi
24. a) oito – ditongo decrescente visto, mas não é o caso de “gérmen”, que ter-
su - a – hiato mina com “n”, portanto deve ser acentuado.
comentário – ditongo crescente b) pólen/polens, abdômen/abdomens,
quais – tritongo hífen/hifens.
b) São as palavras “comentário” e “pró-
prias”. Isso sempre ocorre com as palavras pa- 37. D
roxítonas terminadas em ditongo crescente,
como história, colégio, ciência. É indiferente 38. I. convém
lê-las como: his-tó-ria ou his-tó-ri-a. II. contêm

25. A 27. B 29. A

26. B 28. D 30. C 39. C 40. E


Português 151 281

41. D 48.

42. A
Não recebem acento
Ainda recebem acento
43. 57 (01 + 08 + 16 + 32) atualmente

44. a) Toda repercussão ocorreu porque tal Dele, vezes, esse,


erro estava no Museu da Língua Portuguesa, Antônio, estória, medo, moço,
espaço reservado para valorizar, enaltecer e di- própria – paroxítonas erros – paroxítonas
vulgar a língua portuguesa; logo, um erro gra- terminadas em ditongo terminadas em
matical nesse contexto cultural foi inusitado. “e(s)” e “o(s)”
b) Segundo a gramática tradicional, a Dó, só, propôs –
segunda vogal tônica do hiato recebe acento monossílabas/oxítonas
quando está sozinha na sílaba ou seguida de terminadas em “o(s)”
-s, portanto a palavra “ra-í-zes” recebe acento
e “ra-iz” não, pois a vogal “i” compõe sílaba Réis – ditongo aberto
com a consoante “z”. “éi” em oxítona

45. a) xícara, café, notável, é, ciúme, dirá, Saíam, aí – 2a vogal


parabéns, está, críticos, pés, êxito, línguas, al- do hiato, “i” tônico
guém, práticas ordinárias, é, Luís, afastá-(-las).
b) Está (verbo) – esta (pronome de- Também – oxítona
monstrativo) terminada em “em”
Práticas (substantivo) – praticas
(verbo – tu praticas)
É (verbo) – e (conjunção)
49. a) camisola – deriva de camisa.
46. A palavra “está” na frase “Está aqui a b) baronesa – sufixo “esa” indicando
opinião dos críticos”. Caso tivéssemos o pro- título.
nome demonstrativo, seria uma frase com o c) bondoso – sufixo “oso” formador de
verbo “ser” elíptico, mantendo o mesmo sen- adjetivo.
tido: “Esta aqui a opinião dos críticos”. d) coisa – após ditongo, usa-se “s”.
e) viuvez – sufixo “ez” formador de
47. Trata-se de uma alegoria da força criati- substantivo abstrato, derivado de adjetivo.
va e renovadora da arte (e do artista), já que,
na vida real, as coisas acabam com “menos 50. C
formato, nem acabam”. A arte tem a capacida-
de de representar os fatos da vida de maneira 51. a) pesquisar 52. a) Isabel
mais elaborada, dando-lhes “acabamentos” b) canalizar b) obséquio
mais interessantes, coisas que dificilmente c) civilizar c) querosene
aconteceriam ou que nos levam à reflexão. d) deslizar d) prezado
Nesse sentido, o texto parece defender a su- e) analisar e) tesouro
perioridade da arte sobre a vida real. f) esvaziar
EM1D-10-14
282

53. D 56. C 67. a) friagem: substantivo terminado com


“agem”.
54. C, E, A, D, B 57. D b) contágio: palavras terminadas em
“ágio”.
55. C 58. D c) seixo: depois de ditongo, usa-se x.
d) enxame: depois de EM, usa-se x.
59. A palavra chinesa, feminino indicativo e) mecha é uma exceção, pois, normal-
de origem, deveria ter sido escrita com s, e mente, depois de me usa-se x.
cortesia, derivada de cortês, também tem a
grafia com s. 68. C

60. B 64. B 69. B

61. I, E, E, I, E, E 65. E 70. C

62. A 66. A 71. E

63. D 72. D

Capítulo 3

73. O radical é “maquin”: maquinaria, ma- 83. Por azar do destino, uma raposa caiu num
quinário, maquininha... poço profundo, do qual não conseguiu sair. Um
bode, por ali passando algum tempo depois e,
74. Estrel – radical vendo a raposa, foi mordido pela curiosidade.
a – vogal temática “Comadre raposa” – perguntou – “que é que
s – desinência de número está fazendo?” “Você então não sabe?” – res-
pondeu a matreira raposa. “Vem aí a mais ter-
75. Vermelhas– a- desinência de gênero rível seca de toda a história do nordeste. Saltei
Ouvem– m- desinência número-pessoal aqui no fundo deste poço e guardarei a água
que brotar só para mim. Porém, se você quiser,
76. O autor se aproveita da estrutura das pala- como é meu compadre, pode fazer-me compa-
vras nas quais é possível identificar sílabas de nhia”. Sem pensar duas vezes, o bode saltou
duas palavras diferentes, como abre + viatura. também no fundo do poço. A raposa, imediata-
mente, trepou-lhe nas costas, apoiou-se num
77. A letra Z dos chifres do bode e saltou fora do poço, en-
quanto berrava: “Adeus, compadre”.
78. B Moral: jamais confie em quem está com
dificuldade.
79. As palavras devem manter os morfemas:
morfia, fagia, fobia e filia. 84. Resposta pessoal

80. A 85. A 86. C 87. D

81. C 88. a) D
b) A
82. São 3 morfemas: c) C
micro – pequeno d) B
bio – vida e) F
logista – aquele que estuda (especialista) f) E
Português 151 283

89. E 90. C b) As expressões “os meus verdes” e “os


meus azuis” referem-se à natureza destruída
91. As palavras “leãozinho” e “filhote” são pelas construções nas grandes cidades, como
formadas a partir do processo de derivação deixa claro o último verso: “O arranha-céu co-
por sufixação. meu!”.

92. O afixo “-inho” acrescenta ideia de afetivi- 97. E 102. B


dade e carinho ao termo “leão” e o sufixo “ote”
tem valor de diminutivo na palavra “filhote”. 98. D 103. C

93. O neologismo presente no texto anterior 99. B 104. B


é a palavra “desentristecer”. O autor criou o
vocábulo desentristecer a partir do processo 100. B 105. A
de derivação por prefixação, adicionando o
prefixo “des-” à palavra entristecer, já exis- 101. B 106. E
tente na língua.
107. a) Hibridismo.
94. a) fumaça, fuma, fumante b) O autor empregou, na criação da pa-
b) O cigarro deve tornar-se um hábito lavra “lusamérica”, o processo de composição
inaceitável. por aglutinação (Lusitânia + América) = lu-
samérica).
95. Sem dúvida, a graça do texto está na
criação de verbos a partir de substantivos, 108. incomovível: derivação por prefixação
por meio de derivação sufixal. No lugar das (-in) e por sufixação (-ível). Significado: que
palavras com que estamos acostumados, en- não se comove.
contramos outras formas, a partir do mesmo desaceitando: derivação por prefixação
radical, o que nos permite entender totalmen- (-des). Significado: recusando
te as ações descritas. desembestado: a palavra embestado
é formada por parassíntese (embestar), em
96. a) As palavras “verdes” e “azuis” foram seguida recebe o prefixo (-des). Significado:
formadas a partir do processo de derivação correr impetuosamente.
imprópria. Esse processo consiste em mudar ploque-plofe: onomatopeia. Significa
a classe gramatical da palavra, sem alterar o som que o caminhar do burrinho Sete-de-
sua forma. As palavras “verdes” e “azuis” são Ouros fazia.
adjetivos, mas no poema foram empregadas desferrado: derivação sufixal (-ado) e
como substantivos. prefixal (-des). Significado: sem ferraduras.
EM1D-10-14
284

Anotações
Português 152 285

Capítulo 1
Textos para as questões de 1 a 4 Traduzir uma parte
Texto I na outra parte
— que é uma questão
O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portu- de vida ou morte —
guesa (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, será arte?
segunda edição), em duas de suas definições Ferreira Gullar
da palavra arte, assim se expressa:
“...atividade que supõe a criação de sensa- 1. Em qual dos dois textos ocorre uma defini-
ções ou de estados de espírito, de caráter esté- ção de arte? Por quê?
tico, carregados de vivência pessoal profunda,
podendo suscitar em outrem o desejo de prolon- 2. Podemos encontrar, em um dicionário, uma
gamento ou renovação...; definição completa sobre o que é arte? Por quê?
... a capacidade criadora do artista de ex-
pressar ou transmitir tais sensações ou senti- 3. Por que o texto II termina com uma inter-
mentos ....” rogação?

Texto II 4. Quantas partes tem o texto II? Qual o as-


Traduzir-se sunto do poema?

Uma parte de mim Texto para as questões de 5 a 12


é todo mundo: Para que serve a leitura?
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo. Certamente, o pior analfabeto é aquele que
aprendeu a ler e não lê. É fácil reconhecer um e
Uma parte de mim eles estão em todos os segmentos da sociedade:
é multidão: são profissionais formados, estudantes de todos os
outra parte estranheza níveis escolares (inclusive universitários), empre-
e solidão. sários, políticos, pessoas ricas ou pobres. Normal-
mente falam mal e escrevem ainda pior a língua de
Uma parte de mim origem; empregam clichês em demasia e acreditam
pesa, pondera: que melhorar de vida seja simplesmente aumentar
outra parte a própria capacidade de consumo. Sustentam seus
delira. pontos de vista com fragilidade de razões, cedem
facilmente ante a severidade e respondem com
Uma parte de mim insolência à brandura. Eles apreendem apenas a
almoça e janta: superfície da realidade, mas acreditam compreen-
outra parte dê-la profundamente. Sofrem de um tipo especial
se espanta. de miopia, porque acreditam que enxergam longe
quando apenas enxergam pequeno.
Uma parte de mim Esse tipo de analfabeto entende por “ex-
é permanente: periência de vida” apenas as situações viven-
outra parte ciadas no cotidiano e não raramente acha que
se sabe de repente. conhecer o mundo através dos livros e da arte é
não ter experiências próprias. Mal sabe ele que
Uma parte de mim a vida real nos obriga a fazer escolhas e que o
é só vertigem: tempo fecha gradativamente o leque das possi-
outra parte, bilidades, enquanto a literatura nos possibilita
EM1D-10-14

linguagem. viver aquilo que a realidade não nos permite,


286

introduzindo-nos numa dimensão onde o espí- tura é essencial para a formação do espírito e
rito e o intelecto humano conseguem colher os do intelecto do homem, assim como o alimento é
elementos essenciais para a formação de um ser essencial para a formação e o desenvolvimento
humano melhor. do seu corpo.
Aquilo mesmo a que chamamos inteligência Distante da leitura, o homem fica próximo
o analfabeto desconhece. Talvez, se ele soubesse das armadilhas letais de um sistema que o de-
que a palavra inteligência vem do latim intelle- sestrutura psicológica e humanamente, restrin-
gere (inter- significa “entre” e legere “ler”, “re- gindo sua capacidade de influir positivamente
colher” ou “fazer escolhas”) e que, portanto, o sobre o próximo e reduzindo-o a mero compo-
inteligente é aquele que sabe ler as entrelinhas nente de uma engrenagem que coloca em movi-
da vida e escolher para si o que ela pode lhe ofe- mento acelerado os mecanismos que dissolvem
recer de melhor, talvez ele sentisse necessidade a qualidade da vida.
de ampliar a própria capacidade de percepção e Osvaldo Felix da Silva
de buscar na leitura das obras literárias e na lei-
tura da vida o alento necessário à constituição 5. Segundo o texto, quem é o pior analfabeto?
de um ser humano mais íntegro e mais humano.
Se ele soubesse que o mesmo radical legere está 6. Segundo o texto, o que os analfabetos
na origem de palavras como elite (os escolhidos pensam sobre a literatura e sobre a arte?
pelo social), eleito (os escolhidos pelo voto) e
elegante (os escolhidos pelas maneiras), talvez 7. O que significa a palavra inteligência?
ele fizesse melhores escolhas.
Aquele que não sabe ler não sabe escolher. 8. Por que quem não sabe ler não sabe es-
Ele vive à sombra de uma ideologia que lhe colher?
oculta a realidade, induzindo-o, por exemplo,
a acreditar que o fato de ser portador de um 9. Segundo o texto, qual é a função da leitu-
diploma universitário poderá lhe dar melhores ra das obras literárias?
condições de trabalho, quando ele nem mesmo
sabe redigir corretamente o próprio currículo. 10. O que significa humanizar uma pessoa?
Essa mesma ideologia faz com que ele escolha
mal os seus representantes políticos, levan- 11. O que acontece com aquele que fica dis-
do-o, posteriormente, a se queixar das arbitra- tante da leitura?
riedades dos homens públicos que se elegeram
às custas de sua ignorância. Leva-o a falar em 12. Segundo o texto, aquele que aprende a ler
direitos humanos, mas o faz acreditar que os e não lê é pior analfabeto que aquele que não
seus direitos são mais urgentes que os direitos aprendeu a ler, porque:
do seu próximo. a) aquele que aprendeu a ler não tem neces-
A leitura é essencial para a vida, para o in- sidade de ler obras literárias.
telecto e para a alma. Não há criatura verdadei- b) quem foi alfabetizado e não lê desperdi-
ramente inteligente que não seja bom leitor. A ça a oportunidade de se tornar um ser hu-
literatura é capaz de proporcionar ao homem mano melhor.
um equilíbrio psicológico e moral e é capaz c) aquele que aprendeu a ler e não lê acaba
de integrá-lo à realidade que o cerca, possibi- por desaprender a leitura e impossibilita a lei-
litando-lhe uma compreensão de seus direitos tura de alguém que poderia ter sido alfabeti-
enquanto ser humano, fazendo-o entender que zado em seu lugar.
aquilo que é indispensável para ele é também d) aquele que aprendeu a ler e não lê tem a
indispensável para o próximo. mesma ignorância do analfabeto.
A função da leitura, da leitura de obras lite- e) quem foi alfabetizado e não lê é inferior
rárias, além de instruir o leitor e de capacitá-lo àquele que não foi alfabetizado.
a fazer escolhas mais adequadas e mais cons-
cientes, é sobretudo a de humanizá-lo. A litera- 13. Para que servem a literatura e a arte?
Português 152 287

Textos para as questões 14 e 15 16. Segundo o texto, o artista deve produzir


Texto I uma arte que vá ao encontro das grandes mas-
Metáfora sas? Se o artista proceder dessa maneira, o
Uma lata existe para conter algo, que pode acontecer com a arte?
Mas quando o poeta diz: “lata”
Pode estar querendo dizer o incontível 17. Segundo o texto, qual seria o meio ade-
quado para que a massa possa ser capaz de
Uma meta existe para ser um alvo, apreciar a arte?
Mas quando o poeta diz: “meta”
Pode estar querendo dizer o inatíngel 18. Quem, segundo o texto, tem condições de
usufruir das obras de arte?
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata 19. Segundo o texto, a arte deve servir apenas
Na lata do poeta tudo-nada cabe, a uma minoria?
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber Textos para as questões de 20 a 24
O incabível Texto I
A função da arte
Deixe a meta do poeta, não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago
Meta dentro e fora, lata absoluta Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.
Deixe-a simplesmente metáfora Viajaram para o Sul.
Gilberto Gil Ele, o mar, estava do outro lado das dunas
Texto II altas, esperando.
Metáfora. Substantivo feminino. Designa- Quando o menino e o pai enfim alcançaram
ção de um objeto ou qualidade mediante uma aquelas alturas de areia, depois de muito ca-
palavra que designa outro objeto ou qualidade minhar, o mar estava na frente de seus olhos.
que tem com o primeiro uma relação de seme- E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu
lhança (ex.: ele tem uma vontade de ferro, para fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
designar uma vontade forte, como o ferro). E quando finalmente conseguiu falar, tre-
mendo, gaguejando, pediu ao pai:
14. Qual dos dois textos pode ser considerado – Me ajuda a olhar!
artístico? Mencione algum motivo que possa GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços.
justificar sua resposta.
Texto II
15. O texto II explora o trabalho sonoro das
palavras? Justifique sua resposta. O problema não consiste em confinar a
arte ao horizonte atual das grandes massas,
Texto para as questões de 16 a 19 mas em ampliar o horizonte das massas tanto
quanto possível. O caminho para uma aprecia-
O problema não consiste em confinar a arte ção autêntica da arte passa pela educação.
ao horizonte atual das grandes massas, mas em Não a simplificação violenta da arte, mas o
ampliar o horizonte das massas tanto quanto treinamento da capacidade de julgamento es-
possível. O caminho para uma apreciação autên- tético é o meio pelo qual se pode impedir a
tica da arte passa pela educação. Não a simpli- constante monopolização da arte por uma pe-
ficação violenta da arte, mas o treinamento da quena minoria.
capacidade de julgamento estético é o meio pelo HAUSER, Arnold. História social
qual se pode impedir a constante monopoliza- da arte e da literatura.
ção da arte por uma pequena minoria.
20. Qual dos textos acima tem valor como tex-
EM1D-10-14

HAUSER, Arnold. História social


da arte e da literatura. to literário–artístico?
288

21. No texto I, o objeto da intenção do olhar da Sinto que é noite no vento,


criança possui uma beleza natural ou artística? noite nas águas, na pedra.
Carlos Drummond de Andrade
22. Relacionando o texto I ao texto II, é cor-
reto afirmar que: 27. No poema, a palavra noite está empregada
a) o belo natural e o belo artístico provocam em sentido próprio ou figurado?
distintas reações de nossa percepção.
b) a educação do olhar proporciona uma per- 28. O que significa a palavra noite no contexto
cepção compreensiva das coisas belas. do poema?
c) o belo artístico é tanto mais intenso quan-
to mais espelhe o belo natural. 29. A paródia consiste na apropriação de um tex-
d) a lógica da criação artística é a mesma que to para a construção de um novo. As intenções
rege o funcionamento da natureza. do autor da paródia podem ser as mais diversas:
e) a educação do olhar devolve ao adulto a debochar, criticar, ofender, divertir, entreter
espontaneidade da percepção das crianças. etc. O texto a seguir é uma paródia dos classifi-
cados lidos nos jornais diariamente. Leia-o.
23. Qual a relação existente entre o pedido que
o filho faz ao pai no texto I e a afirmação do Imóveis
texto II de que “O caminho para uma aprecia-
ção autêntica da arte passa pela educação”? Vendo casa – Baratíssima! Apenas R$ 0,04!
É isso mesmo o que você leu:
quatro centavos! Compre agora!
24. Segundo os textos, é possível aprender
Boa para qualquer tipo de botão!
a olhar e a apreciar a beleza natural e ar-
tística? É possível ensinar alguém a ver, a
reparar e a apreciar um objeto artístico? Qual foi o recurso linguístico utilizado
pelo autor para criar o efeito de humor pre-
25. Veja o seguinte anúncio publicitário da tendido no texto?
Bienal de 2004:
A gente quer chocar você logo na entrada. Texto para as questões de 30 a 36
Este ano a Bienal é gratuita. A estrela
No texto, a palavra “entrada” está empre-
gada em sentido conotativo ou denotativo? Vi uma estrela tão alta,
Justifique sua resposta. Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
26. Reescreva os provérbios abaixo em lingua- Na minha vida vazia.
gem denotativa.
a) Casa de ferreiro, espeto de pau. Era uma estrela tão alta!
b) Quem está na chuva é para se molhar Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Texto para as questões 27 e 28 Luzindo no fim do dia.
Passagem da noite
Por que da sua distância
É noite. Sinto que é noite Para a minha companhia
não porque a sombra descesse Não baixava aquela estrela?
(bem me importa a face negra) Por que tão alta luzia?
mas porque dentro de mim,
no fundo de mim, o grito E ouvi-a na sombra funda
se calou, fez-se desânimo. Responder que assim fazia
Sinto que nós somos noite, Para dar uma esperança
que palpitamos no escuro Mais triste ao fim do meu dia.
e em noite nos dissolvemos. Manuel Bandeira
Português 152 289

30. Na primeira estrofe, a palavra estrela está De rei ou de pirata ou jardineira


empregada em sentido próprio ou figurado? Pra tudo se acabar na quarta-feira

31. O que significa a palavra estrela no con- Tristeza não tem fim
texto do poema? Felicidade sim

32. Por que, na primeira estrofe, a estrela é A felicidade é como a pluma


qualificada como “alta” e “fria”? Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
33. O que significa, no quarto verso da primei- Mas tem a vida breve
ra estrofe, a palavra “vazia”? Precisa que haja vento sem parar

34. Por que o poeta qualifica a vida como va- A minha felicidade está sonhando
zia? Qual a relação entre a vida vazia e a dis- Nos olhos da minha namorada
tância entre ele e a estrela? É como esta noite
Passando, passando
35. A última palavra do poema, “dia”, está em- Em busca da madrugada
pregada em sentido próprio ou figurado? Falem baixo, por favor,
Pra que ela acorde alegre como o dia
36. Que relação existe entre a expressão “vida Oferecendo beijos de amor
vazia”, do início do poema, com a expressão
“fim do meu dia”, no último verso do poema? Tristeza não tem fim
Felicidade sim
37. Identifique as figuras de linguagem abaixo: Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes
a) “O mesmo pé que dança um samba
Se preciso vai à luta.” 38. Qual é o tropo ou figura semântica predo-
b) “O gavião paira nos ares. Quando a nambu minante no texto?
levanta, ele cai das nuvens e rasga as entra-
nhas da vítima. O guerreiro tabajara, Filho da 39. O que o tropo ou figura semântica predo-
Serra, é o gavião.” minante mais o refrão do poema sugerem em
c) Ela embarcará no avião. relação à felicidade?

Texto para as questões de 38 a 40 40. Segundo o texto, qual é a principal dife-


A felicidade rença entre a tristeza e a felicidade?

Tristeza não tem fim 41.


Felicidade sim a) “O brasileiro é um feriado.
b) O sábado é uma ilusão.
A felicidade é como a gota c) A vida é a arte de não fazer favores. Nada
De orvalho numa pétala de flor ofende mais que o benefício, nada agride mais
Brilha tranquila do que o favor.”
Depois de leve oscila Qual é o tropo ou figura semântica presen-
E cai como uma lágrima de amor te nas frases acima?

A felicidade do pobre parece 42. “Sou alérgico a cigarro.”


A grande ilusão do carnaval “Cuidado ao apontar o lápis com gilete.”
A gente trabalha o ano inteiro Qual é a figura predominante nas frases
Por um momento de sonho acima? Justifique.
Pra fazer a fantasia
EM1D-10-14
290

Texto para as questões de 43 a 46 A noite no dia, a vida na morte, o céu no chão


A rede Pra ele, vingança dizia muito mais que o
perdão
As mãos são ágeis Vinícius de Moraes e Toquinho
como borboletas voando
em mágica dança. 49. Qual é a figura de linguagem predominan-
As mãos são tão ágeis te no texto?
tecendo a teia
que parecem separadas 50. Que figura ocorre no verso “Quando o sol
do corpo. da manhã vem nos dizer”?
Roseana Murray
51. No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
43. Identifique, no poema acima, uma meto- Como uma vela fúnebre de cera,
nímia, uma comparação e uma metáfora. Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!
44. Explique a metonímia presente no texto. Augusto dos Anjos
Identifique a figura de linguagem empre-
45. Explique a metáfora presente no texto. gada no verso destacado.

46. Por que as mãos “parecem separadas do 52. No trecho “...dão um jeito de mudar o
corpo”? mínimo para continuar mandando o máximo”,
a figura de linguagem presente é:
47. Guerra a) metáfora. d) hipérbole.
Os aviões abatidos b) metonímia. e) hipérbato.
São cruzes caindo do céu. c) antítese.
Mário Quintana
Qual a figura dominante no texto? 53. Na frase: “O fio da ideia cresceu, engros-
sou e partiu-se”, ocorre processo de gradação.
48. A metáfora é essencial para a existência Não há gradação em:
do texto literário artístico? Por quê? a) O carro arrancou, ganhou velocidade e ca-
potou.
Texto para as questões 49 e 50 b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
O bem-amado c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua
A noite no dia, a vida na morte, o céu no mente e frustrou-se.
chão e) João pegou de um livro, ouviu um disco
Pra ele, vingança dizia muito mais que o e saiu.
perdão
O riso no pranto, a sorte no azar, o sim no não 54. “Sois anjo, que me tenta, e não me guar-
Pra ele, o poder valia muito mais que a razão da”. A figura que ocorre no verso é:
Quando o sol da manhã vem nos dizer a) antítese. d) hipérbole.
Que o dia que vem pode trazer b) pleonasmo. e) metonímia.
O remédio pra nossa ferida, abre o meu co- c) elipse.
ração
Logo o vento da noite vem lembrar 55. Observe as seguintes expressões:
Que a morte está sempre a esperar • subir para cima;
Em um canto qualquer desta vida • repetir de novo;
Quer queira, quer não • hemorragia de sangue;
O espanto na calma, coragem no medo • breve alocução;
Vai e vem, o corpo sem alma • principal protagonista.
Ainda na noite o mal e o bem
Português 152 291

Elas são desdobramentos de ideias que Textos para as questões de 57 a 60


já estavam implícitas em palavras anterior- Texto I
mente expressas. Que nome recebem essas Há anos raiou no céu fluminense uma nova
figuras? estrela.
Desde o momento de sua ascensão ninguém
56. O que será (À flor da pele) lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha
dos salões.
O que será que me dá Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poe-
Que me bole por dentro, será que me dá tas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.
Que brota à flor da pele, será que me dá Era rica e formosa.
E que me sobe às faces e me faz corar Duas opulências, que se realçam como a flor
E que me salta aos olhos a me atraiçoar em vaso de alabastro; dois esplendores que se re-
E que me aperta o peito e me faz confessar fletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
O que não tem mais jeito de dissimular Quem não se recorda da Aurélia Camargo, que
E que nem é direito ninguém recusar atravessou o firmamento da Corte como brilhante
E que me faz mendigo, me faz suplicar meteoro, e apagou-se de repente no meio do des-
O que não tem medida, nem nunca terá lumbramento que produzira o seu fulgor?
O que não tem remédio, nem nunca terá José de Alencar – Senhora
O que não tem receita
Texto II
O que será que será Chão de estrelas
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia Minha vida era um palco iluminado,
Que é feito uma aguardente que não sacia Eu vivia vestido de dourado,
Que é feito estar doente de uma folia Palhaço das perdidas ilusões...
Que nem dez mandamentos vão conciliar Cheio dos guizos falsos da alegria,
Nem todos os unguentos vão aliviar Andei cantando a minha fantasia
Nem todos os quebrantos, toda alquimia Entre as palmas febris dos corações.
Que nem todos os santos, será que será Meu barracão, no morro do Salgueiro,
O que não tem descanso, nem nunca terá Tinha o cantar alegre de um viveiro,
O que não tem cansaço, nem nunca terá Foste a sonoridade que acabou...
O que não tem limite E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
O que será que me dá Da mulher pomba-rola que voou...
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá Nossas roupas comuns dependuradas,
Que todos os tremores me vêm agitar Na corda qual bandeiras agitadas,
Que todos os ardores me vêm atiçar Pareciam um estranho festival...
Que todos os suores me vêm encharcar Festa dos nossos trapos coloridos,
Que todos os meus nervos estão a rogar A mostrar que nos morros mal vestidos
Que todos os meus órgãos estão a clamar É sempre feriado nacional.
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá A porta do barraco era sem trinco,
O que não tem governo, nem nunca terá Mas a lua, furando o nosso zinco,
O que não tem juízo. Salpicava de estrelas nosso chão...
Chico Buarque de Holanda Tu pisavas nos astros distraída,
Qual é a resposta para a pergunta “O que Sem saber que a ventura desta vida
será?” da canção? É a cabrocha, o luar e o violão...
Silvio Caldas/Orestes Barbosa
EM1D-10-14
292

57. Em ambos os textos, os autores se valeram 62. Em ambos os textos, os autores emprega-
de metáforas para caracterizar personagens e ram linguagem metafórica e acabaram consti-
cenários. Qual a metáfora empregada no tex- tuindo uma imagem para abordar um determi-
to I para caracterizar o cenário como um am- nado assunto. Quais são as imagens presentes
biente de luxo? nos textos?

58. No texto II, ocorre também uma imagem 63. O que significa a metáfora do texto I?
do firmamento. Transcreva a imagem.
64. O que significa a metáfora do texto II?
59. No texto II, qual a relação entre o título da
canção e os versos que a compõem? Textos para as questões de 65 a 69
Texto I (fragmento)
60. No texto II, “sol” e “lua” relacionam-se a Desencanto
dois momentos vividos pelo poeta, ou melhor,
pelo eu-lírico. Quais são, respectivamente, es- Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
ses dois momentos? Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente.
61. Cai, gota a gota, do coração.
Manuel Bandeira

Texto II (fragmento)

Morte do leiteiro
Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
Juarez Machado que é leite, sangue... não sei.
O desenho acima registra a expressão po- Por entre objetos confusos,
pular “criar raízes”, utilizando recursos da mal redimidos da noite,
imagem. Esse entendimento, feito a partir do duas cores se procuram,
desenho, caracteriza uma metáfora. Explique suavemente se tocam,
essa relação, entre a figura desenhada e a fi- amorosamente se enlaçam,
gura de linguagem. formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.
Textos para as questões de 62 a 64 Carlos Drummond de Andrade
Texto I
Cerâmica 65. No texto I, metaforicamente, o que cai do
coração do poeta?
Os cacos da vida, colados, formam uma es-
tranha xícara. 66. No texto II, o sangue do leiteiro se une ao
Sem uso, leite da garrafa estilhaçada e ambos formam um
Ela nos espia do aparador. terceiro tom. Que relação existe entre o tom for-
Carlos Drummond de Andrade mado pelo leite e o sangue e a palavra aurora?

Texto II 67. Em ambos os textos, temos a imagem do


Elegia sangue derramado. Essa imagem tem o mesmo
significado nos textos?
Minha vida é uma colcha de retalhos,
todos da mesma cor... 68. Qual a relação entre o título do texto I e os
Mário Quintana versos do poema?
Português 152 293

69. O título do texto II apresenta uma relação Eu não tinha estas mãos sem força,
explícita ou implícita com os versos do poema? tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
Texto para as questões de 70 a 73 que nem se mostra.
Catar feijão
1. Eu não dei por esta mudança,
Catar feijão se limita com escrever: tão simples, tão certa, tão fácil:
jogam-se os grãos na água do alguidar – Em que espelho ficou perdida
e as palavras na da folha de papel; a minha face?
e depois, joga-se fora o que boiar. Cecília Meireles
Certo, toda palavra boiará no papel, 74. O texto acima apresenta como tema um retra-
água congelada, por chumbo seu verbo: to. Trata-se de um retrato físico ou psicológico?
pois catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 75. Quais as palavras, nos primeiros quatro ver-
sos, que permitem saber qual é o tipo de retrato?
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco: 76. O que as palavras que permitiram a iden-
o de que entre os grão pesados entre tificação do tipo de retrato nos comunicam
um grão imastigável, de quebrar dente. sobre o eu lírico?
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo: 77. Qual foi o último elemento escolhido para
obstrui a leitura fluviante, flutual, a composição do retrato?
açula a atenção, isca-a com risco.
78. Como o último elemento descrito se rela-
João Cabral de Melo Neto ciona com os anteriores?
alguidar – vaso cuja borda é muito maior que
79. O que sugerem os versos “eu não tinha
o fundo
este coração / que nem se mostra.” sobre o
interior do eu lírico?
70. Na primeira parte do poema, o poeta com-
para duas tarefas. Quais são elas? 80. No primeiro verso do poema, temos a pala-
vra “rosto” e, no último verso, temos a palavra
71. “Catar feijão”, no poema, é uma metáfora. “face”. Qual a diferença entre elas?
Explique em que consiste essa metáfora.
81. O texto pode ser dividido em duas partes,
72. Na segunda estrofe, o poeta observa que uma descritiva e uma reflexiva. Quais são os
há uma diferença entre a consequência de um versos que pertencem a cada parte?
grão mais duro que possa permanecer entre
os outros grãos e a pedra que pode permane- Texto para as questões 82 e 83
cer no ato de catar palavras. Qual o efeito do Navegava Alexandre em uma poderosa arma-
grão duro de feijão? da pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia, e como
fosse trazido à sua presença um pirata que por
73. No ato de catar palavras, a “pedra” produz ali andava roubando os pescadores, repreendeu-
efeito positivo ou negativo? Por quê? o muito Alexandre de andar em tão mau ofício;
porém, ele, que não era medroso nem lerdo, res-
Texto para as questões de 74 a 81 pondeu assim. — Basta, senhor, que eu, porque
roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque
Retrato roubais em uma armada, sois imperador? — As-
Eu não tinha este rosto de hoje, sim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é
assim calmo, assim triste, assim magro, grandeza; o roubar com pouco poder faz os pira-
EM1D-10-14

nem estes olhos tão vazios, tas, o roubar com muito, os Alexandres.
nem o lábio amargo. Padre Antônio Vieira – Sermão do Bom Ladrão
294

82. Identifique uma antítese presente no texto. Praia de paulista é o Ibirapuera.


As mina de Sampa querem grana, um cara
83. Por que o termo “Alexandres” pode ser bacana, de poder!
considerado uma metonímia? Um jeito americanês de sobreviver.
As mina de Sampa são modernas, eternas
Texto para as questões de 84 a 86 dondocas!
Mas pra sambar no pé tem que nascer ca-
A venalidade*, disse o Diabo, era o exercício rioca.
de um direito superior a todos os direitos. Se tu Tem mina de Sampa que é discreta, concre-
podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapa- ta, uma lady!
to, o teu chapéu, cousas que são tuas por uma Nas rêivi ela é véri, véri krêizi.
razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, Eu gosto às pampa das mina de Sampa!
estão fora de ti, como é que não podes vender a As mina de Sampa estão na moda, na roda,
tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, no rock, no enfoque!
cousas que são mais do que tuas, porque são a É do Paraguai a grife made in Nova Iorque
tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá- As mina de Sampa dizem mortandeila, be-
-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não rinjeila, apartameintu
há mulheres que vendem os cabelos? Não pode Sotaque do bixiga, nena, cem pur ceintu.
um homem vender uma parte do seu sangue As mina de Sampa conhecem a Bahia, por
para transfundi-lo a outro homem anêmico? E fotografia, que natureza!
o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um Toda menina baiana vive na maior moleza.
privilégio que se nega ao caráter, à porção moral As mina de Sampa dão duro no trampo, no
do homem? Demonstrando assim o princípio, o banco, mãos ao alto!
Diabo não se demorou em expor as vantagens de Ou dá ou desce ou desocupa o asfalto.
ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou Eu gosto às pampa das mina de Sampa!
ainda que, à vista do preconceito social, conviria Rita Lee / Roberto de Carvalho
dissimular o exercício de um direito tão legítimo,
o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade 87. O que significa a expressão “as mina de
e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente. Sampa”?
*Qualidade ou condição do que pode ser vendido.
88. Qual a ironia contida no verso “Praia de
Fragmento do conto A Igreja do paulista é o Ibirapuera” ?
Diabo, de Machado de Assis
89. Ao comparar “as mina de sampa” com a
84. Segundo o Diabo, existe alguma coisa que “menina baiana”, fez-se uso de uma antítese.
o ser humano não possa vender? Transcreva os termos e as expressões empre-
gados na composição da antítese.
85. Segundo o Diabo, a recusa de seus argu-
mentos implica uma contradição. De que con- 90. Qual a ironia contida no verso “É do Para-
tradição se trata? guai a grife made in Nova Iorque”?

86. De uma maneira bastante esperta, o Diabo 91. Qual a antítese contida nos versos
procura anular aquilo que, sob o ponto de vis- “Tem mina de Sampa que é discreta, con-
ta da moralidade cristã, compõe uma antítese. creta, uma lady! / Nas rêivi ela é véri, véri
De que antítese se trata? krêizi.”?

Texto para as questões de 87 a 91 Texto para as questões de 92 a 95

As mina de Sampa são branquelas que só Alma minha gentil, que te partiste
elas, pudera! Tão cedo desta vida, descontente,
Português 152 295

Repousa lá no Céu eternamente Indagou o meu passado


E viva eu cá na terra sempre triste. E cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta
Se lá no assento etéreo, onde subiste, Me chamava de perdida
Memória desta vida se consente, Me encontrou tão desarmada
Não te esqueças daquele amor ardente Que arranhou meu coração
Que já nos olhos meus tão puro viste. Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse não
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou O terceiro me chegou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Roga a Deus, que teus anos encurtou, Também nada perguntou
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Mal sei como ele se chama
Quão cedo de meus olhos te levou. Mas entendo o que ele quer
Camões Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
92. Qual o esquema das rimas no poema? Como Foi chegando sorrateiro
são classificadas as rimas dos quartetos? E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
93. Faça a escansão da segunda estrofe do poema. Dentro do meu coração.
Chico Buarque
94. Há uma antítese na primeira estrofe do
poema. Quais são as palavras que formam essa Texto II
antítese e o que ela expressa? Teresinha de Jesus

95. Na última estrofe do poema, o eu lírico faz Teresinha de Jesus,


um pedido à amada morta. Qual é esse pedido? De uma queda foi ao chão,
Acudiu três cavalheiros,
Textos para as questões de 95 a 99 Todos três de chapéu na mão.
Texto I O primeiro foi seu pai,
Teresinha O segundo seu irmão,
O terceiro foi aquele
O primeiro me chegou A quem Teresa deu a mão.
Como quem vem do florista Quanta laranja madura,
Trouxe um bicho de pelúcia Quanto limão pelo chão,
Trouxe um broche de ametista Quanto sangue derramado
Me contou suas viagens Dentro do meu coração.
E as vantagens que ele tinha Cantiga folclórica
Me mostrou o seu relógio
Me chamava de rainha 96. Qual a métrica presente nos versos do tex-
Me encontrou tão desarmada to I? Faça a escansão dos 4 primeiros versos
Que tocou meu coração do texto.
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse não 97. Aponte uma semelhança formal entre os
dois textos.
O segundo me chegou
Como quem chega do bar 98. Qual é a semelhança temática entre a Te-
Trouxe um litro de aguardente resinha da cantiga folclórica e a Teresinha da
EM1D-10-14

Tão amarga de tragar letra da canção de Chico Buarque?


296

99. O texto dois apresenta rima? CARLOTINHA: — Ora! Estavas morrendo de


vontade.
Texto para as questões de 100 a 102 HENRIQUETA: — Eu não; tu é que me cha-
Caçador de mim maste.
CARLOTINHA: — Porque me fazias tantas
Por tanto amor, por tanta emoção perguntinhas, que logo percebi o que havia aqui
a vida me fez assim dentro. (No coração.)
doce ou atroz, manso ou feroz HENRIQUETA: — Carlotinha!...
eu, caçador de mim José de Alencar – O demônio familiar
Preso a canções, entregue a paixões
que nunca tiveram fim 103. A que gênero literário pertence o frag-
vou me encontrar longe do meu lugar mento acima? Por quê?
eu, caçador de mim
Nada a temer se não o correr da luta 104. O que significa a expressão entre parên-
nada a fazer se não esquecer o medo teses após a última fala de Carlotinha?
abrir o peito à força numa procura
fugir às armadilhas da mata escura 105. Há no texto referência aos valores morais
Longe se vai sonhando demais das personagens, valores típicos de uma socie-
mas onde se chega assim? dade burguesa. Qual é a referência?
vou descobrir o que me faz sentir
eu, caçador de mim Texto para as questões de 106 a 108
Luis Carlos Sá e Sérgio Magrão (MPB4)
Canta-me a cólera – ó deusa! – funesta de
100. A qual gênero literário pertence o texto Aquiles Pelida, causa que foi de os Aquivos
acima? Por quê? sofrerem trabalhos inúmeros e de baixarem
para o Hades as almas de heróis numerosos
101. Qual o tema da letra da canção? e esclarecidos, ficando eles próprios aos cães
atirados e como pasto das aves. Cumpriu-se
102. Na primeira estrofe da letra, o eu lírico de Zeus o desígnio desde o princípio em que
afirma que as situações vivenciadas fizeram os dois, em discórdia, ficaram cindidos, o de
dele um ser contraditório. Quais são as con- Atreu filho, senhor de guerreiros, e Aquiles
tradições que habitam o interior dele e que divino.
nome recebe essa figura de pensamento?
Vocabulário
Texto para as questões de 103 a 105 Pelida = Aquiles
Aquivos = o povo grego
CARLOTINHA: — Mano, mano! (Voltando- Hades = o mundo dos mortos
se para a porta.) Não te disse? Saiu! (Acenan- Atreu = filho de Peleu = Agamênnon
do.) Vem, psiu, vem!
HENRIQUETA: — Não, ele pode zangar-se 106. O fragmento transcrito pertence ao livro
quando souber. que inicia a literatura ocidental. De que livro
CARLOTINHA: — Quem vai contar-lhe? De- se trata?
mais, que tem isso? Os homens não dizem que
as moças são curiosas? 107. A que gênero literário pertence o frag-
HENRIQUETA: — Mas, Carlotinha, não é bo- mento?
nito uma moça entrar no quarto de um moço
solteiro. 108. O texto faz referências a uma guerra de
CARLOTINHA: — Sozinha, sim; mas com a dez anos ocorrida por causa do sequestro de
irmã não faz mal. Helena, esposa de Menelau, por Páris. Como
HENRIQUETA: — Sempre faz. ficou conhecida essa guerra?
Português 152 297

Texto para as questões de 109 a 112 114. A expressão “mil quarentenas” é uma fi-
gura de linguagem que prima pelo exagero.
Numa luta de gregos e troianos Qual o nome dessa figura?
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história de um cavalo de pau 115. Qual é o significado da palavra “obsce-
Terminava uma guerra de dez anos nas” no texto?
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor Texto para as questões de 116 a 119
Humilhando a família de Heitor Soneto do maior amor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa Maior amor nem mais estranho existe
Faz o homem gemer sem sentir dor Que o meu, que não sossega a coisa amada
Zé Ramalho e Otacílio Batista – Trecho da E quando a sente alegre, fica triste
música Mulher nova, bonita e carinhosa. E se a vê descontente, dá risada.

109. A que guerra se refere o quarto verso da E que só fica em paz se lhe resiste
canção? O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
110. Os versos da canção estão metrificados? Que de uma vida mal-aventurada.
Em caso afirmativo, qual a métrica empregada?
Louco amor meu que quando toca, fere
111. Faça a escansão dos dois primeiros versos E quando fere, vibra, mas prefere
da canção? Ferir a fenecer – e vive a esmo

112. A letra acima transcrita faz referência a Fiel à sua lei de cada instante
um texto consagrado da literatura ocidental. Desassombrado, doido, delirante
Que nome recebe esse recurso? Numa paixão de tudo e de si mesmo.
Vinícius de Moraes
Texto para as questões de 113 a 115
116. A que gênero literário pertence o poema
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de acima?
[Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de 117. Explique o título do poema.
[Atenas
Quando eles embarcam, soldados 118. Qual a métrica dos versos?
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas 119. Transcreva da primeira estrofe duas an-
E quando eles voltam sedentos títeses.
Querem arrancar violentos
Carícias plenas Textos para as questões de 120 a 125
Obscenas Texto I

113. Os versos pertencem a uma famosa can- Além, muito além daquela serra, que ainda
ção de Chico Buarque e Augusto Boal, inti- azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a
tulada Mulheres de Atenas. Nos fragmentos virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos
transcritos, os compositores fazem uma re- mais negros que a asa da graúna e mais longos
ferência à Penélope, esposa de Ulisses, que que seu talhe de palmeira. O favo da jati não
esperou, fielmente, durante vinte anos, pelo era doce como o seu sorriso; nem a baunilha
retorno do marido. Em qual verso da canção rescendia no bosque como seu hálito perfuma-
EM1D-10-14

ocorre essa referência? do. Mais rápida que a ema selvagem, a morena
298

virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde filho mais novo escanchado no quarto e o baú
campeava sua guerreira tribo, da grande nação de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio,
tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com presa ao cinturão, a espingarda da pederneira
as primeiras águas. no ombro. O menino mais velho e a cachorra
ALENCAR, José de. Iracema. Rio de Baleia iam atrás.”
Janeiro, Letras e Artes, 1965, p. 16. Graciliano Ramos – Vidas Secas

Texto II 120. Quais as diferenças quanto ao cenário en-


tre o texto I e o texto II?
Na planície avermelhada os juazeiros alarga-
vam duas manchas verdes. Os infelizes tinham 121. Como é apresentada a personagem no
caminhado o dia inteiro, estavam cansados e texto I?
famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas
como haviam repousado bastante na areia do 122. Como são apresentadas as personagens
rio seco, a viagem progredira bem três léguas. no texto II?
Fazia horas que procuravam uma sombra. A fo-
lhagem dos juazeiros apareceu longe, através 123. Como a natureza é vista em ambos os
dos galhos pelados da caatinga rala. Arrasta- textos?
ram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o

Capítulo 2

124. O estilo dos autores é o mesmo nos dois 126. Podemos afirmar que os dois textos per-
textos anteriormente apresentados? tencem a uma mesma época? Por quê?

125. Qual seria a principal diferença entre o 127. É possível identificar a época em que am-
estilo dos dois autores? bos foram escritos? Justifique.

Textos para as questões de 126 a 129 128. Ainda que não soubéssemos que o texto
Texto I I é um fragmento da canção Pela Internet, de
Gilberto Gil, e que o texto II é de autoria de D.
Criar meu web site Sancho I, da primeira época lírica portuguesa,
Fazer minha home-page é possível reconhecer, ainda que aproxima-
Com quantos gigabytes damente, a época em que ambos foram com-
Se faz uma jangada postos. É possível, também, reconhecer uma
Um barco que veleje característica comum aos dois textos. Qual é
essa característica?
Texto II
129. Em literatura, estilo individual e estilo
Ai eu, coitada, com vivo de época significam:
Em gran cuidado por meu amigo a) a linguagem considerada no que ela tem
Que ei alongado! Muito me tarda de característico e inconfundível na obra de
O amigo na guarda! um artista e no conjunto de textos de uma
Vocabulário determinada época.
Cuidado = preocupação b) o conjunto de livros de um determinado
Ei alongado = está longe de mim autor.
Guarda = serviço militar c) as diferenças entre a literatura e a pintura.
Português 152 299

d) uma tendência a repetir temas e formas por exemplo. Considerando para o texto acima
literárias em diversas épocas. (Mona Lisa) esses mesmos aspectos, é possível
e) uma tendência a imitar autores e estilos afirmar que ele pertence ao gênero:
considerados clássicos. a) relatório. d) resenha.
b) editorial. e) artigo.
Texto para as questões de 130 a 132 c) notícia.

Mona Lisa de Da Vinci sem motivos para sorrir 131. Observe, no primeiro parágrafo, o uso
da expressão “em parte”, cujo objetivo é evi-
tar generalização ou uma precisão difícil de
apontar.
Dentre as alternativas abaixo, indique
aquela que também é utilizada com o mesmo
objetivo.
Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das a) “... o quadro passará por uma detalhada
mais admiradas telas jamais pintadas, devido, avaliação técnica...”.
em parte, ao sorriso enigmático da moça re- b) “O estudo (...) vai determinar os materiais
tratada, a “Mona Lisa”, está se deteriorando. O usados na peça e sua vulnerabilidade...”.
grito de alarme foi dado pelo Museu do Louvre, c) “... e todos, praticamente, veem a ‘Mona
em Paris, que anunciou que o quadro passará Lisa’, uma tela de 77 centímetros...”.
por uma detalhada avaliação técnica com o ob- d) “A tela será mantida no mesmo local, ex-
jetivo de determinar o porquê do estrago. posta ao público...”.
De acordo com o Museu de Louvre, o fino e) “... uma tela (...) protegida por uma caixa
suporte de madeira sobre o qual o retrato foi de vidro, com temperatura controlada.
pintado sofreu uma deformação desde que es-
pecialistas em conservação examinaram a pin- 132. Não é incomum, mesmo em textos pre-
tura pela última vez. O museu não diz quando dominantemente informativos, a presença de
essa última avaliação ocorreu. linguagem figurada. Certamente, esse recurso
O estudo será feito pelo Centro de Pesquisa leva o leitor a produzir determinados sentidos
e Restauração dos Museus da França e vai de- que não se criariam simplesmente por meio
terminar os materiais usados na tela e avaliar do recurso à linguagem literal. No texto lido,
sua vulnerabilidade a mudanças climáticas. há presença constante da figura de linguagem
O Museu do Louvre recebe cerca de seis mi- denominada personificação, por meio da qual
lhões de visitantes por ano, e todos, praticamen- características de seres animados são atribu-
te, veem a “Mona Lisa”, uma tela de 77 centíme- ídas a seres inanimados. Retirados do texto
tros de altura por 55 de largura, protegida por acima, todos os trechos presentes nas alterna-
uma caixa de vidro, com temperatura controla- tivas seguintes têm personificação, exceto:
da. A tela será mantida no mesmo local, exposta a) Mona Lisa de Da Vinci sem motivos para
ao público, enquanto for realizado o estudo. sorrir.
Adaptado de: http://www.italiaoggi.com.br, b) Especialistas em conservação examinaram
(acessado em 13/11/07) a pintura pela última vez.
c) O museu não diz quando essa última ava-
130. A um conjunto de regularidades relativa- liação ocorreu.
mente estáveis no que diz respeito à função so- d) O estudo será feito pelo Centro de Pesqui-
cial, produção, circulação e consumo de um tex- sa e Recuperação de Museus da França.
to, bem como aos seus aspectos composicionais e) [O estudo] vai determinar os materiais usa-
e linguísticos, dá-se o nome de gênero textual. dos na tela e avaliar sua vulnerabilidade.
É por razões assim que um leitor proficiente não
confunde uma receita de bolo com uma carta, 133. Na literatura portuguesa, quais são as
EM1D-10-14

uma passagem de ônibus com uma nota fiscal, escolas que fazem parte da Era Medieval?
300

134. Que nome recebe a primeira escola literária da literatura portuguesa? Quais as composições
dessa escola?

135. Observe atentamente o quadro a seguir.

Data Movimento Marco inicial

1601 Barroco Publicação de Prosopopeia, de Bento Teixeira

1768 Arcadismo Publicação de Obras, de Cláudio Manoel da Costa

1836 Romantismo Publicação de Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães

Realismo/ Publicação de O mulato, de Aluísio Azevedo, e Memórias


1881
Naturalismo Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

1882 Parnasianismo Publicação de Fanfarras, de Teófilo Dias

1893 Simbolismo Publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e Sousa

Pré-
1902 Publicação de Os sertões, de Euclides da Cunha
Modernismo

1922 Modernismo Realização da Semana de Arte Moderna, em São Paulo

Que movimento(s) literário(s) ocorreu(ocorreram) no Brasil e não em Portugal?

136. Abaixo, encontram-se todos os estilos de 140. As escolas literárias ou estilos de época
época da literatura portuguesa. Separe-os de dividem-se em duas correntes básicas. São elas
acordo com as três eras dessa literatura, con- o Classicismo – que caracteriza a predominân-
forme apresentadas no assunto Cronologia dos cia da racionalidade, da razão no estilo dos
estilos de época do livro de teoria. autores desses períodos literários, e a corrente
Realismo/Naturalismo, Trovadorismo, Clas- romântica, em cujas escolas privilegiam-se a
sicismo, Simbolismo, Humanismo, Arcadismo, emocionalidade humana e todos os sentimen-
Romantismo, Modernismo, Barroco. tos daí decorrentes. A par disso, marque (I)
à frente dos períodos clássicos e (II) à frente
137. Aponte a alternativa em que o estilo não dos estilos românticos.
existiu no Brasil. a) (  ) Arcadismo f) (  ) Barroco
a) Arcadismo b) (  ) Romantismo g) (  ) Trovadorismo
b) Simbolismo c) (  ) Realismo h) (  ) Simbolismo
c) Humanismo d) (  ) Modernismo i) (  ) Renascimento
d) Modernismo e) (  ) Humanismo j) (  ) Naturalismo
e) Barroco
141. Na questão a seguir, relacione a informa-
138. Como é chamada a poesia portuguesa ção dada ao estilo de época correspondente.
que corresponde ao Parnasianismo brasileiro, I. Visão racional sobre a sociedade.
uma vez que esta denominação não foi adota- II. Ação da Cia. de Jesus, como consequên-
da em Portugal? cia da Contrarreforma da Igreja Católica.
III. Simboliza a independência artística
139. Houve um período literário, no início do brasileira, só ocorrida no século XX.
século XX, razoavelmente delineado, que só IV. Constante tematização do sentimento
foi identificado no Brasil. amoroso.
a) Qual é o nome desse estilo? a) (  ) Modernismo c) (  ) Romantismo
b) Qual é o estilo do qual ele é íntimo? b) (  ) Realismo d) (  ) Barroco
Português 152 301

Leia os fragmentos de textos a seguir para 145. No 1o verso, há claro indício do chama-
responder às três questões à frente. do amor cortês, típico do relacionamento ho-
Texto I mem/mulher, vigente na Idade Média. Inter-
prete essa afirmação.
Tudo vem me lembrar que tu fugiste,
Tudo, que me rodeia, de ti fala. 146. Mostrai-ma, ai Deus! (...) Senão, dai-me a
Inda a almofada, em que pousaste a fronte, morte (...). Marque a alternativa que justifi-
O teu perfume predileto exala. ca corretamente esse pedido a Deus, repetido
Castro Alves com insistência.
a) Trata-se da força do hábito social, pela
Texto II crença no elemento divino.
b) Revela a força do poder de Deus (teocen-
Só males são reais, só dor existe: trismo) sobre a vontade/desejo dos homens,
Prazeres só os gera a fantasia; especialmente na Idade Média.
Em nada, um imaginar, o bem consiste, c) Nesse período, acreditava-se que Deus in-
Anda o mal em cada hora e instante e dia. tercedia facilmente por aquele que, publica-
Antero de Quental mente, confessava seu sentimento amoroso.
d) Foi a maneira que o poeta encontrou para
142. Responda a qual das vertentes artísticas usar a palavra de Deus, para facilitar a cons-
(clássica ou romântica) pertence o 1o frag- trução das rimas da poesia.
mento e justifique a sua resposta. e) A invocação a Deus é mero pretexto para
impressionar a mulher desejada.
143. Igualmente, indique a linha literária a
que pertence o 2o texto e justifique. 147. Pela manifestação otimista do apaixona-
do, ao final do poema, percebe-se que a reali-
144. Responda se esses dois trechos literários zação amorosa do eu lírico está próxima. Co-
são exemplos de poesia ou de prosa e justifique. mente se essa afirmação é ou não verdadeira e
justifique sua resposta.
Texto para as questões de 145 a 148
Apresenta-se a seguir um texto produzido por 148. Quem é o responsável pela paixão que o
um autor que viveu no século XII. A leitura des- eu lírico sente pela mulher? Justifique.
se poema permite-nos algumas observações so-
ciais sobre a época em que ele foi escrito. Leia-o Texto para as questões de 149 a 152
e responda às questões relativas ao mesmo.
Amiga, há muito tempo
A dona que eu sirvo e que muito adoro Foi-se daqui com el-rei
mostrai-ma, ai Deus! Pois que voz imploro, Meu amigo; mas já senti
senão, dai-me a morte. Mil vezes no meu coração
Que algures morreu, com pesar
Essa que é a luz destes olhos meus Pois não tornou comigo a falar.
por quem sempre choram, mostrai-ma, ai Deus!
senão, dai-me a morte. Por que demora tanto por lá,
E nunca me tornou a ver,
Essa que entre todos fizestes famosa, Amiga, se veja prazer,
mostrai-ma, ai Deus! Onde eu vê-la possa, Mais de mil vezes cuidei já
senão, dai-me a morte. Que algures morreu, com pesar,
Pois não tornou comigo a falar.
A que me fizeste amar mais do que tudo.
mostrai-ma e onda possa com ela falar, Amiga, o seu coração
EM1D-10-14

senão, dai-me a morte. Era de voltar logo aqui


Bernardo de Bonaval (século XII) Quando visse os meus olhos em mim,
302

E por isso mil vezes pensei Se encontraram então no parque da cidade


Que algures morreu, com pesar, A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
Pois não tornou comigo a falar O Eduardo achou estranho e melhor não co-
D. Dinis mentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo.
149. Identifique o eu lírico do texto. Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis.
150. A quem se dirige o eu lírico? Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês.
151. Segundo o eu lírico, o que teria aconteci- Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus,
do com seu amado? De Van Gogh e dos Mutantes,
De Caetano e de Rimbaud
152. A viagem ou ausência do amado, regis- E o Eduardo gostava de novela
trada na 1a estrofe, revela aspecto pertinente E jogava futebol de botão com seu avô.
à Idade Média. Justifique essa afirmação. Ela falava coisas sobre o Planalto Central,
Também magia e meditação.
Textos para as questões de 153 a 156 E o Eduardo ainda estava
Eduardo e Mônica No esquema “escola-cinema-clube-televisão”.
E, mesmo com tudo diferente,
Quem um dia irá dizer Veio mesmo, de repente,
Que existe razão Uma vontade de se ver
Nas coisas feitas pelo coração? E os dois se encontravam todo dia
E quem irá dizer E a vontade crescia,
Que não existe razão? Como tinha de ser.
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se le- Eduardo e Mônica fizeram natação, foto-
vantar grafia,
Ficou deitado e viu que horas eram Teatro, artesanato e foram viajar.
Enquanto Mônica tomava um conhaque A Mônica explicava pro Eduardo
Noutro canto da cidade Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar:
Como eles disseram. Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo
Eduardo e Mônica um dia se encontraram crescer
sem querer E decidiu trabalhar;
E conversaram muito mesmo pra tentar se E ela se formou no mesmo mês
conhecer. Em que ele passou no vestibular
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que E os dois comemoraram juntos
disse: E também brigaram juntos, muitas vezes
— Tem uma festa legal e a gente quer se depois
divertir. E todo mundo diz que ele completa ela e
Festa estranha, com gente esquisita: vice-versa,
— Eu não estou legal. Não aguento mais Que nem feijão com arroz.
birita. Construíram uma casa uns dois anos atrás,
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Sobre o boyzinho que tentava impressionar Batalharam grana e seguraram legal
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir A barra mais pesada que tiveram.
pra casa: Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
— É quase duas, eu vou me ferrar. E a nossa amizade dá saudade no verão.
Eduardo e Mônica trocaram telefone Só que nessas férias não vão viajar
Depois telefonaram e decidiram se encontrar. Porque o filhinho do Eduardo
O Eduardo sugeriu uma lanchonete Tá de recuperação.
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard. E quem um dia irá dizer
Português 152 303

Que existe razão a) Hoje a comidinha da mamãe estava uma


Nas coisas feitas pelo coração? delícia.
E quem irá dizer b) João irá fazer uma operaçãozinha hoje.
Que não existe razão? c) Ele serviu um vinhozinho qualquer.
Legião Urbana d) Os pombinhos estão felizes com a chegada
Composição: Renato Russo do filho.
e) A nossa casinha é muito bonita.
153. A mesma estrofe inicia e termina a letra
da música para mostrar a ideia defendida pelo 156. A letra da música conta uma história de
autor de que não existe razão nas coisas feitas amor. O texto começa e termina com os mesmos
pelo coração, já que pessoas de personalidades versos, uma forma de reforçar a ideia defen-
tão diferentes, como os personagens da histó- dida pelo autor: “Quem um dia irá dizer/Que
ria narrada, apaixonaram-se e ficaram juntos. existe razão/nas coisas feitas pelo coração?/E
Leia as afirmações a seguir: quem irá dizer/Que não existe razão?”. Indi-
I. No trecho “Ele aprendeu a beber”, en- que a afirmação que justifica a ideia contida
tende-se que Eduardo adquiriu consciência de nesses dois versos dentro da música.
seus limites em relação a bebida. a) As personagens têm personalidades e in-
II. O texto diz “filhinho de Eduardo” e não teresses muito diferentes, o que nos levaria
do casal porque a mãe, Mônica, era muito ocu- a pressupor que jamais se entenderiam e, no
pada com seu trabalho e não podia dar muita entanto, sentem-se atraídos um pelo outro.
atenção ao filho. b) A figura masculina (Eduardo) é tratada
III. Há uma relação de amizade entre o nar- como alienada e inconsciente; o autor chega
rador da história e o casal Eduardo e Mônica: a insinuar que a personagem é preguiçosa e
“E a nossa amizade dá saudade no verão.” indolente, na segunda estrofe.
É(são) verdadeira(s): c) O autor desenha injustamente a persona-
a) I e II. lidade de Eduardo, considerando-o frágil e
b) I e III. imaturo.
c) I, II e III. d) Na ocasião do primeiro encontro, percebe-
d) somente I. -se que Mônica impõe suas preferências, uma
e) somente II. constante durante toda a letra.
e) Eduardo ainda fazia programa de adoles-
154. A música anterior apresenta muitas ex- centes quando conheceu Mônica, que era mais
pressões coloquiais que ajudaram a construir velha, culta e com temperamento forte. Essas
um clima descontraído para a história narra- diferenças ocasionaram brigas.
da. Identifique a alternativa em que isso não
ocorre. Texto para as questões de 157 a 159
a) “Eu não estou legal. Não aguento mais bi- Mãos de afeto
rita”.
b) “É quase duas, eu vou me ferrar.” Preparei minhas mãos de afeto
c) “Batalharam grana e seguraram legal Pra esse rapaz encantado
(...)” Pra esse rapaz namorado.
d) “(...) a barra mais pesada que tiveram.” O mais belo capataz de todos
e) “E a Mônica riu e quis saber um pouco Os cafezais
mais.” O mais belo vaqueiro de todos
Os cerrados
155. Nos versos “Sobre o boyzinho que tentava O mais belo vaqueiro de todos
impressionar” e “Ele ainda nas aulinhas de In- Os cerrados
glês”, o diminutivo formado a partir do acrésci-
mo do sufixo -inho(a), nos termos destacados, Eu tinha um ombro de algodão
EM1D-10-14

transmite a ideia de desprezo. Marque a opção Pra ajeitar seu sono


em que esse sufixo apresenta a mesma ideia. Eu tinha uma água morna
304

Pra lavar o seu suor agarrou o Vanderley e a Yolanda ó na Ade-


E o meu corpo uma fogueira lina.
Pra esquentar seu frio Vanderley e Odilon
E minha barriga livre bem mais unidos
Pra gerar seu filho empataram capital
e estão montando
Preparei minhas mãos de afeto restaurante natural
Pra esse rapaz encantado cuja proposta
Pra esse rapaz namorado é cada um come o que gosta.
Que partiu pra nunca mais Yolanda e Adelina
Traído nos cafezais bem mais unidas
E os seus olhos roubaram o verde dos cer- acham viver um barato
rados e pra provar
E os meus olhos lavaram todos os meus tão fazendo artesanato
pecados e pela amostra
Ivan Lins e Vítor Marins Yolanda aposta na resposta.
E Adelina não discorda
157. A voz que fala no texto, o eu-lírico, é que pinta e borda com o que gosta.
masculino ou feminino? Comprove com versos É positiva essa proposta
da canção. de quatro: hum-hum... oquêi... tá bom... é...
Só que Odilon
158. A letra dessa canção pode ser comparada a ensopapa o Vanderley com ciúme
qual tipo de cantiga do Trovadorismo? Por quê? e Adelina dá na cara de Yoyô...
Vanderley e Odilon
159. Na canção transcrita, o que ocorreu com Yolanda e Adelina
o amado dela? Qual o verso que comprova sua cada um faz o que gosta
resposta? e o relacionamento... continua a mesma
bosta!
Texto para as questões de 160 a 163 João Bosco e Aldir Blanc
A nível de
160. A letra acima transcrita pode ser compa-
Vanderley e Odilon rada a que modalidade de cantiga trovadores-
são muito unidos ca? Por quê?
e vão pro Maracanã
todo domingo 161. Qual a solução encontrada pelos casais
criticando o casamento para tentar melhorar o relacionamento?
e o papo mostra
que o casamento anda uma bosta... 162. A solução deu certo? Por quê?
Yolanda e Adelina
são muito unidas 163. A que classe social pertencem as perso-
e se fazem companhia nagens da canção? Justifique com passagens
todo domingo do texto.
que os maridos vão pro jogo.
Yolanda aposta Texto para as questões de 164 a 171
que assim a nível de proposta O casamento dos pequenos burgueses
o casamento anda uma bosta
e a Adelina não discorda. Ele faz o noivo correto
Estruturou-se um troca-troca Ela faz que quase desmaia
e os quatro: hum-hum... oquêi... tá bom... é... Vão viver sob o mesmo teto
Só que Odilon, não pegando bem a coisa, Até que a casa caia
Português 152 305

Até que a casa caia 164. A letra da canção acima pode ser compa-
rada a qual tipo de composição do Trovadoris-
Ele é o empregado discreto mo? Por quê?
Ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto 165. Na primeira estrofe, em que etapa da
Até explodir o ninho vida conjugal se encontra o casal?
Até explodir o ninho
166. Na segunda estrofe, o que evidencia que
Ele faz o macho irrequieto eles já estão casados?
Ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto 167. Qual a novidade na vida que surge na
Até secar a fonte terceira estrofe?
Até secar a fonte
168. Na quarta estrofe, como é o cotidiano do
Ele é o funcionário completo casal?
Ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto 169. Na quinta estrofe, o que fez o marido
Até trocarem tiros para tentar escapar da rotina conjugal?
Até trocarem tiros
170. Na última estrofe, em que etapa da vida
Ele tem um caso secreto se encontra o casal?
Ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto 171. Nos dois últimos versos da última estro-
Até casarem os filhos fe, ocorre uma ironia. De que ironia se trata?
Até casarem os filhos
172. Relacione adequadamente as colunas.
Ele fala de cianureto a) Trovador d) Menestrel
Ela sonha com formicida b) Jogral e) Soldadeira
Vão viver sob o mesmo teto c) Segrel
Até que alguém decida (( ) Poeta profissional
Até que alguém decida (( ) Mulher que fazia parte do coro.
(( ) Músico ligado a determinada corte.
Ele tem um velho projeto (( ) Poeta fidalgo
Ela tem um monte de estrias (( ) Poeta popular
Vão viver sob o mesmo teto
Até o fim dos dias Texto para as questões 173 e 174
Até o fim dos dias
Non chegou, madr’, o meu amigo,
Ele às vezes cede um afeto e oj’est o prazo saído!
Ela só se despe no escuro ai, madre, moiro d’amor!
Vão viver sob o mesmo teto Non chegou, madr’, o meu amado
Até um breve futuro e oj’est prazo passado!
Até um breve futuro ai, madre, moiro d’amor!
E oj’est prazo saído!
Ela esquenta a papa do neto Por que mentiu o desmentido?
Ele quase que fez fortuna ai, madre, moiro d’amor!
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a morte os una E oj’est prazo passado!
Até que a morte os una Por que mentiu o perjurado?
Chico Buarque
EM1D-10-14

ai, madre, moiro d’amor!


306

Por que mentiu o desmentido 176. Leia com atenção


pesa-mi, pois per si é falido. Texto I
ai, madre, moiro d’amor!
Por que mentiu o perjurado Noutro dia, quando m’eu espedi
pesa-mi, pois mentiu a seu grado, de mia senhor, e quando mi’houv’a ir
ai, madre, moiro d’amor! e me non falou, nen me quis oir,
Dom Dinis tan sen ventura foi que non morri,
que se mil vezes podesse morrer,
173. Em relação ao texto, marque a alternati- meor coita me fora de sofrer!
va incorreta. Dom João Soares Coelho
a) A donzela reclama que o namorado não
compareceu no prazo combinado. Texto II
b) É cantiga confessional, pois o emissor de-
sabafa com a mãe. Toda gente homenageia
c) Trata-se de um eu lírico típico das canti- Januária na janela
gas de amigo. Até o mar faz maré cheia
d) O eu lírico está aborrecido com a mãe por Pra chegar mais perto dela
esta ter-lhe mentido quanto ao namorado. O pessoal desce na areia
e) Apesar da ausência da natureza, o texto é E batuca por aquela
uma cantiga de amigo. Que, malvada, se penteia
E nem escuta quem apela.
174. Quanto aos cancioneiros, responda ao Chico Buarque de Holanda
que se pede.
a) O que é um cancioneiro? O primeiro texto foi escrito no século XIII;
b) Quem os produziu? o segundo, no século XX. São, portanto, dis-
tantes no tempo. Quanto a isso, responda ao
175. que se pede.
A dona que eu am’e tenho por senhor a) O que há de comum entre o conteúdo dos
amostrade-mh-a Deus, se vos en prazer for, dois?
se non dade-mh-a morte. b) Que efeito a atitude da amada provoca no
A que tenh’eu por lume d’estes olhos meus trovador do texto I?
e por que choran sempre amostrade-mh-a c) Que particularidade sonora se destaca no
Deus, texto 2?
se non dade-mh-a morte.
Essa que Vós fezestes milhor parecer 177. Diferencie a cantiga de escárnio da de
de quantas sey, ay Deus, fazede-mh-a veer, maldizer.
se non dade-mh-a morte.
Ay Deus, que mh-a fazestes mais ca mim 178. Com relação aos sentimentos, qual a dife-
amar, rença entre cantiga de amor e cantiga de amigo?
mostrade-mh-a hu possa com ela falar,
se non dade-mh-a morte. 179. Identifique a cantiga.
Bernardo de Bonaval
a) A dona que eu sirvo e que muito adora
Com relação ao texto lido, responda ao que mostrai-ma, ai Deus! Pois eu vos imploro,
se pede. se não, dai-me a morte.
a) Classifique a cantiga apresentada acima. b) Por Deus, coitada vivo,
b) Justifique essa classificação. pois não vem o meu amigo,
c) Que palavras permitem essa denominação? pois não vem, o que farei?
d) Qual é o pedido do eu lírico?
Português 152 307

c) Ai, dona feia, nunca eu vos louvei à chuva, alimentou-se, recuperou-se e pôde,
em meu trovar que eu tanto trovei então, fugir do dono que o maltratava.
e eis que umas trovas vos dedicarei d) amigo, em que se mostra que o dono do cava-
em que louvada de toda a maneira lo não lhe buscou cevada nem o ferrou por causa
sereis e assim vos louvarei do mau tempo e da chuva que Deus mandou, mas
dona feia, velha e gaiteira. mesmo assim o cavalo pôde recuperar-se.
d) Foi Don Fagundo un dia convidar e) maldizer, satirizando a atitude do dono
dous cavaleiros pera o seu jantar, que ferrou o cavalo, mas esqueceu-se de ali-
e foi con eles as vaca encetar, mentá-lo, deixando-o entregue à própria sorte
e a vaca morreu-xe logu’enton, para obter alimento.
e Don Fagundo quer-sóra matar,
por que matou a vaca o cajon. 181. Em que período ocorre o teatro de Gil
Vicente?
180. (Unifesp) Leia a cantiga seguinte, de
Joan Garcia de Guilhade. 182. Quais são os tipos satirizados por Gil Vi-
cente?
Un cavalo non comeu
á seis meses nen s’ergueu 183. O teatro de Gil Vicente, por criticar tipos
mais prougu’a Deus que choveu, religiosos, é contrário aos ideais do cristia-
creceu a erva, nismo?
e per cabo si paceu,
e já se leva! 184. O teatro de Gil Vicente tem uma finalida-
de moralizadora. Isso significa que:
Seu dono non lhi buscou a) as peças do autor são contrárias aos ideais
cevada neno ferrou: do cristianismo.
mai-lo bon tempo tornou, b) o teatro vicentino valoriza as virtudes e
creceu a erva, condena os vícios da época.
e paceu, e arriçou, c) o teatro vicentino tem como único objeti-
e já se leva! vo a diversão da plateia.
d) as peças do autor não pretendem instigar
Seu dono non lhi quis dar a prática da virtude.
cevada, neno ferrar; e) o teatro de Gil Vicente pretende instigar
ais, cabo dum lamaçal os homens contra a nobreza e o clero.
creceu a erva,
e paceu, e arriç’ar, 185. (Fuvest-SP) Aponte a alternativa correta
e já se leva! em relação a Gil Vicente.
CD Cantigas from the Court of Dom Dinis. a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
Harmonia Mundi usa, 1995. b) Introduziu a lírica trovadoresca em Por-
tugal.
A leitura permite afirmar que se trata de c) Escreveu a novela Amadis de Gaula.
uma cantiga de: d) Só escreveu peças em português.
a) escárnio, em que se critica a atitude do e) Representa o melhor do teatro clássico
dono do cavalo, que dele não cuidara, mas, português.
graças ao bom tempo e à chuva, o mato cres-
ceu e o animal pôde recuperar-se sozinho. Texto para as questões de 186 a 188
b) amor, em que se mostra o amor de Deus com o Fragmento de A farsa do Velho da horta
cavalo que, abandonado pelo dono, comeu a erva Esta seguinte farsa é o seu argumento que
que cresceu graças à chuva e ao bom tempo. um homem honrado e muito rico, já velho, ti-
c) escárnio, na qual se conta a divertida his- nha uma horta; e, andando uma manhã por
EM1D-10-14

tória do cavalo que, graças ao bom tempo e ela espairecendo, sendo o seu hortelão fora,
308

veio uma moça de muito bom parecer buscar em fim dos dias?
hortaliça, e o velho em tanta maneira se ena- Se a ti mesmo contemplaras,
morou dela que, por via de uma alcoviteira, souberas que não vias,
gastou toda a sua fazenda. A alcoviteira foi e acertaras.
açoitada, e a moça casou honradamente. Entra Quero-me ir buscar a morte,
logo o velho rezando pela horta. Foi represen- pois que tanto mal busquei.
tada ao mui sereníssimo rei D. Manuel, o pri- Quatro filhas que criei
meiro desse nome. Era do Senhor de MDXII eu as pus em pobre sorte.
MOÇA: Já perto sois de morrer. Vou morrer.
Donde nasce esta sandice [falta de juízo] Elas hão de padecer,
que, quanto mais na velhice, porque não lhes deixo nada;
amais os velhos viver? de quanta riqueza e haver
E mais querida, fui sem razão despender,
quando estais mais de partida, mal gastada.
é a vida que leixais? [deixais] Cena final de A farsa do Velho da horta
VELHO: Tanto sois mais homicida,
que, quando amo mais a vida, 189. De que se queixa o Velho nessa passagem
ma tirais. final?
Porque meu tempo d’agora
val vinte anos dos passados; 190. Segundo o Velho, o que o levou a perder
pois os moços namorados bens e honra?
a mocidade os escora. [ampara]
Mas um velho, em idade de conselho, 191. O teatro de Gil Vicente tem sempre uma
de menina namorado... preocupação moral. O que o autor condena na
Oh minha alma e meu espelho! peça A farsa do velho da horta?
MOÇA: Oh miolo de coelho
mal assado! 192. Segundo a peça, como se comporta um
velho enamorado de uma jovem?
186. Segundo a fala da Moça, o que vem a ser
uma sandice (loucura) do Velho? 193. Em qual peça de Gil Vicente temos, num
porto de um rio, duas barcas ancoradas, com
187. Como a Moça reage às insinuações do seus respectivos barqueiros, o Anjo numa e o
Velho? Diabo e seu Companheiro noutra. Elas devem
conduzir as almas para o seu destino: o Paraí-
188. O que significa a fala final da Moça? so ou o Inferno. Antes do embarque, as almas
dialogam com os barqueiros. O diálogo, quase
Texto para as questões de 189 a 192 sempre irônico, serve para justificar as causas
da perdição ou da salvação das almas.
VELHO: Ó roubado,
da vaidade enganado, Texto para as questões de 194 a 198
da vida e da fazenda! O fragmento de texto a seguir é parte do
Ó velho, siso enleado! Auto da barca do Inferno.
Quem te meteu desastrado
em tal contenda? Vem um Frade com üa Moça [Florença] pela
Se os jovens amores, mão, e um broquel [escudo]e üa espada na ou-
os mais têm fins desastrados, tra, e um casco [capacete] debaixo do capelo
que farão as cãs lançadas (cãs = cabelos [capuz]; e, ele mesmo fazendo a baixa [um certo
brancos) tipo de dança], começou de dançar, dizendo:
no conto dos amadores? FRADE
Que sentias, Tai-rai-rai-ra-rã; ta-ri-ri-rã;
triste velho, ta-rai-rai-rai-rã; tai-ri-ri-rã:
Português 152 309

tã-tã; ta-ri-rim-rim-rã. Huhá! 196. Segundo afirma o Frade, o fato de ele ter
DIABO uma moça era privilégio dele?
Que é isso, padre?! Que vai lá?
FRADE 197. Na última fala do Frade acima transcrita,
Deo gratias! Som cortesão. [“Graças a Deus! o que ele alega em sua defesa para ser salvo?
Sou homem da corte”. De todos os tipos em-
pregados por Gil Vicente, o Frade é o mais cri- 198. Como podemos caracterizar a fala do Dia-
ticado. Certamente era o que mais fazia rir ao bo: ela é séria ou irônica?
público da época, pois era conhecido em todas
as camadas sociais.] Texto para as questões de 199 a 204
DIABO Cena final do Auto da barca do inferno
Sabes também o tordião? [outro tipo de
dança] Vêm Quatro Cavaleiros cantando, os quais
FRADE trazem cada um a Cruz de Cristo, pelo qual Se-
Por que não? Como ora sei! nhor e acrescentamento de Sua santa fé católica
DIABO morreram em poder dos mouros. Absoltos [ab-
Pois entrai! Eu tangerei solvidos] a culpa e pena per privilégio que os
e faremos um serão.[uma festa] que assi morrem têm dos mistérios da Paixão
Essa dama é ela vossa? d’Aquele por Quem padecem, outorgados por to-
FRADE dos os Presidentes Sumos Pontífices da Madre
Por minha la tenho eu, [sempre a tive como Santa Igreja. E a cantiga que assi cantavam,
minha] quanto a palavra dela, é a seguinte:
e sempre a tive de meu,
DIABO CAVALEIROS
Fezestes bem, que é fermosa! [formosa, bo- À barca, à barca segura,
nita] barca bem guarnecida,
E não vos punham lá grosa [censura, isto é, à barca, à barca da vida!
não era proibido ter esposas no convento?] Senhores que trabalhais
no vosso convento santo? pola vida transitória,
FRADE memória, por Deus, memória [lembrai-vos]
E eles fazem outro tanto! [no convento, to- deste temeroso cais!
dos os religiosos tinham mulheres] À barca, à barca, mortais,
DIABO Barca bem guarnecida,
Que cousa tão preciosa... [Repare na ironia à barca, à barca da vida!
do Diabo] Vigiai-vos, pecadores,
Entrai, padre reverendo! que, depois da sepultura,
FRADE neste rio está a ventura
Para onde levais gente? de prazeres ou dolores!
DIABO À barca, à barca, senhores,
Pera aquele fogo ardente barca mui nobrecida, [nobre]
que nom temestes vivendo. à barca, à barca da vida!
FRADE
Juro a Deus que nom t’entendo! E passando per diante da proa do batel dos
E este hábito no me val? danados assi cantando, com suas espadas e es-
cudos, disse o Arrais da perdição desta maneira:
194. As vestimentas com que o Frade chega
ao cais das almas são adequadas a um homem DIABO
religioso? Cavaleiros, vós passais
e nom perguntais onde is?
195. Por que o Frade embarcará com o Diabo?
EM1D-10-14

1o CAVALEIRO
310

Vós, Satanás, presumis? [Como ousas nos b) O moralismo vicentino localiza os vícios
dirigir a palavra?] não nas instituições, mas nos indivíduos que
Atentai com quem falais! as fazem viciosas.
2o CAVALEIRO c) É complexa a crítica aos costumes da épo-
Vós que nos demandais? ca, já que o autor é o primeiro a relativizar a
Siquer conhecê-nos bem: distinção entre o Bem e o Mal.
morremos nas Partes d’Além, d) A ênfase dessa sátira recai sobre as perso-
e não queirais saber mais. nagens populares, as mais ridicularizadas e as
DIABO mais severamente punidas.
Entrai cá! Que cousa é essa? e) A sátira é aqui demolidora e indiscrimina-
Eu nom posso entender isto! da, não fazendo referência a qualquer exem-
3o CAVALEIRO plo de valor positivo.
Quem morre por Jesus Cristo
não vai em tal barca como essa! 205. Das características abaixo, qual não per-
Tornaram a prosseguir, cantando, seu cami- tence ao Classicismo?
nho direto à barca da Glória, e, tanto que che- a) Racionalismo
gam, diz o Anjo: b) Harmonia das formas
c) Clareza de sentido
ANJO d) Universalismo
Ó cavaleiros de Deus, e) Fuga da realidade
a vós estou esperando,
que morrestes pelejando [lutando] 206. O movimento renascentista está es-
por Cristo, Senhor dos Céus! treitamente ligado a uma série de transfor-
Sois livres de todo mal, mações socioeconômicas iniciadas na Baixa
mártires da Santa Igreja, Idade Média. Assinale a alternativa que con-
que quem morre em tal peleja tém elementos estranhos ao Renascimento
merece paz eternal. Cultural.
a) A cultura renascentista expressa valores
E assi embarcam. burgueses.
b) Na perspectiva renascentista, o homem
199. Como morreram os Quatro Cavaleiros? é concebido como um ser que se assemelha a
Deus em sua genialidade e criatividade.
200. Segundo o Anjo, por que eles já eram es- c) O Renascimento enfatiza uma cultura lai-
perados para embarcar na barca da Glória? ca, racional e científica.
d) Os valores feudais foram exaltados nos pri-
201. Como o Diabo é tratado pelos Quatro Ca- meiros momentos do movimento renascentista.
valeiros? e) Pode-se afirmar que o elemento central do
Renascimento foi o humanismo.
202. O que significa a expressão “barca da
vida”, cantada pelos quatro Cavaleiros logo 207. Sobre o Classicismo, assinale a alterna-
que chegam ao cais? tiva correta.
a) A arte deve servir exclusivamente como
203. A cena final confirma a tese de que o te- instrumento de educação.
atro de Gil Vicente tem uma finalidade mora- b) A arte deve servir apenas para proporcio-
lizadora? Por quê? nar prazer ao homem.
c) A arte deve servir para proporcionar pra-
204. (Fuvest-SP) Indique a afirmação correta zer e para educar o homem.
sobre o Auto da barca do inferno, de Gil Vicente. d) A arte não é uma forma de conhecimento
a) É intrincada a estruturação de suas cenas, da realidade.
que surpreendem o público com o inesperado de e) A arte deve servir como instrumento de
cada situação. fuga da realidade.
Português 152 311

208. Use o banco de dados a seguir para com- 211. As transformações culturais iniciadas
pletar as posições referentes às características com o humanismo consolidaram-se durante o
clássicas na literatura, em relação à forma. Renascimento, designação do período que vai
Banco de dados de meados do século XV ao final do século XVI.
decassílabo quartetos O Classicismo, estética literária e artística da
medida nova tercetos Antiguidade, recrudesce com os valores do Re-
medida velha oitava-rima nascimento. A imitação da arte greco-romana
soneto oito, rimas transforma-se, então, em regra, e dessa imi-
quatro dolce stil nuovo tação decorrem as principais características
a) Uso do verso ______________, denomina- artísticas desse período.
do _____________, em oposição às redondilhas Considerando a escultura Davi, de Miche-
medievais, chamadas _____________. langelo, exemplo dos ideais da arte classicista
b) Criação do ______________, composi- e de seu período histórico, aponte a alternati-
ção formada por ___________ estrofes: dois va que apresenta uma afirmação incorreta.
_____________ e dois ______________.
c) O outro nome da poesia renascentista é
_______________.
d) Uso da _____________, nome de estro-
fes com _____________ versos e esquema de
____________ abababcc.

209. Identifique a característica clássico-re-


nascentista nas proposições abaixo.
I. Valorização das capacidades físicas e espi-
rituais do homem, seus feitos heroicos, sua capa-
cidade de dominar e de transformar o mundo.
II. Empenho na imitação das obras de arte
da Antiguidade greco-latina.
III. Tentativa de explicar os fatos pela razão,
ou seja, raciocinando, procurando suas causas.
IV. Busca de verdade e beleza universais.

210. Leia o texto a seguir e responda ao que


se pede.
No final do século XV, os navegantes eu-
ropeus chegaram ao Oriente pelo mar, unindo Davi, de Michelangelo
duas pontas do hemisfério. O mundo ficou per-
plexo: comprovara-se que a Terra era redonda, e a) O “belo” é considerado critério artístico,
o mar não possuía abismo nem monstros. Cida- buscado por meio do equilíbrio e da pureza,
des cresciam assustadoramente, o comércio ex- conforme é perceptível, também, na conten-
pandia-se, o protestantismo dividia a Igreja. A ção lírica de Camões e dos autores renascen-
ciência questionava os dogmas religiosos, sendo tistas em geral.
constantemente ameaçada pela Inquisição. b) Figuras humanas indicam estudo e repro-
Indique, com segmentos do texto, os se- dução real e fiel da anatomia humana, o que
guintes dados: demonstra a preocupação com a representação
a) viagem de circunavegação; exata do homem.
b) uma crença medieval; c) Contrariando preceitos teocêntricos da
c) capitalismo comercial nascente; moral cristã católica da época, o centro das
d) Reforma; preocupações, sejam sociais, políticas ou ar-
e) Racionalismo.
EM1D-10-14

tísticas, visa à condição humana.


312

d) Decadência do feudalismo e ascensão c) Obediência às regras e modelos e conten-


da burguesia, anunciando os pressupostos ção do lirismo
do capitalismo, de acordo com o movimento d) Valorização do homem (do aventureiro, do
das Cruzadas e da arte sacra, esta produzi- soldado, do sábio e do amante) e verossimi-
da como linha auxiliar da Contra-Reforma lhança (imitação da verdade e da natureza)
católica. e) Liberdade de criação e predomínio dos im-
e) Desenvolvimento das ciências exatas e na- pulsos pessoais
turais, com a descoberta e a comprovação de
teorias importantes para a evolução científica 214. O culto aos valores universais — o Belo,
do homem; o período proporciona progressos, o Bem, a Verdade e a Perfeição — e a preocu-
como a expansão marítima lusitana. pação com a forma aproximaram o Classicismo
de duas escolas literárias posteriores. Aponte
212. (Vunesp) a alternativa que identifica essas escolas.
a) Barroco e Simbolismo
Tanto de meu estado me acho incerto, b) Arcadismo e Parnasianismo
Que em vivo ardor tremendo estou de frio; c) Romantismo e Modernismo
Sem causa, juntamente choro e rio, d) Trovadorismo e Humanismo
O mundo todo abarco e nada aperto. e) Realismo e Naturalismo

É tudo quanto sinto, um desconcerto; 215. Não se relaciona à medida nova:


da alma um fogo me sai, da vista um rio; a) versos decassílabos.
agora espero, agora desconfio, b) influência italiana.
agora desvario, agora acerto. c) predileção por formas fixas.
d) sonetos, tercetos, oitavas e odes.
Estando em terra, chego ao céu voando, e) cultura popular, tradicional.
num’hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar um’hora. 216.
Tanto do meu estado me acho incerto,
Se me pergunta alguém por que assi ando, Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
respondo que não sei; porém suspeito sem causa, justamente choro e rio,
que só porque vos vi, minha Senhora. o mundo todo abarco e nada aperto.

O soneto acima transcrito é de Luís de É tudo quanto sinto, um desconcerto;


Camões. Nele se acha uma característica da da alma um fogo me sai, da vista um rio;
poesia clássica renascentista. Assinale essa agora espero, agora desconfio,
característica em uma das alternativas. agora desvario, agora acerto.
a) A suspeita de amor que o poeta declara na (...)
conclusão. Luís de Camões
b) O jogo de contradições e perplexidades
que atormentam o poeta. Assinale a alternativa que contenha um
c) O fato de todos perguntarem ao poeta por traço presente no texto lido.
que assim anda. a) A presença de antíteses e paradoxos em
d) O fato de o poeta não saber responder a nível da forma.
quem o interroga. b) A dúvida do poeta em declarar seu estado
e) A utilização de um soneto para relato das emocional.
suas amarguras. c) O jogo de contradições e a perplexidade
que atormentam o poeta.
213. Identifique a alternativa que não conte- d) O uso de metáforas e metonímias para ex-
nha ideais clássicos de arte. pressar suas emoções.
a) Universalismo e racionalismo e) O questionamento filosófico e reflexivo
b) Formalismo e perfeccionismo sobre o amor.
Português 152 313

Texto para as questões de 217 a 220 Casos, opiniões, natura e uso (acasos; na-
tureza; costumes)
Quem diz que Amor é falso ou enganoso, Fazem que nos pareça desta vida
ligeiro, ingrato, vão, desconhecido, Que não há nela mais que o que parece.
sem falta lhe terá bem merecido Luís de Camões
que lhe seja cruel ou rigoroso.
221. Qual é o tema do soneto?
Amor é brando, é doce e é piedoso.
Quem o contrário diz não seja crido; 222. Segundo a visão de Camões, como está
seja por cego e apaixonado tido, organizado o mundo?
e aos homens, e inda aos deuses, odioso.
Texto para as questões de 223 a 227
Se males faz Amor, em mi se veem;
em mi mostrando todo o seu rigor, Cantiga
ao mundo quis mostrar quanto podia. A este mato alheio:
Se me levam águas
Mas todas suas iras são de amor; nos olhos as levo.
todos estes seus males são um bem,
que eu por todo outro bem não trocaria. Voltas
Luís de Camões Se de saudade
morrerei ou não,
217. O texto acima está em medida nova ou meus olhos dirão
medida velha? Justifique. de mim a verdade.
Por eles me atrevo
218. No poema, o poeta opõe dois sentimen- a lançar as águas
tos. Quais são eles? que mostrem as mágoas
que nesta alma levo.
219. Quais as características dos sentimentos
que, segundo o texto, são opostos? As águas que em vão
me fazem chorar,
220. Segundo o poeta, o amor causa um bem se elas são do mar
ou um mal ao homem? estas d’amar são.
Por elas relevo
Texto para as questões 221 e 222 todas minhas mágoas;
que, se força d’águas
Correm turvas as águas deste rio, me leva, eu as levo.
Que as do céu e as do monte as enturbaram;
Os campos florescidos se secaram, Todas me entristecem,
Intratável se fez o vale, e frio. todas são salgadas;
porém as choradas
Passou o Verão, passou o ardente Estio, doces me parecem.
Umas cousas por outras se trocaram; Correi, doces águas,
Os fementidos Fados já deixaram (engano- que, se em vós me enlevo, (enlevo = encanto)
sos destinos) não doem as mágoas
Do mundo o regimento, ou desvario. que no peito levo.

Tem o tempo sua ordem já sabida; 223. O texto acima está em medida nova ou
O mundo, não; mas anda tão confuso, medida velha? Por quê?
Que parece que dele Deus se esquece.
EM1D-10-14
314

224. Que diz o poeta na primeira estrofe do b) Sua temática concentra-se no campo amo-
poema? roso, desenvolvendo sempre um pensamento
neoplatônico em relação à mulher.
225. Na segunda estrofe do poema, o poeta c) Formalmente, é construída em versos de-
opõe duas águas. Quais são elas? cassílabos, em oitava rima, sem a utilização
de outro metro ou estrofação.
226. Qual o significado dos versos “Se elas são d) Camões tenta conceituar os sentimentos em
do mar, / Estas d’amar são.”? geral, utilizando, para isso, antíteses e paradoxos.
e) A mulher é vista em seus aspectos físicos,
227. Na última estrofe, o poeta afirma que as despojada de espiritualidade, plena sensuali-
duas águas são salgadas, mas as lágrimas cho- dade e emoção.
radas lhe parecem doces. Por quê?
232. Quais são os temas da lírica camoniana?
228. Camões distinguiu-se, na literatura por-
tuguesa, entre outras razões: 233. Leia o texto:
a) por ter sido o primeiro escritor clássico de
Portugal. Cara minha inimiga, em cuja mão
b) por ter sido o maior caricaturista da socie- Pôs os meus contentamentos a ventura
dade portuguesa do século XVI. Faltou-te a ti na terra sepultura,
c) por ter criado o teatro popular. Porque me falta a mim consolação.
d) por ter escrito a melhor interpretação po-
ética dos valores espirituais, morais e cívicos Eternamente as águas lograrão
que distinguiam a civilização portuguesa. A tua peregrina formosura;
Mas, enquanto me a mim a vida dura,
229. Sempre viva em minha alma te acharão.
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar; E, se os meus rudes versos podem tanto
Não tenho logo mais que desejar, Que possam prometer-te longa história
Pois em mim tenho a parte desejada. Daquele Amor tão puro e verdadeiro
O trecho acima faz parte:
a) de um auto vicentino. Celebrada serás sempre em meu Canto;
b) da lírica camoniana. Porque, enquanto no mundo houver memória,
c) de uma cantiga de amor. Será minha escritura o teu letreiro.
d) de uma crônica de Fernão Lopes. Camões
e) de uma cantiga de amigo.
a) Aponte e explique o paradoxo que há no
230. Um dos mais famosos sonetos de Camões início do poema.
assim se inicia: b) Nesse poema, há referência a um aconteci-
Transforma-se o amador na cousa amada, mento que parece ter relação com um dado da
Por virtude do muito imaginar; biografia de Camões: a perda da amada. Segun-
Não tenho logo mais que desejar, do o poema, em que circunstâncias se deu esta
Pois em mim tenho a parte desejada. morte? Quais os versos que se referem a ela?
Você diria que, no quarteto apresentado, c) Qual é o tipo de verso empregado? Trata-se
podemos perceber a visão platônica que Ca- da medida velha ou da medida nova?
mões tem do amor? Explique. d) Por que se trata de um soneto? Qual é o
seu esquema de rimas?
231. Assinale a alternativa correta sobre a lí-
rica camoniana. 234. Sobre a lírica de Camões, é correto afir-
a) Boa parte de sua realização é de inspira- mar que:
ção clássica, embora tenha belas composições a) é composta inteiramente segundo modelos
usando a medida velha. do Classicismo renascentista.
Português 152 315

b) é composta de versos da “medida nova”, Texto para as questões de 238 a 240


totalmente adaptada à técnica renascentista. Observe o seguinte soneto de Manuel Ban-
c) tem em seu centro a tentativa de compre- deira, poeta modernista brasileiro:
ensão da natureza, do amor e do mundo.
d) tem como elemento fundamental a visão Quando n’alma pesar de tua raça
sensual do amor, sempre carregada do sentido A névoa da apagada e vil tristeza,
físico, erótico. Busque ela sempre a glória que não passa,
e) mostra uma atitude puramente emocio- Em teu poema de heroísmo e de beleza.
nal, sem a reflexão e o racionalismo próprios
do Classicismo. Gênio purificado na desgraça,
Tu resumiste em ti toda a grandeza:
235. Na lírica de Camões: Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça
a) o metro usado para a composição dos so- O amor da grande pátria portuguesa.
netos é a redondilha maior.
b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos. E enquanto o fero canto ecoar na mente
c) cantar a Pátria é o centro das suas preo- Da estirpe que em perigos sublimados
cupações. Plantou a cruz em cada continente,
d) encontra-se uma fonte de inspiração de
muitos brasileiros do século XX. Não morrerá, sem poetas nem soldados,
e) a mulher é vista nos seus aspectos físicos, A língua em que cantaste rudemente
despojada de espiritualidade. As armas e os barões assinalados.

236. Leia o texto. 238. A quem se refere o soneto?


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente; 239. Manuel Bandeira, em homenagem ao po-
É um contentamento descontente; eta, cita no soneto o verso de abertura da cé-
É dor que desatina sem doer. lebre epopeia lusitana. Qual é o verso?
Camões
240. O que sugere, sobre a vida do poeta ho-
a) Que sentimento o Amor impõe às pessoas? menageado, o verso “Gênio purificado na des-
Justifique a sua resposta. graça”?
b) No texto ocorrem constantemente duas figu-
ras de linguagem semelhantes. Quais são elas? 241. Assinale a alternativa incorreta em re-
c) Que caráter, fortemente impresso no tex- lação ao poema épico Os lusíadas, de Luís de
to, não é renascentista, apesar de constante Camões.
na lírica camoniana? a) O poema narra, em 10 cantos, a viagem de
Vasco da Gama às Índias.
237. Sobre a lírica camoniana, é incorreto b) As partes que compõem o poema são: pro-
afirmar que: posição, invocação, dedicatória (D. Sebastião),
a) boa parte de sua realização se encontra na narração e epílogo.
poesia de inspiração clássica. c) O poema é uma criação inspirada em obras
b) sua temática é variada, encontrando-se de Homero e Virgílio, expressando o antropo-
desde temas abstratos até tradicionais. centrismo vigente na época.
c) no aspecto formal, é toda construída em d) Entre os episódios mais famosos, desta-
versos decassílabos em oitava rima. cam-se o episódio de Inês de Castro, o do Ve-
d) sonda o sombrio mundo do eu, da mulher, lho do Restelo e o do Gigante Adamastor.
da natureza e de Deus. e) No poema, Camões lamenta que, apesar de
e) muitas vezes, o poeta procura conceituar o ter dominado os mares e descoberto novas ter-
amor, lançando mão de antíteses e paradoxos. ras, Portugal acabe subjugado pela Espanha.
EM1D-10-14
316

242. Sobre Os lusíadas, é correto afirmar que: 244. Sobre Os lusíadas, de Luís Vaz de Camões,
a) os deuses pagãos presentes no poema repre- é errado afirmar que:
sentam a admiração de Camões pela grandeza do a) são um poema de estrito interesse nacio-
mundo antigo e sua descrença no cristianismo. nalista, pois celebram fatos gloriosos da his-
b) Baco é favorável à empresa dos portugue- tória portuguesa que em nada se relacionam
ses; Marte e Vênus se opõem a ela; Júpiter com a situação do mundo na sua época.
toma sempre o partido de Baco. b) são compostos segundo os modelos da Epo-
c) o episódio da Ilha dos Amores representa peia Clássica da Antiguidade (Homero e Vir-
a merecida recompensa pelos grandes feitos gílio) e dos poemas épicos mais recentes do
portugueses, feitos que os elevam ao nível dos Renascimento italiano (Ariosto, sobretudo).
deuses antigos. c) o verso utilizado é o decassílabo clássico
d) o Velho do Restelo representa, no poema, a (especialmente o heroico) e as estrofes, do
opinião progressista da sociedade portuguesa. modelo italiano, são as oitavas-rimas.
e) o episódio sobre a morte de Inês de Castro é d) os dez cantos do poema se dividem em
uma ficção camoniana absolutamente épica. Introdução (proposição, invocação, dedicató-
ria), Desenvolvimento (narração) e Conclusão
243. Leia o texto. (epílogo).
e) os episódios mais importantes do poema
Mas um velho, de aspeito venerando, são: “A morte da Inês de Castro”, “A Fala do
Que ficava nas praias, entre a gente, Velho do Restelo”, “O Gigante Adamastor” e
Postos em nós os olhos, meneando “Ilha dos amores”.
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando, 245. Leia o texto.
Que nós no mar ouvimos claramente,
C’um saber só de experiências feito, Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
Tais palavras tirou do experto peito: (Se de humano é matar uma donzela,
Fraca e sem força, só por ter sujeito
— Ó glória de mandar; ó vã cobiça O coração a quem soube vencê-la).
Desta vaidade a quem chamamos fama! A estas criancinhas tem respeito.
Ó fraudulento gosto, que se atiça Pois o não tens à morte escura dela;
C’uma aura popular; que honra se chama! Mova-te a piedade sua e minha,
Que castigo tamanho e que justiça Pois te não move a culpa que não tinha.
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas, A estância anterior transcrita pertence
Que crueldade neles experimentas! a Os lusíadas, de Luís Vaz de Camões, e faz
parte de um dos mais conhecidos “episódios”
a) A que parte do poema Os lusíadas, de Luís daquela obra. Idenfique-o nas alternativas
Vaz de Camões, pertencem as estrofes acima? abaixo assinaladas.
b) De onde advêm “as mortes” e “os perigos” a) Episódio da “Ilha dos Amores”
de que fala a personagem desses trechos? b) Episódio do “Gigante Adamastor”
c) Anteposta à ousadia dos marinheiros, c) Episódio da “Inês de Castro”
como tachar a atitude do velho que interpela d) Episódio dos “Doze de Inglaterra”
os navegantes? e) Episódio da “Batalha de Aljubarrota”
d) Qual o significado da expressão “experto
peito”? 246. (Fuvest-SP)
e) Porque essas estrofes são chamadas de
oitava-rima? Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
f) Prove que o poema Os lusíadas, de Luís Vaz Destemperada e a voz enrouquecida,
de Camões, foi escrito na “medida nova”, con- E não do canto, mas de ver que venho
forme atestam os versos acima. Cantar a gente surda e endurecida.
Português 152 317

O favor com que mais se acende o engenho a) o tipo de verso utilizado (pode mencionar
Não no dá a pátria, não, que está metida simplesmente o número de sílabas métricas);
No gosto da cobiça e na rudeza b) o episódio da história de Portugal que ser-
Duma austera, apagada e vil tristeza. ve de núcleo narrativo ao poema.

Os versos acima pertencem a que parte de 249. (Vunesp)


Os lusíadas? Apontam-se a seguir algumas caracterís-
a) Proposição d) Narração ticas atribuídas pela crítica à epopeia de Luís
b) Invocação e) Epílogo Vaz de Camões, Os lusíadas. Uma dessas carac-
c) Dedicatória terísticas está incorreta. Trata-se da:
a) concepção da história nacional como uma
247. Sobre Os lusíadas, é incorreto afirmar sequência de proezas de heróis aristocráticos
que: e militares.
a) proposição, invocação dedicatória e o iní- b) apologia dos poderes humanos, realçando
cio da narração aparecem no primeiro canto. o orgulho humanista de autodeterminação e
b) seu herói é, na verdade, o próprio povo do avanço do domínio sobre a natureza.
português. c) efabulação mitológica.
c) no terceiro canto, Vasco da Gama inicia d) contraposição da experiência e da observa-
a narração da História de Portugal ao rei de ção direta à ciência livresca da Antiguidade.
Melinde. e) eliminação do pan-erotismo, existente em
d) durante a narrativa de um fato histórico, parte da lírica, em favor de uma ênfase mais
aparece um dos mais belos episódios líricos do objetiva na narração dos feitos lusitanos.
poema: o caso de Inês de Castro.
e) no episódio do velho do Restelo, o per- 250. (Fuvest-SP)
sonagem incentiva os portugueses para que
prossigam em suas navegações. No mar, tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida;
248. (Vunesp) Na terra, tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Cessem do sábio Grego e do Troiano Onde pode acolher-se um fraco humano,
As navegações grandes que fizeram; Onde terá segura a curta vida,
Cale-se de Alexandre e de Trajano Que não se arme e se indigne o Céu sereno
A fama das vitórias que tiveram; Contra um bicho da terra tão pequeno?
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram. Nessa estrofe, Camões:
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, a) exalta a coragem dos homens que enfren-
Que outro valor mais alto se alevanta. tam os perigos do mar e da terra.
b) considera quanto o homem deve confiar
A oitava acima constitui a terceira estrofe na providência divina que o ampara nos riscos
de Os lusíadas, de Luís Vaz de Camões, poe- e nas adversidades.
ma épico publicado em 1572, obra máxima do c) lamenta a condição humana ante os peri-
Classicismo português. O tipo de verso que gos, os sofrimentos e as incertezas da vida.
Camões empregou é de origem italiana e fora d) propõe uma explicação a respeito do des-
introduzido na literatura portuguesa algumas tino do homem.
décadas antes, por Sá de Miranda. Quanto ao e) classifica o homem como um bicho da ter-
conteúdo, o poema Os lusíadas toma como ra, dada a sua agressividade.
ponto de referência um episódio da história
de Portugal. Baseando-se nestes comentários 251. O tom pessimista apresentado por Ca-
e em seus próprios conhecimentos, releia a es- mões no epílogo de Os lusíadas aparece em
EM1D-10-14

trofe citada e indique: outro momento do poema.


318

Isso acontece no episódio: Aconteceu da mísera e mesquinha


a) do Gigante Adamastor. Que depois de ser morta foi rainha.
b) do Velho do Restelo.
c) de Inês de Castro. Os famosos versos acima pertencem ao se-
d) dos Doze de Inglaterra. guinte episódio de Os lusíadas:
e) do Concílio dos Deuses. a) Morte de Inês de Castro.
b) Fala do Velho de Restelo
252. Em Os lusíadas, Camões: c) O Gigante Adamastor
a) narra a viagem de Vasco da Gama às Índias. d) A Ilha dos Amores.
b) tem por objetivo criticar a ambição dos e) A Máquina do Mundo.
navegantes portugueses que abandonaram a
pátria à mercê dos inimigos para buscar ouro 256. Identifique a alternativa que apresenta
e glória em terras distantes. o episódio de Os lusíadas a que se referem os
c) afasta-se dos modelos clássicos, criando versos a seguir.
a epopeia lusitana, um gênero inteiramente Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
original na época. Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
d) lamenta que, apesar de ter dominado os Ó fraudulento gosto, que se atiça
mares e descoberto novas terras, Portugal C’uma aura popular, que honra se chama!
acabe subjugado pela Espanha. Que castigo tamanho e que justiça
e) tem como objetivo elogiar a bravura dos Fazes no peito vão que muito te ama!
portugueses e o faz através da narração dos epi- Que mortes, que perigos, que tormentas,
sódios mais valorosos da colonização brasileira. Que crueldades neles experimentas!
a) Morte de Inês de Castro
253. Camões, na proposição de Os lusíadas, de- b) Fala do Velho do Restelo
monstra a intenção de cantar: c) O Gigante Adamastor
a) as grandes navegações da Grécia e de Troia. d) A Ilha dos Amores
b) aquilo que a antiga Musa canta. e) A máquina do mundo
c) as guerras, as navegações, a história dos
reis e dos homens portugueses ilustres. 257. O que simboliza no poema Os lusíadas a
d) as valorosas obras dos antigos romanos. figura do Gigante Adamastor?
e) a Eneida e a Odisseia.
258. Sobre Os lusíadas, é incorreto afirmar que:
254. Sobre o poema Os lusíadas, é incorreto a) possui dez cantos.
afirmar que: b) foi escrito em oitava-rima, estrofe com
a) na invocação, o poeta se dirige às Tágides, oito versos decassílabos com esquema fixo de
ninfas do rio Tejo. rimas (ABABABCC).
b) na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis c) entre os episódios mais célebres do poema,
conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, estão o da morte de Inês de Castro, o da fala
onde lhe desvenda a “máquina do mundo”. do Velho do Restelo e o do Gigante Adamastor.
c) quando a ação do poema começa, as naus d) o poema é dedicado a D. Sebastião, rei de
portuguesas estão navegando em pleno ocea- Portugal.
no Índico, portanto no meio da viagem. e) o poeta pede inspiração a Calíope, musa
d) é composto em sonetos decassílabos, manten- da poesia épica.
do em 1.102 estrofes o mesmo esquema de rimas.
e) tem como núcleo narrativo a viagem de Texto para as questões de 259 a 261
Vasco da Gama, a fim de estabelecer contato
marítimo com as Índias. Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
255. De disforme e grandíssima estatura,
O caso triste e digno da memória O rosto carregado, a barba esquálida,
Que do sepulcro os homens desenterra, Os olhos encovados, e a postura
Português 152 319

Medonha e má, e a cor terrena e pálida, Texto para as questões de 262 a 264
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
Tão grande era de membros, que bem posso E não do canto, mas de ver que venho
Certificar-te que este era o segundo Cantar a gente surda e endurecida.
De Rodes estranhíssimo Colosso, O favor com que mais se acende o engenho
Que um dos sete milagres foi do mundo: Não no dá a pátria, não, que está metida
Com um tom de voz nos fala horrendo e grosso, No gosto da cobiça e na rudeza
Que pareceu sair do mar profundo: Duma austera, apagada e vil tristeza.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo. 262. O que o poeta pede à musa?

259. A qual episódio do poema Os lusíadas se 263. Por que ele faz tal pedido?
referem as estrofes acima?
264. O que aconteceu, segundo o narrador,
260. Como é descrita a figura? com a pátria?

261. Que impressão causou a figura nos via-


jantes?
EM1D-10-14
320

Respostas
Capítulo 1
1. No texto I, porque se trata de um dicio- 10. Humanizar uma pessoa significa tratá-la
nário, e a finalidade de um dicionário é forne- como ser humano e não como objeto. Manipu-
cer ao leitor a definição de um termo. lar uma pessoa ignorante (e elas são muitas)
para satisfazer os interesses de um determi-
2. Não. Um dicionário de sinônimos pode nado poder significa desumanizar o ser huma-
fornecer ao leitor uma ou mais definições so- no, significa tratá-lo como coisa.
bre o termo arte, mas não esgotá-lo, já que
cada época e cada artista elaboram definições 11. Ele se torna presa fácil de um sistema
para a arte. que desumaniza as pessoas.

3. Porque a voz que fala no poema está 12. B


questionando se será ou não será arte a ca-
pacidade de entender (traduzir) as partes que 13. Arte e a Literatura auxiliam na melhora
compõem o seu ser. do ser humano.

4. O poema tem sete partes. O assunto é o 14. O texto I, pois ele apresenta uma preocu-
conflito interior vivido pelo poeta e por cada pação com o arranjo sonoro, como a coincidência
um de nós. sonora no final de alguns versos e os trocadilhos
(meta = alvo e meta = verbo). O significado do
5. Segundo o texto, o pior analfabeto é texto permanece aberto, pois pode-se tratar do
aquele que teve oportunidade de ter sido alfa- sentido da palavra metáfora e pode ser também
betizado e não pratica o exercício da leitura. a forma como o poeta manipula a palavra para
convertê-la em metáfora.
6. Eles pensam que arte e literatura são
“coisas supérfluas”, que conhecer o mundo 15. Não. O texto II procura, de forma obje-
através da arte e da leitura é não ter experi- tiva e clara, definir o significado da palavra
ências próprias. metáfora, permitindo ao leitor uma única in-
terpretação de seu significado.
7. A palavra inteligência significa saber ler
as entrelinhas da vida e escolher o que ela 16. Não. O artista deve ter autonomia para
pode fornecer de melhor. criar sua arte. Se ele desejar ir ao encontro
das grandes massas, a arte poderá sofrer uma
8. Quem não sabe ler a vida e os livros é fa- simplificação, empobrecer-se, pois, segundo o
cilmente manipulado pelo discurso publicitá- texto, a grande massa não tem educação esté-
rio, pela ideologia. Ele faz escolhas de acordo tica para apreciar a arte.
com a vontade alheia, pensando que escolhe
de acordo com sua própria vontade. Ele é fa- 17. O meio adequado seria a educação da
cilmente enganado. massa, ou seja, uma educação de qualidade
capaz de fornecer às pessoas condições para
9. A função da leitura de obras literárias, que possam usufruir da arte. Sem uma edu-
além de instruir o leitor e de capacitá-lo a fa- cação adequada, as pessoas ignoram os traba-
zer escolhas mais adequadas e mais conscien- lhos de qualidade e apreciam, normalmente,
tes, é, sobretudo, a de humanizá-lo. os trabalhos vulgares.
Português 152 321

18. Uma pequena minoria, a elite socioeco- tram os botões do vestuário) causa o efeito de
nômica. humor pretendido pelo autor.

19. Não. A arte deve servir também à grande 30. Em sentido figurado.
massa. Entretanto, somente uma massa edu-
cada será capaz de reconhecer a qualidade dos 31. A palavra estrela pode significar aquilo
trabalhos artísticos; portanto, será tarefa da que está distante, aquilo que desejamos e não
educação promover o desenvolvimento cultu- conseguimos alcançar.
ral das pessoas.
32. “Alta” porque está longe, distante do poeta;
20. O texto I, no mínimo, pela conotação po- “fria” porque ela não corresponde ao seu desejo.
ética.
33. Significa sem sentido, inútil.
21. O objeto em questão possui uma beleza
natural. 34. O poeta qualifica sua vida como vazia,
ou seja, vida sem sentido e inútil, exatamen-
22. B te porque ele está distante do que deseja, ele
não consegue atingir aquilo que deseja, que
23. Em ambos os texto, há a ideia de que para aparece no poema na imagem da estrela.
se apreciar algo importante é preciso uma edu-
cação capaz de ensinar ao observador a forma 35. Em sentido figurado.
adequada de apreciação dos objetos, como é o
caso do mar para o menino do texto I e das 36. Assim como “vida vazia” significa vida sem
obras de arte do texto II. sentido, vida inútil, a expressão “fim do meu
dia” significa que a vida já está chegando ao
24. Sim. Segundo os textos, a contemplação fim; o fim do dia corresponde ao fim da vida.
da beleza, natural ou artística, é algo que se
aprende. 37. a) metonímia
É possível educar o olhar das pessoas. b) metáfora
c) catacrese
25. Em ambos os sentidos. É comum uma
Bienal chocar o público, com obras irreveren- 38. Predomina a comparação.
tes, logo no início da exposição (na entrada
do espaço em que ocorre). No caso, porém, o 39. Sugerem que a felicidade é breve, pas-
choque se dá porque, ao contrário dos anos sageira.
anteriores, o ingresso não será cobrado.
40. A tristeza é permanente (“tristeza não
26. a) O que a pessoa faz fora de casa, para tem fim”), enquanto a felicidade é passageira,
os outros, não faz para si mesma, em casa. dura pouco.
b) Quando alguém se decide por uma
determinada experiência, deve assumir todas 41. Metáfora, nas três situações.
as consequências decorrentes dela.
42. Metonímia. Na primeira frase, empregou-
27. Em sentido figurado. -se o efeito pela causa – Sou alérgico à fumaça
do cigarro. Na segunda, empregou-se a marca
28. No contexto, noite significa algo negati- pelo produto – Cuidado ao apontar o lápis com
vo, uma força capaz de impedir que as pessoas lâmina de aço ou lâmina de barbear.
realizem suas vontades.
43. “Mãos” é uma metonímia. “Borboletas
29. A possibilidade de dois significados para
EM1D-10-14

voando” é uma comparação. “Teia” é uma


a palavra casa (moradia e abertura em que en- metáfora.
322

44. As mãos são partes do corpo. Para tecer astros, como se estivesse no céu. Na sua ilu-
a teia, é necessário dar movimento às mãos, são, o eu lírico, a voz que fala no poema, acre-
precisa-se do corpo todo. ditava que a presença da mulher amada era
capaz de transformar o “barracão de zinco”
45. “Teia” é metáfora de rede. Assim como em algo celestial, paradisíaco.
a aranha tece a teia, uma pessoa tece a rede,
ela faz com que a trama dos fios se converta 60. “Sol” é o momento presente, o momento
em uma rede. da realidade, o momento da ausência da mu-
lher; “lua” refere-se ao momento da felicidade
46. Porque a pessoa que manipula os fios é vivida com a companheira.
muito rápida, parece que suas mãos têm vida
própria, independente do corpo. Daí o empre- 61. A figura de linguagem fica configurada,
go da metonímia. no desenho, por meio da representação das ra-
ízes que se estendem para o solo, a partir da
47. Metáfora pessoa presente no desenho.

48. Na metáfora reside a grande possibilida- 62. No texto I, a imagem é a de uma xíca-
de de o artista (autor) conseguir ser criativo, ra colada sobre um aparador; no texto II, é a
original. imagem de uma colcha de retalhos.

49. Antítese 63. Os cacos de vida colados sugerem passa-


gens da vida, momentos, aquilo que já ocorreu
50. Personificação ou prosopopeia na vida.

51. Hipérbole 64. Colcha de retalhos sugere a união de di-


ferentes momentos da vida. Embora eles sejam
52. C 53. E 54. A diferentes, todos pertencem à mesma vida e
por isso têm uma só cor.
55. Pleonasmo vicioso
65. No poema de Bandeira, verso e sangue
56. Resposta pessoal. Sugestão: a letra, no se misturam. Então, o que cai do coração do
seu todo, pode ser vista como uma metáfora poeta, metaforicamente, são os versos.
do desejo, já que o desejo humano parece ser
inominável 66. Aurora é o nascer do dia, quando surgem
os primeiros raios do sol, em tons de rosa. O
57. No parágrafo de abertura, “céu flumi- leite e o sangue do leiteiro têm os mesmos
nense” é metáfora da corte do Rio de Janei- tons da aurora, o que nos permite perceber
ro, o que pode ser comprovado pela expressão que talvez o sangue derramado do leiteiro não
“firmamento da corte”, no último parágrafo. tenha sido em vão, pois ele ajuda a compor o
nascer de um novo dia. Assim, podemos ver o
58. São os versos da última estrofe da letra: termo aurora como metáfora da esperança.
“A porta do barraco era sem trinco,
Mas a lua, furando o nosso zinco, 67. Não. Enquanto no texto I “sangue” signi-
Salpicava de estrelas nosso chão... fica verso, no texto II a palavra sangue tem um
Tu pisavas nos astros distraída,” sentido real, pois se trata do sangue do leiteiro.

59. Chão de estrelas pode ser compreendido 68. Desencanto significa ausência de espe-
como metáfora da felicidade, como a imagem ranças, desengano, desilusão. Associado ao
do céu na terra, pois a lua, passando pelos conteúdo dos versos, parece indicar que para
furos do teto de zinco, clareava o chão, per- o poeta os temas da sua poesia são a desilusão
mitindo que a mulher caminhasse sobre os e a tristeza.
Português 152 323

69. O título do poema faz referência explíci- 80. “Rosto”, no início do poema, indica o
ta ao tema dos versos, que vem a ser a “morte referencial físico que desencadeia a percep-
do leiteiro”. ção interior do eu lírico, enquanto a palavra
“face”, no último verso, pode se referir à perda
70. A tarefa de catar feijão e a tarefa de es- da identidade, às sucessivas transformações
crever. impostas pela vida que o tornaram estranho
para si mesmo.
71. “Catar feijão” é metáfora do ato de ca-
tar palavras, isto é, do ato de escrever. Assim 81. Os oito primeiros versos compõem a par-
como se deve livrar o feijão da palha, jogar te descritiva, e os quatro últimos compõem a
fora o “leve” e o “oco”, pois o feijão bom fica parte reflexiva.
no fundo do alguidar, o poeta deve separar as
palavras adequadas das palavras inadequadas 82. Roubar pouco X roubar muito
para a sua expressão, para a sua escrita.
83. Porque o termo “Alexandres” refere-se
72. O grão duro produz um efeito negativo, a todos aqueles que, como Alexandre Mag-
indesejado, podendo ser imastigável ou mes- no, conquistaram poder e glória por meio de
mo quebrar um dente. apropriações indevidas.

73. A pedra produz efeito positivo, porque 84. Não. Segundo o Diabo, o homem pode
tem o poder de modificar a palavra, dando-lhe vender tudo o que lhe pertence.
uma forma nova e original.
85. Segundo o Diabo, seria contraditório
74. Trata-se de um retrato psicológico. alegar que um homem pode vender os bens
materiais, mas não pode vender a própria
75. As palavras são “calma”, “triste”, “va- consciência; nada pertenceria mais ao homem
zios” e “amargo” que a própria consciência.

76. Elas nos comunicam que o mundo inte- 86. Trata-se da antítese entre bens materiais
rior do eu lírico está marcado pela desespe- e bens morais ou espirituais.
rança e pela tristeza.
87. Trata-se de uma gíria e significa “as me-
77. O “coração”. ninas ou garotas da cidade de São Paulo”.

78. Ao deixar o “coração” por último, o eu 88. Não há praia no Ibirapuera, em São Pau-
lírico coloca em evidência o seu verdadeiro in- lo. O Ibirapuera é conhecido pelo parque, onde
tento, que é o de compor um retrato do seu as pessoas caminham e tomam sol.
mundo íntimo. Desse modo, os termos ante-
riormente apresentados formam uma espécie 89. Trata-se do termo “moleza” em oposição
de gradação, pois o rosto é o ponto de partida, à expressão “dão duro no trampo”. O termo
passando pelos olhos, pelos lábios e pelas mãos “moleza” caracteriza a “menina baiana”, en-
até chegar ao coração, que é o ponto máximo quanto a expressão “dão duro no trampo” ca-
da interioridade. racteriza “as minas de Sampa”.

79. Sugerem que o eu lírico está fechado 90. A ironia reside no fato de a grife das
para a vida, reforçando a ideia de desesperan- roupas não ser de Nova Iorque, ou seja, não
ça e tristeza. ser legítima.
EM1D-10-14
324

91. A antítese é formada pelas expressões “uma lady” x “veri, veri krêizi”, pois espera-se
que uma “lady” tenha um comportamento discreto e regrado, e não um comportamento
desvairado, louco.

92. ABBA ABBA CDC DCD. Nos quartetos, as rimas são alternadas.

93. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Se / lá / no a /ssen / to e / té / re o on / de / su / bis / te

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Me / mó / ria / des / ta / vi / da / se / con / sen / te

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Não / te es /que / ças / da / que / le a / mor /ar /den / te

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Que / já / nos / o / lhos / meus / tão / pu / ro / vis / tes

94. A antítese ocorre em “lá no céu” e “cá 100. Pertence ao gênero lírico. As presenças
na terra”, representando a oposição entre do eu lírico e de um tema subjetivo permitem
vida e morte. A antítese expressa que a amada classificá-lo como lírico.
está morta e que o eu lírico está vivo.
101. Trata-se do tema da procura de si mesmo.
95. O eu lírico pede à amada que ela peça
(rogue) a Deus para que Ele o leve ao encon- 102. As contradições são: doce x atroz e man-
tro dela. so x feroz. Esta figura de pensamento recebe o
nome de antítese.
96. Os versos são redondilhos maiores (hep-
tassílabos.) 103. Pertence ao gênero dramático. A presen-
1 2 3 4 5 6 7 ça e a fala das personagens, a presença das
O / pri / mei / ro /me /che /gou rubricas, ou seja, as indicações para orienta-
1 2 3 4 5 6 7 ção das personagens permitem identificar o
Co /mo / quem /vem / do / flo /ris /ta gênero dramático.

1 2 3 4 5 6 7 104. Trata-se de uma rubrica, de uma orienta-


Trou / xe um / bi /cho / de / pe /lú /cia ção para a personagem, que deveria, no caso,
1 2 3 4 5 6 7 levar a mão ao coração.
Trou /xe um /bro / che /de a / me /tis / ta
105. É a de que uma mulher não deveria en-
97. Ambos são compostos de versos redondi- trar no quarto de um homem solteiro, mesmo
lhos maiores (heptassílabos). na sua ausência.

98. Ambas, após receberem favores de dois 106. Trata-se da Ilíada, de Homero.
homens, acabam escolhendo o terceiro como
o preferido. 107. Pertence ao gênero épico.

99. A rima ocorre apenas entre os versos 108. Ficou conhecida como Guerra de Troia.
pares.
Português 152 325

109. Refere-se à Guerra de Troia.

110. Sim. Os versos são decassílabos.

111. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Nu / ma/ lu / ta / de / gre / gos / e / troi / a / nos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por / He / le / na, a / mu / lher / de / Me / ne / lau

112. Recebe o nome de intertextualidade. gena tabajara, enquanto o cenário do texto


II é o sertão agreste, que está indicado pela
113. “Elas tecem longos bordados / mil qua- presença de juazeiros, da caatinga rala e pela
rentenas” areia do rio seco, paisagem típica do sertão
nordestino.
114. Hipérbole
121. A personagem Iracema é comparada com
115. A palavra significa “imorais”. As “carí- os elementos da natureza, como a asa da graú-
cias obscenas” seriam impróprias a uma con- na, o talhe da palmeira e o mel das abelhas
duta marcada por princípios moralistas. jati, mas tudo nela é superior à natureza. Ira-
cema, portanto, é uma personagem idealiza-
116. Pertence ao gênero lírico. da, porque é completamente acima dos tipos
humanos comuns.
117. “Soneto” se refere à composição poética
de medida fixa (14 versos) e do “maior amor” 122. Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais
faz referência à ideia que, segundo o eu lírico, novo, o menino mais velho e a cachorra Baleia
o amor que ele sente é o maior que existe. são apresentados como uma família de retiran-
tes do sertão nordestino lutando contra a seca.
118. O versos são decassílabos.
123. No texto I, a natureza compõe um cená-
119. Alegre x triste, descontente x dá risada rio paradisíaco e a personagem aparece em
harmonia absoluta com a paisagem, enquanto
120. O cenário do texto I é uma floresta, já no texto II a natureza é vista de forma negati-
que nos informa que nele vivia a nação indí- va, como um cenário hostil às personagens.

Capítulo 2

124. De forma alguma. No texto I, o autor em- dar no texto a beleza de ambos. A presença
prega os adjetivos para criar um efeito de har- constante do comparativo como evidencia a
monia entre personagem e cenário, enquanto intenção do autor de aproximar personagem
no texto II os adjetivos e substantivos servem e cenário pelo aspecto positivo. No texto II,
para dar a medida do sofrimento enfrentado a objetividade e a concisão são marcas do es-
pelas personagens. tilo de Graciliano Ramos. Os poucos adjetivos
servem para caracterizar de forma objetiva a
125. No texto I, o estilo de José de Alencar situação de miséria das personagens.
tende para a idealização, isto é, ele procura
caracterizar a personagem e o cenário de modo 126. Não. Há uma diferença significativa en-
a criar um efeito positivo, fazendo transbor- tre eles, quanto ao vocabulário.
EM1D-10-14
326

127. Sim, é possível. Os termos empregados f) II


no texto I deixam claro que se trata de uma g) II
composição do nosso tempo, da era da infor- h) II
mática. Os termos web site, home-page e giga- i) I
bytes pertencem ao universo da informática j) I
do final do século XX e início do século XXI.
No texto II, as expressões “gran cuidado” e “ei 141. a) III
alongado” não pertencem ao nosso tempo, e b) I
sim aos primórdios da língua portuguesa. As c) IV
primeiras manifestações poéticas na língua d) II
portuguesa ocorreram por volta do século XII
ao XIV, numa escola chamada Trovadorismo. 142. O fragmento é típico de um estilo da
vertente romântica, pois predominam mani-
128. Embora pertençam a autores e épocas festações sentimentais e íntimas; o autor re-
distintas, ambos estão em versos e foram vela sua emoção relativamente à ausência da
compostos para ser cantados. mulher amada.

129. A 130. C 131. C 132. B 143. A atitude realista, racional, pessimista e


filosófica com que o autor vê o mundo permite
133. Trovadorismo, Iluminismo (Humanismo), classificar o texto na linha clássica, na qual
Renascimento prevalece a razão.

134. Trata-se do Trovadorismo. As composi- 144. São fragmentos de poesias, o que se com-
ções são chamadas cantigas e classificam-se prova pelo posicionamento das palavras no
em: cantigas de amor, cantigas de amigo, can- papel, pelo vocabulário escolhido, pela musi-
tigas de escárnio e cantigas de maldizer. calidade e ainda pela presença de rimas, além
de alguns outros recursos.
135. Parnasianismo e Pré-Modernismo
145. Esse comportamento amoroso revela-se
136. Era medieval: Trovadorismo e Huma- no segmento “ A dona que eu sirvo...”, pois
nismo transparece a relação entre o Senhor e o vas-
Era clássica: Classicismo, Barroco e Ar- salo, situação social típica da Idade Média. No
cadismo caso do poema, o homem posiciona-se como se
Era moderna: Romantismo, Realismo, a mulher fosse sua senhora, ou seja, é tratada
Simbolismo e Modernismo como nobre e dona dele.

137. C 146. B

138. Realista 147. A afirmação acima é falsa, pois o poeta


termina o poema rogando a Deus que lhe per-
139. a) Pré-Modernismo mita ao menos falar com a mulher amada.
b) Modernismo
c) Euclides da Cunha – Os Sertões 148. O responsável é Deus, pois na última es-
trofe, 1o verso, o poeta diz, referindo-se a Deus:
140. a) I A que me fizeste amar mais do que tudo...
b) II
c) I 149. Trata-se de um eu-lírico feminino.
d) I
e) I 150. O eu-lírico se dirige a uma amiga.
Português 152 327

151. Ele teria morrido com tristeza, porque 166. O fato de a mulher passar a roupa dele
morreu sem vê-la. “ela engoma o seu colarinho” e o fato de
ele ser um empregado discreto apontam para
152. Nos dois primeiros versos do poema, o eu características típicas da vida conjugal da
lírico diz que o amigo partiu na companhia classe média.
de el-rei, ou seja, estava a serviço da coroa,
talvez, em guerra, o que implica realidade co- 167. O nascimento dos filhos.
mum no período medieval.
168. Eles vivem brigando, agredindo-se mutu-
153. B 154. E 155. C 156. A amente.

157. O eu lírico é feminino. Em toda canção 169. Ele arranjou uma amante.
fala-se da saudade do amado, mas os versos
“e minha barriga livre/para gerar seu filho” 170. Eles estão na velhice.
comprovam a presença da voz feminina.
171. Normalmente, numa cerimônia de ca-
158. Pode ser comparada às cantigas de ami- samento cristão, as palavras finais do padre
go, porque nela está presente a voz feminina são de que o casal deverá viver junto até
que lamenta a ausência do amado. que a morte o separe. Na letra da canção,
a morte não poderá separar os cônjugues,
159. Ele morreu, conforme se depreende do mas sim uni-los, porque em vida eles sempre
verso “que partiu para nunca mais.” estiveram separados, embora vivessem sob
um mesmo teto.
160. Pode ser comparada às cantigas de mal-
dizer, porque faz uma crítica direta a determi- 172. C – E – D – A – B
nadas pessoas, mencionando-lhes os nomes.
Também contém palavras chulas. 173. D

161. Maridos e mulheres, de comum acordo, 174. a) Coletânea de textos variados, que,
resolveram trocar de parceiros. no conjunto, conseguem definir o perfil social
e histórico de uma dada época.
162. Não. As amigas e os amigos, por ciúme, b) Em geral, os textos e as produções
acabaram agredindo-se, o que invalidou a so- são recolhidos por pessoa(s) preocupada(s)
lução encontrada. com a preservação social e/ou artística.

163. À classe média. Os hábitos dos maridos (“e 175. a) Cantiga de Amor
vão pro Maracanã / todo domingo / criticando b) “Eu-lírico masculino”
o casamento”) e o hábito das mulheres (“e fa- c) “Senhor”
zem companhia / todo domingo / que os ma- d) Ficar com a mulher amada ou, então,
ridos vão pro jogo.”) revelam comportamento falecer.
típico dos integrantes da classe média carioca.
176. a) A mulher inacessível
164. Pode ser comparada às cantigas satíricas, b) Sofrimento amoroso
porque faz uma crítica indireta a um casal, c) Aliteração – repetição de consoantes
sem mencionar-lhes os nomes. Trata-se de
uma crítica aos costumes de uma determinada 177. Cantiga de escárnio é a sátira indireta.
classe social, no caso a classe média. Cantiga de maldizer é a sátira direta.

165. Eles estão na fase do noivado, ainda não 178. Cantiga de amor = sentimento masculino
EM1D-10-14

estão casados. Cantiga de amigo = sentimento feminino


328

179. a) Cantiga de amor 193. Trata-se do Auto da Barca do Inferno.


b) Cantiga de amigo
c) Cantiga de escárnio 194. Não. O Frade traz um capacete e uma es-
d) Cantiga de maldizer pada, objetos típicos de quem levava uma vida
mundana. Repare que ele chega trazendo uma
180. A moça, o que confirma um tipo de vida contrá-
ria à que deveria levar um religioso.
181. O teatro de Gil Vicente ocorre no início
do século XVI, no momento áureo do expan- 195. O Frade embarcará com o Diabo porque
sionismo português. sempre teve uma vida de prazeres, porque
sempre usufruiu daquilo que a Igreja Católica
182. Gil Vicente satiriza todos os tipos da so- condenava.
ciedade portuguesa da época, desde o homem
simples do povo até os nobres. O Frade é um 196. Não. No convento, os seus superiores
dos tipos mais satirizados por Gil Vicente. também tinham essas regalias.

183. Não. Gil Vicente critica os tipos corruptos 197. Ele alega exatamente o fato de usar ba-
da Igreja e não os princípios do cristianismo, tina. Ele acreditava que o simples fato de ser
com os quais ele concordava. um frade o levaria ao Paraíso.

184. B 185. A 198. É irônica. O Diabo tem prazer em se di-


vertir com as almas que vai levar. Quando per-
186. Segundo a fala da Moça, constitui ver- gunta ao Frade se os seus superiores não lhe
dadeira loucura um homem idoso desejar uma censuravam os hábitos mundanos e o Frade
mulher nova como companheira. responde que eles faziam o mesmo, o Diabo
diz: “Que cousa tão preciosa”. Ou seja, o com-
187. A Moça demonstra equilíbrio e razão, portamento dos clérigos nada tinha de precio-
esquivando-se das investidas do Velho. Ela so; justamente por agirem assim é que iriam
permite que ele lhe faça elogios, mas a todo para o inferno.
instante debocha da falta de juízo do Velho.
199. Os Quatro Cavaleiros morreram em terras
188. A expressão “Oh miolo de coelho mal pagãs, em defesa do cristianismo.
passado!” é mais um deboche da Moça, que
insinua que o Velho não tem mesmo juízo. 200. Porque, segundo o Anjo, quem morre lu-
tando em defesa do cristianismo tem por me-
189. O Velho lamenta ter-se deixado levar por recimento o céu.
um amor que lhe fez perder os bens materiais,
a honra e a família. 201. O Diabo é tratado com absoluta indife-
rença pelos Quatro Cavaleiros, o que revela a
190. Um amor na velhice por uma jovem. convicção que tiveram em vida na defesa do
cristianismo.
191. Gil Vicente ridiculariza, nessa peça, o
que considera um vício, que vem a ser o amor 202. A “barca da vida” significa a barca que os
na velhice por uma jovem. Para o autor, con- conduzirá à vida eterna, junto a Cristo.
forme o texto, um velho deve zelar pela famí-
lia e pela conduta moral. 203. Sim. A cena final confirma a tese, porque
os bons, os que praticam a virtude, os que lu-
192. Segundo a peça, um velho comporta-se tam em defesa dos ideais do cristianismo são
de maneira ridícula, agindo de forma tola e salvos. É importante lembrar que o Frade em-
inconveniente. barcou com o Diabo, o que significa que não
Português 152 329

basta externar um comportamento cristão; é 223. Em medida velha, porque os versos têm
preciso de fato acreditar e colocá-lo em práti- cinco sílabas métricas.
ca, como fizeram os Quatro Cavaleiros.
224. O poeta diz não ter receio de chorar, de
204. B 205. E 206. D 207. C mostrar, por meio das lágrimas, as suas mágoas.

208. a) decassílabo/ medida nova/ medida 225. As águas do mar e as águas de suas lá-
velha grimas.
b) soneto/ quatro/ quartetos/ tercetos
c) dolce stil nuovo 226. “Elas” refere-se às águas salgadas do
d) oitava-rima/ oito/ rimas mar, enquanto “Estas” refere-se às lágrimas
que nascem do amor.
209. I. Antropocentrismo
II. Influência da cultura greco-latina 227. Porque as lágrimas de amor são doces e
III. Racionalismo aliviam a tristeza.
IV. Universalismo
228. D 229. B
210. a) ... os navegantes europeus... ...duas
pontas do hemisfério. 230. Sim. A incorporação do objeto amado
b) (o mar não possuía abismos nem sem a necessidade da materialização.
monstros)
c) o comércio expandia-se 231. A
d) o protestantismo dividia a Igreja
e) a ciência questionava os dogmas re- 232. Fugacidade das coisas, efemeridade da
ligiosos, (...) vida, preocupação com a definição do senti-
mento amoroso, desconcerto do mundo, cita-
211. D 213. E 215. E ções bíblicas.

212. E 214. B 216. C 233. a) “Cara minha inimiga” — o poeta a


ama, e ela, num plano espiritual, fá-lo sofrer.
217. Está em medida nova, porque os versos b) Naufrágio: “Eternamente as águas lo-
têm dez sílabas métricas. grarão” e “Faltou-te a ti na terra sepultura”.
c) Decassílabo: medida nova.
218. Amor e paixão d) Dois quartetos e dois tercetos rima-
dos entre si: ABBA ABBA CDE CDE.
219. O amor é brando, doce e piedoso, en-
quanto a paixão é agitada, ansiosa e, no geral, 234. C 235. D
dolorosa.
236. a) Sofrimento: “É ferida que dói e não
220. Segundo o poeta, o amor é um mal que se sente”.
causa um bem. b) Antítese e paradoxo
c) O tema amoroso
221. O soneto traz como temas a mutabilidade
das coisas e o desconcerto do mundo, as injus- 237. C
tiças do mundo.
238. O soneto é uma homenagem a Luís de
222. O mundo está repleto de aparências e con- Camões.
tradições, o que nos impede de entender a sua
ordem. A impressão que o mundo nos passa é a 239. É o último verso do poema: “As armas e
EM1D-10-14

de que tudo o que existe é apenas aparência. os barões assinalados”.


330

240. Sugere que o talento de Camões foi sub- 255. A


metido a duras provações. A sua genialidade
foi conquistada com sacrifício, às custas de 256. B
uma vida desgraçada.
257. O Gigante Adamastor simboliza o medo
241. E 242. C do desconhecido, os perigos contidos nos
“mares nunca d’antes navegados.”
243. a) Narração: “A fala do Velho do Restelo”.
b) Grandes Navegações 258. E
c) Consciente / Equilibrado / Realista
/ Bom senso 259. Referem-se ao episódio do Gigante Ada-
d) Sabedoria mastor.
e) Porque possuem o esquema de rimas
que é AB AB AB CC. 260. Trata-se de uma figura monstruosa, de
f) “grandíssima estatura”, com barba suja, olhos
Mas um ve lho , de as pei to ve ne ran do. encovados, cabelos crespos e cheios de terra,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 boca negra e dentes amarelos.

Verso decassílabo 261. Causou grande medo: “arrepiam-se as


(Medida nova) carnes e o cabelo”.

244. A 245. C 246. E 247. E 262. O poeta pede à musa que pare de ins-
pirá-lo.
248. a) Decassílabos
b) Viagem de Vasco da Gama às Índias 263. Porque ele afirma que a sua gente não
merece mais ser cantada.
249. E 251. B 253. C
264. A pátria está mergulhada na cobiça, nos
250. C 252. A 254. D interesses mesquinhos.

S-ar putea să vă placă și