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UNILAGO
1. Introdução
relação às habilidades e potencialidades dos alunos, impelindo o educador a acreditar que suas
intervenções educativas não resultará em qualquer êxito e, assim, passa a exigir cada vez menos dos
alunos. Devido ao rótulo, o educador se sente isento de sua responsabilidade em auxiliar as crianças
a superar suas dificuldades.
Para o autor, “o diagnóstico se converteu em um fim, afastando-se cada vez mais da
intervenção, que deveria ser seu único e verdadeiro objetivo”, além de negligenciar aos aspectos
sociais. A classificação de crianças, jovens e adultos de acordo com os testes de inteligência (QI),
discriminou e segregou os mais capazes e os menos, enfatizando os déficits ao invés de ressaltar
suas capacidades de realização. Talvez, as perguntas que se poderia fazer é: “A quem interessa este
modelo de diagnóstico?”; “Quem são os favorecidos?”. Os prejudicados já se sabe.
Por si só, a deficiência não está necessariamente associada à dificuldade de aprendizagem, já
que muitos alunos têm dificuldades de aprendizagem sem qualquer tipo de deficiência. Em ambos
os casos, contudo, as escolas precisam tomar medidas preventivas para evitar que elas próprias dê
origem à dificuldades relativas ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos alunos com
NEEs.
Deve-se, portanto, levar em consideração as relações existentes e significativas do que a
escola possibilita construir e as oportunidades que a sociedade garante as diversas classes sociais, já
que os alunos de escolas públicas não têm as mesmas condições de desenvolvimento cultural,
cognitivo e da linguagem que os alunos de classe média ou alta.
Cada família possui uma estrutura e cultura diferente, uma forma de se organizar e de
funcionar que pode influenciar mais a aprendizagem do que o nível social em si. Dessa forma,
fatores como o modo de vida da família, valores, crenças e opções, modos de interagir e de se
comportar incidem de modo mais significativo no desempenho escolar do que o seu nível
socioeconômico. Por isso, estes fatores quando associados à influência do meio social e das
condições biológicas da pessoa, podem colaborar para o insucesso escolar.
Ao invés de excluir os alunos que apresentam alguma necessidade especial educacional, a
escola poderia aprender com as particularidades de cada um e adequar seus instrumentos
pedagógicos a cada deficiência, procurando obter o que cada estudante tem como habilidade.
Por exemplo, a existência de uma nota mínima exigida para a promoção de série, mostra que
a escola continua adotando padrões uniformes e conservadores de avaliação. Vale atentar, que os
educando considerados “normais” também recebem o mesmo tipo de processo de classificação, pois
na visão dos educadores ou administradores a padronização é um requisito essencial e, portanto,
indispensável a todos os alunos. Nesse momento, começam as exclusões, para alunos com ou sem
NEEs.
Um dos autores citados (Mantoan, 2007), sugere que a avaliação escolar de caráter
classificatório, através de notas e provas, seja substituída por um processo contínuo e qualitativo,
visando tornar o ensino cada vez mais adequado e eficiente à aprendizagem de todos os alunos.
Convêm lembrar que no Estado de São Paulo a progressão continuada não tem apresentado bons
resultados.
Outro autor (Perrenoud, 1999) relata duas lógicas no emprego da avaliação: uma a serviço
da seleção e outra da aprendizagem. A seleção, estando diretamente ligada à classificação dos
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3 Conclusão
4. Bibliografia
- Fernandes, T.L.G. & Viana, T.V. Alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs): avaliar
para o desenvolvimento pleno de suas capacidades. Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 20, n. 43 (305 -
318) maio/ago. 2009.