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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de

Perícias Criminais

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de
Perícias Criminais

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
Introdução à perícia criminal
Breve histórico da perícia criminal no mundo
Histórico da perícia criminal no Brasil
Criminalística, investigação criminal e a carreira de perito criminal e suas
competências

MÓDULO II
Tipos de identificação
Exame pericial no local do crime
Tipos de vestígios nos locais do crime
Coleta, armazenamento e transporte de materiais coletados na cena do
crime
Fotografia da cena do crime

MÓDULO III
Noções de Papiloscopia
Noções de Análise de Fibras
Noções de Documentoscopia
Noções de Medicina legal

MÓDULO IV
Noções de Odontologia legal
Noções de DNA forense

MÓDULO V
Noções de Balística forense
Noções de Perícia em Engenharia e em Crimes Informáticos

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Noções de Perícias Ambientais
Noções de Fonética forense
Laudo pericial
Concursos públicos para perito criminal
Considerações finais
Glossário
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

INTRODUÇÃO À PERÍCIA CRIMINAL

As primeiras investigações realizadas em casos forenses foram baseadas


em observação e interpretação de evidência física. Na segunda metade do século
XIX, a ciência foi pela primeira vez empregada para a investigação de casos
forenses e suas conclusões foram validadas pelas autoridades responsáveis. Com o
avanço da tecnologia e do conhecimento acerca de diversas ciências, elas foram
progressivamente incorporadas e adaptadas para a investigação de um crime.
São inúmeras as áreas de atuação de um perito criminal, sendo que na
maioria dos casos o conhecimento acerca de cada área é generalizado e não
específico, sendo que a sua especificidade só se dará mediante a realização de
cursos específicos para tal área. Por exemplo, engenharia forense, por mais que
possa ser estudado por um profissional da biologia, um engenheiro teria mais
condições para exercê-la de forma mais eficaz e não superficial.
Alguns concursos públicos aqui no Brasil (Ex: Polícia Federal) dividem os
tipos de peritos criminais segundo sua especialidade (Odontologia, Engenharia,
Farmácia e Bioquímica, Biologia e Biomedicina, etc.), mas a maioria (Ex: Estado de
São Paulo) ainda realiza-os de maneira generalizada, exigindo qualquer curso
superior registrado pelo Ministério da Educação e Cultura, sendo que somente
depois de cursos de formação, o perito passa por outra seleção ou encaminhamento
às diversas áreas da perícia criminal.
O curso a seguir se propõe a trazer diversos conhecimentos dentro da área
pericial de maneira geral, trazendo noções básicas da realização da perícia criminal
no Brasil e no Mundo. Os alunos poderão observar o quão específico é cada área de
atuação e, consequentemente, além da graduação, que é necessária a sua
especialização ou realização de cursos específicos para cada área. No entanto, os
alunos poderão aprender as noções básicas sobre esse universo pericial, que

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poderá servir como apoio e incentivo para o seu ingresso na carreira de perito
criminal ou mesmo na atuação da mesma na pesquisa e na docência.
No entanto, o curso pretende esclarecer os alunos da importância da
realização de perícias e o quão reluzente e magnífico é o seu estudo, não somente
para sanar curiosidades, mas sim divulgar os modos de investigação de crimes para
estimular a justiça.
Nos primórdios da ciência forense, a sua definição era de uma ciência
“mista” utilizada para esclarecer a justiça. Atualmente, a ciência forense é tida como
uma profissão. A ciência forense é descrita como o estudo de associação entre
pessoa, lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na qual diferentes
disciplinas assistem na investigação de casos criminais e civis.

BREVE HISTÓRICO DA PERÍCIA CRIMINAL NO MUNDO

Utilizando-se como referência principal o brilhante artigo publicado por Norah


Rudin e Keith Inman (The Forensic Science Timeline, Disponível em:
<http://www.forensicdna.com/Timeline020702.pdf> Acesso em 20/01/2009) e outros
artigos e fontes descritas abaixo, foi elaborado um quadro contendo alguns relatos
históricos importantes da ciência forense no mundo.

Período Acontecimento

700 Evidências de impressões digitais em pinturas e cavernas de


A.C. pedra de humanos pré-históricos.

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http://archimedes2.mpiwg-
berlin.mpg.de/archimedes_templates/popup.h
tm. Acessado em 20/01/2009

A legenda "Eureka" de
Archimedes pode ser
considerada o primeiro relato
da antropologia forense no
Cerca de qual ele determina que a
200 a.C. coroa não era feita totalmente
de ouro, demonstrando que
poderia ser fraudulenta.

Disponível em:
<http://en.wikipedia.org/wiki/File:XiYuanJiLuD
iagram.jpg>. Acesso em 20/01/2009.

Um livro chinês, Hsi Duan Yu


ou casos coletados de retificação de
1 injustiças, de Song Si, combina
248 diversos casos que envolvem ciência
forense com suas próprias
experiências. É o primeiro registro da
aplicação dos conhecimentos
médicos na resolução de um crime.

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Anos de
1500

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Ambroise_Par%C3%A9.jpg.> Acessado em:


20/01/2009.

Ambroise Paré (1510-1590) foi um cirurgião francês. Introduziu


várias inovações na prática médica, estudou os efeitos das causas e
tipos de mortes violentas.

A primeira obra em um documento de exame sistemático foi


1609
publicada por François Demelle da França.

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1686

Marcello Malpigui, um professor de anatomia da Universidade


de Bologna, notou características na impressão digital. No entanto, não
mencionou o seu valor para a identificação individual.

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Em Lancaster, Inglaterra, John Toms foi condenado pelo
1784 assassinato, com base de um chumaço de jornal encontrado na pistola
que coincidia com o pedaço remanescente encontrado em seu bolso.

Anos
1800

Thomas Bewick, um naturalista inglês, utilizou estampas com


sua própria impressão digital para identificar os livros que publicou.

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1810

Eugène François Vidocq fez um acordo com a polícia para que


sua sentença criminal fosse suspensa e estabeleceu o primeiro grupo de
detetives, denominado Sûreté of Paris. Foi inspiração de Victor Hugo
para a criação do personagem Jean Valjean, na novela Os miseráveis.

1810 Primeiro relato do uso de análise de documentos questionados

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ocorreu na Alemanha, na qual se utilizou testes químicos para
marcadores de tintas específicas. O documento analisado foi o Konigin
Hanschritt.

1813

Mathiew Orfila, um espanhol que se tornou professor de

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medicina e química forense na Universidade de Paris, publicou Traite
des Poisons Tires des Regnes Mineral, Vegetal et Animal, ou
Toxicologie General l e foi considerado o “Pai da toxicologia moderna”.
Ele também trouxe significativa contribuição para o desenvolvimento de
testes para a presença de sangue em um contexto forense e foi o
primeiro a utilizar o microscópio na análise de amostras de sangue e
sêmen.

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Estudo dos
efeitos da
decomposi
ção em
corpos
exumados,
1831

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Livro de Orfila

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1
823

John Evangelist Purkinji, um professor de anatomia da


Universidade de Breslau, Czecheslovakia, publicou o primeiro artigo na
natureza das impressões digitais e sugeriu um sistema de classificação
baseado em nove tipos principais. No entanto, ele falhou ao reconhecer
seu potencial de individualização.

1
Willian Nichol inventou o microscópio polarizado.
828

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Adolphe Quetelet, um
estaticista belgo,
providenciou uma fundação
para os trabalhos de
Bertillion que seriam
desenvolvidos no futuro, de
que não existem dois
corpos humanos
exatamente iguais.

Cerca de
1830

Leuchs foi o primeiro a notar a atividade da amilase na saliva


1831
humana.

Henry Goddard realizou a primeira comparação de projeteis


1835 para pegar um assassino. Sua comparação foi baseada na fenda visível
presente nos projéteis disparados de uma determinada arma de fogo.

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1836 James Marsh, um químico escocês, foi o primeiro a utilizar a
toxicologia em um julgamento criminal, detectando o arsênico.

1839 H. Bayard publicou o primeiro procedimento para detecção


microscópica de esperma. Ele também notou as características
microscópicas diferentes de vários substratos de tecidos.

1851 Jean Serviais Stas, um professor de química belgo, foi o


primeiro a identificar com sucesso venenos de vegetais no corpo
humano.

1853 Ludwig Teichmann, polonês, desenvolveu o primeiro teste de


cristal por microscopia para a hemoglobina.

1854 Maddox, um médico inglês, desenvolveu a fotografia de placa


seca, método que era utilizado para registro de indivíduos presos.

1856

Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:William_James_Herschel.j
pg.> Acesso em: 20/01/2009

Willian James Herschel foi


Magistrado Principal dos Serviços
Administrativos Ingleses na Índia sendo
reconhecido como o primeiro europeu a
perceber a aplicação prática das
impressões digitais, contribuindo assim
para a implantação definitiva da
papiloscopia.

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1862 J. (Izaak) Van Deen desenvolveu uma técnica para teste de
sangue

1863 Um cientista alemão, Schönbein foi o primeiro a descobrir a


habilidade de a hemoglobina oxidar na presença de peróxido de
hidrogênio, resultando em um teste presumível para sangue.

1864 Odelbrecht foi o primeiro a utilizar a fotografia para a


identificação de criminosos e a documentação da evidencia e da cena do
crime.

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1869

Disponível em: <http://www.pbs.org/wgbh/nova/photo51/images/befo-


miescher.jpg.> Acesso em: 20/01/2009.

O DNA foi isolado pela primeira vez pelo médico suíço Friedrich
Miescher que descobriu a substância microscópica em pus de curativos
de cirurgia.

1877 Thomas Taylor, microscopista do Departamento de Agricultura


Americano sugeriu que marcas nas palmas das mãos e as pontas dos
dedos poderiam ser utilizadas para a identificação em casos criminais.

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Mesmo sendo publicada cientificamente, a ideia aparentemente não foi
utilizada dessa fonte.

1879 Rudolph Virchow, um patologista alemão estudou o cabelo e


reconheceu suas limitações.

1880 Henry Faulds publicou na revista Nature o primeiro registro


científico da utilização das impressões digitais encontradas na cena do
crime.

1883 Alphonse Bertillion, policial francês, identificou o primeiro


criminoso reincidente baseado na invenção antropometria.

22
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Fotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas.

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Fotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas.

24
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Mensurações realizadas por Alphonse Bertillon.
Foto disposta no National Gallery of Canada, Ottawa.

25
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1
887

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Alexandre_Lacassagne.jpg.> Acesso


em: 20/01/2009.

Alexandre Lacassagne, professor de medicina forense na


Universidade de Lyons, na França, foi o primeiro a tentar individualizar
projéteis, pelos vincos e particularidades.

26
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1
887

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Conan_doyle.jpg.> Acesso em:


20/01/2009.

Arthur Conan Doyle era espírita, médico e escritor, escreveu


mais de 60 histórias de ficção de Sherlock Holmes, consideradas uma
grande inovação no campo da literatura criminal.

27
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1891 Disponível em: <http://www.criminaldep.chnu.edu.ua/en/history/hans_gross.html.>

Acesso em: 20/01/2009.

28
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Hans Gross, jurista criminal e
professor de direito criminal na
Universidade de Graz na Áustria
publicou livros sobre investigação
criminal, nos quais utilizou a evidência
física para a resolução de um crime.

1
892

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Francis_Galton2.jpg.> Acesso em


20/01/2009.

Francis Galton publicou Fingerprints, o primeiro livro sobre


impressões digitais e da sua utilização para esclarecimento de crimes.

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1 Disponível em:
<http://www.onin.com/fp/fmiru/juan_vucetich.jpg.>
892
Acesso em: 20/01/2009.

Juan Vucetich, da polícia


argentina, desenvolveu o sistema de
classificação das impressões digitais.

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Vucetich escreveu as instruções para a tomada de impressões
digitais, incluindo diagramas explicativos.

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Impressões digitais não foram usadas somente para identificar
suspeitos e criminosos, mas sim como controle do governo argentino.
Os cidadãos argentinos eram identificados em um livro com a sua foto e
a sua impressão.

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Disponível em:
<http://www.onin.com/fp/fmiru/thumbprint_and_signature_juan_vucetich.jpg.> Acesso
em: 20/01/2009.

1896

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Edward_Richard_Henry00.jpg.>


Acesso em: 20/01/2009.

Edward Richard Henry desenvolveu o método de classificação


das impressões digitais utilizado na Europa e América no Norte.

Paul Uhlenhuth foi um bacteriologista e higienista que trabalhou


1900
com ciências forenses e serologia desenvolvendo um teste que

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distinguia sangue humano de sangue animal.

Disponível em: <http://nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1930/landsteiner-


1900
bio.html>. Acesso em: 20/01/2009.

Karl Landsteiner médico e biólogo austríaco, premiado com o


Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1930, pela classificação dos grupos
sanguíneos, sistema A B O, e foi descobridor do fator RH.

Diagrama mostrando compatibilidade entre os grupos

35
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sanguíneos para transfusão

1901

Disponível em: <http://www.antiquemapsandprints.com/p-16026.jpg>. Acesso


em: 20/01/2009.

Edward Richard Henry foi apontado como chefe da Scotland


Yard e forçou a adoção da identificação pela impressão digital no lugar
da antropometria.

O sistema de Prisão de New York iniciou o uso sistemático das


1903
impressões digitais para a identificação criminal.

Disponível em: <http://www.fbi.gov>. Acesso em: 20/01/2009.

1905

O presidente americano Theodore Roosevelt estabeleceu o


Federal Bureal of Investigation (FBI).

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Victor Balthazard, professor de medicina forense da
Universidade de Paris, na França, publicou o primeiro livro significativo
sobre o estudo de cabelo, incluindo casos criminais envolvendo cabelos.
1910 Estudos também fotografias ampliadas de projéteis e cartuchos para
determinar o tipo de arma e foi o primeiro a individualizar um projétil de
uma arma.

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Disponível em:
<http://www.onin.com/fp/fmiru/edmond_loca
rd.jpg>.

Acesso em: 20/01/2009.

Edmond Locard foi um


1910 pioneiro na ciência forense e
formulou o princípio básico da
mesma: “Todo contato deixa um
rastro”.

1910 Albert S. Osborne foi pioneiro no exame de documentos.

Edmond Locard sugeriu a utilização de 12 pontos coincidentes


1918
para a identificação positiva pela impressão digital.

Cerca de George Popp foi o primeiro a utilizar a identificação botânica em


1920 trabalhos forenses.

1921 John Larson e Leonard Keeler designaram o polígrafo portátil.

Landsteiner e Levine foram os primeiros a detectar os sistemas


1927 sanguíneos M, N, e P.

Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Luminol2006.jpg>. Acesso em:


20/01/2009.
1937

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Walter Specht, do instituto de
medicina legal e criminalística científica da
Universidade de Jena desenvolveu o reagente
luminol para testes de detecção de sangue.

Landsteiner e A.S. Wiener foram os primeiros a descrever o


1940 sistema sanguíneo Rh.

Murray Hill, dos laboratórios Bells, iniciou o estudo de


1941 identificação pela voz.

Frank Lundquist, da unidade de medicina legal da Universidade


de Copenhagen, desenvolveu os testes pela fosfatase ácida para
1945
sêmen.

Disponível em: <http://www.aafs.org/>. Acesso em: 20/01/2009.

1950

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A Academia Americana
de Ciências Forenses é criada,
assim como, se iniciou a
publicação do jornal científico
Journal of Forensic Science,
periódico referência na área.

1953

James D. Watson e Francis Crick descreveram a molécula de


DNA.

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Lucas, no Canadá descreveu pela primeira vez a utilização de
1960
cromatografia a gás para a identificação de petróleo e seus derivados.

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1984

Alec Jefrreys desenvolveu o primeiro teste para análise do perfil


genético para identificar o padrão de sondas multilócus RFLP.

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1986

O DNA foi utilizado pela primeira vez para solucionar um crime,


sendo o exame liderado por Alec Jeffreys, na Inglaterra.

Disponível em: <http://www.karymullis.com/>.


Acesso em: 14/01/2009.

Kerry Mullis inventou o


1983 princípio da reação de amplificação da
polimerase (PCR) enquanto estava na
Cetus corporation. Essa técnica foi à
primordial para os avanços na análise
do DNA forense.

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Henry Erlich, da Cetus Corporation desenvolveu a técnica de
1986
PCR adaptada para o uso forense.

1987 O DNA foi utilizado pela primeira vez na corte americana.

K. Kasai e colaboradores publicaram o primeiro artigo sugerindo


1990 a utilização do lócus D1S80 para análises forenses, sendo
posteriormente comercializado pela Cetus corporation.

Thomas Caskey, professor americano, sugeriu a utilização de


repetições consecutivas curtas ou STRs para a análise do DNA forense.
1992
A Promega corporation e a Perkin-Elmer desenvolveram o primeiro kit de
análise de STRs.

Walsh Automation Inc, empresa canadense, desenvolveu o


1991 Integrated Ballistics Identification System para análise comparativa de
projéteis e cartuchos.

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Criação do banco nacional de dados de perfis genéticos de
1998
criminosos americanos, denominado CODIS.

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BREVE HISTÓRICO E DEFINIÇÃO DA PERÍCIA CRIMINAL NO BRASIL

O entendimento do desenvolvimento da perícia criminal no Brasil inicia-se


com a análise da estrutura do sistema judicial e da estrutura policial nacional. Alguns
conceitos são primordiais para entender o que é a perícia criminal, entre eles, saber
diferenciar a perícia na área cível e na área criminal. Espíndula (2006) descreve de
forma didática a diferença entre Justiça Cível e Criminal:
“A partir da tipificação dos delitos no Código Penal e Código Civil, onde está
estabelecida a sua competência, cada segmento da Justiça (Federal ou Estadual)
será acionado de acordo com a sua competência jurisdicional. Se o delito for
classificado como de competência federal, caberá a Justiça Federal julgá-lo. Da
mesma forma, quando o delito for Estadual, será julgado pela Justiça Estadual.
Outro aspecto importante para a nossa compreensão inicial é quanto à
divisão da Justiça Criminal e Cível.
Na esfera da Justiça Cível estão todos os delitos praticados contra o
patrimônio, bens ou qualquer valor de outrem, cabendo à parte prejudicada acionar
a Justiça para ter o seu direito reparado. Portanto, é o próprio lesado em seu direito
de titular a ação.
O presente curso estudará noções de perícias criminais, isso quer dizer,
aquelas designadas pela Justiça Criminal, na qual o Estado é o titular da ação.
Obviamente, muitas das metodologias periciais a serem estudadas também são
realizadas na Justiça Cível, no entanto, nesse curso, não se dará ênfase na área
cível e sim, somente na criminal.
O sistema de Segurança Pública no Brasil é dividido em (Espíndula, 2007):

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CRIMINALÍSTICA, INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E A CARREIRA DE
PERITO CRIMINAL E SUAS COMPETÊNCIAS

“Criminalística é uma ciência que se utiliza do


conhecimento de outras ciências para poder
realizar o seu mister, qual seja, o de extrair
informações de qualquer vestígio encontrado em
um local de infração penal, que propiciem a
obtenção de conclusões acerca do fato ocorrido,
reconstituindo os gestos do agente da infração e,
se possível, identificando-o.
(...) É uma ciência que objetiva a individualização e
a identificação dos vestígios materiais relacionados
aos delitos em geral, valendo-se das suas próprias
regras e metodologias e do conhecimento das
demais ciências, a fim de saber o que aconteceu, a
maneira como se desenvolveu os fatos e quem
cometeu o crime.”

Espíndula, 2007

A criminalística é definida por Aurélio (2004) como “Ciência auxiliar do


Direito Penal, a qual tem por objeto a descoberta de crimes e a identificação de seus

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autores.” Os objetos presentes na cena de um crime possuem características gerais
e específicas, que quando analisadas por técnicas cientificamente comprovadas ou
caracterizadas, podem proporcionar dados suficientes para a identificação de um
crime e criminoso.
A nomenclatura Criminalística, às vezes, é associada como sinônimo de
ciências forenses. Criminalística é uma palavra derivada do alemão kriminalisticI,
que engloba os diversos aspectos dos métodos científicos e tecnológicos aplicados
a investigação e resolução de matérias legais. Criminalística é uma área da ciência
forense que envolve a coleta e análise de evidências físicas geradas por atividades
criminais (Houck e Siegel, 2006). No entanto, muitos autores consideram os
criminalistas, os cientistas forenses ou como é denominado aqui no Brasil, peritos
criminais.
Criminalística é a profissão e a disciplina científica diretamente relacionada
ao reconhecimento, a identificação, a individualização e a avaliação da evidência
física pela aplicação das ciências aplicadas às questões legais. Um criminalista
utiliza o princípio científico da química, da biologia e da física para deduzir
informações da cena do crime e da evidência física (Gialamas, 2001).
Traduzindo do inglês forensic science – ciência forense – termo mais
comumente utilizado para definir a ciência relacionada aos estudos judiciais, ou
melhor, a ciência forense é descrita como o estudo de associação entre pessoa,
lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na qual diferentes disciplinas
assistem na investigação de casos criminais e civis. Como profissão, seria aquela
composta por cientistas cujo trabalho é responder questões para a corte por
intermédio de informações e testemunhas (Houck e Siegel, 2006). No Brasil, o termo
mais comumente utilizado é o de perícias criminais, mas o termo ciências forenses
também pode ser utilizado, mas para definir o estudo das questões judiciais que
envolvem casos criminais e civis, e não somente a criminal.

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Para um melhor
entendimento acerca das
perícias criminais, se fazem "O dever de um perito é dizer a
necessários o entendimento e a verdade; no entanto, para isso é
necessário: primeiro saber
diferenciação da mesma com a encontrá-la e, depois querer dizê-
perícia cível. Dessa maneira, la. O primeiro é um problema
científico, o segundo é um
serão explicados a seguir alguns problema moral."
conceitos básicos da perícia
cível e criminal: Nerio Rojas (1966)

Segundo o Código de Processo Civil (Lei Federal n. 5.869, de 11/01/73) em


seu artigo 420. “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”. Silva
(1999) define que as perícias são operações destinadas a ministrar esclarecimentos
técnicos à justiça e França (2001) como “um ato pelo qual a autoridade procura
conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não de uma questão
judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou que com ele tenha relação”.
A perícia é requisitada pela autoridade que legalmente estiver conduzindo o
inquérito e a ação judicial, como o juiz, que poderá ou não nomear um perito
(França, 2001; Espíndula, 2007). O perito nomeado deverá possuir os
conhecimentos técnicos ou científicos para a realização da mesma. As perícias mais
frequentes são realizadas no foro civil e criminal.
Para a realização de perícias no âmbito civil, o Código de Processo Civil
ainda acrescenta:

“Seção II – Do perito

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o


juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.

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§ 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário,
devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl,
seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão


opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei
nº 7.270, de 10.12.1984)

§ 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os


requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
(Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

Art. 146. “O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei,
empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo.”

Nas perícias no fórum civil, caso seja necessário, o juiz nomeia o seu perito,
que é denominado perito do juiz e cada parte indicará um assistente técnico que
poderá elaborar quesitos a serem respondidos pelo perito do juiz e também podem
criticar, concordar ou complementar o laudo do perito oficial, que poderá ser ou não
aceito pelo juiz (Código de Processo Civil - Lei Federal n. 5.869, de 11/01/73):

“Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a


entrega do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)
§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do
despacho de nomeação do perito:
I - indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos.
(...)
Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos
suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte
contrária.

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Art. 426. Compete ao juiz:
I - indeferir quesitos impertinentes;
II - formular os que entenderem necessários ao esclarecimento da causa.
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e
na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou
documentos elucidativos que considerar suficientes. (Redação dada pela Lei nº
8.455, de 24.8.1992)
Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à
nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se
requisitar a perícia.
Art. 429. “Para o desempenho de sua função, podem o perito e os
assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder
de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas,
desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.”

As perícias no âmbito criminal são idealmente realizadas por peritos


criminais ou oficiais. Utilizando as definições dadas por Espíndula (2007), tem-se:

- PERITO OFICIAL: denominação consagrada no Código de Processo Penal


aos profissionais que realizam perícias no âmbito criminal, possuindo formação
acadêmica, são funcionários públicos contratados, mediante concursos públicos
para o fim específico de realizar exames periciais (Espindula, 2007).
- PERITO MÉDICO LEGISTA: médico, funcionário público que realiza
exames de natureza médico-legal nos Institutos de Medicina Legal.
- PERITO CRIMINAL: profissionais de diversas áreas de formação
acadêmica, que ingressam nos Institutos de criminalística mediante concurso público
e exercem os mais diversos tipos de exames periciais, com exceção os de natureza
médico legal, em alguns Estados do país, os de odontolegista. Isso se deve ao fato
de alguns Estados possuírem o cargo de Perito Odontólogo ou odontolegista.

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- PERITO AD HOC: Perito não oficial, nomeado por uma autoridade ou juiz
para executar um exame específico, nos locais que não existe perito oficial, como é
descrito no capítulo II do Código de Processo Penal (Decreto-Lei n°3689, de outubro
de 1941):

“CAPÍTULO II
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior. (LEI 11.689 de 2008 - alteração em vigor após
10/08/2008)
§ 1 o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica,
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2 o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
§ 3 o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente
técnico.
§ 4 o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão.
§ 5 o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a
quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
apresentar as respostas em laudo complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser
fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6 o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à
perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e
na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua
conservação.

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§ 7 o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a
parte indicar mais de um assistente técnico.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente
o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº
8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias,
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer
hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se
os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a
verificação de alguma circunstância relevante.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará
para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará
auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar
da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a
sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade
procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem
encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando
possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos,
devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á
ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou

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pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no
qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os
objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial
ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado,
ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito,
a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I,
do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias, contado da
data do crime.
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a
chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou
esquemas elucidativos.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das
coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios,
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato
praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas,
deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.

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Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que
houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio,
a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação
do fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra,
observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o
ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa
reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja
autenticidade não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos
que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se
daí não puderem ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os
exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver
ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória,
em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da
infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo
deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor
da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o autorrespectivo, que será
assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser
datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do
exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade
poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,
obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,
complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo
exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no
art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da
verdade.

No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Criminalística, em seu


Regulamento para a concessão do título de especialista em áreas periciais (2009),
emite o título de especialista nas seguintes áreas:
ƒ Especialista em Perícia de Identificação de Veículos;
ƒ Especialista em Perícia Documentoscópica;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes contra a Vida;
ƒ Especialista em Perícia de Balística Forense;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes contra o Meio Ambiente;
ƒ Especialista em Perícia de Fonética Forense;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes de Trânsito;
ƒ Especialista em Perícia de Crimes de Informática;
ƒ Especialista em Perícia de Revelação de Impressões Papilares;
ƒ Especialista em Perícia de DNA Forense;
ƒ Especialista em Perícia de Laboratório Forense, áreas de Biologia,
Química, Física, ou Toxicologia;
ƒ Especialista em Perícia Contábil;
ƒ Especialista em Perícia de Engenharia Legal.

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As especialidades em perícias descritas acima só são emitidas para peritos
oficias, como disposto no REGULAMENTO PARA A CONCESSÃO DO TÍTULO DE
ESPECIALISTA EM ÁREAS PERICIAIS (Associação Brasileira de Criminalística,
2009):

“Da Concessão
º
Art. 3 - O título de especialista será concedido somente aos peritos
criminais que sejam filiados às suas respectivas entidades de classe estaduais e
estas, por sua vez, estejam em dia com as suas obrigações junto a ABC, nos termos
previstos em seu Estatuto.
Parágrafo Único - Para satisfazer o requisito previsto no “caput” é
necessário que esteja filiado, ininterruptamente, a pelo menos 3 (três) anos, o qual
deverá ser comprovado pela cópia da ficha de inscrição e declaração da sua
entidade, assinada pelo Presidente e Tesoureiro.

Das Condições para se inscrever


º
Art. 4 - São condições para o perito criminal se inscrever a realização da
prova de especialista:
a) Ter mais de 5 (cinco) anos como perito criminal;
b) Possuir, pelo menos, 3 (três) anos de efetivo exercício nessas perícias em
seu respectivo local de trabalho, comprovado pela periódica emissão de, no mínimo,
36 (trinta e seis) laudos periciais oficiais; “

As especialidades de Medicina Legal e Odontologia Legal são devidamente


regulamentadas pelos respectivos Conselhos Federais de Medicina e Odontologia,
devendo o profissional ser previamente graduado nas respectivas profissões.
A criminalística envolve o estudo de todas essas áreas, sendo que cada uma
possui competências e características distintas e englobam inúmeros conhecimentos
que podem ser obtidos durante anos de experiência, como descreve a Associação
Brasileira de Criminalística. Com isso, as instruções e definições que serão dadas a
seguir servem como base para o conhecimento de como funcionam as perícias

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
criminais em algumas de suas áreas, dando uma ênfase maior na parte de
identificação humana e crimes contra a pessoa. Essa base auxiliará o aluno a
perceber o quão extenso, interessante e difícil é o estudo das perícias criminais.
Os alunos poderão perceber a vasta quantidade de informações para a
realização de perícias criminais, que nunca poderão ser realizadas somente por um
perito ou entendida amplamente por uma só pessoa, seja um perito criminal, um
investigador, um advogado, um delegado, etc.; mas, sim, por um conjunto de
pessoas que se unirão para que se traga o esclarecimento para a justiça do fato
ocorrido.
No final desse curso, colocaremos alguns dados sobre concursos públicos
para o ingresso na carreira de perito criminal.
As perícias criminais são realizadas para os diversos tipos de crimes
dispostos no Código Penal, mas que são facilmente visualizados nessa tabela 1
elaborada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE (2009),
que permite também a visualização da quantidade de crimes cometidos no Estado
de São Paulo.

Tabela 1: Ocorrências policiais e inquéritos policiais instaurados, por


Departamento de Polícia Judiciária, segundo natureza do crime, no Estado de São
Paulo - maior Estado do Brasil, 2003

Ocorrências Policiais
Natureza do Crime
Decap Demacro Deinter
(1) (2) (3)

1.436.63
TOTAL
745.540 413.171 0

Crimes Contra a Pessoa 110.434 90.653 381.800


Homicídio Doloso 4.373 3.078 3.656
Tentativa de Homicídio 2.638 2.234 5.008
Homicídio Culposo por Acidentes de 832 767 3.023

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Trânsito
Homicídio Culposo, Outros 94 59 179
Indução/Auxílio ao Suicídio 31 53 46
Aborto 89 66 298
Lesões Corporais Dolosas 33.010 28.282 121.211
Lesões Corporais Culposas por
Acidentes de Trânsito 23.073 16.555 78.305
Lesões Corporais Culposas, Outras 1.276 734 2.602
Perigo de Vida ou Saúde 254 217 652
Maus Tratos 950 933 4.053
Omissão de Socorro 120 146 391
Calúnia, Difamação e Injúria 8.827 7.416 40.160
Constrangimento Ilegal 877 608 1.735
Ameaça 32.387 27.162 111.347
Violação de Domicílio 406 693 3.944
Outros Crimes Contra a Pessoa 1.197 1.650 5.190

Crimes Contra o Patrimônio 420.228 192.619 554.825


Roubo Consumado 131.080 45.773 70.884
Roubo Tentado 2.959 1.100 3.776
Roubo de Veículo Consumado 41.880 23.396 15.136
Roubo de Veículo Tentado 729 350 344
Roubo Seguido de Morte (Latrocínio) 187 118 235
Extorsão Mediante Sequestro 90 109 87
Extorsão, Outras 401 289 582
Furto Consumado 104.973 58.406 220.625
Furto Tentado 2.662 1.385 10.880
5 2 3
Furto de Veículo Consumado
1.110 0.789 4.916
Furto de Veículo Tentado 462 183 917
Furto Qualificado Consumado 34.205 16.337 102.021

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Furto Qualificado Tentado 1.486 493 5.448
Receptação 3.920 2.591 4.026
Apropriação Indébita 2.837 1.699 7.867
Dano Material 8.058 6.284 33.123
Estelionato 28.666 10.712 29.210
Fraudes Diversas 440 202 1.348
Outros Crimes Contra o Patrimônio 4.083 2.403 13.400

Crimes Contra os Costumes 3.405 2.910 9.663


Estupro Consumado 1.135 932 1.775
Estupro Tentado 251 182 629
Atentado Violento ao Pudor 1.222 1.025 3.010
Sedução 47 66 222
Corrupção de Menores 59 54 333
Rapto 70 86 355
Incentivo à Prostituição 40 16 262
Ato Obsceno 369 232 1.624
Outros Crimes Contra os Costumes 212 317 1.453

Crimes Contra a Família 468 423 3.227


Abandono Material 221 178 1.417
Outros Crimes Contra a Família 247 245 1.810

Crimes Contra a Fé Pública 3.606 1.700 6.146


Moeda Falsa 466 249 1.358
Falsidade de Títulos e Documentos 881 345 940
Outras Falsidades 565 122 551
Uso de Documento Falso 783 457 1.822
Falsa Identidade 272 169 344
Outros Crimes Contra a Fé Pública 639 358 1.131

Crimes Contra a Administração


Pública 5.371 5.157 18.269

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Peculato 20 12 68
Corrupção 55 38 129
Resistência 282 191 711
Desacato 584 797 6.261
Contrabando ou Descaminho 31 21 267
Comunicação Falsa de Crime 99 77 204
Falso Testemunho 24 19 59
Exercício Arbitrário das Próprias Razões 1.273 1.135 3.493
Fuga de Presos 217 146 655
Desobediência 660 890 3.584
Outros Crimes Contra a Administração
Pública 2.126 1.831 2.838

Crimes Contra a Incolumidade Pública 6.497 3.656 33.094


Incêndio 663 485 4.882
Tráfico de Entorpecentes 2.422 1.502 9.080
Uso de Entorpecentes 3.041 1.302 17.122
Outros Crimes Contra a Incolumidade
Pública 371 367 2.010

Crimes Diversos 261 117 785

Leis Especiais 10.511 7.731 43.742


Corrupção de Menores - Lei nº 2.252/54 29 34 79
Crime de Racismo 49 20 118
Porte de Arma 4.159 2.776 10.412
Disparo de Arma de Fogo 497 243 1.777
Falta de Habilitação 1.927 1.921 8.698
Direção Perigosa 654 441 6.173
Outros Crimes 3.196 2.296 16.485

Contravenções Penais 7.258 5.114 50.764


Vias de Fato 2.646 1.990 24.272

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Perturbação de Trabalho e Sossego 1.598 1.216 12.388
Jogo do Bicho 97 29 307
Embriaguez 1.380 825 2.174
Outras Contravenções Penais 1.537 1.054 11.623

Não Criminais 177.501 103.091 334.315


Suicídio Consumado 349 251 844
Suicídio Tentado 341 805 4.391
Desinteligência 1.768 792 6.095
Queda Acidental 834 362 2.934
Perda/Extravio de Documento 51.303 17.893 51.540
Desaparecimento de Pessoa 6.512 5.406 9.583
Morte Suspeita 12.250 9.182 5.180
Veículo Localizado 38.149 21.275 25.385
Acidente de Trabalho 211 230 2.760
Outros Não Criminais 65.784 46.895 225.603
Fonte: Secretaria da Segurança Pública - SSP/Delegacia Geral de Polícia - DGP/Departamento de Administração
e
Planejamento - DAP/ Núcleo de Análise de Dados; Fundação Seade.
(1) Departamento de Polícia Judiciária da Capital.
(2) Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo.
(3) Departamentos de Polícia Judiciária de São Paulo Interior.
Nota: Com a aprovação da Lei nº 9.099, de 26/11/1995, as ocorrências policiais referentes a crimes e
contravenções penais;
Passíveis de pena de reclusão de até 1(um) ano, são remetidas ao Poder Judiciário através de "Termos Circunstanciados",
Não sendo necessária a instalação de Inquérito Policial. Deste modo, a partir de janeiro de 1996, as ocorrências,
policiais passam a ser compostas pela soma dos boletins de ocorrências policiais e termos circunstanciados.
Não inclui as ocorrências policiais registradas e inquéritos instaurados pelos Departamentos Especializados da
Polícia Civil
(Deatur, DHPP, Deic, Denarc, etc.). Dados preliminares.

Dessa maneira, podemos observar que existem inúmeros tipos de crimes,


sendo que nesse curso, a ênfase será dada para os crimes contra a pessoa e
aqueles que estão relacionados com eles.
Nerio Rojas (Rojas, 1936) elaborou um guia extremamente didático e
objetivo disposto em 10 postulados com recomendações da prática forense,

63
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
orientando aspectos técnicos e científicos da perícia médico-legal, podendo se
estender as perícias odontolegais. São eles:

1°) O perito deve atuar com a ciência do médico, a veracidade da


testemunha e a equanimidade do juiz:
O perito deve possuir conhecimento intelectual profundo de todas as áreas
dentro da medicina (ou da odontologia), manter sempre a sinceridade e a veracidade
devido à importância do laudo pericial para o juiz.

2°) É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos:


Não confiar nas palavras ditas pelas pessoas e sim em provas e fatos
comprovados.

3°) A exceção pode ser tanto valor como regra:


Casos excepcionais na literatura científica podem não ser raros na medicina
legal ou na odontologia legal.

4°) Desconfiar dos sinais patognomônicos


A perícia deve juntar o maior número possível de fatos, provas e elementos
para a posterior conclusão e não pela análise de sinais patognomônicos.

5°) Deve-se seguir o método cartesiano:


Dividir ordenadamente o pensamento e consequentemente a procura pelos
elementos que farão parte do laudo pericial.

6°) Não confiar na memória:


Anotar devidamente tudo que foi realizado, suas dúvidas e questionamentos.

7°) Uma necropsia não pode ser refeita:

64
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Realizar uma necropsia bem feita com cautela e cuidado, a fim de evitar
perícias sucessivas, que podem ser dificultadas devido às condições do corpo ou
mesmo da impossibilidade de recuperação do material para estudo.

8°) Pensar com clareza para esclarecer com precisão:


O laudo deve ser escrito com fundamento científico lógico e coerente,
evitando contradições.

9°) A arte das conclusões consiste nas medidas


As conclusões periciais devem ser cuidadosamente “pesadas”, “medidas”,
isto é, analisadas e reanalisadas quantas vezes o perito julgar necessário, pois a
interpretação de texto de uma pessoa pode ser diferente de outra.

10°) A vantagem da medicina legal está em não formar uma inteligência


exclusiva e estritamente especializada:
A medicina e odontologia legal abrangem diversas áreas do conhecimento,
principalmente o Direito, a Biologia, a Física, a Química entre outros.

França (2001) elaborou um Decálogo Ético do Perito, norteando os


princípios éticos para auxiliar os peritos:

1°) Evitar conclusões intuitivas e precipitadas


Ter prudência e concluir racionalmente baseado em fundamentos científicos.
2°) Falar pouco e em tom sério.
Falar o imprescindível, argumentando e apresentando evidências em
momento oportuno.
3°) Agir com modéstia e sem vaidade
O sucesso e fama devem depender da ótima conduta ética do profissional.
4°) Manter o segredo exigido
O sigilo pericial deve ser respeitado
5°) Ter autoridade para ser acreditado

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Decidir com firmeza e manter suas decisões.
6°) Ser livre para agir com isenção
Não permitir que convicções, paixões e ideologias influenciem o resultado.
7°) Não aceitar a intromissão de ninguém
Não aceitar que alguém deforme sua conduta ética e profissional
8°) Ser honesto e ter vida pessoal correta
É preciso ser honesto para ser justo, conferindo credibilidade e
respeitabilidade.
9°) Ter coragem para decidir
O que sabe, o que não sabe.
10°) Ser competente para ser respeitado
Atualizar os estudos permanentemente.

---------------- FIM DO MÓDULO I------------------

66
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Curs
C so de
e
PE
ERÍC
CIAS CRIM
MINA
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MÓD
DULO
O II

Atenção: O material deste módulo está dispo onível apenaas como parââmetro de estudos para
este Proggrama de Edducação Con ntinuada. É proibida qua
alquer forma
a de comerciialização do
mesmo. OsO créditos do conteúd do aqui contido são da ados aos seeus respectiv
vos autores
descritos nas Referên
ncias Bibliogrráficas.
MÓDULO II

TIPOS DE IDENTIFICAÇÃO

A primeira divisão da identificação humana é a de ordem jurídica, dividindo-a


em civil e criminal. A identificação civil é aquela que caracteriza um cidadão e ocorre
a partir do momento do registro de seu nascimento no cartório, onde é expedida a
certidão de nascimento, posteriormente ocorre à obtenção do registro civil (R.G.) e
as identidades funcionais de profissionais liberais, expedidas pelos respectivos
conselhos de classe, como por exemplo, a carteira do cirurgião-dentista, do médico,
do advogado, etc. Já a identificação criminal é utilizada para identificar pessoas
vivas ou mortas, quando não há possibilidade de identificá-las pela identificação civil,
como, por exemplo, pelo R.G (Espíndula, 2007).
A identificação é o processo pelo qual se determina a identidade de uma
pessoa (Silva, 1997) ou um conjunto de procedimentos diversos para individualizar
uma pessoa ou objeto (Vanrell, 2003). Já a identidade é o conjunto de caracteres
físicos, funcionais ou psíquicos, que individualizam determinada pessoa (Simas
Alves, 1965, e Vanrell 2003) ainda acrescenta que “além da identificação física,
inclui todos os elementos que possam individualizar uma pessoa, como: estado civil,
filiação, idade, nacionalidade, condição social, profissão, etc.”
Leitão e Silva (2003) acrescentam que “a finalidade da identificação é
permitir, de modo rigoroso e exato, a fixação da personalidade jurídica do indivíduo
para todos os atos de sua vida pública ou privada”, abrangendo de forma completa a
definição da identificação.

68
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Id
dentificação

Cíível Crim
minal

Certidão Carteria
Reg
gistro
de profissio
ona Vítim
ma
Geeral Crriminoso
n
nascimen t l ou
(R
R.G)
o funcional

étodo de id
Um mé dentificaçã
ão é aceito ao preenccher os req
quisitos de unicidade
e
e im
mutabilidade segundo
o Simas Alves
A (196
65) e atua
almente, S
Silva (1997
7), França
a
(200
01) e Vanrrell (2003) acrescenttam além desses, a perenidad
de, pratica
abilidade e
classsificabilidade:

9 U
UNICIDADE
E: o conjunto de carracteres pe
essoais nã
ão pode se
er repetido
o
em outro
o indivíduo;
9 MUTABILIDADE: As caracterís
IM sticas não mudam co
om o tempo
o;
9 P
PERENIDA
ADE: Os caracteres
c devem se
e manter a
ao longo do
d tempo,
resisstindo por toda
t a vida
a e até apó
ós a morte;
9 P
PRATICAB
BILIDADE: Procedime
ento praticável no dia
a-a-dia perricial;
9 C
CLASSIFIC
CABILIDAD
DE: importtante para
a o arquivamento dos dados,
assim
m como a facilidade de comparação post-mortem.

69
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
Segundo Simas Alves (1965) a identificação é dividida em:
1. Identificação Judiciária ou Policial: são métodos utilizados para
reconhecimentos técnicos, caracterizando o indivíduo. E segundo Leitão e Silva, são
divididos em:
a. Identificação civil: estipula a personalidade jurídica da pessoa;
b. Identificação criminal: visa colher informações sobre antecedentes ou
ações criminais;
2. Identificação Médico-legal: exige conhecimentos médico-legais para
chegar à identidade. Os conhecimentos em odontologia legal também fazem parte
dessa divisão.

Segundo Espíndula (2007), a identificação criminal pode ser dividida em dois


grupos principais:

→ Identificação conclusiva: modalidade que sozinha identifica alguma


pessoa.
→ Identificação não-conclusiva ou excludente de hipóteses: não são
conclusivas, mas auxiliam na identificação de uma pessoa.

Obviamente, não se pode esquecer que mesmo com essa divisão de


modalidades de perícias na identificação humana, são poucas as vezes que se
utiliza somente um método de identificação e pode acontecer também de uma
técnica classificada como conclusiva não permitir dados suficientes para a
identificação. Isso pode ocorrer na identificação de uma impressão digital, onde a
mesma não se encontra inteira e sim parcial.

70
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Id
dentificcação 
Id
dentificcação conclusiiva
nãão concclusiva

Im
mpressão digital Tipagem sanguínea
s ABO e fator Rh

Imp
pressão pa
almar
Ma
arcas de ta
atuagem
Imp
pressão plantar

Id
dentificação
o visual
Arrcada denttária

Des
senho do palato
p
Tamanho do
d pé

Imp
pressões la
abiais
im
mpressão auricular
a
Íris do olh
ho

Ex
xame de DNA
D Outras

Breve Histórico
o da identificação crriminal

Olho por ollho, dente por dente””


“O
(Código de Hamurabi, 1730
0 A.C. apud Cultura Bras
sileira, 2008))

A Lei ou
o Pena de
d Talião, descrita
d ac
cima, conssiste na rig
gorosa reciprocidade
e
do crime
c e da pena — apropriada
a mente cha
amada reta
aliação, se
endo prova
avelmente,
o reg
gistro maiss antigo de
e um métod
do de punição de crim
minosos. O
Os primeiro
os indícioss
da le
ei de talião
o foram en
ncontradoss no Código
o de Hamu
urabi (Figu
ura1), em 1730 a.C.,
no reino da Babilônia Quanto
Q às leis criminais, vigora
ava a "lex talionis": a pena de
e
mortte era larg
gamente ap
plicada, se
eja na fogu
ueira, na forca,
f seja
a por afoga
amento ou
u

71
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
empalação. A mutilação era infligida de acordo com a natureza da ofensa. Com isso,
muitas das marcas realizadas em crimonosos, consequentes dessa punição, eram
passíveis de serem identificadas visualmente. A noção de "uma vida por uma vida"
atingia aos filhos dos causadores de danos aos filhos dos ofendidos. As penalidades
infligidas sob o Código de Hamurabi ficavam entre os brutais excessos das punições
corporais das leis mesopotâmicas assírias e das mais suaves, dos hititas. A
codificação propunha-se a implantação da justiça na terra, a destruição do mal, a
prevenção da opressão do fraco pelo forte, a propiciar o bem-estar do povo e
iluminar o mundo. Essa legislação estendeu-se pela Assíria, pela Judeia e pela
Grécia (Código de Hamurabi, 1730 A.C. apud Cultura Brasileira, 2008)
Com isso, um dos registros mais antigos de identificação criminal era
utilizado na Velha Mesopotâmia, com processos extremamente brutais e bárbaros
como mutilações, marcas, tatuagens, que não só castigavam como estigmatizavam
as pessoas. Amputavam orelhas, mãos, braços para criminosos adversos e
arrancavam a língua do blasfemador e do caluniador (Simas Alves, 1965). Outros
tipos de métodos brutais eram realizados por barras e instrumentos de ferros
aquecidos em brasa para marcar corpos de criminosos, para facilitar a identificação
dos mesmos (Leitão e Silva, 2003).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 1: Fotografia do Código Hamurabi que está escrito em 46 colunas de 2,5 metros de altura.

Com o passar dos séculos e os adventos tecnológicos, outros tipos de


processos para a identificação judicial foram utilizadas. O assinalamento sucinto de
estatura, sexo, cor de pele, idade, cor dos olhos, cabelos e outras características é
utilizado até hoje, principalmente em documentos de identificação (Leitão e Silva,
2003) e quando se procuram pessoas desaparecidas (Figura 2) ou suspeitas de
crimes (Figura 3).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 2: Consulta de dados cadastrais vinculados ao Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.

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Figura 3: Descrição do crime, retrato falado e descrições físicas de suspeito procurado
atualmente pelo FBI.

75
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As fotografias são realizadas até hoje para a identificação individual em
documentos e são primordiais no reconhecimento de pessoas, no entanto, existe a
dificuldade de classificação em razão as alterações de traços fisionômicos e
presença de sósias e operações plásticas. O retrato falado também é utilizado para
identificação de criminosos, sendo mais próximos da realidade quando ditados e
revelados por pessoas detalhistas e que guardam facilmente uma fisionomia
(França, 2001; Leitão e Silva, 2003).
O Sistema Antropométrico de Bertillon foi o 1° método científico de
identificação e foi introduzido em 1882 em Paris e será mais bem estudado no
capítulo de noções de antropologia.
Existem diversos métodos que foram desenvolvidos para a identificação
humana, no entanto, somente o método datiloscópico de Vucetich merece um
estudo mais detalhado nesse curso.
Atualmente, além dos métodos científicos de identificação, ocorre o
reconhecimento dos familiares e amigos por meio de visualização do cadáver íntegro
e/ou por pertences particulares como alianças de casamento, roupas, pertences
íntimos, entre outros. As tatuagens também fazem parte do elenco de observações
realizadas para o reconhecimento do corpo (Figura 4).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 4: Visualização parcial de tatuagem em cadáver do sexo feminino em
putrefação.

EXAME PERICIAL EM LOCAL DE CRIME

“Local do crime é a área física onde ocorreu um fato – não


esclarecido até então - que apresente características e/ou configurações
de um delito.”
Espíndula (2007)

Figura 5: Esqueletos encontrados em uma vala na Etiópia.

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“Local de crime constitui um livro extremamente frágil e delicado, cujas
páginas por terem a consistência de poeira, desfazem-se, não raro, ao simples toque
de mãos imprudentes, inábeis ou negligentes, perdendo-se desse modo para
sempre, os dados preciosos que ocultavam à espera da argúcia dos peritos.”
Rabelo (1995)

As ações realizadas no local suspeito de ter ocorrido algum crime podem ser
primordiais para a resolução ou não de um caso. Dessa maneira, é de suma
importância que o perito tenha conhecimentos acerca da constatação e da
preservação da cena do crime para posterior perícia do local.

A investigação da cena
Definições
do crime é o início do sucesso
do uso de evidência física pelo Crime: “Segundo o conceito formal, violação culpável
laboratório forense e o da lei penal; delito” (Aurélio, 2001)
investigador criminal. Mais do
Evidência: “Caráter de objeto de conhecimento que
que tudo, a cena do crime deve não comporta nenhuma dúvida quanto à sua
ser apropriadamente verdade ou falsidade.” (Aurélio, 2001)

gerenciada e investigada da
Evidência: “é o vestígio, que após as devidas
melhor maneira possível. A alta análises, tem constatado técnica e
qualidade de uma investigação cientificamente, a sua relação com o crime”
(Espíndula, 2006).
da cena do crime é um
processo simples, mas Vestígio:” Sinal que homem ou animal deixa com os
pés no lugar por onde passa; rastro, rasto,
metódico. Não é rígido, mas
pegada, pista” (Aurélio, 2001)
segue um conjunto de
princípios e procedimentos que Vestígio “é todo objeto ou material bruto constatado
e/ou recolhido em um local de crime para
asseguram que todas as

78
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
evidências físicas sejam encontradas e investigadas para que a justiça seja
alcançada.
Toda a cena de crime é única e, com experiência, o investigador da cena do
crime será capaz de utilizar sua lógica e técnicas sistemáticas para obter conclusões
com sucesso. O único fator consistente em cenas do crime é a sua inconsistência.
Devido a sua diversidade, elas são classificadas de diversas maneiras, segundo
Miller (2005):
(1) Segundo a localização;
(a) Primária: origem da primeira atividade relacionada ao crime;
(b) Secundária: outros locais relacionados ao crime.

(2) Segundo o tamanho:


(a) Cena do crime macroscópica: todos os elementos que são
visualizados na cena do crime, sem auxílio de equipamentos específicos. Ex: o
corpo, o esqueleto, o carro, o ambiente, etc.;
(b) Microscópica: evidências físicas microscópicas encontradas na
cena macroscópica. Por exemplo: resíduos de pólvora, traços de pelos e fibras,
impressões digitais, etc.
(3) Segundo o tipo de crime. Ex: homicídio, roubo, agressão sexual, etc.;
(4) Segundo a condição: organizada ou desorganizada.
A cena do crime normalmente é classificada utilizando um conjunto de
definições citadas anteriormente. O objetivo de qualquer investigação da cena do
crime é reconhecer, preservar, coletar, interpretar e reconstruir toda a evidência
física relevante da cena do crime. Um laboratório forense examina o vestígio para
providenciar ao investigador informações para que possa solucionar o caso. A
integração da investigação da cena do crime com o exame do vestígio encontrado
na mesma forma a base da investigação científica da cena do crime. A seguir, será
descrito alguns tipos de informações obtidas do exame do vestígio em investigações
criminais, segundo Miller (2005):
(1) Informações do corpo de delito: as evidências físicas, o padrão da
evidência e os exames laboratoriais auxiliam na investigação.

79
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
(2) Informações sobre o modus operandi: criminosos utilizam de métodos
personalizados e próprios para a execução dos diversos tipos de crime.
(3) Ligação de pessoas, cena do crime e objetos: ligar suspeitos às vítimas
é a mais importante e comum ligação estabelecida por uma evidência física em
investigações criminais.

Figura 6: Esquema dos procedimentos realizados para a individualização de algum vestígio.

80
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Resumidamente, a cena do crime deverá seguir alguns passos, como
descreve didaticamente Siegel (2005):

Figura 7: Esquema representativo dos passos que ocorrem na investigação da cena do


crime, segundo Siegel (2005).

A Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos (EUA), mais


conhecida como FBI (Federal Bureau of Investigation), em 2000 elaborou um guia
para a investigação da cena do crime (TWGCSI – Grupo de trabalho técnico da
investigação da cena do crime, 2000). Esse manual visa à padronização das práticas
adotadas para a investigação da cena do crime dos policiais e peritos americanos,
tornando-se referência em investigação da cena do crime. Eles elaboraram esse

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
manual dividindo em cinco sessões
distintas: chegada à cena do crime,
FG
Cadeia de custódia é tanto o procedimento 
documentação preliminar e
quanto a documentação de tudo que é 
avaliação da cena, processando a realizado para cada vestígio encontrado na 
cena, finalizando a investigação da cena do crime. Podemos ter o processo de 
cena do crime. cadeia de custódia e a documentação da 
cadeia de custódia.  
(Fonte: Siegel, 2001). 
ED
1) Chegada à cena do crime: Um dos cuidados mais importantes da
perícia criminal são a manutenção das evidências físicas e a preservação da cena
do crime, que deve ser realizada imediatamente após a constatação da cena do
crime, e é realizado normalmente pela polícia local (Figura 8);
a) Anotar o local, a localização, data, tipo de ocorrência, casas, veículos,
eventos ocorridos e elementos envolvidos;
b) Não permitir que pessoas, veículos ou objetos saem da cena do crime,
identificando possíveis vítimas e suspeitos;
c) Aproximar-se da cena cuidadosamente e verificar a possibilidade de
outros crimes ao redor;
d) Realizar observações iniciais (olhar, ouvir e cheirar) o ambiente e
anotá-los;
e) Observar a possibilidade de perigo de explosão e contaminação por
materiais perigosos ou tóxicos, para chamar policiais especializados para analisar a
cena do crime;
f) Não permitir que pessoas, veículos ou animais se aproximam da cena
do crime, evitando contaminações e perigos como explosões;
g) Após controlar situações de perigo e isolar a área, a próxima atenção é
chamar socorro médico para dar a atenção médica necessária aos feridos,
minimizando ao máximo a contaminação da cena do crime.
h) Anotar todas as etapas dos cuidados médicos, desde sua hora de
chegada até os cuidados prestados;

82
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
i) Assegurar que evidências como roupas, objetos e manchas
encontradas no corpo sejam preservadas pela equipe médica;
j) Documentar todos os comentários e testemunhos de pessoas
envolvidas ou presentes no local do crime ou ao seu redor;

Figura 8: Esquema de isolamento da cena do crime.

k) Um oficial da polícia deve sempre que possível acompanhar a vítima


para o hospital para garantir a preservação das evidências ou mesmo documentar
comentários feitos pelo paciente;
l) Lacrar a cena do crime com faixas e adesivos (Figura 8);
m) Controlar o fluxo de pessoas, inclusive peritos e outros policiais;
n) Se possível, efetuar mensurações, e se puder fotografias com escalas,
para preservar as evidências como pegadas, marcas de pneu no chão, etc.,

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presentes na cena do crime se houver a possibilidade de chover, ou nevar ou
derreter (se for gelo);

Figura 9: Isolamento da cena do crime com faixas específicas e marcadores de vestígios.

o) Não permitir que qualquer pessoa fume, masque chiclete, use o


telefone ou banheiro, coma ou beba qualquer coisa, mexa nos vidros e janelas,
mude os móveis de lugar, etc., ou seja, não permitir que alguém mexa em qualquer
objeto presente na cena do crime ou ao seu redor;
p) Toda documentação e anotações feitas pelo policial devem ser
entregue ao investigador de polícia para posterior estudo e análise.

2) Documentação preliminar e avaliação da cena:


a) O investigador de polícia deverá documentar todas as informações
recolhidas pelo policial, organizá-las e identificá-las com os dados da região do crime
(delegacia, responsável, cidade, estado, etc.);

84
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b) Continuar toda a manutenção da cena do crime descrita anteriormente,
documentado todas as pessoas que estiver participando da investigação;
c) Definir estratégias para a análise fotográfica (Figura 10) e recuperação
dos vestígios encontrados na cena do crime.

Figura 10: Bertillion desenvolveu um sistema de câmera e tripé alto para a tomada
fotográfica de cenas do crime no início do século XX.

3) Processando a cena:

a) O investigador deverá avaliar e posteriormente solicitar a presença de


peritos criminais de acordo com a especialidade envolvida;
b) O controle da contaminação deve ser extremamente rígido, evitando-se
a contaminação dos profissionais, das vítimas, da cena do crime, dos objetos, etc.;

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c) Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) como luvas
(obrigatório), gorros e protetores de sapato (se necessário);
d) Todo material utilizado para coleta das evidências devem estar
devidamente limpos ou até esterilizado se for para coleta de material biológico e
devem ser corretamente acondicionados, que será descrito no final desse módulo
com maiores detalhes;
e) Toda evidência deve ser corretamente documentada, com localização,
identificação e condições que se encontravam, fotografada com escalas de
referência e/ou filmadas antes de ser removida da cena do crime (vide próximo
capítulo);
f) Analisar e verificar a metodologia utilizada para a coleta da evidência.
Por exemplo, cada método requer equipamentos e materiais diferenciados para a
sua realização, por exemplo, para se fazer análise de impressões digitais não se
utiliza o mesmo equipamento para análise de marcas de mordidas, e assim por
diante;
g) Documentar qualquer intercorrência ou dificuldade ocorrida durante a
coleta do material;
h) Preservar adequadamente o material coletado com a finalidade de
minimizar sua degradação: refrigerado, congelado, local seco, local úmido, etc.;
i) Encaminhar para os respectivos laboratórios periciais.

4) Finalizando a investigação da cena do crime:


a) Determinar quais evidências foram coletadas;
b) Discutir com toda equipe envolvida sobre a cena do crime,
intercorrências e evidências.

A análise da cena do crime deverá ser realizada segundo padrões


específicos de procura, como descreve Miller (2006) (Quadro 1), sendo que a
metodologia mais recomendada varia de caso para caso, devendo o perito estudar e
consequentemente escolher a forma mais adequada para a sua realização.

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Quadro 1: Tipos de procura em cena do crime, segundo seu padrão
geométrico e suas descrições:
Tipo de Padrão Descrição
procura geométrico
Método de Baseado na teoria de ligação, mais comum e
ligação produtiva; um tipo de evidência liga a outra;
experimental, lógica e sistemática; utilizadas em cenas
grandes e pequenas, em cenas internas e externas.
Método linear Funciona melhor em grandes cenas em
ambientes externos; requer um coordenador de busca,
na qual, geralmente voluntários com instruções
preliminares auxiliam na sua realização.
Método em Modificação do método linear, com duas
grade vertentes; efetivo, mas consome muito tempo.

Método em Utilizado melhor em cenas com definição de


zona zonas ou áreas eletivas em casas ou construções;
times são designados para áreas menores para
procura; combinada com outros métodos.
Método em Utilizada em situações especiais; limitada
roda ou raio aplicação; melhor se utilizada em espaços pequenos e
circulares.
Método em Pode ser de dentro para fora ou de fora para
espiral dentro. Utilizada em cenas do crime sem barreiras
físicas; requer uma habilidade de traçar um padrão
regular com diâmetros fixos; aplicação limitada.

87
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TIPOS DE VESTÍGIOS NOS LOCAIS DO CRIME

Uma das práticas mais comuns é coletar tudo que possibilita ser utilizado
como evidência. No entanto, se todos os objetos da cena são coletados e
submetidos a um laboratório forense para análise, além de sobrecarregar as
instituições que as realiza, a maioria dos objetos não trará valor probatório. Essa é
uma prática que não é somente uma perda de tempo e de recursos, mas sim causa
problemas legais e de investigação. Agora, se uma evidência crítica para a
investigação é omitida ou negligenciada ou preservada inapropriadamente, mesmo
com o uso de recursos extremamente modernos, não haverá possibilidade de salvar
a investigação. Assim, um sistema deve ser desenvolvido para que o vestígio
relevante seja reconhecido e localizado, enquanto o material supérfluo é excluído
(Lee et al, 2001).
O objetivo da procura na cena do crime é localizar todos os vestígios
potencialmente relevantes e significativos que podem ser utilizados para ligar ou
exonerar um suspeito ou testemunha de um crime. A experiência e o treinamento
irão auxiliar um investigador ou preito criminal em determinar as evidências mais
encontradas, mas a experiência também revelará que não há dois casos iguais. Um
conceito conhecido como a teoria da ligação de quatro caminhos explica as inter-
relações entre uma cena do crime, uma vítima, um suspeito e a evidência física
(Figura 11). Entendendo-se essa conexão, irá proporcionar orientação para
determinar onde as evidências podem estar localizadas. Na teoria, se existirem
associações entre dois ou mais desses componentes, como cena, vítima, suspeito e
evidência física, o caso poderá ser resolvido. Quanto mais associações, maior é a
probabilidade de sucesso na resolução do caso. (Lee et al, 2001).

88
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Figura 11:
1 Associaçções entre a vítima,
v o sus
speito e as evvidências em
m uma cena de um
crime
e, segundo Lee
L et al (200
01).

Tipos de
d evidênccias físicass, segundo
o Lee et al (2001):

1. Im
mpressõess digitais e outras;
a. Impressõess latentess: aquelas
s que nã
ão são po
ossíveis de
d serem
m
visua
alizadas se
em auxílio de um pro
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b. Impressõess visíveis: visualizada
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c. Impressõess em plá
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89
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
2. Evidências impressas:
a. Impressões: em papel, em livros, na parede, etc.;
b. Entalhes em relevo em papéis: ocorre quando uma pessoa escreve em
uma folha que está em cima de outras, marcando-as em relevo.
c. Padrões conhecidos para comparação: exclusão ou inclusão de
escritas, documentos, livros impressos para comparar com outros impressos
encontrados na cena do crime.

3. Evidências de fibras e cabelos/pelos:


a. Evidências de cabelos e pelos: fios de cabelos ou pelos, tanto da
vítima como do suspeito, podem ser encontrados na cena do crime. Pelos de
animais de estimação, como cães e gatos, também são utilizados para comparação,
pois o criminoso, ao possuir esses animais, pode deixar na cena do crime material
suficiente para uma análise comparativa do perfil genético do animal;
b. Evidências de fibras: as fibras encontradas podem estar associadas
aos tecidos das roupas que os criminosos utilizavam no momento do crime ou
mesmo associados ao local ou ambiente que vive.

4. Outras evidências:
a. Evidências de vidros;
b. Evidências de pinturas;
c. Evidências de solo.

5. Armas de fogo e ferramentas: utilizadas ou não em agressões


corporais ou ao patrimônio:
a. Evidência de arma de fogo;
b. Ferramentas;
c. Resíduo de disparo por arma de fogo: encontrado na mão do autor do
disparo;

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6. Evidência biológica - sangue, fluidos corporais e tecidos: pode permitir
a análise do perfil genético do suspeito, da vítima e de outras pessoas que
frequentaram o local;
a. Sangue: além do perfil genético, pode-se estudar o padrão de manchas
de sangue encontradas na cena de um crime para, por exemplo, levantar as
possibilidades de direcionamento de disparos por arma de fogo;
b. Líquido seminal: presente ou não em casos de estupros ou atentado
violento ao pudor;
c. Saliva, urina, suor: a saliva pode ser encontrada em casos de marca de
mordida e outros tipos de agressões que o criminoso utiliza a boca e os lábios como
instrumentos. Possui, por mililitros, maior quantidade de células passíveis de serem
utilizadas para análise do perfil genético do que a urina e o suor;
d. Dentes: em alguns casos de agressão, os dentes podem avulsionar ou
quebrar ou serem extraídos da boca da vítima ou do suspeito. Os dentes podem
fornecer dados como tipos de restaurações ou mesmo o DNA, em alguns casos.

7. Fluidos inflamáveis ou combustíveis:


a. Amostras líquidas inflamáveis: que podem ter sido utilizadas para o
início do incêndio, ou mesmo, pela sua presença no local do crime, causado
incêndios no local espontaneamente;
b. Amostras combustíveis: que podem ter sido utilizadas para o início do
incêndio pelas suas propriedades de alimentar o fogo previamente colocado.

8. Material explosivo: encontrado na cena do crime por coincidência ou


utilizado para causar danos.

9. Documentos questionados

10. Drogas: Substâncias controladas pelo governo: podem ser


classificadas como sintéticas ou naturais:

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a. Drogas sintéticas: fabricadas com componentes sintéticos, artificiais,
produzidos em laboratório.
b. Drogas naturais: encontradas na natureza em plantas, animais e em
alguns minerais.

11. Evidência de marca de mordida: fornece dados para a análise dos


dentes do agressor, mediante a realização de exames comparativos dos dentes e
das arcadas com o suspeito.

12. Evidência entomológica


a. Descrição da localidade: cada localidade possui a fauna específica,
inclusive insetos que decompõe o cadáver em processos que ocorrem logo após a
sua morte.
b. Coleta de insetos como evidência: auxiliam no estudo do tempo de
morte e podem auxiliar na análise do DNA da vítima, se for encontrado somente os
insetos na cena do crime.

Chisun e Turvey (2006) classificam e descrevem brilhantemente os tipos de


evidências encontradas na cena do crime, de acordo com o tipo de informação que
fornece para a reconstrução da cena de um crime:
• Evidência sequencial;
• Evidência direcional;
• Evidência de localização ou de posição;
• Evidência de ação;
• Evidência de contato;
• Evidência de propriedade;
• Evidência associativa;
• Evidência limitante;
• Evidência de preposição;
• Evidência temporal;
• Evidência psicológica.

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Todas essas evidências serão explicadas mais detalhadamente a seguir:

1) Evidência sequencial: auxilia no estabelecimento de “quando” o evento


ocorreu ou na “ordem” que o mesmo ocorreu. Exemplos:
a) Uma impressão de calçado perto da de uma roda demonstra que uma
pessoa estava presente subsequentemente à passagem do veículo.
b) Sangue encontrado abaixo do vidro de uma janela quebrada em um
homicídio estabelece que a janela foi quebrada depois que o sangue foi depositado.

2) Evidência direcional: mostra o que alguma coisa ou alguém está indo


ou veio. Exemplos:
a) Marcas de calçados podem auxiliar na direção da caminhada;
b) A análise da trajetória do projétil pode estabelecer a origem e a direção
do tiro de arma de fogo;
c) Análise do padrão das manchas de sangue pode ser utilizada para
determinar a direção do sangue;

3) Evidência de localização ou de posição: mostra “onde” algo aconteceu


ou aonde algo vai e a sua orientação e relação a outros objetos ou pessoas.
Exemplos:
a) Uma impressão digital encontrada na parte interna da janela de um
veículo pode indicar que uma pessoa esteve dentro do veículo, no entanto, se a
impressão for encontrada na parte superior da janela pode significar que uma
pessoa se apoiou no vidro para falar com o motorista.
b) Manchas de sangue podem indicar onde a vítima foi agredida ou morta
e onde o agressor estava e se encontrada em pé, sentado, agachado, etc.

4) Evidência de ação: tudo que define o que aconteceu durante a


execução de um crime. Exemplos:
a) Cápsulas de arma de fogo ou cartuchos de projéteis indicam que uma
arma de fogo foi utilizada.

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b) Uma janela quebrada pode indicar que foi o local de entrada do
criminoso.

5) Evidência de contato: Algo que demonstra onde e como duas pessoas,


dois objetos ou localidades estão associados um com o outro. Exemplos:
a) Vestígios como pelos, cabelos, fibras, solo, vidros podem associar
pessoas, objetos e localidades.
b) Duas escovas de dente e duas toalhas de banho indicam que duas
pessoas são residentes, em locais que se relata que somente uma pessoa reside a
casa.

6) Evidência de propriedade: auxilia a responder “de quem” é a evidência.


Exemplos:
a) Assinaturas;
b) Documentos de registro civil, de carro, etc.;
c) Cartão de crédito;
d) DNA;
e) Impressões digitais;
f) etc.

7) Evidência associativa: indica contato entre pessoas ou ambientes.


Exemplos:
a) Fibras encontradas no corpo que coincidem com aquelas do
estofamento de um caminhão;
b) Vegetação encontrada em um carro de um suspeito que é consistente
a vegetação encontrada em uma cena do crime e na vítima.

8) Evidência limitante: define a natureza e a limitação de uma cena do


crime. Ajuda a estabelecer a cena do crime secundária e se existe necessidade de
expandir a busca por outras áreas. Exemplos:
a) Pontos de entrada e saída de uma cena;

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b) Paredes e portas de uma construção;
c) Localização de uma cena do crime;
d) Localização dos itens deixados na cena pelo criminoso.

9) Evidência de preposição: Tudo que a investigação pensa que ocorreu


na cena do crime, mas não foi encontrado até o momento. Exemplos:
a) A vítima foi encontrada sem a carteira, sem o anel de casamento, etc.;
b) A vítima foi morta na residência, mas o projétil não foi encontrado.

10) Evidência temporal: expressa a passagem do tempo de um crime.


Exemplos:
a) O entomologista forense poderá analisar o tempo da morte por meio
das larvas e insetos que podem acometer o cadáver após alguns dias da morte;
b) O médico legista poderá analisar o tempo da morte por intermédio do
exame tanatológico, que inclui a temperatura corporal, análise do conteúdo gástrico
e outras características que serão descritas posteriormente.
c) Um incêndio ocorre em uma residência e acomete um relógio na sala
onde começou o incêndio, que parou no momento em que foi atingido,
demonstrando o momento exato em que tal fato aconteceu.

11) Evidência psicológica: é qualquer ato que explique qual a satisfação


pessoal ou motivação que faz com que o criminoso realize algum ato. Exemplos:
a) Um agressor, tortura a sua vítima, para satisfazer uma motivação
sádica.
b) Um agressor filma o seu ataque e a agressão para humilhar a vítima e
reviver o evento depois para realizar suas fantasias.

Fontes de vestígios que podem se tornar evidências

Vestígios é um termo genérico para material pequeno, frequentemente


microscópico que pode se tornar evidência, caso traga informações sobre o crime.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Existem infinitos tipos de traços que podem auxiliar na investigação criminal. Quando
um indivíduo entra em contato com uma pessoa ou localização, pequenas e
aparentemente minúsculas mudanças ocorrem. Itens pequenos como fibras,
cabelos, pelos e microscópicos fragmentos podem ser deixados pela pessoa ou
levados por meio do contato com o meio ambiente ou com outro indivíduo. A
importância desses traços é que eles podem ligar os suspeitos à vítima ou a
localidades. É uma evidência física de contato e, através da microscopia, pode se
tornar uma parte da investigação (Fisher, 2003).

Fontes de vestígios, segundo Fisher (2003):

1. Roupas;
a. Excelente fonte de vestígios;
b. Substâncias macroscópicas e microscópicas podem ficar aderidas na
roupa por eletricidade estática ou na sua fabricação;
c. Devem ser coletadas do suspeito e da vítima, o mais rápido possível
para que não sejam perdidas;
d. Após a coleta dos vestígios, a roupa deverá ser embalada em sacos de
papel para que a ação dos fungos seja minimizada. Os fungos crescem em
ambientes úmidos e a utilização de sacos plásticos aumenta a chance de proliferá-
los devido à falta de ar circulante. Se as roupas estiverem molhadas ou com sangue,
o ideal é que se permita secá-las antes do seu armazenamento.

2. Calçados:
a. Sapatos e outros calçados podem ser fontes de vestígios,
principalmente porque eles podem possuir poeira, terra, fragmentos, vegetação ou
outros vestígios biológicos impregnados;
b. Calçados devem ser embalados separadamente para evitar
contaminação cruzada. Cuidados particulares devem ser tomados quando o calçado
possui fragmentos de solo seco, pois podem determinar quais lugares o suspeito
andou.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
3. Vestígios no corpo:

a. Podem ser encontrados por intermédio de um exame minucioso do


corpo do suspeito ou da vítima;
b. Partículas microscópicas de resíduo de disparo por arma de fogo;
c. Pelos no corpo da vítima ou do suspeito, principalmente em caso de
estupro;
d. Materiais da cena do crime podem estar presentes na cabeça, na mão,
nas unhas, nas orelhas, em casos de assalto, arrombamento e outros crimes.

4. Detecção de vestígios de metais:


a. O teste de detecção de vestígios de metais (TMDT) é utilizado com
resultados variáveis;
b. A solução é borrifada nas mãos e observada por luz ultravioleta. A
presença de áreas escuras indica a localização do metal. Metais diferentes resultam
em cores diferentes;
c. O problema desse teste é que diariamente nós manipulamos objetos
metálicos e que o teste, ao ser realizado para a análise de contato com armas de
fogo, nem sempre resulta em resultados satisfatórios.

5. Outros objetos como fonte de vestígios:


a. Presentes na arma do crime;
b. Presentes em ferramentas utilizadas para arrombamento;
c. Presentes no veículo que sofreu um acidente;
d. Presentes em objetos carregados pela vítima (bolsa, carteiras, etc.);
e. Etc.: não infinitas as possibilidades de vestígios serem encontrados.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
COLETA, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE VESTÍGIOS
COLETADOS NA CENA DO CRIME

Todos os países do mundo possuem leis que definem que os vestígios


devem ser preservados na mesma condição em que foram encontrados na cena de
um crime. Existem duas razões para que ocorra essa recomendação, segundo
Siegel (2000):
• Se a evidência não for totalmente coletada e preservada perderá o valor
probatório para auxiliar na resolução de um crime.
• A preservação da evidência demonstra na corte que a evidência é
autêntica.
A cadeia de custódia deverá ser bem definida e devidamente documentada
(Figura 12) desde o momento da coleta, para que minimize contaminações e que os
vestígios possam ser analisados e posteriormente incorporados como evidências de
um crime.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 12: Diferentes tipos de etiquetas, cartões e fichas de documentação para vestígios
encontrados na cena do crime, que devem ser utilizados para registrar a cadeia de custódia.

Cada vestígio possui uma metodologia diferenciada para que a sua coleta
seja realizada de forma eficiente e sem contaminantes. Atualmente, com a
possibilidade de análise do perfil genético por meio de amostras biológicas, presente
nos vestígios recomenda-se que a coleta seja realizada por meio de procedimentos

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
rigorosos. Com isso, levando em consideração que toda evidência poderá ser
utilizada para análise de DNA, que é um dos métodos mais passíveis de
interferência quando ocorre à contaminação, utilizam-se primariamente as regras
que existem para a coleta de material biológico para todos os outros tipos de
vestígios, como veremos a seguir.
As amostras de material biológico devem ser minuciosamente colhidas, seja
quando dispostas na cena do crime ou quando forem de indivíduos devidamente
identificados. É importante que todas as pessoas que manipulam as amostras
tenham conhecimentos específicos baseados na literatura especializada, e ainda
possuem treinamento em boas práticas de manipulação em laboratórios forenses
com rígida formação em controle de qualidade (INTERPOL, 2001). Amostras que
não estiverem adequadamente identificadas e documentadas podem ser
questionadas; aquelas, que não forem corretamente coletadas, são passíveis de não
serem analisadas; outras, se não forem devidamente acondicionadas, pode sofrer
contaminação e se, não forem criteriosamente preservadas, pode ocorrer
decomposição e deterioração (FBI, 2003).
O FBI (1999, 2001) e a INTERPOL (2001) elaboraram normas para os
laboratórios forenses que participam da formação dos bancos de DNA internacional,
englobando principalmente a metodologia de coleta de evidências biológicas para
análise do DNA, assim como aspectos importantes para o treinamento de pessoal
que serão descritas adiante.
O material biológico presente na cena do crime pode aparentar invisível a
olho nu, dessa maneira, pode-se utilizar reagente como o luminol que não interfere
na análise do DNA para detecção de amostras com vestígios de sangue, sendo que
reage com o ferro presente na hemoglobina, exibindo uma quimioluminescência
(Figura 13) (GROSS et al, 1999). Outros kits de reagentes são utilizados: aqueles
que contêm antígeno próstata-específica para sêmen (HOCHMEISTER et al, 1999) e
para saliva, o teste de detecção de amilase por Phadebas® (WILLOTT &
GRIFFITHIS, 1980), etc.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 13: Kit de luminol, luz de detecção Ultravioleta (UV) e óculos de proteção para luz UV.

Outros cuidados devem ser tomados para a documentação das amostras


coletadas na cena do crime: fotografar o local de remoção das evidências, realizar
anotações da sua disposição e de características pertinentes (SÃO PAULO, 1999;
INTERPOL, 2001 ; FBI, 2003; BONACORSO, 2005).
Amostras de sangue podem ser coletadas dos indivíduos, encontradas em
corpos, objetos e superfície. Qualquer que seja o material biológico a ser coletado, o
manipulador deverá utilizar luvas ou pinças devidamente estéreis. A coleta de
sangue em indivíduos hígidos deverá ser realizada em dois tubos de 5mL, contendo
EDTA como anticoagulante, devidamente identificado e a seguir refrigerado (Figura
14) (BUTLER, 2005).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 14: Amostras biológicas para análise do DNA forense.

Recomenda-se que os objetos, superfícies ou corpos que possuem as


amostras de sangue sejam recolhidos se possível; além de realizar esfregaços nas
formas líquidas; ou se secas, umidificar a região com água estéril, seguida de
esfregaço. Em ambos os casos, aconselha-se esperar secar os esfregaços – swabs
– para posteriormente serem embalados em envelope de papel limpo, evitando que
a umidade facilite o crescimento de bactérias e fungos. Amostras de sêmen, de

102
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
saliva e urina, ou de objetos que os contêm, podem ser utilizadas e seguem a
mesma metodologia descrita anteriormente. Tecidos, dentes, ossos e fios de cabelos
também podem servir de fonte de células para análise de DNA (FBI, 2003). A
estocagem do material deve ser em refrigerador a 4°C ou em freezer a -20°C, no
entanto, para longos períodos, estocar de -70 a -80°C (BUTLER, 2005).
O armazenamento do material biológico úmido em sacos plásticos deve ser
de no máximo duas horas, ou quando possível, permitir que seque antes do
acondicionamento final. Cada tipo de amostra de material biológico (sangue, saliva,
osso, dente, etc.) deve ter sua coleta e acondicionamento individualmente descrito
(Secretaria de Segurança Pública de São Paulo – SSP-SP, 1999; INTERPOL, 2001).
A degradação do DNA de amostras biológicas, utilizadas em investigação
criminal, pode ocorrer decorrente de um processo natural de exposição ao meio
ambiente. Luz, umidade, temperaturas elevadas, bem como contaminações
bacterianas ou fúngicas levam à degradação química do DNA humano
(SCHNEIDER et al, 2004).
A comissão de DNA da Internacional Society For Forensic Haemogenetics –
ISFH – (1992) sugeriu algumas recomendações para a análise de DNA pela PCR,
incluindo que essa contaminação pode ser evitada atendendo a certos cuidados
durante todo o processo de análise de DNA, que vão desde a coleta e
armazenamento do material biológico do qual será extraído o DNA, até o próprio
local de preparação da PCR.
As contaminações das amostras pelos investigadores e pessoas do
laboratório podem resultar em uma incorreta interpretação do perfil genético. Dessa
maneira, o desenvolvimento e cumprimento de normas de procedimentos, e
treinamentos específicos para o exame de DNA tornaram-se imprescindíveis
(INTERPOL, 2001).
Visando o estabelecimento de normas para coleta e exame de materiais
biológicos para identificação humana, a Secretaria de Segurança Pública do Estado
de São Paulo (SSP-SP) baixou a Resolução SSP-194 em 2 de junho de 1999 (São
Paulo, 1999):

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Considerando:
a) A necessidade de normatizar os serviços os periciais relativos à coleta de
materiais biológicos para exames de identificação humana, tanto nos locais de crime
quanto na pessoa humana, viva ou morta;
b) Que os procedimentos a serem seguidos pelos órgãos policiais e periciais
oficiais devem estar em consonância com os ditames da legislação em vigor;
c) Que é imprescindível a correta preservação das amostras para não haver
contaminações ou outros prejuízos (p. 104).

Continuando na mesma Resolução em seu anexo, cita os cuidados que


devemos ter para a coleta, armazenamento e análise do material biológico para a
extração de DNA. Os cuidados incluem utilização de luvas descartáveis,
instrumentos de coleta, armazenamento e análise devem ser estéreis, a
documentação completa do vestígio eleito para a coleta, incluindo-se fotografias da
região, tipo de armazenamento entre outros, o armazenamento do material biológico
úmido em sacos plásticos deve ser de no máximo duas horas, ou quando possível,
permitir que seque antes do acondicionamento final. Cada tipo de amostra de
material biológico (sangue, saliva, osso, dente, etc.) deve ter sua coleta e
acondicionamento individualmente descrito.
Existem diversos tipos de embalagens para coleta na cena do crime.
Horswell (2001) descreve de forma detalhada e minuciosa os tipos de embalagens e
formas de coletas dos vestígios:

1) Embalagens para cada tipo de vestígio:


(a) As embalagens de papel são fabricadas em diferentes tipos de
tamanhos e formatos, tais como envelopes (Figura 15), sacolas e sacos (Figura 16,
17), caixas (Figura 18) e outros.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 15: Envelopes para coleta de vestígios de diferentes formatos e tamanhos.

105
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 16: Envelopes e sacos de papel para coleta de evidências e objetos encontrados na cena do
crime como roupas, celulares, documentos, etc.

106
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 17: Tipos de envelopes e sacos de materiais diferentes – papel e plástico - para a coleta e
armazenamento dos vestígios encontrados na cena do crime.

107
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 18: caixas utilizadas para a coleta de evidências.

(a) Os envelopes e sacos de papel permitem que o vestígio respire,


evitando a proliferação de fungos e bactérias.
(b) Fragmentos pequenos devem ser armazenados em envelopes de
papel pequenos e posteriormente acondicionados em envelopes ou sacos maiores
para que não se perca durante o transporte.
(c) Podem-se também utilizar papéis brancos ou tiras adesivas específicas
para a coleta de traços de evidências, que devem ser acondicionados
posteriormente em potes rígidos ou envelopes (vide no final do módulo, mais
explicações).
(d) Itens molhados ou com substâncias voláteis devem ser colocadas em
sacolas de nylon ou latas novas e limpas (Figura 19).

108
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
(e) Materiais infestados com moscas, larvas, besouros e outros tipos de
insetos devem ser dispostos em sacos plásticos selados e dispostos no freezer para
que os insetos morram ou adicionar algumas gotas de metanoato de etilo no saco
plástico com o conteúdo e selar. Após aproximadamente uma hora, os insetos
estarão mortos. Insetos vivos também devem ser coletados em frascos com tampa
para análise.

Figura 19: Frascos e recipientes utilizados para a coleta de vestígios na cena do crime.

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2) Formas de coleta

(a) Com as mãos:


ƒ Utilizar sempre luvas descartáveis e máscaras faciais;
ƒ Utilizar pinças para auxiliar na coleta de materiais pequenos;
ƒ Todos os itens que forem visíveis a olho nu podem ser coletados pelas
mãos;
ƒ Materiais como cabelos, fragmentos de pinturas grandes e de vidros e
amostras da vegetação devem ser coletadas antes da aplicação de outras técnicas
de coleta, como levantamento por fitas adesivas, varredura e a vácuo;
ƒ Vantagem: posiciona o material no coletor e não requer outros
instrumentos e artifícios para a realização da mesma.

(b) Esfregaço com suabes (Figuras 20 a 23):


ƒ Esfregaços com suabes secos são utilizados para a coleta de
partículas minúsculas, que podem ser analisados posteriormente por microscopia;
ƒ Esfregaços com suabes umedecidos com água destilada estéril são
utilizados para a coleta de fluidos corporais. São utilizados preferencialmente os
suabes com algodão e estéreis para a extração de DNA.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 20: Amostras de sangue sendo coletadas de um objeto perfurocortante – faca –
frequentemente utilizada em agressões físicas e homicídios.

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Figura 21: manipulação de material contendo amostras biológicas com luvas.

Figura 22: Esfregaço bucal utilizado para a coleta de saliva e células descamadas da mucosa oral
para a extração de DNA.

112
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Figura 23: Coletor estéril, apropriado para coleta de material biológico presente na cena do crime.

(c) Levantamento com fitas adesivas (Figura 24):


ƒ Método de coleta de traços de vestígios em uma variedade de
superfícies como roupas, estofamentos ou tapeçarias;
ƒ Adesivos transparentes são aplicados na superfície do objeto e
posteriormente colocado em cima de um pedaço limpo de vidro ou plástico rígido e
colocado em um saco de plástico com vedação.
ƒ Mais comumente utilizado no laboratório de ciências forenses do que
na cena.
ƒ Alguns desses adesivos permitem que o vestígio seja removido na
presença de água ou solvente, portanto, normalmente não é recomendado para
amostras biológicas passíveis de extração de DNA, pois poderão interferir na
mesma.

113
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Figura 24: Adesivos que são utilizados para a coleta de vestígios como partículas de pó e sujeira,
fibras, cabelos e outros. O rolo na parte inferior é utilizado como adesivo e posteriormente ao
mergulhá-lo em metanol ou água para a remoção dos vestígios que são recuperados por filtragem.

(d) Varredura:
ƒ O método é particularmente utilizado na coleta de material de diversas
áreas, incluindo regiões inacessíveis ou que existem muitos materiais;
ƒ É essencial que a escova esteja limpa e que sejam utilizadas somente
em uma parte da cena do crime para evitar contaminação entrecruzada.

114
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
(e) A vácuo (Figura 25):
ƒ Método utilizado para coletar materiais microscópicos por sucção com
equipamentos especiais apropriados, com filtros limpos que podem ser de papel ou
algodão;
ƒ Deve ser utilizado com precaução, pois é difícil separar todos os
vestígios no laboratório posteriormente.

Figura 25: Aspirador de evidência portátil para coletar micropartículas com


filtro hermeticamente lacrado contracontaminação.

115
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Quadro 2: Resumo dos principais itens utilizados para a coleta de vestígios e
a sua utilização.
Item Utilizado para a coleta de
Bisturi ƒ Esfregaços de pinturas
ƒ Fibras visíveis
ƒ Vegetação
ƒ Sangue seco
Sondas ƒ Pinturas
ƒ Fibras
ƒ Resíduos
ƒ Óleos
ƒ Graxas
ƒ Manipulação de partículas
microscópicas
Escova ƒ Partículas de traços de:
ƒ Pintura
ƒ Metais
ƒ Vegetação
ƒ Vidros
Esfregaço por suabes ƒ Partículas pequenas que podem
ser aderidas às fibras do suabe
Escova de maquiagem ƒ Para varrer áreas restritas e
localizadas
Espátula ƒ Amostras de solo com ou sem
amostras de sangue
ƒ Misturas de componentes
Pinça (metal) ƒ Traços de material como:
ƒ Fibras
ƒ Cabelos e pelos
ƒ Vegetação
Pinça (plástico) ƒ Itens que podem ser danificados
com a utilização de pinças de metal.
ƒ Normalmente são descartáveis.
ƒ Utilizado para coletar amostras
biológicas com um chumaço de algodão
Algodão ƒ Coleta de sangue seco com o
auxílio de água destilada estéril.
Ímãs ƒ Partículas de ferro e aço.
ƒ Armazenar o ímã em sacos
plásticos.

116
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FOTOGRAFIA DA CENA DO CRIME

Outros cuidados devem ser tomados para a documentação das amostras


coletadas na cena do crime: fotografar o local de remoção das evidências, realizar
anotações da sua disposição e de características pertinentes (SÃO PAULO, 1999;
INTERPOL, 2001; FBI, 2003; BONACORSO, 2005). Para isso é necessário a
utilização de equipamentos e escalas comumente encontrados em lojas
especializadas para fotografia forense (Figura 26, 27, 28 e 29).

Figura 26: Sistema fotográfico foco fixo para tomadas com dimensões 1x1, utilizadas principalmente
para fotografar evidências na cena do crime, contendo ou não impressões digitais.

117
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Figura 27: Conjunto de documentação fotográfica de cenas do crime com placares de indicação,
numeração e apoios para tomadas fotográficas em ângulos de 90°.

118
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Figura 28: Diferentes escalas para fotografia de evidências.

Figura 29: Diferentes objetos e evidências.

119
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Vanrell (2003) ainda acrescenta que no protocolo fotográfico padronizado,
além da escala e de máquinas fotográficas, deverão constar:
• Fotos coloridas;
• Fotos em preto-e-branco.
• Ambas tiradas com luz visível, bem como, poderá ser usado:
o Iluminação ultravioleta: utilizam-se fontes de luzes em tubos especiais
para a visualização de impressões latentes com pós-fluorescentes;
o Iluminação infravermelha: utilizam-se fontes de luzes como lâmpadas
incandescentes de tungstênio;
• Repetição de tomadas e ângulos para que não haja a perda de
qualquer dado porque o material é perecível ou as circunstâncias são passageiras,
de modo que as fotografias sempre serão únicas e insubstituíveis.
Com isso, todo perito deve ter conhecimentos intermediários em fotografia,
principalmente quando as condições de visualização necessitam de técnicas
específicas.
James et al (2005) recomendam que alguns tipos de fotografias sejam
realizadas na cena do crime, assim como os procedimentos a serem tomados para
que elas sejam corretamente tomadas (Quadro 3).

Quadro 3: Tipos de fotografias para serem realizadas na cena do crime e as


normas de procedimentos para a sua realização, segundo James et al (2005):

Tipo de fotografia Normas de procedimentos para fotografia


Geral Exterior: orla adjacente, construções e outras
estruturas maiores; rodovias ou caminhos que circundam a
cena; sinais e marcas na rua; caixas de correio e números de
endereços; tomar tomadas seriais quando possível; fotografar
antes das 10 horas ou depois das 14 horas, se for possível.
Interior: utilizar pontos de compasso ou corredores
como guias; portas que abrem para dentro ou fora da
estrutura; utilizar tripé com luz leve para aumentar a

120
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profundidade do foco.
Intermediária Seguir uma progressão da vista, passo a passo;
utilizar várias lentes e trocar o foco da lente para arquivar a
visão “focalizada” de vestígios individuais com a visão original
da cena do crime; adicione flashes para detalhes adicionais.
Tirada de perto – Utilize placas de documentação; separe o flash da
com close câmera; utilize os efeitos de luz apropriadamente, evitando
sombras; realize fotos com e sem escalas de referência.
Em todos os casos Registre rapidamente; utilize câmeras que possuem
grande profundidade de focos; não fotografe objetos e
pessoas como membros da equipe, equipamentos, mãos e
pés; mude o ângulo da visão; tome cuidado com áreas
refletivas; quando na dúvida, fotografe.

--------------FIM DO MÓDULO II----------

121
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Atenção: O material deste módulo está dispo onível apenaas como parââmetro de estudos para
este Proggrama de Edducação Con ntinuada. É proibida qua
alquer forma
a de comerciialização do
mesmo. OsO créditos do conteúd do aqui contido são da ados aos seeus respectiv
vos autores
descritos nas Referên
ncias Bibliogrráficas.
MÓDULO III

NOÇÕES DE PAPILOSCOPIA

A papiloscopia é o estudo das papilas dérmicas encontradas no corpo


humano, como nos dedos, palmas das mãos, dos pés, entre outros (Figini, 2003). As
impressões plantares, das palmas dos pés, exibem cristas papilares perenes e aqui
no Brasil é utilizada principalmente nos recém-nascidos, garantido pela Lei 8069/90
em seu artigo 10, inciso II que cria a obrigatoriedade de impressão plantar do recém-
nascido.
Como a impressão mais utilizada é a dactiloscópica, essa será desenvolvida
a seguir.
A datiloscopia é “a ciência que se propõe a identificar as pessoas
fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos
desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais”, como definida
por seu idealizador, Juan Vucetich (Leitão e Silva, 2003). A impressão digital é a
mais estudada e utilizada para a identificação humana atualmente. Foi desenvolvida
por Juan Vucetich Kovacevich, em 1891, na Argentina.
Foi por iniciativa de Félix Pacheco, que o Presidente da República, Dr.
Rodrigues Alves, que em 05 de fevereiro de 1903, por meio do Decreto 4.764,
introduziu a Datiloscopia como método mais simples e mais perfeito para identificar
pessoas. Todos estes dados serão subordinados à classificação dactiloscópica, de
acordo com o Sistema Vucetich, considerando-se, para todos os efeitos, a
impressão digital como prova mais concludente e positiva da identidade do
indivíduo, dando-lhe prioridade ao conjunto dos outros dados que servirão para
complementação da individualidade (Polícia Civil – RJ, 2008).
A impressão digital é um dos vestígios mais importantes deixados na cena
do crime, pois sua unicidade caracteriza a presença de um indivíduo na cena. No
entanto, é vital que a recuperação seja realizada por métodos eficazes,

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
principalmente em impressões latentes. Para isso, existem diversos tipos de
reagentes químicos e métodos associados que foram desenvolvidos para a
visualização de impressões latentes, dos quais alguns são utilizados rotineiramente
e outros em casos específicos (Bramble e Brennan, 2001).
As impressões digitais possuem todos os requisitos técnicos de uma técnica
ideal, quando presentes em um indivíduo vivo ou morto, mas com as papilas digitais
intactas, daí a sua importância nos processos de identificação humana:
; Perenidade:
9 As cristas papilares e os desenhos aparecem antes do indivíduo
nascer (sexto mês de vida intrauterina).
; Imutabilidade:
9 Única alteração é a cicatriz.
; Unicidade ou individualidade:
9 Não existem duas impressões idênticas, nem mesmo nos diversos
dedos de uma pessoa.
; Praticabilidade:
9 Técnica simples e rápida;
9 Classificabilidade;
9 Existe uma classificação: Sistema de Vucetich (Argentina, 1891)

A impressão digital é dividida em: (Figura 30)


; Sistema basal: Entre a segunda e terceira falange;
; Sistema marginal: Bordas da impressão;
; Sistema central ou nuclear: Conj. de impressão entre os dois sistemas
anteriores;
; Delta: união de todos eles.

A presença ou não de deltas numa impressão digital estabelece os quatro


tipos fundamentais do Sistema Datiloscópico de Vucetich: verticilo, presilha interna,
presilha externa e arco (Figura 31). Existe uma classificação utilizando-se os
sistemas descritos para todos os dedos, sendo que o polegar da mão direita é

124
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denominado fundamental, sendo à base de todo o sistema. Os pontos
característicos de cada impressão também são estudados e anotados. Esses pontos
são denominados de linha, ponto, bifurcação, ilha, ilhota, desvio, fim de linha e
outros que são comparados com a impressão digital que é investigada. Os poros
presentes na pele também são utilizados para fins comparativos (Simas Alves, 1965;
França, 2001; Figine, 2003, Leitão e Silva, 2003; Vanrell, 2003).

Figura 30: Localização dos sistemas marginais, nuclear, basal e o delta (união de todos os sistemas)
em uma impressão digital.

125
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 31: Classificação primária da datiloscopia do sistema Vucetich, também empregada no Brasil
desde 1903.

Segundo Leitão e Silva (2003), a impressão digital encontrada na cena do


crime ou de uma pessoa desconhecida deverá ser comparada com a impressão
encontrada no Sistema de Padrões Datiloscópicos, sendo que o fragmento de
impressão digital tenha os requisitos:
; Existência de no mínimo 12 pontos característicos e uma impressão
nítida;
; Existência de 8 a 12 pontos característicos, uma impressão nítida, ser
classificável, sem nenhuma dúvida, presença de poros suficientes
para confronto, ter o mesmo tamanho e largura dos sulcos e linhas na
impressão padrão e na encontrada como vestígio.
As impressões digitais não são iguais nem em gêmeos univitelinos, que
possuem inclusive o mesmo perfil genético, ou seja, o mesmo DNA. Jain et al (2002)
analisaram a similaridade da impressão digital de duas gêmeas idênticas ou
univitelinas (proveniente do mesmo óvulo e espermatozoide, que se dividiu após a
fertilização) e detectaram que mesmo sendo parecidas, não são idênticas ao serem
analisadas com o auxílio de softwares específicos como o Digital Byometrics Inc.
(Figura 32).

126
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Figura 32: Impressões digitais de duas gêmeas idênticas ou univitelinas, sendo (a) e (b) de uma e (c)
e (d) de outra. Detectaram que mesmo sendo parecidas pela inspeção visual, principalmente de
pessoas não treinadas para a análise, as impressões não são idênticas ao serem analisadas com o
auxílio de softwares específicos como o Digital Byometrics Inc.

A tomada das impressões digitais normalmente é realizada com o auxílio de


tinta tipográfica de ótima qualidade que será disposta em placas de vidro ou

127
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márm
more liso, utilizand
do-se um rolo datiiloscópico para esp
palhá-la. As fichass
datilo
oscópicas são utiliza
adas para a tomada das
d digitaiss de todos os dedos..
Para a remoção de impresssões digittais de cad
dáveres ca
aso seja necessário,
pode oção das polpas digitais e com o próprio dedo do perito
e-se realizzar a remo o
presssiona-se contra
c a ficcha datilosscópica. No
o entanto, Porta et a
al (2007) re
ecomenda
a
uma
a técnica de
d tomada de impresssões digittais por láttex líquido
o, principalmente em
m
cadá
áveres deg
gradados ou
o mumificados, que é o caso da
d figura 3317.
As imp
pressões digitais
d são
o analisada
as com au
uxílio de so
oftwares específicos
e s
para
a essa fina
alidade, que aumen
ntam a capacidade de visualização das
s linhas e
posssibilitam a comparaçção de po
ontos coinc
cidentes (Jain et all, 2002; Po
orta et al,
2007
7).

Figu
ura 33: Toma
ada de impreessão digital de cadáver mumificado,
m utilizando-se
e látex líquid
do. Observe
na figura in
nferior a ima
agem negativ
va da impressão digital ob
btida.

128
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
Para que a escolha do reagente a ser utilizado seja ideal, é necessário
entender a composição química de impressões digitais latentes, seguido da química
que envolve a recuperação de impressões latentes. (Bramble e Brennan, 2001).

Fatores que contribuem para o resíduo de impressões digitais latentes.


ƒ Resíduos da superfície da pele (Quadro 4).

Quadro 4: Fontes de contribuição potencial de materiais naturais encontrados nas


pontas dos dedos de humanos.
Fonte Distribuição pelo corpo
Glândulas sudoríparas écrinas Toda a superfície da pele,
especialmente palmas e sola do pé.
Glândulas sudoríparas apócrinas Sovaco, abdômen e peitoral, genitais
e sola do pé.
Glândulas sebáceas Toda a superfície da pele,
principalmente: testa, peito, costas e
abdômen.

ƒ Deposição da impressão digital: o contato físico da impressão digital em uma


superfície é muito importante na determinação da composição residual inicial.
O parâmetro mais óbvio que envolve no processo é o tempo, o ângulo de
contato e pressão, no qual é muito difícil determinar a influência precisa
desses parâmetros na mesma.
ƒ Doador: a composição química muda de indivíduo para outro: muitos fatores
interferem na secreção de material, inclusive se é adulto ou não; o tipo de
dieta, saúde, idade e medicação (tabela 2).
ƒ Substrato no qual a impressão é depositada: os tipos de superfície (porosa,
não porosa, etc.) são importantíssimos para o processo de visualização da
impressão digital. O resíduo de impressão digital é usualmente absorvido em
superfícies porosas, mas é remanescente em superfícies não porosas.
ƒ Contaminantes: pode ocorrer a presença de inúmeros componentes químicos

129
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
nas pontas dos dedos em razão ao contato com materiais adversos, que
podem auxiliar ou dificultar a sua recuperação.
ƒ Bactérias: a pele possui diversos tipos de bactérias, cujo produto metabólico
pode ser útil na recuperação de impressões digitais. Elas produzem um
composto orgânico denominado porfirina que absorve luz a um comprimento
de onda específico, conferindo uma fluorescência específica.
ƒ Condições ambientais e tempo: O tempo, a luz, a temperatura, a umidade, a
água e o fogo podem afetar drasticamente a recuperação de uma impressão
digital. Algumas condições climáticas são específicas de cada país do mundo,
com isso, recomenda-se que cada localidade realize pesquisas para avaliar a
efetividade dos métodos utilizados e recomendados por outros países.

Tabela 2: Concentração dos principais constituintes do suor.


Componente/ eletrólito Concentração aproximada (μL/mL-1)
Água *
Ácido lático 2000
-
Cl 1750
Na 1350
Amino ácido 900
Urea 850
+
K 550
Amônia 125
Proteína 80
Glucose 40
2+
Ca 30
Creatinina 10
2+
Mg 9
Acido acético 8
Acido úrico 6
2+
Zn 1

*a água representa de 99 a 99,5% do suor.

Estudos demonstram que a distribuição de constituintes químicos é variável

130
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de um indivíduo para outro, assim como entre um dia e outro em um mesmo
indivíduo. A utilização de técnicas em sequência irá revelar mais impressões digitais
do que uma única técnica (Figura 34). Esses processos sequenciais são mais
trabalhosos e são utilizados em alguns casos de investigação de crimes mais
graves. Uma escolha cuidadosa do processo a ser realizado e sua sequência podem
aumentar o número de impressões detectadas, possibilitando um número maior de
identificações (Quadro 5) (Hardwick et al, 2001).
A escolha da técnica a ser utilizada para a detecção da impressão digital
está associada tanto com o tipo de resíduo presente na mesma, como a superfície
que está disposta. São exemplos de superfícies: porosas, não porosas, adesivas,
metálicas, de madeira e de plástico (Hardwick et al, 2001).
Segundo Hardwick et al (2001), diversos fatores interferem na escolha da
técnica a ser utilizada:
ƒ A importância do caso e os recursos disponíveis;
ƒ Se possível, as técnicas devem ser utilizadas na ordem de efetividade em
uma sequência que não interfiram no resultado uma com as outras;
ƒ Qualquer contaminação na superfície que pode auxiliar ou dificultar a
revelação da impressão digital;
ƒ Coleta de material biológico antecede o desenvolvimento de impressões
digitais. Se não for possível realizar ambos por deposição insuficiente de
material, reagentes especiais para revelação da impressão que podem ser
posteriormente servir para análise do perfil genético devem ser utilizados;
ƒ Amostras de outros vestígios como pelos, cabelos e fibras usualmente são
coletadas antes do tratamento das impressões digitais, mas de uma maneira
que não comprometa a impressão digital;
ƒ Os efeitos da exposição a certos elementos, como chuva ou misturas, podem
afetar a escolha da sequência do tratamento;
ƒ Reagentes otimizados e equipamentos especiais devem ser utilizados para o
exame das impressões digitais.

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Figura 34: Esquema das sequências das metodologias utilizadas para a recuperação da impressão
digital latente.

132
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Quadro 5: procedimentos utilizados para a recuperação de impressões digitais
latentes, segundo a superfície e o tipo de contaminação encontrada.
Superfície Contaminação
Nome do procedimento Efetivida-
de em
Não
Porosa Adesiva Sangue Graxa superfí-
porosa
cies
molhadas
Amido preto (4-Amino-5-
hydroxy-3-[(4- √
nitrophenyl)azo]-6- - √ √ (método
(phenylazo)-2,7-Naphthalene preferencial)
disulfonic acid) *
DFO (9H-1,8-Diazafluoren-9- X
one) √ √ (não efetivo)
Exame fluorescente √ √ √ √ √ √
Violeta genciana * √

√ √
(pode ser
(método utilizado
preferencial) após
secagem)
Ninidrina X
√ √ (não efetivo)
Revelação física √
√ √ √ √
(método de
escolha
para papéis
molhados
Pós √ √ √ √
Reagentes de partículas
pequenas √ √
Pós em bastão √ √
Sudan Black [(2,2-dimethyl-
1,3-dihydroperimidin-6-yl)-(4- √
phenylazo-1- √ (método
preferencial)
naphthyl)diazene] *
Vapor de monômero de X
cianoacrilato (super bond) √ √ (não efetivo)
Deposição de metais a
vácuo


(pode ser
utilizado
após
secagem)
Exame visual √ √ √ √
* Pode ser utilizado efetivamente na cena do crime
Fonte: Hardwick et al (2001)

133
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NOÇÕES DE ANÁLISE DE FIBRAS

A análise de fibras encontradas na cena do crime será realizada por


métodos específicos, como descreve didaticamente Palmer (2001):

Figura 35: representação esquemática da sequência utilizada para a identificação de fibras


encontradas na cena do crime.

134
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O vestígio de fibra é difícil de ser interpretado, pois existem infinitas
variantes e a cada dia novos tipos de fibras estão disponíveis no mercado, além de
variarem de cor e marca comercial constantemente. Com isso, fica muito difícil
comparar com um banco de dados significativo.
Segundo Roux e Robertson (2000), existem diversos fatores que afetam o
significado do vestígio de fibras, sendo eles fatores conhecidos ou não:

1) Fatores conhecidos (ou que são usualmente determináveis):


a) Circunstâncias do caso: a descoberta das fibras pode ser mais ou mesmo
significativa dependendo nas circunstâncias, como por exemplo, se é
coincidência da fibra estar na cena do crime ou não.
b) Tempo decorrido entre a deposição da fibra na cena do crime e a coleta do
vestígio para análise laboratorial: quanto maior esse tempo poderá diminuir a
chance do vestígio ser incorporado como prova pericial.
c) Conformidade dos tipos de fibras para recuperação e comparação: algumas
fibras são altamente coloridas ou com luminescência que não só são mais
fáceis de serem visualizadas e coletadas, como também possuem mais
características para serem analisadas e comparadas. Isso aumenta a
probabilidade de discriminar as fibras que não possuem origem comum e
aumentam o seu significado.
d) Extensão da informação comparativa adquirida da amostra: essa informação
pode ser limitada pelos recursos que o laboratório dispõe ou pelo tamanho ou
tipo de fibra.
e) Número de tipos de fibras que se equiparam: na maioria das vezes, as roupas
possuem mais de um tipo de fibra, que quando analisadas e comparadas
melhoram a qualidade da informação. Ex: se um traço é obtido na cena do
crime e possui quatro tipos diferentes de fibras intercaladas, ao ser
comparado com o vestuário do suspeito, pode-se ter um tecido com as
mesmas quatro fibras, resultando em uma informação mais significativa.
f) Análise da possibilidade de transferência cruzada das fibras: o suspeito pode
“carregar” fibras do vestuário da vítima e a vítima do suspeito.

135
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g) Número de fibras que são iguais aquelas encontradas no suspeito ou na
vítima: quanto maior o número de fibras que ligam o suspeito, a vítima, a cena
do crime e o crime, mais significativo é a evidência.
h) Local de recuperação das fibras: dependendo do local que a fibra foi
encontrada, podem ser mais ou menos relevantes. Por exemplo: em um caso
de estupro, fibras encontradas nas roupas íntimas são mais importantes do
que aquelas encontradas nas vestimentas externas.
i) Métodos utilizados para conduzir o exame: quanto mais discriminante e
complementar for o método, maior a chance de obter elementos
comparativos, diminuindo a chance de comparações erradas.

2) Fatores que são desconhecidos (ou que são difíceis de determinar):


a) Extensão e a força de contato: influencia a transferência e a persistência da
fibra no local;
b) Grau de certeza que itens específicos estiveram definitivamente em contato.
c) O potencial de um doador deixar uma fibra cair;
d) Frequência da ocorrência de equiparação de fibras encontradas na cena do
crime com as fibras conhecidas, encontradas no suspeito ou na vítima.

Com isso, mesmo com as variantes que são incorporadas no comércio todos
os dias, as fibras podem ser identificadas e posteriormente comparadas àquelas
encontradas com o suspeito, na cena do crime, no corpo da vítima ou em locais que
possam ser averiguados para a investigação do crime.

NOÇÕES DE DOCUMENTOSCOPIA

Frequentemente, documentos são questionados para a distinção da tinta


utilizada para a escrita ou impressão e se a mesma originou-se de uma fonte de uma
tinta em particular ou papel. Segundo Aginsky (2000), usualmente, esses tipos de
determinações são conduzidos com o auxílio de diversos métodos analíticos, que

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possuem indicações e limitações específicas:
Exames óticos: visualizar alteração e apagamento de escritas,
discriminação entre as tintas de uma escrita que aparentam a mesma cor;
o Luz visível;
o Luz ultravioleta;
o Luz infravermelha;
Reação química: reagentes químicos são utilizados para a detecção de
ingredientes orgânicos e inorgânicos de tintas e papéis;
Técnicas espectroscópicas: mensuram a absorção, emissão ou
reflexão de luz dependendo do comprimento de onda e do nível de energia que é
usual para a caracterização e identificação;
Técnicas de cromatografia: cromatografia é um método utilizado para
separar, caracterizar e identificar os componentes da mistura de tinta.
Segundo Purdy (2000), muitas fraudes envolvem problemas de datação de
documentos, sendo que para a sua análise é necessário que sejam analisados
diversos detalhes do mesmo. Muitos métodos podem ser empregados para
determinar se o documento questionado é falso.
Produtos no papel:
o Marcas de água;
o Composição do papel;
o Envelopes.
Tintas e instrumentos de escrita:
o Documentos comercialmente impressos;
o Datilografados.
Impressos por fotocopiadora:
o Tecnologia da copiadora;
o Exame dos defeitos;
o Análise do toner.
Escrita à mão e assinaturas.
Conteúdo de um documento.
Documentos impressos por computadores/impressoras:

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o Impressora jato de tinta;
o Impressora a laser.
Documentos impressos por Fax.
Impressões por carimbo.
Colas e fitas em papéis.
Relevo ocasionado por escrita em papel acima do outro.
Marcas de guilhotina na lateral do papel.
Existem diversas maneiras de aumentar a segurança de algum documento,
segundo Pfefferli (2000), são:
9 Segurança no papel:
o Marcas de água;
o Fibras fluorescentes;
o Pedaços de papéis intercalados na folha.
9 Segurança de impressão:
o Fundo impresso com linhas finas;
o Impressão simultânea da frente e do verso;
o Tintas fluorescentes e magnéticas;
o Impressões com cores arco-íris;
o Microimpressão;
o Imagens latentes.
9 Segurança para prevenir substituição de páginas e fotos:
o Estampas;
o Hologramas;
o Filmes de proteção com tintas de impressão;
o Perfurações.
Para todos os casos de comparação de escrita à mão e assinaturas, Vos et
al (2000) levanta três hipóteses:
1. O suspeito escreveu o documento questionado
2. Outra pessoa, além do suspeito, escreveu o material que está sendo
questionado e qualquer semelhança é coincidência
3. Outra pessoa, além do suspeito, escreveu o material que está sendo

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questionado e qualquer semelhança ocorreu por um processo de imitação.
A comparação de escrita à mão é feita utilizando a microscopia que
possibilita uma melhor visualização de pontos, traços e riscos, assim como por onde
começou e terminou a escrita de uma letra (Figura 36) (Vos et al, 2000).

Figura 36: escritas de diferentes pessoas com diferentes canetas esferográficas do símbolo @ e da
palavra “com”. Observe a variação das formas, tamanho, e modo de escrever mesmo quando os
voluntários tentam escrever em letra de forma.

Com isso, apesar de aparentemente fácil de ser realizado, existem diversas


técnicas que são utilizadas para a análise de documentos, desde os papéis até a
escrita ou impressão realizada para verificar falsificação, realizar identificação
comparativa da escrita e impressão nos diversos tipos de crimes.

NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL

A identificação médico-legal é sempre feita por médicos legistas, exigindo


conhecimentos de técnicas médico-legais e entendimentos de outras ciências
relacionadas (França, 2001).

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A medicina legal tem as suas áreas de competência descritas pela
Associação Brasileira de Medicina Legal:

Fonte: http://abml-medicinalegal.org.br/Artigos/EDITAL_2008_TE.pdf

Para a obtenção do título de especialista em Medicina Legal, é necessário


que o médico esteja devidamente registrado no Conselho Federal de Medicina,
preste uma prova específica na Associação Brasileira de Medicina, sendo que para a
sua inscrição na mesma é necessário que possua:

1.3.1. Exercício profissional em Medicina Pericial em uma ou mais de suas


áreas tais como penal, cível, trabalhista, administrativa, securitária, ética e auditorias
médicas por um período de pelo menos duas vezes o período exigido pela
Residência, ou seja, pelo menos 4 (quatro) anos;

1.3.2. Professor de Medicina Legal há pelo menos, quatro anos.

1.3.3. Ter feito Treinamento teórico-prático reconhecido pela ABML e com


duração equivalente à Residência Médica

1.3.4. Ter feito Residência em Medicina Legal em Serviço reconhecido pela


ABML e com duração de no mínimo 02 (dois) anos.
Os temas estudados na especialidade de Medicina Legal são descritos pela
mesma associação:

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01. História da Medicina Pericial.

02. A organização da Medicina Legal no Brasil: Estrutura funcional dos


Institutos de Medicina Legal.

03. Conceito e campo de ação da Medicina Legal (Penal, Cível,


Administrativa, Securitária, etc.).

04. O papel do médico Perito nos processos judiciais.

05. Ética da Perícia Médica. Auditorias Médicas em serviços de saúde.

06. A importância da autonomia nas perícias.

07. Documentos médico-legais: relatórios, pareceres e atestados.

08. Traumatologia Forense:

8.1. Noções Gerais: Estudo dos instrumentos perfurantes, cortantes,


perfurocortantes, contundentes, cortocontundentes, perfurocontundentes e lesões
correspondentes.

8.2. Agentes físicos não-mecânicos: Lesões causadas por temperatura,


eletricidade, pressão atmosférica, explosões e das energias ionizantes e não-
ionizantes.

8.3. Lesões típicas em casos de tortura.

8.4 Lesões por motoserra

141
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8.5. Lesões corporais: Análise e crítica do Artigo 129 do Código Penal.

8.6 Legislação em Perícias Médicas

8.7 Avaliação do aparelho locomotor – debilidades motoras e funcionais

8.8 Avaliação do dano corporal

09. Tanatologia Forense:

9.1. Noções Gerais. Sinais de morte. Lesões vitais e pós-mortais.

9.2. Cronotanatognose e alterações cadavéricas. Necroscopia médico-legal.

9.3. Tipos de asfixias: enforcamento, estrangulamento, esganadura,


sufocação, soterramento, afogamento, confinamento, gases inertes e outras.

10. Toxicologia Forense.

10.1. Noções Gerais. Embriaguez etílica e outras drogas.

10.2. Estudo médico-legal das lesões causadas por cáusticos e venenos.

11. Antropologia Forense:

11.1. Noções Gerais: Princípios da identificação humana; Identificação e


identidade.

11.2. Exumações.

11.3. Ossadas: Diagnóstico médico-legal da espécie, sexo, idade e estatura

142
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em ossadas e restos humanos. Sinais de violência.

12. Genética Forense:

12.1. Noções Gerais;

12.2. Investigação de paternidade, de maternidade ou ambos;

12.3. Aplicações médico-legais do DNA.


13. Laboratório médico-legal: Identificação de manchas de líquidos orgânicos.

14. Sexologia Forense:

14.1. Noções Gerais.

14.2. Estudo médico-legal da conjunção carnal ilícita e dos atentados ao


pudor.

14.3. Estudo médico-legal do abortamento e do infanticídio.

14.4. Estudo médico-legal das situações de dubiedade sexual:


transsexualismo, pseudo-hermafroditismo, hermafroditismo e outros distúrbios da
sexualidade.

15. Psicopatologia Forense:

15.1. O conceito de inimputabilidade, semi-imputabilidade e sua averiguação


médico-legal. Aplicações no campo penal.

15.2. O conceito da responsabilidade civil e sua averiguação médico-legal.

143
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16. Infortunística médico-legal:

16.1. Conceito de acidente de trabalho.

16.2. Legislação e perícias de acidentes de trabalho.

16.3. Perícias securitárias.

17. Criminologia:

17.1. Criminogênese;

17.2. Estudo do crime e do criminoso;

17.3. Profilaxia e terapêutica criminal.

18. Responsabilidade civil e penal do médico, legislação e aspectos


periciais.
19. Perícias Cíveis e administrativas:

19.1. Legislação;

19.2. Critérios de avaliação de dano;

19.3. Nexo causal.

20. Perícia Médica-administrativa e Previdenciária

21. Saúde Ocupacional

Como se pode observar, a Medicina Legal é ampla e seria tema de inúmeros

144
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cursos distintos. No entanto, nesse curso serão abordados aspectos gerais da
Medicina Legal, principalmente relacionados à identificação humana (antropologia,
lesões corporais, traumatologia forense, tanatologia forense e toxicologia) em
perícias criminais.

Introdução à antropologia e identificação antropológica

Aristóteles (384 a 322 AC) já havia descrito a palavra antropólogos, que


seriam todos aqueles que se preocupavam com o estudo dos problemas relativos ao
homem. A antropologia estuda o aspecto físico dos indivíduos, assim como seus
aspectos culturais (Arbenz, 1959):

Antropologia = Anthropos (homem) + logos (ciência, estudo)

Ela é dividida em antropologia física e cultural. Sendo que a física será


estudada nesse curso. A antropometria é a ciência que estuda o conjunto dos
elementos mensuráveis do ser humano, fazendo parte da antropologia física.
O Sistema Antropométrico de Bertillon foi o 1° método científico de
identificação e foi introduzido em 1882 em Paris. Utilizavam-se dados
antropométricos e sinais individuais após os 20 anos de idade. Os dados
antropométricos são anotados e classificados. No entanto, havia certa complexidade
de métodos, com falhas, sobretudo, no que se relacionava com as medidas que
variavam naturalmente e aquelas que eram identificadas erroneamente pelos
técnicos (França, 2001). Eram realizadas diversas medidas pelo corpo todo (Figura
37,38 e 39) e devidamente catalogadas.

145
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 37: Fotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas.

146
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Figura 38: Fotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas.

147
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Figuras 39: Mensurações realizadas por Alphonse Bertillon. Foto disposta no National Gallery of
Canada, Ottawa

148
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Atualmente, a antropologia forense é utilizada amplamente em casos de
identificação de cadáveres em estado avançado de putrefação, degradados ou
mesmo esqueletizados.
As análises macroscópicas dos esqueletos, dependendo do seu grau de
conservação e integridade, podem fornecer estimativas de sexo, idade, altura,
ancestralidade ou cor da pele, causa de morte (arma de fogo – figura 40,
instrumento perfurocortante, estrangulamento, etc.), forma de morte (natural,
homicídio, suicídio e acidente), além de características que podem individualizar
como doenças ou alterações biológicas ocorridas ao longo da vida do indivíduo
(Simas Alves, 1965; Silva, 1997; França, 2001; Lessa, 2008).

Figura 40: Visualização de orifício de entrada de projétil em crânio humano, possibilitando estimar a
causa da morte.

Pettorutti et al (2003) descreveram que o método de identificação médico-


legal, realizado no Instituto Médico Legal - Núcleo de Antropologia da cidade de São
Paulo, nos casos com suspeita, segue o seguinte fluxo:

149
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1. Agendar e entrevistar familiares da potencial vítima para coleta de
elementos característicos da pessoa procurada e documentações médico-
hospitalares e odontológicas;
2. Após o exame inicial, quando for o caso, diligenciar ao local de encontro
do cadáver, com a finalidade de buscar elementos periciais que muitas vezes não
estão presentes no cadáver como fragmentos ósseos e dentes;
3. Proceder à limpeza do cadáver ou da ossada, possibilitando assim, o
estudo antropológico e odontológico, quando são descritas características ósseas e
odontológicas que permitirão o confronto com os dados fornecidos pela família ou
registrados nas documentações médico-hospitalares e odontológicas da vítima;
4. Se resultarem inconclusivas as pesquisas efetuadas, parte do material
biológico recuperado será encaminhado junto com amostra sanguínea para exame
de vínculo genético, o qual é realizado junto ao Instituto de Criminalística e teve o
início de seus trabalhos no ano de 1999.
Utilizando-se os conhecimentos da antropologia física, a identificação
humana é realizada por diversos métodos, segundo o tipo de definição e os tipos de
exames (Simas Alves, 1965; Silva, 1997; França, 2001; Gojanovic e Sutlovic, 2007;
Slaus et al, 2007).

1. Definição espécie
a. Exames macroscópicos
; Radiografias dos ossos: trama óssea é específica para humano
; Osso da clavícula:
o Forma um “S” itálico alongado
o Diferente de qualquer espécie
b. Exames microscópicos
; Estudos histológicos do dente humano
; Estudos histológicos dos ossos humanos

2. Definição do sexo
a. Cadáver íntegro: visual, exceção: hermafroditas

150
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b. Carbonizados: verificar a presença de útero e ovário
c. Esqueletizado:
; Pelve: apresenta maior dimorfismo sexual (Figuras 41 e 42 )
o Classificação:
• Ginecoide: características femininas. No geral, existem menos
proeminências e menos inserções musculares, tendo forma arredondada e o
diâmetro transversal supera a altura da bacia.
• Androide: Características masculinas. No geral, possui mais
proeminências, é mais robusta e possui mais ranhuras de inserções musculares,
possui formato de coração e o diâmetro vertical predomina sobre as horizontais.

Figura 41: Pélvis de indivíduo do sexo Figura 42: Pélvis de indivíduo do sexo
masculino. feminino.

• Platipleloide: características intermediárias e é considerado raro

3. Estimativa de altura:
a. Existem diversas metodologias internacionais;
b. Pode ser utilizada a mensuração do esqueleto inteiro, mas não é
fidedigna, sendo passível de erros;

151
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c. P
Poucas parra a popula
ação brasilleira, a única mais re
ecente é a tese de
Mestrado de Freire
F (2000
0), na quall o autor es
studou me
ensuraçõess de fêmur, úmero,
rádio
o e tíbia e comparou com a esttatura de cada
c indivíd
duo, formu
ulando uma
a tabela
para
a a estimativa da altura em brassileiros (Fig
gura 43).

Figurra 43: Mode elos ajustados para a estimativa da


d altura pa
ara indivíduo
os brasileiro
os, sendo U
(tamaanho do Úmero), R (tamanho do Rádio), F (tamaanho do Fêm
mur), T (tama
anho da Tíbia). Extraído
o
e José J. B. Freire.
da Diissertação de

4. E
Estimativa da cor da pele
a. O crânio offerece maiss caracteríísticas para
a a estimativa da corr da pele,
e será descrito
o no módullo de odon
ntologia leg
gal.
5. Estimativa da idade
mativa da idade fetal pode ser obtida
A estim o pelo
os estudoss:
; Q
Quando se tratar de cadáver
c e esqueleto
9 D caracte
Das erísticas anatômicas macroscó
ópicas,
9 D medida craniocaudal e dos centros
Da c de
e ossificaçã
ão,
9 D fontane
Das elas,
9 D crescim
Do mento e dessenvolvime
ento do crâ
ânio e da fa
ace,
; Q
Quando se tratar de indivíduo vivo
v
9 M
Métodos ra
adiográficoss

152
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
Crimes de lesões corporais

Simas Alves (1965) ainda define que as lesões corporais ocorrem quando
um agente de natureza mecânica, física ou química atua de forma violenta sobre o
organismo humano, resultando num dano anatômico, funcional ou psíquico.
Como descrito anteriormente, o Código Hamurabi foi o primeiro a relatar
punição para as pessoas que cometessem algum tipo de crime.
O Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de Dezembro de
1940), descreve o crime de lesões corporais e suas penas:

CAPÍTULO II DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal
Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Lesão corporal de natureza grave


§ 1º - Se resulta:
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30
(trinta) dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
§ 2º - Se resulta:
I - incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.

Lesão corporal seguida de morte


§ 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
(...)

Lesão corporal culposa


§ 6º - Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.
(...)

153
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CAPÍTULO III DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

(...)
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e
iminente:
(...)
(...)
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-
lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se
resulta a morte.
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
quer abusando de meios de correção ou disciplina:
(...)

Os crimes são divididos em doloso e culposo, que são definidos pelo Código
Penal:
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco
de produzi-lo
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.

Traumatologia forense

As lesões corporais ou à saúde são estudadas pela traumatologia forense


(Simas Alves, 1965). A traumatologia forense compreende o estudo sistemático das
lesões produzidas por agentes lesivos exógenos, de modo a oferecer à Justiça
subsídios (Calabrez, 1997), como:

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• Diagnóstico;
• Classificação jurídica;
• Nexo causal, se a lesão é vital ou pós-mortal;
• Enquadramento legal;
• Gravidade do dano causado.
França (2001) define a traumatologia forense ou lesonologia médico-legal
como o estudo das lesões e estados patológicos, imediatos ou tardios, produzidos
por violência sobre o corpo humano, nos seus aspectos do diagnóstico, do
prognóstico e das suas implicações legais e socioeconômicas, tratando também das
diversas modalidades de energias causadoras desses danos.

1. Agentes físicos mecânicos

As lesões mecânicas são produzidas por instrumentos mecânicos, podendo


ser externas ou internas, sendo que as externas resultam de instrumentos que ao
colidirem com o corpo produzem alterações anatômicas variáveis e a segunda
resultam de esforço ou da penetração de corpos estranhos no interior do corpo
humano (Simas Laves, 1965). Segundo Calabrez, são as energias que tendem a
modificar o estado de repouso, ou movimento, em parte ou de todo o corpo e
correspondem a mais de 97% dos casos IML, sendo 98% dos casos de tentativa ou
consumação de homicídio e crimes de lesão corporal. A classificação é dividida em:
formas puras ou mistas:

155
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; Formas mistas:

Agentes físicos produtores de lesões

1. Exposição ao frio
a. Características presentes no corpo:
; Palidez da pele; retração dos mamilos e testículos;
; Desordens do sistema nervoso
; Hipofuncionamento dos órgãos
; Baixa coagulação sanguínea
; Espuma sanguinelonta das vias respiratórias e a anemia
cerebral
; Exame médico-legal: analisar outras causas

2. Exposição ao calor
a. Calor difuso: insolação ou internação
b. Calor direto: queimaduras

3. Pressão atmosférica
a. “Mal-das-montanhas”
b. “Doença dos aviadores”
c. Mergulhadores

4. Eletricidade
a. Atmosférica

156
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b. Eletricidade industrial

5. Radioatividade
a. Interesse médico-legal:
; Bombas atômicas
; Esterilização
; Mutagênese

Agentes químicos produtores de lesões

1. Cáusticos: ácidos ou sais ácidos


a. Vitriolagem – ácido sulfúrico
b. Fenol (ácido carbólico)
2. Liquefacientes: básicos
a. Hidróxido de sódio (NaOH) ou soda cáustica

Agentes biológicos produtores de lesões

1. Representadas pelas substâncias como os venenos, que atuam entrando em


reação química com a célula viva, interferindo diretamente no metabolismo da
célula, provocando processos degenerativos.
a. Exemplos: medicamentos, produtos químicos, animais e plantas
tóxicas

Agentes mistos e outros agentes causadores de lesões

Em muitos casos, não há apenas um agente lesivo, mas vários, como ocorre
em acidentes de massa, podendo haver diversos agentes lesivos, ou em agressões
e torturas, no qual o criminoso muitas vezes utiliza de diversos agentes para causar
as lesões. Com isso, é necessário que o perito em odontologia legal esteja sempre
atento a esses detalhes ao realizar a necropsia, quando o indivíduo encontra-se
morto, ou a perícia no esqueleto ou no vivo.

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Tópicos sobre asfixia por constrição do pescoço (enforcamento,
estrangulamento, esganadura, asfixia por sufocação e por monóxido de
carbono.

1. Asfixias.
a. Soterramento
b. Meio aéreo é substituído pelo meio sólido
2. Afogamento
a. Meio aéreo é substituído pelo meio líquido
b. Ocorre:
; Edema do pulmão
; Cogumelo de espuma: narinas, brônquios e pulmão
; Maceração cadavérica (mão de lavadeira)
; Diluição da concentração sanguínea
3. Oxiprivas
a. Baixa concentração de oxigênio no organismo
4. Confinamento (ex. gases inertes)
5. Sufocação
a. Ativa ou direta: supressão do ar atmosférico pela presença de
obstáculo
b. Passiva ou indireta: supressão do ar atmosférico pela compressão do
tórax
c. Constrição do pescoço
d. Enforcamento
; Sulco cervical de enforcamento
; Conjuntivas em enforcado
e. Estrangulamento
f. Esganadura

Noções de tanatologia

A morte é a “cessação total e irreversível das funções vitais que, no entanto,


não desaparecem de uma só vez, razão pela qual se costuma dizer que a morte não

158
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é um fato e sim um processo que leva o organismo a uma série de transformações
em que a volta à normalidade torna-se impossível” (Silva, 1997).
O exame tanatológico “consiste no exame do cadáver e na verificação das
circunstâncias que envolveram a morte”, envolvendo a necroscopia, que pode ser
chamada de tanatoscopia, necropsia e autópsia. Vale à pena lembrar que apesar de
usual, o termo autopsia não é correto, pois significa auto-análise, o que não ocorre
de fato (Silva, 1997). A necropsia é realizada em todos os casos de morte violenta e
é disciplinada no Código de Processo Penal.
Para as mortes naturais, não há nenhuma regulamentação no momento,
sendo comumente realizada com a permissão de familiares, sendo recomendada
principalmente em casos nos quais o médico não possui um diagnóstico da morte
preciso (França, 2001).
Alguns quesitos são utilizados no exame tanatológico, que irão direcionar o
médico legista no exame tanatológico (Silva,1997):
a. Houve morte?
b. Qual a sua causa?
c. Qual instrumento ou meio que a produziu?
d. A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar em perigo comum?

Meios complementares de diagnóstico

No decorrer da autópsia e dependendo do caso em análise o médico pode


solicitar exames complementares:
; Exames toxicológicos (nível de álcool e drogas no sangue,
medicamentos, inseticida, monóxido de carbono, etc.);
; Exames bioquímicos, metabólicos, histológicos, bacteriológicos e
virulógicos;
; Pesquisa de esperma (cavidade oral, vaginal, anal, outra) e de outros
tipos de materiais biológicos como saliva, urina e fezes;
; DNA: identificação de material biológico do(s) possível (is) suspeito(s) e

159
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para identificação do cadáver;
; Pesquisa de resíduos de disparo de arma de fogo, exame de projéteis,
armas e instrumentos que causam a lesão;
; Exame de peças de vestuário;
; Raios X.
Além da necropsia, a perinecroscopia, exame do cadáver no local dos fatos,
pode ser realizada; assim como a tanatognosia, diagnóstico da realidade da morte, e
a cronotanatognosia, que é o conhecimento do tempo da morte.
A cronotanatognosia é realizada seguindo os diversos parâmetros:
; Cadáver ainda quente: morte recente, de uma a duas horas;
; Cadáver com temperatura sensivelmente inferior a 37°C: pouco mais
de 2 horas;
; Temperatura de cadáver “morno”, com rigidez total, ausência de
mancha verde: morte há pouco mais de oito horas;
; Cadáver frio, rigidez total, mancha verde inicial: 20 a 30 horas.

França (2001) didaticamente resume os fenômenos cadavéricos a serem


descritos a seguir em um calendário denominado “da morte” (Quadro 6).

Quadro 6: Calendário “da morte” contendo as características cadavéricas


(França, 2001)
Características cadavéricas Tempo após a morte
9 Corpo flácido, quente e sem livores Menos de 2 horas
9 Rigidez da nuca e mandíbula De 2 a 4 horas
9 Esboço de livores
9 Esvaziamento das papilas oculares
no fundo do olho
9 Rigidez dos membros superiores, De 4 a 6 horas
da nuca e da mandíbula
9 Livores relativamente acentuados
9 Anel isquêmico de ½ do diâmetro
no fundo do olho
9 Rigidez generalizada Mais de 8 e menos de 16 horas
9 Manchas de hipóstase
9 Não surgimento de mancha verde
abdominal
9 Desaparecimento das artérias do
fundo do olho

160
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
9 Rigidez generalizada Mais de 16 e menos de 24 horas
9 Esboço de mancha verde
abdominal
9 Reforço da fragmentação venosa
9 Desaparecimento das artérias do
fundo do olho
9 Presença de mancha verde De 24 a 48 horas
abdominal
9 Início de flacidez
9 Papilas e máculas não localizáveis
no fundo de olho
9 Extensão da mancha verde De 48 72 horas
abdominal
9 Fundo de olho reconhecível só na
periferia
9 Fundo de olho irreconhecível De 72 a 96 horas
9 Desaparecimento das partes moles De 2 a 3 anos
do corpo e presença de insetos
9 Esqueletização completa Mais de 3 anos

Toxicologia forense

Toxicologia forense é a ciência dos venenos quando aplicados para


procedimentos médico-legais. A toxicologia forense possui inúmeras aplicações,
sendo utilizada, tradicionalmente, em investigações da morte (Drummer, 2000).
Segundo França (2001), diversos tipos de drogas são utilizadas no mundo e
no Brasil sendo que a nocividade, dependência, crise de abstinência e o modo de
usar diferencia de um tipo para outro (quadro 7).

Quadro 7: tipos de drogas segundo o grau de nocividade, dependência, crise


abstinência e modo de usar.
Droga Consumo Nocividade Dependênc Crise de Modo de usar
Brasil Mundo ia abstinência
Maconha Grande Grande Relativa Não Não Aspiração
Morfina e Pouco Grande Elevada Sim Sim Injeção
derivados
Cocaína Grande Pouco Elevada Sim Não Aspiração ou
fricção
gengival

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Ópio Pouco Nulo Relativa Sim Sim Aspiração
LSD Pouco Nulo Elevada Não Não Ingestão oral
Psicoestimula Grande Grande Relativa Sim Pode Injeção ou
ntes determinar ingestão
Soníferos Grande Grande Relativa Sim Relativa Injeção ou
ingestão
Crack Grande Grande Elevada Sim Sim Aspiração
Álcool Grande Grande Relativa Sim Sim Beber
Adaptado de França (2001).

França (2001) ainda define:


Tóxico ou droga: “grupo muito grande de substâncias naturais,
sintéticas ou semissintéticas que podem causar tolerância, dependência e crise de
abstinência”
Tolerância: “necessidade de doses cada vez mais elevadas.”
Dependência: “uma interação que existe entre o metabolismo orgânico
do viciado e o consumo de uma determinada droga.”
Crise de abstinência: “síndrome caracterizada por tremores,
inquietação, náuseas, vômitos, irritabilidade, anorexia e distúrbios do sono.”
Segundo a Organização Mundial de Saúde (Silveira e Silveria, 2006) as
drogas são classificadas em:

Classificação do uso de drogas segundo a organização mundial de saúde

• Uso na vida: o uso de droga pelo menos uma vez na vida.


• Uso no ano: o uso de droga pelo menos uma vez nos últimos doze meses.
• Uso recente ou no mês: o uso de droga pelo menos uma vez nos últimos 30
dias.
• Uso frequente: uso de droga seis ou mais vezes nos últimos 30 dias.
• Uso de risco: padrão de uso que implica alto risco de dano à saúde física ou
mental do usuário, mas que ainda não resultou em doença orgânica ou
psicológica.

162
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• Uso prejudicial: padrão de uso que já está causando dano à saúde física ou
mental.

Quanto à frequência do uso de drogas, segundo a OMS, os usuários podem


ser classificados em:

• Não-usuário: nunca utilizou drogas;


• Usuário leve: utilizou drogas no último mês, mas o consumo foi menor que
uma vez por semana;
• Usuário moderado: utilizou drogas semanalmente, mas não todos os dias,
durante o último mês;
• Usuário pesado: utilizou drogas diariamente durante o último mês.

A OMS considera ainda que o abuso de drogas não pode ser definido
apenas em função da quantidade e frequência de uso. Assim, uma pessoa
somente será considerada dependente se o seu padrão de uso resultar em
pelo menos três dos seguintes sintomas ou sinais, ao longo dos últimos doze
meses:

• Forte desejo ou compulsão de consumir drogas;


• Dificuldades em controlar o uso sejam em termos de início, término ou
nível de consumo;
• Uso de substâncias psicoativas para atenuar sintomas de abstinência,
com plena consciência dessa prática;
• Estado fisiológico de abstinência;
• Evidência de tolerância, quando o indivíduo necessita de doses
maiores da substância para alcançar os efeitos obtidos anteriormente com doses
menores;
• Estreitamento do repertório pessoal de consumo, quando o indivíduo
passa, por exemplo, a consumir drogas em ambientes inadequados, a qualquer
hora, sem nenhum motivo especial;
• Falta de interesse progressivo de outros prazeres e interesses em favor

163
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do uso
u de drog
gas;
• nsistência no uso da substân
In ncia, apesa
ar de man
nifestações
s danosass
comprovadamente decorrrentes dessse uso;
• E
Evidência d que o retorno ao uso da su
de ubstância, após um período
p de
e
absttinência, le
eva a uma rápida rein
nstalação do
d padrão de consum
mo anteriorr.

Atualm
mente, os testes toxiccológicos (Figura
( 44)) auxiliam os médico
os, legistass
ou não,
n a esta
abelecer a evidência
a do uso, consciente
c e ou não, d
de drogas. Algumass
drog
gas podem
m ser dada
as às vítim
mas, como
o por exem
mplo, benzzodiazepín
nicos para
a
redu
uzir a sua consciênccia em ca
asos de estupro. Ou
utras pode
em ser co
onsumidass
consscientemen
nte, como por exem
mplo, a coc
caína, mass levando o indivíduo
o ao óbito
o
por overdose
o (
(Quadro 8)) (Drumme
er, 2000).

Tipo

Cromatogra
C afia
Imunoensaio
A

Dosageem Cromatogra
C afia
alcóolic
ca B

Tentativa de confiirmação de
drogas por espectrrofotometria
a
em mass sa

Qua
antificação da
d droga

iden
ntificação da
a droga

Figura 44: Processos


P de
e identificaçã
ão, confirmaç
ção e quantifficação em to
oxicologia fo
orense.

164
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
Quadro 8: Razões para a realização do teste de drogas em casos forenses.
Estabelecer o uso de drogas em vítimas de agressões físicas e sexuais
Estabelecer o uso de drogas em motoristas e veículos automotores
Estabelecer o uso de drogas em pessoas envolvidas em acidentes de trabalho
Estabelecer exposição local ou ambiental de trabalhadores
Auxiliar em investigações de mortes ocorridas em hospital
Auxiliar em investigações com estimativa de tempo de utilização de drogas
Estabelecer o uso de drogas em vítimas de homicídio
Estabelecer o uso de drogas em outros casos de morte súbita ou morte inesperada

Segundo Drummer (2000), os tipos de materiais biológicos utilizados para a


análise de drogas em pessoas vivas são:
Sangue e plasma;
Urina;
Cabelos, principalmente para metais pesados como arsênico,
mercúrio, etc.;
Suor;
Saliva.
Segundo Drummer (2000), os tipos de materiais biológicos utilizados para a
análise de drogas em cadáveres são:

Quadro 9: Recomendação de coletas de materiais biológicos para a análise


toxicológica em diferentes tipos de casos criminais.
Tipo de caso Recomendação de coleta de material
biológico
Todos os casos Sangue periférico (2 tubos de 10mL)
Urina (10mL)
Humor vítreo (2-5mL)
Homicídios e casos suspeitos Fígado, bile

165
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Casos relacionados com Conteúdo gástrico, fígado e bile
usuários de drogas
Casos de abuso de substâncias Fluido pulmonar e fígado
voláteis
Anormalidades bioquímicas Soro
(insulina, etc.)
Envenenamento por metais Fígado, cabelos e rim
pesados

Diversas técnicas são utilizadas de acordo com o tipo de tóxico ou drogas a


serem analisadas e segundo Drummer (2000), são:
9 Imunoensaio: inúmeros kits comerciais estão disponíveis no mercado
para cada tipo de droga diferente, nos quais se colocam uma pequena quantidade
de urina em uma fita (Figura____).

Figura 45: Procedimento de realização do teste imunoensaio de um kit comercialmente disponível,


utilizando-se três gotas de urina e lendo o resultado após 5 minutos.

166
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Apesar de serem tecnologias diferentes, em ambas as amostras são
separadas e os fragmentos são analisados por um detector que identificará cada
componente químico, sendo que cada droga possui uma característica singular para
comparação:
9 Espectrofotometria de massa;
9 Cromatografia líquida de alta performance ou à gás;
9 Eletroforese capilar: ocorre a separação dos componentes da droga.

-------------FIM DO MÓDULO III-----------

167
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Curs
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O IV

Atenção: O material deste módulo está dispo onível apena


as como parââmetro de estudos para
este Proggrama de Ed ducação Con ntinuada, é proibida qua
alquer forma de comerciialização do
mesmo. OsO créditos do conteúd do aqui contido são da ados aos seeus respectiv
vos autores
descritos na bibliograffia consultad
da
MÓDULO IV

NOÇÕES DE ODONTOLOGIA LEGAL

A identificação humana é o assunto mais conhecido quando as pessoas são


questionadas acerca da medicina legal, e consequentemente da odontologia legal.
No entanto, será observado ao longo do curso que a área de atuação do cirurgião-
dentista na odontologia legal é vasta, abrangendo inclusive a deontologia
odontológica e a orientação profissional.
Outro ramo de grande atuação do perito-odontólogo é a realização de
perícias para identificação de lesões presentes no sistema estomatognático
decorrentes de traumas diversos, que serão estudados no tópico de traumatologia e
marcas de mordida. Lesões no sistema estomatognático também são estudadas
para a avaliação de danos resultantes de erro profissional sejam eles decorrentes de
imperícia, imprudência ou negligência.

Regulamentação da odontologia legal no Brasil

A odontologia legal faz parte do elenco de especialidades odontológicas


dispostas na Resolução CFO – 63/2005 – Consolidação das normas para
procedimentos nos Conselhos de Odontologia (no passado: Resolução CFO 185/93
de 26 de abril de 1993), sendo que na seção VIII, artigos 63° e 64° é disposta a sua
definição e as áreas de competência do especialista:

Art. 63. Odontologia Legal é a especialidade que tem como objetivo a


pesquisa de fenômenos psíquicos, físicos, químicos e biológicos que podem atingir
ou ter atingido o homem, vivo, morto ou ossada, e mesmo fragmentos ou vestígios,
resultando lesões parciais ou totais, reversíveis ou irreversíveis.

169
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Parágrafo único. A atuação da Odontologia Legal restringe-se a análise,
perícia e avaliação de eventos relacionados com a área de competência do
cirurgião-dentista podendo, se as circunstâncias o exigirem, estender-se a outras
áreas, se disso depender a busca da verdade, no estrito interesse da justiça e da
administração.

Art. 64. As áreas de competência para atuação do especialista em


Odontologia Legal incluem:
a) identificação humana;
b) perícia em foro civil, criminal e trabalhista;
c) perícia em área administrativa;
d) perícia, avaliação e planejamento em infortunística;
e) tanatologia forense;
f) elaboração de:
1) autos, laudos e pareceres;
2) relatórios e atestados;
g) traumatologia odontolegal;
h) balística forense:
i) perícia logística no vivo, no morto, íntegro ou em suas partes
em fragmentos;
j) perícia em vestígios correlatos, inclusive de manchas ou
líquidos oriundos da cavidade bucal ou nela presentes;
l) exames por imagem para fins periciais;
m) deontologia odontológica;
n) orientação odontolegal para o exercício profissional; e,
o) exames por imagens para fins odontolegais.

O exercício da odontologia no Brasil é regulamentado pela Lei 5.081 de 24


de agosto de 1966. De maneira geral, todos os procedimentos odontológicos que o
cirurgião-dentista pode realizar estão dispostos nessa lei. As perícias odontolegais
estão elencadas nos procedimentos que o cirurgião-dentista devidamente habilitado

170
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
pode realizar. No entanto, é necessário adquirir esse conhecimento prévio, seja no
próprio curso de graduação (regular) ou em cursos de pós-graduação. Isso
demonstra a importância da disciplina de Odontologia Legal e Deontologia no
currículo das faculdades de Odontologia.

ART.6 - Compete ao cirurgião-dentista:


I - praticar todos os atos pertinentes à Odontologia, decorrentes de
conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação;
(...)
IV - proceder à perícia odontolegal em foro civil, criminal, trabalhista e em
sede administrativa;
(...)
IX - utilizar, no exercício da função de perito-odontólogo, em casos de
necropsia, as vias de acesso do pescoço e da cabeça.

A odontologia legal teve sua primeira publicação oficial em 1898, sendo


oficialmente reconhecida como uma ciência que auxilia a medicina legal. No entanto,
o termo utilizado na época foi “L´art dentaire em Médicine Legal” – “A arte dentária
da medicina legal”, e foi publicado por Oscar Amöedo, que era um dentista cubano
de nascimento, mas radicado em Paris. Em sua obra, relatou detalhes da
identificação dos corpos pela comparação dos tratamentos odontológicos ante e
post-mortem (antes e depois da morte) de indivíduos carbonizados em um grande
acidente.
Em 1897, aconteceu um incêndio de grandes proporções em Paris em um
local denominado Bazar da Caridade, que era frequentado pela alta sociedade
parisiense, resultando na morte de mais de 100 pessoas, sendo que todas se
encontravam carbonizadas. Na época, o cônsul do Paraguai na França sugeriu que
as arcadas dentárias presentes nos corpos fossem comparadas com os tratamentos
dentários documentados pelos cirurgiões-dentistas da época, resultando em cerca
de 90% de corpos identificados (Rosenthal, 2001; Vanrell, 2002).

171
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Dentro da área criminal, o cirurgião-dentista atuará como perito criminal
oficial, em Estados que não existe o cargo de odontolegista. O perito criminal e o
odontolegista é um funcionário público concursado, sendo que o odontolegista deve
ser obrigatoriamente graduado em odontologia e ter seu diploma validado pelos
respectivos conselhos regionais e federais.

Perícia em odontologia:

Perícia na área civil

Segundo Silva (2003), as perícias na área civil em odontologia ocorrem


principalmente em ressarcimentos de danos, como nos casos de responsabilidade
profissional ou erro profissional odontológico, em casos de acidentes como o de
trabalho, de trânsito e em casos de agressão com comprometimento de órgãos
dentários. O arbitramento judicial de honorários profissionais, a exclusão de
paternidade, a estimativa da idade, principalmente em casos de adoção e a
avaliação de equipamentos odontológicos para fins contratuais e avaliação de
seguradoras também podem ser realizados no âmbito civil.

“TÍTULO IX
Da Responsabilidade Civil
CAPÍTULO I
Da Obrigação de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
(...)
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas
questões se acharem decididas no juízo criminal.

172
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmite-se com a
herança.
CAPÍTULO II
Da Indenização
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
(...)
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplicam-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência,
imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão,
ou inabilitá-lo para o trabalho.”

Perícia na área criminal

A perícia na área criminal é aquela realizada quando há a suspeita de um


crime, ou para a identificação médico ou odontolegal. Para um melhor entendimento,
é necessária a definição de crime. Segundo o Código Penal (Decreto-Lei n°2.848, de
7 de dezembro de 1940), o crime só existirá se uma lei anterior o definir:

“PARTE GERAL

TÍTULO I

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Anterioridade da Lei

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”

173
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Existem diversos tipos de crimes e consequentemente punições, no entanto
em odontologia, as perícias na área criminal podem ser realizadas para a
identificação humana, lesões corporais, determinação de idade para indivíduos sem
identificação e outros. Baseado na divisão elaborada por Silva (2003), as perícias de
identificação podem ser realizadas no vivo, no cadáver e nos esqueletos, e divididas
didaticamente em:

1) Identificação no vivo:
a) Presença de marcas de mordida na vítima ou no agressor;
b) Presença de marcas de mordida em alimentos e objetos;
c) Estimativa da idade pelos dentes de indivíduos com idade não
comprovada.

2) Identificação no cadáver:
a) Indivíduos em adiantado estado de putrefação, afogados ou
carbonizados, nos quais a identificação dactiloscópica é impossível devido à
degradação ou ausências das polpas digitais;
b) Casos de acidentes em massa como catástrofes naturais, acidentes de
aviso, entre outros, nos quais inúmeras pessoas perdem a vida ao mesmo tempo
dificultando o reconhecimento;
c) Casos de dilaceração de corpos.

3) Identificação no esqueleto:
a) Identificação da espécie animal;
b) Estimativa do sexo;
c) Estimativa da idade;
d) Estimativa da estatura;
e) Estimativa do biótipo.

174
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
4) Lesões corporais – traumatologia forense:
a) Análise do comprometimento da face e dos dentes em crimes e
acidentes;
b) Análise da lesão em casos de erro profissional odontológico.

5) Determinação da idade:
a) De criminosos sem idade comprovada;
b) De vítimas sem idade comprovada.

6) Perícias de vestígios biológicos e manchas encontradas na cena do


crime ou no corpo da vítima
a) Diagnósticos diferenciais de manchas de saliva, esperma, mucosidade
vaginal, sangue, etc.
b) Extração e análise do DNA de saliva do agressor encontradas no corpo
da vítima, ou em objetos deixados na cena do crime
c) Extração e análise do DNA de dentes ou seus fragmentos encontrados
na cena do crime

Perícias na área trabalhista

As perícias trabalhistas são normalmente realizadas quando a face e a boca


são atingidas por algum tipo de acidente do trabalho e quando ocorrem doenças
profissionais com manifestações bucais que serão melhores estudadas no capítulo
de manifestações bucais de doenças profissionais.

Perícias administrativas

As perícias administrativas podem ocorrer em duas vertentes, segundo Silva


(1998):
1) Processos éticos realizados nos Conselhos Regionais de Odontologia:
o cirurgião-dentista é avaliado sobre seus comportamentos éticos durante o

175
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
exercício da odontologia, após uma denúncia de comportamento antiético. A perícia
é realizada pela comissão de perícias e avaliações de tratamentos odontológicos e
pela comissão de ética do Conselho Regional e/ou Federal.
2) Auditorias realizadas em convênios: São realizadas auditorias
constantes que convencionalmente são denominadas de “perícias”. O cirurgião-
dentista que trabalha com convênios declara expressamente que está ciente da
realização dessa “perícia” no paciente em qualquer momento do tratamento
odontológico, tanto no começo, como no final do tratamento. Algumas empresas
realizam, obrigatoriamente, as “perícias” antes e depois do tratamento sendo que
outras só a realizam aleatoriamente.
Como o curso é voltado às perícias criminais, a seguir será detalhado
algumas técnicas utilizadas para a identificação humana em odontologia legal.

Estimativa do sexo por meio do estudo do crânio

A estimativa do sexo pelos elementos do crânio tem sua importância pericial,


principalmente quando em casos que o mesmo é encontrado separado do corpo, ou
existem dúvidas em relação à análise da pélvis (Silva, 1997). As características
femininas e masculinas de um crânio podem ser resumidamente apresentadas no
quadro 10.

Estimativa da estatura por meio do estudo do crânio e dos dentes

A estimativa da altura por meio do estudo das dimensões dos dentes é


realizada pelo método descrito por Correa em 1920 e estudado para a população
brasileira por Silva, em 1971 (apud Silva, 1997). A estatura real dos indivíduos
brasileiros foi de 70% entre o valor máximo e mínimo calculado por esse método,
demonstrando não ser uma técnica confiável para essa estimativa. No entanto, Silva
(1997) recomenda que todos os achados antropológicos podem ser significativos
para chegar à conclusão final da perícia.

176
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Quadro 10: Resumo das características da estrutura do crânio quanto ao
sexo. Adaptado de Silva, (1997) e Vanrell (2003).
Estrutura do crânio Sexo Masculino Sexo Feminino
Fronte Mais inclinada Mais vertical
Glabela Mais pronunciada Menos pronunciada
Arcos superciliares Mais salientes Menos salientes
Articulação frontonasal Angulosa Curva
Apófise mastoide Rugosas e proeminentes Pouco proeminentes
Apófise estiloide Mais longa e mais grossa Mais curva e mais fina
Côndilos occipitais Mais longos e estreitos Mais curtos e mais largos
Côndilos mandibulares Mais robustos Mais delicados
Peso médio da 80g 63g
mandíbula
Capacidade do crânio 1400cm3 ou mais 1300 cm3

A fórmula desenvolvida após diversas pesquisas realizadas por Carrea para


a estimativa da altura de um indivíduo é a seguinte:

Estatura máxima = a x 6 x 10 x 3,1416


2
sendo a = mensuração do arco em milímetros

Estatura mínima = a’ x 6 x 10 x 3,1416


2
sendo a’ = mensuração da corda em milímetros

177
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Medidas realizadas:
; Corda: Mensurou-se o incisivo central e lateral e os caninos inferiores
com o auxílio de um paquímetro, medindo-se a:
; Arco: mesial do incisivo central até a distal do canino utilizando-se uma
fita métrica.

Contraindicações:
; Dentes apinhados;
; Dentes ausentes;
; Essa metodologia deve ser mais pesquisada atualmente para
checagem de variações que possam ocorrer de indivíduo para indivíduo. No entanto,
quando não se tem nenhuma informação sobre a altura dessa pessoa, utiliza-se de
todas as ferramentas, inclusive essa metodologia para a sua estimativa.

178
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Exemplo:

Estatura máxima = 19 x 6 x 10 x 3,1416 = 1790,712 mm ou 1,79m


2
sendo a = mensuração do arco em milímetros

Estatura mínima = 19,5 x 6 x 10 x 3,1416 = 1837,836 mm ou 1,83m


2
sendo a’ = mensuração da corda em milímetros

ESTIMATIVA DA IDADE POR MEIO DO ESTUDO DO CRÂNIO E DOS


DENTES

A estimativa da idade normalmente é realizada observando-se a estatura, o


peso, a presença de rugas, caracteres sexuais secundários e pela análise do
desenvolvimento ósseo e dental.
Uma das metodologias a ser utilizada para a estimativa da idade pelo crânio
é o fechamento de suturas cranianas. Dorandeu et al (2008). Recentemente
publicou um artigo para a estimativa de idade pelas suturas cranianas (Figura 28)
com desvio padrão de 1 a 18,4 anos, como demonstra a tabela 2.

179
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 45: Avaliação anatômica e visual do estágio da sutura craniana, segundo os estágios
dispostos na tabela abaixo.
Tabela 3: Avaliação do estágio da sutura craniana demonstrada na figura__
com a estimativa da idade e a idade real do indivíduo, com o valor do desvio padrão.

Estudos demonstram que os dentes são as estruturas orgânicas que


fornecem os melhores subsídios para a estimativa da idade, sofrem menos
interferências de fatores sistêmicos e de desnutrição, principalmente da vida fetal até
os 21 anos aproximadamente, que termina o desenvolvimento dentário. Dessa
maneira, quanto mais jovem, mais próximo da idade cronológica será a estimativa da
idade. Para isso, maiores números de informações são necessárias, tais como a
mineralização e sequência de erupção dentária, presença de patologias
odontológicas (cáries, exodontias e periodontopatias) e sinais de envelhecimento
(desgastes fisiológicos) (Silva, 1997).
A técnica mais utilizada e recomendada para a estimativa da idade pelo
exame dos dentes aqui no Brasil, em indivíduos até aproximadamente 21 anos, é a
descrita por Nicodemo, Moraes e Médici (1974): os autores relacionam os estágios
de mineralização dos elementos dentários (Quadro 11):
Quadro 11: Cronologia da mineralização dos dentes permanentes entre
brasileiros, por Nicodemo, Moraes e Médici Filho

180
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Estimativa do fenótipo e cor da pele por meio do estudo do crânio e
dos dentes

O crânio fornece maiores possibilidades para a pesquisa da cor da pele do


que outras estruturas ósseas (Birkby, 1966), pois se preserva com maior facilidade
após a morte e pode ser classificado de diversas maneiras.
No Brasil, existe uma grande miscigenação ao comparar com outros países
(Arbenz, 1988; Melani, 1995). Para a realização desses estudos, é necessária a
análise e mensuração entre distâncias de pontos de reparos anatômicos específicos.
Segundo Krogman (1955, apud Silva, 1997), alguns caracteres morfológicos
craniofaciais qualitativos são observados em diferentes tipos de grupos
populacionais (Quadro 12), fornecendo uma ferramenta a mais para o estudo
antropológico.
Quadro 12: Resumo das características craniofaciais qualitativas em
diferentes grupos populacionais.

181
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Identificação humana pelos dentes

Em muitos casos, os dentes constituem elementos preciosos na


identificação, principalmente em carbonizados ou esqueletizados (Silva, 1997;
França, 2001; Vanrell, 2003; Pretty e Sweet, 2001; INTERPOL, 2008). Os dados
anatômicos dos dentes são analisados e utilizados pelos peritos:
; Dente decíduo ou permanente;
; Grupo de dente que pertence (incisivos, molares e pré-molares);
; Dente central ou lateral, primeiro ou segundo;
; Dente presente na arcada superior ou inferior;
; Dente presente no lado direito ou esquerdo;
; Alterações dentárias de interesse pericial.
Diversas características particulares podem estar presentes na arcada
dentária, incluindo as anomalias e alterações dentárias (Figura 46). Para que esses

182
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
dados sejam devidamente documentados, é necessário que, o cirurgião-dentista
realize tais anotações em uma ficha odontológica adequada, segundo orientações
de grande profissionais da área da odontologia legal, caso contrário, a identificação
pode não ser realizada por falta ou por má preservação da documentação
odontológica.

Figura 46: Exemplo de identificação pelos dentes (vide detalhes ao lado da figura).

A INTERPOL (2008), visando estabelecer uma padronização da documentação


odontológica para a identificação de vítimas de desastres, elaborou um formulário
completo, que engloba não só dados pessoais, como todos os exames realizados
para a identificação humana. O formulário consta duas páginas: uma ficha
odontológica para descrição dos dentes e outra para o exame intra e extrabucal.

183
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Dois formulários idênticos são realizados para a realização do banco de dados
(Figura 47 e 48): Figura 47: Página de exame clínico intra e extrabucal post-mortem do formulário
de identificação de vítimas da INTERPOL.

Registros ante-mortem
o Com registros obtidos da própria família
o Com registros obtidos de médicos da vítima
; Com registros obtidos de dentistas da vítima
; Registro post-mortem obtidos do cadáver ou esqueleto encontrado.

184
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 48: Ficha odontológica post-mortem do formulário de identificação de vítimas da INTERPOL.

185
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Estudo do mecanismo de ação das marcas de mordidas e o processo
de identificação das impressões dentárias

Mordidas são lesões complexas produzidas pela pressão do apertamento


dos dentes podendo ou não romper os tecidos moles. A mordida é complementada
pela pressão dos tecidos moles da pele pelos lábios e pela língua (Whittaker, 1990;
Melani, 1997). A marca de mordida pode ser encontrada na pele ou em objetos
inanimados, podendo ser produzida pelo homem ou por algum animal (Clarck,
1992). Em uma mordida, os dentes podem produzir vários tipos de lesões, incluindo
eritema, contusão, abrasão, laceração, ou avulsão tecidual (Sweet & Shutler, 1999).
As marcas produzidas pelos dentes na pele podem auxiliar na identificação
do agressor em razão às particularidades morfológicas de cada dente. A análise da
marca de mordida não se limita exclusivamente ao estudo dos dentes do agressor.
Devem-se levar em consideração além dos dentes do mordedor, a ação da língua,
dos lábios e das bochechas, devido à ação da musculatura, e a parte do corpo que
foi afetada (Figura 49) (Levine, 1977; Melani, 1997).

186
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 49: Diversos tipos de marcas de mordida enumeradas de acordo com a escala de Pretty
(2008) descrita na figura 89.

187
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Para assegurar a qualidade, integridade e eficácia da análise, registro e
estudo das marcas de mordida, o Conselho Americano de Odontologia Forense
(American Board of Forensic Odontology) elaborou normas de procedimentos
visando padronizar as metodologias de análise. O primeiro modelo de procedimento
foi estabelecido em 1983 em um seminário de marcas de mordida. Em 1994, o
Conselho atualizou o primeiro conjunto de normas estabelecendo metodologias para
a preservação da evidência de marca de mordida (ABFO, 2002).
Informações como localização, formato, tamanho, cor e tipo de injúria devem
ser observados e registrados por fotografias com a utilização da escala ABFO, no 2
(Hyser & Krauss, 1988) e impressão com material de moldagem. O exame extra e
intrabucal do suspeito, juntamente com o registro fotográfico, moldagens dos arcos
dentais e registro da mordida em cera possibilitam o estudo comparativo por
diversas metodologias, principalmente por sobreposição de imagens (ABFO, 2002).
Segundo Sweet et al. (1996), a saliva depositada na pele durante o ato da
mordida pode ser coletada para a extração do DNA e subsequente amplificação por
reação em cadeia pela polimerase independente do tempo de deposição ou da
concentração da saliva. Ao depositarem saliva na pele de cadáveres, realizaram a
sua coleta após 5 minutos, 24 e 48 horas. Constataram que a concentração de DNA
extraído da saliva até 24 horas após a sua deposição diminui, no entanto, fica
estável a partir desse tempo até 48 horas.
Relacionando-se a saliva com as marcas de mordida, Sweet et al. (1997)
preconizaram uma metodologia de coleta de saliva depositada sobre a pele Double
Swab Technique (técnica do duplo esfregaço com algodão). A técnica consiste em
utilizar duas hastes com algodão (swab) estéreis para a remoção da saliva
impregnada na pele, sendo uma umedecida com água estéril e a outra seca, que
são usados um em seguida do outro. Segundo os autores, a técnica permite coletar
uma maior quantidade de material biológico para a extração de DNA.

188
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
NOÇÕES DE DNA FORENSE

A identificação humana pelo estudo do perfil genético é amplamente


utilizada em casos de caracterização de vínculo genético familiar seja em processos
cíveis – exemplo: exclusão ou não da paternidade – como também em processos
criminais – exemplo: cadáveres e materiais biológicos encontrados na cena do
crime.

Atualmente, a mídia tem contribuído de forma significativa para a divulgação


e popularização dessa tecnologia, que vem evoluindo de forma significativa nas
últimas duas décadas.

No entanto, algumas considerações sobre essa tecnologia não passam de


mito, pois não se pode concluir que “o DNA resolve tudo”, mas que a análise do
perfil genético pode auxiliar na identificação humana fazendo parte das provas
periciais de um determinado caso criminal ou civil.

Segundo Butler (2005) Os testes de DNA para identificação humana podem


ser utilizados para:

Casos forenses: análise do DNA do suspeito com aquele obtido da


evidência biológica encontrada na cena do crime ou nas vítimas;
Teste de paternidade ou caracterização de vínculo genético familiar:
exclusão ou não de supostos pais, filhos, mães e outros membros da família;
Desastres em massa: identificação dos fragmentos humanos e dos
corpos encontrados em um desastre com inúmeras vítimas;
Investigações históricas;
Investigações de pessoas desaparecidas;
Identificação de militares;

189
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Banco de DNA de criminosos ou
de evidências biológicas.

Fundamentos básicos de biologia


molecular para entendimento do DNA
forense

O DNA (ácido desoxirribonucleico)


armazena toda a informação genética, sendo
encontrados nos cromossomos do núcleo e
nas mitocôndrias, com a maior parte
localizada no primeiro (Figuras 50).

190
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 50: DNA a molécula da vida: do cromossomo a cadeia dupla de DNA.

191
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O DNA
A pode serr extraído de amostrras de sangue, de essfregaços bucais, de
e
salivva, de osso
o, de dente, de tecid
dos e órgã
ãos, de fioss de cabelos, de sêm
men, entre
e
outro
os materia
ais biológico
os (Brettell et al, 200
05).

As mo
oléculas de acterizam-se por polímeros de alto peso molecularr
e DNA cara
compostos de unidades básicas de
d nucleotídeos, con
ntendo 2-d
desoxirribos
se ligadoss
entre
e as posiçõ
ões 3’ e 5’ de carbon
nos por liga
ações fosfo
odiéster. A estrutura do DNA é
uma
a dupla hé
élice de cadeias
c co
omplementares opostas, na qual as suas
s duass
molé
éculas são
o mantidas juntas por fracas po
ontes de hidrogênio
h (Figura 51) (Watson
n
& Crrick, 1953).

A) B)

Figura 51:
5 A) Repre
esentação esquemática
e da dupla hé
élice da mollécula de DN
NA segundo
o
Watsson & Crick, 1953; B) Esttrutura químiica da moléc
cula de DNA, com sua na
atureza antip
paralela com
m
o carrbono 3’ com
m o carbono 5’.
5 As bases C e G são ligadas por trrês pontes d
de hidrogênio
o e as A e T,,
por duas.

A base
e adenina liga-se co
om timina e citosina
a com a guanina po
or meio de
e
duass ou três ligações de
d hidrogê
ênio respe
ectivamente. Essas bases nitrrogenadass
(ade
enina - A, timina
t - T, citosina - C e guanina – G ou
u g) (Figurra 52) ao se
s ligarem
m
com o açúcar, constitu
uem o nucleosídeo;; sendo que
q o últim
mo ligado
o com um
m

192
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
grupamento fosfato, constitui o nucleotídeo, que é a unidade básica de repetição na
fita de DNA (Watson & Crick, 1953).

Figura 52: Representação esquemática da molécula de DNA.

Determinados fragmentos de DNA especificam a síntese de RNA em um


processo denominado transcrição. O ácido ribonucleico (RNA) é um polímero linear

193
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
composto de cadeia de unidades de ribose ligadas pelas posições 3’ e 5’ por
intermédio de grupamentos fosfodiéster, tendo como função a síntese proteica e
também pode constituir o genoma de alguns vírus. O gene é uma unidade de
transcrição que consiste de um segmento de DNA específico que se estende do
início do sítio de transcrição ao sítio de término de transcrição. O RNA especifica a
síntese de polinucleotídeos que formarão as proteínas, sendo tal processo
denominado tradução, ocorrendo nos ribossomos, nas mitocôndrias e cloroplastos
(Figura 53) (Beard & Armentrout, 1967; Srinivasan & Yathindra, 1977).

Figura 53: Fluxograma da transcrição e translação.

194
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
As regiões de um gene que codificam proteínas são denominadas éxons e
aquelas que não a realizam, íntrons. Cada éxon codifica uma porção específica da
proteína completa (Figura 54). Em algumas espécies, incluindo a humana, os éxons
são separados por longas regiões de DNA denominadas íntrons ou DNA “lixo”, que
aparentemente não estão associadas à codificação de DNA (National Human
Genome Research Institute, 2008).

Os alelos constituem as variantes de um gene em uma particular região, ou


lócus, em um cromossomo. Diferentes alelos produzem variações nas
características individuais como, por exemplo, cor do cabelo ou tipo sanguíneo
(National Human Genome Research Institute, 2008) (Figura 55).

A transferência das informações genéticas de uma geração a outra ocorre


através da replicação do DNA, catalisada por enzimas denominadas DNA
polimerases. Essas enzimas mediam a síntese da nova fita de DNA in vivo,
utilizando como molde ("template") a fita complementar da molécula existente.
Inicialmente, a molécula de DNA tem as suas fitas separadas pelo rompimento das
ligações de hidrogênio que mantêm a dupla hélice, em um processo denominado
desnaturação, que ocorre in vivo em pH alcalino. Além da fita molde, é necessária a
presença de um oligonucleotídeo iniciador ou "primer", ou seja, um pequeno
fragmento de DNA simples, complementar a fita molde, desoxinucleotídeos
trifosfatados (dATP, dCTP, dGTC, dTTP) que serão incorporados à fita duplicada. A
replicação do DNA ocorre em regiões específicas denominadas origem de replicação
(Marmur & Doty, 1959).

Sucintamente, a replicação ocorre com a adição de um nucleotídeo à fita de


DNA pela ligação de seu grupo fosfórico, presente no carbono 5' da desoxirribose,
com a hidroxila do carbono 3' da desoxirribose do último nucleotídeo presente na
cadeia replicada. Por esse motivo que se descreve que a síntese de DNA ocorre no
sentido 5´-> 3´ (Marmur & Doty, 1959;). Todo o processo descrito acima será à base
do princípio da amplificação do DNA in vitro denominada reação em cadeia pela
polimerase (Polymerase Chain Reaction – PCR) que serão estudados nos tópicos
adiante.

195
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 54: Diferenças entre os Éxons e Introns. Observe a remoção da parte em amarela
correspondente ao íntron.

196
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 55: Alelos correspondentes a cor de olhos ligados ao cromossomo X.

O conjunto completo de sequências no material genético de um organismo é


denominado genoma incluindo todos os cromossomos mais qualquer DNA presente
nas organelas. O genoma nuclear humano possui cerca de 3300 Mb, distribuídos em
22 cromossomos autossômicos e 2 sexuais, compostos de 30 a 35 mil genes,
caracterizando por 1,5% a 2% de DNA codificante de proteínas, sendo que 46% do
total constitui-se de sequências de DNA repetitivas (Szymasky, 2005).
O genoma mitocondrial possui particularidades que o diferenciam do
genoma cromossômico, sendo sua herança materna. Sua estrutura circular de
16,5Kb lhe fornece maior resistência à digestão enzimática e em uma única célula,
há a presença de milhares de mitocôndrias, cada qual com uma cópia de DNA
mitocondrial, sendo que 93% do seu genoma é codificante, não possuindo íntrons e
com poucas regiões repetitivas (Anderson et al, 1981). Dentro de uma única célula,
há inúmeras cópias do genoma mitocondrial, ao contrário do genoma nuclear que
possui uma cópia por célula (Budowle et al, 2003) (Figura 56).

197
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 56: Representação esquemática do DNA genômico ou nuclear e do DNA
mitocondrial (mtDNA).

Marcadores de Variação Genética

A variabilidade do DNA humano confere a diferença entre cada ser vivo,


sendo que pode ser denominada por polimorfismo se a variação genética possuir
frequência acima de 1% em determinada população e mutação se abaixo desse
valor (Beiguelman, 2006).
Os Single Sequence Length Polymorphism (SSLP) ou polimorfismo de
comprimento de sequência única, englobam os VNTR (Variable Number of Tandem
Repeats) ou repetições consecutivas de número variável ou minissatélites, e

198
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
também os STR (Short Tandem Repeats) ou repetições consecutivas curtas ou
microssatélites (Figura 57 e 58). A diferença entre eles é o tamanho da sequência
que se repete, sendo que nos microssatélites essa estrutura é menor, pois possuem
repetições constituídas de 2 a 9 pares de bases, e o minissatélite, de 10 a 64 pares
de bases. Esse DNA satélite na maioria das vezes não é transcrito,
consequentemente não estão associados com a expressão da informação genética
(Edwards et al, 1991; Hamond et al, 1994).

Figura 57: Representação esquemática comparando as VNTRs das STRs, segundo sua unidade de
repetição.

199
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 58: Representação esquemática das repetições consecutivas do STR TPOX e seus
respectivos alelos.

Os Single Nucleotide Polymorphism (SNP) ou polimorfismo de nucleotídeo


único é uma variação na sequência de DNA que ocorre quando um nucleotídeo é
alterado por outro em sequências de DNA que podem ou não codificar genes
(Delahunty, 1996) (Figura 59).

Figura 59: Representação esquemática se sequências de DNA de três indivíduos distintos com a
presença de um SNP e um STR mostrando suas diferenças.

200
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Quadro 13: Comparação entre os STRs e SNPs (adaptado de Butler, 2005)

STR SNP

Variam de 2 a 9 nucleotídeos Troca de bases A/T, A/G, A/C,


que se repetem consecutivamente C/T, C/G, T/G.

Apresentam-se em diversos Normalmente 2


alelos, normalmente mais de 5

Detectado por separação Análise por sequenciamento ou


eletroforética em gel ou capilar hibridização em microchip.

O FBI preconiza 13 STRs Estima-se que mais de 50 SNPs


seriam necessários para a análise (Gill et
al, 2004)

Vantagens: Vantagens:

• Banco de dados • Os produtos de PCR


populacionais realizados no mundo todo podem ser menores, resultado em maior
chance de amplificação, principalmente
• A presença de vários alelos
em amostras biológicas degradadas.
facilita a identificação de mutações e
misturas de DNA. • Após devidamente
otimizados e estudados, pode-se
analisar mais de 1000 SNPs em um
mesmo microchip, mas essa tecnologia
ainda não é amplamente empregada.

201
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Estudo da metodologia aplicada à identificação humana

A análise do DNA em caracterização do vínculo genético engloba desde o


domínio da metodologia de coleta do material biológico até a interpretação dos
resultados obtidos (Butler, 2005) (Figura 60). Cada qual possui sua particularidade e
cuidados inerentes à técnica que podem possuir vantagens e desvantagens de
acordo com o objetivo almejado.

Figura 60: Esquema de todos os procedimentos envolvidos em caracterização do


vínculo genético

Coleta do material biológico:

Anteriormente à extração e análise dos ácidos nucleicos, um importante


passo a ser discutido relaciona-se aos cuidados relacionados à coleta e preservação
do material biológico. Os cuidados incluem utilização de luvas descartáveis,

202
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
instrumentos de coleta, armazenamento e análise devem ser estéreis e apropriados
para cada tipo de material, a documentação completa do vestígio eleito para a
coleta, incluindo-se fotografias da região, tipo de armazenamento entre outros, o
armazenamento do material biológico úmido em sacos plásticos deve ser de no
máximo 2 horas, ou quando possível, permitir que seque antes do acondicionamento
final. Cada tipo de amostra de material biológico (sangue, saliva, osso, dente, etc.)
deve ter sua coleta e acondicionamento individualmente descrito (Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo – SSP-SP, 1999; INTERPOL, 2001). Cada tipo de
material biológico terá quantidades diferentes de DNA para ser extraído (Quadro 14).

Quadro 14: Quantidade de DNA extraído de diversos tipos de material


biológico (Butler, 2005).
Tipo de amostra Quantidade de DNA
Sangue total 20000 ~ 40000 ng/mL
Mancha de sangue 250 ~500 ng/cm3
Líquido seminal 150000 ~ 300000 ng/mL
Esfregaço de material vaginal 10 ~3000 ng/esfregaço
pós-coito
Fio de cabelo com bulbo 1 ~750 ng/fio
Pelo com bulbo 1 ~10 ng/pêlo
Saliva total 1000 ~10000 ng/mL
Esfregaço bucal 100 ~1500 ng/esfregaço
Urina 1 ~20 ng/mL
Osso 3 ~10 ng/mg
Tecido 50 ~500 ng/mg

203
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Extração e quantificação de ácidos nucleicos:

A quantidade, a pureza e a integridade do DNA dependem de vários fatores,


podendo ser influenciados pelas metodologias aplicadas para a sua extração. A
técnica mais amplamente empregada envolve em sua primeira fase, a lise celular,
seguida de desnaturação ou inativação de proteínas. Com solventes orgânicos o
DNA é posteriormente separado de macromoléculas como as proteínas através de
solubilização em água, e em seguida precipitado com etanol. Outras metodologias
com o mesmo princípio, inclusive kits comerciais, podem ser utilizadas para cada
tipo de amostra biológica. Há diferentes metodologias para a extração de DNA de
sangue total, de esfregaços vaginais e de amostras de sêmen, de saliva total e de
materiais contendo saliva (Walsh D et al., 1992; Anzai et al., 2001, Anzai-Kanto,
2005); de dente humano (Oliveira et al, 2002), de osso (Hagelberg et al., 1991); de
material parafinado (Mesquita et al., 2001), entre outros.
A escolha do uso de diferentes métodos de extração de DNA está
relacionada ao tipo de material envolvido e influencia diretamente ao sucesso da
análise dos STRs. Tal fator também se aplica ao DNA extraído de materiais
biológicos obtidos post-mortem (Hoff-Olsen et al., 2001).
A quantificação do DNA após a sua extração é importante para o
aperfeiçoamento da qualidade do produto de DNA resultante da PCR (Internacional
Society for Forensic Haemogenetics, 1992). Essa quantificação pode ser realizada
espectrofotometria devido à capacidade do DNA em absorver luz ultravioleta de
260nm de onda (Walker & Rapley, 1999), incluindo equipamentos mais modernos
que quantificam com 1 µL de amostra, como o espectrofotômetro Nanodrop®.

Análise do perfil genético:

Jeffreys et al. (1985) foi um dos primeiros a analisar as regiões de


minissatélites do DNA humano, possibilitando a investigação de paternidade e a
identificação em casos criminais.

204
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Uma tecnologia que revolucionou o campo da biologia molecular foi a PCR
tendo como seu inventor Kary Mullis, recebendo o Prêmio Nobel por essa
descoberta (INTERPOL, 2001). A PCR consiste na amplificação seletiva de uma
sequência-alvo de DNA específica a partir de uma coleção heterogênea de DNA,
empregando-se um par de oligonucleotídeos iniciadores que são complementares a
certa extensão em ambas as fitas do DNA a ser amplificado (Saiki et al, 1985).
A PCR envolve três etapas: desnaturação, hibridização e extensão. A
desnaturação ocorre quando a molécula de DNA é aquecida acima da temperatura
de 90°C na qual as pontes de hidrogênio da dupla hélice se rompem, ocorrendo a
separação das cadeias complementares. Os iniciadores se ligam especificamente às
sequências de DNA complementares no processo de hibridização, mediante a uma
temperatura que pode variar de 45 a 72°C e deve ser previamente otimizada
estando relacionada à temperatura de melting, que é medida por meio de uma
fórmula específica que envolve a quantidade de C e G em sua sequência. A
prevalência de ligação dos iniciadores ocorre pela sua alta concentração no meio da
reação. A enzima termoestável denominada DNA polimerase direciona o
posicionamento dos precursores do DNA –dNTP- iniciando a síntese de novas fitas
de DNA. Com um novo aumento de temperatura, a enzima DNA polimerase catalisa
a reação, incorporando o nucleotídeo na posição terminal do iniciador,
complementando as bases do DNA molde, promovendo a extensão da fita (Saiki,
1985) (Figura 61).
As vantagens da utilização da PCR na ciência forense são a sua
sensibilidade, pois é capaz de amplificar sequências a partir de quantidades ínfimas
da sequência-alvo de DNA e até mesmo do DNA de uma única célula; e sua
robustez, permitindo a amplificação de sequências específicas a partir de material
biológico degradado (ISFH, 1992, INTERPOL, 2001; Sambrook, 2001). No entanto,
tal eficiência e sensibilidade implicam também na atenção aos cuidados para evitar-
se a contaminação de DNA externo, que pode ocorrer durante todo o processo de
análise do DNA (Internacional Society For Forensic Haemogenetics – ISFH, 1992).
A eletroforese é uma metodologia amplamente empregada para a
separação, isolamento, análise e manipulação dos ácidos nucleicos. Os ácidos

205
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
nucleicos possuem uma carga geral total negativa, em razão aos seus grupamentos
fosfato do arcabouço, consequentemente, quando aplicados em um gel de agarose
ou poliacrilamida, eles migrarão em direção ao ânodo em um campo elétrico (Aaji e
Borst, 1972). Em condições apropriadas de tampão, voltagem e miliamperagem, os
fragmentos pequenos migrarão mais facilmente do que os maiores (Figura 62).

Figura 61: Representação esquemática da amplificação em cadeia pela polimerase (PCR).

206
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 62: Esquema da corrida de eletroforese com visualização dos fragmentos de
DNA e das partículas de gel e dos poros, seguida de imagem dos fragmentos de DNA
corados com brometo de etídeo exposto a luz ultravioleta.

A variação do tipo e concentração do gel propicia diferentes características


de separação, permitindo diferentes resoluções e análises. Em caracterização de
vínculo genético utiliza-se eletroforese em gel de poliacrilamida ou eletroforese
capilar para a análise das imagens. Em inclusão ou exclusão de paternidade,
comparam-se os alelos presentes no filho com o do suposto pai, sendo que um seria
o alelo obrigatório materno e o outro paterno (Figura 63).
O mesmo acontece em inclusão de suspeitos de um crime, no qual se
compara o DNA encontrado na vítima, como ocorre com marcas de mordida ou
presença de sêmen na vítima, ou na cena de um crime. Pode ocorrer uma mistura

207
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
de amostras biológicas que poderá conter DNA da vítima e do agressor. Dessa
maneira, compara-se o DNA da vítima com o dos suspeitos confrontando-os com o
DNA das amostras presentes na cena do crime (Figura 64). Tais análises são
realizadas em pelo menos 13 STRs distintos (Budowle & Moretti, 1999; INTERPOL,
2001; Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, 2006).

Figura 63: Esquema representativo da análise de uma eletroforese em gel de poliacrilamida


corado com prata contendo DNA de amostras biológicas da mãe, do filho e do suposto pai, de um
STR amplificado pela PCR analisados juntamente com marcadores alélicos.

208
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 64: Esquema representativo da análise de uma eletroforese em gel de poliacrilamida
corado com prata, contendo DNA de amostras biológicas da vítima, do material biológico coletado de
uma marca de mordida, e de três suspeitos distintos de um STR amplificado pela PCR, analisados
juntamente com marcadores alélicos.

Os fragmentos de DNA amplificados por PCR são identificados após a


eletroforese em gel de poliacrilamida, seguida da coloração com prata, ou pela
detecção de sinal fluorescente, na qual os iniciadores utilizados no PCR são
marcados com fluorocromos, possibilitando a análise por sequenciador automático
(Gill et al, 1995).
Como foi dito anteriormente, as amostras forenses normalmente
apresentam-se degradadas e em quantidades escassas. A amplificação por kits
multiplex pode auxiliar principalmente nesses casos. Pouca quantidade de DNA –
nanogramas – é suficiente para que se amplifique pela PCR vários loci. Os kits
multiplex são desenvolvidos para comercialização (Krenke et al. 2002) ou pelos
laboratórios de análises clínicas para o seu próprio uso.
A importância da evidência de DNA é dada através da probabilidade de que
a casualidade tenha ocorrido. Para isso, tem-se antecipadamente a frequência dos
perfis genéticos em uma dada população. Caso o perfil genético seja extremamente

209
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
raro em uma dada população, pode-se dizer que a evidência é extremamente forte,
caso contrário, pode consistir em uma mera casualidade. A frequência de um perfil
genético em uma dada população é calculada a partir da multiplicação das
frequências do genótipo de cada lócus (Evett & Weir, 1998).
Nos EUA, o FBI implantou o CODIS - Combined DNA Index System- que se
tornou operacional em 1998, e combina a ciência forense com a tecnologia
eletrônica, formando um banco de dados de perfis genéticos de DNA extraído de
evidências biológicas coletadas na cena do crime e DNA de criminosos condenados
por agressão sexual e outros tipos de violência física. Todos os Estados americanos
podem ter acesso a esse banco de DNA e dessa maneira, há a possibilidade de
comparar os perfis genéticos de um suspeito em um crime com os perfis contidos no
CODIS, averiguando se o mesmo cometeu anteriormente outra infração (FBI, 2001).
O CODIS selecionou 13 STRs para a análise do perfil genético: CSF1PO,
FGA, TH01, TPOX, vWA, D3S1358, D5S818, D7S820, D8S1179, D13S317,
D16S539, D18S51, e D21S11 (Budowle & Moretti, 1999) (Figura 65). Esse conjunto
de loci se transformou em referência para outros países do mundo, no que se refere
à ciência forense (Sun et al, 2003)

Figura 65: STRs recomendados pelo Banco de DNA vinculado ao FBI (CODIS), segundo a sua
distribuição nos cromossomos humanos. Fonte: http://www.cstl.nist.gov/div831/strbase/fbicore.htm.

210
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Essa normatização possibilita maior facilidade em comparar tanto as
frequências alélicas populacionais como os resultados dos perfis genéticos, mesmo
que seja realizada em outros países. Visando futuramente implantar um banco de
perfis genéticos de criminosos como o CODIS, o governo federal brasileiro já adotou
os STRs sugeridos pelo CODIS como referência em perícias criminais em seu
Manual de Padronização de Exames de DNA em Perícias Criminais (Secretaria
Nacional de Segurança Pública - SENASP, 2006), que está sendo utilizado como
referência para os laboratórios que trabalham com identificação humana.
O sequenciamento de regiões específicas de DNA é realizado para a análise
precisa da sua sequência de nucleotídeos (Figura 66). O DNA mitocondrial é
analisado principalmente por meio de seu sequenciamento, posto que haja
alterações de bases únicas. Diferentemente dos STRs, que é analisado pelo
tamanho da sequência, o DNA mitocondrial é analisado comparando a sequência de
cada nucleotídeo com a sequência preestabelecida por Anderson et al (1981) como
referência.

Figura 66: Eletroferograma obtido do sequenciamento de um fragmento de DNA.

A análise dos STRs, da amelogenina e do DNA mitocondrial descritos ao


longo do capítulo são amplamente utilizados e continuarão nos próximos anos,
principalmente porque já são referência no mundo todo e seus dados arquivados
(Gill et al, 2004). Entretanto, os Single Nucleotide Polymorphisms (SNPs) ou
polimorfismos de base única como descritos anteriormente, não podem ser
excluídos de uma discussão relacionada a perspectivas futuras quanto à utilização
em identificação humana, existindo vantagens na sua utilização (Butler, 2005)
(Quadro 10).

211
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Quadro 15: Comparação entre os STRs e SNPs (adaptado de Butler, 2005)

STR SNP

Variam de 2 a 9 nucleotídeos que se Troca de bases A/T, A/G, A/C, C/T, C/G,
repetem consecutivamente T/G.

Apresentam-se em diversos alelos, Normalmente 2


normalmente mais de 5

Detectado por separação eletroforética Análise por sequenciamento ou


em gel ou capilar hibridização em microchip.

O FBI preconiza 13 STRs. Estima-se que mais de 50 SNPs seriam


necessários para a análise (Gill et al,
2004)

Vantagens: Vantagens:

• Banco de dados populacionais • Os produtos de PCR podem ser


realizados no mundo todo menores, resultado em maior chance de
amplificação, principalmente em
• A presença de vários alelos facilita
amostras biológicas degradadas.
a identificação de mutações e misturas
de DNA. • Após devidamente otimizados e
estudados, pode-se analisar mais de
1000 SNPs em um mesmo microchip.

----------- FIM DO MÓDULO IV ------------

212
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Curs
C so de
e
PE
ERÍC
CIAS CRIM AIS
MINA

DULO
MÓD OV

Atenção: O material deste módulo está dispo onível apenaas como parââmetro de estudos para
este Proggrama de Edducação Con ntinuada. É proibida qua
alquer forma
a de comerciialização do
mesmo. O Os créditos do conteúd do aqui contido são da ados aos seeus respectiv
vos autores
descritos nas Referên
ncias Bibliogrráficas.
MÓDULO V

NOÇÕES DE BALÍSTICA FORENSE

A balística estuda o movimento de um projétil do momento que ocorre a sua


ignição até atingir um alvo. Frequentemente é confundido erroneamente com o
exame e identificação de armas de fogo (Heard, 2008).
Segundo Espíndula (2007), armas são “todo objeto concebido e executado
com a finalidade específica ou predominante de ser utilizada pelo homem para
aumentar a sua capacidade de ataque ou defesa” e a arma de fogo (Figura 67 e 69)
é “um engenho mecânico complexo que funciona mediante a deflagração de uma
carga explosiva, capaz de provocar a formação e expansão de gazes, cuja ação
consequente é o lançamento de um projétil.”

Figura 67: revolver Smith & Wession M&P Victory. (Fotografia de Oleg Volk). Disponível em:
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bf/M%26Prevolver.jpg>. Acesso em: 20/03/2009.

214
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 68: Pisstola semiauttomática Mid
d 1945 produ
uzida pela Fo
orça Armada
a dos Estados
s Unidos
(Foto de Lasse Jense
en. Fonte: htttp://en.wikipe
edia.org/wikii/File:M1911_
_Pistol_US.jpg).

Segun
ndo Espínd
dula (2007
7), são partes de uma
arma
a de fogo que
q são im
mportantes para a aná
álise pericial:
Cano ou
u tubo;
Produçã
ão comerccial: tipo de
e calibre;
Interior: liso ou raiiado;
Munição
o (figura 70
0 e 71);
É a partte que fica na extrem
midade méd
dio-superio
or do
estojo e é o objetto que vai ser projettado até o alvo
vislumbrado pelo atirador;
Confron
nto de projé
étil;
Confron
nto de pico
ote: marca de percus
ssão ou piccote,
que é uma
u peque
ena cavida
ade efetuad
da na base do
cartucho
o.

Figura 70: esquema da


as partes de uma muniçã
ão de arma de
d
fogo.

215
Este materiaal deve ser utilizaado apenas como parâmetro de estudo deste Progrrama. Os créditoss deste conteúdo ssão dados aos seu
us respectivos auutores
Figura 71: Munição de arma de fogo.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bullets_270_Sierra.jpg>. Acesso em: 20/03/2009.

Exame pericial balístico

Segundo Rowe (2000) e Espíndula (2006), alguns fatores são analisados no


exame de balística, que envolvem desde o momento que o projétil é ejetado da arma
de fogo até a sua parada total ao atingir um alvo:

1 Confronto de projétil: compara-se o projétil disparado de uma arma


conhecida com o projétil encontrado na cena do crime, inclusive o seu calibre, tipo,
marca, modelo, etc. Essa comparação é feita por diversas técnicas, entre elas a
microscopia ótica, de varredura ou eletrônica (Figura 72).

216
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 72: Imagem em 3D de microscopia a laser, técnica recentemente utilizada para a análise de
ranhuras deixadas em projéteis após o disparo de uma determinada arma. (A) e (B) são fotos de
projeções realizadas com ângulos distintos de um mesmo projétil. A mudança de angulação na
tomada fotográfica pode alterar, mesmo que em pequena escala, a imagem do mesmo projétil. Daí a
importância da padronização da técnica a ser utilizada.

Confronto de marca de percussão: é uma pequena cavidade que se


encontra na parte de trás do cartucho após o disparo (Figura 73)

217
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Figura 73: A marca de percussão é encontrada no meio do projétil (Firing pin).

218
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 74: Ilustração de 1864 de Johann Ludwig, que foi um dos primeiros a ilustrar a
patologia forense em gravuras coloridas. Manchas de sangue e orifícios de projéteis de arma de fogo.

219
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Distância do tiro: poderá ser mensurada por intermédio da análise da queima
da pólvora que impulsiona o projétil para frente. Cada tipo de projétil possui uma
característica diferente, assim como o padrão da pólvora em determinadas
superfícies é diferenciado. Os pesquisadores realizam testes em diversos tipos de
superfícies de roupas para observar esse padrão (Figura 75 e 76).

220
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 75: padrão macroscópico da marca da pólvora de 3 armas de fogo
diferentes: Tokarev (TT), Makarov (PM) e Glock, em 3 distâncias: 10cm, 15cm e
20cm. Fonte: Lepik, D.; Vasiliev, V. Comparison of injuries caused by the pistols
Tokarev, Makarov and Glock 19 at firing distances of 10, 15 and 25 cm. Forensic
Science International, vol. 151, n. 1, pg. 1-10, 2005.

Figura 76: padrão macroscópico da marca da pólvora de 3 armas de fogo diferentes:


Tokarev (TT), Makarov (PM) e Glock, em 3 distâncias: 10cm, 15cm e 20cm.

Fonte: Lepik, D.; Vasiliev, V.; Reisenbuk, H. Comparison of injuries caused by the pistols Tokarev,
Makarov and Glock 19 at firing distances of 25, 50, 75 and 100 cm. Forensic Science International,
vol. 177, n. 1, pg. 1-10, mai 2008.

221
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A. Tiro encostado: quando a arma é encostada em um objeto para ser
disparada, ocorre a queimadura da superfície que entrou em contato com a
arma.
B. Tiro a curta distância: a pólvora fica impregnada no local (Figura 76).

Figura 76: Fotografia de lesão ocasionada em tecido humano por tiro a curta distância.

222
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A. Tiro à distância: bordas regulares sem marcas de pólvora ao seu redor
(Figura 77).

Figura 77: Orifício de entrada de arma de fogo de grosso calibre (A) e médio calibre (B).

223
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 78: Placas de cerâmica simulando caixa craniana mostrando padrões de tiro
causados por um revolver 38 em várias distâncias. De baixo para cima, da esquerda para a direita:
contato, 25mm, 75mm, 150mm, 450mm e orifício de saída (com fratura).

224
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 79: Crânio com perfil masculino com perfuração por projétil, com características de
orifício de saída, 1950.

225
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 80: estudo médico-legal: tipos de lesões ocasionadas por armas de fogo.

2. Lesão atípica de tiro encostado. Os gases oriundos da queima da pólvora


fizeram com que houvesse uma dilaceração dos tecidos moles e do crânio, deixando
essa característica ímpar.
3. Orifício de saída.
4. Orifício de saída

226
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
5. Orifício de saída de projétil de rifle com alto grau de destruição tecidual.

Figura 81: Análise médico-legal por meio de tomografia computadorizada de lesões


ocasionadas por projéteis de arma de fogo.

227
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
NOÇÕES DE PERÍCIA EM ENGENHARIA E CRIMES INFORMÁTICOS

Perícias em engenharia

A engenharia forense é a aplicação dos conhecimentos e princípios da


engenharia em um contexto legal. Engloba diversas áreas da engenharia, desde a
investigação de um acidente de trânsito, por um engenheiro mecânico, até a análise
de um computador, por um engenheiro de computador ou das ciências de
computação (Rudram, 2000).
Segundo Rudram (2000), o engenheiro pode realizar diversos tipos de
investigação de acidentes ou crimes, tais como:
1. Engenharia mecânica:
9 Recuperação por meio de guindastes de restos de máquinas ou
veículos motorizados de acidentes em locais inacessíveis;
9 Perícias envolvendo estimativa da altitude da queda de um veículo;
9 Perícias envolvendo natureza e extensão do dano devido à velocidade
de impacto.
2. Defeitos e falhas:
9 Perícias envolvendo estudo de falhas catastróficas de sistemas e
componentes podem ocasionar acidentes e outras ocorrências perigosas.
3. Sistemas de sinalização e controle:
9 A falta ou a falha de sinalização pode permitir que ocorra acidentes
gravíssimos;
9 Perícias envolvendo sistemas de sinalização e controle. Por exemplo,
se houve ou não adulteração desses controles.
4. Animação e simulação:
9 A simulação é o uso de um modelo de sistema para a reconstrução ou
predição de eventos;
9 Elaboração de reconstituição de acidentes e crimes que envolvem
engenharia.

228
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
5. Engenharia eletrônica e de computação:
9 Toda a tecnologia que envolve computadores envolve estudos
eletrônicos.
a. Computadores: que serão analisados no decorrer desse capítulo.
b. Imagem digital
6. Engenharia de segurança contra incêndios:
9 Perícia de ambientes quanto à segurança contra incêndio.
9 Perícia de incêndios criminosos ou acidentais.
7. Engenheiro químico:
9 Perícia de explosivos
9 Perícia de cena do crime acometida por explosivos
8. Engenharia ambiental: será analisada no final desse capítulo.

Espíndula (2007) também cita os eventos realizados com maior frequência


dentro da engenharia para a realização de perícias:
9 Desabamento de obras civis;
9 Deslizamento de terra;
9 Cicios de construção (falhas ou irregularidades em construção);
9 Exames em equipamentos mecânicos e/ou elétricos;
9 Avaliação de imóveis;
9 Análise de orçamento;
9 Acidente de trabalho.

Perícias em crimes informáticos

Não existe uma definição global que define os crimes por computador ou
informáticos, sendo que alguns autores definem como qualquer crime cometido
relacionando ao uso do computador (Henseler, 2000).
Pode envolver inúmeros tipos de crimes como:
Fraudes por computador;
Falsificação de computadores;

229
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Danos ou modificações de dados de computadores ou programas;
Acesso não autorizado a sistemas de computadores e serviços;
Reprodução não autorizada de programas de computador protegidos
por lei.
Marcella e Greenfield (2002) descrevem que os crimes cibernéticos também
envolvem:
9 Utilização da internet de maneira excessiva e fora da normalidade;
9 Utilização do e-mail inapropriadamente;
9 Roubo de informações;
9 Violação de segurança pública e outros tipos de autoridades nacionais
e mundiais.
Muitos criminosos utilizam os computadores e a internet para concretizar ou
realizar outros tipos de crimes como, por exemplo, a pedofilia.

NOÇÕES DE PERÍCIAS AMBIENTAIS

Figura___: desmatamento na floresta amazônica. Disponível em:


<http://www.ibama.gov.br/wp-content/uploads/2009/03/desmatamento-everton.jpg>. Acesso em:
20/03/2009.

230
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A partir de 1998, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
1998) possibilitou uma consolidação das normas e das penas aplicadas aqueles que
cometem crimes ambientais:

Capítulo V

Dos Crimes contra o Meio Ambiente

Seção I
Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

(...)
Art. 30. Exportar para o exterior, peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem
a autorização da autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e
licença expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
(...)
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o
perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas,
baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
(...)

231
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares
interditados por órgão competente:
Pena - detenção. de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
(...)
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito
semelhante.
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente.
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar,
extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes,
crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento
econômico, ressalvadas as espécies ameaçados de extinção, constantes nas listas oficiais
de fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora
de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
Ill - (VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

Seção II

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente,


mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem
permissão da autoridade competente.

232
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de
que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua
localização.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
(...)
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
(...)
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo
de assentamento humano:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 43. (VETADO)
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação
permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato
do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração,
econômica ou não, em desacordo com as determinações legais:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha,
carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor,
outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o
produto até final beneficiamento.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em
depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal,
sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela
autoridade competente.
Art. 47. (VETADO) Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas
e demais formas de vegetação:

233
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas
de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo Único - No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora
de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 51. Comercializar motossera ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de
vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou
instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais,
sem licença da autoridade competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um
terço se:
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a
modificação do regime climático;
II - o crime é cometido:
a) no período de queda das sementes;
b) no período de formação de vegetações;
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra
somente no local da infração;
d) em época de seca ou inundação;
e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III
Da Poluição e outros Crimes Ambientais
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais
ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

234
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
(...)
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a
competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
(...)
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,
transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica,
perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Art. 57. (VETADO)
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas:
I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente
em geral;
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em
outrem;
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
(...)
Art. 59. (VETADO)
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte
do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem
licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas
legais e regulamentares pertinentes:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Seção IV
Dos Crimes contra oOrdenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

235
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de
detenção, sem prejuízo da multa.
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico,
ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou
monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a
concedida:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim
considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico,
cultural. religioso, arqueológico. etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento
urbano:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em
virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de
detenção, e multa.

236
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura____: Campanha do IBAMA de preservação da fauna brasileira. Disponível em:
<http://www.ibama.gov.br/fauna-silvestre/wp-content/uploads/2008/10/maus_tratos1.jpg>. Acesso em:
20/03/2009.

Figura____: Campanha do IBAMA de preservação da fauna brasileira. Disponível em:


<http://www.ibama.gov.br/fauna-silvestre/wp-content/uploads/2008/10/maus_tratos3.jpg>. Acesso em:
20/03/2009.

237
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
As perícias em crimes ambientais podem envolver diversos profissionais,
tais como, o engenheiro ambiental, o biólogo, o geólogo, o químico e outros
profissionais. Segundo Espíndula (2007), a determinação dos danos decorrentes de
uma degradação ao ambiente requisita conhecimentos de:
Biologia: identificação de espécies animais e vegetais envolvidas;
Geologia: tipo de solo e formação geológica existente no local;
Engenharia: mensurações da área afetada, sua posição geográfica;
Química: identificação de substâncias químicas utilizadas como meio
para degradação do meio ambiente;
Contabilidade ou economia: proceder a cálculos monetários sobre
prejuízos e/ou perdas futuras pelo dano causado ao meio ambiente.

NOÇÕES DE FONÉTICA FORENSE

A fonética forense compreende os exames realizados para chegar à


identificação da voz de uma determinada pessoa. O exame consiste na comparação
da gravação da voz de um suspeito de ter cometido algum crime com a voz do
provável autor da gravação. Exames físicos, linguísticos e de digitalização gráfica
por computador são realizados para obter o padrão de voz do suspeito (Espíndula,
2007).

Meuwly (2000) descreve a fonética, podendo ser utilizada em investigações


de crimes para:
O reconhecimento da voz de um indivíduo;
Perfil da voz de um indivíduo;
Aperfeiçoamento de uma gravação de áudio;
Transcrição e análise de gravações com múltiplas falas;
Exame de autenticidade ou integridade de gravações de áudio;
Reconhecimentos de ruídos e barulhos do ambiente que a pessoa
realizou a ligação.

238
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Existem diversos tipos de técnicas utilizadas para o reconhecimento de voz.
Segundo Meuwly, pode-se citar:
1. Reconhecimento por audição
(a) Pode ter interferências de interpretação individuais
(b) Normalmente utilizado por vítimas para auxiliar na incorporação de
suspeitos para comparação por outros métodos de reconhecimento de voz.
2. Reconhecimento por comparação visual de espectrogramas
(a) Mostra a variação do espectro dos comprimentos de onda da fala.
3. Reconhecimento automático de voz
(a) Utilizando textos pré-definidos
(b) Independente de textos pré-definidos
Todos os sons emanados por pessoas ou não podem ser analisados em
uma perícia de sons auxiliando a investigação de diversos tipos de crimes, sejam
eles contra a pessoa ou não.

239
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
LAUDO PERICIAL

“Laudo pericial é uma peça técnica-formal, por meio do qual é apresentado o


resultado de uma perícia.” (Espíndula, 2006).

“A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação” (Art. 420 do Código


de Processo Civil - Lei Federal nº 5.869, de 11/01/73)

“As perícias são operações destinadas a ministrar esclarecimentos técnicos à


justiça” (Silva, 1999)

“A perícia é um ato pelo qual a autoridade procura conhecer, por meios técnicos
e científicos, a existência ou não de uma questão judiciária ligada à vida ou à
saúde do homem ou que com ele tenha relação” (França, 2001)

O laudo pericial deve possuir as seguintes partes, segundo Vanrell (2002) e


Zarzuela et al (2000):
a) Preâmbulo: introdução com todos os dados iniciais da perícia:
9 Local da perícia;
9 Data da perícia;
9 Hora da perícia;
9 Autoridade requisitante;
9 Peritos designados;
9 Identificação da pessoa a ser periciada;
9 Exame a ser realizado;
9 Quesitos a serem respondidos.
b) Histórico ou comemorativo: relato completo, mas descrito de forma
sucinta do fato que justifica o pedido da perícia.
c) Descrição: contêm todos os detalhes, os achados objetivos e
subjetivos do exame pericial.

240
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
d) Discussão: é o debate, o levantamento e discussão de hipóteses,
assim como as controvérsias que podem existir.
e) Conclusão: posição final decorrente da análise de dados descritos,
discutidos e procurados pelo requerente da perícia.
f) Respostas aos quesitos: permite a formação de juízos de valor, seja
pelas partes como pelo Magistrado.

Segundo Zarzuela et al (2000), existem diversos tipos de modalidades de


perícias de competência dos peritos criminais, mais especificamente do Instituto de
Criminalística da Superintendência da Polícia Técnico-científica de São Paulo, que
reflete os tipos de perícias que podem existir em outros locais do Brasil:

1) Perícias Predominantemente Externas:


a) Núcleo de Perícias Especiais, do Centro de Perícias;
b) Núcleo de Crimes Contra o Patrimônio, do Centro de Perícias;
c) Núcleo de Crimes Contra a Pessoa, do Centro de Perícias;
d) Núcleo de Engenharia, do Centro de Perícias;
e) Núcleo de Acidentes de Trânsito, do Centro de Perícias;
f) Núcleo de Identificação Criminal, do Centro de Perícias;
g) Núcleo de Biologia e Bioquímica, do Centro de Exames, Análises e
Pesquisas;
h) Núcleo de Balística, do Centro de Exames, Análises e Pesquisas;
i) Núcleo de Análise Instrumental, do Centro de Exames, Análises e
Pesquisas;
j) Núcleo de Exames de DNA, do Centro de Exames, Análises e
Pesquisas;
k) Núcleo de Exames de Toxicologia, do Centro de Exames, Análises e
Pesquisas;
l) Núcleo de Perícias de Informática, do Centro de Perícias;
m) Núcleo de Crimes Contábeis, do Centro de Perícias;
n) Núcleo de Documentoscopia, do Centro de Perícias;

241
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
o) Núcleo de Física, do Centro de Exames, Análises e Pesquisas;
p) Núcleo de Química, do Centro de Exames, Análises e Pesquisas;
q) Equipe de Fotografia e Recursos Audiovisuais;
r) Equipe de Desenho e Topografia.

2) MEDICINA LEGAL
3) TIPOS DE PERÍCIAS CRIMINALÍSTICAS PREVISTAS NO CPP
a) Reconstituição ou Reprodução Simulada dos Fatos
b) Perícias Perinecroscópicos
c) Perícias de Laboratório
d) Perícias em Locais de Crimes Contra o Patrimônio
e) Perícias em Locais de Incêndio
f) Perícias Documentoscópicas
g) Perícias em Instrumentos de Crime
h) Perícias de Vistoria, de Busca e de Apreensão

Segundo o Decreto Nº 42.847, de 9 de fevereiro de 1998 que dispõe sobre a


estrutura organizacional da Superintendência da Polícia Técnico-Científica e dá
providências correlatas, a estrutura do Instituto de Criminalística do estado de São
Paulo:

“Artigo 5º - O Instituto de Criminalística tem a seguinte estrutura:


I - Centro de Perícias, com:
a) Núcleo de Acidentes de Trânsito;
b) Núcleo de Crimes Contábeis;
c) Núcleo de Crimes Contra o Patrimônio;
d) Núcleo de Crimes Contra a Pessoa;
e) Núcleo de Documentoscopia;
f) Núcleo de Engenharia;
g) Núcleo de Perícias Especiais;
h) Núcleo de Identificação Criminal;

242
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
i) Núcleo de Perícias de Informática;
j) Núcleo de Perícias Criminalísticas da Capital e da Grande São Paulo, com
17 (dezessete) Equipes de Perícias Criminalísticas;
l) 11 (onze) Núcleos de Perícias Criminalísticas do Interior, com 40
(quarenta) Equipes de Perícias Criminalísticas;
II - Centro de Exames, Análises e Pesquisas, com:
a) Núcleo de Análise Instrumental;
b) Núcleo de Balística;
c) Núcleo de Biologia e Bioquímica;
d) Núcleo de Física;
e) Núcleo de Química;
f) Núcleo de Toxicologia;
III - Núcleo de Apoio Logístico, com:
a) Equipe de Fotografia e Recursos Audiovisuais;
b) Equipe de Desenho e Topografia.
IV - Núcleo de Apoio Administrativo.
§ 1º - O Instituto de Criminalística conta, ainda, com Assistência Técnica, os
Centros e os Núcleos referidos nas alíneas "j" e "l" do inciso I deste artigo contam,
cada um, com Célula de Apoio Administrativo.
§ 2º - Das Equipes de Perícias Criminalísticas criadas pela alínea "j" do
inciso I deste artigo, 3 (três) exercerão suas atividades junto aos Departamentos de
Investigações sobre Crimes Patrimoniais - DEPATRI, de Polícia do Consumidor -
DECON e de Homicídios e Proteção à Pessoa - DHPP da Delegacia Geral de
Polícia.
SUBSEÇÃO III
Do Instituto Médico-Legal
Artigo 6º - O Instituto Médico-Legal tem a seguinte estrutura:
I - Centro de Perícias, com:
a) Núcleo de Clínica Médica;
b) Núcleo de Tanatologia Forense;
c) Núcleo de Radiologia;

243
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
d) Núcleo de Odontologia Legal;
e) Núcleo de Perícias Médico-Legais da Capital e da Grande São Paulo,
com 17 (dezessete) Equipes de Perícias Médico-Legais;
f) 11 (onze) Núcleos de Perícias Médico-Legais do Interior, com 40
(quarenta) Equipes de Perícias Médico-Legais;
II - Centro de Exames, Análises e Pesquisas, com:
a) Núcleo de Anatomia Patológica;
b) Núcleo de Toxicologia Forense;
c) Núcleo de Antropologia;
III - Núcleo de Apoio Logístico, com:
a) Equipe de Assistência Familiar;
b) Equipe de Fotografia e Recursos Audiovisuais;
IV - Núcleo de Apoio Administrativo.
§ 1º - O Instituto Médico-Legal conta, ainda, com Assistência Técnica e os
Centros e os Núcleos a que se referem as alíneas "e" e "f" do inciso I deste artigo
contam, cada um, com Célula de Apoio Administrativo.
§ 2º - Das Equipes de Perícias Médico-Legais criadas pela alínea "e" do
inciso I deste artigo, 1 (uma) exercerá suas atividades junto ao Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa - DHPP da Delegacia Geral de Polícia.”

O mesmo Decreto ainda acrescenta as atribuições de cada Instituto:

Do Instituto de Criminalística
Artigo 15 - O Instituto de Criminalística tem, por meio das unidades
subordinadas, as seguintes atribuições:
I - desenvolver pesquisas no campo da criminalística, visando ao
aperfeiçoamento de técnicas e a criação de novos métodos de trabalho, embasados
no desenvolvimento tecnológico e científico;
II - promover o estudo e a divulgação de trabalhos técnico-científicos
relativos ao exame pericial;
III - proceder a perícias em:

244
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
a) locais de acidentes de trânsito, aéreos, ferroviários, marítimos e do
trabalho;
b) sistemas de segurança de tráfego;
c) sistemas, peças ou componentes de veículos motorizados;
d) livros ou documentos contábeis;
e) ocorrências de uso indevido de marcas, patentes e similares;
f) documentos manuscritos, mecanografados ou impressos e em assinaturas
e moedas;
g) instrumentos e apetrechos utilizados na falsificação em geral;
h) objetos, marcas ou apetrechos relacionados a crimes contra o patrimônio;
i) locais de crimes contra a pessoa, o patrimônio, a saúde pública, os
serviços públicos, a economia popular e a dignidade humana;
j) locais de incêndio, explosões, desabamentos, desmoronamentos, poluição
ambiental e do meio ambiente;
l) aparelhos mecânicos, elétricos e eletrônicos;
m) materiais gravados com som e imagem;
n) locais e aparelhos computadorizados, programas de software e hardware,
relacionados à prática de delitos na área de informática e telemática;
IV - proceder a exames:
a) nos materiais encontrados em locais de crimes;
b) em armas de fogo e peças de munição;
c) em materiais biológicos encontrados em locais de ocorrências e
instrumentos de crimes, inclusive para identificação antropológica;
d) de dosagem alcoólica e de identificação e comprovação de tóxicos;
e) e pesquisas criminalísticas nas áreas de física, química, bioquímica e
toxicologia;
V - efetuar:
a) testes e ensaios em materiais para especificação de grau de segurança;
b) estudos de novos materiais combustíveis, não combustíveis e isolantes;
c) trabalhos de desenho técnico, relacionados à complementação de laudos
periciais;

245
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
d) trabalhos fotográficos de revelação e ampliação de impressões papilares,
peças, instrumentos ou armas;
e) levantamentos planimétricos e altimétricos e elaborar desenhos técnicos
para a ilustração de laudos periciais;
f) a reconstituição de crimes e elaborar desenhos ilustrados;
VI - emitir laudos técnicos periciais pertinentes à sua área de atuação,
observada a legislação em vigor.
SUBSEÇÃO V
Do Instituto Médico-Legal
Artigo 16 - O Instituto Médico-Legal tem, por meio das unidades
subordinadas, as seguintes atribuições:
I - desenvolver pesquisas no campo da Medicina-Legal, visando ao
aperfeiçoamento de técnicas e criação de novos métodos de trabalho, embasados
no desenvolvimento tecnológico e científico;
II - promover o estudo e a divulgação de trabalhos técnico-científicos
relativos a áreas de medicina legal;
III - proceder, em vivos, a exames de:
a) lesão corporal;
b) sexologia;
c) sanidade física;
d) verificação de idade;
e) constatação de embriaguez;
IV - realizar exames radiológicos para elucidação de diagnósticos dos
legistas;
V - proceder a exames e pesquisas em produtos tóxicos, em líquidos
orgânicos, vísceras, alimentos e outras substâncias;
VI - proceder, em corpos de falecidos, a exames necroscópicos, a
exumações, a exames da área de antropologia e similares;
VII - efetuar perícias em material biológico de vítimas;
VIII - elaborar trabalhos fotográficos de pessoas, peças e instrumentos
relacionados com as perícias;

246
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
IX - realizar perícias e pesquisas no campo da odontologia legal;
X - realizar avaliações psicológicas das vítimas para conclusão de perícias;
XI - prestar assistência social aos familiares e vítimas;
XII - emitir laudos técnicos periciais pertinentes à sua área de atuação,
observada a legislação em vigor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As perícias criminais podem ser realizadas em diversos campos de


conhecimento e são altamente especializadas. Em cada área, o conhecimento geral
da perícia deve existir, mas cada área deve ser amplamente estudada
separadamente para a realização de perícias criminais. Além disso, a perícia
criminal só deve ser realizada por profissional legalmente habilitado denominado
perito oficial. Mas isso não deve servir de desmotivação para o aluno que acabou de
realizar esse curso.
Espera-se que com o término desse curso, o aluno esteja capacitado em
entender de forma generalizada os tipos de perícias criminais e suas diversas áreas
de atuação, para que possa motivar-se na escolha de alguma dessas áreas de
atuação, como também, entender o que está por trás dessa intrigante profissão.

247
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
GLOSSÁRIO

ABI (APPLIED Companhia que produz e comercializa instrumentos e


BIOSYSTEMS reagentes utilizados em Biologia Molecular localizado em
INCORPORATION) Foster City, Califórnia.

ABI 310 GENETIC Instrumento de eletroforese capilar produzido pela


ANALYZER Applied Biosystems, introduzido na comunidade científica em
1995. Muitos laboratórios adotam, atualmente, o ABI 3100 ou
ABI3130 ou ABI3130XL.

ABI 3100 GENETIC Instrumento de eletroforese capilar produzido pela


ANALYZER Applied Biosystems, que possui todo sistema
computadorizado, inclusive de injeção de polímero.

ÁCIDO Material genético de organismos, usualmente dupla


DESOXIRRIBONUCLEICO fita, fazendo parte da classe de ácidos nucleicos identificados
(DNA) pela presença de desoxirribose, um açúcar e quatro
nucleobases.

AGAROSE Hidrocoloide extraído de algas marinhas utilizado em


gel de eletroforese

ALELO Uma forma alternativa de um gene ou de uma parte


do DNA localizado em uma determinada região genética
(lócus). Os marcadores de STRs frequentemente possuem
múltiplos alelos.

ALELO São os genes que ocupam um mesmo lócus num par


de cromossomos homólogos

248
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
ALELO A proporção quantitativa de um determinado alelo
(FREQUÊNCIA) entre os cromossomos dos indivíduos de uma mesma
população.

ALGOR MORTIS Esfriamento do cadáver é a redução da temperatura


da pele que ocorre após a morte

AMELOGENINA Um marcador utilizado para tipagem sexual, cujo


gene codifica o esmalte dentário, ocorre em ambos os
cromossomos X e Y.

AMELOGENINA Gene utilizado para ser analisado em identificação


humana para a detecção do sexo genético da pessoa

AMOSTRA DE Uma amostra (normalmente sangue ou saliva) obtida


REFERÊNCIA de uma pessoa conhecida que é utilizada para comparação
com a evidência.

AMPLICON O produto de amplificação do DNA pela Reação em


Cadeia pela Polimerase (PCR).

AMPLIFICAÇÃO DE DNA Um aumento do número de cópias de um fragmento


específico de DNA podendo ser in vitro ou in vivo.

ANTROPOLOGIA Ciência preocupada em estudar o homem e a


humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo
todas as suas dimensões

ANTROPOMETRIA Medidas físicas do corpo humano

ARTEFATO Qualquer produto não relacionado ao alelo que pode


ocorrer durante o processo de amplificação do DNA. EX:
stutters e adenilação

249
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
AUTOSSÔMICO Um cromossomo não envolvido em determinação do
sexo, como os 23 pares de cromossomos que possuímos,
sendo que os outros dois cromossomos X e Y são sexuais.

AVULSIONAMENTO Remoção do dente, sendo no caso do texto por meio


de uma lesão

CIÊNCIA FORENSE A aplicação de conhecimento científico para questões


civis e criminais, tipicamente por intermédio da apresentação
de resultados de evidências.

CODIS Abreviação de Combined DNA Index System ou


Sistema de Indexação de DNA Combinado, que é um banco
nacional de dados de perfis genéticos dirigido pelo FBI,
Estados Unidos.

CODIS - FBI Banco de DNA vinculado ao FBI, que contém dados


dos perfis genéticos de criminosos, de amostras encontradas
na cena do crime e em pessoas para posterior confronte e
análise.

CROMOSSOMO É a estrutura na qual a informação hereditária é


fisicamente transmitida de uma geração a outra.

CROMOSSOMOS São filamentos espiralados de cromatina, existente


no suco nuclear de todas as células.

CROMOSSOMOS Cromossomos que são diferentes nos dois sexos e


SEXUAIS estão envolvidos na determinação do sexo: cromossomo X e
Y.

CRONOTANATOG Faz parte dos estudos da tanalogia, no qual estuda


especificamente os meios de determinação do tempo

250
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
NOSE transcorrido entre a morte e o exame necroscópico

DEGRADAÇÃO A fragmentação, ou a quebra da molécula de DNA


devido agentes químicos ou físicos.

DEONTOLOGIA Consiste no conjunto de regras e princípios que regem a


conduta de um profissional, uma ciência que estuda os
deveres de uma determinada profissão.

DNA É a molécula existente em todo organismo que possui


em suas células a informação necessária para determinar
suas características

DNA Análise de sequências específicas no DNA humano que


FINGERPRINT OU são altamente variáveis entre as pessoas
IMPRESSÃO DIGITAL DE
DNA

DNA Molécula de DNA pequena, circular de herança materna,


MITOCONDRIAL (MTDNA) localizada na mitocôndria e contém aproximadamente 16500
nucleotídeos. A abundância das mitocôndrias em uma única
célula facilita a sua amplificação pela PCR, mesmo em
amostras degradadas ou limitadas.

EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético

ELETROCUSSÃO Morte provocada pela exposição do corpo à uma dose


letal de energia elétrica

ELETROFORESE É uma técnica na qual as moléculas são separadas pela


sua velocidade em um campo elétrico.

251
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
ELETROFORESE Eletroforese em gel é uma técnica de separação de
moléculas que envolvem a migração de partículas em um
determinado gel durante a aplicação de uma diferença de
potencial

ELETROFORESE Uma técnica de eletroforese para separação de


CAPILAR moléculas de DNA pelo seu tamanho e baseia-se na
migração por meio de um tubo capilar preenchido com um
polímero viscoso.

ELETROPRESSÃO Morte acidental causada por descarga elétrica

EQUIMOSE Mancha escura, avermelhada ou azulada em


consequência de uma infiltração difusa de sangue no tecido
subcutâneo.

ESFINCTÉRICO Relacionado ao esfíncter (Músculo anular, que serve


para abrir e fechar ductos, orifícios ou canais naturais)

ESGANADURA Modalidade de asfixia mecânica por constrição do


pescoço utilizando-se as mãos

ESPECTROFOTOMETRIA A espectrofotometria é o método de análises óptico


mais usado nas investigações biológicas e físico-químicas.

ESTOMATOGNÁTICO Do grego stóma, atos (Boca) gnáthos (maxilar):


aparelho maxilobucal.

ESTRANGULAMENTO Modalidade de asfixia mecânica por constrição do


pescoço

252
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
EUCARIOTO Organismo cujas células contêm núcleo.

EVIDÊNCIA BIOLÓGICA Amostra biológica coletada na cena do crime ou de


pessoas ou de objetos associados ao crime.

EXCLUSÃO O teste de DNA indica que um indivíduo é excluído


(não ocorre combinação de alelos em determinados loci)
como a fonte da evidência de DNA. Em casos criminais,
“exclusão” não equivale a “inocente”, pois existem outras
provas que são analisadas.

EXUMAÇÃO Remoção do corpo inumado (enterrado) para que


possa ser colocado em outro local, em sacos plásticos
(comum após alguns anos do seu enterramento) ou mesmo
para a análise necroscópica após a aprovação judicial.

FLICTENAS Lesões de conteúdo que parece água, com sensação


de ardor e que depois rebentam e sangram, podendo
infeccionar

FLUORESCÊNCIA A emissão de luz de uma molécula consequente da


sua excitação por uma fonte de energia de luz. Na análise de
DNA, marcadores fluorescentes permitem que a detecção
simultânea de tamanhos similares de produtos de PCR
através da emissão fluorescente em diferentes cores.

FORENSE Mesmo que criminal

FULGURAÇÃO Perturbação produzida no organismo vivo por


descarga elétrica, produzindo lesões.

FULMINAÇÃO Perturbação produzida no organismo vivo por

253
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
descarga elétrica, levando o indivíduo à morte.

GENE Unidade básica de hereditariedade, uma sequência


de DNA em um cromossomo.

GENOMA Todo material genético em um cromossomo de um


organismo particular.

GENOMA DNA contido dentro das mitocôndrias e possuem


MITOCONDRIAL herança materna

GENOMA NUCLEAR DNA contido dentro dos núcleos das células

GENÓTIPO Constituição genética de um organismo, que é


caracterizado por particularidades físicas ou fenótipo.

HARAQUIRI Técnica de suicídio praticada por membros da classe


guerreira japonesa, como os samurais.

HEREDITARIEDADE A transmissão de características de uma geração


para outra.

HETEROZIGOTO Indivíduo que possui diferentes alelos em um lócus


em cromossomos homólogos.

HIBRIDIZAÇÃO Formação de cadeia dupla a partir de duas cadeias


únicas (DNA + DNA; DNA + RNA ou RNA + RNA)

HOMOZIGOTO Indivíduo que possui alelos, materno e paterno


idênticos em um lócus em cromossomos homólogos.

IDENTIFILER Um kit de PCR multiplex da Applied Biosystems que


amplifica simultaneamente 15 STRs, incluindo os 13 STRs

254
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
recomendado pelo CODIS e o marcador sexual amelogenina.

IMPERÍCIA É a incapacidade, a falta de habilidade específica


para a realização de uma atividade técnica ou científica, não
levando, o agente, em consideração o que sabe ou deveria
saber.

IMPRESSÕES LATENTES Impressões digitais que são encontradas na cena do


crime e são recuperadas com o auxílio de pós químicos e
reagentes específicos para a sua posterior fotografia.

IMPRUDÊNCIA É a atitude precipitada do agente, que age com


afoiteza, sem cautelas, não usando de seus poderes
inibidores, criação desnecessária de um perigo.

IN LOCO Local

IN VITRO Procedimento realizado fora de organismo.

IN VIVO Procedimento realizado dentro de organismo.

INCONCLUSIVO Situação na qual nenhuma conclusão poderá ser


dada em um teste sendo resultante de uma entre muitas
razões: resultados não foram obtidos, resultados não-
interpretáveis ou falta de amostra de referência para
confronto.

INFORTUNÍSTICA Infortunística é o ramo da medicina legal que trata


dos acidentes de trabalho e das doenças causadas pelo
exercício do trabalho em situações salubres e perigosas.

KITS MULTIPLEX Conjunto de reagentes comercialmente


desenvolvidos para a amplificação simultânea de diversas

255
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
DE PCR regiões (loci) do genoma

LEX TALIONIS A lei de talião (do latim Lex Talionis: lex: lei e talis: tal,
parelho), também dita pena de talião, consiste na rigorosa
reciprocidade do crime e da pena: olho por olho, dente por
dente.

LIVOR MORTIS Livor mortis, livor hipostático ou livor cadavérico é um


sinal de morte, no qual há a descoloração de uma região do
corpo causada por acúmulo de sangue

LOCI Plural de Lócus (vide Lócus).

LÓCI DE CODIS Um conjunto de 13 STRs recomendados para a


inclusão de um perfil de DNA no banco de dados do CODIS –
FBI. Esse conjunto tornou-se referência mundial para a
análise de perfil genético de seres humanos visando à
identificação humana, sendo que os laboratórios utilizam no
mínimo essas 13 STRs.

LÓCUS Localização física específica de um gene em um


cromossomo.

LÓCUS OU LOCI Lócus é a região do cromossomo ocupada por um


(PLURAL) determinado alelo.

LUMINOL É um produto que é preparado misturando-se o


luminol propriamente dito, com uma substância à base de
peróxido de Hidrogênio que possui o mesmo efeito da água
oxigenada, que reage muito lentamente. Quando essa
mistura entra em contato com o sangue humano, utiliza o
ferro presente na hemoglobina como agente catalisador

256
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
causando uma reação de quimiluminescência, ficando mais
visível a luz negra.

LUXAÇÃO Lesão que ocasiona a mobilidade do dente, com


deslocamento, com hemorragia no sulco gengival.

MARCADOR Um gene ou sequência específica de DNA de uma


região conhecida em um cromossomo utilizado como um
ponto de referência em um mapeamento de outro loci.

MODUS Do latim, modo de operação, ou melhor,


OPERANDI procedimentos que devem ser realizados para chegar a
algum objetivo específico.

MUTAÇÃO Qualquer mudança não hereditária na sequência do


DNA. Uma alteração ou troca de um alelo em um lócus
genético resultando em uma inconsistência entre o familiar
biológico ou evidências. Pode ser considerada também
qualquer alteração genética com frequência menor que 1%
em uma população humana. Mas nesse curso, adotamos o
primeiro conceito.

NEGLIGÊNCIA É a inércia psíquica, a indiferença do agente que,


podendo tomar as devidas cautelas exigíveis, não o faz por
displicência, relaxamento ou preguiça mental.

NEXO CAUSAL É o vínculo, a ligação ou relação de causa e efeito


entre a conduta e o resultado.

NM Nanômetros

NÚCLEO Organela celular em eucariotos que contém o

257
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
material genético.

NUCLEOTÍDEO Uma unidade de acido nucleico composto por fosfato,


ribose ou desoxirribose e uma base purina ou piridina.

NUCLEOTÍDEOS São compostos por uma base nitrogenada, uma


pentose e um grupo fosfato.

OLIGONUCLEOTÍDEOS É um fragmento curto de uma cadeia simples de


ácido nucleico (ADN ou ARN), tipicamente com 20 ou menos
bases, popularmente chamado de primer

ORLA DE ENXUGO A orla de enxugo, também conhecida como orla de


limpeza, é uma das características do orifício de entrada, se
apresentando seja qual for à distância do disparo, embora
menos frequente nos disparos encostados. Tem a forma
circular ou concêntrica nos tiros perpendiculares, e ovalar ou
fusiforme nos oblíquos.

PAR DE BASE Dois nucleotídeos complementares ligados por ponte


de hidrogênio. Ex: adenina-timina; citosina-guanina.

PATOGNOMÔNICOS Diz-se dos sintomas próprios de cada moléstia e cuja


identificação permite um diagnóstico certo

PCR MULTIPLEX Coamplificação de múltiplas regiões do genoma com


mais de um conjunto de primers (ou iniciadores) em uma
única PCR, diminuindo a quantidade de DNA e reagentes a
ser empregado em uma PCR singular (que possui somente
um par de primers para amplificar somente um lócus.

PERFIL A análise completa de no mínimo 13 loci de um único


indivíduo pode determinar o perfil genético. No entanto, esse

258
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
GENÉTICO perfil poderá estar incompleto, principalmente em amostras
degradadas.

PERINECROSCÓPICO Exame médico-legal do cadáver, de tudo que o cerca


e do local onde se encontra.

PODER DE O potencial de um marcador genético ou conjunto de


DISCRIMINAÇÃO marcadores em diferenciar entre duas pessoas escolhidas
por acaso.

POLIACRILAMIDA É Um polímero da acrilamida. É um dos produtos


utilizados para fabricação de géis para eletroforese.

POLÍGRAFO Um polígrafo ou detector de mentiras é um aparelho


que mede e grava registros de diversas variáveis fisiológicas
enquanto um interrogatório é realizado, numa tentativa de se
detectar mentiras em um depoimento.

POLIMÓRFICAS Diversas formas

POLIMORFISMO Diferença na sequência de DNA entre indivíduos.


Variação genética que ocorre em mais de 1% da população
pode ser considerada polimorfismo na análise de ligação.

POPULAÇÃO Um grupo de indivíduos que residem em uma mesma


área em um mesmo período.

POWER PLEX 16 Kit multiplex da Promega Corporation que coamplifica


15 STRs, sendo que 13 recomendados pelo CODIS-FBI, e
mais o marcador sexual amelogenina.

PRIMER (OU INICIADOR) Uma cadeia polinucleotídica curta sintetizada


artificialmente que possui normalmente de 18 a 30 bases,

259
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
que se hibridiza em uma região específica do DNA e permite
que a enzima DNA polimerase inicie a síntese de a fita
complementar.

PROBABILIDADE DE Uma porcentagem da população que pode ser


EXCLUSÃO (PE) excluída como potencial contribuidor em um resultado de
mistura de DNA.

PROTEINASE K Remove nucleases e outras proteínas durante a


extração de DNA ou RNA

PULVERIZAÇÃO Pulverização por meio do frio, como por exemplo,


CRIOGÊNICA utilizando-se nitrogênio líquido.

PUTREFAÇÃO É o processo de decomposição da matéria orgânica


por bactérias e pela fauna macroscópica, que acaba por
devolvê-la à condição de matéria inorgânica.

QUIMIOLUMINESCÊNCIA Emissão de luz por reação química.

REAÇÃO EM CADEIA Processo in vitro que permite a amplificação de


PELA POLIMERASE (OU milhões de cópias de um DNA específico por meio de
DA POLIMERASE) – PCR repetidos ciclos envolvendo a enzima DNA polimerase.

RIGOR MORTIS Rigor mortis é um sinal reconhecível de morte que é


causado por uma mudança química nos músculos, causando
aos membros do cadáver um endurecimento.

RUBEFAÇÃO Lesões avermelhadas

SEQUÊNCIAS As sequências de ácidos nucleicos formam uma


COMPLEMENTARES estrutura de dupla fita por pareamento de bases, como
adenina-timina, citosina-guanina. Por exemplo, a sequência

260
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
complementar de GTACCG é CATGGC.

SEROLOGIA Estudo do soro sanguíneo

SINAL DE BONNET Escoriação evidente na tábua óssea do lado contrário


à entrada do projétil

SISTEMA ABO Tipo de grupo sanguíneo existente na população:


grupo A, grupo B, grupo AB e grupo O

SNP Polimorfismo de base única. Qualquer variação


polimórfica de um nucleotídeo. A maioria dos SNPs
apresenta-se bialélicos com a frequência do menor alelo a
menos de 1%.

STR Repetições Consecutivas Curtas. Sequência de DNA


arranjada em sucessão direta ou consecutivas na qual a
unidade de repetição varia de 2 a 6 pares de bases. Os STRs
normalmente ocorrem em regiões não-codificadoras e o
número de unidades repetitivas pode variar de indivíduo para
indivíduo.

STRS Repetições consecutivas curtas do DNA humano


utilizadas para a análise do perfil genético em identificação
humana

SUBLUXAÇÃO Lesão que afeta o dente, sem deslocamento, com


hemorragia no sulco gengival.

TANATOGNOSE É a parte da Tanatologia Forense que estuda o


diagnóstico da realidade da morte

261
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
TANATOLOGIA Consiste no estudo dos fenômenos cadavéricos, ou
seja, da morte e seus fatores associados.

TESTE DE PROFICIÊNCIA Medidas que visam assegurar a qualidade utilizadas


para monitorar a performance de um analista e identificar
áreas nos quais melhorias são necessárias. Pode ser interno
(produzidos pelo próprio laboratório) ou externo (produzidos
por outros grupos).

VITRIOLAGEM Lesões viscerais e cutâneas produzidas por


substâncias cáusticas

ZIGOTO Célula formada quando um DNA nuclear do


espermatozoide combina com o DNA nuclear do óvulo,
resultando em uma célula diploide.

------------ FIM DO MÓDULO V ------------

262
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
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