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Tia Ciata é considerada matriarca do samba brasileiro e referência do candomblé no início do século 20.
Praça Onze, Rio de Janeiro, início do século 20. O quintal de Tia Ciata, no coração do
centro carioca, era reduto da música, da fé e da resistência. Em sua casa, grandes
compositores do Rio Janeiro se juntavam ao moradores da Pequena África - como era
conhecido o bairro que abrigava negros, judeus e imigrantes - para festejarem, cantarem
e dançarem samba de roda.
Foi naquele quintal festivo que Donga compôs Pelo Telefone. Em 27 de novembro de
1916, ele registrou sua composição como "samba carnavalesco" na Biblioteca Nacional.
Era o primeiro samba registrado e gravado na História do País.
https://www.huffpostbrasil.com/2017/11/16/samba-e-coisa-de-preta-a-historia-de-tia-ciata-a-matriarca-do-samba-brasileiro_a_23279720/ 1/3
27/05/2019 Tia Ciata é a mãe negra do samba, que cedeu sua casa e sua vida para o estilo nascer no Brasil | HuffPost Brasil
Ai, ai, ai / Pois quem dança / Não tem dor nem calor
Tia Ciata não era só a grande anfitriã que recebia seus convidados com uma comida
boa que só ela sabia fazer, mas era também parte da folia. Guiava e dançava como
ninguém rodas de partido alto e miudinho - estilos de samba.
"O homem era o provedor [na época], mas a mulher também vendia comida. Fora
isso, era uma aglutinadora de cultura. A casa de Tia Ciata foi a mais marcante
nesse sentido. O samba é o fenômeno mais impressionante do século 20, porque,
em 100 anos, ele passou de perseguido a símbolo de uma nação, é uma trajetória
muito gloriosa."
Tia Ciata era patrimônio do Rio de Janeiro, mas foi na Bahia que nasceu e cresceu.
Nasceu Hilária Batista de Almeida, em Santo Amaro, no ano de 1854. Começou
cozinheira, foi iniciada do candomblé e se tornou mãe de santo.
Viajou para o Rio com 22 anos durante a diáspora baiana, no final do século 19. De
turbante na cabeça e vestido branco de baiana, saía pelas ruas da Cidade Maravilhosa
para vender seus quitutes.
Ciata curou até presidente. Quando o Rio ainda era a capital do Brasil e o Palácio do
Catete era a morada presidencial, ela foi chamada às pressas para ajudar o então
presidente, Wenceslau Brás, a se curar de uma ferida na perna. Filha de Oxum,
incorporou um orixá e entregou uma receita curadora para Brás.
Hoje, ela é também um símbolo para o feminismo negro. No final de agosto, o coletivo
Mulheres de Pedra lançou um documentário curta-metragem sobre seu protagonismo na
cultura do País. Assista ao trailer abaixo:
https://www.huffpostbrasil.com/2017/11/16/samba-e-coisa-de-preta-a-historia-de-tia-ciata-a-matriarca-do-samba-brasileiro_a_23279720/ 2/3
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