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ENEM 2016

MÓDUL OII
I
EXPEDIENTE
MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
ESTADO DO CEARÁ
ZEZINHO ALBUQUERQUE Presidente

TIN GOMES 1º vice-presidente

DANNIEL OLIVEIRA 2º vice-presidente

SÉRGIO AGUIAR 1º secretário

MANOEL DUCA 2º secretário

JOÃO JAIME 3º secretário

JOAQUIM NORONHA 4º secretário

UNIVERSIDADE DO PARLAMENTO CEARENSE - UNIPACE


PROFESSOR TEODORO Presidente

LINDOMAR SOARES Diretora de Gestão e Ensino

SILVANA FIGUEIREDO Diretora Técnica

EQUIPE DE ELABORAÇÃO E COORDENAÇÃO DO


PROJETO ALCANCE
LINDOMAR SOARES

SILVANA FIGUEIREDO

FÁBIO FROTA
EQUIPE PEDAGÓGICA:
LÍNGUA PORTUGUÊSA: STELLER DE PAULA | CLÁUDIO MÁRCIO | VICENTE JÚNIOR
MATEMÁTICA: PEDRO EVARISTO | ÃNGELO VICTOR | FÁBIO FROTA
HISTÓRIA: MARIANO JÚNIOR | ARTUR BRUNO
GEOGRAFIA: MARCOS LUPI
BIOLOGIA: ALEXANDRE WERNECK
FÍSICA: THOMPSON JUSTA
QUÍMICA: ALEXANDRE OLIVEIRA
REVISÃO: ADELAIDE OLIVEIRA
DESIGNER GRÁFICO: ADRIANO COSTA | ADRIANO-COSTA@HOTMAIL.COM

Índice
Linguagens e Códigos
Literatura ........................................................................................................................... 08 a 21
Função da Linguagem ........................................................................................................ 22 a 28
Redação ............................................................................................................................. 29 a 31

Matemática
Análise Combinatória ........................................................................................................ 33 a 37
Função do 1º Grau ............................................................................................................. 38 a 41
Função do 2º Grau ............................................................................................................. 42 a 47

Ciências Humanas
História do Brasil ................................................................................................................ 49 a 64
História Geral ..................................................................................................................... 65 a 70
Geografia ........................................................................................................................... 71 a 74

Ciências da Natureza
Biologia .............................................................................................................................. 78 a 81
Física .................................................................................................................................. 82 a 89
Química ............................................................................................................................. 90 a 93

Gráfica INESP - (85) 3277.3005


LINGUAGENS E CÓDIGOS
LITERATURA

ROMANTISMO - CONTEXTO HISTÓRICO Assim, o Romantismo aproxima-se de seu público


Várias transformações nos planos ideoló- - o burguês - e, por meio de publicações nos fo-
gico, político e social vêm ocorrendo ao longo do lhetins, confere aos textos os seguintes aspectos:
século XVIII na Europa: • Exaltação da imaginação e dos sentimentos
• o Iluminismo impulsiona os valores burgue- Acreditar na capacidade individual para
ses e a força popular, que anseia por um determinar a forma e o conteúdo de uma criação
governo democrático e igualitário. A liber- artística, libertando-se assim, das formas já con-
dade e a conquista dos direitos do homem sagradas, abrindo espaço para a individualidade.
também são ideais iluministas difundidos à • Fuga do presente e da realidade (Evasão)
época. O autor romântico coloca-se contra os ide-
• inicialmente, há uma grande euforia e, ao ais racionais e as manifestações coletivas, prega-
mesmo tempo, um descontentamento após dos pelo pensamento iluminista. Assim, seu senti-
a Revolução Industrial - novos inventos, mento de desajustamento social é verdadeiro e
criação de centros fabris, novas relações nasce o confronto entre os valores que defende,
trabalhistas, organização de sindicatos, re- centrados no subjetivismo e na emoção.Neste
voltas sociais. contexto, a morte passa a ser como possibilida-
• há uma mudança na ordem social e na polí- de de fuga do real e, por isso, é idealizada. Ela
tica, com a Revolução Francesa, que colo- se manifesta como opção de alívio para os males
ca no poder a burguesia e destitui a nobre- do mundo ou para o encontro definitivo dos aman-
za - o Antigo Regime. tes, separados pelos obstáculos da realidade. Por
isso também, o mundo dos sonhos passa a ser
Com o crescimento do sistema capitalista espaço de fuga onde projeta suas utopias. Há o
na Europa, é disseminado o pensamento indivi- gosto pela noite, pelo mistério, pela solidão.
dualista e competitivo, e o sentimento de fazer • Nacionalismo
parte do coletivo dá lugar à luta individual. Isso A transformação política aboliu o Antigo
ocorre porque o homem deste período faz parte Regime estabelecendo a soberania da nação so-
de um todo e não possui uma importância sozi- bre ela mesma. O indivíduo deixa de ser súdito e
nho. Por esta feita, busca-se conectar ao univer- torna-se cidadão de uma pátria.
so destacando-se dos demais. A vinda da Família • Burguesia X Nobreza
Real para o Brasil (1908) possibilitou um marcan- Há a valorização do esforço, do trabalho,
te avanço cultural. Já a Proclamação da Indepen- o sacrifício e esforço valem mais, em contra-
dência (1822) e as revoluções (como a Sabinada, ponto à vida nobre, que vive do que recebe de
por exemplo), mostram claramente o desejo de herança.
liberdade que vai invadir o mundo da época. Esse • Temas medievais
período histórico, de transformações, de lutas e A Idade Média é vista pelo Romantismo
de rupturas, foi marcado por aspectos variados como uma época que valoriza os feitos heroicos.
e contraditórios sobre o mundo, inspirando a arte, Assim, o perfil dos heróis românticos é daque-
formando o pensamento do movimento literário le que precisa agir, sofrer, superar obstáculos de
que atravessou o século - o Romantismo. toda a natureza para se qualificarem como exem-
plares, tal qual o cavaleiro medieval, que possui
as características do herói clássico. Contrapondo
a arte da imitação, advinda do Classicismo, o Ro-
mantismo enaltece a inspiração, a manifestação
natural dos sentimentos, sem racionalismos. Não
há preocupação com a forma, a estrutura dos
textos impressos.
• O Romantismo no Brasil
O Romantismo inicia no Brasil num mo-
mento histórico conturbado para a metrópole por-
tuguesa, com a invasão de Napoleão e a vinda da
Coroa para terras brasileiras. Esse fato acaba por
gerar uma profunda alteração no cotidiano da co-
lônia, contribuindo para a Independência da na-
Delacroix: A Liberdade guiando o povo, 1830. Museu do Louvre ção. Desenvolvimento do comércio, da indústria,

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LITERATURA

da agricultura, da educação; criação da tipografia, ximar das batidas de tambores indígenas.


movimentação editorial e da imprensa, toda essa Outro recurso é a caracterização da nature-
agitação modificou a vida cultural da colônia, ge- za, usada para expressar, muitas vezes, os
rando um público leitor, dando condições para a sentimentos do eu lírico, promovendo uma
formação de uma literatura mais sólida que o que identificação entre os dois símbolos nacio-
fora produzida até então. Toda essa movimenta- nalistas.
ção no Brasil, todos os fatos políticos e todas as
ideias europeias determinaram a principal preo- Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
cupação dos intelectuais deste século: a forma- Minha terra tem palmeiras,
ção da nação brasileira e a definição de símbolos Onde canta o Sabiá;
nacionais. Foram estes artistas e pesquisadores As aves, que aqui gorjeiam,
que apontaram o índio e a natureza exuberante Não gorjeiam como lá.
como elementos mais representativos da iden-
tidade brasileira, símbolos ideais para a nação Nosso céu tem mais estrelas,
que começava a ganhar forma. Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO ROMÂNTI- Nossa vida mais amores.
CO NO BRASIL
Jovens intelectuais, muitos educados ou Em cismar, sozinho, à noite,
vivendo na Europa, entusiasmados com a inde- Mais prazer encontro eu lá;
pendência política, abraçaram a missão de escre- Minha terra tem palmeiras,
ver para brasileiros e estrangeiros a face do novo Onde canta o Sabiá.
país independente. A Revista Niterói foi lançada
em 1836 e seria a publicação que daria início Minha terra tem primores,
ao Romantismo brasileiro. No primeiro número, Que tais não encontro eu cá;
Gonçalves de Magalhães escreveu o “Discurso Em cismar — sozinho, à noite —
sobre a história da literatura no Brasil”, em que Mais prazer encontro eu lá;
procurava demonstrar como a literatura estava li- Minha terra tem palmeiras,
mitada aos temas, formas e valores portugueses. Onde canta o Sabiá.
Segundo o autor, a vinda do rei provava que havia
real necessidade de os brasileiros reconhecerem Não permita Deus que eu morra,
o país como nação. Era o momento de trabalhar Sem que eu volte para lá;
para definir os traços de nacionalidade. Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
A 1ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRA- Sem qu’inda aviste as palmeiras,
SILEIRA: INDIANISTA OU NACIONALISTA Onde canta o Sabiá.
“CADA POVO TEM SUA LITERATURA PRÓ-
PRIA, COMO CADA HOMEM SEU CARÁTER Para reafirmar o pensamento nacionalis-
PARTICULAR, CADA ÁRVORE SEU FRUTO ES- ta, essa 1ª geração romântica elege o índio e a
PECÍFICO”. natureza como símbolos brasileiros, que perme-
Com essas palavras, Gonçalves de Maga- ariam a literatura. Com base no pensamento de
lhães mostrou o espírito que marcou a 1ª geração Rousseau sobre o “bom selvagem”, os autores,
romântica: a vontade de semear as ideias libertá- chamados indianistas, transferem a imagem do
rias, de repercutir o sentimento de amor à pátria, homem livre e de valores, encontrada no cava-
longe das influências culturais de Portugal. lheiro medieval, para o índio brasileiro, atribuindo
Vamos a um resumo dos ideias da 1ª ge- uma visão idealizada para o habitante brasileiro,
ração romântica: aproximando-o ao público, pois a visão do he-
• Afirmação da identidade nacional rói valoroso agradava a todos os leitores. Nesse
• Resgate do índio e da natureza como íco- contexto, as publicações ocorriam em jornais e
nes da nacionalidade. revistas da época, o que foi fundamental para a
• Versos que não exploram a liberdade for- formação de um grupo de leitura - fiel aos roman-
mal. São marcados pelo controle da métrica ces que seriam produzidos e os poemas lidos não
e pela escolha das rimas. A sonoridade, a só mais em saraus, mas também na imprensa. A
cadência dos versos fazem-nos se apro- linguagem buscava ser simples, mas havia certa

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LITERATURA

preocupação formal por parte dos primeiros po-


etas românticos. Isso porque havia uma inten-
ção de aproximar o ritmo do poema ao som dos
tambores indígenas - o que gerava um efeito in-
teressante para o leitor. Destacam-se como auto-
res dessa geração: Gonçalves de Magalhães e
Gonçalves Dias. Sobre Gonçalves Dias, é impor-
tante destacar a edição de Canção do Exílio, um
dos poemas mais parodiados e citados na Litera-
tura nacional. Um outro poema é “I-Juca Pirama”,
no qual fica clara a criação idealizada do índio.
ASPECTOS CARACTERÍSTICOS
A 2ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRA- • Locushorrendus: o cenário ultrarromân-
SILEIRA: ULTRARROMANTISMO OU “MAL- tico é tempestuoso, sombrio. As forças in-
-DO-SÉCULO” controláveis da natureza simbolizam os
Chamada de ultrarromântica, a geração sentimentos violentos que acolhem o sofri-
do “mal-do-século” redefinia o projeto literário mento individual do poeta.
brasileiro com a idealização absoluta e com os • O “mal do século” e a sedução da morte:
interesses por duas ideias essencialmente ro- a ideia de morrer, para ultrarromântico, tem
mânticas: AMOR e MORTE. Tratava-se de uma um sentido positivo, porque garante o tér-
geração de poetas atormentados, que frequente- mino da agonia de viver. É no contexto das
mente morriam jovens, marcando a literatura pela desilusões e da maneira pessimista de en-
expressão exacerbada de um subjetivismo pessi- carar a própria existência que a morte surge
mista, pelo desejo de evasão da realidade, pela como solução.
atração pelo mistério e, ainda, pela consciência • Subjetividade: em detrimento do isolamen-
de inadaptação do artista à sociedade em que vi- to do homem romântico, que se sente des-
via. A solidão, o culto a uma natureza mórbida e locado do contexto social, há o forte culto
soturna e, acima de tudo, a idealização da mulher do “eu”, recolhendo-se a uma subjetividade
virginal e etérea, eram as formas poéticas encon- que vive a angústia, o sofrimento e a dor
tradas para traduzir em imagens os sentimentos existencial.
arrebatados que vivenciavam. • Idealização amorosa: o amor é colocado
entre a sensualidade e a idealização. O ob-
A GERAÇÃO BYRONIANA jeto do sentimento amoroso é fantasiado e
Havia o exagero sentimental. Inspirados como não há a consumação dele, há a in-
pelos autores Lord Byron e Mary Shelley, os re- tensificação do sofrimento.
presentantes dessa geração liam uma poesia que • Evasão: o poeta desta geração refugia-se
exaltava os sentimentos arrebatados ao mesmo no campo das idealizações, por isso os te-
tempo que apresentava o poeta isolado da socie- mas da infância, da morte tornam-se inte-
dade, incompreendido por defender valores mo- ressantes e constantes nos textos ultrarro-
rais éticos contrários aos interesses econômicos mânticos, por se tratarem de ser o tempo da
da burguesia. Os jovens dessa geração mostra- fuga do eu-lírico.
vam-se mais voltados para os interesses do cora- • Linguagem: a liberdade formal continua
ção. Incorporavam a postura do herói que defen- sendo característica forte da produção po-
dia valores incorruptíveis, como liberdade, amor ética. Palavras como “amor”, “morte”, “fe-
e direito à liberdade. Jovens estudantes e poetas bre”, “ilusão”, “saudade”, “sonho”, “noite”,
viviam, em sua maioria, em repúblicas; muitos em “palidez”, “pesadelo”, “desespero”, são re-
SP, onde cursavam a Faculdade de Direito, no correntes no vocabulário dessa poesia que
Convento de São Francisco, em São Paulo. Essa marcam os temas depressivos e, alguns ca-
vida isolada definia a produção cultural, marcada sos, irracionais. O trabalho intencional e a
pela característica cosmopolita. A circulação dos musicalidade nas palavras ganha destaque
textos ocorria no espaço em que viviam: nos sa- neste momento. Saraus, musicais, óperas,
lões, nas reuniões de elite, dois tipos de poetas criam a atmosfera perfeita para essa poe-
surgiam, os declamadores e os repentistas (im- sia contaminada de amor, loucura, paixão
provisadores). e sonho.

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LITERATURA

Veja no poema a seguir: um lirismo que o projeta para além desse momen-
to específico. O fundamento desse lirismo é:
a) a angústia alimentada pela constatação da
irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a possibilidade de
reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela
autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a desi-
lusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução para
o sofrimento.

A 3ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRA-


SILEIRA: O CONDOREIRISMO
CONTEXTO HISTÓRICO E O CONDOREIRIS-
MO - A partir de 1840, o país foi governado pelo
OS AUTORES imperador D Pedro II. Os dez primeiros de seu
reinado foram marcados por lutas e revoltas por
todo país; muito foi necessário para conter as ba-
talhas e sufocar os gritos de República e abolição
de parte da população. Desde o início da coloni-
zação portuguesa no Brasil, escravos eram trazi-
dos de África e, em número, passaram a superar
a população portuguesa. Após a Independência,
a expansão da cultura do café fez aumentar a im-
portação de escravos. Mesmo com a proibição do
tráfico negreiro, em 1831, a sociedade manteve,
Os principais poetas do Romantismo da segunda em grande parte, o regime escravagista. No en-
geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de tanto, uma voz elevava-se para defender o fim da
Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. escravidão no país: os abolicionistas clamavam
por liberdade e isso influenciou fortemente a lite-
Caiu no ENEM (2010) ratura. O Condoreirismo é o momento da litera-
Soneto tura romântica em que os poetas passaram a se
Já da morte o palor me cobre o rosto, preocupar com questões sociais, abolicionistas
Nos lábios meus o alento desfalece, e republicanas. Foi uma poesia mais engajada e
Surda agonia o coração fenece, que propunha uma boa dose de espírito libertá-
E devora meu ser mortal desgosto! rio, por isso o símbolo do Condor para a gera-
ção. Essa geração também pode ser chamada de
Do leito embalde no macio encosto Hugoana, devido à influência estética do escritor
Tento o sono reter!... já esmorece francês Victor Hugo ou Social.
O corpo exausto que o repouso esquece...  Fique de olho!
Eis o estado em que a mágoa me tem posto! Um filme que mostra a situação de descon-
tentamento e revolta sob pressão dos abolicionis-
O adeus, o teu adeus, minha saudade, tas é “Amistad”. Vale conferir pela reconstrução
Fazem que insano do viver me prive histórica realizada, além de ser uma história bem
E tenha os olhos meus na escuridade. elaborada e emocionante.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!


Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico
da segunda geração romântica, porém configura

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LITERATURA

A LINGUAGEM Lá, onde o ponto do condor negreja,


Os condoreiros participavam dos deba- Cintilando no espaço como brilhos
tes sociais, seus interesses pelas questões po- D’olhos, e cai a prumo sobre os filhos
líticas os levam a escrever uma literatura mais Do lhama descuidado; onde lampeja
engajada, mais panfletária, mais consciente dos
acontecimentos sociais do país. Os poetas bus- Da tempestade o raio; onde deserto,
cavam atingir um maior público, daí o nascimento O azul sertão, formoso e deslumbrante,
do poeta-orador. Muitas vezes, nos intervalos de Arde do sol o incêndio, delirante
saraus, óperas, bailes, esses poetas subiam ao Coração vivo em céu profundo aberto!
palco para declamarem seus poemas, e, muitas Castro Alves
vezes, tinham de improvisar seus textos. Por ser
declamado, o texto apresentava grande uso de Certamente, o maior representante da po-
exclamações, vocativos (apóstrofes), hipérbo- esia desta geração. O surgimento de Castro Al-
les como recursos que auxiliavam na oratória. ves no cenário literário brasileiro ocorre num mo-
Os principais autores deste momento são Castro mento especial do contexto social.
Alves e Sousândrade. É o crescimento da cultura urbana, de-
bates políticos que encantam e atraem o jovem
O POEMA LÍRICO estudante da Faculdade de Direito. Sua poesia
A lírica amorosa possui uma diferença é marcada pela humanidade, pelo pensamento,
bem grande em relação à segunda geração ro- pela defesa daqueles que não tinham voz.
mântica. É marcada por uma sensualidade explí- No contexto social, Castro Alves abordou
cita, na qual as virgens inacessíveis são substi- a questão da abolição, desvelando ao mundo o
tuídas por mulheres reais, lascivas, sedutoras. É sofrimento dos povos escravizados.
uma mulher que perde os traços de perfeição ina- Em tom laudatório, abordou em seus tex-
tingível. Percebe-se um amadurecimento da poe- tos uma visão sobre a nacionalidade bem diferen-
sia brasileira, embora ainda inspirada na literatura te da que era tratada na 1ª geração: há o registro
estrangeira. da denúncia de uma nação que corrompia-se em
As características principais da 3ª geração ro- função do tráfico negreiro.
mântica são:
Poesia de cunho social, engajada; América
Teor de cunho libertário; Acorda a pátria e vê que é pesadelo
Temática abolicionista; O sonho da ignomínia que ela sonha!
Uso de hipérboles; À Tépida sombra das matas gigantes,
Visão carnal do amor; Da América ardente nos pampas do Sul,
Sensualismo; Ao canto dos ventos nas palmas brilhantes,
Grandiloquência (intenção de um público- À luz transparente de um céu todo azul,
maior);
Figuras: metáforas, hipérboles, vocativos. A filha das matas — cabocla morena —
Se inclina indolente sonhando talvez!
AUTORES - Sousândrade A fronte nos Andes reclina serena.
A preocupação deste poeta condizia com E o Atlântico humilde se estende a seus pés.
toda a situação da América, não somente com o
Brasil. Por ter tido uma vivência nos Estados Uni- As brisas dos cerros ainda lhe ondulam
dos, Sousândrade enalteceu a beleza e a força, Nas plumas vermelhas do arco de avós,
de forma geral, dos povos do Novo Continente. Lembrando o passado seus seios pululam,
Se a onça ligeira boliu nos cipós.
O Guesa (...)
Canto Primeiro
Eia, imaginação divina! Na lírica amorosa, o poeta mostra a sensualida-
Os Andes de das mulheres reais, sedutoras, revelando que
Vulcânicos elevam cumes calvos, o Romantismo encaminhava-se para uma grande
Circundados de gelos, mudos, alvos, transformação.
Nuvens flutuando — que espetac’los grandes!

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LITERATURA

A PROSA ROMÂNTICA dos folhetins, criando um público leitor fiel ao per-


A VIDA DA ARISTOCRACIA NOS FOLHETINS fil desta forma de contar histórias.
O século XVIII marcou a capital do Impé-
rio com uma nova forma de leitura: dentro dos
jornais de grande circulação, as histórias os fo-
lhetins. Eram textos em prosa, escritos ao pé da
página, divididos em capítulos, que contavam his-
tórias marcadas pelo melodrama e finais trágicos
ou felizes, e que, por isso, faziam o gosto entre os
jovens. Falavam de amores idealizados, a vida e
os costumes burgueses. Uma característica des-
sa época, é que mais da metade dos habitantes
do país era composta por analfabetos. Por isso,
os leitores dos folhetins eram membros da elite,
profissionais liberais, funcionários públicos, estu- (Almeida Junior, “Leitura”)
dantes e militares. Veja na figura abaixo o jornal
em que era publicado, ao rodapé, o folhetim “Me- A LINGUAGEM EM PROSA ROMÂNTICA
mória de um Sargento de Milícias”, de Manuel An- As narrativas românticas perduraram por
tônio de Almeida. cerca de 40 anos no Brasil. No início, buscou res-
ponder aos anseios de uma sociedade que ten-
tava definir sua identidade cultural – em função
da Independência do país, afinal, o que era ser
brasileiro? – e, com o passar do tempo, ganhou
volume, corpo e assumiu a responsabilidade de
responder a este questionamento (muito mais
que a poesia, diga-se). Assim, pode-se dizer que
o projeto da prosa romântica divide-se em três
“categorias”:

• ROMANCE INDIANISTA / HISTÓRICO:


As narrativas aludem aos fatos que mar-
caram a descoberta do Brasil. O índio e a nature-
za são os emblemas que constituem a identidade
cultural do país. Destaca-se que a figura do índio
é comparada ao do cavaleiro medieval, cujas ati-
tudes heroicas incitam um ufanismo no leitor. A
natureza, por sua vez, apresenta-se exuberante,
imponente, única.
• ROMANCE REGIONAL
Traz os personagens que fazem parte
dos cenários rurais do país, revelando um Bra-
Fonte: Arquivo Nacional sil diferente aos brasileiros: os pampas gaúchos,
o sertão nordestino, a geografia diferente de um
O FOLHETIM E O ROMANCE território desconhecido pelo público leitor.
A palavra “romance” remete às tradições • ROMANCE URBANO:
populares e folclóricas, de histórias contadas no Representa o cotidiano dos centros e ca-
latim vulgar repletas de elementos mágicos, ma- pital do Brasil, construindo a identidade cultural
ravilhosos. É justamente no século XVIII que a do país por meio de histórias cujos personagens,
palavra ganha o aspecto como é conhecido até enredos e cenários compunham a alegoria do
os dias de hoje: um gênero textual em prosa, que brasileiro daquela época.
contém mais de um núcleo narrativo, relaciona-
dos a um núcleo central. Pode-se dizer que esta CAIU NO ENEM! - O sertão e o sertanejo
estrutura “amadureceu” a partir das publicações Ali começa o sertão chamado bruto. Nes-
ses campos, tão diversos pelo matiz das cores,

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LITERATURA

o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol sendo também objeto de ação contra o capitalis-
transforma-se em vicejante tapete de relva, quan- mo progressivamente mais dominador. Em rela-
do lavra o incêndio que algum tropeiro, por aca- ção ao Romantismo, trata-se da reação contra
so ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do suas idealizações da paixão amorosa, bem como
seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda um crescente respeito pelo fato empiricamente
a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer provado, pelas ciências exatas e experimentais e
aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua pelo progresso técnico. É a transição do Roman-
de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar tismo para o Realismo, uma mudança do belo e
medrosa e vacilante os espaços imensos que se ideal para o real e objetivo.
alongam diante dela. O fogo, detido em pontos,
aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum es- A SOCIEDADE
torvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir Os escritores realistas desejavam retra-
de todo, deixando como sinal da avassaladora tar o homem e a sociedade da forma como ela é.
passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguin- Era preciso mostrar o cotidiano massacrante, o
do os velozes passos. Por toda a parte melanco- amor adúltero, a falsidade e o egoísmo humano,
lia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, a impotência do homem comum diante dos po-
porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que derosos. Por isso, possui um forte poder de críti-
uma varinha de fada andou por aqueles sombrios ca, porém sem subjetividade. Grandes escritores
recantos a traçar às pressas jardins encantados e realistas descrevem o que está errado de forma
nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de natural. Por exemplo: se um autor deseja criticar
espantosa atividade. O romance romântico teve a postura da Igreja católica, escreverá histórias
fundamental importância na formação da ideia de que envolvam a Igreja Católica de forma a inse-
nação. Considerando o trecho acima, é possível rir nelas o que eles julgam ser a Igreja Católica
reconhecer que uma das principais e permanen- e como as pessoas reagem a ela. Em lugar do
tes contribuições do Romantismo para constru- egocentrismo romântico, verifica-se um enorme
ção da identidade da nação é a: interesse em descrever, analisar e em criticar a
a) possibilidade de apresentar uma dimensão realidade. A visão realista procura ser objetiva,
desconhecida da natureza nacional, marca- fiel, sem distorções. Em lugar de fugir à realidade,
da pelo subdesenvolvimento e pela falta de procuram apontar falhas como forma de estimular
perspectiva de renovação. a mudança das instituições e dos comportamen-
b) consciência da exploração da terra pelos tos humanos. Em lugar de heróis, surgem pesso-
colonizadores e pela classe dominante lo- as comuns, cheias de problemas e limitações.
cal, o que coibiu a exploração desenfreada
das riquezas naturais do país. O REALISMO E GUSTAVE FLAUBERT
c) construção, em linguagem simples, realis- Na Europa, o Realismo teve início com a
ta e documental, sem fantasia ou exalta- publicação do romance Madame Bovary (1857)
ção, de uma imagem da terra que revelou de Gustave Flaubert. Madame Bovary resultou
o quanto é grandiosa a natureza brasileira. num escândalo ao ser publicado em 1857. Quan-
d) expansão dos limites geográficos da terra, do o livro foi lançado, houve na França um grande
que promoveu o sentimento de unidade do interesse pelo romance, por ter levado seu autor a
território nacional e deu a conhecer os luga- julgamento. Levado aos tribunais, Flaubert utilizou
res mais distantes do Brasil aos brasileiros. a famosa frase “Emma Bovary c’est moi” (Emma
e) valorização da vida urbana e do progresso, Bovary sou eu) para se defender das acusações
em detrimento do interior do Brasil, formu- de ofensa à moral e à religião, num processo con-
lando um conceito de nação centrado nos tra o autor e também contra Laurent Pichat, dire-
modelos da nascente burguesia brasileira. tor da revista Revue de Paris, em que a história foi
publicada pela primeira vez, em episódios e com
Realismo alguns pequenos cortes. A Sexta Corte Correcio-
O Realismo surge no século XIX em rea- nal do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas o
ção ao Romantismo e se desenvolve com base mesmo procedimento não foi adotado pelos crí-
na observação da realidade, na razão e na ciên- ticos puritanos da época, que não o perdoaram
cia. Surgido na França, sua influência se estende pelo tratamento cru dado pelo escritor francês, no
a numerosos países europeus, aparece no mo- romance, ao tema do adultério, pela crítica ao cle-
mento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, ro e à burguesia:

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LITERATURA

“Gostava do mar apenas pelas suas tempestades crítica à sociedade a partir do comportamento
e da verdura só quando a encontrava espalhada de determinados personagens. Faz uma análise
entre ruínas. Tinha necessidade de tirar de tudo da sociedade “por cima”, visto que seus perso-
uma espécie de benefício pessoal e rejeitava nagens são capitalistas, pertencentes à classe
como inútil o que quer que não contribuísse para dominante. Esse tipo de romance é documental,
a satisfação imediata de um desejo do seu cora- sendo retrato de uma época. Foi realizado no Bra-
ção - tendo um temperamento mais sentimental sil por Machado de Assis, em obras como “Memó-
do que artístico e interessando-se mais por emo- rias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba” e
ções do que por paisagens.” (trecho) “Dom Casmurro”.
Características da obra machadiana
• Personagens
São geralmente burgueses – classe dominante;
Procura desmascarar o “jogo” das relações so-
ciais; Enfatiza o contraste entre aparência x es-
sência; Mostra-nos de maneira impiedosa e ajuda
a vaidade, a futilidade, a hipocrisia, a inveja, o
prazer carnal.
• Processo Narrativo:
Há pouca ação, poucos fatos; Os perso-
nagens são esféricos à apresentam complexida-
AS CORRENTES FILOSÓFICAS de psicológica; Apresenta digressões à ordem
Os autores do Realismo são adeptos do cronológica interrompida; Conversa, dialoga com
determinismo, pelo qual a obra de arte seria de- o leitor, faz reflexão, aguça o leitor.
terminada por três fatores: o meio; o momento e • Pessimismo:
a raça (esta dizendo respeito à hereditariedade). Hipocrisia social; Imperfeição da humani-
O avanço das ciências, no século XIX, tem gran- dade; Mostra que as causas nobres sempre ocul-
de influência, principalmente sobre os naturalis- tam interesses impuros.
tas (daí falar-se em cientificismo nas obras desse • Linguagem:
período). Ideologicamente, os autores desse pe- Frases curtas, incisivas; Humor e reflexão
ríodo são antimonárquicos (defendem o ideal re- através de frases irônicas, sugestivas; Apresenta
publicano); negam a burguesia (a partir da célula- metalinguagem, explica a própria linguagem; Faz
-mãe da sociedade, daí a presença constante dos intertextualidade com obras consagradas; Perfei-
triângulos amorosos - o pai traído, a mãe adúltera ção gramatical.
e o amante, este sempre um “amigo da casa”); • Perfil Feminino:
são anticlericais (destacam-se os padres corrup- Mulheres racionais fortes, dominadoras,
tos e beatas hipócritas). sensuais, “dissimuladas”, ambíguas, astuciosas e
Autoreprodução: os agentes devem ser ca- principalmente adúlteras (comprovar a vulnerabi-
pazes de produzir cópias de si próprios e essas lidade do amor).
cópias devem ter igualmente a capacidade de se
reproduzirem; REALISMO x ROMANTISMO
Hereditariedade: As cópias devem herdar as ca-
racterísticas dos originais;
Variação: Ocasionalmente, as cópias têm que
ser imperfeitas (diversidade no interior da popu-
lação);
Seleção: As características herdadas devem
condicionar a capacidade dos agentes para se
reproduzirem;
Em qualquer sistema onde ocorram essas carac-
terísticas deverá ocorrer evolução.

O REALISMO NO BRASIL
O Romance realista é uma narrativa mais
preocupada com a análise psicológica, fazendo

15
LITERATURA

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM e desapiedado, Rosa. Fácil Ihe fora repelir as im-


QUESTÃO 01 (ENEM 2009) - No decênio de portunações e insolências dos escravos e criados;
1870, Franklin Távora defendeu a tese de que mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...
no Brasil havia duas literaturas independentes GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado).
dentro da mesma língua: uma do Norte e outra
A personagem Isaura, como afirma o título do ro-
do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por
mance, era uma escrava. No trecho apresentado,
formação histórica, composição étnica, costumes,
os sofrimentos por que passa a protagonista:
modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos ro-
a) assemelham-se aos das demais escravas
mances regionais que publicou o título geral de
do país, o que indica o estilo realista da
Literatura do Norte. Em nossos dias, um escri-
abordagem do tema da escravidão pelo au-
tor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com
tor do romance.
bastante engenho que no Brasil há, em verdade,
b) demonstram que, historicamente, os pro-
literaturas setoriais diversas, refletindo as carac-
blemas vividos pelas escravas brasileiras,
terísticas locais. Com relação à valorização, no
como Isaura, eram mais de ordem senti-
romance regionalista brasileiro, do homem e da
mental do que física.
paisagem de determinadas regiões nacionais,
c) diferem dos que atormentavam as demais
sabe-se que:
escravas do Brasil do século XIX, o que re-
a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza
vela o caráter idealista da abordagem do
pela temática essencialmente urbana, colo-
tema pelo autor do romance.
cando em relevo a formação do homem por
d) indicam que, quando o assunto era o amor,
meio da mescla de características locais e
as escravas brasileiras, de acordo com a
dos aspectos culturais trazidos de fora pela
abordagem lírica do tema pelo autor, eram
imigração europeia.
tratadas como as demais mulheres da so-
b) José de Alencar, representante, sobretudo,
ciedade.
do romance urbano, retrata a temática da
e) revelam a condição degradante das mulhe-
urbanização das cidades brasileiras e das
res escravas no Brasil, que, como Isaura,
relações conflituosas entre as raças.
de acordo com a denúncia feita pelo autor,
c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo
eram importunadas e torturadas fisicamen-
acentuado realismo no uso do vocabulário,
te pelos seus senhores.
pelo temário local, expressando a vida do
homem em face da natureza agreste, e as-
QUESTÃO 03 (ENEM 2010) (2ª Aplicação) -
sume frequentemente o ponto de vista dos
Texto I
menos favorecidos.
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
d) a literatura urbana brasileira, da qual um
Meu Deus! não seja já;
dos expoentes é Machado de Assis, põe em
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
relevo a formação do homem brasileiro, o
Cantar o sabiá!
sincretismo religioso, as raízes africanas e
indígenas que caracterizam o nosso povo.
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões
Respirando esse ar;
Lopes Neto e Jorge Amado são romancis-
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
tas das décadas de 30 e 40 do século XX,
Os gozos do meu lar!
cuja obra retrata a problemática do homem
urbano em confronto com a modernização
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
do país promovida pelo Estado Novo.
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
QUESTÃO 02 (ENEM 2009) (Prova Anulada) -
O céu de meu Brasil!
Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta con-
tínua importunação de senhores e de escravos,
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
que não a deixam sossegar um só momento!
Meu Deus! Não seja já!
Como não devia viver aflito e atribulado aquele
Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,
coração! Dentro de casa contava ela quatro inimi-
Cantar o sabiá!
gos, cada qual mais porfiado em roubar-lhe a paz
ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.
da alma, e torturar-lhe o coração: três amantes,
Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível

16
LITERATURA

Texto II reza, cheia daquele feitiço, precário e eter-


A ideologia romântica, argamassada ao no,...
longo do século XVIII e primeira metade do sé- d) Naquele tempo contava apenas uns quinze
culo XIX, introduziu-se em 1836. Durante quatro ou dezesseis anos ...
decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o libera- e) ...o indivíduo passa a outro indivíduo, para
lismo, o sentimentalismo, o nacionalismo, através os fins secretos da criação.
da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo
(que fazia sua aparição nessa época). QUESTÃO 05 (ENEM 2010) Capítulo III - Um
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e,
1971 (fragmento).
enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamen-
De acordo com as considerações de Massaud te mirando a bandeja, que era de prata lavrada.
Moisés no Texto II, o Texto I centra-se: Prata, ouro, eram os metais que amava de cora-
a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de ção; não gostava de bronze, mas o amigo Pa-
que estar longe do Brasil é uma forma de lha disse-lhe que era matéria de preço, e assim
estar bem, já que o país sufoca o eu lírico. se explica este par de figuras que esta aqui na
b) no nacionalismo, reforçado pela distância sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, po-
da pátria e pelo saudosismo em relação à rém, de escolher, escolheria a bandeja - primor
paisagem agradável onde o eu lírico vivera de argentaria, execução fina e acabada. O cria-
a infância. do esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi
c) na liberdade formal, que se manifesta na sem resistência que Rubião o aceitou das mãos
opção por versos sem métrica rigorosa e te- de Cristiano; por mais que lhe dissesse que esta-
mática voltada para o nacionalismo. va acostumado aos seus crioulos de Minas, e não
d) no fazer anárquico, entendida a poesia queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Pa-
como negação do passado e da vida, seja lha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de
pelas opções formais, seja pelos temas. ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O
e) no sentimentalismo, por meio do qual se re- seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como
força a alegria presente em oposição à in- um pedaço da província, nem pôde deixar na co-
fância, marcada pela tristeza. zinha, onde reinava um francês, Jean; foi degra-
dado a outros serviços.
QUESTÃO 04 (ENEM 2001) - No trecho abaixo, o ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova
narrador, ao descrever a personagem, critica su- Aguilar, 1993 (fragmento).

tilmente um outro estilo de época: o romantismo. Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou autor e da literatura brasileira. No fragmento apre-
dezesseis anos; era talvez a mais atrevida cria- sentado, a peculiaridade do texto que garante a
tura da nossa raça, e, com certeza, a mais volun- universalização de sua abordagem reside:
tariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia a) no conflito entre o passado pobre e o pre-
da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque sente rico, que simboliza o triunfo da apa-
isto não é romance, em que o autor sobredoura a rência sobre a essência.
realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; b) no sentimento de nostalgia do passado de-
mas também não digo que lhe maculasse o ros- vido à substituição da mão de obra escrava
to nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, pela dos imigrantes.
fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele c) na referência a Fausto e Mefistófeles, que
feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a representam o desejo de eternização de
outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” Rubião.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: d) na admiração dos metais por parte de Ru-
Jackson,1957.
bião, que metaforicamente representam a
A frase do texto em que se percebe a crítica do durabilidade dos bens produzidos pelo tra-
narrador ao romantismo está transcrita na alter- balho.
nativa: e) na resistência de Rubião aos criados estran-
a) ...o autor sobredoura a realidade e fecha os geiros, que reproduz o sentimento de xeno-
olhos às sardas e espinhas ... fobia.
b) ...era talvez a mais atrevida criatura da nos-
sa raça ... QUESTÃO 06 (ENEM 2013) - Capítulo LIV - A
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natu- pêndula - Saí dali a saborear o beijo. Não pude

17
LITERATURA

dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o como o pai do romance no Brasil. Além de criar
mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. clássicos da literatura brasileira com temas na-
Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da tivistas, indianistas e históricos, ele foi também
pêndula fazia-me muito mal; esse tic-tac soturno, folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de
vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que teatro, advogado, deputado federal e até ministro
eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava da Justiça. Para ajudar na descoberta das múl-
então um velho diabo, sentado entre dous sacos, tiplas facetas desse personagem do século XIX,
o da vida e o da morte, a tirar as moedas da vida parte de seu acervo inédito será digitalizada.
para dá-las à morte, e a contá-las assim: História Viva, n. 99, 2011.
– Outra de menos...
Com base no texto, que trata do papel do escritor
– Outra de menos...
José de Alencar e da futura digitalização de sua
– Outra de menos...
obra, depreende-se que:
– Outra de menos...
a) a digitalização dos textos é importante para
O mais singular é que, se o relógio parava, eu
que os leitores possam compreender seus
dava-lhe corda, para que ele não deixasse de
romances.
bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema
instantes perdidos. Invenções há, que se trans-
foi importante porque deixou uma vasta
formam ou acabam; as mesmas instituições mor-
obra literária com temática atemporal.
rem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro
c) a divulgação das obras de José de Alencar,
homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há-de
por meio da digitalização, demonstra sua
ter um relógio na algibeira, para saber a hora exa-
importância para a história do Brasil Impe-
ta em que morre. Naquela noite não padeci essa
rial.
triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa.
d) a digitalização dos textos de José de Alen-
As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham
car terá importante papel na preservação
umas sobre outras, à semelhança de devotas
da memória linguística e da identidade na-
que se abalroam para ver o anjo-cantor das pro-
cional.
cissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os
e) o grande romancista José de Alencar é im-
minutos ganhados.
portante porque se destacou por sua temá-
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1992 (fragmento). tica indianista.
O capítulo apresenta o instante em que Brás
Cubas revive a sensação do beijo trocado com QUESTÃO 08 (ENEM 2012) (2ª APLICAÇÃO) -
Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contex- TEXTO I
to, a metáfora do relógio desconstrói certos para- A canção do africano
digmas românticos, porque: Lá na úmida senzala,
a) o narrador e Virgília não têm percepção do Sentado na estreita sala,
tempo em seus encontros adúlteros. Junto ao braseiro, no chão,
b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhe- entoa o escravo o seu canto,
ce a inutilidade de tentar acompanhar o flu- E ao cantar correm-lhe em pranto
xo do tempo. Saudades do seu torrão...
c) na contagem das horas, o narrador metafori- De um lado, uma negra escrava
za o desejo de triunfar e acumular riquezas. Os olhos no filho crava,
d) o relógio representa a materialização do Que tem no colo a embalar...
tempo e redireciona o comportamento ide- E à meia-voz lá responde
alista de Brás Cubas. Ao canto, e o filhinho esconde,
e) o narrador compara a duração do sabor do Talvez p’ra não o escutar!
beijo à perpetuidade do relógio. “Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
QUESTÃO 07 (ENEM 2012) - “Ele era o inimigo Esta terra é mais bonita,
do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Mas à outra eu quero bem.”
ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento).
Ou, ainda, “um romancista que colecionava desa-
fetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando
TEXTO II
o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877),
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que
o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido
prevalecem as reformas radicais, elas têm acon-

18
LITERATURA

tecido mais no âmbito de movimentos literários pessoal de fatos do cotidiano.


do que de gerações literárias. A poesia de Castro b) síntese de um assunto, linguagem denotati-
Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a va, exposição sucinta.
de negação radical, mas de superação, dentro do c) linguagem literária, narrativa curta e confli-
mesmo espírito romântico. tos internos.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (frag- d) texto ficcional curto, linguagem subjetiva e
mento).
criação de tensões.
O fragmento do poema de Castro Alves exem- e) priorização da informação, linguagem im-
plifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto pessoal e resumo de um fato.
porque:
a) inova na abordagem de aspecto social, mas QUESTÃO 10 (ENEM 2014) (2ª APLICAÇÃO) -
mantém a visão lírica da terra pátria. Soneto
b) mantém o canto saudosista da terra pátria, Oh! Páginas da vida que eu amava,
mas renova o tema amoroso. Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
c) canta a paisagem local, no entanto, defende Ardei, lembranças doces do passado!
ideais do liberalismo. Quero rir-me de tudo que eu amava!
d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda
que tematize a injustiça social. E que doido que eu fui! como eu pensava
e) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima Em mãe, amor de irmã! em sossegado
um fundo ideológico retórico. Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!
QUESTÃO 09 (ENEM 2011) (2ª APLICAÇÃO) -
O nascimento da crônica - Há um meio certo de Embora — é meu destino. Em treva densa
começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Dentro do peito a existência finda
Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, Pressinto a morte na fatal doença!
agitando as pontas do lenço, bufando como um
touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasa- A mim a solidão da noite infinda!
ca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosfé- Possa dormir o trovador sem crença.
ricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!
e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
um suspiro a Petrópolis, e Laglace est rompue; A produção de Álvares de Azevedo situa-se na
está começada a crônica. Mas, leitor amigo, esse década de 1850, período conhecido na literatu-
meio é mais velho ainda do que as crônicas, que ra brasileira como Ultrarromantismo. Nesse poe-
apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes ma, a força expressiva da exacerbação romântica
de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes identifica-se com o (a):
mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No para- a) amor materno, que surge como possibilida-
íso é provável, é certo que o calor era mediano, de de salvação para o eu lírico.
e não é prova do contrário o fato de Adão andar b) saudosismo da infância, indicado pela men-
nu. Adão andava nu por duas razões, uma capi- ção às figuras da mãe e da irmã.
tal e outra provincial. A primeira é que não havia c) construção de versos irônicos e sarcásticos,
alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda apenas com aparência melancólica.
é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao d) presença do tédio sentido pelo eu lírico, indi-
naipe. Digo que esta razão é provincial, porque cado pelo seu desejo de dormir.
as nossas províncias estão nas circunstâncias do e) fixação do eu lírico pela ideia da morte, o
primeiro homem. que o leva a sentir um tormento constante.
ASSIS, M. In: SANTOS, J .F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007 (fragmento).

Um dos traços fundamentais da vasta obra literá- QUESTÃO 11 (SIMULADO ENEM) - Leia o se-
ria de Machado de Assis reside na preocupação guinte fragmento de I-Juca Pirama, de Gonçal-
com a expressão e com a técnica de composição. ves Dias.
Em O nascimento da crônica, Machado permite II
ao leitor entrever um escritor ciente das caracte- Em fundos vasos d’alvacenta argila
rísticas da crônica, como: Ferve o cauim;
a) texto breve, diálogo com o leitor e registro Enchem-se as copas, o prazer começa,
Reina o festim.

19
LITERATURA

O prisioneiro, cuja morte anseiam, c) Sendo uma literatura que busca construir
Sentado está, uma identidade nacional (no caso, a bra-
O prisioneiro, que outro sol no ocaso sileira), podemos constatar na prosa — ro-
Jamais verá! mances e contos —, particularmente nos
personagens principais, ora heróis de ori-
A dura corda, que lhe enlaça o colo, gens africanas, ora de origens portuguesas.
Mostra-lhe o fim d) É na prosa de José de Alencar, tanto pela
Da vida escura, que será mais breve natureza quanto pela extensão dos temas
Do que o festim! abordados, que vamos encontrar o projeto
romântico mais bem acabado de autonomia
Contudo os olhos d’ignóbil pranto literária.
Secos estão; e) Em mais de uma dezena de romances publi-
Mudos os lábios não descerram queixas cados entre os anos de 1860 e 1870, José
Do coração. de Alencar tem sua prosa marcada e per-
passada, em quase totalidade, pela figura
Mas um martírio, que encobrir não pode, do Bom Selvagem como personagem prin-
Em rugas faz cipal.
A mentirosa placidez do rosto
Na fronte audaz! QUESTÃO 13 (SIMULADO ENEM) - Lembrança
DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. In: I-Juca Pirama seguido de Os Timbiras. de morrer
Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13.
[...]
Durante o Romantismo, foram simultaneamente De meu pai... de meus únicos amigos,
escritos poemas com características líricas e épi- Poucos, – bem poucos – e que não zombavam
cas. Nessa perspectiva, o fragmento de I-Juca Pi- Quando, em noites de febre endoidecido,
rama constitui uma mistura de gêneros por: Minhas pálidas crenças duvidavam.
a) descrever o ambiente de sacrifício e as ca- [...]
racterísticas físicas do prisioneiro. Descansem o meu leito solitário
b) contar o que se passa no coração dos Tim- Na floresta dos homens esquecida,
biras e no coração do prisioneiro. À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
c) apresentar a preparação do sacrifício do pri- – Foi poeta – sonhou – e amou na vida.
sioneiro e o seu estado de espírito. CANDIDO, Antônio. Melhores poemas de Álvares de Azevedo. 5. ed. São
d) mostrar a vontade dos Timbiras em matar Paulo: Global, 2002. p. 45-46.

seu prisioneiro, descrevendo as suas con- O significado do título “Lembrança de morrer” e


dições físicas. a própria construção textual revelam o caráter di-
e) evitar descrever o estado de ânimo dos Tim- ferenciador da poesia ultrarromântica de Álvares
biras e se abster de apresentar o do prisio- de Azevedo, que se expressa nesses versos pela:
neiro. a) idealização amorosa.
b) tensão reflexivo-crítica.
QUESTÃO 12 (SIMULADO ENEM) - O Roman- c) veia humorístico-satânica.
tismo, no Brasil, nasceu com o projeto de se criar d) manifestação erótico-sensual.
uma literatura nacional, diversa da portuguesa e, e) celebração do amor demoníaco.
principalmente, da que fora cultivada nos três pri-
meiros séculos da colonização. Dentro desse dis- QUESTÃO 14 (SIMULADO ENEM) - TEXTO
curso de autonomia literária e identidade nacio- “Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha
nal, assinale a alternativa correta sobre a prosa e os cabelos mais negros do que a asa da graú-
a poesia romântica brasileira. na, e mais longos que seu talhe de palmeiras. O
a) O fervor religioso, traço característico da favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem
formação do caráter brasileiro, marca pre- a baunilha recendia no bosque como seu hálito
dominantemente a poesia de Gonçalves de perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a
Magalhães, Gonçalves Dias e Machado de morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu,
Assis. onde campeava sua guerreira tribo, da grande na-
b) Os poetas vão buscar na antiguidade clássi- ção tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisa-
ca o modelo de literatura ideal para compor va apenas a verde pelúcia que vestia a terra com
a nova literatura pátria. as primeiras águas.”

20
LITERATURA

(ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione, 1994, p. 10) as qualidades
Após a independência, século XIX, a nova nação
“precisava ajustar-se aos padrões de modernida-
de da época. […] Havia a necessidade de auto-
-afirmação da Pátria que se formava.”
(NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São
Paulo: Scipione, 1998. p. 125.)

No texto, temos uma das formas significativas do


nacionalismo, sintetizado pelo:
a) realismo naturalista
b) sentimentalismo realista
c) romantismo indianista
d) bucolismo neoclassicista
e) nativismo modernista

QUESTÃO 15 (SIMULADO ENEM) - O NAVIO


NEGREIRO
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...


E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,


A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,


E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!...” GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
Castro Alves 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C C B A A D D E A B
Uma característica marcante dos poetas da últi-
ma fase do Romantismo, á qual pertence Castro 11 12 13 14 15
Alves, especialmente presente nesse poema é: C D B B D
a) o uso de versos brancos e livres
b) o escapismo como temática e proposta
c) a citação dos poetas barrocos e árcades
d) o tom declamatório e engajado
e) a exaltação da pátria somente enaltecendo

21
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

As Funções da Linguagem Ex:

Elementos da Funções da
Comunicação Linguagem
contexto (referente) referencial
Emissor emotiva
Mensagem Poética
Receptor Conativa Função emotiva ou expressiva: o objetivo do
emissor é transmitir suas emoções e anseios. A
contato (canal) Fática
realidade é transmitida sob o ponto de vista do
código metalinguística emissor, a mensagem é subjetiva e apresenta-
Função referencial ou denotativa: transmite uma -se na primeira pessoa. A pontuação expressiva
informação e expõe dados da realidade de modo (ponto de exclamação, interrogação e reticên-
objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Ge- cias) é uma característica da função emotiva, pois
ralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa transmite a subjetividade da mensagem e reforça
do singular ou plural, pois transmite impessoalida- a entonação emotiva.
de. A linguagem é predominantemente denotativa. Ex: Às vezes a saudade deita ao meu lado na
Função predominante em textos científi cos, jorna- cama, e eu sinto o seu peso no meu ombro. Às
lísticos, técnicos, didáticos ou em correspondên- vezes ela caminha comigo ao meu lado, sorri para
cias comerciais. mim quando passo em frente de determinados
EX: “O escritor e poeta mineiro Carlos Drummond lugares. Ela sempre, sempre, puxa a manga da
de Andrade é o autor em língua portuguesa que minha camisa e me aponta o outro lado da rua
mais “caiu” no Exame Nacional do Ensino Médio quando estou indo para o trabalho, indo para o fu-
(Enem) nestes 15 anos de existência da prova do tebol, indo para o shopping ler – há uma rua onde
Ministério da Educação. Levantamento feito pelo a saudade está sempre na esquina, me pedindo
G1 com base em todas as provas do Enem apli- carona. Tentando fugir, fui à praia caminhar, fi nal
cadas pelo MEC, desde 1998, mostra que a prosa de tarde. A saudade sentou ao meu lado, esten-
e a poesia de Drummond serviram de base para deu uma toalha branca, me serviu uma taça de
16 questões, a maioria na prova de linguagens vinho e deitou a cabeça no meu colo. A saudade
e códigos, que engloba perguntas de literatura tem caprichos, me impede de ir a determinados
e compreensão de texto. O autor teve sua obra lugares, não me deixa voltar a certos locais. Às
citada em questões de oito das 15 provas já re- vezes a saudade embaça meus olhos, não me
alizadas (em 2010 foram feitas duas provas do deixa ver direito as cores que há no dia. Às vezes
Enem). Em algumas edições, foram mais de uma ela passa o dia sem aparecer, e eu penso que
pergunta envolvendo Drummond.” tudo vai voltar ao normal. Então eu chego a casa,
tomo um banho, deito e escuto seus passos. Ela
vem, passa a mão pela minha barba mal feita,
toca de leve meu peito e deita ao meu lado, can-
tando baixinho as músicas que devo escutar. Eu
sinto seu peso em meu ombro. Ela me embala.
Mas eu demoro muito a dormir.
Steller de Paula
Função conativa ou apelativa: O objetivo de
textos em que predomina a função conativa é in-
fl uenciar, convencer o receptor de alguma coisa
por meio de uma ordem, sugestão, convite ou
Fonte: http://g1.globo.com/educacao/enem/2013/noticia/2013/06/obra-de-drummond-e- apelo. Os verbos costumam estar no imperativo
-mais-cobrada-na-historia-do-enem.html (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pes-

22
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

soa (Você não pode perder!). Esse tipo de função Soneto do amor total
é muito comum em textos publicitários, em discur- Amo-te tanto, meu amor... não cante
sos políticos ou de autoridade. O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,


E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,


De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,


É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes
Fonte: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/soneto-do-amor-total

Sem céu e sem chão


Aqui trancado em meu quarto coração sangrando
Função poética: nos textos em que se destaca Eu reavalio os estragos que você me fez
a função poética, a ênfase encontra-se centrada Com minha auto-estima baixa
na elaboração da mensagem. O autor preocupa- Ligando e passando mensagem
-se não apenas com o que pretende dizer, mas Eu não me vejo com coragem
COMO dizer. Assim, a forma se destaca, e o autor De amar outra vez
procura ser criativo, original, artístico. Encontra-
-se permeada nos poemas e, em alguns casos, Eu sei que sou culpado em parte
na prosa e em anúncios publicitários. Mas toda vez que você parte
É como se a dor do infarto partisse meu peito
Eu tento mudar mas não mudo
Em vez de iludir eu me iludo
Na vida tem jeito pra tudo e eu não tomo jeito

Sem armas estou matando o tempo


Para ver se vivo
Com medo de encontrar você eu me escondo de
mim
Caminho mas não tenho rumo
Até minha alma está perdida
Como é que eu recomeço a vida que você deu fim

Refrão

As suas emoções de plástico mexeram comigo


Não posso sorrir como antes que a tristeza em-
pata
Aéreo e de rosto apagado
Me sinto sem céu e sem chão
E a droga do meu coração
Se não morrer me mata
Fonte: http://www.cifraclub.com.br/vicente-nery/sem-ceu-sem-chao/

23
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função fática: O objetivo do emissor é estabe-


lecer o contato, verificar se o receptor está rece-
bendo a mensagem de forma autêntica, ou ain-
da visando prolongar o contato. Há o predomínio
de expressões usadas nos cumprimentos como:
bom dia, Oi!. Ao telefone (Pronto! Alô!) e em ou-
tras situações em que se testa o canal de comu-
nicação (Está me ouvindo?).

Função metalinguística: Metalinguagem é a


propriedade que tem a língua de voltar-se para si
mesma, é a forma de expressão dos dicionários e
das gramáticas. O significado do termo, entretan-
to, ampliou-se e hoje o encontramos associado
aos vários tipos de linguagem. Uma música cujo
tema seja o próprio fazer musical terá emprega-
do esse recurso. Assim, todo texto que comentar,
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
refletir, fizer referência a si mesmo apresenta a
HAB 19 - Analisar a função da linguagem predo-
função metalinguística.
minante nos textos em situações específicas de
Ex: Poética
interlocução.
Que é a Poesia?
QUESTÃO 01 (UNIFESP) - ESTE INFERNO DE
uma ilha cercada
AMAR
de palavras
Este inferno de amar - como eu amo!
por todos
Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
os lados.
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Que é o Poeta?
Como é que se veio a atear,
um homem
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
que trabalha
(Almeida Garret)
com o suor do seu rosto.
Nos versos de Garrett, predomina a função
Um homem
a) metalinguística da linguagem, com extrema
que tem fome
valorização da subjetividade no jogo entre o
como qualquer outro
espiritual e o profano.
homem.
b) apelativa da linguagem, num jogo de senti-
Cassiano Ricardo
do pelo qual o poeta transmite uma forma
idealizada de amor.
c) referencial da linguagem, privilegiando-se a
expressão de forma racional.
d) emotiva da linguagem, marcada pela não

24
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

contenção dos sentimentos, dando vazão Ah, eu vou voltar pra mim
ao subjetivismo. Seguir sozinho assim
e) fática da linguagem, utilizada para expres- Até me consumir ou consumir toda essa dor
sar as ideias de forma evasiva, como su- Até sentir de novo o coração capaz de amor
gestões. VANDRE. G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em 29 jun. 2011.

Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a mani-


Texto festação da função poética da linguagem, que
queima fogueira é percebida na elaboração artística e criativa da
me um de restos mensagem, por meio de combinações sonoras e
beijo do amor rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, perce-
be-se, também, a presença marcante da função
queima se pode
emotiva ou expressiva, por meio da qual o emis-
queima a que em sor:
suspeita meu peito a) imprime à canção as marcas de sua atitude
teima pessoal, seus sentimentos.
quebra que em b) transmite informações objetivas sobre o
meu dia tanta tema de que trata a canção.
pedra c) busca persuadir o receptor da canção a ado-
explode tar um certo comportamento.
queima que em d) procura explicar a própria linguagem que
meu fogo teu utiliza para construir a canção.
nome transfor- e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da
me mensagem veiculada.
essa tem- a vida em tempo
pestade de poesia QUESTÃO 04 (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2010) -
queima que me sempre
me tanto lembre
o vento que me para a ventania
leva frente
Paulo Liminsk

QUESTÃO 02 - Predomina no texto a função da


linguagem:
a) fática, porque o autor procura testar o canal
de comunicação.
b) metalinguística, porque há explicação do
significado das expressões.
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a
participar de uma ação.
d) referencial, já que são apresentadas infor-
mações sobre acontecimentos e fatos reais.
e) poética, pois se chama a atenção para a
elaboração especial e artística da estrutura
do texto.

QUESTÃO 03 (ENEM 2011) - Pequeno concerto


que virou canção
Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para ex- Esse texto é uma propaganda veiculada nacio-
plicar nalmente. Esse gênero textual utiliza-se da per-
Não vai nunca entender de suasão com uma intencionalidade específica. O
amor quem nunca soube amar principal objetive desse texto é:

25
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

a) comprovar que o avanço da dengue no país para os recursos de linguagem, como a me-
está relacionado ao fato de a população táfora e a prosopopeia.
desconhecer os agentes causadores. d) conativa, porque o texto procura orientar
b) convencer as pessoas a se mobilizarem, comportamentos do leitor, convencendo-o a
com o intuito de eliminar os agentes causa- buscar o amor incondicionalmente.
dores da doença. e) referencial, porque o texto, centrado no as-
c) demonstrar que a propaganda tem um cará- sunto, trata de noções e informações con-
ter institucional e, por essa razão, não pre- ceituais.
tende vender produtos.
d) informar à população que a dengue é uma Minha Namorada
doença que mata e que, por essa razão, Se você quer ser minha namorada
deve ser combatida. Ah, que linda namorada
e) sugerir que a sociedade combata a doen- Você poderia ser
ça, observando os sintomas apresentados Se quiser ser somente minha
e procurando auxílio médico. Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
O amor e suas dores. O amor e seus ardores. Que ninguém mais pode ser
Ao que a gente nasce para o amor.
Quando crianças, dormimos o sono profundo do Você tem que me fazer um juramento
desconhecimento, embalados pela tranquilidade De só ter um pensamento
de não conhecermos o poder devastador do amor. Ser só minha até morrer
Um dia, já adolescentes, vamos caminhando nos- E também de não perder esse jeitinho
sos dias daquele jeito leve e descompromissado; De falar devagarinho
e o amor nos vê passar, sem peso, sem medo, Essas histórias de você
sem ansiedade. E de repente me fazer muito carinho
Imperceptivelmente, então, ele se aproxima, ar- E chorar bem de mansinho
repia nossa pele com seu toque e nos deixa sua Sem ninguém saber por quê
marca.
Daí em diante, do amor não nos livramos mais, Porém, se mais do que minha namorada
pois que o perseguiremos ou seremos por ele Você quer ser minha amada
perseguidos, e o amor terá um altar em cada es- Minha amada, mas amada pra valer
quina por onde passemos. Aquela amada pelo amor predestinada
O amor e suas dores. O amor e seus ardores. Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Do amor, às vezes, a gente foge por covardia, por
incompreensão, por falta de atenção. Você tem que vir comigo em meu caminho
Mas vida mexe com a gente, leva para um lado, E talvez o meu caminho seja triste pra você
leva para outro e, no caminho, consciente ou não, Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
o que a gente procura é uma coisa só: esbarrar Os seus braços o meu ninho
no amor, se afeiçoar a outro alguém de modo a No silêncio de depois
querer com ele conviver, construir, dividir: plantar E você tem que ser a estrela derradeira
o presente e colher o futuro. Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois
Steller de Paula Vinicius de Moraes
Fonte: http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=785

QUESTÃO 05 - Predomina no texto a função da


linguagem: QUESTÃO 06 - Vinicius de Moraes, além de gran-
a) emotiva, porque o autor expressa seu senti- de poeta, é considerado um dos grande nomes da
mento em relação ao amor de modo objeti- música popular brasileira, sendo responsável di-
vo e em linguagem denotativa. reto pelo desenvolvimento da Bossa Nova. Quan-
b) fática, porque o texto está centrado no fun- to às funções da linguagem, na canção acima:
cionamento do canal de comunicação, tes- a) estão presentes as funções poética e me-
tando-o. talinguística da linguagem, uma vez que o
c) poética, porque o texto chama a atenção texto chama a atenção para o arranjo singu-

26
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

lar da mensagem e discute o código. QUESTÃO 08 (MACKENZIE 2010) - Assinale a


b) estão presentes as funções fática e poética alternativa que indica recurso empregado no tex-
da linguagem, pois, no texto, há o teste do to.
canal e um arranjo singular da mensagem. a) Intertextualidade, já que se pode notar apro-
c) estão presentes as funções emotiva e cona- priação explícita e marcada, por meio de ci-
tiva, já que há uma centralidade, ao mesmo tações, de trechos de outros textos.
tempo, no emissor e no receptor. b) Conotação, uma vez que o texto emprega
d) estão presentes as funções referencial e em toda a sua extensão uma linguagem
poética, porque, no texto, a atenção recai que adota tom pessoal e subjetivo.
tanto sobre o referente quanto sobre a men- c) Ironia, observada no emprego de expres-
sagem. sões que conduzem o leitor a outra possibi-
e) está presente a função poética, já que o tex- lidade de interpretação, sempre crítica.
to, sendo um poema, não permite a presen- d) Denotação, pois há a utilização objetiva de
ça de outra função da linguagem. palavras e expressões que destacam a pre-
sença da função referencial.
QUESTÃO 07 - Considere a tirinha. e) Metalinguagem, uma vez que a linguagem
adotada serve exclusivamente para tratar
da própria linguagem.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Seria o fogo em minha casa? Correriam risco de
arder todos os meus manuscritos, toda a expres-
Considerando a tirinha, pode-se concluir que está são de toda a minha vida? Sempre que esta ideia,
presente a função da linguagem denominada: antigamente, simplesmente me ocorrera, um pavor
a) fática, pois vários termos, embora despro- enorme me fazia estarrecer. E agora reparei de re-
vidos de significado, permitem o início do pente, não sei já se com pasmo ou sem pasmo, não
processo comunicativo. sei dizer se com pavor ou não, que me não impor-
b) metalinguística, pois se reflete sobre o valor taria que ardessem. Que fonte – que fonte secreta
das palavras, isto é, sobre o uso da língua e mas tão minha – se me havia secado na alma?
sua função social. Fernando Pessoa: Barão de Teive: a educação do insólito.
c) apelativa, pois está ausente a intenção de
atingir o receptor com o intuito de modificar QUESTÃO 09 - As interrogações como autoques-
o seu comportamento. tionamento e o emprego da primeira pessoa do
d) emotiva, pois o eu lírico pode expressar li- singular, de verbos no futuro do pretérito, elabo-
vremente as emoções com as quais está rando hipóteses, são marcas textuais referentes:
em conflito. a) a uma busca de testar a eficiência do canal
e) poética, pois o importante é passar as infor- de comunicação, medindo o nível do con-
mações de forma clara e objetiva, despre- tato no ambiente comunicativo, e caracteri-
zando-se a preocupação com a elaboração zam a função fática da linguagem.
da linguagem. b) ao apelo à atenção ou tentativa de persu-
asão dirigida ao decodificador da mensa-
TEXTO gem, e caracterizam a função conativa ou
Você sabia que com pouco esforço é possível aju- apelativa da linguagem.
dar o planeta e o seu bolso? c) à emotividade ou à expressividade do enun-
Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos ele- ciador da mensagem, e caracterizam a fun-
trônicos e lâmpadas também emitimos gás car- ção emotiva ou expressiva da linguagem.
bônico, um dos principais gases do efeito estufa. d) à conceituação, à referência e à informação
Atitudes simples como trocar lâmpadas incandes- objetiva do elemento temático da mensa-
centes pelas fluorescentes e puxar da tomada os gem, e caracterizam a função referencial da
aparelhos que não estão em uso reduzirão a sua linguagem.
conta de luz e as nossas emissões de CO2 na e) a uma explicação, definição e análise dos
atmosfera. elementos do código da mensagem, e ca-
5
Planeta sustentável: conhecimento por um racterizam a função metalinguística da lin-
mundo melhor guagem.

27
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

QUESTÃO 10 (ENEM 2014) - O exercício da crônica


Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa
fiada, como faz um cronista; não a prosa de um
ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pe-
las personagens e situações que, azar dele, criou
porque quis. Com um prosador do cotidiano, a
coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua má-
quina, olha através da janela e busca fundo em
sua imaginação um fato qualquer, de preferência
colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em
que, com as suas artimanhas peculiares, possa
injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-
-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que,
através de um processo associativo, surja-lhe de
repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de
sua vida emocionalmente despertados pela con-
centração. Ou então, em última instância, recorrer
ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto,
mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o
inesperado.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras,
1991.

Predomina nesse texto a função da linguagem


que se constitui:
a) nas diferenças entre o cronista e o ficcio-
nista.
b) nos elementos que servem de inspiração ao
cronista.
c) nos assuntos que podem ser tratados em
uma crônica.
d) no papel da vida do cronista no processo de
escrita da crônica.
e) nas dificuldades de se escrever uma crônica
por meio de uma crônica.

O autor compara o trabalho de escrever ficção


com o de escrever uma crônica. Para o poeta e
cronista, o segundo gênero é mais difícil. Segun-
do Vinicius, a ficção cria personagens, situações
e pronto enquanto o cronista tem que evocar algu-
ma coisa que de fato aconteceu e ainda por cima
dar uma pincelada de poesia. Maneira jocosa de
valorizar o seu ofício discutido dentro do próprio
meio, isto é, um cronista dentro da própria crônica
discutindo suas dificuldades de elaboração. Meta-
linguagem pura.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D E A B C C B D C E

28
REDAÇÃO

AFIRMAR E COMPROVAR um tipo de autoridade no tema tratado e que refor-


Competência 3 çam o ponto de vista defendido.
C3 Argumentação - Utilizar ar- Quando William Shakespeare disse: “Não
gumentos consistentes para há nada de novo sob o sol”, referia-se à falta de
defender seu ponto de vista. criatividade, de genialidade, na arte e, logicamen-
Criar uma argumentação boa te, na literatura de sua época. No entanto, alar-
consiste em utilizar de forma gando o alcance dessa assertiva, com algumas
coerente fatos, informações, ressalvas, é claro, podemos dizer o mesmo da
opiniões, exemplos pertinentes ao tema, e que Música Popular Brasileira, principalmente quando
possam reforçar a tese lançada. Há uma relação observamos a produção artística dos novos can-
pertinente, ou seja, verdadeira entre o que é dito tores e grupos que surgem com suas composi-
dentro do texto (os argumentos) e o mundo lá ções monossilábicas atestando também o vazio
fora. Vale ainda como boa observação, para o de seus conteúdos.
ENEM e qualquer outro vestibular (ITA, UECE,
UVA etc) que não se deve usar fragmentos extra- 4. Exemplificação – Chamamos de “argumento
ídos dos textos motivadores, pois as linhas escri- exemplificativo” a situação, ação ou exemplo que
tas assim não serão consideradas. se aplica à realidade do tema discutido servindo
de reforço ao ponto de vista defendido.
Argumentos mais usados em redações: ENEM, A presença do artista Vick Muniz, no hall
ITA, UECE e UVA. da Rio + 20, seguramente não aconteceu por
1. Históricos – Recebem esta denominação os coincidência. Também não foi por acaso que ele
eventos, acontecimentos ou fatos considerados reuniu milhares de garrafas plásticas, de líqui-
verídicos e pertinentes em relação ao tema pro- dos consumidos durante o evento, e começou ali
posto, e que servem de reforço ao ponto de vista mesmo a trabalhar com elas. Como um dos mais
defendido. Não precisa ser necessariamente um renomados artistas brasileiros hoje, ele apenas
fato histórico. quis nos mostrar que é possível: sujar juntos, re-
A chegada da família real ao Brasil, no lon- colher o lixo juntos e fazer, juntos, algo novo, um
gínquo ano de 1808, alterou drástica e intrigante- objeto reciclado ou mesmo uma obra de arte.
mente a sociedade carioca. Desenvolveram-se de
forma positiva o gosto pelo teatro e pelo romance 5. Comparação – Denominamos “argumento
de folhetim. A imprensa teve um enorme incentivo comparativo” toda vez que situações ou realida-
e foram fundados inúmeros periódicos que trans- des são comparadas ou confrontadas como refor-
formariam negativamente o cotidiano das pesso- ço ao ponto de vista defendido.
as em matéria de jornal. Naquele tempo, então, a Em vários estados norte-americanos o
mídia já era sensacionalista. aborto é ponto pacífico, ou seja, legalizado e re-
chaçado como um tema tabu. No Brasil, por sua
2. Estatísticos – Recebem esta denominação os vez, além dos entraves religiosos comuns a um
dados, as cifras ou valores, as estatísticas rela- dos países mais católicos do mundo, ainda temos
cionadas ao tema e que podem servir como refor- a morosidade dos legisladores e a falta de empe-
ço ao ponto de vista defendido. nho de órgãos importantes com o MP (Ministério
De 1980 a 2010, foram assassinadas cer- Público), a OAB (Ordem dos Advogados do Bra-
ca de 91 mil mulheres no Brasil, 43,5 mil só na sil) e o CNM (Conselho Nacional de Medicina),
última década. O número de mortes nesses 30 um paradoxo do direito democrático.
anos passou de 1.353 para 4.297, o que repre-
senta um aumento de 217,6% – mais que tripli- 6. Consensual – Recebem esta denominação
cando – nos quantitativos de mulheres vítimas de (argumento consensual) todas as informações,
assassinato. A Lei Maria da Penha tem surtido situações e opiniões que representam verdade
efeito, mas é preciso mais empenho da sociedade sabida e comum, ou seja, o senso comum, o que
e dos órgãos competentes para que tais números todo mundo sabe ou diz sobre aquele tema e que,
não continuem crescendo. por isso, diminuem o GI (grau de informatividade)
do texto. É o tipo de argumento que mais aconte-
3. Autoridade – Chamamos de “argumento de ce em redações de vestibular, mas que deve ser
autoridade” as citações diretas ou indiretas que evitado, principalmente pelo candidato que dese-
compreendem fala ou ideias de pessoas que são ja a nota 1.000.

29
REDAÇÃO

O Brasil é um lugar em que a corrupção argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
tem-se mostrado de forma crescente. A venda de vista.
sentenças pelo Judiciário, a aliança de membros
do Legislativo com o crime organizado, o desvio Texto 1
de verbas por representantes do poder executivo LIBERDADE DE EXPRESSÃO
e o julgamento do “mensalão”, nos últimos dias, Por Emerson Santiago
por exemplo, são provas do predomínio da cor- Recebe o nome de liberdade de expres-
rupção em nossa terra. Tais fatos deixam a popu- são a garantia assegurada a qualquer indivíduo
lação mais apreensiva quanto ao futuro do nosso de se manifestar, buscar e receber ideias e infor-
país. mações de todos os tipos, com ou sem a inter-
venção de terceiros, por meio de linguagens oral,
7. Presença – Chamamos de argumento de pre- escrita, artística ou qualquer outro meio de comu-
sença toda vez que recorremos a uma alegoria, nicação. O princípio da liberdade de expressão
mito, lenda, fábula ou pequena narrativa, ligada deve ser protegido pela constituição de uma de-
ao tema proposto, que possa reforçar o nosso mocracia, impedindo os ramos legislativo e exe-
ponto de vista. cutivo do governo de impor a censura.
Quando Narciso, em sua ânsia por um Um debate livre e aberto sobre as ques-
amor que lhe confirmasse a perfeição estética, tões nacionais fundamentais gera considerações
olhou-se em um lago e tragicamente apaixonou- positivas sobre a melhor estratégia a ser adotada
-se pela própria imagem, vindo a perecer, fundou- na solução dos problemas daquela comunidade.
-se o mito pagão da beleza superficial. A busca Por isso, é fundamental a existência da democra-
exagerada por cirurgias estéticas, na atualidade, cia e de uma sociedade civil educada e bem infor-
é a prova cabal de que tal mito ainda prevalece, mada cujo acesso à informação permita que esta
embora realçado em sua negatividade. participe da vida pública, fortalecendo as institui-
ções públicas com sua influência. É aí que entra
Dicas para criar uma boa argumentação a liberdade de expressão, pois esta proporciona à
1. Iniciar o texto já com um argumento; coletividade uma gama variada de ideias, dados e
2. Estabelecer relação com outras áreas do opiniões livres de censura, que podem ser avalia-
conhecimento ( História, Filosofia, Arte, Li- dos, e possivelmente, abraçados. Para um povo
teratura, Ciência etc.); isso aumenta o Grau livre governar a si mesmo, deve ser livre para se
de Informatividade (GI); exprimir, aberta, pública e repetidamente; de for-
3. A criação de um TF (tópico frasal) que dire- ma oral ou escrita.
cione cada parágrafo; isso melhora a Pro- É importante salientar que sempre que
gressão textual (PT); esta garantia sofrer determinada restrição, esta
4. Períodos curtos, que fazem com que o bom deve ser caracterizada em parâmetros claros, es-
parágrafo tenha, no mínimo, dois pontos fi- tritos e inseridos dentro de uma conjuntura defini-
nais dentro dele, um que delimita o TF e ou- da. A restrição legítima é bem diferente de abuso
tro que encerra o parágrafo; de poder e ilegalidade. Além disso, a liberdade de
5. O Desenvolvimento dividido em dois ou expressão não é um direito absoluto, o que signi-
mais parágrafos; fica que a manifestação pode descambar para a
6. Articular os argumentos com a Tese e com calúnia, difamação ou injúria, o que pode originar
a Solução. um processo ou resposta em reação à declaração
Fonte: Guia do participante 2014 feita.
A constituição brasileira assegura aos ci-
PROPOSTA ENEM dadãos um amplo acesso à informação a partir
Redação de diferentes e variadas fontes, dentro de um am-
A partir da leitura dos textos motivadores biente democrático, que garanta as liberdades de
seguintes e com base nos conhecimentos cons- expressão e de imprensa. Apesar de um bom re-
truídos ao longo de sua formação, redija texto pertório jurídico, acumulado desde a instauração
dissertativo-argumentativo em norma padrão da da Nova República, em 1984, a legislação ainda
língua portuguesa sobre o tema Liberdade de não responde aos desafios políticos e sociais
Expressão apresentando proposta de interven- impostos pela nova realidade social brasileira e,
ção, que respeite os direitos humanos. Selecione, tampouco, atende à inquestionável revolução tec-
organize e relacione, de forma coerente e coesa, nológica pela qual passou e passa o setor. O país

30
REDAÇÃO

tem ainda de avançar em relação à diversifi cação


de suas fontes de informação, ampliando-as a ca-
nais governamentais e comunitários.
Muitos movimentos organizados para de-
fender seus próprios direitos ainda são reprimidos,
como aconteceu recentemente com a marcha da
maconha, ou mesmo nas manifestações pela re-
dução da tarifa do ônibus. Na atual conjuntura, a
liberdade de expressão não se constitui em um
direito pleno que pode ser exercido por todos.
Há ainda outro problema em relação ao campo
da mídia, (internet, TV, etc.), no qual o país ainda
enfrenta defasagem em seu marco regulatório.
Bibliografia: Liberdade de Expressão. Disponível em: < http://www.embaixada-americana.

org.br/democracia/speech.htm >.

Texto 2

In. www.google.com.br/search?q=liberdade+de+expressão+charge&biw

Texto 3

Doze mortos em atentado contra jornal satírico


Charlie Hebdo em Paris
por DN.pt07 janeiro 2015 Comentar

Três homens armados com armas automáticas


entraram na sede do jornal em Paris. A AFP avan-
ça que 12 pessoas morreram, das quais dois po-
líciaIs e dez jornalistas

31
MATEMÁTICA

32
ANÁLISE COMBINATÓRIA

INTRODUÇÃO GERAL - Daremos início nessa para escolher?


aula a uma das partes mais fascinantes da mate-
mática, a chamada análise combinatória. Ela sur- SOLUÇÃO: O número de opções é o produto das
giu da necessidade de calcular o número de possi- possibilidades de cada evento, ou seja, MODELO
bilidades existentes nos chamados jogos de azar, x MOTOR x COR.
depois foram percebendo o quão importante era 3 2 5 = 30
X X
em outras situações. Essa parte da Matemática MODELO MOTOR COR

estuda os métodos de contagem. Esses estudos Dessa forma, é necessário que a concessioná-
foram iniciados já no século XVI, pelo matemático ria tenha pelo menos 30 carros no estoque para
italiano Niccollo Fontana (1500-1557), conhecido disponibilizar para um cliente todas as possíveis
como Tartaglia. Depois vieram os franceses Pier- configurações de carro.
re de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-
1662). A Análise Combinatória visa desenvolver EXEMPLO:
métodos que permitam contar (de uma forma in- A frota de veícu-
direta) o número de elementos de um conjunto, los no Brasil é
estando esses elementos agrupados sob certas de pouco mais de 60 milhões de veículos, mas
condições. Veremos que a análise combinatória nesse ritmo de crescimento da frota teremos 100
também funciona como ferramenta indispensável milhões em alguns sistema suporta?
para o estudo da estatística, da probabilidade, da
genética, da física, dentre muitas outras aplica- SOLUÇÃO: As placas no Brasil são formadas por
ções. 3 letras (dentre 26 do alfabeto) e 4 números (alga-
rismos de 0 a 9), logo
PRINCÍPIO DA CONTAGEM - O princípio da con- 26 . 26 . 26 . 10 . 10 . 10 . 10 = 175.760.000
tagem é sem dúvidas o conceito mais importante
Portanto, podemos ter mais de 175 milhões de
da análise combinatório, pois é de onde nasce-
veículos na frota usando esse sistema.
ram os fundamentos dessa disciplina. A contagem
LINK:
pode ser dividido em dois princípios: multiplicativo
É importante saber que um número de quatro dígitos não
e aditivo. pode começar por zero, pois se torna um número de três
dígitos. Já uma senha, um código postal, um ramal de
PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO: Você deve multi- telefone ou mesmo uma placa de carro, podem iniciar
plicar o número de possibilidades de cada even- com zero, tais como: 0345, 0021 ou 0556.

to obtendo o número de resultados distintos do


experimento composto. Esse procedimento está EXEMPLO:
associado a conjunção “e”, pois ocorre quando
temos que satisfazer possibilidades simultane- Quantas placas
amente. Por exemplo, de um grupo de pessoas de carro no Bra-
escolher um homem e uma mulher. sil podem come-
çar com R e ter-
PRINCÍPIO ADITIVO: Nesse caso devemos so- minar com um número ímpar?
mar as possibilidades, ou seja, calcular cada pos-
sibilidade isoladamente para depois somar. Esse SOLUÇÃO: Temos 7 posições a serem ocupadas,
procedimento está associado a disjunção “ou”, onde a primeira posição só há uma possibilidade
pois ocorre quando temos que satisfazer uma ou (R) e a ultima tem 5 possibilidades (1,3,5,7,9), a
outra possibilidade. Por exemplo, de um grupo de segunda e terceira posição terá 26 possibilidade
pessoas escolher um homem ou uma mulher. cada (todo o alfabeto) e as demais 10 possibili-
dades (algarismos de 0 a 9), pois podem haver
EXEMPLO: Uma mon- repetições.
tadora de automóveis
1 . 26 . 26 . 10 . 10 . 10 . 5 = 3.380.000
apresenta um carro em R IMP

três modelos diferentes


Portanto, mais de 3 milhões de veículos
(Automático, Mecânico e Esportivo), dois tipos de
LINK:
motores (Diesel e Gasolina) e em cinco cores di-
Quando houver restrição o preenchimento deve começar
ferentes (Azul, Branco, Cinza, Preto e Vermelho). pela restrição!
Um consumidor terá quantas opções de carros

33
ANÁLISE COMBINATÓRIA

EXEMPLO: Uma moça quer ordem sem repetição. Os números devem


se arrumava para sair ser pares e pertencentes ao conjunto {1, 2, 3, 4, 5,
com o namorado, es- 6}, e também podem ser usados em qualquer or-
tando em dúvida se dem e sem repetição. Qual o número de cartazes
usava blusa, calça e diferentes que João pode confeccionar?
sapatos ou se iria de
vestido e sapato. Se SOLUÇÃO: Os cartazes devem ter uma sequên-
ela provar todas as cia de quatro letras e três números pares, logo
possíveis combinações pelo princípio da contagem, temos:
de roupas, experimen- __.__.__.__.__.__.__
tando apenas as duas L L L L P P P
blusas, as duas calças, Do enunciado, temos que as possíveis letras são
os três pares de sapa- I, B, G ou E, enquanto que os possíveis números
tos e os três vestidos são apenas 2, 4 ou 6, pois os três números são
que ela está em dúvida, pares (não é um número par de três algarismos e
quantas combinações sim três números pares), logo o produto das pos-
de roupas ela terá pro- sibilidades será:
vado? 4.3.2.1.3.2.1=
Portanto 144 possibilidades
SOLUÇÃO: Perceba que, ou ela vai de blusa, cal- LINK:
ça e sapato, ou ela vai de vestido e sapato. Então Uma coisa é “um número PAR de três algarismos” (basta o último
ser par) e outra coisa é “um número de três algarismos PARES”
nós faremos cada caso isolado e depois soma- (todos devem ser par). Nessa questão, ele disse “uma sequência de
mos, utilizando o princípio aditivo. três números" (tratar cada algarismo como um número) e não "um
número de três algarismos" (trataria os três algarismos como um só
2 2 3 + 3 3 número).
X X X
CALÇA BLUSA SAPATO VESTIDO SAPATO

Portanto, 12 + 9 = 21 possibilidades EXEMPLO: (NCE) Uma “capícua” é um número


que lido de trás para diante é igual ao número ori-
OBS.: Se a namorada gastar apenas 3 minutos ginal. Por exemplo, 1881 é uma “capícua”, 134
em cada combinação, passará mais de 1 hora não é “capícua”. Usando apenas os algarismos
apenas escolhendo a roupa. Imaginem se somar- 1, 2 e 3 , além de 11111, 22222 e 33333, há a
mos o tempo do banho, da maquiagem, dos aces- seguinte quantidade de números de cinco algaris-
sórios, etc. O namorado tem que ter paciência! mos que são “capícuas”:
a) 6; b) 12;
EXEMPLO: Existem quantos anagramas da pa- c) 16; d) 20; e) 24.
lavra LUA?
SOLUÇÃO: Vamos calcular o total de “capícuas”
SOLUÇÃO: Nesse caso as 3 letras vão ser em- pelo princípio da contagem.
___.___.___.___.___
baralhadas. Observa−se que existem 3 possibili-
dades (L, U e A) para a primeira posição, 2 pos- IGUAIS
sibilidades para a segunda posição pois uma das IGUAIS
letras já está na primeira posição e uma para a Dessa forma, como indicado no diagrama ante-
última, logo rior, os números colocados nas posições equidis-
3 . 2 . 1 = 6 anagramas tantes do centro devem ser iguais, ou seja, come-
Nesse caso, como são poucos resultados tam- çando com 2, tem que terminar com 2. Então pelo
bém poderíamos até escrever cada um dos ana- produto das possibilidades, temos:
gramas e conta-los. 3 . 3 . 3 . 1 . 1 = 27 possibilidades
LUA ALU ULA Excluindo-se os números 11111, 22222 e 33333,
LAU AUL UAL temos:
24 possibilidades
EXEMPLO: (NCE) João recebeu o seguinte pro-
blema: construa cartazes com quatro letras se- PALINDROMO OU CAPÍCUA Quando um texto,
guidas de três números. As letras pertencem ao ou número, é denominado de Capícua (ou palín-
conjunto {I, B, G, E} e podem ser usadas em qual- dromo), signifi ca que ele pode ser lido de duas

34
ANÁLISE COMBINATÓRIA

maneiras simétricas, ou seja, do inicio para o fi m QUESTÃO 03 - Considere o octaedro ABCDEF,


ou de trás pra diante. representado ao lado. Nele, um besouro se des-
LINK: loca ao longo das suas arestas, do ponto A ao
Olhem que texto interessante! ponto F, de modo que não passa por qualquer dos
Este texto de Clarice Lispector tem sentido duplo, um vértices mais de uma vez. De quantos modos di-
quando lido de cima para baixo e um sentido exata-
mente o contrário quando lido de baixo para cima. ferentes ele pode fazer isso?
a) 4
"Não te amo mais. b) 12
Estarei mentindo dizendo que c) 20
Ainda te quero como sempre quis. d) 28
Tenho certeza que e) 30
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que QUESTÃO 04 - Quantos números de 3 algaris-
Você não significa nada. mos podemos formar utilizando apenas os alga-
Não poderia dizer jamais que rismos 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9?
Alimento um grande amor. a) 343 b) 210
Sinto cada vez mais que c) 133 d) 90 e) 120
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
QUESTÃO 05 - Determine quantos números de
EU TE AMO!
três algarismos distintos podemos formar utilizan-
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM do apenas os algarismos 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9.:
QUESTÃO 01 (ENEM) - No Nordeste brasileiro, é a) 343 b) 210
comum encontrarmos peças de artesanato cons- c) 133 d) 90 e) 110
tituídas por garrafas preenchidas com areia de
diferentes cores, formando desenhos. Um arte- QUESTÃO 06 - Quantos números pares de três
são deseja fazer peças com areia de cores cinza, algarismos distintos podemos formar utilizando
azul, verde e amarela, mantendo o mesmo dese- apenas os algarismos 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9?
nho, mas variando as cores da paisagem (casa, a) 343 b) 210
palmeira e fundo), conforme a fi gura. c) 133 d) 90
O fundo pode ser representado nas cores
azul ou cinza; a casa, nas cores azul, ver- QUESTÃO 07 - Maria deve criar uma senha de 4
de ou amarela; e a palmeira, nas cores dígitos para sua conta bancária. Nessa senha, so-
cinza ou verde. Se o fundo não pode ter a mente os algarismos 1,2,3,4,5 podem ser usados
mesma cor nem da casa nem da palmei- e um mesmo algarismo pode aparecer mais de
ra, por uma questão de contraste, então o uma vez. Contudo, supersticiosa, Maria não quer
número de variações que podem ser obtidas para que sua senha contenha o número 13, isto é, o
a paisagem é: algarismo 1 seguido imediatamente pelo algaris-
a) 6. b) 7. mo 3. De quantas maneiras distintas Maria pode
c) 8. d) 9. e) 10 escolher sua senha?
a) 551 b) 552
QUESTÃO 02 (ENEM) - A escrita Braile para ce- c) 553 d) 554 e) 555
gos é um sistema de símbolos no qual cada cará-
ter é um conjunto de 6 pontos dispostos em forma QUESTÃO 08 - Determine quantos números pa-
retangular, dos quais pelo menos um se destaca res de três algarismos distintos existem?
em relação aos demais. Por exemplo, a letra A é a) 240 b) 328
representada por. O número total de caracteres c) 338 d) 354 e) 348
que podem ser representados no sistema Braile
é: QUESTÃO 09 - Para responder a certo questio-
a) 12. b) 31. nário, preenche-se o cartão apresentado a seguir,
c) 36. d) 63. e) 720. colocando-se um “x” em uma só resposta para
cada questão.
De quantas maneiras distintas pode-se responder
a esse questionário?

35
ANÁLISE COMBINATÓRIA

QUESTÃO 03 - Na sala de reuniões de certa em-


a) 3125 presa há uma mesa retangular com 10 poltronas
b) 120 dispostas da forma como é mostrado na figura
c) 32 abaixo.
d) 25 Certo dia, sete
e) 10 pessoas foram
convocadas
para participar
QUESTÃO 10 - Na figura a seguir temos um es- de uma reunião
boço de parte do centro da cidade do Recife com a ser realizada
suas pontes. As setas indicam o sentido do fluxo nessa sala: o
de tráfego de veículos. De quantas maneiras, uti- presidente, o vice-presidente, um secretário e
lizando apenas o esboço, poderá uma pessoa ir quatro membros da diretoria. Sabe-se que: o pre-
de carro do ponto A ao ponto B (marco zero) e re- sidente e o vice-presidente deverão ocupar exclu-
tornar ao ponto de partida passando exatamente sivamente as poltronas das cabeceiras da mesa;
por três pontes distintas? o secretário deverá ocupar uma poltrona ao lado
do presidente. Considerando que tais poltronas
são fixas no piso da sala, de quantos modos as
sete pessoas podem nelas se acomodar para par-
ticipar de tal reunião?
a) 3.360 b) 2.480
c) 1.680 d) 1.240 e) 840

QUESTÃO 04 - Dois times de basquete, cada um


deles representando uma Etec, vão disputar um
torneio. As regras do torneio são as seguintes: o
primeiro que ganhar dois jogos seguidos ou um
a) 8 b) 13 total de três jogos vence o torneio. Por exemplo,
c) 17 d) 18 e) 20 considerando as Etecs A e B, tem-se que:
• se A vence o primeiro e o segundo jogos, en-
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES tão A vence o torneio ou
QUESTÃO 01 - Uma rede de supermercados for- • se B vence o primeiro; A, o segundo; B, o ter-
nece a seus clientes um cartão de crédito cuja ceiro; A, o quarto e B, o quinto jogo; então B
identificação é formada por 3 letras distintas (den- vence o torneio.
tre 26), seguidas de 4 algarismos distintos. Uma Supondo que não haja empates, o número de mo-
determinada cidade receberá os cartões que têm dos distintos pelos quais o torneio pode se desen-
L como terceira letra, o último algarismo é zero e volver até a final é:
o penúltimo é 1. A quantidade total de cartões dis- a) 12. b) 10.
tintos oferecidos por tal rede de supermercados c) 6. d) 5. e) 3.
para essa cidade é:
a) 33600. b) 37800. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
c) 43200. d) 58500. e) 67600. Uma máquina contém pequenas bolas de bor-
racha de 10 cores diferentes, sendo 10 bolas de
QUESTÃO 02 (Mackenzie 2011) - Cada um dos cada cor. Ao inserir uma moeda na máquina, uma
círculos da figura deverá ser pintado com uma bola é expelida ao acaso. Observe a ilustração:
cor, escolhida dentre três disponíveis. Sabendo
que dois círculos consecutivos nunca serão pinta-
dos com a mesma cor, o número de formas de se
pintar os círculos é:

a) 72 b) 68
c) 60 d) 54 e) 48

36
ANÁLISE COMBINATÓRIA

QUESTÃO 05 (UERJ 2011) - Para garantir a reti- quebrou. Para que a corrente não se desprenda
rada de 4 bolas de uma mesma cor, o menor nú- com a bicicleta em movimento, admita que a en-
mero de moedas a serem inseridas na máquina grenagem danificada só deva ser ligada à 1a ou à
corresponde a: 2a engrenagem do pinhão. Nesse caso, o número
a) 5 b) 13 máximo de marchas distintas, que podem ser utili-
c) 31 d) 40 e) 50 zadas para movimentar a bicicleta, é de:
a) 10 b) 12
QUESTÃO 06 - Um vagão de metrô tem 10 ban- c) 14 d) 16 e) 17
cos individuais, sendo 5 de frente e 5 de costas.
De 10 passageiros, 4 preferem sentar de frente, QUESTÃO 10 - Fernando tem na sua cômoda 17
3 preferem sentar de costas e os demais não têm meias pretas, 11 meias marrons e 9 meias azuis.
preferência. De quantos modos eles podem sen- As meias estão todas misturadas. Fernando retira
tar, respeitadas as preferências? algumas da cômoda, no escuro, sem ver as cores.
a) Um número inteiro maior que 40000. Quantas meias devem ser retiradas da cômoda
b) Um número inteiro entre 167 e 40000. para que Fernando tenha a certeza de conseguir,
c) Exatamente 166. pelo menos, duas da mesma cor?
d) Um número inteiro menor que 100. a) 02 b) 03
e) Exatamente 40000. c) 04 d) 16 e) 17

QUESTÃO 07 - Preparando-se para a sua festa


de aniversário de sessenta anos, uma senhora
quer usar três anéis de cores diferentes nos de-
dos das mãos, um anel em cada dedo. De quan-
tos modos diferentes pode colocá-los, se não vai
por nenhum anel nos polegares?

QUESTÃO 08 - A senha de um cartão eletrôni-


co possui sete caracteres, todos distintos, sen-
do quatro algarismos e três letras maiúsculas,
intercalando algarismos e letras, (por exemplo,
5C7X2P8). Sabendo que são disponibilizados 26
letras e 10 algarismos, o número de senhas dis-
tintas que podem ser confeccionadas é:
a) 66 888 000. b) 72 624 000.
c) 78 624 000. d) 84 888 000.

QUESTÃO 09 - Uma bicicleta de marchas tem


três engrenagens na coroa, que giram com o
pedal, e seis engrenagens no pinhão, que giram
com a roda traseira. Observe a bicicleta a seguir e
as tabelas que apresentam os números de dentes
de cada engrenagem, todos de igual tamanho.
GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B D D A B D C B B C

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Cada marcha é uma ligação, feita pela corren-
C E A B C A C C C
te, entre uma engrenagem da coroa e uma do
pinhão. Um dente da 1a engrenagem da coroa

37
FUNÇÃO DO 1º GRAU

ASSUNTO: RELAÇÃO DE LINEARIDADE, Para tentar identificar a relação entre a idade das
PROPORCIONALIDADE, FUNÇÃO AFIM, PRO- pessoas (em anos) e as suas correspondentes
GRESSÃO ARITMÉTICA, ESTUDO DA RETA frequências cardíacas máximas (em batimentos
Definição - Chama-se função polinomial do 1º por minuto), um grupo de fisiologistas analisou di-
grau, ou função afim, a qualquer função f de IR versas pessoas distribuídas em diferentes faixas
em IR dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, etárias e observou os seguintes padrões:
onde a e b são números reais dados e a ≠ 0. Na
Idade 15 23 47
função f(x) = ax + b, o número a é chamado de (em anos)
coeficiente de x e o número b é chamado termo
Frequência cardíaca máxima (em 185 177 153
constante. Veja alguns exemplos de funções poli-
batimentos/min)
nomiais do 1º grau:
f(x) = 2x - 6, onde a = 2 e b = - 6 Considerando que a relação entre a frequência
f(x) = -2x +4, onde a = -2 e b = 4 cardíaca máxima e a idade mantenha um mes-
f(x) = 3x, onde a = 3 e b = 0 mo padrão de linearidade, a frequência cardíaca
máxima esperada para um indivíduo com 35 anos
Gráfico - O gráfico de uma função polinomial do é de:
1º grau, y = ax + b, com a ≠ 0, é uma reta oblíqua a) 167 b) 165
aos eixos Oxe Oy. c) 163 d) 161 e) 160
Já vimos que o gráfico da função afim y = ax +
b é uma reta. QUESTÃO 03 - Todos os anos, no mundo, mi-
O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente an- lhões de bebês morrem por conta de causas di-
gular da reta e, a está ligado à inclinação da reta versas. Trata-se de um número escandaloso, mas
em relação ao eixo Ox. que vem caindo ano a ano. Para se manter uma
∆𝑦𝑦 𝑦𝑦A − 𝑦𝑦 B estrutura de redução da mortalidade infantil, faz-
𝑎𝑎 = = = 𝑡𝑡𝑔𝑔 𝛼𝛼 , onde é o ângulo que a -se necessária a utilização de variados meios, re-
∆𝑥𝑥 𝑋𝑋A − 𝑋𝑋 B
cursos, políticas e programas – dirigidos não só
reta forma com o eixo x às crianças, mas às suas famílias e comunidades.
O termo constante, b, é chamado coeficiente
linear da reta. Para x = 0, temos y = a · 0 + b
= b. Assim, o coeficiente linear é a ordenada do
ponto em que a reta corta o eixo Oy.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - No verão, é comum ouvirmos o
cantar de grilos em regiões arborizadas. O núme-
ro de trinados dos grilos varia conforme a tem-
peratura do ambiente, isto é, quanto mais alta a
temperatura, mais os grilos cantam (trinam) em
determinado intervalo de tempo.
Temperatura em graus Número de trinados a cada
Considerando o gráfico acima, a mortalidade in-
Celsius (T) minuto (n) fantil em 2015, em milhões, será igual a:
a) 9 b) 8,6
12 7
c) 8 d) 7,8 e) 7
23 18
30 25 QUESTÃO 04 - No Brasil, uma das principais fon-
Na tabela acima, é possível estabelecer uma re- tes de financiamento da atividade estatal é a re-
lação entre o número de trinados dos grilos por ceita advinda da tributação dos rendimentos das
minuto e a temperatura em graus Celsius. Com pessoas físicas na forma de Imposto sobre rendas
base nisso, pergunta-se: qual seria o número de e proventos de qualquer natureza (IRPF – Impos-
trinados de grilo escutados no intervalo de tempo to de Renda de Pessoa Física). Aliás, no cálculo
padrão quando a temperatura chegar a 40ºC? do valor devido a título de IRPF, os contribuintes
a) 28 b) 31 que demonstram ter adquirido mais rendimentos,
c) 33 d) 35 e) 38 ou seja, que demonstram maior capacidade con-
tributiva (maior riqueza), são justamente aqueles

38
FUNÇÃO DO 1º GRAU

que devem pagar progressivamente mais impos- QUESTÃO 06 (ENEM) - O excesso de peso pode
to, em alíquotas (percentuais) cada vez maiores. prejudicar o desempenho de um atleta profi ssio-
Nesse sentido, su- nal em corridas de longa distância como a marato-
pondo que o gráfi co na (42,2 km), a meia-maratona (21,1 km) ou uma
abaixo indique o im- prova de 10 km. Para saber uma aproximação do
posto a pagar I (em intervalo de tempo a mais perdido para completar
reais) sobre a renda uma corrida devido ao excesso de peso, muitos
mensal líquida R atletas utilizam os dados apresentados na tabela
(em reais), com e no gráfi co abaixo:
R$ 2.900,00 uma
pessoa que teve
renda mensal líquida
de R$ 2.200,00 deverá pagar imposto de renda
(IRPF) no valor de:
a) R$ 125,71 b) R$ 138,75
c) R$ 144,80 d) R$ 145,25 e) R$ 146,20

QUESTÃO 05 - Em determinado concurso públi-


co, foram registradas 3582 inscrições. Entretanto,
dos candidatos inscritos, apenas 2000 compare-
ceram na data marcada ao local predefi nido no
Edital para a realização das provas objetivas de
1ª etapa. No edital desse concurso, havia ainda
a previsão expressa de que os candidatos deve-
riam chegar com 1h de antecedência ao local de
prova (horário de abertura dos portões) e não se-
riam tolerados quaisquer atrasos.

Usando essas informações, um atleta de ossa-


tura grande, pesando 63 kg e com altura igual a
1,59m, que tenha corrido uma meia maratona,
pode estimar que, em condições de peso ideal,
teria melhorado seu tempo na prova em:
a) 0,32 minuto. b) 0,67 minuto.
c) 1,60 minuto. d) 2,68 minutos.
e) 3,35 minutos.

QUESTÃO 07 - O valor de uma moto nova é de R$


9.000,00 e, com 4 anos de uso, é de R$ 4.000,00.
Supondo que o preço caia com o tempo, segundo
O número de candidatos (y) que adentraram o lo- uma linha reta, o valor de uma moto com um ano
cal de prova, em função do horário de entrada (t), de uso é igual a:
é representado por pontos do gráfi co, sendo t = a) R$ 8.250,00 b) R$ 8.000,00
0 o instante em que os portões de acesso foram c) R$ 7.750,00 d) R$ 7.500,00
abertos e t = 60, o instante em que esses por- e) R$ 7.000,00
tões foram fechados. Assim, pode-se afi rmar que
o tempo decorrido para a entrada dos últimos 500 QUESTÃO 08 - Devido a uma forte estiagem, o
candidatos foi igual a: nível de água de um reservatório municipal vem
a) 22 minutos baixando 5 milhões de galões de água por mês.
b) 20 minutos Se o reservatório possui hoje (janeiro de 2011) um
c) 12 minutos volume total de 500 milhões de galões de água e
d) 11 minutos e 40 segundos a Comissão de Inspeção do reservatório estabe-
e) 8 minutos e 20 segundos leceu uma política de racionamento que deve ser

39
FUNÇÃO DO 1º GRAU

implantada tão logo o nível de água atinja a marca igual a:


de 420 milhões de galões de água, em que mês
a) 3,85
começará o racionamento?
b) 3,75
a) 01/2012 b) 05/2012 2 c) 3,33
c) 07/2012 d) 08/2012 e) 10/2012
d) 2,66
e) 1,33
QUESTÃO 09 - Em determinada cidade, desde –1 2 4 7
1990, há apenas dois jornais A e B circulando dia-
riamente. Nos gráficos a seguir, temos, em milha-
QUESTÃO 11 (ENEM) - O número mensal de
res de exemplares, o número de jornais vendidos
passagens de uma determinada empresa aérea
durante os 4 primeiros anos dessa concorrência.
aumentou no ano passado nas seguintes condi-
ções: em janeiro foram vendidas 33.000 passa-
gens; em fevereiro, 34.500; em março, 36.000.
Esse padrão de crescimento se mantém para os
meses subsequentes. Quantas passagens foram
vendidas por essa empresa em julho do ano pas-
sado?
a) 38.000 b) 40.500
c) 41.000 d) 42.000 e) 48.000

QUESTÃO 12 (ENEM) - Uma professora realizou


uma atividade com seus alunos utilizando canu-
dos de refrigerante para montar figuras, onde
Com base nisso, pode-se afirmar que: cada lado foi representado por um canudo. A
a) a circulação do jornal A cresceu 10% a cada quantidade de canudos (C) de cada figura depen-
ano; de da quantidade de quadrados (Q) que formam
b) a participação percentual do jornal B no mer- cada figura. A estrutura de formação das figuras
cado foi constante ao longo desses anos; está representada a seguir:
c) graças ao incremento de vendas, o jornal A
vendeu mais exemplares ao longo desses
anos;
d) supondo um crescimento de 2% ao ano na
população desta cidade, há um percentual 1ª questão com progressão aritmética – Enem
maior de pessoas comprando jornais, nesta 2010 - Que expressão fornece a quantidade de
cidade, ao fim deste período; canudos em função da quantidade de quadrados
e) mantendo-se esses mesmos padrões de de cada figura?
comportamento de venda em toda a déca- a) C = 4Q. b) C = 3Q + 1.
da, espera-se que, em 1998, a participação c) C = 4Q – 1 d) C = Q + 3.
do Jornal B no mercado tenha caído a um e) C = 4Q – 2.
patamar inferior a 30%.
QUESTÃO 13 (ENEM) - As projeções para a pro-
QUESTÃO 10 - Partindo da comparação entre os dução de arroz no período de 2012-2021, em uma
dados do ano anterior e do ano atual, uma empre- determinada região produtora, apontam para uma
sa resolveu fazer uma estimativa de crescimento perspectiva de crescimento constante da produ-
de seu lucro nos próximos 7 anos e representou ção anual. O quadro apresenta a quantidade de
no gráfico abaixo esta projeção de aumento no arroz, em toneladas, que será produzida nos pri-
lucro (em milhões de reais) em função do ano de meiros anos desse período, de acordo com essa
atividade da empresa. Considerando que, a partir projeção.
do 4º ano da projeção, a empresa experimenta- Ano Projeto da Produção (t)
rá a mesma expectativa de crescimento que vem 2012 50,25
experimentando desde o ano passado e que se 2013 51,50
manterá nos próximos 2 anos, a expectativa de 2014 52,75
crescimento do lucro da empresa, em milhões de 2015 54,00
A quantidade total de arroz, em toneladas, que
reais, no 6º ano da projeção é aproximadamente

40
FUNÇÃO DO 1º GRAU

deverá ser produzida no período de 2012 a 2021 A reta de equação y = x + 4 representa o plane-
será de: jamento do percurso da linha do metrô subterrâ-
a) 497,25. b) 500,85. neo que atravessará o bairro e outras regiões da
c) 502,87. d) 558,75. e) 563,25. cidade. No ponto P = (-5, 5), localiza-se um hos-
pital público. A comunidade solicitou ao comitê
QUESTÃO 14 - Ao ser inaugurada, uma represa de planejamento que fosse prevista uma estação
possuía 8 mil m³ de água. A quantidade de água do metrô de modo que sua distância ao hospital,
da represa vem diminuindo anualmente. O gráfi co medida em linha reta, não fosse maior que 5 km.
mostra que, após 8 anos da inauguração, a quan- Atendendo ao pedido da comunidade, o comitê
tidade de água na represa caiu para 5 mil m³. argumentou corretamente que isso seria auto-
maticamente satisfeito, pois já estava prevista a
construção de uma estação no ponto:
a) (-5, 0). b) (-3, 1).
c) (-2, 1). d) (0, 4). e) (2, 6).

Se for mantida essa relação de linearidade entre


o tempo e a quantidade de água em m³, determi-
ne em quanto tempo, após a inauguração, a re-
presa terá 3 mil m³.
a) 16 anos
b) 13anos e 4 meses
c) 12 anos e 10 meses
d) 10 anos e 8 meses
e) 5 anos e 4 meses

QUESTÃO 15 (ENEM) - Um bairro de uma cida-


de foi planejado em uma região plana, com ruas
paralelas e perpendiculares, delimitando quadras
de mesmo tamanho. No plano de coordenadas
cartesianas seguinte, esse bairro localiza-se no
segundo quadrante, e as distâncias nos eixos são
dadas em quilômetros.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

11 12 13 14 15

41
FUNÇÃO DO 2º GRAU

Definição - Chama-se função quadrática, ou fun- Temos:


ção polinomial do 2º grau, qualquer função f de
IR em IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 +
bx + c, onde a, b e c são números reais e a ≠ 0. Observação A quantidade de raízes reais de uma
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas: função quadrática depende do valor obtido para o
f(x) = 3x² - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1 radicando ∆ = b² - 4 . a . c, chamado discriminan-
f(x) = x² -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1 te, a saber:
f(x) = 2x² + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5 • quando ∆ é positivo, há duas raízes reais e
f(x) = - x² + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 0 distintas;
f(x) = -4x², onde a = - 4, b = 0 e c = 0 • quando ∆ é zero, há só uma raiz real (para
ser mais preciso, há duas raízes iguais);
Gráfico - O gráfi co de uma função polinomial do • quando ∆ é negativo, não há raiz real.
2º grau, y = ax² + bx + c, com a ≠ 0, é uma curva
chamada parábola. Coordenadas do vértice da parábola - Quan-
Exemplo: Vamos construir o gráfi co da função y do a > 0, a parábola tem concavidade voltada
= x² + x: para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0,
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois a parábola tem concavidade voltada para baixo e
calculamos o valor correspondente de y e, em se- um ponto de máximo V. Em qualquer caso, as co-
guida, ligamos os pontos assim obtidos.
ordenadas de V são . Veja os gráfi cos:

x y
-3 6
-2 2
-1 0

0 0
1 2
2 6 Imagem - O conjunto-imagem Im da função y =
ax² + bx + c, a ≠ 0, é o conjunto dos valores que y
pode assumir. Há duas possibilidades:
1ª - quando a > 0,
Observação: Ao construir o gráfi co de uma fun-
ção quadrática y = ax² + bx + c, notaremos sem-
pre que:
• se a > 0, a parábola tem a concavidade volta- a>0
da para cima;
• se a < 0, a parábola tem a concavidade volta- 2ª quando a < 0,
da para baixo;

Zero e Equação do 2º Grau - Chama-se zeros ou


raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax² +
bx + c , a ≠ 0, os números reais x tais que f(x) = 0. a<0
Então as raízes da função f(x) = ax² + bx + c são
as soluções da equação do 2º grau ax² + bx + c = Construção da Parábola - É possível construir
0, as quais são dadas pela chamada fórmula de o gráfi co de uma função do 2º grau sem montar
Bhaskara: a tabela de pares (x, y), mas seguindo apenas o
roteiro de observação seguinte:
O valor do coefi ciente a defi ne a concavidade da
parábola;

42
FUNÇÃO DO 2º GRAU

Os zeros defi nem os pontos em que a parábola 2ºCASO - ∆ = 0


intercepta o eixo dos x;

O vértice V indica o ponto de míni-

mo (se a > 0), ou máximo (se a< 0);


A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y
é o eixo de simetria da parábola;
Para x = 0 , temos y = a · 0² + b · 0 + c = c; então
(0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo
dos y. quando a > 0
Sinal
Consideramos uma função quadrática y =
f(x) = ax² + bx + c e determinemos os va-
lores de x para os quais y é negativo e os
valores de x para os quais y é positivos.
Conforme o sinal do discriminante ∆ = b2 - 4ac,
podemos ocorrer os seguintes casos:
1º CASO - ∆ > 0
Nesse caso a função quadrática admite dois ze-
ros reais distintos (x1 ≠ x2). a parábola intercepta
o eixo Ox em dois pontos e o sinal da função é o
indicado nos gráfi cos abaixo:
quando a < 0

3ºCASO - ∆ < 0

quando a > 0
y > 0  (x < x1 ou x > x2)
y < 0  x1 < x < x2
quando a > 0

quando a < 0
y > 0  x1 < x < x2 quando a < 0
y < 0  (x < x1 ou x > x2)

43
FUNÇÃO DO 2º GRAU

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM b) Somente duas corretas


QUESTÃO 01 (ENEM 2009) - Um posto de com- c) Somente três corretas
bustível vende 10.000 litros de álcool por dia a d) Todas são corretas
R$ 1,50 cada litro. Seu proprietário percebeu que, e) Todas são incorretas.
para cada centavo de desconto que concedia por
litro, eram vendidos 100 litros a mais por dia. Por QUESTÃO 04 - Em uma partida de futebol, um
exemplo, no dia em que o preço do álcool foi R$ jogador, estando na lateral do campo, cruzou a
1,48, foram vendidos 10.200 litros. Considerando bola para um companheiro de equipe o qual se
x o valor, em centavos, do desconto dado no pre- encontrava na lateral oposta, a uma distância de
ço de cada litro, e V o valor, em R$, arrecadado 64 m. A bola passou 1,20 m acima da cabeça de
por dia com a venda do álcool, então a expressão um jogador, com 1,80 m de altura, da equipe ad-
que relaciona V e x é: versária, o qual, nesse instante, estava a 4 m de
a) V = 10.000 + 50x – x². distância do jogador que realizou o cruzamento,
b) V = 10.000 + 50x + x². conforme figura abaixo.
c) V = 15.000 – 50x – x².
d) V = 15.000 + 50x – x².
e) V = 15.000 – 50x + x².

QUESTÃO 02 - Um estudo das condições am-


bientais na região central de uma grande cidade
indicou que a taxa média diária (C) de monóxido Nessa situação, a bola descreveu uma trajetória
de carbono presente no ar é de C = 0,5p + 1 par- em forma de arco de parábola até tocar o gra-
tes por milhão, para uma quantidade de (p) milha- mado, quando foi dominada pelo companheiro de
res de habitantes. Estima-se que, daqui a t anos, equipe. Com base nessas informações, é correto
a população nessa região será de p = 2t² - t + 110 afirmar que, durante o cruzamento, a bola atinge,
milhares de habitantes. Nesse contexto, a taxa no máximo, uma altura de:
média diária de monóxido de carbono atingirá o a) 12,8 m b) 12 m
valor de 61 partes por milhão em: c) 11,2 m d) 10,4 m e) 9,6 m
a) 2 anos. b) 2 anos e 6 meses.
c) 3 anos. d) 3 anos e 6 meses. QUESTÃO 05 - Uma empresa que elabora ma-
e) 4 anos. terial para panfletagem (santinhos) tem um lucro,
em reais, que é dado pela lei L(x) = - x² + 10x -
QUESTÃO 03 - Uma empresa observou que a 16, onde x é a quantidade vendida em milhares
quantidade Q, em toneladas, de carne que ela de unidades. Assim, a quantidade em milhares de
exporta em uma semana é dada por Q(x) = ax² + unidades que deverá vender, para que tenha lu-
bx + c, sendo a, b e c constantes, e x o preço do cro, é:
produto, em reais, por quilograma, praticado na a) de 2 a 8 b) de 3 a 9
referida semana, sendo 3 ≤ x ≤ 8. Sabe-se que c) de 1 a 8 d) de 1 a 9 e) de 3 a 10
para o preço de R$ 3,00, a quantidade é de 7,5
toneladas, que para R$ 4,00, a quantidade é má- QUESTÃO 06 - Em um terreno, na forma de um
xima e que para R$ 8,00, a quantidade é zero. triângulo retângulo, será construído um jardim re-
Com base nessas informações, pode-se afirmar: tangular, conforme figura abaixo.
I) A quantidade Q(x) diminui à medida que o
preço x aumenta.
II) Para o preço de R$ 5,00, a quantidade é de
7,5 toneladas.
b
III) A constante é igual a −8.
a Sabendo-se que os dois menores lados do ter-
IV) Existe um único preço x, 3 ≤ x ≤ 8, tal que reno medem 9 m e 4 m, as dimensões do jardim
Q(x) = 3,5. para que ele tenha a maior área possível, serão,
V) Para cada preço x, 3 ≤ x ≤ 8, tem-se Q(x) respectivamente:
= −x² + 8x. a) 2,0 m e 4,5 m. b) 3,0 m e 4,0 m.
Assim temos: c) 3,5 m e 5,0 m. d) 2,5 m e 7,0 m.
a) Somente uma correta

44
FUNÇÃO DO 2º GRAU

QUESTÃO 07 - Uma pessoa ingere uma certa líneo Uniformemente Variado de modo que a
substância que se concentra em seu cérebro. O sua posição, em relação a uma origem previa-
gráfico a seguir mostra essa concentração em mente determinada, é dada pela função horária
função do tempo t. 7t t 2
S A =2 + − . Um corpo B desloca-se em Mo-
4 4
vimento Retilíneo e Uniforme, na mesma direção
do movimento de A, de forma que a sua posição,
Admitindo que a em relação à mesma origem, é dada pela função
t
concentração y seja horária SB= 2 + . A e B iniciaram seus movimen-
dada por uma fun- 2
ção quadrática tos no mesmo instante. Em ambas as funções,
y=at² +bt+c, é cor- t está em segundos e S, em metros. Depois de
reto afirmar que certo tempo, os corpos chocam-se frontalmente.
a) a > 0 e b² - 4ac > 0.
b) a > 0 e b² - 4ac < 0. QUESTÃO 10 - O maior afastamento, em metros,
c) a < 0 e b² - 4ac > 0. entre os corpos A e B é:
d) a < 0 e b² - 4ac < 0. a) 25/4 b) 25/8
e) a ≠ 0 e b² - 4ac = 0. c) 25/16 d) 81/8 e) 81/16

QUESTÃO 08 -Uma fábrica tem 2.000 unidades EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


de certo produto em estoque e pode confeccionar QUESTÃO 01 - A empresa WQTU Cosmético
mais 100 unidades deste produto por dia. A fábri- vende um determinado produto x, cujo custo de
ca recebeu uma encomenda, de tantas unidades fabricação de cada unidade é dado por 3x² + 232,
do produto quantas possa confeccionar, para ser e o seu valor de venda é expresso pela função
entregue em qualquer data, a partir de hoje. Se o 180x − 116. A empresa vendeu 10 unidades do
produto for entregue hoje, o lucro da fábrica será produto x, contudo a mesma deseja saber quan-
de R$ 6,00 por unidade vendida; para cada dia tas unidades precisa vender para obter um lucro
que se passe, a partir de hoje, o lucro diminuirá máximo. A quantidade máxima de unidades a se-
de R$ 0,20 por unidade vendida. O lucro máximo, rem vendidas pela empresa WQTU para a obten-
em reais, que a fábrica pode obter com a venda ção do maior lucro é:
da encomenda é: a) 10 b) 30
a) 9500 reais b) 10500 reais c) 58 d) 116 e) 232
c) 11500 reais d) 12500 reais
e) 1300 reais QUESTÃO 02 - Um pesticida foi ministrado a uma
população de insetos para testar sua eficiência.
QUESTÃO 09 - Uma calha será construída a Ao proceder ao controle da variação em função
partir de folhas metálicas em formato retangular, do tempo, em semanas, concluiu-se que o tama-
cada uma medindo 1 m por 40 cm. Fazendo-se nho da população é dado por:
duas dobras de largura x, paralelas ao lado maior f(t) = - 10t² + 20t + 100.
de uma dessas folhas, obtém-se três faces de um
bloco retangular, como mostra a figura da direita. a) Determine o intervalo de tempo em que a
população de insetos ainda cresce.
b) Na ação do pesticida, existe algum momen-
to em que a população de insetos é igual à
população inicial? Quando?
c) Entre quais semanas a população de inse-
a) Obtenha uma expressão para o volume des- tos seria exterminada?
se bloco retangular em termos de x.
b) Para qual valor de x o volume desse bloco QUESTÃ 03 - Uma empresa de turismo fretou um
retangular será máximo? avião com 200 lugares para uma semana de fé-
rias, devendo cada participante pagar R$ 500,00
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: pelo transporte aéreo, acrescidos de R$10,00
Um corpo A desloca-se em Movimento Reti- para cada lugar do avião que ficasse vago. Nes-

45
FUNÇÃO DO 2º GRAU

sas condições, o número de passagens vendidas ras.


que torna máxima a quantia arrecadada por essa e) Somente as afirmativas II e III são verda-
empresa é igual a: deiras.
a) 100 b) 125
c) 150 d) 180 QUESTÃO 06 - Um jogador de futebol, ao bater
uma falta com barreira, chuta a bola de forma a
QUESTÃO 04 - O óxido de potássio, K2O, é um encobri-la. A trajetória percorrida pela bola des-
nutriente usado para melhorar a produção em creve uma parábola para chegar ao gol.
lavouras de cana-de-açúcar. Em determinada
região, foram testadas três dosagens diferentes
do nutriente e, neste caso, a relação entre a pro-
dução de cana e a dosagem do nutriente se deu
conforme mostra a tabela a seguir.
Produção de
Dose do nutriente
cana-de-açúcar
(kg/hectare)
(toneladas/hectare)
0 42 Sabendo-se que a bola estava parada no local
70 56 da falta no momento do chute, isto é, com tem-
140 61 po e altura iguais a zero. Sabendo-se ainda, que
Considerando que a produção de cana-de-açúcar no primeiro segundo após o chute, a bola atingiu
por hectare em função da dose de nutriente pode uma altura de 6 metros e, cinco segundos após
ser descrita por uma função do tipo y(x) = ax² + bx o chute, ela atingiu altura de 10 metros. Pode-se
+ c, determine a quantidade aproximada de nu- afirmar que após o chute a bola atingiu a altura
triente por hectare que maximiza a produção de máxima no tempo igual a:
cana-de-açúcar por hectare. a) 3 segundos b) 3,5 segundos
a) 139 b) 141 c) 4 segundos d) 4,5 segundos
c) 144 d) 152 e) 160 e) 5 segundos

QUESTÃO 05 - O lucro diário L é a receita gerada QUESTÃO 07 - Uma bola de beisebol é lançada
R menos o custo de produção C. Suponha que, de um ponto 0 e, em seguida, toca o solo nos pon-
em certa fábrica, a receita gerada e o custo de tos A e B, conforme representado no sistema de
produção sejam dados, em reais, pelas funções eixos ortogonais:
R(x) = 60x - x² e C(x) = 10(x+40), sendo x o nú-
mero de itens produzidos no dia. Sabendo que a
fábrica tem capacidade de produzir até 50 itens
por dia, considere as seguintes afirmativas:
I. O número mínimo de itens x que devem ser
produzidos por dia, para que a fábrica não
tenha prejuízo, é 10.
II. A função lucro L(x) é crescente no intervalo Durante sua trajetória, a bola descreve duas pará-
[0, 25]. bolas com vértices C e D.
III. Para que a fábrica tenha o maior lucro pos- − x 2 2x
A equação de uma dessas parábolas =
éy + .
sível, deve produzir 30 itens por dia. 75 5
IV. Se a fábrica produzir 50 itens num único Se a abscissa de D é 35 m, a distância do ponto 0
dia, terá prejuízo. ao ponto B, em metros, é igual a:
Assinale a alternativa correta. a) 38 b) 40
a) Somente as afirmativas II e IV são verda- c) 45 d) 50
deiras.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são verda- QUESTÃO 08 - O gráfico da função y = f(x) = -
deiras.
 1  2  1
c) Somente as afirmativas I, II e IV são verda-  200  x +  5  x , representado na figura a se-
deiras.    
d) Somente as afirmativas I e II são verdadei- guir, descreve a trajetória de um projétil, lançado
a partir da origem.

46
FUNÇÃO DO 2º GRAU

Sabendo-se que x e y são dados em quilômetros,


a altura máxima H e o alcance A do projétil são,
respectivamente:
a) 2 km e 40 km. b) 40 km e 2 km.
c) 2 km e 10 km. d) 10 km e 2 km.
e) 2 km e 20 km.

QUESTÃO 09 - Um carrinho se move sobre um


arco de parábola de uma montanha-russa, de
modo que sua altura em relação ao solo, em me-
tros, é dada em função do tempo t, medido em
segundos, pela equação h(t) = 2t² - 8t + 11. Então
o menor valor de h, em metros, é igual a:
a) 2 b) 3
c) 4 d) 5 e) 6

QUESTÃO 10 (UEL 2006) - Para um certo pro-


duto comercializado, a função receita e a função
custo estão representadas a seguir em um mes-
mo sistema de eixos, onde q indica a quantidade
desse produto.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B C A A A C D * *
Com base nessas informações e considerando
que a função lucro pode ser obtida por L(q) = R(q)
- C(q), assinale a alternativa que indica essa fun-
ção lucro.
a) L(q) = - 2q2 + 800q - 35000
GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
b) L(q) = - 2q2 + 1000q + 35000
c) L(q) = - 2q2 + 1200q - 35000 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
d) L(q) = 200q + 35000 B * B C C B B A B A
e) L(q) = 200q - 35000

47
CIÊNCIAS HUMANAS

48
HISTÓRIA DO BRASIL

O SEGUNDO IMPÉRIO – 1840 - 1889 a ampliação dos direitos de cidadania; queriam


1. CONTEXTO HISTÓRICO: que o governo criasse oficinas a fim de gerar
a) O governo mais longo da história do Brasil- empregos para a população pobre; queriam que
1840/1889 somente os brasileiros tivessem licença para tra-
- A duríssima repressão às revoltas regenciais, o balharem como comerciantes.
fortalecimento do poder central (unitarismo) e a 4.3 - Novamente o conflito de interesses entre os
riqueza do café garantiram a estabilidade política membros pobres e os ricos do movimento provo-
do segundo reinado. cou sua divisão e facilitou sua repressão por parte
- A consolidação do poder político de D. Pedro II do governo central.
deve ser vista como um resultado direto do re-
gresso conservador, que se estabeleceu no Esta- 5 - A ERA MAUÁ:
do brasileiro entre 1837 e 1850. 5.1 - A cidade do Rio de Janeiro era o símbolo má-
2. A EXPANSÃO CAFEEIRA: ximo da prosperidade vivida no Segundo Império
– O café chegou ao Brasil no final do século XVIII, em decorrência do aparelhamento dos serviços
já em 1820 se espalhara pelas fazendas do Vale públicos e do uso de novas tecnologias. (Exem-
do Paraíba no estado do Rio de Janeiro. plos: iluminação pública a gás; bondes puxados
– Brasil maior produtor e exportador mundial de a burros; limpeza urbana; fábricas; bancos; estra-
café ainda na primeira metade do século XIX. das de ferro; etc.)
– Principais mercados consumidores mundiais: 5.2 - Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de
Inglaterra e EUA. Mauá foi o símbolo nacional desse período no
- Fortalecimento político dos cafeicultores do su- que diz respeito a sucesso empresarial, é consi-
deste em detrimento dos senhores de engenho derado o primeiro grande empresário capitalista
do nordeste, com consequente centralização do brasileiro.
poder. 5.3 - Atividades plurais: estaleiros; construtoras;
3. O PARLAMENTARISMO ÀS AVESSAS: bancos; fábricas; etc.
– Consolidação do regresso conservador como 5.4 - Condições favoráveis para o surto industrial
resultado direto da aliança entre latifundiários e ocorrido no Brasil do século XIX: disponibilidade
grandes comerciantes, que defendiam uma idéia de capital para novos investimentos, esses ca-
de sociedade baseada no latifúndio, no trabalho pitais tinham três origens distintas, primeiro da
escravo e na quase total ausência de direitos de riqueza dos cafeicultores, segundo dos ex-trafi-
cidadania para a maioria dos brasileiros. cantes de escravos que foram proibidos de con-
– O Brasil virou uma monarquia parlamentar em tinuar com suas atividades a partir de 1850, com
1847. a Lei Eusébio de Queirós que proibiu o tráfico de
– O poder do imperador foi reforçado, isso foi escravos de forma definitiva para o Brasil, e por
possível devido ao direito do imperador indicar o último, e em menor escala, o dinheiro trazido por
primeiro-ministro através do poder moderador, ou imigrantes que vieram “fazer a América” no Brasil.
seja, não era o parlamento que escolhia o primei- Além disso, o aumento das tarifas alfandegárias
ro-ministro. pela Tarifa Alves Branco com o claro objetivo de
- Partidos Liberal e Conservador: não havia di- arrecadarem mais impostos para o governo, aca-
ferenças programáticas entre eles, pois ambos bou por encarecer demasiadamente os produtos
eram compostos pela elite econômica do Brasil, importados, criando indiretamente uma reserva
ou seja, grandes fazendeiros, traficantes de es- de mercado para a tímida indústria nacional.
cravos, advogados e grandes comerciantes. 5.5 - Motivos para a falência do Visconde de
- Os valores políticos e sociais eram todos con- Mauá: redução das tarifas alfandegárias a partir
servadores ou saquaremas, como eram chama- de 1860, a concorrência com os produtos ingle-
dos na época. ses e as sabotagens.

4 - REVOLUÇÃO PRAIEIRA 1848: 6 - POLÍTICA EXTERNA:


4.1 - Seguindo a tendência européia de revoltas 6.1 - A Questão Christie: inabilidade e arrogância
liberais contra o poder demasiadamente centrali- do embaixador britânico no Brasil levaram os dois
zado dos reis e imperadores, Recife sediou a últi- países a romperem suas relações diplomáticas.
ma revolta liberal do Segundo Reinado. 6.2 - Constantes intervenções do Brasil na região
4.2 - Motivos e propostas gerais: protestava con- do Prata devido a disputa pela hegemonia política
tra o excessivo poder do Rio de Janeiro; exigiam na América do Sul entre Brasil e Argentina.

49
HISTÓRIA DO BRASIL

7 - A GUERRA DO PARAGUAI: b) sistema educacional democrático.


7.1 - O Paraguai antes da guerra: passou por c) modelo territorial federalista.
grandes investimentos na indústria, na educação, d) padrão político autoritário.
nas estradas de ferro e armou um grande exército e) poder oligárquico regional.
e uma grande marinha e fez uma pequena refor-
ma agrária. QUESTÃO 02 (ENEM 2014)
7.2 - Motivos: De volta do Paraguai
a - as tradicionais disputas entre Brasil e Argenti- Cheio de glória, cober-
na ameaçavam a autonomia dos países vizinhos to de louros, depois de
a essas duas potências, sobretudo do Uruguai e ter derramado seu
do Paraguai. sangue em defesa da
b - Solano López, presidente do Paraguai que- pátria e libertado um
ria transformar seu país na terceira potência sul- povo da escravidão, o
-americana. voluntário volta ao seu
c - Solano López esperava contar com o apoio país natal para ver sua
dos federalistas argentinos e do Partido Blanco, mãe amarrada a um
do Uruguai. tronco horrível de reali-
7.3 - Ações militares: dade!...
AGOSTINI. “A vida fluminense”, ano 3, n.
a - O Paraguai atacou o Mato Grosso e depois 128, 11 jun. 1870. In: LEMOS, R. (Org).
tentou avançar sobre Argentina e O Rio Grande Uma história do Brasil através da carica-
tura (1840-2001). Rio de Janeiro: Letras & Expressões, 2001 (adaptado).
do Sul sobre o pretexto de impedir que o Brasil
dominasse o Uruguai. Na charge, identifica-se uma contradição no retor-
b - Formação da Tríplice Aliança: Brasil,Argentina no de parte dos “Voluntários da Pátria” que luta-
e Uruguai. ram na Guerra do Paraguai (1864-1870), eviden-
c - Inicialmente o exército paraguaio levou vanta- ciada na:
gem sobre as tropas inimigas. a) negação da cidadania aos familiares cati-
d - A marinha brasileira mudou os rumos da guer- vos.
ra. b) concessão de alforrias aos militares escra-
e - vitória brasileira e massacre do povo para- vos.
guaio. c) perseguição dos escravistas aos soldados
7.4 - Consequências : negros.
a - Devastação econômica, política e social do d) punição dos feitores aos recrutados compul-
Paraguai. soriamente.
b - O governo brasileiro ficou devendo mais di- e) suspensão das indenizações aos proprietá-
nheiro aos banqueiros ingleses. rios prejudicados.
c - Parte do exército brasileiro voltou da guerra
defendendo idéias republicanas e abolicionistas. QUESTÃO 03 (ENEM 2013)

EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADO


QUESTÃO 01 (ENEM 2014) - Respeitar a di-
versidade de circunstâncias entre as pequenas
sociedades locais que constituem uma mesma
nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das
leis internas de cada Estado. As leis municipais
seriam as cartas de cada povoação doadas pela
assembleia provincial, alargadas conforme o seu
desenvolvimento, alteradas segundo os conse-
lhos da experiência. Então, administrar-se-ia de
perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro
se atingirá de outra sorte. II, procuram transmitir determinadas representa-
BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).
ções políticas acerca dos dois monarcas e seus
O discurso do autor, no período do Segundo Rei- contextos de atuação. A ideia que cada imagem
nado no Brasil, tinha como meta a implantação do evoca é, respectivamente:
a) regime monárquico representativo. a) Habilidade militar — riqueza pessoal.

50
HISTÓRIA DO BRASIL

b) Liderança popular — estabilidade política. a) copiava o modelo haitiano de emancipação


c) Instabilidade econômica — herança euro- negra.
peia. b) incentivava a conquista de alforrias por meio
d) Isolamento político — centralização do po- de ações judiciais.
der. c) optava pela via legalista de libertação.
e) Nacionalismo exacerbado — inovação ad- d) priorizava a negociação em torno das inde-
ministrativa. nizações aos senhores.
e) antecipava a libertação paternalista dos ca-
QUESTÃO 04 (ENEM 2013) - Ninguém desco- tivos.
nhece a necessidade que todos os fazendeiros
têm de aumentar o número de seus trabalhado- QUESTÃO 06 (Enem 2010) - Negro, filho de es-
res. E como até há pouco supriam-se os fazendei- crava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama
ros dos braços necessários? As fazendas eram fez da lei e das letras suas armas na luta pela
alimentadas pela aquisição de escravos, sem o liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo
menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo
fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu
se é possível obtê-los ainda, posto que de outra provas de que havia nascido livre. Autodidata, ad-
qualidade, por que motivo não hão de procurar vogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e
alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua transformou-se, em pouco tempo, em proeminen-
custa? te advogado da causa abolicionista.
Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de Historia.Ano 1, n.o 3. Rio de Janeiro:
Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da
Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).
vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros


do Império refere-se às mudanças então em cur- na segunda metade do séc. XIX foi resultado de
so no campo brasileiro, que confrontam o Estado importantes lutas sociais condicionadas historica-
e a elite agrária em torno do objetivo de: mente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a:
a) fomentar ações públicas para ocupação das a) impossibilidade de ascensão social do ne-
terras do interior. gro forro em uma sociedade escravocrata,
b) adotar o regime assalariado para proteção mesmo sendo alfabetizado.
da mão de obra estrangeira. b) extrema dificuldade de projeção dos intelec-
c) definir uma política de subsídio governa- tuais negros nesse contexto e a utilização
mental para o fomento da imigração. do Direito como canal de luta pela liberdade.
d) regulamentar o tráfico interprovincial de cati- c) rigidez de uma sociedade, assentada na es-
vos para a sobrevivência das fazendas. cravidão, que inviabilizava os mecanismos
e) financiar afixação de famílias camponesas de ascensão social.
para estímulo da agricultura de subsistên- d) possibilidade de ascensão social, viabiliza-
cia. da pelo apoio das elites dominantes, a um
mestiço filho de pai português.
QUESTÃO 05 (ENEM 2013) - A escravidão não e) troca de favores entre um representante ne-
há de ser suprimida no Brasil por uma guerra gro e a elite agrária escravista que outorga-
servil, muito menos por insurreições ou atenta- ra o direito advocatício ao mesmo.
dos locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma
guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela QUESTÃO 07 (ENEM 2010) - Substitui-se então
poderia desaparecer, talvez, depois de uma re- uma história crítica, profunda, por uma crônica de
volução, como aconteceu na França, sendo essa detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nos-
revolução obra exclusiva da população livre. É no sos soldados encobrem a vilania dos motivos que
Parlamento e não em fazendas ou quilombos do levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argenti-
interior, nem nas ruas e praças das cidades, que nos para a destruição da mais gloriosa república
se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. que já se viu na América Latina, a do Paraguai.
CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São
Paulo: Publifolha 2000 (adaptado). Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai,


político sobre como deveria ocorrer o fim da es- mantém o status o na América Meridional, impe-
cravidão no Brasil, no qual: dindo a ascensão do seu único Estado economi-

51
HISTÓRIA DO BRASIL

camente livre”. d) política, associada a ações contra a orga-


Essa teoria conspiratória vai contra a realidade nização escravista, sabotada por proprie-
dos fatos e não tem provas documentais. Contu- tários que buscavam manter o escravismo,
do essa teoria tem alguma repercussão. por estadistas e pela ação republicana con-
(DORATIOTO. F. Maldita guerra: nova historia da Guerra do Paraguai. São tra a realeza.
Paulo: Cia. das Letras, 2002(adaptado).
e) religiosa, associada a ações contra a organi-
Uma leitura dessas narrativas divergentes de- zação escravista, que fora apoiada por pro-
monstra que ambas estão refletindo sobre: prietários que haviam substituído os seus
a) a carência de fontes para a pesquisa sobre escravos por imigrantes, o que resultou na
os reais motivos dessa Guerra. adesão de estadistas republicanos na luta
b) o caráter positivista das diferentes versões contra a realeza.
sobre essa Guerra.
c) o resultado das intervenções britânicas nos QUESTÃO 09 (ENEM 2007) - Após a Indepen-
cenários de batalha. dência, integramo-nos como exportadores de
d) a dificuldade de elaborar explicações con- produtos primários à divisão internacional do tra-
vincentes sobre os motivos dessa Guerra. balho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O
e) o nível de crueldade das ações do exército Brasil especializou-se na produção, com braço
brasileiro e argentino durante o conflito. escravo importado da África, de plantas tropicais
para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou
QUESTÃO 08 (ENEM 2008) - O abolicionista Joa- o desenvolvimento de nossa economia por pelo
quim Nabuco fez um resumo dos fatores que leva- menos uns oitenta anos. Éramos um país essen-
ram à abolição da escravatura com as seguintes cialmente agrícola e tecnicamente atrasado por
palavras: “Cinco ações ou concursos diferentes depender de produtores cativos. Não se poderia
cooperaram para o resultado final: 1º) o espírito confiar a trabalhadores forçados outros instru-
daqueles que criavam a opinião pela ideia, pela mentos de produção que os mais toscos e bara-
palavra, pelo sentimento, e que a faziam valer por tos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar
meio do Parlamento, dos “meetings” [reuniões pú- para fora. Era do exterior que vinham os bens de
blicas], da imprensa, do ensino superior, do púlpi- consumo que fundamentavam um padrão de vida
to, dos tribunais; 2º) a ação coercitiva dos que se “civilizado”, marca que distinguia as classes cul-
propunham a destruir materialmente o formidável tas e “naturalmente” dominantes do povaréu pri-
aparelho da escravidão, arrebatando os escravos mitivo e miserável. (...) E de fora vinham também
ao poder dos senhores; 3º) a ação complemen- os capitais que permitiam iniciar a construção de
tar dos próprios proprietários, que, à medida que uma infraestrutura de serviços urbanos, de ener-
o movimento se precipitava, iam libertando em gia, transportes e comunicações.
massa as suas ‘fábricas’; 4º) a ação da política Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.).
Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.
dos estadistas, representando as concessões do
governo; 50) a ação da família imperial.” Levando-se em consideração as afirmações an-
Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com adaptações). teriores, relativas à estrutura econômica do Brasil
Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abo- por ocasião da independência política (1822), é
lição da escravatura foi o resultado de uma luta: correto afirmar que o país:
a) de ideias, associada a ações contra a or- a) se industrializou rapidamente devido ao de-
ganização escravista, com o auxílio de pro- senvolvimento alcançado no período colo-
prietários que libertavam seus escravos, de nial.
estadistas e da ação da família imperial. b) extinguiu a produção colonial baseada na es-
b) de classes, associada a ações contra a or- cravidão e fundamentou a produção no tra-
ganização escravista, que foi seguida pela balho livre.
ajuda de proprietários que substituíam os c) se tornou dependente da economia europeia
escravos por assalariados, o que provocou por realizar tardiamente sua industrialização
a adesão de estadistas e, posteriormente, em relação a outros países.
ações republicanas. d) se tornou dependente do capital estrangeiro,
c) partidária, associada a ações contra a or- que foi introduzido no país sem trazer ganhos
ganização escravista, com o auxílio de pro- para a infraestrutura de serviços urbanos.
prietários que mudavam seu foco de investi- e) teve sua industrialização estimulada pela
mento e da ação da família imperial. Grã-Bretanha, que investiu capitais em vá-
rios setores produtivos.

52
HISTÓRIA DO BRASIL

QUESTÃO 10 (ENEM 2007) b) eficaz e responsável pela liberdade dos po-


vos, porque garantia a representação da
sociedade nas duas esferas do poder legis-
lativo.
c) arbritário, porque permitia ao Imperador dis-
solver a Câmara dos Deputados, o poder
representativo da sociedade.
d) neutro e fraco, especialmente nos momen-
tos de crise, pois era incapaz de controlar
os deputados representantes da Nação.
Considerando a linha do tempo acima e o proces- e) capaz de responder às exigências políticas
so de abolição da escravatura no Brasil, assinale da nação, pois supria as deficiências da re-
a opção correta. presentação política.
a) O processo abolicionista foi rápido porque
recebeu a adesão de todas as correntes po- QUESTÃO 12 (Enem 2000) - O texto abaixo foi
líticas do país. extraído de uma crônica de Machado de Assis e
b) O primeiro passo para a abolição da escra- refere-se ao trabalho de um escravo.
vatura foi a proibição do uso dos serviços “Um dia começou a guerra do Paraguai e durou
das crianças nascidas em cativeiro. cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava e
c) Antes que a compra de escravos no exterior repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando
fosse proibida, decidiu-se pela libertação se decretou o ventre livre dos escravos, João é
dos cativos mais velhos. que repicou. Quando se fez a abolição completa,
d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a
concluiu o processo abolicionista, tornando república. João repicou por ela, repicara pelo Im-
ilegal a escravidão no Brasil. pério, se o Império retornasse.”
e) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de (MACHADO, Assis de.Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)
Queirós bloqueou a formulação de novas A leitura do texto permite afirmar que o sineiro
leis antiescravidão no Brasil. João:
a) por ser escravo tocava os sinos, às escon-
QUESTÃO 11 (ENEM 2004) - Constituição de didas, quando ocorriam fatos ligados à Abo-
1824: lição.
“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do
organização política, e é delegado privativamente Império, visto que era escravo.
ao Imperador. (...) para que incessantemente vele c) tocou os sinos pela República, proclamada
sobre a manutenção da Independência, equilí- pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
brio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) d) tocava os sinos quando ocorriam fatos mar-
dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos cantes porque era costume fazê-lo.
em que o exigir a salvação do Estado.” e) tocou os sinos pelo retorno do Império, co-
Frei Caneca: memorando a volta da Princesa Isabel.
“O Poder Moderador da nova invenção maquia-
vélica é a chave mestra da opressão da nação QUESTÃO 13 (Enem 1999) - Viam-se de cima as
brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos casas acavaladas umas pelas outras, formando
povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câ- ruas, contornando praças. As chaminés principia-
mara dos Deputados, que é a representante do vam a fumar, deslizavam as carrocinhas multico-
povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o res dos padeiros; as vacas de leite caminhavam
Senado, que é o representante dos apaniguados como seu passo vagaroso, parando à porta dos
do imperador.” fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques
(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição) vendiam café a homens de jaqueta e chapéu de-
Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido sabado; cruzavam-se na rua os libertinos retar-
pela Constituição outorgada pelo Imperador em dios com os operários que se levantavam para a
1824 era: obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros
a) adequado ao funcionamento de uma monar- de água, o rodar monótono dos bondes.
quia constitucional, pois os senadores eram (AZEVEDO, Aluísio de.Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)

escolhidos pelo Imperador. O trecho, retirado de romance escrito em 1884,

53
HISTÓRIA DO BRASIL

descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte gócios dos cafeicultores paulistas, sobretudo na
contexto: questão da cobrança de impostos, onde São Pau-
a) a convivência entre elementos de uma eco- lo, era a província que mais pagava imposto e ao
nomia agrária e os de uma economia indus- mesmo tempo, o que menos tinha retorno.
trial indicam o início da industrialização no 3.5 - São Paulo tinha uma representatividade na
Brasil, no século XIX. Assembléia Geral do Império, bem distante da
b) desde o século XVIII, a principal atividade sua importância econômica para o país.
da economia brasileira era industrial, como 3.6 - A fundação do Partido Republicano Paulista
se observa no cotidiano descrito. (PRP) e o apoio dos paulistas ao federalismo e a
c) apesar de a industrialização Ter-se iniciado república.
no século XIX, ela continuou a ser uma ati- 3.7 - Tardio apoio à abolição da escravatura.
vidade pouco desenvolvida no Brasil. 3.8 - Havia dois grupos políticos republicanos:
d) apesar da industrialização, muitos operários a - evolucionistas: defendiam que a transição do
levantavam cedo, porque iam diariamente império para a república deveria ser calma, sem
para o campo desenvolver atividades rurais. agitações populares, e todo o processo comanda-
e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano do pelas classes superiores.
apresentado no texto, ignora a industrializa- b -revolucionários:queriam que a república che-
ção existente na época. gasse através de uma revolução popular.Defen-
dia os direitos, a cidadania, a liberdade e a igual-
A PRIMEIRA REPÚBLICA OU REPÚBLICA VE- dade.
LHA - 1889 - 1930 c - Revolta do Vintém: direito de cidadania vs. li-
CONTEXTO HISTÓRICO: beralismo político.
O Estado imperial brasileiro tinha duas funções A QUESTÃO MILITAR:
principais: administrar o país e manter a “ordem”, 4.1 - Série de desentendimentos entre o impera-
ou seja, evitar revoltas populares a fim de garantir dor o exército brasileiro.
a manutenção do latifúndio e da escravidão. 4.2 - Após a Guerra do Paraguai o imperador não
Transformações econômicas: transição do traba- compareceu as festividades organizadas pelo
lho escravo para o trabalho livre, os cafeicultores exército.
paulistas estavam insatisfeitos com o governo im- 4.3 - O governo imperial condenou a homenagem
perial, pois este não representava seus interes- feita pelos militares ao jangadeiro Francisco do
ses políticos, econômicos e sociais. Nascimento, por este ter liderado uma greve dos
O sistema republicano passou a ser sinônimo de jangadeiros cearenses contra o transporte de es-
modernidade, o pensamento positivista em muito cravos.
cooperou pra essa realidade, pois na Escola Mi- 4.4 - os militares foram proibidos de expressar
litar do Rio de Janeiro, muitos professores eram suas opiniões pelos jornais.
adeptos da filosofia de Auguste Comte, e acaba- 4.5 - Influenciados pelo positivismo os militares
vam influenciando seus alunos. aderiram à causa republicana.
MUDANÇAS NA ECONOMIA: 4.6 - Deodoro da Fonseca rompeu com o impera-
2.1 - O Oeste Paulista assumiu a liderança na dor e negou-se a punir militares que haviam feito
produção e exportação de café, ultrapassando o criticas abertas ao governo imperial.
Vale do Paraíba (RJ). A QUESTÃO RELIGIOSA:
2.2 - Aumento dos investimentos ingleses no Bra- 5.1 - O controle imperial sobre a Igreja Católica
sil. através do beneplácito, previsto pela constituição
O OESTE PAULISTA: de 1824, levou a um choque entre o imperador e
3.1 - O desenvolvimento econômico do oeste a Igreja.
paulista embasou a lenta construção do capitalis- 5.2 - O papa Pio IX condenou a maçonaria e proi-
mo brasileiro. biu a participação de católicos nessa fraternidade,
3.2 - Os cafeicultores tornaram-se investidores exigindo que fossem expulsos todos os maçons
de vários setores que simbolizavam o desenvol- da Igreja católica.
vimento e a modernidade naquela época, como, 5.3 - D. Pedro II, anulou a validade da lei no Bra-
indústrias, ferrovias, ações de empresas etc. sil, porém dois bispos, o de Olinda e o de Belém,
3.3 - O Porto de Santos tornou-se o mais impor- obedeceram ao papa, e acabaram presos a man-
tante do Brasil, superando o do Rio de Janeiro. do do imperador, tal fato provocou a neutralidade
3.4 - O unitarismo do império prejudicava os ne- da Igreja Católica nas questões políticas que le-

54
HISTÓRIA DO BRASIL

varam a queda do império. revolução obra exclusiva da população livre. É no


A QUESTÃO ABOLICIONISTA: Parlamento e não em fazendas ou quilombos do
6.1 - Isolado politicamente pelo exército e pela interior, nem nas ruas e praças das cidades, que
Igreja, sem apoio popular, restava ao imperador se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
apenas a tradicional aliança com os cafeicultores NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifo-
lha 2000 (adaptado).
do Vale do Paraíba (RJ e SP).
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto
6.2 - Com a abolição perdeu o último apoio que
político sobre como deveria ocorrer o fim da es-
lhe restava.
cravidão no Brasil, no qual:
A QUEDA:
a) copiava o modelo haitiano de emancipação
7.1 - No dia 15 de novembro de 1889, o marechal
negra.
Deodoro da Fonseca, apoiado pelos cafeicultores
b) incentivava a conquista de alforrias por meio
paulistas, o exército e as camadas média urba-
de ações judiciais.
nas do Rio de Janeiro, depôs o governo imperial
c) optava pela via legalista de libertação.
e proclamou a república dos Estados Unidos do
d) priorizava a negociação em torno das inde-
Brasil.
nizações aos senhores.
e) antecipava a libertação paternalista dos ca-
EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADO
tivos.
QUESTÃO 01 (ENEM 2013) - Ninguém desco-
nhece a necessidade que todos os fazendeiros
QUESTÃO 03 (ENEM 1999) - Viam-se de cima as
têm de aumentar o número de seus trabalhado-
casas acavaladas umas pelas outras, formando
res. E como até há pouco supriam-se os fazendei-
ruas, contornando praças. As chaminés principia-
ros dos braços necessários? As fazendas eram
vam a fumar, deslizavam as carrocinhas multico-
alimentadas pela aquisição de escravos, sem o
res dos padeiros; as vacas de leite caminhavam
menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os
como seu passo vagaroso, parando à porta dos
fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e
fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques
se é possível obtê-los ainda, posto que de outra
vendiam café a homens de jaqueta e chapéu de-
qualidade, por que motivo não hão de procurar
sabado; cruzavam-se na rua os libertinos retar-
alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua
dios com os operários que se levantavam para a
custa?
Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao
obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros
Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São
Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).
de água, o rodar monótono dos bondes.
(AZEVEDO, Aluísio de.Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)
O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar
O trecho, retirado de romance escrito em 1884,
do Império refere-se às mudanças então em cur-
descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte
so no campo brasileiro, que confrontam o Estado
contexto:
e a elite agrária em torno do objetivo de:
a) a convivência entre elementos de uma eco-
a) fomentar ações públicas para ocupação das
nomia agrária e os de uma economia indus-
terras do interior.
trial indicam o início da industrialização no
b) adotar o regime assalariado para proteção
Brasil, no século XIX.
da mão de obra estrangeira.
b) desde o século XVIII, a principal atividade
c) definir uma política de subsídio governa-
da economia brasileira era industrial, como
mental para o fomento da imigração.
se observa no cotidiano descrito.
d) regulamentar o tráfico interprovincial de cati-
c) apesar de a industrialização Ter-se iniciado
vos para a sobrevivência das fazendas.
no século XIX, ela continuou a ser uma ati-
e) financiar afixação de famílias camponesas
vidade pouco desenvolvida no Brasil.
para estímulo da agricultura de subsistên-
d) apesar da industrialização, muitos operários
cia.
levantavam cedo, porque iam diariamente
para o campo desenvolver atividades rurais.
QUESTÃO 02 (Enem 2013) - A escravidão não
e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano
há de ser suprimida no Brasil por uma guerra
apresentado no texto, ignora a industrializa-
servil, muito menos por insurreições ou atenta-
ção existente na época.
dos locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma
guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela
poderia desaparecer, talvez, depois de uma re-
volução, como aconteceu na França, sendo essa

55
HISTÓRIA DO BRASIL

QUESTÃO 04 (UERJ 2014) era exportado em larga escala.


Sobre o assunto assinale a alternativa correta.
a) Os primeiros cafezais para exportação con-
centraram-se no Vale do Rio Paraíba no es-
tado do Rio de Janeiro e no oeste de São
Paulo.
b) O trabalho assalariado foi a principal forma
de uso da mão de obra nesta etapa inicial.
c) Na medida em que as boas terras do vale
do Paraíba foram esgotando-se o plantio
do café deslocou-se para o Espírito Santo
e Bahia.
d) Na segunda metade do século XIX o café já
era o principal produto de exportação com
largo crescimento em São Paulo.
e) Os governos dos estados produtores opta-
ram por não proteger a agricultura do café,
para manter os princípios da não interven-
ção.

QUESTÃO 06 (CEFET MG 2014) - No dia 01 de


A restituição da passagem janeiro de 1880, uma massa popular concentrou-
As famílias chegadas a Santos com passagens se nos arredores do Largo de São Francisco, no
de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a Rio de Janeiro, protestando contra a entrada em
45 anos, sendo agricultores e destinando-se à la- vigor de uma taxa de 20 réis, um vintém, sobre o
voura do estado de São Paulo, como colonos nas serviço de bondes puxados a burro. O vintém era
fazendas ou estabelecendo-se por conta própria moeda de cobre, a de menor valor da época. O de-
em terras adquiridas ou arrendadas de particula- legado que comandava as tropas da polícia pediu
res ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, reforços ao Exército, mas, antes que a ajuda che-
podem obter a restituição da quantia que tiverem gasse, ordenou à polícia que dispersasse a mul-
pago por suas passagens. tidão a cacetadas. A um grito de “Fora o vintém!”,
Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908
os manifestantes começaram a espancar condu-
tores, esfaquear mulas, virar bondes e arrancar
A publicação da revista O immigrante fazia parte
trilho. Com a chegada do Exército, alguns mais
das ações do governo de São Paulo que tinham
exaltados passaram a arrancar paralelepípedos
como objetivo estimular, no final do século XIX e
e atirá-los contra os soldados. Um deles atingiu
início do XX, a ida de imigrantes para o estado.
o comandante da tropa. O oficial descontrolou-se
Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como
e ordenou fogo contra a multidão. As estatísticas
indica o texto.
de mortos e feridos são imprecisas. Falou-se em
Essa diretriz paulista era parte integrante da polí-
15 a 20 feridos e em três a dez mortos. A mul-
tica nacional da época que visava à garantia da:
tidão dispersou-se e, salvo pequenos distúrbios
a) oferta de mão de obra para a cafeicultura
nos três dias seguintes, o motim do vintém havia
b) ampliação dos núcleos urbanos no interior
terminado. A cobrança da taxa passou a ser qua-
c) continuidade do processo de reforma agrá-
se aleatória. As próprias companhias de bondes
ria
pediam ao governo que a revogasse. Desmora-
d) expansão dos limites territoriais da federa-
lizado, o ministério caiu a 28 de março. O novo
ção
ministério revogou o desastrado tributo.
CARVALHO, José Murilo de. A guerra do vintém. Disponível em: <http://www.revistadehis-
QUESTAO 05 (UNIFOR 2014) - O café foi introdu- toria.com.br> Acesso em: 31 jul. 2013 (Adaptado).

zido no Brasil no início do século XVIII para con- A eclosão da chamada Guerra do Vintém, descri-
sumo doméstico. Com o avanço da Revolução In- ta no texto acima, está relacionada com a(o):
dustrial, na Europa e depois nos Estados Unidos, a) descaso dos cidadãos cariocas com a con-
a agricultura do café expandiu-se rapidamente e servação das vias públicas.
na terceira década do século XIX este produto já b) aversão da população contra o monopólio

56
HISTÓRIA DO BRASIL

português do comércio varejista. dos efeitos duradouros da agricultura, espe-


c) hostilidade do povo com o recrutamento for- cialmente do café.
çado para as tropas nacionais. c) a nacionalização do subsolo brasileiro, pre-
d) desilusão dos moradores com a atuação sente na Constituição imperial, impulsionou
das forças armadas brasileiras. os investimentos privados na exploração
e) descontentamento de segmentos sociais mineral, conjuntamente com os incentivos
com a carestia do transporte urbano. governamentais na criação de estaleiros.
d) ocorreu uma rápida modernização dos gran-
QUESTÃO 07 (Uepb 2014) - O café é uma bebi- des engenhos de açúcar do Nordeste em
da mundialmente conhecida. No Brasil, as primei- função dos financiamentos ingleses e, em
ras sementes chegaram no século XVIII e foram 1851, fundou-se um banco estatal de de-
introduzidas no Pará por Francisco Melo Palheta. senvolvimento.
Assinale a alternativa correta: e) acertou-se com a Inglaterra a renovação
a) Produtores e investidores do café no Oeste dos Tratados de 1827, que ofereciam tarifas
Paulista passaram a ter maior sintonia com privilegiadas aos ingleses e estes, em con-
as tendências capitalistas, o que inicialmen- trapartida, proporcionavam transferência de
te era apresentado pela base produtiva es- tecnologia industrial.
cravista foi sendo substituído pelo trabalho
livre. QUESTÃO 09 (G1 CFTMG 2014) - Analise a
b) Os fazendeiros do Vale do Paraíba tinham charge publicada em 1887.
uma visão empresarial moderna, e utiliza-
vam da própria lucratividade do café para
investir em outras atividades econômicas.
c) A atividade cafeicultora em expansão no
Oeste Paulista não incentivou o crescimen-
to urbano na segunda metade do século
XIX porque o Brasil tinha uma população
efetivamente rural.
d) O sistema de parcerias implementado pelo
senador Vergueiro resolveu a questão da
mão de obra da produção cafeeira, prospe-
rando até o século XX.
e) O sucesso da economia cafeeira no sécu-
lo XIX se deve ao fato de este produto ter
atendido exclusivamente o mercado inter-
no. Nela, o artista retrata o imperador Dom Pedro II
como um governante omisso:
QUESTÃO 08 (FGV 2014) - Somente a partir de a) diante dos graves problemas da nação pu-
1850 vai se observar um maior dinamismo no de- blicados pelos jornais.
senvolvimento econômico do país em geral e de b) acerca das notícias sobre as pressões ingle-
suas manufaturas, em particular. O crescimento sas pelo fim do tráfico.
do número de empresas industriais se faria com c) frente à onda de manifestações feministas
relativa rapidez. divulgadas pela imprensa.
Mas o que provocaria essas mudanças? d) diante das manchetes diárias sobre a des-
(Sonia Mendonça, A industrialização brasileira. p. 12) truição das matas nacionais.
É correto responder à indagação afirmando que:
a) a Câmara dos Deputados aprovou medidas QUESTÃO 10 (FGVRJ 2013) - A história da cons-
restritivas às importações, como a proibição trução do Estado brasileiro na primeira metade do
da entrada de mercadorias similares às já século XIX foi a história da tensão entre unidade e
produzidas no país, e também criou a pri- autonomia. Por outro lado, no interior do Estado,
meira política industrial brasileira. de elites com fortes vínculos com os interesses
b) houve a importante contribuição do fim do de sua região de origem e ao mesmo tempo com-
tráfico de escravos para o Brasil, que pos- prometidas com uma determinada política nacio-
sibilitou a disponibilidade de capitais, além nal, pautada pela negociação destes interesses e

57
HISTÓRIA DO BRASIL

pela manutenção da exclusão social, marcou não a) Questionamentos quanto a sua permanên-
apenas o século XIX, como também o século XX. cia na presidência sem novas eleições.
Através do parlamento essas elites regionais têm b) Boas estratégias: aliou-se ao PRP no Con-
imposto uma determinada dinâmica para o jogo gresso; apoio dos funcionários públicos e
político que se materializa na imensa dificuldade das camadas médias populares; uso da for-
de empreender reformas sociais profundas. ça contra seus adversários e a imprensa.
Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo:
Globo, 2005, p. 11-12.
c) Enfrentou e venceu dois levantes milita-
res: Revolta da Armada (RJ) e a Revolta
De acordo com o ponto de vista apresentado no
Federalista(RS)
texto:
a) a história brasileira é marcada por práticas
3. A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA:
de tolerância política acentuadas nas últi-
3.1) Os grandes latifundiários assumiram o con-
mas décadas com a redemocratização do
trole da república a partir do governo de Prudente
país.
de Morais, cafeicultor paulista e civil.
b) o parlamento é a única instituição política
3.2) Cada Estado tinha uma ou umas poucas fa-
imune aos interesses e ao controle das eli-
mílias ricas e poderosas que controlavam a políti-
tes regionais brasileiras.
ca e a economia local.
c) as profundas reformas sociais só foram pos-
3.3)Dicionário da “república velha”:
síveis graças às transformações políticas
a) Clientelismo eleitoral: eram as relações ba-
ocorridas na primeira metade do século XIX
seadas na troca de favores em todos os âm-
no Brasil.
bitos da política, desde o eleitor que vende
d) a dinâmica política do Estado nacional se
seu voto até o presidente que corrompe e é
constituiu com base em negociações entre
corrompido pelos governadores na manipu-
as elites regionais e a exclusão social de
lação das verbas e cargos públicos.
outros setores.
b) Coronelismo: controle político-econômico
e) as características descritas sobre o Estado
local que os grandes proprietários de terras
revelam a supremacia do Poder Judiciário
exerciam sob uma cidade ou determinada
sobre o Poder Legislativo na história política
região. O voto de cabresto e o curral eleito-
brasileira.
ral estão ligados a esse fenômeno político.
c) Voto de cabresto: nome dado ao voto resul-
A REPÚBLICA VELHA
tante da coação financeira ou física do elei-
1. CONTEXTO HISTÓRICO:
tor por parte das lideranças políticas locais.
1.1. República: um novo regime com velhos cos-
d) Curral eleitoral: conjunto de eleitores sob o
tumes e velhos políticos.
controle de um coronel.
1.2. E o povo?
e) Política dos governadores: nome dado à
1.3. Grupos políticos e modelos: positivistas, libe-
prática política de apoio mútuo e incondi-
rais, republicanos radicais, militares, fazendeiros
cional entre os governadores e o presidente
paulistas e camadas médias urbanas.
da república, através do qual o clientelis-
2. A REPÚBLICA DA ESPADA:
mo eleitoral era posto em prática de forma
2.1) Governo de Deodoro da Fonseca:
aberta e incondicional, com a negociação
a) Medidas imediatas
de cargos e verbas públicas.
b) A constituição de 1891: tripartição dos pode-
f) Política do café com leite: aliança entre os
res; voto aberto para todos os homens alfa-
estados de São Paulo e Minas Gerais, cujo
betizados, excetuando-se padres, soldados
objetivo era a manutenção de suas elites no
e mendigos; federalismo; separação entre
controle do cargo de presidente da repúbli-
Igreja e Estado.
ca, a fim de garantir a permanente política
c) Encilhamento: plano econômico; estimu-
de valorização do café, o principal produto
lar à indústria, emissão de papel moeda;
produzido em ambos os estados.
fraudes;inflação.
3.4) Constante política de valorização do café:
d) Autoritarismo presidencial provoca choques
a) compra de estoques e do excedente - Exem-
com o Congresso, a imprensa, cafeicultores
plo: Convênio de Taubaté
paulistas, marinha e parte do exército.
b) desvalorização da moeda nacional
e) Crise, pressão e renúncia.
4. O APOGEU DA BORRACHA NA AMAZÔNIA:
2.2) Governo de Floriano Peixoto:
4.1) O látex da seringueira é a matéria-prima para

58
HISTÓRIA DO BRASIL

borracha, misturado ao enxofre. 3. JUAZEIRO DO NORTE E O PADRE CÍCERO:


4.2) Matéria-prima para indústria mundial. 3.1. Ajuda fundamental a milhares de flagelados
4.3) Riqueza, poder e desperdício. das secas dos sertões nordestinos.
4.4) Os ingleses levaram seringueiras para Ásia 3.2. Aliança política com os oligarcas da família
e passaram a concorrer com o Brasil no mercado Accioly.
mundial, provocando uma queda no preço inter- 3.3. O “coronel de batinas” fazia parte do sistema
nacional da borracha. clientelista.
5. SURTO INDUSTRIAL: 4. CANUDOS:
5.1) Nenhum incentivo do governo devido ao trau- 4.1. Fundação: arraial de camponeses; Antônio
ma do Encilhamento. Conselheiro (profeta popular).
5.2) Investidores: cafeicultores paulistas e imi- 4.2. Características: trabalho e propriedade co-
grantes. munitários.
5.3) Primeiras áreas industriais: 4.3. Motivações para o ataque a Canudos:
a) São Paulo: a riqueza do café a) os coronéis: não gostavam da autonomia
b) Rio de Janeiro: maior e mais rica cidade do dos sertanejos.
país. b) a Igreja Católica: condenava os pregadores
5.4) Pequenas fábricas de bens de consumo não- independentes.
durávies e semi-duráveis c) o governo federal: os discursos contra a re-
a) mão de obra predominantemente de imi- pública feitos por Antônio Conselheiro.
grantes. 4.3. A heroica resistência dos camponeses: táti-
6. O IMPERIALISMO NA REPÚBLICA VELHA: cas de guerrilha.
(6.1) Atuação maciça no setor de serviços: ban- 4.4. A destruição e o “exemplo”.
cos, bondes, iluminação pública, comércio, etc. 5. CONTESTADO:
(6.2) Predomínio do capital inglês até a primeira 5.1. Fundação: messianismo; “monge” José Ma-
guerra mundial; aumento da presença norte-ame- ria; igualdade; acesso a terra.
ricana, que ultrapassou os investimentos ingleses 5.2. Motivações para o ataque:
após a década de 20 do século XX. a) Empresas estrangeiras que exploravam
madeira e ferrovias invadiram as terras dos
REBELIÕES NA REPÚBLICA VELHA camponeses, gerando conflitos na região.
1. CONTEXTO HISTÓRICO: b) Igreja Católica: condenava os pregadores
1.1. Poder absoluto dos latifundiários no comando independentes
da república. c) Os coronéis: não gostavam da autonomia
1.2. Miséria absoluta do trabalhador brasileiro dos sertanejos.
1.3. A situação no campo: d) O governo federal defendeu os interesses
a) Concentração e “grilagem” de terras. das empresas estrangeiras que trabalha-
b) Superexploração e miséria dos campone- vam para ele.
ses: “meia” e “cambão” 5.3. O massacre.
c) Movimentos messiânicos e o catolicismo 6. REVOLTA DA VACINA:
sertanejo. 6.1. Contexto: “modernização” da cidade do Rio
1.4. A situação na cidade: de Janeiro através de um amplo projeto de reur-
a) Tentativa de construção da “modernidade” banização e higienização da cidade, sobretudo
burguesa, espelhada na Inglaterra, França na região central e do porto.
e EUA. 6.2. Alargamento de ruas, construção de praças e
b) Desemprego; baixos salários; ausência total derrubada de cortiços.
de direitos trabalhistas; vida miserável (cor- 6.3. Os pobres sobem os morros.
tiços). 6.4. Epidemias: febre amarela, varíola e peste bu-
c) Início do movimento operário. bônica.
2. O CANGAÇO: 6.5. Oswaldo Cruz e a vacinação obrigatória.
2.1. Banditismo social: indivíduos que diante da 6.6. A resistência do povo e a imposição estatal
miséria da vida e do abandono pleno do Estado, pela violência.
optaram pela vida do crime. 7. SITUAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA:
2.2. Típico dos sertões nordestinos 7.1. Surgimento do proletariado brasileiro
2.3. Diferença entre cangaceiro e jagunço. 7.2. Exploração e miséria.
7.3. A resistência dos trabalhadores: greves; sin-

59
HISTÓRIA DO BRASIL

dicatos; jornais; panfletos. 10. O FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA:


7.4. “A questão social é um caso de policia “Wa- 10.1. CONTEXTO HISTÓRICO:
shington Luís, presidente do Brasil (1926-1930): a) A crise econômica mundial que eclodiu com
a) Fazer greve era considerado crime comum. a quebra da bolsa de Nova York em 1929,
b) Lei Adolfo Gordo era o reflexo mais visível da superprodução
7.5. O anarquismo no Brasil: de mercadorias do capitalismo liberal típico
a) Os anarquistas (libertários) organizaram os das grandes potências logo após a Primeira
primeiros sindicatos e greves do Brasil. Guerra Mundial.
b) Objetivavam acabar com o Estado e a pro- b) No Brasil a crise atingiu em cheio a lavou-
priedade privada. ra do café que tinha nos EUA, Inglaterra
c) Produziam uma cultura operária critica: tea- e França seus grandes compradores, que
tros, jornais e escolas próprios. agora estavam falidos e por isso não com-
d) Apesar da repressão do governo, muitos pravam mais o nosso café, levando cente-
patrões cediam às pressões operárias, au- nas de cafeicultores à falência.
mentando salários e reduzindo a carga ho- 10.2. AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE
rária de trabalho. 1929/1930:
7.6. Os comunistas do Brasil: a) Com a indicação de Júlio Prestes como o
a) Por que os comunistas consideravam-se candidato a presidência por São Paulo, o
melhores representantes dos trabalhadores presidente Washington Luís rompeu com a
do que os anarquistas? tradicional aliança do “café com leite”.
b) Fundação do Partido Comunista do Brasil b) Os políticos mineiros seguindo a orienta-
(PCB) ção do oligarca Antônio Carlos, passaram a
c) Doutrina marxista-leninista: revolução do apoiar a candidatura dissidente Getúlio Var-
proletariado, após o amadurecimento do gas, que também era um oligarca.
capitalismo brasileiro. c) A disputa eleitoral mais uma vez foi marcada
7.7. O governo e os patrões, aos poucos, passa- por fraudes e falcatruas de ambos os lados,
ram a aceitar a existência, e a negociação com os e a vitória foi de Júlio Prestes.
sindicatos. 10.3. A REVOLUÇÃO DE 1930:
a) os sindicatos amarelos e à assistência social. a) Com a eleição de mais um paulista para o
comando do país a população pobre das
8. O TENENTISMO: cidades e do campo aumentaram seus pro-
8.1. Jovens oficiais que queriam por fim ao domí- testos de tal maneira que o oligarca minei-
nio das oligarquias estaduais. ro Antônio Carlos temia que o povo fizesse
8.2. Detestavam: as oligarquias, a política do Ca- uma revolução e tomasse o poder.
fé-com-Leite, o atraso econômico, o coronelismo, b) O medo de alguns oligarcas diante das ma-
etc. nifestações populares e a tradição golpista
8.3. Queriam: nacionalismo vago; democracia ou dos militares tenentistas que apoiaram Ge-
ditadura; direitos trabalhistas. túlio Vargas, cooperou para o inicio do gol-
8.4. O presidente Artur Bernardes e a Marcha dos pe de Estado impetrado por Vargas e seus
Dezoito do Forte (1922) aliados em 1930.
8.5. As revoltas de 1924: SP e RS c) O assassinato de João Pessoa precipitou a
8.6. A Coluna Prestes “revolução de 1930”, apesar de não ter tido
9. REVOLTA DA CHIBATA: nenhuma ligação com as questões políticas
9.1. Motivos: Maus tratos físicos(chibatas); dificul- da época.
dades de ascensão na carreira militar; péssimas
condições de trabalho. EXERCÍCIOS REPÚBLICA VELHA
9.2. Ações militares: marinheiros tomaram de as- QUESTÃO 01 (ENEM 2014) - O problema cen-
salto navios de guerra e ameaçaram bombarde- tral a ser resolvido pelo Novo Regime era a or-
ar a cidade do Rio de Janeiro, caso não fossem ganização de outro pacto de poder que pudesse
atendidos em suas reivindicações. substituir o arranjo imperial com grau suficiente
9.3. Desfecho: acordo, rendição, cumprimento da de estabilidade. O próprio presidente Campos Sa-
palavra e traição. les resumiu claramente seu objetivo: “É de lá, dos
estados, que se governa a República, por cima
das multidões que tumultuam agitadas nas ruas

60
HISTÓRIA DO BRASIL

da capital da União. A política dos estados é a Manifestações culturais como o carnaval também
política nacional”. têm sua própria história, sendo constantemente
CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São
Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).
reinventadas ao longo do tempo. A atuação das
Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra
Nessa citação, o presidente do Brasil no período
que o carnaval representava um momento em
expressa uma estratégia política no sentido de:
que as:
a) governar com a adesão popular.
a) distinções sociais eram deixadas de lado
b) atrair o apoio das oligarquias regionais.
em nome da celebração.
c) conferir maior autonomia às prefeituras.
b) aspirações cosmopolitas da elite impediam
d) democratizar o poder do governo central.
a realização da festa fora dos clubes.
e) ampliar a influência da capital no cenário na-
c) liberdades individuais eram extintas pelas
cional.
regras das autoridades públicas.
d) tradições populares se transformavam em
QUESTÃO 02 (ENEM 2013) - Nos estados, entre-
matéria de disputas sociais.
tanto, se instalavam as oligarquias, de cujo perigo
e) perseguições policiais tinham caráter xenó-
já nos advertia Saint-Hilaire, e sob o disfarce do
fobo por repudiarem tradições estrangeiras.
que se chamou “a política dos governadores”. Em
círculos concêntricos esse sistema vem cumular
QUESTÃO 04 (ENEM 2011) - Até que ponto, a
no próprio poder central que é o sol do nosso sis-
partir de posturas e interesses diversos, as oli-
tema.
garquias paulista e mineira dominaram a cena
PRADO, P.Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
política nacional na Primeira República? A união
A crítica presente no texto remete ao acordo que de ambas foi um traço fundamental, mas que não
fundamentou o regime republicano brasileiro du- conta toda a história do período. A união foi feita
rante as três primeiras décadas do século XX e com a preponderância de uma ou de outra das
fortaleceu o(a) duas frações. Com o tempo, surgiram as discus-
a) poder militar, enquanto fiador da ordem eco- sões e um grande desacerto final.
nômica. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).

b) presidencialismo, com o objetivo de limitar o A imagem de um bem-sucedido acordo café com


poder dos coronéis. leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alter-
c) domínio de grupos regionais sobre a ordem nância de presidência entre os dois estados, não
federativa. passa de uma idealização de um processo muito
d) intervenção nos estados, autorizada pelas mais caótico e cheio de conflitos. Profundas di-
normas constitucionais. vergências políticas colocavam-nos em confronto
e) isonomia do governo federal no tratamento por causa de diferentes graus de envolvimento no
das disputas locais. comércio exterior.
TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de

QUESTÃO 03 (ENEM 2013) - No final do sécu- Janeiro: Record, 1989 (adaptado).

lo XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas Para a caracterização do processo político duran-


alcançaram ampla popularidade entre os foliões te a Primeira República, utiliza-se com frequência
cariocas. Tais sociedades cultivavam um preten- a expressão Política do Café com Leite. No en-
sioso objetivo em relação à comemoração car- tanto, os textos apresentam a seguinte ressalva
navalesca em si mesma: com seus desfiles de a sua utilização:
carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia
pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que con- paulista a prerrogativa de indicar os candi-
sistia em jogar água nos foliões) e outras práticas datos à presidência, sem necessidade de
difundidas entre a população desde os tempos alianças.
coloniais, substituindo-os por formas de diversão b) As divisões políticas internas de cada estado
que consideravam mais civilizadas, inspiradas da federação invalidavam o uso do conceito
nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém pa- de aliança entre estados para este período.
recia disposto a abrir mão de suas diversões para c) As disputas políticas do período contradi-
assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, ziam a suposta estabilidade da aliança en-
na visão dos seus animados praticantes, poderia tre mineiros e paulistas.
coexistir perfeitamente com os desfiles. d) A centralização do poder no executivo fede-
PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Socieda-
des carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras
ral impedia a formação de uma aliança du-
frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).

61
HISTÓRIA DO BRASIL

radoura entre as oligarquias. b) a consciência da população pobre sobre a


e) A diversificação da produção e a preocupa- necessidade de vacinação para a erradica-
ção com o mercado interno unificavam os ção das epidemias.
interesses das oligarquias. c) a garantia do processo democrático instau-
rado com a República, através da defesa da
QUESTÃO 05 (ENEM 2011) - Completamente liberdade de expressão da população.
analfabeto, ou quase, sem assistência médica, d) o planejamento do governo republicano na
não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limi- área de saúde, que abrangia a população
ta a ver figuras, o trabalhador rural, a não ser em em geral.
casos esporádicos, tem o patrão na conta de ben- e) o apoio ao governo republicano pela atitude
feitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e de vacinar toda a população em vez de pri-
pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que vilegiar a elite.
resultam, em grande parte, da nossa organização
econômica rural. QUESTÃO 07 (ENEM 2010) - As secas e o apelo
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).
econômico da borracha — produto que no final do
O coronelismo, fenômeno político da Primeira século XIX alcançava preços altos nos mercados
República (1889-1930), tinha como uma de suas internacionais — motivaram a movimentação de
principais características o controle do voto, o que massas humanas oriundas do Nordeste do Bra-
limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nes- sil para o Acre. Entretanto, até o início do sécu-
se período, esta prática estava vinculada a uma lo XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a
estrutura social: maioria da sua população fosse brasileira e não
a) igualitária, com um nível satisfatório de dis- obedecesse à autoridade boliviana. Para reagir
tribuição da renda. à presença de brasileiros, o governo de La Paz
b) estagnada, com uma relativa harmonia en- negociou o arrendamento da região a uma enti-
tre as classes. dade internacional, o BolivianSyndicate, iniciando
c) tradicional, com a manutenção da escravi- violentas disputas dos dois lados da fronteira. O
dão nos engenhos como forma produtiva conflito só terminou em 1903, com a assinatura
típica. do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil com-
d) ditatorial, perturbada por um constante clima prou o território por 2 milhões de libras esterlinas.
de opressão mantido pelo exército e polícia. Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov. 2008 (adaptado)

e) agrária, marcada pela concentração da terra Compreendendo o contexto em que ocorreram os


e do poder político local e regional. fatos apresentados, o Acre tornou-se parte do ter-
ritório nacional brasileiro:
QUESTÃO 06 (ENEM 2011) a) pela formalização do Tratado de Petrópolis,
que indenizava o Brasil pela sua anexação.
b) por meio do auxílio do BolivianSyndicateaos
emigrantes brasileiros na região.
c) devido à crescente emigração de brasileiros
que exploravam os seringais.
d) em função da presença de inúmeros imi-
grantes estrangeiros na região.
e) pela indenização que os emigrantes brasi-
leiros pagaram à Bolívia.

QUESTÃO 08 (ENEM 2010) - As ruínas do povo-


ado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além
A imagem representa as manifestações nas ruas de significativas para a identidade cultural, dessa
da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década região, são úteis às investigações sobre a Guerra
do século XX, que integraram a Revolta da Va- de Canudos e o modo de vida dos antigos revol-
cina. Considerando o contexto político-social da tosos. Essas ruínas foram reconhecidas como pa-
época, essa revolta revela: trimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do
a) a insatisfação da população com os bene- Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque
fícios de uma modernização urbana autori- reúnem um conjunto de:
tária. a) objetos arqueológicos e paisagísticos.

62
HISTÓRIA DO BRASIL

b) acervos museológicos e bibliográficos. I – Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multi-


c) núcleos urbanos e etnográficos dão!
d) práticas e representações de uma socieda- É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.
de. ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In:
CARVALHO. J. M. C. A formação das almas: O imaginário da Republica no
e) expressões e técnicas de uma sociedade
Brasil. São Paulo: Companhiadas Letras, 1990.
extinta.
A 1ª República brasileira, nos seus primórdios,
QUESTÃO 09 (ENEM 2010) - A serraria construía precisava constituir uma figura heroica capaz de
ramais ferroviários que adentravam as grandes congregar diferenças e sustentar simbolicamente
matas, onde grandes locomotivas com guindas- o novo regime. Optando pela figura de Tiraden-
tes e correntes gigantescas de mais de 100 me- tes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou
tros arrastavam, para as composições de trem, as Bento Gonçalves. A transformação do inconfiden-
toras que jaziam abatidas por equipes de traba- te em herói nacional evidencia que o esforço de
lhadores que anteriormente passavam pelo local. construção de um simbolismo por parte da Repú-
Quando o guindaste arrastava as grandes toras blica estava relacionado:
em direção à composição de trem, os ervais nati- a) ao caráter nacionalista e republicano da
vos que existiam em meio às matas eram destru- Inconfidência, evidenciado nas ideias e na
ídos por este deslocamento. atuação de Tiradentes.
MACHADO P. P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp. 2004 b) à identificação da Conjuração Mineira como
(adaptado). o movimento precursor do positivismo bra-
No início do século XX, uma série de empreen- sileiro.
dimentos capitalistas chegou à região do meio- c) ao fato de a proclamação da República ter
-oeste de Santa Catarina – ferrovias, serrarias e sido um movimento de poucas raízes popu-
projetos de colonização. lares, que precisava de legitimação.
Os impactos sociais gerados por esse processo d) à semelhança física entre Tiradentes e Je-
estão na origem da chamada Guerra do Contes- sus, que proporcionaria, a um povo católico
tado. Entre tais impactos, encontrava-se: como o brasileiro, uma fácil identificação.
a) a absorção dos trabalhadores rurais como e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves
trabalhadores da serraria, resultando em terem liderado movimentos separatistas no
um processo de êxodo rural. Nordeste e no Sul do país.
b) o desemprego gerado pela introdução das
novas máquinas, que diminuíam a necessi- QUESTÃO 11 (ENEM 2010) - O artigo 402 do
dade de mão de obra. Código Penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas
c) a desorganização da economia tradicional, ruas e praças públicas exercícios de agilidade e
que sustentava os posseiros e os trabalha- destreza corporal, conhecidos pela denominação
dores rurais da região. de capoeiragem: andar em correrias, com armas
d) a diminuição do poder dos grandes coronéis ou instrumentos capazes de produzir uma lesão
da região, que passavam disputar o poder corporal, provocando tumulto ou desordens.
político com os novos agentes. Pena: Prisão de dois a seis meses.
e) o crescimento dos conflitos entre os operá- SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro:
1850-1890. Rio de Janeiro: SecretariaMunicipal de Cultura, 1994 (adaptado).
rios empregados nesses empreendimentos
e os seus proprietários, ligados ao capital O artigo do primeiro Código Penal Republica-
internacional. no naturaliza medidas socialmente excludentes.
Nesse contexto, tal regulamento expressava:
QUESTÃO 10 (ENEM 2010) - I – Para consolidar- a) a manutenção de parte da legislação do Im-
-se como governo, a República precisava eliminar pério com vistas ao controle da criminalida-
as arestas, conciliar-se com o passado monar- de urbana.
quista, incorporar distintas vertentes do republi- b) a defesa do retorno do cativeiro e escravi-
canismo. Tiradentes não deveria ser visto como dão pelos primeiros governos do período
herói republicano radical, mas sim como herói cí- republicano.
vico religioso, como mártir, integrador, portador da c) o caráter disciplinador de uma sociedade
imagem do povo inteiro. industrializada, desejosa de um equilíbrio
CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da Re- entre progresso e civilização.
publica no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. d) a criminalização de práticas culturais e a

63
HISTÓRIA DO BRASIL

persistência de valores que vinculavam cer-


tos grupos ao passado de escravidão.
e) o poder do regime escravista, que mantinha
os negros como categoria social inferior,
discriminada e segregada.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C A B C C B D A C D
11 12 13
C D A

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTAR


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B C D C E A C A C C
11
D

64
HISTÓRIA GERAL

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM puta por territórios mais ricos em recursos


QUESTÃO 01 ATUALIDADES - A indisciplina fis- minerais e por questões históricas.
cal e o descontrole das contas públicas em países d) O petróleo encontrado na região é um fator
da zona do euro, em particular na Grécia notada- de forte impulso ao desenvolvimento eco-
mente a partir de 2008 em uma forte crise econô- nômico e de melhorias no campo social, de-
mica, arrastaram o bloco para uma crise financei- vido à justa distribuição de seus recursos.
ra sem precedentes. Após a revelação de que os e) O radicalismo islâmico, antes reduzido ao
gregos maquiavam seu nível de endividamento, conflito árabe/judeu, amplia-se numa série
títulos soberanos de diversos países da zona do de conflitos no Afeganistão, Irã, Iraque, ge-
euro foram rebaixados pelas agências de risco, rando uma falsa polaridade oriente-ociden-
e a moeda comum caiu ao nível mais baixo em te, pondo em destaque o Al Qaeda, liderado
quatro anos. Para tirar a Grécia do buraco, União por Osama Bin Laden, morto recentemente.
Europeia e FMI impõe um duro e impopular pla-
no de austeridade, a que condicionam o socorro QUESTÃO 03 - Sobre a China, uma das civiliza-
financeiro. Sobre esse assunto, assinale a alter- ções mais antigas do mundo, é CORRETO afir-
nativa CORRETA. mar que:
a) Os governos dos principais países euro- a) desde a fundação da República Popular, a
peus, tais como França e Alemanha, têm China é governada por um sistema pluripar-
evitado maior envolvimento na busca por tidário e inspira atitudes bélicas que visam à
uma solução para a crise econômica grega. expansão territorial;
b) Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha b) com uma população superior a 1 bilhão de
são países que tiveram elevados gastos pú- habitantes, a maior do planeta, a China ocu-
blicos, mas, o déficit orçamentário é reduzi- pa um território da Ásia inferior à superfície
do ante o tamanho de suas economias. ocupada pelo Brasil, mesmo incluído o terri-
c) Dentre os países europeus em crise, a Es- tório de Taiwan;
panha é o que apresenta em pior situação, c) embora o governo chinês adote uma política
pois, além de apresentar uma pequena eco- de planejamento familiar que procura limitar
nomia em relação à Itália e à Grécia, possui o número de filhos das famílias, no sécu-
elevada taxa de desemprego. lo XXI a população chinesa ultrapassou a
d) Na Grécia, país com maior relação déficit/ marca de 1,3 bilhão de habitantes;
PIB entre os países europeus, surgiram vá- d) governada por um governo democrático a
rias manifestações dos sindicatos em de- China tem uma economia que permite a ex-
corrência da redução de salários e aumento portação de um grande volume de produtos
de impostos, como forma de contenção de manufaturados e industriais;
gastos. e) As conquistas econômicas chinesas foram
e) A crise pela qual várias economias europeias acompanhadas por importantes reformas
vêm passando, são reflexo da crise que afe- democráticas que garantiram uma maior
tou os Estados Unidos em 2008, uma vez participação política e respeito pleno aos di-
que os EUA tinham Grécia, Itália, Espanha reitos humanos.
e Portugal como principais credores.
QUESTÃO 04 - O governo de Luís Inácio Lula da
QUESTÃO 02 - Sobre o Oriente Médio, assinale Silva foi importante para a consolidação da de-
a proposição INCORRETA. mocracia no Brasil, dado que nenhum elemento
a) A Unesco, um órgão da Organização das apontou para a interrupção do processo democrá-
Nações Unidas, declarou Jerusalém como tico. Do ponto de vista econômico e social, pode-
Patrimônio Cultural da Humanidade, pois é -se destacar como realizações do governo:
uma área que apresenta elementos históri- a) A preocupação primordial com o controle da
cos importantes para diferentes sociedades inflação e a manutenção de um superávit
monoteístas. primário.
b) Os conflitos armados ocorrem no Oriente b) O aprofundamento do endividamento junto
Médio, sobretudo por conta de reservas de ao FMI.
petróleo e pela instabilidade política. c) A diminuição da carga tributária, particular-
c) Devido ao clima desértico, que torna a área mente nos aspectos do imposto sobre a
pouco adensada e urbanizada, há uma dis- renda.

65
HISTÓRIA GERAL

d) A desvalorização sistemática da taxa de QUESTÃO 06 - “Amazônia pode virar savana a


câmbio com o intuito de incentivar as expor- partir de 2050, dizem especialistas. (...) A Ama-
tações. zônia, apontada por especialistas como importan-
e) A criação do programa “Fome Zero” para te armazém de carbono, teve desmatados 7.823
o atendimento social às famílias de classe quilômetros quadrados de sua área entre agosto
média. de 2007 e junho de 2008, um salto se compara-
do aos 3.949 quilômetros quadrados perdidos no
QUESTÃO 05 - Quando se pensa no impacto da mesmo período do ano anterior, segundo dados
crise econômica mundial no Brasil, de imediato do Inpe. Os estudiosos consideram os 12 meses
surge a ideia de que o Brasil passa à margem entre agosto e julho como o calendário anual para
desta. De fato, é a opinião de vários especialistas, a medição do desmatamento”. Assinale a propo-
de que apesar de a crise se fazer sentir global- sição INCORRETA.
mente, o Brasil terá a potencialidade de superá- a) Os desmatamentos para criação de gran-
-la mais facilmente. Não só o Brasil é visto como des latifúndios têm substituído a floresta por
uma rara oportunidade de investimento, quer em pastagens e empobrecido grandes exten-
ações, quer em títulos de empresas e do governo, sões de solos.
como também está dotado de um regime econô- b) Projetos como Grande Carajás e Jarí, a ex-
mico de metas de inflação com cerca de 10 anos ploração mineral e as hidrelétricas têm con-
de existência, o que amplia o consumo interno. tribuído com grande impacto ambiental de
- Sobre o Brasil nas últimas crises do capital apon- âmbito regional.
te a opção com informações incorretas: c) A Amazônia é uma grande bacia hidrográfica
a) O Brasil desenvolveu um mercado finan- que se estende desde a cordilheira andina
ceiro mais sofisticado, tecnologicamente até o Norte do Brasil, recoberta predomi-
mais avançado, com isso, travou a fuga de nantemente por um mosaico de formações
capitais, além de a economia brasileira ser florestais, como as de inundação e as de
muito mais diversificada, com setores com- terra firme.
petitivos em termos internacionais; d) Apesar de as queimadas serem prejudiciais
b) O PROER (1995), a existência de bancos à atmosfera pela emissão do dióxido de
estatais, o crédito externo e o preço das carbono (CO2), gás de efeito estufa, e pelo
commodities podem ser citadas como boas lançamento de particulados que reduzem a
ações que evitaram uma maior fragilidade absorção de radiação, elas representam um
perante a crise; importante sistema de fertilização do solo
c) Apesar de o consumo interno se manter es- pela retirada dos micronutrientes.
tável, as exportações sofreram uma acele- e) O Brasil não está incluído na Convenção do
ração considerável no último ano, o Brasil, Clima, no grupo de países industrializados
mesmo dono da quinta maior população e que necessitam reduzir até 2020 suas emis-
do sexto PIB mundial, é visto neste momen- sões de gases de efeito estufa, especial-
to como uma desvantagem pelas agências mente o CO2, pela queima de combustíveis
de classificação de risco que nos rebaixa- fósseis por processos industriais. Entretan-
ram juntamente com os E.U.A.; to, o país é considerado um dos maiores
d) Apesar de o Brasil não estar sozinho no emissores de CO2 por mudança do uso do
mundo, e existe fundamentalmente um im- solo resultante dos desmatamentos e quei-
pacto da crise nas importações e exporta- madas.
ções, mesmo assim é opinião generalizada
da maioria dos grandes investidores estran- QUESTÃO 07 - Nos últimos 25 anos o mundo
geiros que nosso país é uma das melhores passou por grandes transformações na geopolí-
opções para aplicação de investimentos tica. Assinale a informação errada a respeito des-
dentre os mercados emergentes; sas mudanças:
e) Com a crise financeira das nações desen- a) A queda do Muro de Berlim foi simbólica e
volvidas e o temor das moratórias, gerou- deflagrou uma série de mudanças no leste
-se o mais recente desdobramento da crise europeu e levou o mundo a uma nova era
financeira e econômica internacional (2008- com o fim da bipolaridade;
2011), que repercutiu no Brasil principal- b) Os ataques de 11 de setembro de 2001 às
mente com a instabilidade das Bolsas. Torres Gêmeas em Nova Iorque foi o esto-

66
HISTÓRIA GERAL

pim para uma forte ofensiva, liderada pelos senvolvimento econômico não constitui fa-
EUA, ao terrorismo internacional; tor de desertificação, pois após o Protocolo
c) O radicalismo islâmico, antes reduzido ao de Kioto este setor alinhou-se à preserva-
conflito árabe/judeu, amplia-se numa série ção do meio ambiente.
de conflitos no Afeganistão, Irã, Iraque, ge-
rando uma falsa polaridade oriente-ociden- QUESTÃO 09 - “Palestina (do original Filistina –
te, pondo em destaque o Al Qaeda, liderado “Terra dos Filisteus”) é o nome dado desde a An-
por Osama Bin Laden, morto recentemente; tiguidade à região do Oriente Próximo (impropria-
d) Situados no Norte da África, Tunísia, Egito, mente chamado de “Oriente Médio”), localizada
Líbia e Nigéria sofreram rebeliões popula- ao sul do Líbano e a nordeste da Península do
res que vêm repercutindo em outros países Sinai, entre o Mar Mediterrâneo e o vale do Rio
da região como no Iêmen e no Gabão, onde Jordão. Trata-se da Canaã bíblica, que os judeus
manifestantes também têm se insurgido tradicionalistas preferem chamar de Sion. Em 14
contra o governo. de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Isra-
e) As questões relacionadas à Ecologia e Meio el, que se viu imediatamente atacado pelo Egito,
Ambiente, além das que envolvem inova- Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano
ções tecnológicas voltadas para energia (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes foram
limpa, imprimem grande emergência com a derrotados e Israel passou a controlar 75% do ter-
globalização e os problemas climáticos cau- ritório palestino. (...). Até agora, Israel desocupou
sados pelo efeito estufa. apenas sete cidades da Cisjordânia (uma oitava
foi desocupada parcialmente), correspondentes a
QUESTÃO 08 - Desertificação é o fenômeno que 3% do território cisjordaniano; deste, 24% encon-
corresponde à transformação de uma área num tram-se sob controle misto israelense-palestino
deserto. Segundo a Convenção das Nações Uni- e 74% permanecem inteiramente ocupados. Em
das de Combate à Desertificação, a desertifica- termos demográficos, 29% dos palestinos estão
ção é “a degradação da terra nas regiões áridas, sob a jurisdição exclusiva da Autoridade Pales-
semiáridas e sub-úmidas secas, resultante de vá- tina. Quanto à Faixa de Gaza, cuja importância
rios fatores, entre eles as variações climáticas e é consideravelmente menor, nela permanecem
as atividades humanas”. A ONU adotou o dia 17 apenas as tropas israelenses que protegem os
de Junho como o Dia Mundial de Combate à De- colonos judeus ali estabelecidos.” (“A Questão
sertificação. Sobre o fenômeno de desertificação Palestina”)
assinale a alternativa incorreta: - O Texto acima trata da questão do confronto
a) O termo desertificação tem sido muito utili- judeu-palestino, sobre essa questão assinale a
zado para a perda da capacidade produtiva alternativa correta:
dos ecossistemas causada pela atividade a) Em 1973, a Guerra do Yom Kippur (“Dia do
humana. Perdão”), caracterizou-se pela vitória de
b) Devido às condições ambientais, as ativi- Israel sobre a coligação Egito e Síria, que
dades econômicas desenvolvidas em uma conserva em seu poder sobre a Faixa de
região podem ultrapassar a capacidade de Gaza e a Cisjordânia.
suporte e de sustentabilidade causando, b) A criação da Organização para a Libertação
em médio e longo prazos, a erosão genéti- da Palestina (OLP), em 1967, tinha como
ca da fauna e flora, extinção de espécies e pretensão inicial destruir Israel e criar um
proliferação eventual de espécies exóticas. Estado Palestino completamente indepen-
c) Fatores como a grande concentração de dente da questão árabe.
agentes poluentes na atmosfera contribuem c) A administração da cidade de Jerusalém
para um aumento bastante significativo do não se caracteriza como empecílio, pois a
efeito estufa que é um dos causadores da mesma já foi declarada zona internacional
desertificação. devido sua importância religiosa.
d) No Brasil, as áreas mais suscetíveis à de- d) Em 1979, através do “Acordo de Camp Da-
sertificação são as regiões de clima semi- vid”, judeus e palestinos se prontificam a di-
árido ou subúmido seco, encontrados no vidir a cidade de Jerusalém.
Nordeste brasileiro e norte de Minas Gerais. e) Recentemente na Assembleia Geral da
e) Apesar dos dados veiculados pela imprensa ONU, o Brasil posicionou-se juntamente
e a denúncia dos movimentos sociais, o de- com os Estados Unidos, contra a criação de

67
HISTÓRIA GERAL

um estado palestino. pecto, um reforço da:


a) política, porque garantirão a seleção de po-
QUESTÃO 10 - Violência urbana é a expressão líticos experientes e idôneos.
que designa o fenômeno social de comporta- b) economia, porque incentivarão gastos das
mento deliberadamente transgressor e agressivo empresas públicas e privadas.
ocorrido em função do convívio urbano. Recente- c) moralidade, porque inviabilizarão candidatu-
mente a criação das Unidades de Polícia Pacifi- ras despreparadas intelectualmente.
cadora pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro d) ética, porque facilitarão o combate à corrup-
tem tomado os noticiários como uma importante ção e o estímulo à transparência.
estratégia na luta contra o controle dos traficantes e) cidadania, porque permitirão a ampliação do
nas favelas, a partir do conceito de “Polícia Co- número de cidadãos com direito ao voto.
munitária”. Nas opções abaixo, que versam sobre
a violência urbana, assinale a opção incorreta. QUESTÃO 12 (ENEM-2009) - O fim da Guerra
a) A violência urbana tem algumas qualidades Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980
que a diferencia de outros tipos de violên- e 1990, gerou expectativas de que seria instaura-
cia; e se desencadeia em consequência da uma ordem internacional marcada pela redu-
das condições de vida e do convívio no es- ção de conflitos e pela multipolaridade.
paço urbano. - O panorama estratégico do mundo pós-Guerra
b) O alto índice de criminalidade tem sua mani- Fria apresenta:
festação mais evidente e a mais constante a) o aumento de conflitos internos associados
na a infração dos códigos elementares de ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao
conduta civilizada. extremismo religioso e ao fortalecimento
c) As manifestações da violência urbana ocor- de ameaças como o terrorismo, o tráfico de
rem principalmente em sociedades econo- drogas e o crime organizado.
micamente desenvolvidas e independem de b) o fim da corrida armamentista e a redução
condições como a acentuada divisão étni- dos gastos militares das grandes potências,
ca, social e econômica. o que se traduziu em maior estabilidade nos
d) Uma das causas do crescimento da violên- continentes europeu e asiático, que tinham
cia urbana no Brasil é a aceitação social da sido palco da Guerra Fria.
ruptura constante das normas jurídicas e o c) o desengajamento das grandes potências,
desrespeito à noção de cidadania. A socie- pois as intervenções militares em regiões
dade admite passivamente tanto a violência assoladas por conflitos passaram a ser
dos agentes do estado contra as pessoas realizadas pela Organização das Nações
mais pobres quanto o descompromisso do Unidas (ONU), com maior envolvimento de
indivíduo com as regras de convívio. países emergentes.
e) As UPP’s do Rio de Janeiro tem por base d) a plena vigência do Tratado de Não Proli-
a parceria entre a população e as institui- feração, que afastou a possibilidade de um
ções da área de segurança pública, objetiva conflito nuclear como ameaça global, devi-
desfazer a desconfiança da população em do à crescente consciência politica interna-
relação à Polícia Militar e promover políticas cional acerca desse perigo.
sociais. e) a condição dos EUA como única superpo-
tência, mas que se submetem às decisões
QUESTÃO 11 - Está em discussão, na sociedade da ONU no que concerne às ações milita-
brasileira, a possibilidade de uma reforma políti- res.
ca e eleitoral. Fala-se, entre outras propostas, em
financiamento público de campanhas, fidelidade QUESTÃO 13 (ENEM 2009) - A formação dos Es-
partidária, lista eleitoral fechada e voto distrital. tados foi certamente distinta na Europa, na Amé-
Os dispositivos ligados à obrigatoriedade de os rica Latina, na África e na Ásia Os Estados atuais,
candidatos fazerem declaração pública de bens e em especial na América Latina - onde as institui-
prestarem contas dos gastos devem ser aperfei- ções das populações locais existentes a época da
çoados, os órgãos públicos de fiscalização e con- conquista ou foram eliminadas, como no caso do
trole podem ser equipados e reforçados. México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso
- Com base no exposto, mudanças na legislação do Brasil -, são o resultado, em geral, da evolu-
eleitoral poderão representar, como principal as- ção do transplante de instituições europeias feito

68
HISTÓRIA GERAL

pelas metrópoles para suas colônias. Na África, cou autonomia decisória no século XX. As elites
as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente tra- se interessaram, por meio de calorosos debates,
çadas, separando etnias, idiomas e tradições, pelo destino do Brasil. O país emergiu, de Vargas
que, mais tarde, sobreviveram ao processo de aos militares, como ator responsável e previsível
descolonização, dando razão para conflitos que, nas ações externas do Estado. A mudança de
muitas vezes, têm sua verdadeira origem em dis- regime político para a democracia não alterou o
putas pela exploração de recursos naturais. Na pragmatismo externo, mas o aperfeiçoou.
Ásia, a colonização europeia se fez de forma mais SARAIVA, J.F.S. O lugar do Brasil e o silêncio do parlamento. Correio Brasiliense. Brasília,

indireta e encontrou sistemas políticos e adminis- 28 maio 2009 (adaptado).

trativos mais sofisticados, aos quais se superpôs. - Sob o ponto de vista da politica externa brasilei-
Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ra no século XX, conclui-se que:
ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas orga- a) o Brasil é um país periférico na ordem mun-
nizações políticas do Estado asiático. dial, devido às diferentes conjunturas de in-
GUIMARÃES, S.P. Nação, nacionalismo. Estado. Estudos Avançados. São Paulo EdUSP.
serção internacional.
b) as possibilidades de fazer prevalecer ideias
- Relacionando as informações ao contexto his-
e conceitos próprios, no que tange aos te-
tórico e geográfico por elas evocado, assinale a
mas do comércio internacional e dos países
opção correta acerca do processo de formação
em desenvolvimento, são mínimas.
socioeconômica dos continentes mencionados no
c) as brechas do sistema internacional não fo-
texto.
ram bem aproveitadas para avançar posi-
a) Devido à falta de recursos naturais a serem
ções voltadas para a criação de uma área
explorados no Brasil, conflitos étnicos e cul-
de cooperação e associação integrada a
turais como os ocorridos na África estive-
seu entorno geográfico.
ram ausentes no período da independência
d) os grandes debates nacionais acerca da
e formação do Estado brasileiro.
inserção internacional do Brasil foram em-
b) A maior distinção entre os processos histó-
basados pelas elites do Império e da Re-
rico-formativos dos continentes citados é a
pública por meio de consultas aos diversos
que se estabelece entre colonizador e colo-
setores da população.
nizado, ou seja, entre a Europa e os demais.
e) a atuação do Brasil em termos de política
c) Á época das conquistas, a América Latina, a
externa evidencia que o país tem capaci-
África e a Ásia tinham sistemas políticos e
dade decisória própria, mesmo diante dos
administrativos muito mais sofisticados que
constrangimentos internacionais.
aqueles que lhes foram impostos pelo colo-
nizador.
QUESTÃO 15 (ENEM 2009) - Além dos inúmeros
d) Comparadas ao México e ao Peru, as insti-
eletrodomésticos e bens eletrônicos, o automóvel
tuições brasileiras, por terem sido elimina-
produzido pela indústria fordista promoveu, a par-
das à época da conquista, sofreram mais
tir dos anos 50, mudanças significativas no modo
influência dos modelos institucionais euro-
de vida dos consumidores e também na habita-
peus.
ção e nas cidades. Com a massificação do con-
e) O modelo histórico da formação do Estado
sumo dos bens modernos, dos eletroeletrônicos
asiático equipara-se ao brasileiro, pois em
e também do automóvel, mudaram radicalmente
ambos se manteve o espírito das formas de
o modo de vida, os valores, a cultura e o conjun-
organização anteriores à conquista.
to do ambiente construído. Da ocupação do solo
urbano até o interior da moradia, a transformação
QUESTÃO 14 (ENEM 2009) - Colhe o Brasil,
foi profunda.
após esforço contínuo dilatado no tempo, o que
plantou no esforço da construção de sua inserção MAHICATO. E. Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras.

internacional. Há dois séculos formularam-se os - Uma das consequências das inovações tecno-
pilares da política externa. Teve o país inteligên- lógicas das últimas décadas, que determinaram
cia de longo prazo e cálculo de oportunidade no diferentes formas de uso e ocupação do espaço
mundo difuso da transição da hegemonia britâni- geográfico, é a instituição das chamadas cidades
ca para o século americano. Engendrou concep- globais, que se caracterizam por:
ções, conceitos e teoria própria no século XIX, de a) possuírem o mesmo nível de influência no
José Bonifácio ao Visconde do Rio Branco. Bus- cenário mundial.

69
HISTÓRIA GERAL

b) fortalecerem os laços de cidadania e soli-


dariedade entre os membros das diversas
comunidades.
c) constituírem um passo importante para a
diminuição das desigualdades sociais cau-
sadas pela polarização social e pela segre-
gação urbana.
d) terem sido diretamente impactadas pelo
processo de internacionalização da eco-
nomia, desencadeado a partir do final dos
anos 1970.
e) terem sua origem diretamente relacionadas
ao processo de colonização ocidental do
século XIX.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D D C A C D D E A C
11 12 13 14 15
D A B E D

70
GEOGRAFIA

As competências da prova de ciências huma- Ciências da Natureza. Objetos de conhecimento e


nas - A prova de ciências humanas será a que vai ciências afins comuns comprovam isso.
verificar menos competências ou capacidades cog- As questões ambientais contemporâ-
nitivas do candidato: apenas seis. Será avaliado o neas: mudança climática, ilhas de calor, efeito
comportamento ético e a visão de mundo associa- estufa, chuva ácida, a destruição da camada de
do aos conteúdos (objetos do conhecimento).Vejam ozônio. Origem e evolução do conceito de sus-
quais são as competências exigidas: tentabilidade. Relação homem-natureza, a apro-
1 - Compreender os elementos culturais que priação dos recursos naturais pelas sociedades
constituem as identidades. ao longo do tempo. Impacto ambiental das ativi-
2 - Compreender ast transformações dos espa- dades econômicas no Brasil
ços como produto das relações socioeconô-
micas e culturais de poder. EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM
3 - Compreender a produção e o papel histórico QUESTÃO 01 - As mudanças climáticas e da ve-
das instituições sociais, políticas e econômi- getação ocorridas nos trópicos da América do Sul
cas, associando-as aos diferentes grupos, têm sido bem documentadas por diversos autores,
conflitos e movimentos sociais. existindo um grande acúmulo de evidências geoló-
4 - Entender as transformações técnicas e tecno- gicas ou paleoclimatológicas que evidenciam essas
lógicas e seu impacto nos processos de pro- mudanças ocorridas durante o Quaternário nessa
dução, no desenvolvimento do conhecimento região. Essas mudanças resultaram em restrição da
e na vida social. distribuição das florestas pluviais, com expansões
5 - Utilizar os conhecimentos históricos para com- concomitantes de habitats não-florestais durante
preender e valorizar os fundamentos da cida- períodos áridos (glaciais), seguido da expansão das
dania e da democracia, favorecendo uma atu- florestas pluviais e restrição das áreas não-flores-
ação consciente do indivíduo na sociedade. tais durante períodos úmidos (interglaciais).
6 - Compreender a sociedade e a natureza, re- Disponível em: http://zoo.bio.ufpr.br. Acesso em: 1 maio 2009.

conhecendo suas interações no espaço em Durante os períodos glaciais:


diferentes contextos históricos e geográficos a) as áreas não-florestais ficam restritas a refúgios
Na última competência da prova de Ciências Huma- ecológicos devido à baixa adaptabilidade de
nas, o ENEM irá cobrar a compreensão dos proces- espécies não-florestais a ambientes áridos.
sos de ocupação do espaço natural e suas conse- b) grande parte da diversidade de espécies vege-
quências. Os objetos do conhecimento associados tais é reduzida, uma vez que necessitam de
a essa competência foram um dos mais citados nas condições semelhantes a dos períodos inter-
últimas quatro provas do ENEM, período que cor- glaciais.
responde ao novo formato da prova, com um total c) a vegetação comum ao cerrado deve ter se li-
de 19 questões (Veja as estatísticas na página 20). mitado a uma pequena região do centro do
Como conteúdo, o aluno pode se dedicar ao estudo Brasil, da qual se expandiu até atingir a atual
mais aprofundado da geografia física e seus ramos distribuição.
(Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Climatologia, d) plantas com adaptações ao clima árido, como o
Hidrografia, Biogeografia) e identificar nas grandes desenvolvimento de estruturas que reduzem
questões ambientais contemporâneas os elemen- a perda de água, devem apresentar maior
tos e fatores que constituem os sistemas naturais área de distribuição.
e a relação deles com o homem. Como a disponi- e) florestas tropicais como a amazônica apresen-
bilidade de recursos naturais influencia a ocupação tam distribuição geográfica mais ampla, uma
do espaço físico? Qual é a real dimensão dos recur- vez que são densas e diminuem a ação da
sos naturais e dos principais impactos provocados radiação solar sobre o solo e reduzem os efei-
pela ação humana e a ação natural? Até que ponto tos da aridez.
as catástrofes naturais são intensificadas ela ação
humana? Qual tem sido a relação entre desenvolvi- QUESTÃO 02 - Na atualidade, o número de pesso-
mento econômico e social e a natureza? Quais são as atingidas por desastres naturais, no mundo, vem
as experiências de degradação e de preservação aumentando. Em 2012, foram registrados 905 gran-
da vida no planeta? Essas e outras perguntas são des eventos desse tipo no planeta. Esses eventos
respondidas quando se observa essa competência. podem ser de natureza geofísica, climática, meteo-
É nesse momento que ocorre relações bem es- rológica e hidrológica, entre outras.
treitas entre a prova de Ciências Humanas e a de

71
GEOGRAFIA

e) O acúmulo de sedimentos nos rios, aumen-


tando os riscos de inundações.

QUESTÃ 04 (ENEM 2010) - Com a perspectiva do


desaparecimento das geleiras no Polo Norte, gran-
des reservas de petróleo e minérios, hoje inacessí-
veis, poderão ser exploradas. E já atiçam a cobiça
Münchener Rückversicherungs-Gessellchaft, Geo Risks Research, 2012. Adaptado.
das potências.
KOPP, D. Guerra Fria sobre o Ártico. Le monde diplomatique Brasil. Setembro, n. 2, 2007
No mapa acima, estão indicadas áreas mais susce- (adaptado).

tíveis à ocorrência de alguns tipos de desastres na- No cenário de que trata o texto, a exploração de
turais. A área assinalada no mapa e os fenômenos jazidas de petróleo, bem como de minérios — dia-
mais suscetíveis de nela ocorrer estão corretamen- mante, ouro, prata, cobre, chumbo, zinco — torna-
te indicados em: -se atraente não só em função de seu formidável
a) 1: Terremoto e vulcanismo intensos, com pre- potencial, mas também por
sença de falhas ativas resultantes do encon- a) situar-se em uma zona geopolítica mais está-
tro da placa do Pacífico com a da América do vel que o Oriente Médio.
Norte. b) possibilitar o povoamento de uma região pou-
b) 2: Entradas de fortes ondas de frio, provenien- co habitada, além de promover seu desenvol-
tes do avanço de massas de ar árticas, provo- vimento econômico.
cando o congelamento do lençol freático. c) garantir, aos países em desenvolvimento,
c) 3: Longos períodos de estiagem, com incên- acesso a matérias-primas e energia, neces-
dios florestais e tempestades elétricas resul- sárias ao crescimento econômico.
tantes da ocorrência de centros de alta pres- d) contribuir para a redução da poluição em áre-
são estacionários. as ambientalmente já degradadas devido ao
d) 4: Formação de tufões, que são centros de grande volume da produção industrial, como
muito baixa pressão e grande mobilidade, ocorreu na Europa.
responsáveis por fortes vendavais, em regi- e) promover a participação dos combustíveis fós-
ões litorâneas. seis na matriz energética mundial, dominada,
e) 5: Fortes tormentas concentradas no verão, majoritariamente, pelas fontes renováveis, de
consequência da entrada de frentes frias, maior custo.
com ocorrência de deslizamentos de terra e
queda brusca de temperatura. QUESTÃO 05 (ENEM 2012) - A irrigação da agri-
cultura é responsável pelo consumo de mais de 2/3
QUESTÃO 03 - Mata ciliar é um tipo de cobertura de toda a água retirada dos rios, lagos e lençóis fre-
vegetal nativa, que fica às margens dos rios, igara- áticos do mundo. Mesmo no Brasil, onde achamos
pés, lagos, nascentes e represas. São considera- que temos muita água, os agricultores que tentam
das áreas de proteção permanente, compreendidas produzir alimentos também enfrentam secas perió-
como uma área coberta ou não por vegetação na- dicas e uma competição crescente por água.
tiva, com função ambiental de preservar os recur- MARAFON, G. J. et. al. O desencanto da terra: produção de alimentos, ambiente e sociedade.
Rio de Janeiro: Garamond, 2011.
sos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica,
No Brasil, as técnicas de irrigação utilizadas na agr-
a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e flora,
cultura produziram impactos socioambientais como:
proteger o solo e assegurar o bem estar das popu-
a) redução do custo de produção.
lações humanas. As mudanças provocadas pelas
b) agravamento da poluição hídrica.
ações humanas, levam a redução ou destruição da
c) compactação do material do solo.
mata ciliar, e podem causar:
d) aceleração da fertilização natural.
a) O aumento da biodiversidade da fauna aquáti-
e) redirecionamento dos cursos fluviais.
ca, aumentando a competição.
b) O aumento da infiltração da água da chuva,
Recursos minerais e energéticos: exploração e
aumentando o volume dos rios.
impactos. Recursos hídricos; bacias hidrográfi-
c) A redução do escoamento superficial, dimi-
cas e seus aproveitamentos. atmosfera e clas-
nuindo o deslocamento de resíduos.
sificação climática. As características climáticas
d) O acúmulo de matéria orgânica nas margens,
do território brasileiro. Os grandes domínios da
contaminando os cursos dágua.
vegetação no Brasil e no mundo

72
GEOGRAFIA

QUESTÃO 06 - Acerca da geração e da transfor- a) O aumento das queimadas para limpar o ter-
mação de energia no Brasil e no mundo, assinale a reno no extremo sul do país
opção correta: b) Maior ocupação nas áreas litorâneas, majo-
a) O Brasil é exemplo de país que produz energia ritariamente agrícolas, e onde o clima contri-
elétrica de forma sustentável, pois sua matriz bui para o espalhamento de focos,
energética é a energia solar, possibilitada pelo c) Uma concentração dos focos no centro oeste
gradiente térmico do país. brasileiro, onde o clima seco e a expansão
b) A energia eólica representa um retrocesso na das atividades agropecuárias contribui para
dinâmica energética mundial, pois impõe res- disseminação dos focos.
trições e impactos ambientais de porte eleva- d) Aos níveis alarmantes de queimadas no cli-
do. ma semi árido, onde o clima seco ocasiona
c) No cenário geopolítico mundial, o foco das queimadas naturais.
questões relacionadas à matriz energética e) A maior preservação dos biomas do centro
tem sido o controle das áreas mais adequa- sul, onde a expansão imobiliária contribui
das para a instalação de parques eólicos. para diminuição da biodiversidade regional.
d) Dada a necessidade de sustentabilidade am-
biental, tem aumentado a tendência mundial QUESTÃO 09 (ENEM PPL 2014) - A principal for-
de desenvolvimento de sistemas energéticos ma de relação entre o homem e a natureza, ou
híbridos na indústria automotiva melhor, entre o homem e o meio é dada pela técni-
e) O parque termelétrico brasileiro deverá ser ca, - um conjunto de meios instrumentais e sociais,
desativado, apesar do baixo custo que repre- com os quais o homem realiza sua vida, produz, e
senta, em função de seu grande potencial po- ao mesmo tempo, reproduz e, ao mesmo tempo,
luidor cria espaço.
SANTOS, M. A Natureza do espaço. São Paulo: Edusp, 2002 (adaptado).

QUESTÃO 07 (ENEM 2014) - A convecção na Re- A relação estabelecida no texto associada a uma
gião Amazônica é um importante mecanismo da profunda degradação ambiental é verifi cada na:
atmosfera tropical e sua variação, em termos de in- a) racionalização do uso dos recursos hídricos
tensidade e posição, tem um papel importante na para fi m de de abastecimento residencial.
determinação do tempo e do clima dessa região. A b) Apropriação das reservas extrativistas para
nebulosidade e o regime de precipitação determi- atender a demanda de subsistência.
nam o clima amazônico. c) retirada da cobertura vegetal com o intuito de
FISCH, G.; MARENGO, J. A.; NOBRE, C. A. Uma revisão geral sobre o clima da Amazônia.
Acta Amazônica, v. 28, n. 2, 1998 (adaptado).
desenvolver a agricultura intensiva.
d) ampliação da produção de alimentos orgâni-
O mecanismo climático regional descrito está as-
cos para minimizar o problema da fome.
sociado à característica do espaço físico de resfria-
e) reordenação do espaço rural para o desen-
mento da umidade da superfície. Opção?
volvimento do ecoturismo.
b) variação da amplitude de temperatura.
c) dispersão dos ventos contra-alísios.
QUESTÃO 10 - Os estados amazônicos perse-
d) existência de barreiras de relevo.
guem estratégias diversas para consolidar o povo-
e) convergência de fl uxos de ar.
amento e alcançar o desenvolvimento sustentável.
Todos têm o ecoturismo como atividade básica,
QUESTÃO 08
mas suas outras estratégias variam consideravel-
mente em função de seus contextos históricos,
culturais e políticos, da sua localização geográfi ca
e dos níveis em que foram afetados pelo recente
processo de ocupação.
(BECKER, B. K. Por que não perderemos a soberania sobre a Amazônia? In: ALBUQUER-
QUE, E. S. (org.). Que país é esse? Pensando o Brasil contemporâneo. São Paulo: Globo,
2005, p. 275.)

Com base no texto e nos conhecimentos de geo-


grafi a, assinale a alternativa correta.
a) A fronteira agropecuária avança pelo cerra-
Monitoramento de Queimados e Incêndios, INPE. Acessado em 01/07/2013
do do Centro-Oeste e atinge a porção da
A análise da distribuição das queimadas pelo terri- Amazônia Legal, no norte do Mato Grosso
tório brasileiro aponta para: e oeste do Maranhão, tornando a pecuária

73
GEOGRAFIA

extensiva um vetor de desenvolvimento na tencial de águas subterrâneas, a exceção


porção oriental do Pará. das áreas identifi cadas por 1, 2 e 3.
b) As políticas de colonização executadas ao b) Em 3, localiza-se um dos maiores aquíferos
longo da rodovia Transamazônica produzi- do mundo – o aquífero Guarani – que é se-
ram, no estado do Amazonas, um padrão riamente ameaçado pela contaminação ad-
de desenvolvimento apoiado na agricultura vinda da grande concentração de atividade
intensiva. agropecuária, mineração e indústrias, além
c) Os avanços recentes da biotecnologia per- da contaminação por esgotos domésticos.
mitiram implantar em Rondônia um modelo c) No semi-árido nordestino as grandes reser-
econômico baseado na contiguidade das fl o- vas subterrâneas poderiam substituir a água
restas tropicais. evaporada dos reservatórios superfi ciais.
d) O insucesso da Zona Franca de Manaus d) Devido a Região Norte ser a de menor per-
demonstrou a vocação extrativista da bacia centual de saneamento básico, o aquífero
amazônica, redirecionando as políticas de identifi cado pelo número 1 é o mais poluído
incentivos para este último setor. do país.
e) A fronteira da pecuária extensiva vem se ex- e) Os aquíferos representaM a maior parcela da
pandindo no estado do Mato Grosso porque água doce no planeta, seguido das geleiras,
o seu território não está incluído na legisla- lagos e rios.
ção que delimita a Amazônia Legal.
QUESTÃO 13 - O acidente em Mariana foi consi-
QUESTÃO 11 - As energias eólica e solar são con- derado um dos maiores desastres ambientais da
sideradas fontes alternativas por serem renová- nossa história. Segundo alguns estudiosos, serão
veis, contrapondo-se aos tipos de energia produzi- necessários mais de 10 anos para recuperar os
dos a partir da queima de combustíveis fósseis. No danos causados, por exemplo, ao rio Doce. Sobre
Brasil atual, o uso dos tipos de energia alternativa o tema, marque o item correto:
indicados pode ser, adequadamente, classifi cado a) O rio Doce foi afetado apenas em sua fauna,
como: uma vez que apenas peixes morreram em
a) restritivo, em função das condições naturais decorrência do desastre.
gerais do País. b) A oxigenação da água do rio Doce não foi al-
b) predominante, quanto às unidades produtivas terada, uma vez que a grande quantidade de
atendidas. lama sedimentou-se logo após o acidente.
c) inexistente, tendo em vista os obstáculos ju- c) A recuperação do rio Doce depende, princi-
rídicos. palmente, da recuperação da oxigenação
d) inviável, haja vista os históricos impasses tec- da água, pois só assim organismos poderão
nológicos. voltar ao rio.
e) incipiente, quanto a sua efetividade produtiva. d) A destruição de algas e plantas aquáticas
presentes no rio Doce não afeta a vida aquá-
QUESTÃO 12 - A respeito do mapa e das informa- tica e, portanto, o foco da recuperação deve
ções em sua legenda podemos inferir que; ser o restabelecimento dos peixes no local.
e) O rio Doce, após o acidente, morreu comple-
tamente, não havendo a menor chance de
recuperação daquelas águas.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

11 12 13

a) No Brasil predominam terras de baixo po-

74
CIÊNCIAS DA NATUREZA

75
BIOLOGIA

A GENÉTICA CONTRIBUINDO NA SOLUÇÃO Descreveu com detalhes as partí-


DE CRIMES E NA CONFIRMAÇÃO OU EXCLU- culas geradoras (especificamen-
SÃO DE PATERNIDADE E/OU MATERNIDADE KARL ERNST te, os óvulos humanos). Além
VON BAER disso, posteriormente, descreveu
as fases do desenvolvimento em-
BREVE HISTÓRICO - Desde a Antiguidade, o
brionário (estudo da ontogenia)
homem buscou respostas de como se formavam
Observou pequenos “seres” - do-
novos indivíduos (seres vivos) e como se dava a
tados de cabeça e cauda - que
transmissão de características corporais presen- ANTON VAN denominou animálculos presen-
tes nele para os seus descendentes (ou melhor: LEEUWENHOE- tes no sêmen. Vale ressaltar que
as características hereditárias). Com a evolução CK hoje se sabe que são células ha-
desses questionamentos e suas possíveis res- ploides (gametas) denominados
espermatozoides.
postas, apareceu a figura do monge tcheco Gre-
gor Mendel (1822 - 1884) e com suas deduções A partir de dissecação de fêmeas
grávidas de veados, concluiu que
matemáticas foi possível postular a ideia basilar
os fetos observados possuíam as
para uma maior compreensão de como se dá a WILLIAM
morfologias diferentes dependen-
transmissão dos caracteres hereditários (segun- HARLEY
do do estágio de gravidez e assim
do Mendel, a mesma se dá por meio de fatores surgiu a ideia que havia um de-
que se encontram em gametas. Hodiernamente, senvolvimento embrionário.
sabe - se que tais fatores são os genes). Analisou o desenvolvimento gra-
dual dos embriões de galinhas e
percebeu que os órgãos desses
CASPAR
animais surgiam de dobramentos
FRIEDRICK
de folhas que se diferenciavam.
WOLFF
As estruturas denominadas fo-
lhas são hoje denominadas fo-
lhetos germinativos (Ectoderme,
Mesoderme e Endoderme).

CIENTISTA CONTRIBUIÇÃO
“A ontogenia recapitula a filoge-
nia” – em outras palavras: o es-
tudo do desenvolvimento embrio-
Gregor Mendel ERNEST nário (ontogenia) pode mostrar
A tabela abaixo mostra alguns cientistas e suas HAECKEL semelhanças ou distinções entre
contribuições históricas que favoreceram o forta- os seres vivos e assim sendo
lecimento da Genética. importante no estudo da história
evolutiva das espécies (filogenia).
CIENTISTAS CONTRIBUIÇÕES
Postulou que a transmissão das
Grande observador da natureza características hereditárias se-
fez uma proposição em que um guia a teoria da pangênese (os
ARISTÓSTELES embrião se desenvolveria num órgãos e componentes corporais
ovo graças a matéria - prima exis- CHARLES faziam pequenas cópias - gêmu-
tente nele. DARWIN las ou pangenes - que eram leva-
Ao analisar ovários de várias fê- das até os gametas pela corrente
meas de mamíferos diferentes, sanguínea). Na fecundação, as
percebeu que aparecia manchas gêmulas masculinas e femininas
amarelas (atualmente, sabe - se se união formando o embrião.
que são os corpos amarelos - Teoria Cromossômica da Heran-
REGNIER produtores de hormônios) nos ça: ao observar os cromossomos
GRAAF mesmos durante a gravidez. durante a divisão celular, perce-
Como conclusão, afirmou que beu a correlação dos mesmos
havia partículas geradoras que com a Idea mendeliana na qual
migravam do ovário para o útero, WALTER
os fatores (genes) se separam na
atraídas pelo sêmen (porção so- SUTTON
divisão celular. Desse modo, pro-
mente atrativa - segundo Graaf). pôs que os genes se localizam
nos cromossomos. Vale ressalta
que tal proposição foi posterior-
mente confirmada.

76
BIOLOGIA

Confirmou a ideia de Sutton es- realizou um importante experimento que envolvia


THOMAS HUNT tudando as características morfo- transformações em bactérias. Esse experimento,
MORGAN lógicas da mosca de fruta deno- retomado por Avery e colaboradores, em 1944, foi
minada Drosophila melanogaster. a base para a descoberta da molécula formadora
Isolou moléculas grandes do nú- do material genético. Nos anos 50, Watson e Cri-
cleo (as denominou de nucleínas) ck apresentaram o modelo da dupla hélice dessa
e viu suas características ácidas.
molécula, abrindo caminho para que, na década
Vale mencionar que tais molé-
FRIEDRICH seguinte, se demonstrasse como o gene, através
culas hoje são denominadas de
MIESCHER da sua sequência de bases nitrogenadas, controla
ácidos nucléicos (ácido desoxir-
ribonucleico - DNA e ácido ribo- a produção de proteínas.Nas duas últimas décadas,
nucleico - RNA) - as quais serão o avanço biotecnológico permitiu aos cientistas a
estudadas mais adiante.
manipulação do material genético e a transferência
Descreveram com detalhes a de um gene de uma espécie para outra. Considere
JAMES estrutura helicoidal da molécu-
os itens abaixo:
WATSON E la DNA em 1962, sendo forma-
FRANCIS CRICK da por duas fitas formadas pela I. Estrutura da molécula de DNA.
união de nucleotídios. II. Descoberta do código genético.
III. DNA como molécula constituinte do gene.
Desenvolveram a técnica do DNA IV. Obtenção dos organismos transgênicos.
HAMILTON
recombinante, sendo o primeiro
SMITH E DANIEL O texto faz referência:
passo para a Engenharia Gené-
NATHANS a) Apenas aos itens I, II e III.
tica.
b) Apenas aos itens I, II e IV.
c) Apenas aos itens I, III e IV.
SAIBA MAIS!
d) Apenas aos itens II, III e IV.
Outras funções de alguns nucleotídios (compo- e) Os itens I, II, III e IV.
nentes dos ácidos nucleicos):
- Fazer parte da molécula de adenosina trifosfato O GENE: SEU CONCEITO; SUA LOCALIZAÇÃO
(ATP), a qual é capaz de armazenar energia utiliza- E COMPOSIÇÃO QUÍMICA.
da no metabolismo celular. Não adiantaria conversar mais sobre a Gené-
- O nucleotídio adenina é, também, componente de tica e suas aplicações sem antes compreendermos
coenzimas (substâncias ativadoras de enzimas). (ou lembrarmos) o que seria: um gene; sua localiza-
- Podem ter ação reguladora, assim, servindo como ção; sua composição química e como o mesmo se
mensageiros químicos intracelulares. expressa determinando as características corporais
(cor do cabelo; altura; cor da pele...) ou de funcio-
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM nalidade metabólica (como, as enzimas) dos seres
QUESTÃO 01 - Com a leitura da tabela acima, pode vivos. Em termo de definição o gene seria uma por-
se concluir como afirmativa correta que: ção do cromossomo que codifica uma informação
a) Para se construir uma teoria atual não há ne- hereditária, a qual se expressará, normalmente, na
cessidade de se observar construtos teóricos forma de uma proteína (importante molécula capaz
anteriores. de determinar características - como a cor da pele;
b) A construção do início dos princípios da Gené- cor dos olhos; altura...). Além disso, sabe - se existe
tica tomou como alicerce a comparação mor- um mecanismo bioquímico para a síntese proteica
fológica de indivíduos adultos. - o qual mostraremos mais adiante. E sua localiza-
c) A Ontogenia contribuiu diretamente com a fun- ção? Bem a estrutura dotada de vários genes é o:
damentação da Genética. cromossomo (filamento composto de ácido deso-
d) O postulado sobre a formação dos seres vi- xirribonucleico - DNA e proteína - histona).
vos, surgido ainda na Antiguidade, menciona- Na ilustração abaixo mostra a estrutura de um cro-
va que para a formação do embrião há ne- mossomo (observado durante a mitose) e a amplia-
cessidade de uma matéria prima presente no ção de uma porção do mesmo (formado de DNA
cromossomo. e histona) que codifica a síntese de uma proteína
e) A existência da molécula de DNA foi defendida (ou seja, um gene). Então, vale ressaltar que num
pela maioria dos cientistas que trabalharam cromossomo existem muitos genes (conjunto de
com a Ontogenia e a Filogenia. genes: genoma) e cada um corresponde a uma
proteína sintetizada no ribossomo, a qual represen-
QUESTÃO 02 - O século XX proporcionou uma sé- tará uma característica - isto numa célula eucarió-
rie de pesquisas na área genética. Em 1928, Griffith tica (presente em protozoários, algas, fungos, ve-

77
BIOLOGIA

getais e animais), pois, numa célula procariótica PROJETO PROTEOMA


(em seres unicelulares - bactérias e arqueas) ocorre Termo usado por Marc Wilkins e representa, na ver-
que um gene pode representar a síntese de várias dade, a análise da expressão dos genes, ou seja,
proteínas, visto que tais seres unicelulares contêm o conjunto de proteínas que os seres vivos podem
pouco material genético. produzir. Vale ressaltar que se trata de algo ousado,
já que há variações de proteínas entre as diversas
1 GENE → 1 PROTEÍNA → 1 CARACTERÍSTICA espécies.
ESTRUTURAL OU FUNCIONAL METABÓLICA PROJETO NUTRIGENOMA
CÉLULA EUCARIÓTICA Tal projeto objetiva a determinação de dietas levan-
1 GENE → 1 OU MAIS PROTEÍNAS → 1 OU do em consideração seu código genético. Assim
MAIS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS OU sendo, evitaria que algum alimento tivesse o efeito
FUNCIONAIS METABÓLICAS tóxico sobre o seu organismo.
CÉLULA PROCARIOTA COMO É O MECANISMO DE SÍNTESE DE PRO-
TEÍNA A PARTIR DO CÓDIGO GENÉTICO?
A partir do conhecimento do gene e sua importância
GENE A PROTEÍNA A CARACTERÍSTICA A na manifestação das características dos indivíduos,
pode-se afi rmar que o comando inicial se dá através
da transcrição, onde o código genético do DNA é
transferido para uma molécula de RNA mensageiro
GENE B PROTEÍNA B CARACTERÍSTICA B
(processo ocorrido no meio intranuclear - quando
em células eucariotas e no nucleóide - quando está
CROMOSSOMO se trabalhando com células procariotas), o qual irá
migrar ao citoplasma e encontrará os RNA transpor-
tadores (o qual carrega o aminoácido) no sítio ativo
do ribossomo, sendo então colocado em sequência
os aminoácidos - ligados por ligações peptídicas,
culminando na formação da proteína.
DNA → RNAm → RIBOSSOMO → PROTEÍNA
(TRANSCRIÇÃO) RNAt (TRADUÇÃO)

QUESTÃO 03 - No início do projeto do genoma hu-


mano, havia duas estratégias a considerar:
I) Sequenciar o ADN total dos cromossomos direta-
mente;
II) Extrair todos os ARNs mensageiros, produzir
ADN a partir desses ARNs mensageiros e sequen-
ciar apenas esse ADN. Nos dois casos, a técnica de
sequenciamento era a mesma. Por que a segunda
estratégia é mais rápida e, portanto, mais econômi-
ca?

QUESTÃO 04 - TESTE DE DNA CONFIRMA PA-


TERNIDADE DE BEBÊ PERDIDO NO TSUNAMI
Um casal do Sri Lanka que alegava ser os pais de
um bebê encontrado após o tsunami que atingiu a
Ásia, em dezembro, obteve a confi rmação do fato
através de um exame de DNA. O menino, que fi cou
A PORÇÃO DE DNA, NO FINAL DA ILUSTRA- conhecido como “Bebê 81” por ser o 81º. sobrevi-
ÇÃO, PODE SER, POR EXEMPLO, UM CÓDIGO vente a dar entrada no hospital de Kalmunai, era
DE UM GENE. reivindicado por nove casais diferentes.
“Folhaonline”, 14/02/2005 (adaptado)

SAIBA MAIS! Algumas regiões do DNA são sequências curtas de


PROJETO GENOMA HUMANO bases nitrogenadas que se repetem no genoma, e
Representa um projeto que buscou decifrar o número de repetições dessas regiões varia entre
a sequência de nucleotídeos existente no DNA hu- as pessoas. Existem procedimentos que permitem
mano e assim desvendar os mistérios do nosso có- visualizar essa variabilidade, revelando padrões de
digo genético. fragmentos de DNA que são “uma impressão digital
molecular”. Não existem duas pessoas com o mes-

78
BIOLOGIA

mo padrão de fragmentos com exceção dos gême- Considerando as afirmações e a figura acima
os monozigóticos. Metade dos fragmentos de DNA apresentada, responda:
de uma pessoa é herdada de sua mãe e metade, de a) A qual dos suspeitos (S1, S2 ou S3) perten-
seu pai. Com base nos padrões de fragmentos de ce a prova (P)? Justifique a sua resposta.
DNA representados a seguir, qual dos casais pode b) Que tipo de material pode ser coletado e
ser considerado como pais biológicos do Bebê 81? servir de prova em um caso como esse?
c) Por que os resultados desse tipo de análise
têm alto grau de confiabilidade?

QUESTÃO 07 - Em um acidente, embora os cor-


pos das vítimas tenham ficado fiquem queimados
e irreconhecíveis, foi possível preparar, a partir de
fragmentos de tecidos, amostras de DNA nucle-
ar e mitocondrial de todos os mortos. Faleceram
no acidente dois filhos de uma senhora, cada um
de um casamento. Uma das formas possíveis de
identificar os despojos dos filhos dessa senhora
QUESTÃO 05 - Considerando situações hipoté- consiste em verificar se existe homologia do:
ticas, Maria manteve relações sexuais com dois a) DNA mitocondrial da senhora com o DNA
irmãos, gêmeos dizigóticos, nascendo destas re- mitocondrial das vítimas
lações Alfredo. Em outra situação, também hipo- b) DNA mitocondrial da senhora com o DNA
tética, Paula engravidou-se ao manter relações nuclear das vítimas
sexuais com dois irmãos, gêmeos monozigóticos, c) DNA nuclear do marido e do ex-marido da
nascendo Renato. Abandonadas, ambas recla- senhora com o DNA mitocondrial das víti-
maram na Justiça o reconhecimento de paterni- mas
dade, determinando o Juiz a realização dos tes- d) DNA mitocondrial do marido e do ex-marido
tes de DNA. Após receber os resultados, a Justiça da senhora com o DNA mitocondrial das ví-
pronunciou-se sobre a paternidade de uma das timas
crianças e ficou impossibilitada de pronunciar-se e) DNA nuclear da senhora com o DNA mito-
sobre a paternidade da outra criança. Responda: condrial das vítimas
a) sobre a paternidade de qual criança o juiz
pronunciou-se? QUESTÃO 08 - Um par de esqueletos humanos,
b) por que não pôde o juiz se pronunciar sobre datados pelos arqueólogos como sendo do perío-
a paternidade da outra criança? do Neolítico (com 5 ou 6 mil anos), foi encontrado
perto de Mantova, Itália, num eterno abraço.
QUESTÃO 06 - Dentre as aplicações atuais da
genética molecular, temos os testes de identifi-
cação de pessoas por meio do DNA. Essa técni-
ca, que pode ser usada para identificar suspeitos
em investigações policiais, consiste em detectar
e comparar sequências repetitivas ao longo de
trechos da molécula de DNA, regiões conhecidas
como VNTR (número variável de repetições em
sequência). A figura a seguir ilustra os padrões
de VNTRs de quatro pessoas envolvidas ( uma
vítima (V) e 3 suspeitos (S1, S2 e S3) em uma
investigação policial e de uma prova (P) coletada
no local do crime:

O DNA mitocondrial, presente no citoplasma das


células, é de herança materna, posto que o ci-
toplasma do zigoto provém do óvulo. Esse DNA
sofre poucas modificações e, por essa razão,
vem sendo utilizado em muitos estudos antropo-
lógicos. Se, no caso do achado arqueológico na
Itália, for constatado que o DNA das mitocôndrias
dos dois esqueletos são diferentes, pode-se con-
cluir que se trata de:

79
BIOLOGIA

a) mãe e filho. de bandas é exclusivo de cada indivíduo. A ilus-


b) mãe e filha. tração apresenta o resultado do teste:
c) irmão e irmã.
d) gêmeos fraternos.
e) filhos de mães diferentes.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01 (PUC) - Os dermatóglifos são pa-
drões típicos das cristas dérmicas nos dedos e
palmas das mãos, artelhos e solas dos pés. A fi-
gura a seguir mostra padrões digitais que formam
figuras denominadas de arco, alça ou verticilo.
Sabe-se que os padrões dermatóglifos são de he-
rança multifatorial.
Os resultados obtidos indicam que podem ser fi-
lhos do casal, mantido pelo criador:
a) os 4 exemplares.
b) apenas os exemplares machos.
c) apenas os exemplares fêmeas.
d) apenas os exemplares 1 e 4.
e) apenas os exemplares 2 e 3.

Sobre esse assunto, é INCORRETO afirmar: QUESTÃO 03 (ENEM) - Uma vítima de aciden-
a) Quanto mais semelhantes forem as mãos te de carro foi encontrada carbonizada devido a
de gêmeos, maior será a probabilidade de uma explosão. Indícios, como certos adereços de
que eles sejam monozigóticos. metal usados pela vítima, sugerem que a mesma
b) Esses padrões podem ser úteis ao diagnós- seja filha de um determinado casal. Uma equipe
tico de certas síndromes cromossômicas, policial de perícia teve acesso ao material bio-
como a Síndrome de Down. lógico carbonizado da vítima, reduzido, pratica-
c) A análise dos padrões digitais não se presta mente, a fragmentos de ossos. Sabe-se que é
para a determinação de paternidade. possível obter DNA em condições para análise
d) O número de cristas dérmicas não varia en- genética de parte do tecido interno de ossos. Os
tre indivíduos da mesma família. peritos necessitam escolher, entre cromossomos
autossômicos, cromossomos sexuais (X e Y) ou
QUESTÃO 02 (FGV) - Uma loja de animais man- DNAmt (DNA mitocondrial), a melhor opção para
tinha para venda 4 exemplares de arara azul-e- identificação do parentesco da vítima com o refe-
-amarela e alegava aos fiscais que os exemplares rido casal. Sabe-se que, entre outros aspectos,
haviam nascido em cativeiro, a partir de um casal o número de cópias de um mesmo cromossomo
mantido em um criatório autorizado pelo IBAMA. por célula maximiza a chance de se obter molécu-
Contudo, os fiscais suspeitaram se esses exem- las não degradadas pelo calor da explosão. Com
plares teriam nascido em cativeiro ou se teriam base nessas informações e tendo em vista os
sido capturados na natureza. Para esclarecer a diferentes padrões de herança de cada fonte de
questão, colheu-se uma amostra de sangue de DNA citada, a melhor opção para a perícia seria
cada um dos animais e fez-se um teste para de- a utilização:
terminação de paternidade pelo método do DNA- a) do DNAmt, transmitido ao longo da linha-
-Fingerprint. O DNA foi extraído das células por gem materna, pois, em cada célula huma-
processos químicos, fragmentado com enzimas na, há várias cópias dessa molécula.
específicas, colocado sobre um gel e submetido b) do cromossomo X, pois a vítima herdou
à corrente elétrica. Fragmentos menores migram duas cópias desse cromossomo, estando
mais rapidamente em direção a um dos polos da assim em número superior aos demais.
corrente. A migração diferencial dos fragmentos c) do cromossomo autossômico, pois esse cro-
forma bandas de DNA no gel, que podem ser vi- mossomo apresenta maior quantidade de
sualizadas por tratamentos específicos. O padrão material genético quando comparado aos

80
BIOLOGIA

nucleares, como, por exemplo, o DNAmt. -se também que os genes ocupam apenas cerca
d) do cromossomo Y, pois, em condições nor- de 1,5% do DNA e que menos de 10% dos ge-
mais, este é transmitido integralmente do nes codificam proteínas que atuam na construção
pai para toda a prole e está presente em e na definição das formas do corpo. O restante,
duas cópias em células de indivíduos do possivelmente, constitui DNA não-codificante.
sexo feminino. Como explicar, então, as diferenças fenotípicas
e) de marcadores genéticos em cromossomos entre as diversas espécies animais? A resposta
autossômicos, pois estes, além de serem pode estar na região não-codificante do DNA.
S. B. Carroll et al. O jogo da evolução. In: “Scientific American Brasil”, jun./2008 (com
transmitidos pelo pai e pela mãe, estão adaptações)
presentes em 44 cópias por célula, e os de-
A região não-codificante do DNA pode ser respon-
mais, em apenas uma.
sável pelas diferenças marcantes no fenótipo por-
que contém:
QUESTÃO 04 (PUCMG) - A anemia falciforme é
a) as sequências de DNA que codificam proteí-
uma das doenças hereditárias mais comuns no
nas responsáveis pela definição das formas
Brasil, afetando igualmente homens e mulheres.
do corpo.
A primeira pista sobre a natureza da alteração
b) uma enzima que sintetiza proteínas a partir
molecular da hemoglobina falcêmica (HbS) foi
da sequência de aminoácidos que formam o
obtida por Linus Pauling e colaboradores, que
gene.
usaram eletroforese (processo de separação de
c) centenas de aminoácidos que compõem a
proteínas diferentes) para comparar HbS com a
maioria de nossas proteínas.
hemoglobina de adulto normal, a Hb A.
d) informações que, apesar de não serem tradu-
zidas em sequências de aminoácidos, interfe-
rem no fenótipo.
e) os genes associados à formação de estrutu-
ras similares às de outras espécies.

QUESTÃO 06 (UFSCAR) - Considerando situa-


ções hipotéticas, Maria manteve relações sexuais
com dois irmãos, gêmeos dizigóticos, nascendo
destas relações Alfredo. Em outra situação, tam-
bém hipotética, Paula engravidou-se ao manter
Uma eletroforese foi executada com cinco amos- relações sexuais com dois irmãos, gêmeos mono-
tras de sangue (I, II, III, IV e V), retiradas de dife- zigóticos, nascendo Renato. Abandonadas, ambas
rentes pelo casal. Sabendo que a amostra I per- reclamaram na Justiça o reconhecimento de pater-
tence ao pai, é correto afirmar, EXCETO: nidade, determinando o Juiz a realização dos tes-
a) A mostra de sangue III certamente pertence tes de DNA. Após receber os resultados, a Justiça
a uma das filhas do casal. pronunciou-se sobre a paternidade de uma das
b) A filha adotada pode ser heterozigota desde crianças e ficou impossibilitada de pronunciar-se
que a mãe adotiva seja homozigota. sobre a paternidade da outra criança. Responda:
c) Se a mãe for heterozigota para os alelos que a) sobre a paternidade de qual criança o juiz
determinam a anemia falciforme, a amostra pronunciou-se?
V pertence à filha adotada. b) por que não pôde o juiz se pronunciar sobre
d) Se a amostra V foi retirada da mãe, a amos- a paternidade da outra criança?
tra III só pode ter sido retirada da filha ado-
tada
GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 05 (ENEM) - Durante muito tempo, os
01 02 03 04 05 06 07 08
cientistas acreditaram que variações anatômicas
entre os animais fossem consequência de dife- C E * C * * A E
renças significativas entre seus genomas. Porém,
GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
os projetos de sequenciamento de genoma reve-
laram o contrário. Hoje, sabe-se que 99% do ge- 01 02 03 04 05 06
noma de um camundongo é igual ao do homem, D E A D D *
apesar das notáveis diferenças entre eles. Sabe-

81
FÍSICA

“O homem é um experimento; o tempo mos-


conversao
trará se valeu a pena”
Mark Twain  1 kJ = 103 J
 1 J = 107 erg
Trabalho e Potência
outras unidades usuais
INTRODUÇÃO - No nosso dia a dia sempre ouvi-
mos a relação de trabalho a uma pessoa, contu- 1 k W h (quilowatt.hora) = 3,6 . 106 J  usada na eletricidade
do na física esse contexto deve ser redirecionado 1 eV (elétron-volt) = 1,6 . 10–19 J  usada na física moderna e na eletricidade
para que possamos entender que não existe o
Caso a força seja variável podemos aplicar a pro-
trabalho de um corpo e sim o trabalho realizado
priedade do gráfico F x d, onde a área é numeri-
por uma força. Quando uma força é aplicada em
camente o valor do trabalho.
um corpo sua velocidade é modificada a uma taxa F
de variação que é a aceleração. Por qual espaço
essa força é aplicada vamos identificar uma nova
grandeza escalar chamada de trabalho.

= F . d
= ÁREA
Essa grandeza física possui caracterís-
ticas especiais de estar sempre dependente do d
deslocamento e principalmente o sentido deste Particularmente existem dois casos especiais de
deslocamento. Por esse motivo o trabalho poderá trabalho: o trabalho da força peso e o trabalho da
ser positivo ou negativo de acordo com o senti- força elástica.
do da força em relação ao do deslocamento, daí
acrescentarmos a decomposição da força na dire- TRABALHO DA FORÇA PESO - Imagine que um
ção do deslocamento. corpo esteja a certa altura de um referencial nulo
e que sofrerá um deslocamento devido a ação da
= F . d cosθ força peso, independente da trajetória e sim do
deslocamento entre dois pontos desnivelados,
teremos então uma força associada ao desloca-
mento e com isso um trabalho realizado.

TRABALHO DA FORÇA ELÁSTICA - Tomemos


um corpo associado a uma mola, sendo, portan-
to, a força elástica da mola correspondida para
realização de trabalho e o deslocamento seria
a deformação, contudo devemos lembrar que a
força elástica é variável. Podemos então aplicar
a propriedade do gráfico F x d e identificar que
o trabalho é a área projetada. Tirando a área do
gráfico podemos discernir que o trabalho é nume-
Observem que se a força tem o mesmo sentido do ricamente o valor da área do triângulo.
deslocamento o ângulo θ é 00 e por isso o co-seno
vale 1; caso contrário ao deslocamentoo ângulo θ POTÊNCIA MÉDIA (Pot m) - Para avaliarmos a
é 1800 e por isso o co-seno vale –1. Se a força for eficiência do trabalho envolvido a potencia é o
perpendicular ao deslocamento o trabalho é nulo. melhor recurso. Quando uma força atua em um
A unidade de trabalho no sistema internacional determinado intervalo de tempo para realização
(SI) é joule ou dimensionalmente kg . m² / s² (N. do trabalho, considera-se como potencia média
m). No sistema CGS a unidade é erg que significa o quociente entre trabalho e variação de tempo.
o produto dina e centímetro (dyn . cm). Sendo o trabalho a medida de energia transferida
de um sistema para outro (ou transformada no in-
terior do sistema) pelas forças trocadas entre os

82
FÍSICA

corpos durante seus deslocamentos, a potência como pacotes de energia as partículas de luz (fó-
média seria o fluxo dessa energia em movimento. tons). Na química vemos que existe uma intera-
ção interatômica de grande poder energético e
Pot m =  / Δ t que pode ser traduzida em muita energia. Com o
advento da idéia de Einstein sobre a variação da
massa em uma reação nuclear produz a partir de
A unidade no sistema internacional (SI) para po- pequenas quantidades uma energia grandiosa,
tência é watt (W), porém existem outras unidades principalmente devido a interação nuclear forte e
e múltiplos de fácil compreensão. claro a mais famosa equação einsteiniana : ΔE =
Δm . c ², onde c é a velocidade da luz (c = 3 . 108).
 1 W = 1J/s = 107 ergs/s
Esse passo matemático foi de suma importância
 1 kW = 10 3 W para que os cientistas pudessem trabalhar com
dois processos que geram grandes quantidades
 1 cv (cavalo-vapor) = 735 W
de energia: a fissão nuclear (reações em cadeia
 1 HP (horse powe) = 745 W de átomos instáveis) e a fusão nuclear (reações
que ocorrem no sol). A energia elétrica e sua im-
O rendimento de um sistema é caracterizado a portância para a modernidade têm um capitulo a
partir da potência útil e a potência total, sendo parte nos anais da ciência, onde a energia acu-
função de uma analise de proporcionalidade. mulada em uma massa de água de uma cachoei-
Como a potência total está relacionada aos 100% ra, produz o movimento de uma turbina e a nível
do trabalho realizado no sistema, a potência útil de indução eletromagnética produz uma diferen-
está voltada para o rendimento (η) propriamente ça de potencial que é utilizada nas nossas tarefas
dito. Quando estivermos estudando maquinas tér- domiciliares. Contudo o objetivo deste capitulo
micas na termodinâmica vocês irão ver a impor- é desenvolver os parâmetros para trabalharmos
tância do estudo do rendimento. com a energia mecânica. Existem dois tipos de
energia mecânica: a energia cinética, que está
Energia Mecânica e sua Conservação associada ao movimento; e a energia potencial
INTRODUÇÃO - Uma das grandezas físicas de que se divide em dois tipos a elástica (devido a
maior importância no estudo dos fenômenos na- uma deformação da mola) e a gravitacional (asso-
turais é sem duvida a energia. Tudo gira em torno ciada ao trabalho da força peso). Então a energia
da aplicação sobre energia e sua característica mecânica é o somatório dessas energias, todavia
multifacetada, pois uma máxima levada em con- não podemos esquecer que a energia sempre se
sideração por todos os estudiosos é que nunca transforma em outro tipo de energia e isso quer
conseguimos destruir a energia e sim convertê-la dizer que a nível geral a energia sempre se con-
em outros tipos de energia. Por isso estudamos serva. A energia mecânica só poderá conservar-
energia na mecânica, na eletricidade, na ondula- -se caso não existam forças dissipativas ( como
tória, na teoria quântica...Até nossas moléculas atrito, ou resistência do ar...). Esse ponto tem
possuem uma energia que as mantém estáveis, e grande relevância no nosso estudo dentro da me-
esta estabilidade pode ser trocada para produção cânica.
de uma energia útil. Desde os primórdios o ho-
ENERGIA CINÉTICAASSOCIADA AO MOVIMENTO
mem tenta controlar a energia, quando o primeiro
hominídeo atritando ou lascando uma pedra na GRAVITACIONALALTURA EM RELAÇÃO A UM REFERENCIAL NULO

outra produziu uma faísca e desta forma o fogo ENERGIA POTENCIAL

fora concebido para ajudar no desenvolvimen-


ELÁSTICADEFORMAÇÃO DE UMA MOLA
to de uma sociedade. Quando Joule conseguiu
pegar a partir da queima de carvão em uma cal-
deira produzir o movimento de um pistão estava ENERGIA MECÂNICA = ENERGIA CINÉTICA + ENERGIA POTENCIAL

produzida a primeira maquina não manual e que (Em = Ec + Ep)

não utilizava a força animal. É por esse motivo


que até nos nossos tratados e observações da- Por isso devemos sempre ter em mente que a
mos tanta ênfase a todo esse infindável mundo importância do estudo da energia passará por
que está inserido na energia. A teoria quântica, todas as correspondências na física, desde as
de uma maneira microscópica, estuda a natureza mais simples às mais complexas. Vamos imagi-
corpuscular das ondas eletromagnéticas e traduz nar a seguinte situação para passarmos para a

83
FÍSICA

parte matemática deste estudo: se temos uma


bola comum e deixamo-la cair, primeiro ela tem
acumulada uma energia potencial gravitacional
pois tem um desnível em relação ao solo, ao ba-
ter no solo ocorre uma transformação em energia
cinética, claro que devemos levar em conta que o
ar não gera resistência ao movimento, só que ao
bater no chão a colisão gera uma transformação
em parte dessa energia que antes estava acumu-
lada em energia sonora, pois ouvimos a batida no
solo, por isso após o choque a bola não volta à
mesma altura que foi abandonada. Quais as con-
clusões podemos tirar? Primeiro antes da colisão
a energia mecânica conservou-se, pois não tinha
força dissipativa, contudo depois do choque parte
desta energia fora transformada em outro tipo de
energia que não é mecânica, mas nós podemos
dizer que a energia (geral) conservou-se, pois
houve uma transformação e não destruição.
A ENERGIA MECÂNICA SÓ PODERÁ CONSERVAR-SE SE NÃO
EXISTIREM FORÇAS DISSIPATIVAS, POREM A ENERGIA DE UMA
MANEIRA GERAL SEMPRE IRÁ SE CONSERVAR, POIS A ENERGIA NÃO

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
PODERÁ SER DESTRUÍDA E SIM TRANSFORMADA

Portanto podemos entender que a energia é a QUESTÃO 01 - Na figura a seguir está esquema-
possibilidade acumulada para que o corpo possa tizado um tipo de usina utilizada na geração de
realizar trabalho. eletricidade.

ENERGIA CINÉTICA (Ec) - O corpo em movi-


mento independente do sentido da velocidade,
já que energia é uma grandeza escalar, possuirá
sempre uma energia cinética (cinus: movimento).
Portanto o trabalho total (de todas as forças do
sistema) ou resultante do sistema corresponde
à variação da energia cinética (ΔEc), correspon-
dendo o teorema geral da energia cinética.

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL (Ep) Analisando o esquema, é possível identificar que


Sempre que houver um desnível em relação a um se trata de uma usina:
referencial nulo de altura existirá uma energia po- a) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a
tencial gravitacional e este equivalerá ao trabalho temperatura da turbina.
da força peso. Portanto a energia potencial gravi- b) hidrelétrica, porque a usina faz uso da ener-
tacional também poderá ser positiva ou negativa, gia cinética da água.
se estiver acima ou abaixo do referencial nulo res- c) termoelétrica, porque no movimento das tur-
pectivamente. binas ocorre aquecimento.
d) eólica, porque a turbina é movida pelo movi-
ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA (Epel) - Da mento da água.
mesma forma que no item anterior nós associamos e) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo
a energia potencial gravitacional ao trabalho da for- das moléculas de água.
ça peso, podemos caracterizar a energia potencial
elástica com o trabalho da força elástica. QUESTÃO 02 - No processo de obtenção de ele-
elástica = Epel  Epel = K . (Δx) / 22 tricidade, ocorrem várias transformações de ener-
gia. Considere duas delas:
Onde K é a constante elástica e Δx é a deforma- I. cinética em elétrica
ção da mola. II. potencial gravitacional em cinética

84
FÍSICA

Analisando o esquema a seguir, é possível iden-


tificar que elas se encontram, respectivamente,
entre:

a) 9 J
b) 7 J
c) 2 J
d) 9000 J
e) 2000 J

QUESTÃO 05 - Vários processos físicos envol-


a) I - a água no nível h e a turbina, II - o gerador
vem transformações entre formas diferentes de
e a torre de distribuição.
energia. Associe a coluna superior com a coluna
b) I - a água no nível h e a turbina, II - a turbina
inferior, e assinale a alternativa que indica corre-
e o gerador.
tamente as associações entre as colunas:
c) I - a turbina e o gerador, II - a turbina e o
Dispositivo mecânico ou gerador:
gerador.
1. Pilha de rádio
d) I - a turbina e o gerador, II - a água no nível
2. Gerador de usina hidrelétrica
h e a turbina.
3. Chuveiro elétrico
e) I - o gerador e a torre de distribuição, II - a
4. Alto-falante
água no nível h e a turbina.
5. Máquina a vapor
Transformação de tipo de energia:
QUESTÃO 03 - Em uma caminhada, um jovem
a. Elétrica em Mecânica
consome 1 litro de O‚ por minuto, quantidade exi-
b. Elétrica em Térmica
gida por reações que fornecem a seu organismo
c. Térmica em Mecânica
20 kJ/minuto (ou 5 “calorias dietéticas”/minuto).
d. Química em Elétrica
Em dado momento, o jovem passa a correr, vol-
e. Mecânica em Elétrica
tando depois a caminhar. O gráfico representa
a) 1-d, 2-e, 3-b, 4-a, 5-c
seu consumo de oxigênio em função do tempo.
b) 1-d, 2-a, 3-b, 4-e, 5-c
c) 1-b, 2-e, 3-d, 4-a, 5-c
d) 1-d, 2-b, 3-c, 4-a, 5-e
e) 1-b, 2-a, 3-d, 4-e, 5-c

QUESTÃO 06 - Durante muito tempo, a partir da


Idade Média, foram projetadas máquinas, como a
Por ter corrido, o jovem utilizou uma quantidade da figura a seguir, que seriam capazes de traba-
de energia A MAIS, do que se tivesse apenas ca- lhar perpetuamente.
minhado durante todo o tempo, aproximadamen-
te, de:
a) 10 kJ b) 21 kJ
c) 200 kJ d) 420 kJ e) 480 kJ

QUESTÃO 04 - O coqueiro da figura tem 5m de


altura em relação ao chão e a cabeça do macaco
está a 0,5m do solo. Cada coco, que se despren-
de do coqueiro, tem massa 200g e atinge a cabe-
ça do macaco com 7J de energia cinética. A quan-
tidade de energia mecânica dissipada na queda é

(FRISCH, Otto R. “A natureza da matéria”. Lisboa: Verbo, 1972.)

O fracasso desses projetos levou à compreensão

85
FÍSICA

de que o trabalho não poderia ser criado do nada QUESTÃO 09 - Um chuveiro elétrico tem um
e contribuiu para a elaboração do conceito físico seletor que lhe permite fornecer duas potências
de: distintas: na posição “verão” o chuveiro fornece
a) força b) energia 2700W, na posição “inverno “ fornece 4800W.
c) velocidade d) momento angular José, o dono deste chuveiro, usa-o diariamente
na posição “inverno”, durante 20minutos. Surpre-
QUESTÃO 07 - A figura mostra o perfil de uma so com o alto valor de sua conta de luz, José re-
montanha russa de um parque de diversões. solve usar o chuveiro com o seletor sempre na
posição “verão”, pelos mesmos 20 minutos diá-
rios. Supondo-se que o preço do quilowatt-hora
seja de R$0,20, isto representará uma economia
diária, em reais, de:
a) 0,14 b) 0,20
c) 1,40 d) 2,00 e) 20,00

QUESTÃO 10 - A eficiência de uma usina, do tipo


da representada na figura, é da ordem de 0,9, ou
seja, 90% da energia da água no início do pro-
cesso se transforma em energia elétrica. A usina
Ji-Paraná, do Estado de Rondônia, tem potência
O carrinho é levado até o ponto mais alto por uma
instalada de 512 milhões de watts, e a barragem
esteira, atingindo o ponto A com velocidade que
tem altura de aproximadamente 120m. A vazão
pode ser considerada nula. A partir desse pon-
do Rio Ji-Paraná, em litros de água por segundo,
to, inicia seu movimento e ao passar pelo ponto
deve ser da ordem de:
B sua velocidade é de 10 m/s. Considerando a
massa do conjunto carrinho+passageiros como
400 kg, pode-se afirmar que o módulo da energia
mecânica dissipada pelo sistema foi de:
a) 96 000 J b) 60 000 J
c) 36 000 J d) 9 600 J e) 6 000 J

QUESTÃO 08 - A figura a seguir representa um


motor elétrico M que eleva um bloco de massa
20kg com velocidade constante de 2m/s. A resis-
tência do ar é desprezível e o fio que sustenta o
bloco é ideal. Nessa operação, o motor apresenta
a) 50 b) 500
um rendimento de 80%. Considerando o módulo
c) 5.000 d) 50.000 e) 500.000
da aceleração da gravidade como sendo g=10m/
s£, a potência dissipada por este motor tem valor:
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01 - Numa partida de futebol, o goleiro
bate o tiro de meta e a bola, de massa 0,5kg, sai
do solo com velocidade de módulo igual a 10m/s,
conforme mostra a figura.

No ponto P, a 2 metros do solo, um jogador da


a) 500 W b) 400 W
defesa adversária cabeceia a bola. Considerando
c) 300 W d) 200 W e) 100 W
g=10m/s£, a energia cinética da bola no ponto P

86
FÍSICA

vale, em joules: QUESTÃO 05 - Um objeto de massa 400g desce,


a) 0 b) 5 a partir do repouso no ponto A, por uma rampa,
c) 10 d) 15 em forma de um quadrante de circunferência de
raio R=1,0m. Na base B, choca-se com uma mola
QUESTÃO 02 - Dois blocos A e B, de massas de constante elástica k=200N/m. Desprezando a
ação de forças dissipativas em todo o movimento
mÛ=0,69kg e m½=0,40kg, apresentados na figu-
e adotado g=10m/s£, a máxima deformação da
ra a seguir, estão ligados por um fio que passa mola é de.
por uma roldana. Tanto o fio quanto a roldana têm
massas desprezíveis. O sistema é solto com o
bloco B na posição M, indo atingir a posição N,
80cm abaixo, com velocidade de 2,0 m/s.

a) 40cm b) 20cm
c) 10cm d) 4,0cm e) 2,0cm

O trabalho realizado pela força de atrito durante QUESTÃO 06 - Um bloco é solto no ponto A e
esse movimento, vale, em joules: desliza sem atrito sobre a superfície indicada na
a) 0,80 b) 1,0 figura a seguir. Com relação ao bloco, podemos
c) 1,2 d) 1,8 e) 2,0 afirmar:

QUESTÃO 03 - Quando um objeto está em queda


livre:
a) sua energia cinética se conserva.
b) sua energia potencial gravitacional se con-
serva.
c) não há mudança de sua energia total.
d) a energia cinética se transforma em energia
potencial.
e) nenhum trabalho é realizado sobre o objeto.

QUESTÃO 04 - Uma pequena esfera maciça, a) A energia cinética no ponto B é menor que
no ponto C;
presa a extremidade de um fio leve e inextensível,
b) A energia cinética no ponto A é maior que
é posta a oscilar, como mostra a figura adiante. no ponto B;
Se v é a velocidade da esfera na parte mais baixa c) A energia potencial no ponto A é menor que
da trajetória e g a aceleração da gravidade, a altu- a energia cinética no ponto B;
ra máxima h que ela poderá alcançar, em relação d) A energia total do bloco varia ao longo da
à posição mais baixa, será dada por. trajetória ABC;
e) A energia total do bloco ao longo da trajetó-
ria ABC é constante.

QUESTÃO 07 - Assinale a alternativa que preen-


che correta e ordenadamente as lacunas do texto
a seguir.
“Ao efetuar um salto em altura, um atleta trans-
forma energia muscular em energia______; em
seguida, esta se transforma em energia_______,
comprovando a________ da energia.”
a) potencial - cinética - dissipação
b) térmica - potencial elástica - dissipação
c) potencial gravitacional - cinética - conservação

87
FÍSICA

d) cinética - potencial gravitacional - conservação QUESTÃO 11 - Um corpo de massa 0,30kg é se-


e) potencial elástica - potencial gravitacional - guro encostado a uma mola de constante elástica
conservação 400N/m, comprimindo-a de 20cm. Abandonado o
sistema, a mola impulsiona o corpo que sobe por
QUESTÃO 08 - Uma pequena esfera, partindo do uma pista sem atrito.
repouso do ponto P, desliza sem atrito sobre uma
canaleta semi-circular, de raio R, contida em um
plano vertical. O módulo da aceleração da esfera
no ponto onde a energia cinética é máxima, em
termos de g (aceleração da gravidade), é:

Se a aceleração local da gravidade é de 10m/s2,


pode-se afirmar que o corpo:
a) retorna de um ponto entre A e B.
a) g b) 4g b) retorna de um ponto entre B e C.
c) 3g d) 2g c) retorna de um ponto entre C e D.
d) retorna de um ponto além de D.
QUESTÃO 09 - Um “bungee jumper” de 2m de e) não chega ao ponto A.
altura e 100kg de massa pula de uma ponte
usando uma ‘bungee cord’, de 18m de compri- QUESTÃO 12 - Para tentar vencer um desnível
mento quando não alongada, constante elástica de 0,5 m entre duas calçadas planas e horizon-
de 200N/m e massa desprezível, amarrada aos tais, mostradas na figura, um garoto de 50 kg,
seus pés. Na sua descida, a partir da superfície brincando com um skate (de massa desprezível),
da ponte, a corda atinge a extensão máxima sem impulsiona-se até adquirir uma energia cinética
que ele toque nas rochas embaixo. Das opções de 300 J.
a seguir, a menor distância entre a superfície da
ponte e as rochas é:
a) 26 m. b) 31 m.
c) 36 m. d) 41 m. e) 46 m.

QUESTÃO 10 - A figura a seguir representa um


carrinho de massa m se deslocando sobre o trilho
de uma montanha russa num local onde a ace-
Desprezando-se quaisquer atritos e consideran-
leração da gravidade é g=10m/s². Considerando do-se g = 10 m/s2, pode-se concluir que, com
que a energia mecânica do carrinho se conserva essa energia:
durante o movimento e, em P, o módulo de sua a) não conseguirá vencer sequer metade do
velocidade é 8,0m/s, teremos no ponto Q uma ve- desnível.
locidade de módulo igual a: b) conseguirá vencer somente metade do des-
nível.
c) conseguirá ultrapassar metade do desnível,
mas não conseguirá vencê-lo totalmente.
d) não só conseguirá vencer o desnível, como
ainda lhe sobrarão pouco menos de 30 J de
energia cinética.
e) não só conseguirá vencer o desnível, como
ainda lhe sobrarão mais de 30 J de energia
cinética.

QUESTÃO 13 - As figuras mostram uma pessoa


a) 5,0 m/s b) 4,8 m/s
erguendo um bloco até uma altura h em três situa-
c) 4,0 m/s d) 2,0 m/s e) Zero. ções distintas.

88
FÍSICA

2. Energia dos hidrocarbonetos não queimados,


energia térmica dos gases de escape e transferi-
da ao ar ambiente 56,8kW
3. Luzes, ventilador, gerador, direção, bomba hi-
dráulica, etc. 2,2kW
4. Energia térmica 3kW
O esquema mostra que, na queima da gasolina,
no motor de combustão, uma parte considerável
de sua energia é dissipada. Essa perda é da or-
dem de:
a) 80% b) 70%
Na situação I, o bloco é erguido verticalmente; na c) 50% d) 30% e) 20%
II, é arrastado sobre um plano inclinado; e, na III,
é elevado utilizando-se uma roldana fixa. Consi-
dere que o bloco se move com velocidade cons-
tante e que são desprezíveis a massa da corda
e qualquer tipo de atrito. Comparando-se as três
situações descritas, é correto afirmar que o traba-
lho realizado pela pessoa é:
a) maior em II. b) o mesmo em I , II e III.
c) maior em I. d) menor em II.

QUESTÃO 14 - Uma central termelétrica (usina


elétrica a vapor) é uma instalação que permite ge-
rar energia elétrica às custas da energia interna
de um combustível, como petróleo ou carvão. A
sequência operacional correta dos componentes
bomba d’água, caldeira, condensador e turbina,
no projeto de uma usina elétrica a vapor, é:
a) caldeira, turbina, condensador e bomba
d’água.
b) turbina, caldeira, condensador e bomba
d’água.
c) turbina, condensador, caldeira e bomba
d’água.
d) bomba d’água, condensador, caldeira e tur-
bina.
e) condensador, turbina, bomba d’água e cal-
deira.

QUESTÃO 15 - O esquema abaixo mostra, em GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


termos de potência (energia/tempo), aproximada-
mente, o fluxo de energia, a partir de uma certa 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
quantidade de combustível vinda do tanque de B D C C A B B E A E
gasolina, em um carro viajando com velocidade
constante.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D C C E B E D D D D
11 12 13 14 15
B E B A A

1. Evaporação 1kW

89
QUÍMICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 03 - O metanol é um álcool utilizado


QUESTÃO 01 - Para compreender o processo de como combustível em alguns tipos de competição
exploração e o consumo dos recursos petrolífe- automotiva, por exemplo, na Fórmula Indy. A quei-
ros, é fundamental conhecer a gênese e o pro- ma completa (ver reação termoquímica abaixo)
cesso de formação do petróleo descritos no texto de 1L de metanol (densidade 0,80 g mL-1) produz
abaixo. “O petróleo é um combustível fóssil, ori- energia na forma de calor (em kJ) e CO2 (em gra-
ginado provavelmente de restos de vida aquática mas) nas seguintes quantidades respectivamen-
acumulados no fundo dos oceanos primitivos e te:
cobertos por sedimentos. O tempo e a pressão do 2 CH3 OH(  ) + 3 O2(g) → 4 H2O(  ) + 2 CO2(g) ; ΔH = −1453 kJ
sedimento sobre o material depositado no fundo
Considere: M(CH3 OH) = 32 g mol−1
do mar transformaram esses restos em massas
viscosas de coloração negra denominadas jazi- M(CO2 ) = 44 g mol−1
das de petróleo.” a) 18,2 x 10 e 1,1 x 10³
(Adaptado de TUNDISI. Usos de energia. São Paulo: Atual Editora, 1991.)
b) 21,3 x 10³ e 0,8 x 10³
As informações do texto permitem afirmar que:
c) 21,3 x 10³ e 1,1 x 10³
a) o petróleo é um recurso energético renová-
d) 18,2 x 10³ e 0,8 x 10³
vel a curto prazo, em razão de sua constan-
e) 36,4 x 10³ e 10³
te formação geológica.
b) a exploração de petróleo é realizada apenas
QUESTÃO 04 - A queima de combustíveis sem-
em áreas marinhas.
pre leva à liberação de quantidades consideráveis
c) a extração e o aproveitamento do petróleo
de energia. Um exemplo é a combustão do eta-
são atividades não poluentes dada sua ori-
nol, que pode ser representada por:
gem natural. C2H3 OH(  ) → 2CO2(g) + 3H2O(  )
d) o petróleo é um recurso energético distribuí-
do homogeneamente, em todas as regiões, ∆H =−1368 KJ ⋅ mol−1
independentemente da sua origem.
e) o petróleo é um recurso não-renovável a
Nesse sentido, é correto afirmar que:
curto prazo, explorado em áreas continen-
a) 3 mols de C2H5OH absorvem 4104 KJ de
tais de origem marinha ou em áreas sub-
energia.
marinas.
b) 3 mols de O2 quando são consumidos na
reação liberam 456 KJ de energia.
QUESTÃO 02 - Para diminuir o efeito estufa cau-
c) 23 g de C2H5OH liberam 68,4 KJ de energia.
sado pelo CO2, emitido pela queima de combus-
d) Quando a reação libera 1368 KJ de energia
tíveis automotivos, emprega-se um combustível
são formados 56 g de CO2.
que produza menor quantidade de CO2 por kg de
e) Para se liberar 6840 KJ de energia é neces-
combustível queimado, considerando-se a quan-
sário se queimar 5 mols de C2H5OH.
tidade de energia liberada. No Brasil, utilizasse
principalmente a gasolina (octano) e o etanol,
QUESTÃO 05 - Hot pack e cold pack são disposi-
cujas entalpias de combustão encontram-se rela-
tivos que permitem, respectivamente, aquecer ou
cionadas na tabela seguinte.
resfriar objetos rapidamente e nas mais diversas
Composto ∆Hoc (kJ mo −1) situações. Esses dispositivos geralmente contêm
substâncias que sofrem algum processo quan-
etanol −1370 do eles são acionados. Dois processos bastante
−5464 utilizados nesses dispositivos e suas respectivas
gasolina
energias estão esquematizados nas equações 1
A análise dessas informações permite concluir e 2 apresentadas a seguir.
que a(o) __________ libera mais energia por mol
NH4NO3 (s) + H2O( ) → NH4 + (aq) + NO3 − (aq) ΔH = 26 kJ mol−1 1
de gás carbônico produzido, sendo que o valor 2+ − −1
CaC 2 (s) + H2O( ) → Ca (aq) + 2C (aq) ΔH = −82 kJ mol 2
encontrado é de___________ kJ mol-1.
Os termos que completam, corretamente, as la- De acordo com a notação química, pode-se afir-
cunas são: mar que as equações 1 e 2 representam proces-
a) etanol, 685 b) etanol, 1370 sos de:
c) gasolina, 683 d) gasolina, 685 a) dissolução, sendo a equação 1 para um hot
e) gasolina, 5464 pack e a equação 2 para um cold pack.

90
QUÍMICA

b) dissolução, sendo a equação 1 para um cold 300mL de água contida numa latinha de café “hot
pack e a equação 2 para um hot pack. when you want” e que toda energia liberada seja
c) diluição, sendo a equação 1 para um cold utilizada para aquecer a bebida.
pack e a equação 2 para um hot pack. Qual a massa aproximada de óxido de cálcio
d) diluição, sendo a equação 1 para um hot (CaO) que será utilizada na reação para que a
pack e a equação 2 para um cold pack. temperatura da bebida passe de 20ºC para 60ºC?
a) 33 g
QUESTÃO 06 - Um dos maiores problemas do b) 0,014 g
homem, desde os tempos pré-históricos, é encon- c) 12 g
trar uma maneira de obter energia para aquecê- d) 0,82 g
-lo nos rigores do inverno, acionar e desenvolver
seus artefatos, transportá-lo de um canto a outro QUESTÃO 08 - A reação de cloração do metano,
e para a manutenção de sua vida e lazer. A rea- em presença de luz, é mostrada abaixo.
ção de combustão é uma maneira simples de se CH4 + C 2 → CH3 C + HC ∆H =−25kcal ⋅ mol−1
obter energia na forma de calor. Sobre a obtenção
Considere os dados de energia das ligações abai-
de calor, considere as equações a seguir.
xo.
C(grafite) + O2 (g) → CO2 (g) ΔH = −94,1kcal
C − H= 105kcal ⋅ mol−1
1
H2O(  ) → H2 (g) + O2 (g) ΔH = +68,3 kcal C − C
= 58kcal ⋅ mol−1
2
C(grafite) + 2H2 (g) → CH4 (g) ΔH = −17,9 kcal  103kcal ⋅ mol−1
H − C=

Assinale a alternativa que apresenta, corretamen- A energia da ligação C - Cl, no composto CH3Cl, é
te, o valor do calor de combustão (∆H) do metano a) 33 kcal . mol-1.
(CH4) na equação a seguir. b) 56 kcal . mol-1.
c) 60 kcal . mol-1.
CH4 (g) + 2O2 (g) → CO2 (g) + 2H2O(  ) d) 80 kcal . mol-1.
e) 85 kcal . mol-1.
a) - 212,8 kcal b) - 144,5 kcal
c) - 43,7 kcal d) + 144,5 kcal QUESTÃO 09 - O cicloexano (C6H12) é um hidro-
e) + 212,8 kcal carboneto líquido à temperatura ambiente, inso-
lúvel em água, que pode ser obtido pela redução
QUESTÃO 07 - “Está chegando ao Brasil, o café com hidrogênio, na presença de um catalisador
“hot when you want” (em português, “quente e pressão adequados, a partir do benzeno, apre-
quando você quiser”), da Nescafé, desenvolvi- sentando valor de entalpia-padrão de formação
do na Universidade de Southampton, Inglaterra. igual a - 156 kJ . mol. Sabendo-se que as ental-
Basta apertar um botão no fundo da lata, esperar pias padrão de formação, da água líquida e do
três minutos e pronto! Café quentinho (a 60ºC) dióxido de carbono gasoso são, respectivamente,
durante 20 minutos! Mas, afinal, qual será a tec- -286 kJ . mol -1 e -394 kJ . mol -1, pode-se afirmar
nologia de ponta do “hot when you want”? Apenas que a entalpia-padrão de combustão do cicloexa-
um compartimento no fundo da lata que contém, no é de:
separadamente, a cal viva (a mesma do fogo a) -524 kJ . mol -1 b) -836 kJ . mol -1
-1
grego!) e a água. Ao apertar o botão no fundo da .
c) -3924 kJ mol d) -4236 kJ . mol -1
lata, a placa que separa essas duas substâncias . -1
e) -6000 kJ mol
se rompe e a reação começa. O calor desprendi-
do na reação é então aproveitado para aquecer o QUESTÃO 10 - Considere o processo industrial
café na parte superior da lata. Simples, mas ge- de obtenção do propan-2-ol (isopropanol) a partir
nial!” da hidrogenação da acetona, representada pela
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10268.shtml. Acesso em 3/7/2014
equação a seguir.
A reação e a energia envolvidas estão descritas
na equação abaixo:
CaO(s) + H2O( ) → Ca(OH)2 (aq)
∆H =−20, 4 kcal / mol
Considere que são necessários 0,3 kcal de ener-
gia para se elevar em 1ºC a temperatura de

91
QUÍMICA

sel.
e) gasolina, gás de cozinha, óleo diesel e as-
falto

QUESTÃO 12 - De acordo com dados da Agência


Internacional de Energia (AIE), aproximadamente
87% de todo o combustível consumido no mundo
são de origem fóssil. Essas substâncias são en-
contradas em diversas regiões do planeta, no es-
tado sólido, líquido e gasoso e são processadas e
empregadas de diversas formas.
(www.brasilescola.com/geografia/combustiveis-fosseis.htm. Adaptado)

Fazendo uso das informações contidas na tabela Por meio de processo de destilação seca, o com-
anterior, é correto afirmar que a variação de ental- bustível I dá origem à matéria-prima para a indús-
pia para essa reação, em kJ/mol, é igual a: tria de produção de aço e alumínio. O combustí-
a) - 53. b) + 104. vel II é utilizado como combustível veicular, em
c) - 410. d) + 800. e) - 836. usos domésticos, na geração de energia elétrica
e também como matéria-prima em processos in-
QUESTÃO 11 - A destilação fracionada é um dustriais. O combustível III é obtido por processo
processo de separação no qual se utiliza uma de destilação fracionada ou por reação química, e
coluna de fracionamento, separando-se diversos é usado como combustível veicular. Os combus-
componentes de uma mistura homogênea, que tíveis de origem fóssil I, II e III são, correta e res-
apresentam diferentes pontos de ebulição. Nesse pectivamente:
processo, a mistura é aquecida e os componen- a) carvão mineral, gasolina e gás natural.
tes com menor ponto de ebulição são separados b) carvão mineral, gás natural e gasolina.
primeiramente pelo topo da coluna. Tal procedi- c) gás natural, etanol e gasolina.
mento é muito utilizado para a separação dos hi- d) gás natural, gasolina e etanol.
drocarbonetos presentes no petróleo bruto, como e) gás natural, carvão mineral e etanol.
está representado na figura abaixo.
QUESTÃO 13 - O principal processo industrial
utilizado na produção de fenol é a oxidação do
cumeno (isopropilbenzeno). A equação mostra
que esse processo envolve a formação do hidro-
peróxido de cumila, que em seguida é decompos-
to em fenol e acetona, ambos usados na indústria
química como precursores de moléculas mais
complexas. Após o processo de síntese, esses
dois insumos devem ser separados para comer-
cialização individual.

Assim, ao se realizar o fracionamento de uma


amostra de petróleo bruto os produtos recolhidos Considerando as características físico-químicas
em I, II, III e IV são, respectivamente: dos dois insumos formados, o método utilizado
a) gás de cozinha, asfalto, gasolina e óleo die- para a separação da mistura, em escala indus-
sel. trial, é a:
b) gás de cozinha, gasolina, óleo diesel e as- a) filtração. b) ventilação.
falto. c) decantação. d) evaporação.
c) asfalto, gás de cozinha, gasolina e óleo die- e) destilação fracionada.
sel.
d) asfalto, gasolina, gás de cozinha e óleo die-

92
QUÍMICA

QUESTÃO 14 - Para impedir a contaminação mi-


crobiana do suprimento de água, deve-se eliminar
as emissões de efluentes e, quando necessário,
tratá-lo com desinfetante. O ácido hipocloroso
(HClO), produzido pela reação entre cloro e água,
é um dos compostos mais empregados como de-
sinfetante. Contudo, ele não atua somente como
oxidante, mas também como um ativo agente de
cloração. A presença de matéria orgânica dissol-
vida no suprimento de água clorada pode levar à
formação de clorofórmio (CHCl3) e outras espé-
cies orgânicas cloradas tóxicas.
SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. São Paulo: Pearson. 2009 (adapta-
do).

Visando eliminar da água o clorofórmio e outras


moléculas orgânicas, o tratamento adequado é a:
a) filtração, com o uso de filtros de carvão ati-
vo.
b) fluoretacão, pela adição de fluoreto de só-
dio.
c) coagulação, pela adição de sulfato de alu-
mínio.
d) correção do pH, pela adição de carbonato
de sódio.
e) floculação, em tanques de concreto com a
água em movimento.

QUESTÃO 15 - O processo de industrialização


tem gerado sérios problemas de ordem ambiental,
econômica e social, entre os quais se pode citar
a chuva ácida. Os ácidos usualmente presentes
em maiores proporções na água da chuva são o
H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico
com a água, o HNO3, o HNO2, o H2SO4 e o H2SO3.
Esses quatro últimos são formados principalmen-
te a partir da reação da água com os óxidos de
nitrogênio e de enxofre gerados pela queima de
combustíveis fósseis. A formação de chuva mais
ou menos ácida depende não só da concentração
do ácido formado, como também do tipo de ácido.
Essa pode ser uma informação útil na elabora-
ção de estratégias para minimizar esse problema
ambiental. Se consideradas concentrações idên-
ticas, quais dos ácidos citados no texto conferem
maior acidez às águas das chuvas? GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a) HNO3 e HNO2.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
b) H2SO4 e H2SO3.
c) H2SO3 e HNO2. E A A E B A E C A
d) H2SO4 e HNO3. 11 12 13 14 15
e) H2CO3 e H2SO3. C B E A D

93
FOLHA DE REDAÇÃO

ALUNO(A)__________________________________________________________________________________

DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
01
02
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RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
preenchimento do participante.
III 1 2 3 4 5 4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
IV 1 2 3 4 5 Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.

94 94
GRADE CORREÇÃO
Nível 0 0,0 | Nível I 2,0 | Nível II 4,0 | Nível III 6,0 | Nível IV 8,0 | Nível V 10,0
COMPETÊNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência

a) Adequação ao Registro b) Norma Gramatical


c) Convenções da Escrita
• Grau de formalidade. • Sintaxe de concordância, regência • Escrita das palavras (ortografia,
Comp. I • Variedade linguística adequada e colocação.
ao tipo de texto e à situação de • Pontuação. acentuação).
• Maiúsculas / minúsculas.
interlocução. • Flexão.
a) Tema b) Estrutura
Comp. II
• Compreensão da proposta. • Encadeamento das partes do
• Desenvolvimento do tema a partir texto
de um projeto de texto. • Progressão temática.
c) Indícios de Autoria
a) Coerância Textual • Presença de marcas pessoais
Comp. III • Organização do texto quanto à b) Argumentatividade manifestas no desenvolvimen-
sua lógica interna e externa. to temático e na organização
textual.
b) Coesão Gramatical
a) Coesão Lexical
• Adequação no uso de recursos
• Adequação no emprego de co-
nectivos, tempos verbais, pontua-
Comp. IV lexicais, tais como: sinônimos,
ção, sequência temporal, relações
hiperônimos, repetição, reiteração
anafóricas, conectores intervoca-
etc.
bulares, interparágrafos etc.

Cidadania ativa com proposta solidária,


Comp. V
compartilhada e inovadora.

95 95
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