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O MISTÉRIO DE DEUS E O CONHECIMENTO:


REVELAÇÃO E TEOLOGIA
EOLOGIA SISTEMÁTICA

Fernando Albano

INTRODUÇÃO

Aoo estudar sobre o mistério de Deus e o conhecimento humano,


humano devemos começar
considerando as seguintes questões: o que é Teologia Sistemática? Como ela organiza o
conhecimento a respeito de Deus? Quais são as suas fontes? Podemos declarar que a Igreja
elaborou através da história uma forma ordenadaa de doutrinas. Dessa forma, visava-se o
ensino interno das comunidades cristãs, assim como apresentar modos
modos de dar respostas da fé
às pessoas que não compartilhavam doo seguimento de Jesus Cristo. Dessa forma, essas
doutrinas organizadas foram entendidas como palavra de Deus, provenientes da revelação por
meio dos profetas e apóstolos.
De acordo com Jorge Pinheiro,
Pinheiro, essa formatação da doutrina cristã em um todo
coerente foi realizada pela primeira vez no século VIII, quando “João Damasceno escreveu a
sua Exposição da Fé Ortodoxa”
Ortodoxa (PINHEIRO, 2012, p. 15). Desde então, surgiram muitas
Teologias Sistemáticas
istemáticas no mundo
m cristão, sendo as maiss famosas as realizadas por Pedro
Lombardo, Tomás de Aquino, Felipe Melanchton, João Calvino, Friedrich Schleirmacher,
Karl Barth e Paul Tillich.

1 A NECESSIDADE DA TEOLOGIA

A Teologia ajuda a oferecer respostas às necessidades


es das pessoas. Ajuda aqueles
que têm perguntas, dúvidas sobre Deus, sobre a vida, sobre os ensinos da Bíblia, entre outros.
Normalmente, associamos a teologia a questões abstratas,
abstrat como:: Como Deus pode ser um e
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três simultaneamente (Trindade)? Como pode Cristo ser divino e humano? Porém,
evidentemente que há outras perguntas de natureza mais prática e existencial que incomodam
as pessoas. De fato, não podemos restringir a Teologia apenas a questões acadêmicas ou
técnicas. Se a Teologia é um ensino edificante, então os teólogos precisam ouvir as perguntas
de todas as pessoas. Por outro lado, não estamos sugerindo que a Teologia deve abandonar as
questões teóricas, de modo a se voltar apenas para as questões práticas, nem menosprezar o
trabalho teórico dos teólogos acadêmicos. O teólogo Millard Erickson apresenta as seguintes
características da natureza do labor teológico (ERICKSON, 1997, p. 16):

a) A Teologia é bíblica;
b)A Teologia é sistemática;
c) A Teologia é elaborada no contexto da cultura humana;
d)A Teologia é contemporânea;
e) A Teologia é prática.

Diante do exposto acima, definimos Teologia como a aplicação da Escritura à vida


das pessoas, procurando trazer respostas às diversas áreas humanas. Sendo assim, a Teologia
ajuda a fazer a “ponte” adequada entre a mensagem bíblica e o contexto de vida do ser
humano.
Ao entender as razões que levaram à criação de doutrinas e códigos morais dos
cristãos, passa a ser possível compreender os mais diversos aspectos do universo religioso
brasileiro. Também, o estudo da Teologia possibilita a superação da consciência ingênua e
cria a possibilidade do desenvolvimento de consciências críticas e aptas ao testemunho da fé
evangélica de maneira mais consistente e dialogal.
Ainda, há pelo menos três quesitos justificáveis para a necessidade da Teologia.

a) - É um instrumento apologético eficaz Para Refletir:


na
superação de ideias equivocadas do ponto de vista Minha intenção, Senhor, não é da
fé cristã (1 Pe 3.15). penetrar em tua profundidade,
porque de forma alguma posso
b) - Desenvolve o caráter e prepara pessoas compará-la à minha inteligência;
porém desejo compreender a tua
para a tarefa do ministério cristão. verdade, ainda que
imperfeitamente, essa verdade em
c) - O conhecimento doutrinário é uma parte que meu coração crê e que ele
ama. Porque não procuro
necessária da preparação de quem ensina a fé cristã (2
compreender para crer, mas creio
Tm 2.15). para vir a compreender. Na
verdade, creio porque se não
cresse não viria a compreender.
(Anselmo de Canterbury)
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Como disse o teólogo Wolfhart Pannenberg, a Teologia projeta um modelo “de


mundo, ser humano e história como fundamentados em Deus” (PANNENBERG, 2009, p.
97). Caso for consistente, esse modelo pode continuar relevante e amparar a vida de muitas
pessoas. Portanto, o estudo da Teologia, bem como sua sistematização se torna necessário,
não apenas por uma questão teórica e acadêmica, mas, sobretudo, por uma questão
existencial. Ou seja, por conta do dilema humano de encontrar o fundamento último de sua
existência e de seu mundo.

1.1 O MÉTODO TEOLÓGICO

Em relação ao método teológico, declaramos que um ponto fundamental é sua


centralidade nas Escrituras Sagradas. Visto que, se quisermos aplicar a Bíblia à nossa situação
contemporânea, então devemos estar em constante conversação com as Escrituras. Por outro
lado, não podemos ficar apenas com a Bíblia. Há muitas disciplinas auxiliares no labor
teológico. Para fazer uma boa Teologia é preciso algum conhecimento das fontes
extrabíblicas: conhecimento de línguas e cultura antigas, conhecimento de como os teólogos
do passado lidaram com determinadas doutrinas. Os credos e confissões da igreja são fontes
teológicas porque refletem importantes acordos oficiais sobre questões doutrinárias. Também
é útil no estudo teológico conhecer, mesmo que em termos gerais, algumas disciplinas
seculares, como a psicologia, a sociologia, a política, a economia, a filosofia, a crítica literária
e as ciências naturais. Algumas delas nos ajudam diretamente na interpretação da Escritura.
Outras nos ajudam a compreender a situação de nosso mundo atual às quais pretendemos
atingir com a mensagem do Evangelho.
Paul Tillich foi o teólogo que no século XX se ocupou com a expressão
contemporânea da doutrina cristã e com a necessidade de diálogo entre a teologia e outros
saberes humanos. Para isso, desenvolveu o método de correlação. Assim, “explica os
conteúdos da fé cristã através de perguntas existenciais e de respostas teológicas em
interdependência mútua” (TILLICH, 2005, p. 74). O divino e o humano são correlacionados
nessa perspectiva e devem ser considerados conjuntamente no método teológico. Tillich, ao
comentar sobre o método, faz uma discussão sobre alguns modos em que a correlação pode
ser usada:
O termo “correlação” pode ser usado de três maneiras. Ele pode designar a
correspondência de diferentes séries de dados, como em registros estatísticos. Pode
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designar a interdependência lógica de conceitos, como em relações polares, e pode


designar a interdependência real de coisas ou eventos em conjuntos estruturais. Se
este termo é usado na teologia, todos os três sentidos têm aplicações importantes. Há
uma correlação no sentido de correspondência entre símbolos religiosos e aquilo que
é simbolizado por eles. Há uma correlação no sentido lógico entre conceitos que
denotam o humano e aqueles que denotam o divino. E há uma correlação no sentido
fatual entre a preocupação última do ser humano e aquilo pelo que ele se preocupa
de forma última (TILLICH, 2005, p. 74-75).

Há correlação, portanto, primeiro entre símbolo e simbolizado. Entre Deus e os


meios de sua expressão. Em segundo lugar, há a correlação entre conceitos; um bom exemplo
é o logos universal (princípio da razão universal) e o logos (razão) dentro da vida do ser
humano, como ser racional que é. Em terceiro lugar, é apresentada a correlação entre o
ultimate concern (preocupação última) do ser humano e a realidade pela qual ele se preocupa
de forma última. Em suma, aprendemos com o método da correlação de Tillich, que a teologia
deve começar pelas questões preocupantes ao ser humano contemporâneo, e só no segundo
momento se reportar ao conteúdo da Teologia Bíblica. Essa ponte ajuda as pessoas a
perceberem a capacidade da Escritura em oferecer respostas repletas de sentido para a vida.

2 TEOLOGIA SISTEMÁTICA: SUAS DOUTRINAS

Conforme vimos acima, a Teologia Sistemática apresenta os conteúdos da fé cristã


de forma lógica e metódica, para então facilitar a compreensão e promover a aplicação prática
da mesma. A seguir, uma breve descrição de cada uma das doutrinas que compõem a
Teologia Sistemática:
a) - Bibliologia (Bíblia):
Bibliologia é a doutrina das Escrituras Sagradas, ou doutrina da Bíblia. Essa
disciplina estuda a revelação, autoridade, canonicidade, inspiração e estrutura da Bíblia.

b) - Teontologia (Deus):
Essa doutrina versa sobre a pessoa de Deus e seu relacionamento com o mundo
criado. Estuda os aspectos da obra criativa de Deus, seus decretos e fatos a Ele relacionados.
É na doutrina de Deus que aprendemos sobre a Trindade.

c) - Antropologia teológica (ser humano):


Antropologia teológica é a doutrina que estuda o ser humano enquanto criação divina.
Trata da doutrina da humanidade sob o aspecto teológico, procurando defini-lo segundo as
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Escrituras. Estuda a criação, natureza, imagem de Deus, queda, restauração e destino final da
humanidade.

d) - Hamartiologia (Pecado):
Hamartiologia é a expressão teológica para a doutrina do pecado. Estuda a
etimologia, natureza, classificação, realidade e consequência do pecado.

e) - Cristologia (Cristo):
A expressão teológica “Cristologia” designa a doutrina de Cristo ou o estudo da
Pessoa de Jesus Cristo. Estuda a preexistência, deidade, relação com o Pai, obra, pessoa e os
estados de Cristo: encarnação, humilhação e exaltação.

f) - Soteriologia (Salvação):
A soteriologia é a doutrina da salvação. Trata do estudo do planejamento,
instauração, lado divino e humano na salvação, justificação, regeneração, santificação e
segurança da salvação.

g) - Pneumatologia (Espírito Santo):


Pneumatologia é a doutrina do Espírito Santo e estuda a Terceira Pessoa da
Trindade - sua natureza, existência, ministério e símbolos, dons e fruto do Espírito.

h) - Eclesiologia (Igreja):

Eclesiologia é a doutrina do corpo místico de Cristo, a Igreja. Estuda os perfis


eclesiológicos: unidade, universalidade, santidade e sua apostolicidade, além da natureza e
funções da Igreja.

i) - Escatologia (Estudo das últimas coisas):


Estuda os assuntos proféticos ou apocalípticos para os últimos dias, tanto do Antigo
quanto do Novo Testamento.
É importante decidirmos quais são os assuntos mais importantes da Teologia e seus
subpontos. Quanto maior a importância de um ponto, tanto maior deve ser o grau de seriedade
e profundidade com a matéria. Além disso, cabe registrarmos que, a doutrina de Deus e sua
relação com a Criação é fundamental porque concede a própria estrutura a partir do qual são
feitas todas as demais fundamentações teológicas.
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3 TEORIA DA REVELAÇÃO

Vimos anteriormente uma exposição introdutória a respeito da Teologia Sistemática.


Agora vamos nos ocupar com a doutrina da revelação de Deus. De acordo com a fé cristã,
Deus é incomparável e tudo quanto falamos ou escrevemos a respeito dele, não passa de
analogia, todavia, podemos falar de conhecimento genuíno sobre a realidade divina.
Entretanto, como obtemos conhecimento de Deus? Nesta aula seguiremos em busca de
respostas.

3.1 A REVELAÇÃO DE DEUS


Revelação refere-se a pessoas, objetos, ou qualquer coisa que esteja oculta e que
possa ser conhecida ou trazida à luz. Significa literalmente “tirar o véu”, trazer ao
conhecimento o que estava oculto.
No Antigo Testamento, a palavra hebraica que traduz o termo revelação é gālâ1; essa
palavra é usada para se referir à revelação que Deus faz de Si mesmo às pessoas (Am 3.7).
Por sua vez, a palavra grega “apokalypsis”, usada no Novo Testamento, está associada à ideia
de tornar conhecido o Evangelho (Gl 1.12) e o próprio Deus (1 Tm 3.16; Jo 1.18)
(GINGRICH; DANKER, 1984, p. 30).

3.2 A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO DE DEUS

Conforme a Teologia Evangélica, Deus é conhecido somente através da sua


autorrevelação. À parte da sua iniciativa em se autorrevelar, Deus não poderia ser conhecido
pelo ser humano. Para Sponheim:

Deus não está meramente aí _ nem mesmo de modo eminente _ como objeto a ser
conhecido. É Deus que age no sentido de revelar. Nós conhecemos Deus por causa
de Deus (...) (SPONHEIM, 1987, p. 209-13).

A revelação de Deus deve ser entendida como o instrumento de imediata


comunicação de Deus ao homem. Na revelação, Deus ajuda os homens a compreenderem
sua natureza e propósitos (Dt 4.29; Jr 33.3). Isso é necessário, pois, após a entrada do
pecado no mundo, vemos o ser humano em um estado de ignorância e alienação em
1
Gālâ. Descobrir, revelar, desvendar, retirar o véu, tirar (HARRIS, 1998, p. 263-266).
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relação a Deus (Gn 3.1-10; 6.5; Sl 58.3; At 17.23-30; Ef 2.1-3). Segundo Paulo: “Não há
quem entenda, não há quem busque a Deus” (Rm 3.11). Logo, os que possuem algum
conhecimento de Deus e estão verdadeiramente a buscá-Lo é porque, primeiramente,
foram alcançados por Deus, ou seja, foram alvos da Sua comunicação.
As Escrituras demonstram vários níveis dessa comunicação, quer particular, quer
coletiva (Gn 2.16; 3.8,9; Gn 12.1; 15.1; 18.16; Êx 3.4; 19.3,9; 1 Sm 3.1; Is 6.1). Logo, a
revelação proveniente e determinada por Deus é uma comunicação pessoal.

3.2.1 Autorrevelação, requisito de todo conhecimento de Deus

Como aprendemos, conhecemos Deus por causa de Deus. Deus é, antes de tudo, o
sujeito transmissor do conhecimento ao ser humano, e só pode tornar-se objeto de estudo do
mesmo à medida que este assimila e reflete o conhecimento transmitido pela revelação. Deste
modo, a respeito da revelação podemos afirmar:

a) A Teologia seria completamente impossível, sem uma autorrevelação de Deus;


b) Revelação é comunicação: a palavra revela o interior da pessoa;
c) Cristo é a Palavra de Deus. Quando Deus revela pretende provocar mudanças.
d) A informação devia conduzir à familiaridade ou comunhão.

Para alguns teólogos, a revelação de Deus sempre implica em reconciliação, quem é


alvo da revelação, de modo irresistível, acaba salvo por Deus. Isto é denominado pelo
calvinismo de “graça irresistível”. Outros, no entanto, defendem a ideia de que a revelação de
Deus pode ser recusada. Assim, Deus revela sua pessoa e o interesse salvador pelo indivíduo,
contudo, este pode resistir à revelação e permanecer no pecado (cf. Rm 1.19-21).
De qualquer modo, segundo a Teologia Cristã, Deus se revela. Cabe ao ser humano a
responsabilidade de responder à revelação pela obediência ou desobediência. Conhecemos
Deus por causa de Deus. Salvação ou perdição provém, em última análise, da soberania de
Deus, pois envia sua palavra e a mesma pode salvar ou julgar! A revelação de Deus sempre
traz implicações para a vida daqueles que a recebem.

3.3 TIPOS DE REVELAÇÃO

Conforme vimos acima, de acordo com a Teologia Cristã, Deus se revela ao ser
humano. Agora, convém conhecermos os tipos dessa revelação divina. Há basicamente duas
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categorias primárias e distintas da revelação divina: a geral e a especial. Vamos definir cada
uma delas, bem como apresentar sua fundamentação bíblica.

a) Revelação Geral (Sl 8;19.1; Rm 1.8-21).

A Revelação Geral diz respeito à revelação feita por Deus de Si mesmo à


humanidade em toda parte. Trata-se da manifestação divina por intermédio da natureza,
constituição mental do homem e através do progresso da história humana (ERICKSON,1997,
p. 49).
Assim sendo, a teologia natural desenvolve suas doutrinas mediante o testemunho da
natureza e da razão humana. Essa revelação, enquanto revelação geral, ocorre de dois modos
distintos:

1) Revelação Externa: na criação, a qual proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus


(Sl 8;19.1; Rm 1.18-21).

2) Revelação Interna: na razão e na consciência em cada indivíduo (Rm 2.16; Jo 1.9).

Trata-se de uma revelação divina de caráter mais indireto.

b) Revelação Especial (Jo 1.1; 2 Tm 3.16).

O cristianismo reconhece como revelação especial tanto o Verbo Vivo (Cristo)


quanto a Palavra escrita. A revelação especial é coroada pela encarnação do Verbo Vivo (Jo
1.1,14,17,18; 14.8-9; Hb 1.1-3), e pelo registro da Palavra nas Escrituras (1 Co 14.37; 2 Tm
3.16), sendo essas revelações o desvendamento que Deus faz de Si mesmo de modo direto e
sobrenatural. O Logos encarnado revelou o Pai. A Palavra escrita registrou essa revelação e o
seu progresso (Hb 1.1-3; 2 Pe 1.20,21; Gl 1.12).

c) O estilo da revelação especial

1) É de natureza pessoal (Ex 3.14). Deus mesmo se dirige às pessoas.


2) A natureza antrópica da revelação especial.
O Deus revelado é um ser transcendental. Ele está fora de nossa experiência sensorial.
A revelação vem em linguagem humana e em categorias humanas de pensamento e
ação. Assim, vemos na Bíblia se atribuir a Deus aspectos físicos e emocionais.
Devemos lembrar, no entanto, que Deus não é um ser humano, Ele é Deus.

3) A natureza analógica da revelação especial


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A revelação divina aproveita aqueles elementos de nosso universo de conhecimento


que ou podem servir como paralelo da verdade no campo divino ou podem transmiti-la
parcialmente. Quando usamos o termo analógico, queremos dizer “iguais em qualidade”; em
outras palavras, a diferença é de grau, não de espécie ou gênero. Deus é poderoso como são
poderosos os homens, porém muito mais.

3.4 OS MEIOS DA REVELAÇÃO

Caro(a) estudante, aprendemos que o ser humano pecador, de acordo com a Teologia
cristã é ignorante a respeito de Deus. Quando o indivíduo recebe a revelação de Deus, a ele é
concedido, gratuitamente, a oportunidade de obter comunhão com Deus.
Segundo Paul Tillich, não há realidade, coisa ou evento que não possa tornar-se
meio de revelação divina, pois toda pessoa e toda coisa tem seu fundamento último em
Deus. Sendo assim, essa é a razão porque diversos tipos de realidade chegaram a ser um
meio de revelação (Cf. TILLICH, 2005, p. 130). Entre estas, Tillich menciona:
a) A natureza: os meios de revelação por meio da natureza são tão numerosos quanto os
objetos naturais. “Oceano e estrelas, plantas e animais, corpos e almas humanos são
todos meios naturais de revelação” (TILLICH, 2005, p. 131).
b) A história, os grupos e indivíduos: ocorre revelação quando a história, grupos e
indivíduos se tornam “transparentes ao fundamento do ser e sentido”, isto é,
transparentes à realidade divina.
c) A palavra: esse é o principal meio de revelação. Para Tillich, a expressão palavra de
Deus possui seis sentidos diferentes. Palavra de Deus como princípio da
automanifestação divina no próprio fundamento do ser. Segundo, a Palavra é o meio
da criação; terceiro, a Palavra é a manifestação divina na história da revelação. É a
palavra recebida pelos seres humanos. Quarto, a Palavra é a manifestação de Jesus
como o Cristo, e, finalmente, chama-se de Palavra de Deus a mensagem da igreja tal
como esta a proclama em sua pregação e ensino (Cf. TILLICH, 2005, p. 136; 166-
169).
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NOTA IMPORTANTE
Convém destacarmos que, de acordo com a fé cristã, o ponto mais elevado da revelação de
Deus ocorreu na encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo (Mc 1.14-15; Rm
10.14; 2 Pe 2.1). É Jesus Cristo a revelação final da vontade de Deus e de seus propósitos
amorosos para a humanidade. De modo que, quem desejar obter conhecimento confiável de
Deus, deve olhar para Jesus, o Cristo.

RESUMO

Nessa leitura você aprendeu que:

• A Teologia pode ser definida como a aplicação da Escritura à vida das pessoas,
procurando trazer respostas às diversas áreas da vida do ser humano. Desta forma, a
Teologia ajuda a fazer a “ponte” adequada entre a mensagem bíblica e o contexto de
vida do ser humano;
• Em relação ao método teológico, declaramos que um ponto fundamental é sua
centralidade nas Escrituras Sagradas. Todavia, também é útil no estudo teológico
conhecer, ainda que em termos gerais, algumas disciplinas seculares, como a
psicologia, a sociologia, a política, a economia, a filosofia, a crítica literária e as
ciências naturais. Algumas delas nos ajudam diretamente na interpretação da
Escritura. Outras nos ajudam a compreender a situação de nosso mundo atual às quais
pretendemos atingir com a mensagem do Evangelho;
• A Teologia Sistemática apresenta os conteúdos da fé cristã de forma lógica e
metódica, para então facilitar a compreensão e promover a aplicação prática da
mesma;
• A revelação de Deus deve ser entendida como o instrumento de imediata comunicação
de Deus ao homem. Na revelação, Deus ajuda os homens a compreenderem sua
natureza e propósitos;
• Conforme aprendemos, conhecemos Deus por causa de Deus. Em outras palavras,
Deus é, antes de tudo, o sujeito que transmite conhecimento ao ser humano, e só pode
tornar-se objeto de estudo do mesmo na medida em que este assimila e reflete o
conhecimento transmitido pela revelação;
• Há duas categorias primárias e distintas da revelação divina: a revelação geral e a
revelação especial;
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• A palavra é o principal meio de revelação divina.

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