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1.1 Estados
Entretanto, não basta a capacidade do Estado de criar tratados para tornar válido
um ato internacional. Com efeito, para que o ente estatal se obrigue
internacionalmente de maneira válida, é necessário que órgãos competentes para tal
conduzam o processo de conclusão do ato internacional. A indicação desses órgãos
é feita dentro do ordenamento interno de cada Estado, não se ocupando o Direito
Internacional da matéria, e bastando que as partes envolvidas na preparação de um
tratado tenham a devida ciência de quem são aqueles que têm poderes para
formular os atos necessários à correta expressão do consentimento estatal.
Cabe destacar que não é a União que detém a personalidade jurídica de Direito
Internacional Público do Brasil. No caso, a pessoa jurídica de Direito Internacional
Público é a República Federativa do Brasil, cabendo à União, que é pessoa jurídica
de Direito Público interno, a incumbência de representar o Estado brasileiro nas
relações internacionais.
1. 2 Organizações internacionais
A Convenção de Viena de 1986 ainda não entrou em vigor. Em todo caso, os atos
internacionais que contem com a participação de organizações internacionais podem
ser regulados tanto pela Convenção de Viena de 1969, por analogia, como pelas
normas costumeiras pertinentes.
Ao final, cabe ressaltar que nada impede que os entes subnacionais firmem, com
entidades estrangeiras ou internacionais, instrumentos de caráter privado ou que
não tenhamcaráter vinculante.
A Convenção de Viena de 1969 (art. 7) fixa o rol dos agentes estatais capazes de
celebrar tratados independentemente de comprovação de reunirem poderes para tal.
O fato de o agente estatal não incorporar nenhuma dessas funções não o exclui da
possibilidade de concluir tratados em nome de seu Estado, bastando que seja
investido deplenos poderes para tal pelo ente estatal que representa ou que a
prática daquele Estado ou, ainda, outras circunstâncias indiquem ser aquele
funcionário representante do Estado, independentemente de plenos poderes.
Por fim, caberá a cada ente capaz de concluir os tratados fixar quais autoridades
poderão atuar em cada fase de preparação do ato internacional. É nesse sentido
que afirmamos queos funcionários indicados no artigo 7 da Convenção de Viena de
1969 não necessariamente reúnem poderes para atuar em todas as etapas de
elaboração dos tratados.
O objeto do tratado deve ser lícito e possível. Nesse sentido, não devem os tratados
violar normas internacionais já existentes, a não ser para substituí-las por outras
mais consentâneas com a realidade internacional. Os tratados não devem também
violar normasde jus cogens, determinando, por exemplo, a partilha do território de
um Estado, chocando-se frontalmente com as normas internacionais que vedam a
guerra de conquista e dão ao Estado o direito de existir.
Os tratados regionais não devem, tampouco, se chocar com regras universais, o que
seria o caso de um ato concluído no âmbito do MERCOSUL que violasse as regras
da OMC,ou de uma convenção de direitos humanos que negasse a igualdade entre
mulher e homem consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Tal
discrepância permite-se apenas quando a norma regional amplia o escopo da norma
global, atendendo a peculiaridades locais que fortaleçam a aplicação da norma
universal. É o que acontece, por exemplo, nos tratados de direitos humanos, que
podem proteger aspectos da dignidade humana mais relevantes para certos povos
do que para outros.
4 Consentimento regular
5 VÍCIOS DO CONSENTIMENTO:
Os vícios do consentimento que podem fulminar a validade dos tratados são o erro,
o dolo, a coação e a corrupção do representante do Estado.
5. 1 - ERRO
Entretanto, para que o erro torne o acordo inválido, deve atingir a essência do
assunto que o ato internacional pretende regular, ou seja, deva consistir razão
fundamental pela qual o sujeito consente em celebrar o tratado. Em suma, o ato
internacional pode ser invalidado se o consentimento da parte se apoiar em fato ou
situação que supunha existir no momento em que o tratado foi concluído e que
constituía uma base essencial de sua declaração de vontade. No entanto, o erro não
se configura se o Estado contribuiu para o fato por sua conduta ou se as
circunstâncias foram tais que o Estado deveria ter se apercebido da possibilidade de
erro.
5.2 - DOLO
O dolo é semelhante ao erro, mas deste difere por referir-se a uma informação
distorcida intencionalmente por meio de ardil, artifício ou manobra, que induza outro
signatário a erro.
Nesse sentido, se uma parte for levada a concluir um tratado pela conduta
fraudulenta de outra parte, o prejudicado pode invocar a fraude como tendo
invalidado o seu consentimento,fulminando o tratado.
5.3 - COAÇÃO
Resumindo...
REFERENCIAS