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FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE

ANDRÉA MESQUITA FERNANDES


DIEGO VINICIUS RIBEIRO VELOSO
EVERTON ALVES FERREIRA
GILLES HENRIQUE PIMENTA RODRIGUES
JIVAGO DE SOUSA GOMES
SANDRO LÚCIO ANTUNES NOBRE

ATIVIDADE DIREITO INTERNACIONAL

MONTES CLAROS – MG
2019
RESERVAS
Conceito e formulações
O estudo dos tratados internacionais no âmbito do Direito Internacional Público é
feito pela Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados de 1969, que traz regras gerais
referentes aos tratados internacionais, abrangendo o modo como são elaborados, a entrada em
vigor, a aplicação e interpretação, bem como regras sobre nulidade, extinção e suspensão de
tratado internacional.
No art. 1º da Convenção os tratados são conceituados como,
Um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito
Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica.

Portanto, entende-se tratado internacional, em termos bem simples, como um


acordo internacional, envolvendo, em regra, Estados soberanos que estabelecem regras e
compromissos que todos os signatários devem observar.
Percebeu-se que impor como regra a unanimidade para assinatura/ratificação de
um tratado poderia eventualmente não obter o consenso necessário para sua aprovação e
então, chegou-se à conclusão de que seria melhor para o mundo jurídico internacional ter
apenas parte de um tratado em vigor entre os Estados, ou mesmo ter as suas cláusulas
reduzidas em seus efeitos, do que não existir entre esses mesmos estados qualquer
regulamentação jurídica. Com isso, surge a possibilidade de um qualificativo do
consentimento, denominado reserva.
A Convenção de Viena define reserva como a declaração unilateral do Estado que
consente, visando a excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em
relação a este Estado (artigo 2º, § 1º, d). Entretanto, não importa a definição dada pelo estado
à reserva, mas é necessário que seja perceptível o seu intuito de excluir ou modificar os
efeitos jurídicos das disposições em reserva do tratado por ele firmado. Assim como também
não é importante a forma, desde que seja expressa, do ato reservativo estatal, vultoso é seu
conteúdo. Nesse sentido entende-se a reserva como a vontade do estado reservante de
emendar o tratado, ou seja, de se eximir de algum dispositivo específico ou modificá-lo
internamente em suas relações com as demais partes.
A formulação das reservas é estabelecida pelo art. 19,

Um Estado pode, no momento da assinatura, da ratificação, da aceitação, da


aprovação ou da adesão a um tratado, formular uma reserva, a menos que:

a) A reserva seja proibida pelo tratado;


b) O tratado apenas autorize determinadas reservas, enter as quais não figure a reserva
em causa; ou
c) Nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e
o fim do tratado.

Como se percebe, as reservas são admitidas em vários momentos do processo de


celebração dos tratados multilaterais, quando o Estado assina, ratifica, aceita ou aprova um
tratado, ou ainda quando o estado adere a um tratado de negociações que ele não participou.
Assim como estabelece três proibições à utilização das reservas, conforme art. 19 da
Convenção de Viena de 1969.
Quando as reservas são apresentadas na assinatura do acordo evitam o fator
surpresa, presente quando a aposição das mesmas dá-se no momento da ratificação, se apostas
na assinatura devem ser confirmadas na ratificação para que tenham valor jurídico; nesse
caso, a reserva considera-se realizada na data de sua confirmação, conforme art. 23, §2º da
Convenção. Já o art. 2º, §1º, alínea d, não permite a formulação de reservas tardias, a
formulação das reservas devem ocorrer no engajamento definitivo do tratado pelo Estado; a
Convenção é clara ao não permitir que se reserve determinado dispositivo convencional
depois que o estado manifestou definitivamente o seu consentimento em obrigar-se pelo
tratado.
Limites das reservas
É no próprio texto do tratado que a possibilidade e as condições de formulação de
reservas já vêm normalmente expressas. Se o mesmo silencia a respeito é porque, obviamente,
as admite, não se podendo entender de maneira contrária.
Entretanto, o direito que os Estados têm de formular reservas não é ilimitado. Ou
seja, existem limites à possibilidade de aposição de reservas, os quais podem ser de três
ordens: 1 ) quando o próprio tratado expressamente veda a aposição de reservas ao seu texto,
tal como faz o art. 1 20 Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional; 2) quando o
tratado prevê que somente determinadas reservas podem ser formuladas, entre as quais não
figure a reserva em questão; ou quando 3) nos casos não previstos nos números 1 e 2, a
reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado.
Tais hipóteses constam do art. 1 9 da Convenção de Viena de 1969 supracitado.
No caso da primeira possibilidade não surgem dúvidas, uma vez que o próprio texto
convencional veda a possibilidade de aposição de reservas, como faz o citado art. 1 20 do
Estatuto do TPI, nestes termos: "Não são admitidas reservas a este Estatuto". No segundo
caso, o tratado admite a possibilidade de reservas, mas somente em determinadas hipóteses,
prevendo ficar sem efeito quaisquer outras formuladas fora das ali previstas. E, no terceiro
caso, as reservas formuladas são nulas por serem incompatíveis com o objeto e a finalidade do
tratado. Essa última hipótese prevista pelo art.19 da Convenção versa o limite mais importante
relativo às reservas, merecendo assim análise mais detida.
Ela ocorre no caso de o tratado silenciar a respeito da possibilidade de reservas ao
texto; nesse caso, as reservas são possíveis, mas com os limites estabelecidos pela norma.
Assim, nos termos do citado art.19 fica expressamente vedada a formulação de reservas
incompatíveis com o objeto e a finalidade do tratado, consagrando-se então a obrigação de ser
sempre observada a compatibilidade da reserva com o objeto e a meta do tratado
internacional, como aliás já decidiu a CIJ, em célebre parecer de 1951 , relativo à
admissibilidade de reservas à Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de
Genocídio de 1948.
Nesse caso, a Corte aceitou a possibilidade de reservas nos tratados amplamente
abertos, mas limitou sua aposição à condição de não violarem o objeto e a finalidade do
instrumento. Do parecer de 1 95 1 foi possível abstrair que a proibição do genocídio
configurava norma de jus cogens internacional, o que impossibilitava reservas à Convenção.
Essa doutrina da compatibilidade tem, aliás, especial relevo quando se cuida de tratados
relativos a direitos humanos, os quais passam a ter um regime diferenciado de reservas, eis
que contam com o monitoramento de órgãos jurisdicionais permanentes no controle da
prática reservativa.
Procedimento das reservas
O procedimento das reservas é tratado pelo artigo 23 da Convenção de Viena de
1969. Conforme esse dispositivo, tanto a formulação de uma reserva, bem como sua aceitação
ou objeção, devem ser feitas por escrito, comunicando-se tal fato aos demais Estados
contratantes e aos outros Estados que tenham o direito de se tornar partes no tratado. Da
mesma forma, a retirada de uma reserva ou de uma objeção, também deve ser feita por
escrito.
Importante é saber se a ratificação pura e simples do tratado (aquela feita sem
quaisquer observações) faz desaparecer eventuais reservas formuladas no momento da
assinatura. Segundo Mazzuoli, se no momento que o Estado ratifica o tratado nada diz sobre
as reservas formuladas na assinatura, deve-se entender que a sua vontade foi a de confirmá-la
com as reservas formuladas. Ou seja, o silêncio do Estado quando da ratificação do tratado
quer parecer indicar que o mesmo não pretendeu alterar o que fizera por ocasião da sua
assinatura.
No entanto, alguns doutrinadores, como é o caso de Fauchille, seguem o
entendimento de que se Estado quiser manter a sua reserva aposta quando da assinatura, deve
manifestar essa sua vontade por ocasião da ratificação. A Convenção de Viena segue essa
orientação, em observância ao parágrafo segundo do artigo 23. Uma reserva formulada
quando da assinatura do tratado, condicionada a futura ratificação, aceitação ou aprovação,
deve ser formalmente confirmada pelo Estado que a formulou no momento em que manifestar
o seu consentimento definitivo em obrigar-se ao tratado. Nesse caso, a reserva considerar-se-á
feita na data de sua confirmação. Uma aceitação expressa de uma reserva, ou objeção a uma
reserva, feita antes de sua confirmação pelo ente que a formulou não requer confirmação do
Estado que a aceitou ou rejeitou.
Espécies de reservas
Há várias espécies de reservas. A reserva de ratificação se expressa ao ensejo da
assinatura, e por meio da qual, se diz apenas que tal firma não obriga definitivamente o
Estado ali representado, cuja ratificação no momento oportuno deverá ser feito.
Considera-se, imprópria, a chamada reserva de estrito teor político, com que o Estado,
não pretendendo rejeitar, ou aceitar modificadamente, qualquer dispositivo do tratado, vale-se
do desejo da assinatura, ou da confirmação do consentimento, para uma declaração
preservativa de direitos que estime possuir, favorável ou contrária à participação de algum
outro Estado no pacto coletivo.
Consideram-se impróprias as chamadas reservas interpretativas. Mas não se considera
exatamente imprópria a reserva com que o Estado proclama o não reconhecimento de outra
parte pactuante. Isso porque o que tal reserva modifica é o rol das pessoas jurídicas de Direito
das Gentes congregadas pelo tratado, uma vez que o autor da reserva declara seu propósito de
não o cumprir em relação àquela parte.
Aceitação e objeção das reservas nos tratados
A Convenção de 1969 deixou aos Estados o poder de apreciar se uma reserva
formulada por outro é ou não compatível com o objeto e finalidade do tratado, nascendo daí o
problema da aceitação e da objeção das reservas.
Regra geral é que nos textos silentes as reservas devem ser aceitas pelos demais
Estados-partes no acordo. Quanto ao problema da aceitação das reservas pelos demais
Estados, não surgem maiores problemas, uma vez que, sendo aceitas, passa o tratado a vigorar
normalmente entre as partes com as reservas como parte integrante do seu texto. Mas, afora a
aceitação expressa, presume-se aceita (tacitamente) uma reserva formulada se nenhuma das
partes apresentar objeção nos 1 2 meses que seguem à sua notificação, ou se a ratificação (ou
adesão) for posterior à reserva e não apresentar, quanto a ela, nenhuma objeção (art. 20, § 5°).
Cuida do problema da aceitação e objeção às reservas o art. 20 da Convenção de
Viena de 1969, que dispõe, em primeiro lugar, que uma reserva expressamente autorizada
pelo tratado não exige qualquer aceitação ulterior dos demais Estados contratantes, a menos
que o tratado disponha diversamente (§1°) ; nesse caso, tais reservas não se sujeitam ao
exame de compatibilidade com o objeto e a finalidade do tratado. Tal não significa, porém,
que uma reserva expressamente autorizada não possa ser objetada pelos demais tratados, a
reserva obter a aceitação de todas as partes para ter valor (art. 20, § 2°). Quando o tratado é
um ato constitutivo de uma organização internacional, a reserva deve contar com a aceitação
do "órgão competente" da organização respectiva (art. 20, § 3°).
Problema jurídico mais sério surge quando parte dos Estados são favoráveis à
reserva feita pelo outro e parte deles não o são. Tal ocorre quando há aceitação de uma
determinada reserva por parte de alguns Estados e sua não aceitação por parte dos outros. Para
Thomas Buergenthal, nos casos em que, de acordo com o descrito nos parágrafos anteriores,
uma reserva seja válida, o Estado que a formulou passa a ser parte do tratado e suas
obrigações com as demais partes no mesmo se modificam na medida em que a reserva o
determine. Por outro lado, naquelas situações em que as reservas não estão nem
expressamente proibidas nem expressamente autorizadas, os demais Estados partes têm a
liberdade de aceitá-las ou rechaçá-las. Se um Estado aceita uma reserva, o tratado passa a
entrar em vigor nas suas relações com o Estado autor da mesma (art. 20, § 4°, alínea a).
No que se refere às relações entre um Estado-parte que rechaça (objeta) uma
reserva e o Estado que a formula, existem, segundo Buergenthal, duas alternativas: 1 ) pode
ocorrer de o Estado-parte declarar que objeta a reserva feita, assinalando que não deseja
estabelecer uma relação convencional com o Estado autor da mesma, caso em que não existirá
relação convencional entre os dois Estados; ou 2) pode ocorrer de o Estado-parte recusar
aceitar a reserva feita pelo outro sem impedir o estabelecimento de relações convencionais
com esse último, caso em que se considera que entre ambos estabeleceu-se uma relação
convencional válida (tal como autoriza o art. 20, § 4°, alínea b, da Convenção) .
Quando um Estado que formulou objeção a uma reserva não se opõe à entrada em
vigor do tratado entre ele próprio e o Estado autor da reserva, somente as disposições a que se
refere a reserva é que não se aplicarão, obviamente, entre as duas partes, e tudo na medida por
ela determinada (art. 2 1, § 3°). Consagrou a Convenção, em sede de objeção, a regra que
permite a divisibilidade do tratado nesse caso, eis que somente o dispositivo objeto da reserva
não aceita é que deixará de vigorar entre as partes (reservante e objetante), desde que a
natureza do tratado permita essa divisibilidade. Ademais, as reservas formuladas por
determinado Estado não afetam as relações existentes entre os outros que aderiram, entre si,
sem reservas (art. 21, § 1 °, alínea a).
Todas essas hipóteses de aceitação ou objeção de reservas só têm lugar,
evidentemente, quando o tratado internacional em causa for mutalizável, os quais, como já se
estudou (v. item nº 7, c, supra), não se terminam pelo fato de sua execução restar prejudicada
por ato de uma das partes.
Aceitação
A princípio, uma reserva expressamente autorizada por um tratado não requer
qualquer aceitação posterior pelos outros Estados contratantes, a não ser que o tratado assim
disponha.
Quando o tratado é um ato constitutivo de uma organização internacional, a
reserva exige a aceitação do órgão competente da organização, a não ser que o tratado
disponha diversamente.
Pergunta-se: para que a reserva exija aceitação de todos os signatários, é
necessária expressa previsão nesse sentido? Em regra, não. A princípio, a aceitação da
reserva por todos depende de previsão no tratado.
Todavia, quando se infere do número limitado dos Estados negociadores, assim
como do objeto e da finalidade do tratado, que a aplicação do tratado na íntegra entre todas as
partes é condição essencial para o consentimento de cada uma delas em obrigar-se pelo
tratado, uma reserva requer a aceitação de todas as partes.

Objeção à reserva
A aceitação de uma reserva por outro Estado contratante torna o Estado autor da
reserva parte no tratado em relação àquele outro Estado, se o tratado está em vigor ou
quando entrar em vigor para esses Estados.
A objeção feita a uma reserva por outro Estado contratante não impede que o
tratado entre em vigor entre o Estado que formulou a objeção e o Estado autor da reserva, a
não ser que uma intenção contrária tenha sido expressamente manifestada pelo Estado que
formulou a objeção.
Um ato que manifestar o consentimento de um Estado em obrigar -se por um
tratado e que contiver uma reserva produzirá efeito logo que pelo menos outro Estado
contratante aceitar a reserva.
A não ser que o tratado disponha diversamente, uma reserva é tida como aceita
por um Estado se este não formulou objeção à reserva quer no decurso do prazo de doze
meses que se seguir à data em que recebeu a notificação, quer na data em que manifestou o
seu consentimento em obrigar-se pelo tratado, se esta for posterior ou seja: a não objeção no
prazo de 12 meses gera presunção de aceitação.
Efeitos das reservas nos tratados
A reserva não modifica as disposições do tratado quanto às demais partes no
compromisso em suas relações entre si.
Uma reserva estabelecida em relação a outra parte modifica para o autor da
reserva, em suas relações com a outra parte, as disposições do tratado sobre as quais incide a
reserva, na medida prevista por esta, e modifica essas disposições, n a mesma medida, quanto
a essa outra p arte, em suas relações com o Estado autor da reserva.
Quando um Estado que formulou objeção a uma reserva não se o pôs à entrada em
vigor do t ratado entre ele próprio e o Estado autor da reserva, as disposições a que se refere a
reserva não se aplicam entre os dois Estados, na medida prevista pela reserva. Obs.: a não ser
que o tratado disponha de outra forma, uma reserva ou uma objeção pode ser retirada a
qualquer momento, sem que o consentimento do Estado que a aceitou seja necessário para sua
retirada.
O principal efeito de uma reserva é o de fazer com que o Estado reservante se
desonere de cumprir a disposição reservada, sem que isso lhe traga maiores consequências em
termos de responsabilidade internacional. Assim, uma disposição Estados (pois, nesse caso,
não se trata de aceitação, como se refere o art. 20, § 1 °). Diz ainda a Convenção que quando
se infere do número limitado dos Estados negociadores, assim como do objeto e da finalidade
do tratado, que a sua aplicação na íntegra entre todas as partes é condição essencial para o
consentimento de cada uma delas em obrigar-se pela reservada passa a ser entendida como
não existente em relação ao Estado autor da reserva nas suas relações com as demais partes.
Uma vez efetuadas, as reservas passam a vigorar entre o Estado reservante e o
Estado aceitante, de acordo com o que dispõem as modificações previstas em seu texto. Isso
não significa que a relação dos outros Estados entre si, que não formularam reservas ao texto
do tratado, serão afetadas em decorrência desse fato. Uma reserva entre dois Estados não tem
o poder de modificar o texto do tratado no que tange às relações dos demais Estados entre si,
os quais não foram os autores da reserva. A reserva aceita vincula tão somente o Estado autor
e o aceitante no seu relacionamento recíproco.
Como se percebe, as reservas dividem os tratados em uma série de tratados
distintos, quantas forem as formulações efetuadas. Assim, como explica Reuter, tem-se que: o
tratado é obrigatório em sua totalidade entre os Estados que não formularam nenhuma
reserva; as porções do tratado não afetadas pela reserva A aplicam-se entre os Estados ou
organizações internacionais que a formularam e as demais partes; o mesmo se aplica às
porções do tratado não afetadas pela reserva B etc.
Também no caso de um Estado objetar uma reserva feita por outro, mas não se
opor à entrada em vigor do tratado entre ambos, a mesma solução se impõe: somente as
disposições a que se refere a reserva é que não se aplicarão entre os dois, devendo o restante
do tratado não afetado pela reserva ser integralmente observado.
Por fim, cabe destacar (como lembra Accioly) que da mesma forma que o Estado
autor da reserva, aceita pelas demais partes-contratantes, fica desobrigado da disposição
ressalvada, é natural que as outras partes, em reciprocidade, possam também invocar em seu
favor, nas relações com o referido Estado, o mesmo benefício (salvo na hipótese excepcional
de reserva extinta).
Reserva em tratados de direitos humanos
Os problemas surgidos em relação ao instituto da reserva relativa aos Tratados de
Direitos Humanos, por não apresentarem a possibilidade de uma viável solução negociada
encontram forte expressão no campo jurídico.
A permissibilidade do instituto das reservas por votação majoritária, davam aos
tratados uma característica geral de contrato, porém o posicionamento da Corte Internacional
de Justiça (CIJ) em 1951 trouxe uma quebra de paradigmas. O posicionamento da CIJ
influenciou diretamente a Convenção de Viena de 1969, fazendo com que fosse adotada o
critério de compatibilidade para a oposição de reservas. Ou seja, estipulou-se que uma reserva
não seria validada caso contrariasse a finalidade e o objeto do instrumento internacional.
Estas questões de compatibilidade são bastante relevantes quando o assunto é
reservas em tratados relativos a direitos humanos pois, possuem um regime diferenciado de
reservas. Nestes tratados a aceitação de reservas incompatíveis com o seu objeto e sua
finalidade ficam a cargo de órgãos criados pelo próprio tratado, diferentemente do ocorreria
nos tratados internacionais comuns.
Esta hipótese encontra-se descrita abaixo no artigo 19 da Convenção de Viena de
1969:
Artigo 19 Formulação de Reservas Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou
aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não ser que:
a) a reserva seja proibida pelo tratado;
b) o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as
quais não figure a reserva em questão; ou
c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto
e a finalidade do tratado (BRASIL, 2009)

Segundo Mazzuoli (2015), o sistema de reservas da Convenção de Viena de 1969


mostra-se inadequado para os tratados internacionais de direitos humanos, já que os mesmos
possuem uma lógica totalmente diferente dos demais tratados.
A critica feita a este critério de compatibilidade é que não se pode dizer
facilmente em quais casos as reservas estão de acordo ou finalidade do acordo. Outra
dificuldade também, é saber qual órgão possui a competência para apreciar a sua validade,
salvo se já previsto no próprio tratado qual órgão possuirá esta competência.
É também importante ressaltar que nos casos em que o tratado manifestar quais
as possibilidades de reservas que podem ser aceitas, nenhuma destas reservas podem ir de
encontro a norma de jus cogen internacional. Serão também invalidas as reservas contra
dispositivos comuns que seus efeitos irão violar alguma norma de jus cogen.
Desta forma, as reservas são um instrumento importante na proteção dos direitos
humanos e para a sua própria evolução no Estado. Em que pese o desrespeito a integralidade
de um tratado internacional, vedada as que contrariam a finalidade e o objeto deste tratado, as
reservas permitem a universalidade e a difusão da ideia trazida pelo tratado. Em relação aos
direitos humanos, as reservas têm que ainda evoluir muito, uma vez que torna-se impossível o
controle jurídico, visto que o instituto tem fins políticos e influencias diretas na ordem interna
de um Estado
REFERÊNCIAS

ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G. E. do Nascimento; CASELLA, Paulo Borba. Manual


de Direito Internacional Público. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 1357p.

BRASIL. Decreto nº 7.030, de 14 de dezembro de 2009. Promulga a Convenção de Viena


sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, com reserva aos Artigos
25 e 66. Diário Oficial da União, Brasília, 14 de dezembro de 2009. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7030.htm>. Acesso
em 13 maio 2019.

LORDELO, João Paulo. Direito Internacional. Tratados Internacionais. Barreiras, BA: 01


jun. 2015. Disponivel em: https://www.passeidireto.com/arquivo/38346950/3-tratados-
internacionais>. Acesso em: 13 maio 2019.

MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 9. ed. rev., atual.
e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. 1263 p.

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