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A exclusão do crédito tributário poderá ocorrer mediante isenção ou anistia, hipóteses estas
que consistem em renúncia fiscal. Diante disso, deve-se levar em conta o princípio da
indisponibilidade dos bens públicos, bem como da apresentação da estimativa de impacto.
Cumpre, inicialmente, ressaltar que muito embora seja excluído o crédito, não se desobriga o
contribuinte das obrigações acessórias.
No direito tributário brasileiro, podemos nos deparar com duas hipóteses de exclusão do
crédito tributário, quais sejam: isenção e anistia.
A isenção consiste em uma norma infraconstitucional que exclui o crédito tributário, impedindo
a incidência da norma de tributação. Para tanto, deverá ocorrer antes da prática do fato
gerador.
Isto é: antes da ocorrência do fato deve haver disposição legal excluindo o crédito tributário
que decorreria daquele fato. Por isso se diz que a lei exclui da tributação hipótese que
constitucionalmente poderia ser tributada.
É nesse aspecto que encontramos a distinção entre isenção e imunidade, na medida em que a
isenção é a retirada, mediante lei, da possibilidade de tributar. Pode-se tributar, mas o ente
federativo, por política de gestão pública, opta pela renúncia da receita. Enquanto a imunidade
é a impossibilidade originária, pois estabelecida pela CF/88. O ente jamais teve
possibilidade/competência de tributar sobre aquele fato, uma vez que vedado pela Carta Maior.
Não há que se falar em renúncia de receitas.
Em termos de classificação, podemos dizer que a isenção poderá ser:
I. Geral: é aquela que decorre diretamente da lei, não dependendo de qualquer requerimento
da parte interessada, nem de posterior ato administrativo. Ex.: isenção de IR sobre
rendimentos de caderneta de poupança.
III. Total: é aquela concedida sem qualquer restrição para aquele tributo que pretende ser
excluído. Ex.: aposentado com casa de até X metros quadrados não paga IPTU.
IV. Parcial: é aquele que vigora pela redução da base de cálculo, pelo entendimento do STF
(RE 174.478. SP.05)
V. Autônoma: é aquela concedida pela mesma pessoa jurídica titular da competência de
instituir e cobrar o tributo.
VI. Heterônoma: é aquela concedida por lei de pessoa jurídica diversa daquela que é titular da
competência para instituir e cobrar o tributo a que se refere.
Desta feita, resta a crítica doutrinária que entende por errado a colocação da anistia como
hipótese de exclusão do crédito tributário, tendo-se em vista que o crédito permanece, a
exclusão é tão-somente da multa.
Todavia, cumpre ressaltar que fica impossibilitada a concessão de anistia quando i. O ato
praticado for qualificado como crime contra a ordem tributária, ou ii. As infrações forem
resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, salvo disposição legal
contrária.
Estas são noções gerais sobre esses dois importantes institutos do Direito Tributário pátrio.
O Privilégio - deve ser entendido como regalia que a lei concede a determinado crédito de ser
pago com preferência dos outros.
Conceito: São prerrogativas do Fisco quando exige tributo, na busca do bem comum, para
compelir o administrado ao pagamento do tributo.
Legalidade:
O rol do CTN não taxativo, pois podem ser criadas outras garantias e privilégios em razão da
natureza e das particularidades de cada tributo, desde que seja por lei.
O fato de ser atribuída ao crédito uma garantia ou um privilégio não altera a sua natureza
(crédito não deixará de ser tributário.)
Responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas de qualquer
origem ou natureza do sujeito passivo, seu espólio ou massa falida, inclusive os gravados por
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da
constituição do ônus, excetuados os bens e rendas que a lei declare absolutamente
impenhoráveis.
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos.
Concurso de preferências
Ocorre quando há mais de uma esfera (U, E, M, e DF) para receber o crédito tributário. Neste
caso, deve ser observada a seguinte ordem: União, Estados, Distrito Federal,
Territórios Federais e Municípios.
“Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos
em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual
for a data da constituição do ônus ou da cláusula,excetuados unicamente os bens e rendas
que a lei declare absolutamente impenhoráveis.”
A segunda parte do dispositivo legal torna ineficazes as garantias reais ofertadas anteriores ao
estado de insolvência, colocando o terceiro, credor do devedor inscrito, em situação equiparada
ao do quirografário, ainda que previna-se com as medidas assecuratórias para a preservação
dos seus direitos.
A fraude à execução, assim decretada, torna ineficazes os atos praticados, por oneração ou
alienação.
Direito de preferências
Art.186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente
de trabalho.
II. A lei poderá estabelecer limites e condições para preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho.
Ainda quanto aos privilégios, estipula o Código Tributário Nacional a ordem de preferência entre
os credores, em evidente afronta ao princípio da igualdade e autonomia entre os entes públicos.
Consoante o parágrafo único do artigo 187, o concurso de preferência somente se verifica entre
pessoas de direito público, na seguinte ordem:
“I - União;
A matéria foi sumulada pelo STF, que considerou o concurso de preferência entre os entes
públicos compatível com o disposto na Constituição Federal.
A atual constituição, que tem por diretriz a igualdade e a dignidade, não teria recepcionado tal
dispositivo.
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no
curso do processo de falência.
Se alguém é devedor do fisco e vende ou por qualquer outra forma aliena ou onera algum bem
depois de inscrito o seu débito tributário como dívida ativa, presume- se de que o ato teve como
objetivo frustrar a execução do crédito tributário, salvo se devedor reservar bens ou rendas
suficientes para o pagamento total da dívida.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou onerarão de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida inscrita.
Parágrafo único. O dispositivo neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido
reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida ativa.
Art. 185- A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar
bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio
eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens públicos de
imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de
que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.
§ 1° A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor exigível, devendo o
juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que
excederem esse limite.
§ 2° Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo
enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja
indisponibilidade houver promovido.
Falência e Concordata
O crédito tributário visto como encargo da massa falida e do concordatário. Serão exigíveis os
vencidos e vincendos, curso do processo falimentar, terão preferência sobre quaisquer outros e
às próprias dívidas da massa. Se a penhora é feita antes da decretação da falência, a execução
fiscal prossegue até a pecúnia ser remetida à massa falida; se a penhora é feita após
decretação da falência, a penhora será feita no rosto dos autos da falência e a execução fiscal
prossegue até julgamento final.
CONCLUSÃO