Sunteți pe pagina 1din 33

Conservação em ambientes extremos: subprojeto da pesquisa “Paisagens em

Branco - Arqueologia Histórica Antártica”


Dra. Yacy-Ara Froner

Introdução: a conceituação de ambientes extremos

A Conservação Preventiva compreende a pesquisa e o desenvolvimento de sistemas de


análise, métodos de tratamento e protocolos de ações objetivando a criação ou a
adequação das condições necessárias à conservação de acervos. Nas últimas décadas, a
Ciência da Conservação busca analisar o comportamento de materiais aplicados ao
tratamento de objetos; a identificação de materiais, os testes mais adequados para a
autenticação e a avaliação do processo de degradação de bens culturais; bem como
metodologias de diagnóstico ambiental, o desenvolvimento de equipamentos de
monitoramento e o desempenho de equipamentos de controle.

Parâmetros metodológicos para a construção de diagnósticos em Conservação Preventiva,


incluindo o Diagnóstico de Risco, subsidiaram a área de ferramentas operacionais
sustentadas por métodos verificáveis e confiáveis, considerando o aporte científico de
pesquisas voltadas para a conservação e restauração de coleções (BERGES, 1993;
ASHLEY-SMITH, 1999; WALLER, 2002; MICHALSKI, 2004). Para além das
ferramentas, equipamentos e metodologias desenvolvidas na área, o escopo conceitual
desempenha um papel fundamental para o estabelecimento de uma terminologia
apropriada para o conhecimento científico.

No caso deste projeto, ambientes extremos e diagnóstico de risco são conceitos


associados, porém, determinam procedimentos distintos de avaliação e gestão.
Diagnósticos de risco intencionam uma ponderação acurada que projeta estimativas dos
riscos potenciais a curto, médio e longo prazo, tradicionalmente voltados para espaços
institucionais e geralmente a partir do recorte em ambientes específicos como Reservas
Técnicas, salas de exposição, arquivos e bibliotecas. Por outro lado, os protocolos
desenvolvidos em ambientes extremos, muitas vezes, implicam em ações emergenciais
aplicadas em contextos distintos de espaços institucionais e significam tomadas de
decisões, apropriação de ferramentas e desenvolvimento de metodologias em situações
nem sempre previsíveis ou de projeção factível, como também desprovidas de um aparato
laboratorial, de equipamentos ou de materiais acessíveis.

1
Contudo, o conceito de ambientes extremos não se restringe a espaços não institucionais,
mas a todo e qualquer ambiente que demande uma intervenção imediata, emergencial,
paliativa ou adequada às projeções do lugar. Compreender as peculiaridades desses
ambientes extremos e as possíveis apropriações e uso de instrumentais provenientes das
áreas de Conservação Preventiva e Restauração significa minimizar o impacto e definir
protocolos mínimos nesses casos específicos. Definimos por ambientes extremos alguns
contextos específicos:

a) Acervos em espaços institucionais ou não em áreas de conflitos;


b) Acervos em espaços institucionais ou não submetidos a catástrofes naturais;
c) Acervos em espaços institucionais ou não em condições de abandono;
d) Acervos em espaços institucionais ou não submetidos a condições ambientais
extremas.
Oportunamente, como desdobramento desta pesquisa, abordaremos todas estas questões.
Por hora, o foco deste trabalho é a situação de acervos submetidos a condições ambientais
extremas tomando como estudo de caso a participação no projeto “Paisagens em branco:
Arqueologia Histórica Antártica” coordenado pelo Dr. Zarankin no âmbito do
PROANTAR.

1. O projeto “Paisagens em Branco”

O projeto “Paisagens em Branco: Arqueologia Histórica Antártica” promove desde 1995


estudos sistemáticos de pesquisa arqueológica na região Antártica. A investigação tem por
objetivo resgatar vestígios da cultura material que possam fornecer subsídios à
compreensão das diversas ocupações, considerando a ação humana na alteração da
paisagem e o significado socioeconômico e cultural das atividades exploratórias nesse
espaço geográfico. A importância dessa pesquisa reside no recorte conceitual acerca das
estratégias capitalistas na incorporação da Antártica a partir do estudo do cotidiano dos
homens que exploraram a caça e a pesca da região.

Apesar do marco inicial das viagens do Capitão James Cook (1777), sua passagem pelo
continente não é efetiva, uma vez que não chega a aportar em terra firme: a pesar de haver
alzanzado la extrema latitud de 71º sur, paradojicamente, nunca avistaron tierra
(ZARAKIN; SENATORE, 2007, p.17). Segundo a historiografia, a primeira e mais
intensiva ocupação ocorreu entre 1820 e 1824, quando centenas de navios atracaram na
Península Byers das Ilhas Shetland Sul e milhares de marinheiros desenvolveram
atividades exploratórias dos pinípedes (lobos, focas e elefantes marinhos) e dos cetáceos

2
(baleias) da região. Os vestígios dessa ocupação podem ser pesquisados por meio das
amostras coletadas nas expedições arqueológicas recentes, e contribuem à percepção de
um panorama diversificado dessa ocupação: a história não oficial. Os acampamentos,
refúgios e áreas de matança, limpeza e estocagem das peles e demais derivados dos
animais constituem espaço privilegiado de reconstituição arqueológica do cotidiano dessas
pessoas.

As pesquisas empreendidas ao longo da costa de Byers identificaram vinte e seis sítios:


quinze ao sul; dez ao norte e um a oeste (ZARANKIN & SENATORE, 2007). Três destes
refúgios – Cova Lima-Lima, Praia Sul 1 e Cerro Negro – foram escavados de maneira
intensiva e sistemática entre 1995 e 2000. Entre 2010 e 2011, Sealer 3 e 4, Pencas 1 e 3, e
Punta Varadero foram os sítios estudados. Ao longo de quinze anos de pesquisa foram
coletados vestígios materiais diversos: ossos, madeira, metal, tecido, vidro e cerâmica,
configurando artefatos indiciários que registram os modos de vestir, a alimentação, o
trabalho e o lazer de uma história não oficial.

Desde 2005, o projeto desenvolveu um plano de manejo dessas coleções a partir da


colaboração entre a arqueóloga Dra. Melisa Anabella Salerno e a conservadora Silvia
Mariana Rodríguez – da Universidad del Museo Social. Provenientes dos sítios
arqueológicos de Cova Lima-Lima, Praia Sul 1 e Cerro Negro, os fragmentos têxteis da
coleção encontram-se atualmente sob a curadoria do Departamento de Investigaciones
Prehistoricas y Arqueologicas do Instituto Multidisciplinario de Historia y Ciencias
Humanas – DIPA-IMHICIHU-CONICET, em Buenos Aires-Argentina.

No Brasil, uma parte do acervo encontra-se em processamento documental, de


conservação e acondicionamento adequados a partir do envolvimento do LACICOR-
CECOR-EBA-UFMG desde junho de 2010. Localizada atualmente no Laboratório de
Estudos Antárticos em Ciências Humanas (LEACH), do Departamento de Sociologia e
Antropologia – DSOA-FAFICH-UFMG –, a.coleção é formada por artefatos compostos
por materiais orgânicos e inorgânicos, como projéteis de metal, cachimbos de cerâmica e
têxteis empregados na vestimenta, coletados em Sealer 3 e 4.

A partir dos contatos realizados com o LACICOR-CECOR através do Dr. Luiz Antônio
Cruz Souza, pesquisadores, docentes e alunos da EBA-UFMG tiveram a oportunidade de
ingressar no projeto atuando diretamente no desenvolvimento dos protocolos da análise,

3
documentação e conservação desses materiais1. Por meio do treinamento realizado em
agosto desse mesmo ano – TPA (Treinamento Pré-Antártico) –, eu pude participar da
equipe destinada à segunda expedição de trabalho subsidiada pelo CNPq, XXIX do
Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), como pesquisadora convidada, tendo como
objetivo o desenvolvimento de protocolos de manejo de conservação como suporte
técnico-operacional e de pesquisa associada ao projeto arqueológico. Os trabalhos de
campo relativos à Operantar XXIX foram realizados entre 10/01/2011 e 01/02/2011, na
Península Byers (coordenadas do acampamento: S 62°36’55.5’’ e W 61°04`45.1``) da ilha
Livingston, arquipélago de Shetland Sul do Continente Antártico (Fig. 1). Durante esse
período, foram escavados três sítios arqueológicos: Punta Varadeiro, Penca 1 e Penca 3 e
visitados outros dois sítios, Penca 2 e Lima Lima. Como membro da equipe, pude
conhecer a maioria dos sítios e trabalhar especificamente em Punta Varadeiro, tanto no
processo de escavação orientada em campo, quanto no processamento dos artefatos no
acampamento.

Figura. 1 – Arquipélogo Shetland Sul – Fonte: http://www.ctim.mb/

2. Protocolos de preservação: acervos científicos arqueológicos

Uma das orientações fundamentais da área de Conservação Preventiva para acervos


arqueológicos (BERDUCOU, 1990) é que a prática da conservação deve iniciar-se desde o
momento da escavação, quando são coletados ou expostos estruturas e materiais (artefatos,
objetos, resíduos etc). No momento em que o vestígio é exposto ou retirado de um

1
. A equipe atual envolvida no projeto é formada por: Dr. Luiz Antônio Cruz Souza, doutor Química com
ênfase em química aplicada à Conservação e Restauração. Como coordenador do LACICOR gerencia os
trabalhos do grupo; Dra Yacy-Ara Froner, pesquisadora na área de conservação de acervos arqueológicos,
coordena as atividades e a equipe envolvida no projeto; Dra Isolda Mendes Campos, doutora em Química,
coordenada a pesquisa relacionada às análises dos materiais; Ms. Willi de Barros Gonçalves, doutorando
pelo PPGA-UFMG, apóia a pesquisa na área de Conforto ambiental para objetos e coleções. Além desses
pesquisadores, as alunas de graduação do Curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis
Thais Venuto; Gerusa Radicchi; Giulia Giovani; Ana Carolina Motta Montalvão e Marcella Oliveira já estão
atuando como estagiárias no projeto desde junho de 2010 e atualmente aguardam o resultado de bolsas da
PROEX;

4
determinado ambiente – solo, gruta ou ambientes aquosos, salinos ou não –, o equilíbrio,
físico ou químico, atingido junto ao meio envolvente é quebrado. As mudanças ocorridas
durante ou após a escavação podem ser tão drásticas que o processo pode acarretar danos
irreversíveis, a não ser que sejam imediatamente tomadas medidas preventivas.

Os protocolos iniciais de coleta de materiais devem assegurar que sejam recuperados no


mesmo estado de conservação em que foram descobertos. Com relação ao meio a que
estão sujeitos, todos os materiais enterrados sofrem um determinado grau de degradação e
podem encontrar-se estruturalmente fragilizados mecânica, química ou biologicamente. O
tratamento em campo deve, portanto, ser cuidadosamente planejado em conjunto com a
equipe de arqueólogos, considerando o trabalho de escavação prioritário e, junto com o
resgate, a atuação em conservação como uma forma de garantir a sustentabilidade das
ações e a manutenção da integridade material dos vestígios coletados.

As ações de conservação devem compreender o diagnóstico da situação, os objetivos da


atuação e a metodologia mais adequada às condições locais. Dessa forma, o
monitoramento ambiental em todas etapas, do local de extração ao processo de transporte,
é fundamental o desenvolvimento de protocolos subsidiados por parâmetros específicos
dos ambientes de coleta, processamento e deslocamento, para tanto, o uso de datalogger –
ou “data recorder” – é uma ferramenta importante. Este equipamento, destinado a executar
a aquisição e a gravação de dados durante um período de tempo, eliminando a necessidade
da presença de um operador durante a coleta, fornece um histórico de monitoramento
indispensável para o acompanhamento das variações climáticas sob as quais foi submetido
o acervo.

Além do trabalho de coleta, a consolidação e a limpeza superficial em campo podem


auxiliar na conservação dos materiais. A metodologia de trabalho deve, porém, ser
previamente estudada, considerando a propriedade de cada material. Em termos práticos, a
intervenção de conservação e restauro de materiais arqueológicos engloba quatro fases: a
limpeza (mecânica ou química), a estabilização, a consolidação e o acondicionamento
adequado, tanto no transporte de campo, quanto no ambiente de guarda em Reserva
Técnica ou Laboratório.

A definição dos containeres ou caixas térmicas, bem como dos suprimentos de


acondicionamento, possibilita a embalagem segura, evitando perdas, fraturas e
deformações nos suportes dos artefatos, fragmentos e demais vestígios.

5
Assim, partindo desses princípios previamente definidos no projeto de pesquisa
apresentado, o acompanhamento do trabalho de campo da pesquisa em Arqueologia
Histórica na Antártica foi realizando a partir de alguns objetivos de atuação específicos:

1) Acompanhamento do trabalho em sítio;


2) Processamento documental e de conservação dos artefatos em laboratório de
campo;
3) Monitoramento das condições climatológicas no sítio, laboratório e no trânsito da
viagem;
4) Preparação dos artefatos para deslocamento Antártica-Brasil.
A oportunidade de participar desse trabalho é singular, considerando tanto o estatuto
seletivo do PROANTAR – cujo projeto coordenado pelo Dr. Zarankin é o único
desenvolvido na área de Ciências Humanas – quanto a possibilidade de trabalhar em
condições ambientais extremas, do sítio e do clima, significando uma experiência
excepcional e distinta no campo da Ciência da Conservação. Parte dos protocolos
desenvolvidos no contexto das escavações dos sítios na Antártica proveio de pesquisas
anteriormente desenvolvidas na área de preservação de artefatos de Arqueologia
Subaquática. A apropriação e a transferência desse conhecimento resultaram na
observância de que determinados materiais comportam-se de maneira equivalente em
condições ambientais correlatas, nesse caso, o ambiente saturado das áreas de escavações.

2.1. Acompanhamento do trabalho em sítio


A segunda expedição do projeto do Dr. Zarankin foi realizada na ilha Livingston, no
arquipélago de Shetland Sul do Continente Antártico (Fig.2). Os sítios escavados na
Península Bayers foram de Punta Varadeiro, Penca 1 e Penca 3, localizados próximos
entre si na costa norte na área demarcada como “H” (Fig. 3), nas imediações do
acampamento (coordenadas: S 62°36’55.5’’ e W 61°04`45.1), a aproximadamente
quarenta metros do mar. Os deslocamentos da equipe ocorreram seguindo a linha da costa
entre o acampamento e os sítios arqueológicos, ou no caso de mares altas, tomando os
menores caminhos sobre os morros adjacentes a praia (Tabela 1).
TABELA 1
Sítios arqueológicos Região (fig. 2) Coordenadas
Punta Varadeiro H S 62°36’29.9’’ W 61°04’51.6’’
Penca 1 H S 62°36`25.8`` W 61°06`05.5``
Penca 2 H S 62°36`414`` W 61°06`242``
Penca 3 H S 62°36`05.8`` W 61°06`21.2``
Lima Lima H S 62°36’55.7’’ W 61°04’44.9’’

6
Figura 2 Península Byers com a delimitação do setor interior e costeiro. Área de localização dos sítios arqueológicos
estudados. Fonte: http://www.scar.org/publications/bulletins/150/aspa126/

Figura 3: Detalhe da praia sul, península Byers, ressaltando na subárea H a localização dos sítios arqueológicos
estudados. Fonte: ZARANKYN & SENATORE, 2007.

O reconhecimento dos sítios arqueológicos ocorreu no dia 12 de janeiro, com início das
atividades de prospecção em Punta Varadeiro no dia 14. Entre a data de prospecção e o dia
16 de janeiro eu tive a oportunidade de acompanhar as atividades de escavação em sítio,
observando e participando das ações de coleta.

Um dos procedimentos primordiais da pesquisa arqueológica é a acuidade das informações


de coleta, para tanto o Dr. Zarankin gerenciou os dados do campo por meio do uso dos
equipamentos de GPS, da estação total, do acompanhamento fotográfico e de filmagem,
além dos croquis e desenhos esquemáticos das quadrículas do campo (Fotos 1, 2, 3 e 4).

7
Fotos 1, 2, 3 e 4 – Sítio Arqueológico de Punta Varadero
Medições de localização e topografia pela estação total; desenho esquemático do sítio, escavação

A dificuldade encontrada para o suporte de conservação na escavação foi a complexidade


do ambiente de enterramento, bem como da carência de uma formação especializada em
arqueologia e de vivência em campo, considerando o próprio direcionamento de
qualificação da área de preservação de bens culturais móveis no Brasil. Apesar dessas
limitações, a compreensão das ferramentas metodológicas empregadas auxiliou na
definição dos procedimentos de processamento dos materiais na barraca-laboratório, bem
como no reconhecimento prévio dos artefatos selecionados. Um dos problemas deparados
em campo foi a necessidade de estruturas mais rígidas para o suporte de deslocamento de
artefatos mais frágeis. Em uma próxima expedição seria interessante o uso de bandejas de
EPE de maior densidade para esta operação.

Além destas questões, a remoção das madeiras estruturais expostas ou soterradas


apresentou-se como uma situação complexa (Fotos 5, 6, 7, 8, 9 e 10). A madeira, após um
longo período de exposição a ambientes úmidos – solos, áreas lacustres ou ambientes
marinhos –, sofre um processo de degradação pela lixiviação das substâncias solúveis em
água, como açucares e sais minerais. Ao mesmo tempo, através da hidrólise, a celulose das
paredes das células desintegra, desestabilizando a lignina que dá o suporte estrutural à
matéria. Como resultado da desagregação da celulose e da lignina, o espaço entre as
moléculas é ampliado, tornando a madeira mais porosa e permeável, fazendo com que
todas as cavidades e espaços intermoleculares sejam preenchidos pela água. A perda da
lignina e a absorção da água podem preservar a forma da madeira no lugar original e
enquanto permanecer úmida, tornando-a, porém, extremamente frágil à manipulação e à
exposição ao ar. Quando descoberta, o processo de evaporação da água contida inicia uma
dinâmica interna de perda de suporte estrutural, colapsando as paredes e desagregando a
matéria.

Ciente deste processo, foi levado para o campo a solução de Paralóid B72 em 10 e 15%
em Acetona/Álcool Etílico (KOOB, 1886). Contudo, este consolidante não produziu

8
resultados favoráveis. O EMC2 da madeira apresentava um grau de saturação da umidade
que impossibilitou a introdução de qualquer material. O consolidante se depositou na
superfície da estrutura, não impregnando no seu interior. Ao ser exposta, a madeira perdia
umidade, se desagregando rapidamente, sem assimilar a penetração do consolidante
proposto. De acordo com Hamilton (1998,
http://nautarch.tamu.edu/crl/conservationmanual/) The conservation of waterlogged wood
is a two-fold process that involves the incorporation of a material into the wood that will
consolidate and confer mechanical strength to the wood while the water is being removed
(e.g. PEG or sugar-bulking treatments) and the removal of the excess water by a method
with will prevent any shrinkage or distortion of the wood (e.g. solvent or freeze-
drying).Estas quetões foram consideradas na escolha do consolidante e do solvente
propostos.

Fotos 5, 6, 7. 9, 9 e 10 – Sítio Arqueológico de Punta Varadero


Estruturas de madeira da habitação

Em laboratório, a madeira saturada comportou-se da mesma maneira, não aceitando a


impregnação do PB 72 (Foto 11).

2
“The moisture content of wood below the fiber saturation point is a function of both relative and
temperature of surrounding air. The Equilibrium Moisture Content (EMC) is the moisture contents at which
the wood is neither gaining nor losing moisture; this however, is a dynamic equilibrium and changes with
relative humidity and temperature”. HAILWOOD, Absorption of water by polymers: analysis in terms of a
simple model. Trans. Faraday Soc. 42B: 84–102, 1990.

9
Foto 11– Desprendimento da película do consolidante (Amostra 27.PV-B3)

No acampamento foi possível verificar que a exposição dos materiais na bancada em dias
mais secos, auxiliou na posterior aplicação do consolidantes, desde que fosse de pequenas
dimensões (Foto 12).

Foto 12– ponta de estaca consolidada (Amostra 7. PV-S1)

Cabe ressaltar que a escolha do consolidante foi pautada pela experiência anterior de
consolidação de artefatos arqueológicos e por meio das indicações bibliográficas mais
indicadas na área. As limitações no transporte de solventes variados, bem como o contexto
de acomodação provisória na barraca-laboratório também não permitiu uma variabilidade
de produtos trazidos para o trabalho de conservação na expedição.

Em campo no sítio de Punta Varadero também foi proposto o trabalho de monitoramento


por datalogger, contudo, o equipamento foi desconfigurado, o que atribuímos às baixas
temperaturas e a alta umidade do local (Foto 13). O equipamento foi configurado para
compilar as informações a partir de 15 de janeiro, mas não registrou este período.
Reconfiguramos o equipamento novamente e ele compilou o período de 19 a 30 de
janeiro, em laboratório.

10
Foto 13– Datalogger – sítio Punta Varadero

2.2. Processamento documental e de conservação dos materiais no laboratório-


barraca

Para o processamento do material de campo foi montada uma barraca-laboratório, dividida


com o setor de rádio. Considerando o espaço exíguo, a carência de equipamentos de
análise e materiais de tratamento, as atividades ficaram restritas à documentação, limpeza
superficial e embalagem dos materiais. Cabe ressaltar que esta foi a primeira viagem de
trabalho e, portanto, não havia uma idéia da demanda de aparelhamento das atividades,
além do conhecimento acerca da disponibilidade de espaço no transporte do Brasil ao
acampamento na ilha de Livingston. O laboratório ocupou metade da barraca, cerca de
dois metros quadrados, e usou como instalações uma mesa solicitada ao PROANTAR e
três caixas mafinites. A gestão do espaço físico é muito importante, pois a movimentação
do pesquisador é restrita e a localização dos materiais deve ter o acesso facilitado,
significando a otimização do trabalho. Basicamente, a organização do espaço do lado
esquerdo da entrada da barraca seguiu a seguinte lógica: a mesa de trabalho encostada na
parede oposta da entrada; duas caixas de marfinite encostadas na parede lateral à sua
esquerda para suporte das bandejas do material não tratado, em tratamento e tratado; uma
caixa marfinite à direita, encostada na parede de fundo, contendo o cooler de guarda dos
materiais têxteis e em couro já processados (Fotos 14, 15, 16 e 17).

11
Fotos 14, 15, 16, 17 – Exterior e interior da barraca-laboratório

Sobre a mesa ficaram disponibilizados ao fundo bastonetes, algodão, trinchas, bisturi,


pinças, solventes e consolidantes, sendo utilizados os frascos descartados no acampamento
como vasilhames. Em uma bandeja, sobre o banco à esquerda, o caderno de anotações,
câmara fotográfica, réguas, escalímetro, escala de cor, tesoura e luvas; no lado oposto,
uma bandeja com os sacos zipados em tamanhos variados e os suportes de EPE.

As etapas de processamento foram divididas em seis fases, cuidando sempre da


manutenção dos dados de coleta de campo, uma vez que a interpretação arqueológica está
diretamente associada à acuidade das informações: 1. Abertura dos invólucros de campo,
com fotografia prévia; 2. Anotação dos dados no caderno de trabalho; 3. Limpeza
superficial ou demais intervenções, quando possível; 4. Montagem da embalagem, com
registro de campo, tipologia e número da intervenção; 5. Colocação do material na bandeja
conforme característica material; 6. Limpeza e descarte dos sedimentos na bandeja
colocada sob a mesa. Esses protocolos, óbvios e simples, asseguraram uma rotina segura
das ações (Fotos 18, 19, 20, 21, 22 e 23).

12
Fotos 18, 19, 20, 21, 22 e 23 – Etapas do trabalho

A identificação na embalagem orientou-se pelo seguinte critério: superior esquerdo, local


e data da coleta; inferior esquerdo, tipologia material; inferior direito, número da
intervenção, sempre acompanhado de um ponto. Uma das propostas do trabalho era o
preenchimento imediato das fichas digitais elaboradas pela equipe de conservação, no
entanto, as limitações do uso de energia, bem como a prioridade para a limpeza e
embalagem do material coletado restringiram as atividades de documentação.

O registro no caderno procurou respeitar os campos propostos na ficha: 1) Identificação da


área de coleta; 2) Tipologia material; 3) Número de elementos; 4) Degradação; 5)
Intervenção; 6) Dimensões em desenho esquemático; 7)Número das chapas do registro
fotográfico; 8) Número da intervenção. No início, todas as peças foram desenhadas, mas à
medida que o trabalho demandava maior agilidade, apenas as botas receberam o desenho
esquemático para auxiliar na montagem posterior.

Ao longo do trabalho foi possível processar apenas o material de Punta Varadero. Entre 17
e 30 de janeiro foram limpos e embalados aproximadamente vinte e quatro conjuntos
ósseos, incluindo dentes; vinte e oito conjuntos compostos por madeira, incluindo cortiça;
cinqüenta e sete conjuntos compostos por couro, tecido e pelo; dezesseis conjuntos em
metal e dez conjuntos compostos por lítico, cerâmica e vidro. A organização do material
por tipologia material intencionou facilitar a definição das análises e dos procedimentos de
intervenção posteriores.

13
2.2.1. Processamento: material ósseo

A conservação de material orgânico é sempre complexa quando se trata de material


extraído de ambientes úmidos. Aproximadamente 70% do material ósseo é composto por
material inorgânico – fosfato de cálcio, além de carbonatos e flúor –, em ambientes
úmidos, esse material pode ser rapidamente lixiviado. O tecido orgânico é dado pela
osteína e representa o 30% do restante do material, respondendo pela estrutura molecular
que forma a parede de sustentação do material.

Em sítios arqueológicos, a osteína é decomposta pela hidrólise e os elementos inorgânicos


podem ser desintegrados pelos compostos ácidos presentes tanto no solo quanto pela
reação produzida pela hidrólise ácida do material orgânico. Além da decomposição, sua
característica higroscópica faz com que absorva a água como uma esponja e o material
ósseo ao ser exposto perde água por evaporação, promovendo a desintegração das
estruturas.

Para a pesquisa arqueológica em Punta Varadero, a preservação do material ósseo


significa a recomposição dos hábitos alimentares e a caracterização da tipologia de abate
praticado; conta com o apoio de áreas como a Mastozoologia, Ornitologia e a Biologia
Marinha para a identificação das espécies encontradas. Considerando a demanda da
pesquisa, marcas de ferramentas e resíduos, portanto, devem ser preservados.

Como protocolo básico, foi feita a limpeza mecânica por trincha e posteriormente com
álcool etílico. O álcool acelerou a evaporação, mas pôde ser utilizado apenas nas peças
maiores, dentes e ossos mais estruturados. Nos dias mais secos, quando a unidade relativa
no interior da barraca chegou a 30%, a secagem gradual dos ossos permitiu a introdução
do consolidante – 5% de Paraboid B72 em Acetona/Álcool Etílico.

A falta de espaço de secagem na barraca-laboratório dificultou a exposição dos materiais


por um tempo maior; o aumento drástico da umidade durante a noite também dificultou a
secagem. Não foi verificada a presença de incrustações salinas pela absorção de sais
solúveis presentes no solo, sendo a decomposição estrutural pela absorção de umidade o
principal fator de degradação. Mesmo os ossos mais rígidos apresentaram pulverulência,
friagem e fragmentação nas extremidades e bordas.

14
Fotos 24 e 25 – Desagregação do material ósseo (Amostra 6.PV-S1) foto 26 – Diferença da condensação entre os sacos do material
tratado em um dia úmido e o material processado em um dia seco; foto 27 – Datalogger posicionado no interior de um invólucro
(Amostra 1.PV-S1)

Uma das maiores dificuldades encontradas no processamento do material ósseo foi a


variação drástica e contínua dos índices de umidade. Durante os vinte e dois dias de
estadia no acampamento e dentre os quatorze dias de trabalho em laboratório, apenas dois
dias registraram índices de UR inferiores a 40%.. Nesses dias, a secagem do material
facilitou sua consolidação, contudo, durante todo o processo o próprio material exudou
umidade, a qual se depositou nas paredes dos sacos plásticos por condensação. Esse
fenômeno causou distorção no datalogger colocado dentro de um dos invólucros, pois
ocorreu condensação de umidade no próprio sensor do aparelho, acarretando também sua
desconfiguração. A escolha de invólucros selados foi indispensável para evitar que os
materiais absorvessem a umidade noturna que chegava a patamares altíssimos, com picos
de 90%. Considerando a temperatura local e a recomendação da vinda desse material em
ambiente refrigerado, acreditamos que o microclima seria amenizado. De qualquer modo,
o uso do saco de polietileno com reforço de EPE teve por objetivo criar uma estrutura de
apoio que minimizasse o impacto e a movimentação durante a viagem, além de separar e
identificar o material já limpo.

Alguns conjuntos não foram limpos, pois podem ser separados para identificação mais
específicas (Foto 28).

Fotos 28 – Amostra 95.PV-C2 não processada

15
2.2.2. Processamento: madeira

Como comentado anteriormente, a madeira é um dos materiais orgânicos que mais sofrem
degradação após um longo período de exposição a ambientes úmidos devido ao processo
de degradação pela lixiviação das substâncias solúveis em água, como açucares e sais
minerais, como também por meio da hidrólise e conseqüente desestabilização da lignina.
Sua característica higroscópica faz com que sua interação com o a umidade ambiente gere
uma estabilidade aparente, o EMC. Porém, uma vez exposta, a evaporação rápida,
considerando sua porosidade maior, faz com que perca rapidamente a forma e a
capacidade de sustentação estrutural das paredes internas.

Nesse caso, o comportamento das madeiras foi pior do que o do material ósseo. Uma vez
exposta, a perda de umidade foi mais rápida como também sua desagregação. Em
laboratório, apenas os materiais de menores proporções reagiram bem ao produto
consolidante, ao contrário dos ossos que uma vez secos admitiram a penetração do
produto, sendo comum a formação de uma película externa (Fotos, 29, 30 e 31).

Fotos 29, 30 e 31– Desprendimento da película do consolidante (Amostras 33.PV-D2; 45.PV-C3 e 75.PV-A2)

A variedade de artefatos em madeira pôde ser observada nas pontas de estacas, rolhas e
botões encontrados, além dos entablamentos estruturais (provavelmente parede e teto)
encontrados em campo. A preservação das marcas de ferramentas é fundamental para o
trabalho de análise arqueológico, portanto é indispensável um estudo para a aplicação de
uma metodologia de consolidação mais adequada ao ambiente encontrado (Fotos, 32, 33 e
34).

Fotos 32, 33 e 34 - Amostras 25.PV-C2; 16.PV-B2 e 77.PV-B2

16
Os protocolos de registro, limpeza e embalagem foram os mesmos utilizados para a
conservação do material ósseo. A variedade de espessura e dureza das trinchas auxiliou na
remoção dos sedimentos aderidos. Para a limpeza do material, além da trincha, o uso de
bastonete com algodão (swob), algumas vezes embebido em álcool etílico ou água morna,
auxiliou na remoção da terra impregnada e do limo. No caso de plantas agregadas à
estrutura, o uso do bisturi foi necessário (Fotos 35, 36 e 37).

Fotos 35, 36 e 37 - Amostras 73.PV-D5, 27.PV-B3 e 25.PV-C2

A secagem das estruturas maiores nos dias menos úmidos antecedeu sua embalagem para
transporte (Foto 38).

Fotos 38 – Secagem das amostras

Alguns elementos de madeira, como botões e pontas de estacas, foram encontrados


agregados a outros materiais. No caso do botão aderido à chave, decidiu-se por sua não
remoção, aguardando análises mais adequadas; os botões e a estaca foram separados,
porém guardados na mesma embalagem do material em couro (Fotos 39, 40 e 41).

Fotos 39, 40 e 41 – Amostras 78.PV-B2, 79.PV-B2 e 81.PV-C1

17
Outro procedimento adotado foi a separação das madeiras com marcas de ferramentas das
lascas de madeira de desagregação das tábuas encontradas na superfície (Foto 42).

Foto 42 – Amostras 45.PV-C3

As madeiras de maiores proporções foram embaladas em plastibolha e alocadas no fundo


da caixa de marfinite (Foto 43).

Foto 43 – Amostras dispostas no fundo da caixa de marfinite

2.2.3. Processamento: couro, peles e tecido

Como todo material poroso, o couro eventualmente apresenta incrustações salinas na


superfície, o que não foi observado no material coletado. A prioridade para a conservação
desta tipologia de material é a remoção da sujeira superficial causado pela deposição de
sedimentos e outros elementos encontrados no sítio. Este procedimento de limpeza pode
ser realizado por uma variedade de técnicas mecânicas, como trinchas, jateamento
controlado de água, espátulas; além de limpezas químicas, por detergentes não-iônicos,

18
hexametafosfato de sódio, Calgon (trademark@), sabões ou solventes químicos. A decisão
do método de limpeza depende de testes de pH e análises microscópicas que avaliam a
resistência das fibras e a presença do colágeno, o que deverá ser realizado no laboratório
do CECOR.

Apesar de características distintas, o material em couro, pele e tecido foi processado em


conjunto, uma vez que os artefatos coletados apresentaram normalmente esses elementos
integrados. De qualquer modo, sempre que possível, as amostras foram separadas,
considerando as propriedades estruturais, flexibilidade, coesão e absorção de umidade
específicas.

Os artefatos encontrados eram em sua maioria fragmentos de sapatos, sendo que alguns
foram encontrados quase completamente montados. Com o intuito de auxiliar na análise,
três tipos de procedimentos foram adotados:

1) Desmontagem total e limpeza, com os fragmentos guardados separadamente –


Amostra 12.PV-B;
2) Limpeza superficial sem desmontagem – Amostra 42.PV-B1;
3) Desmonte, limpeza e remontagem – Amostras 52.PV-C3; 83.PV-B1.
Independente do procedimento definido, todos os artefatos foram registrados
fotograficamente no momento da desmontagem e limpeza, recebendo desenhos
esquemáticos e detalhamento visando assistir a montagem posterior.

Fotos 44 e 45 - Amostra 12.PV-B1, foto 46 - Amostra 42.PV-B1

Fotos 47 e 48 – Amostras 52.PV-C3 e 83.PV-B1

19
Os artefatos em couro apresentaram condições específicas de deposição de sedimentos,
com uma camada espessa e compactada sobre e no interior das estruturas. Estes
sedimentos mantiveram a concentração de umidade e formaram uma superfície pastosa
que impregnou os componentes; muitos dês elementos parciais em couro mais delgado
encontravam-se especialmente fragilizados e friáveis e mesmo com a limpeza superficial
com trincha apresentavam desprendimento e ruptura, tanto na manipulação quanto no
procedimento. Como nos protocolos anteriores, a limpeza superficial com trincha, algodão
com água morna ou com álcool isopropílico foi possível; nos couros mais resistentes a
remoção mecânica com bisturi ou com a ponta de bastonetes de materiais incrustados,
como pedras, foi necessária.

Fotos 49 e 50 – Amostras PV-C2, e 96.PV-B3

Em várias amostras foram encontrada atividade biológicas de duas tipologias de insetos,


coletados para análise posterior, inclusive para identificar se o metabolismo desses insetos
degrada o material coletado.

Fotos 51 e 52 – Coleta biológica

É importante a realização de uma pesquisa posterior que investigue materiais apropriados


para a manutenção da flexibilidade do material em couro, pois a perda de umidade
acelerada fez com que se tornassem rígidos e pouco maleáveis, principalmente aqueles
coletados na superfície do sítio. Nesse material foi possível observar que a secagem

20
produziu um câmbio dimensional, com o aparecimento de quebra e rachadura na
superfície. Freeze drying and solvent dehydration are the most common conservation
treatments for waterlogged leather. Very good results have been achieved in the
conservation of bog bodies through freeze drying using 15% PEG 400. The PEG act as a
lubricants to minimize skin and bone shrinkage during drying (SMITH, 2003, p: 17).

Fotos 53 – Amostra 73. PV-D5-CS

Essa investigação deve compreender também o estudo de saponáneos, como a resina de


Richard Wolbers (1985); a pesquisa de solventes de Maschelein Klein (1990) e o estudo
de polaridade de Torraca (1989) para a definição do melhor solvente para a remoção da
terra impregnada. Acreditamos que uso de água deionizada aquecida poderá ser um
método eficaz no caso das estruturas mais resistentes. De qualquer modo, a limpeza
mecânica ou química deve ser controlada e associada com a introdução de um produto
adequado à manutenção da maleabilidade desses artefatos.

Junto com as botas de couro, foram encontrados fragmentos de pele que provavelmente
foram utilizadas para preenchimento ou reforma desses sapatos; possivelmente estas peles
retiradas dos pinípedes da região (lobos, focas e elefantes marinhos) não foram curtidas, o
que justifica o grau de decomposição em que foram encontradas. A fragilidade na
manipulação era evidenciada pela perda da pelagem ou mesmo pela deformação da
estrutura, dificultando a limpeza por trincha e o manuseio do material. Por essa razão, a
limpeza foi extremamente restrita aos sedimentos soltos e muitas vezes optou-se apenas
pela embalagem, aguardando o ambiente mais estável do laboratório e estudos mais

21
aprofundados para um tratamento eficaz. Uma das preocupações com a fragilidade das
peles foi não alterar sua forma (shape) indiciária de uso nas reformas dos sapatos, pois é
importante para a pesquisa arqueológica acerca das adaptações do homem ao meio e das
restrições no modo de vida desses trabalhadores do séc. XIX.

Fotos 54, 55 e 56 – Amostras 36.PV-C2, 65.PV-C2 e 59.PV-B2

O material têxtil encontrado foi o que apresentou maior fragilidade, tanto pela
desagregação das fibras pela absorção de umidade, quanto pelo fato de muitos tecidos
compactados terem sido carbonizados, conforme observado, incluso, no tratamento
realizado no IMHICIHU-CONICET: Los textiles quemados, plegados y frágiles fueron
almacenados en cajas con contenedores de espuma de polietileno de 4 cm de espesor. En
estos soportes se realizaron inserciones del tamaño de las piezas con el objetivo de evitar
desplazamientos y fricciones. Para evitar que el textil tomara contacto directo con la
espuma, se decidió forrar el hueco de contención con papel libre de ácido. La tapa de
cada una de las bandejas se realizó con Mylar, posibilitando el acceso visual a las piezas
(SALERNO, RODRIGUEZ, 2010).
Considerando o estado de conservação dos têxteis encontrados, nem sempre foi possível
realizar algum tipo de tratamento, aguardando-se então um manuseio controlado em
laboratório. Alguns tecidos foram abertos nos dias mais secos, possibilitando sua abertura
com o auxílio de pinça, porém a secagem sempre foi comprometida pela unidade do
ambiente no período noturno

22
Fotos 57 e 58 – Amostras 37.PV-B2 e 44.PV-B2

Foram encontrados têxteis em artefatos de corda e em luvas, além de uma variabilidade de


tramas e espessuras. O termo “têxteis” é aplicado a tecidos fabricados por teares ou
manufaturas, incluindo materiais cujas fibras são de procedência animal ou vegetal. As
fibras animais consistem primariamente em proteínas e são mais resistentes do que as
fibras vegetais, o que pôde ser comprovado pelo estado de conservação das luvas
encontradas, provavelmente confeccionadas em lã. As fibras vegetais, compostas por
celulose são mais suscetíveis à degradação ambiental, como o algodão, o linho, o
cânhamo. O tratamento de tecidos normalmente depende de uma secagem controlada,
acompanhada de um consolidante estrutural, desde que este não modifique suas
características específicas. A limpeza e o reforço das fibras encontradas demandam testes
laboratoriais mais complexos, caracterizando a fibra, as estruturas de urdidura e trama e a
resistência das fibras.

Fotos 59 e 60 – Amostras 02.PE-CS e 76.PV-C1

23
Fotos 59 e 60 - Amostras 60.PV-B e 72.PV-A2

Conforme descrito anteriormente, é imprescindível um tratamento adequado em


laboratório, municiado pelas análises químicas e físicas das estruturas encontradas, bem
como das melhores metodologias e materiais adequados à limpeza, secagem e
consolidação do material encontrado. Eventualmente, a manutenção em ambiente
refrigerado será importante para a manutenção das fibras hidrolisadas.

2.2.4. Processamento: vidros e cerâmica

Os materiais inorgânicos encontrados foram os que mais resistência física apresentaram na


coleta arqueológica. A umidade não provocou a iridescência dos vidros, nem tampouco a
desagregação da superfície em caulim de cachimbos e fragmentos de porcelana.

A maior degradação observada nesses materiais foi ocasionada pelos impactos físicos,
fragmentando a maioria das peças encontradas. Em Penca 3 foram encontrados muitos
fragmentos de uma garrafa. Em Punta Varadero, os fragmentos encontrados precisam ser
vistos em conjuntos para uma montagem posterior.

A maior preocupação nesse contexto foi fazer uma limpeza superficial primeiramente com
trincha e depois com álcool isopropílico na face externa, deixando o interior com resíduos
para uma análise posterior. Os invólucros em EPE providenciaram uma maior estabilidade
para o transporte e posterior manuseio.

24
Fotos 61, 62 e 63 - Amostras 41.PV-D3, 60.PV-B e 86.PV-A2 e 95.PV-C2

2.2.5. Processamento: metais

Os artefatos em metal encontrados no sítio de Punta Varadero são, em sua maioria, feitos
em chumbo, cobre e ferro, compondo pregos, formas, projéteis, adereços de vestimentas e
tampas de bebida.

25
Fotos 64, 65, 66. 67 e 68- Amostras 15.PV-B2, 46.PV-C3, 46.PV-C3, 47.PV-C3 e 96.PV-B3

Os materiais metálicos encontrados em áreas úmidas apresentam-se normalmente muito


degradados pela corrosão, óxido-redução ou deposição de incrustações salinas. No caso do
sítio em Livingston, as baixas temperaturas parecem ter contribuído à sua conservação.

Como procedimento de limpeza em campo, foi possível apenas a limpeza superficial com
trincha e, em alguns casos de incrustações em cobre, a limpeza mecânica com bisturi.

Fotos 69 e 70- Amostra 95.PV-C2

É importante diagnosticar em testes laboratoriais a tipologia da liga metálica empregada


para a confecção do artefato, o grau de degradação e perda estrutural do núcleo metálico e
o tipo de corrosão para definir os melhores métodos de conservação.

No caso do chumbo, encontrado nos projéteis, a degradação ocorre por alterações


alotrópicas, com a formação de carbonatos (PbCO3) e óxidos (PbO e PbO2), além de
cloretos (PbCl2) e sulfatos (PbS e PBSO4). É importante estabilizar essas reações para
evitar deformações e perda de suporte.

No caso do ferro, os maiores danos são causados pelos cloretos e pela oxidação,
ocasionando uma óxido-redução que altera a composição e a estrutura do núcleo, muitas
vezes de tal forma que é impossível remover as incrustações sem destruir o artefato. Iron
is usually the most metal recovered from archaeological sites. Due to the variety of
conditions an environment within which corrosion can occur and the number and
complexity of the corrosion products, iron presents the conservator with the most difficult
problems of all metal antiquity (PEARSON, 1987, p.43).

Em artefatos confeccionados em cobre, a corrosão é menos ativa que naqueles


confeccionados em chumbo, latão ou ferro, porém, também sofrem com formação de
cloretos e com a óxido-redução do núcleo metálico.

26
Considerando a especificidade no tratamento de metais, é importante que qualquer
procedimento seja definido após analises e testes laboratoriais. Dentre os métodos de
trabalho podemos encontrar a limpeza eletroquímica por galvanização ou redução,
tratamentos por sulfetos alcalinos; difusão alcalina aquosa, limpeza mecânica por fresa,
lixa ou bisturi, além de outros tratamentos químicos que buscam a solubilização dos sais
cristalizados na superfície. De qualquer modo, apenas em laboratório é possível definir o
melhor tratamento, sendo que a estabilidade dos materiais foi a maior preocupação em
campo. Posteriormente, serão necessários estudos específicos para tentar desdobrar a
forma encontrada (47.PV-C3).

3. Transporte e recomendações para a recepção do material

A embalagem do material visou principalmente a redução do esforço físico, a prevenção


contra impactos e a estabilidade durante o transporte. Assim, os sacos zipados e o reforço
estrutural do EPE cumpriram isoladamente, por artefato ou conjunto, este papel. Além
disso, os artefatos foram separados por suas características materiais e organizados dentro
de bandejas ou caixas fechadas, identificadas e cobertas por plástico-bolha.

Mesmo os materiais coletados em Penca 3, que não foram tratados no acampamento,


foram organizados dessa maneira. Ossos, metais, cerâmica, vidro e madeira foram
organizados em uma das caixas, enquanto os têxteis e couro foram dispostos em um
cooler, sendo que este cooler ficou em outra caixa. Junto dele, os materiais de maiores
proporções organizaram o espaço interno da caixa. As caixas foram identificadas, tanto no
que diz respeito à qualificação do material interno, posição e fragilidade do conteúdo.

Na embarcação Ary Rongel, estes marfinites ficaram dispostos em câmara refrigerada a


quatro graus centígrados, aguardando a chegada no Rio de Janeiro aproximadamente três
meses após a expedição.

Recomendamos que ao chegar a Belo Horizonte, o material fosse novamente disposto em


geladeira e que o tratamento priorizasse a secagem e consolidação dos materiais orgânicos
ósseos e em madeira, e posterior tratamento – após análise – dos têxteis, couro e peles. Os
vidros e cerâmicas podem ficar fora de ambiente refrigerado e os metais poderão ficar em
ambiente externo apenas após análise e tratamento. Todo material deverá ser novamente
processado ao longo de 2011, mas este fato não invalida as ações prévias desenvolvidas na
Antártica que propiciaram o reconhecimento dos materiais, o ambiente de coleta, o grau de
degradação e um tratamento precedente em condições extremas.

27
Fotos 72- Organização final do material

Fotos 73 e 74- Caixa 1 – M<aterial em bandeja e Caixa 2 – Cooler e material de grande porte

4. Monitoramento climatológico

Em um primeiro momento, o monitoramento climatológico visou a tomada de medidas de


temperatura e umidade do sítio (ambiente externo), do interior da barraca-laboratório e do
interior dos invólucros de acondicionamento. Contudo, a umidade alta do ambiente e dos
artefatos causou um problema de desconfiguração do datalogger. Assim, apenas os dados
da barraca-laboratório puderam ser coletados.

28
Além desses dados, coletados entre 19 e 30 de janeiro, nas caixas marfinites utilizadas
para o transporte da coleção foram fixados dois equipamentos: um no cooler e outro na
parede do container. Após a transição Artática-Brasil será possível verificar as mudanças
climatológicas as quais o material foi submetido.

Fotos 71- Localização dos datalogger na caixa de transporte

Ao final do trabalho, gostaria de agradecer ao Dr. Zarankin pela oportunidade de trabalho


e aos companmheiros Nelson Soto, Sarah Hissa, Elizangela de Morais e Ximena Villagran
pelos inesquecíveis momentos na ilha de Livingston.

29
Referências

ASHLEY-SMITH, , ed. 1983. Adhesives and Coatings. Vol. 3.Science for Conservators, Crafts
Council Conservation Teaching Series, Crafts Council, London.
ASHLEY-SMITH, 1999. Risk Assessment for Object Conservation. Oxford: Butterworth
Heinemann,.
ASHLEY-SMITH. 1983a. Cleaning. Vol. 3. Science for Conservators, Crafts Council
Conservation Teaching Series, Crafts Council, London.
ASHLEY-SMITH. 1983b. Adhesives and Coatings: Book 3. Science for Conservators, Crafts
Council Conservation Teaching Series, Crafts Council, London.
BERDUCOU, M.C. 1990. La Conservation en Archeology, Masson, Paris.
BERGES, C. “Risk Management: The Unrecognized Necessity.” Rural Libraries 13, no. 1 (1993):
53-66.
BLACK, J. 1987. Recent Advances in the Conservation and Analysis of Artifacts, edited by J.
Black, pp. 105-108. Summers Schools Press, London.
CALDARARO, N. L. 1987 An outline history of Conservation in Archaeology and Anthropology
as Presented through its publications. Journal of the American Institute for Conservation, (26): 85-
104.
CLEMENTS, Forrest E. Notes on archaeological methods: excavation of fragile objects. American
Antiquity, N.1, V.3 (1936): pp. 193-207.
CRONYN, J. M. 1990. The Elements of Archaeological Conservation. Routledge, London.
DOWMAN, E. A..1970. Conservation in Field Archaeology. Methuen, London.
FELLER, R. L., and M. Wilt. 1990. Evaluation of Cellulose Ethers for Conservation. Research in
Conservation Technical Report Series No. 3. Getty Conservation Institute.
FLORIAN, M. E. 1987. The Underwater Environment. In Conservation of Marine Archaeological
Objects, pp. 120ff. Butterworths, London.
FRONER et alli 2008. Tópicos em Conservação Preventiva. Belo Horizonte: DEMU-IPHAN,
2008. Disponível em: www.patrimoniocultural.org/demu/cursos.
FUNARI, P. P. A.; DOMINGUEZ, L.; FERREIRA, L. M. 2006. Patrimônio e cultura material.
Unicamp/IFCH, Campinas.
HAMILTON, D. L. 1973. Electrolytic Cleaning of Metal Articles Recovered from the Sea. In
Science Diving International, edited by N. C. Flemming, pp. 96-104. Proceedings of the 3rd
Scientific Symposium of C.M.A.S., 8-9th October 1973. British Sub Aqua Club, London.
HUGHES, Elaine. 1984. The Blackwater Draw Locality #1 Collection of the Museum, Texas Tech
University: A Case Study in Conservation, Collection Management, and Data Reconstruction.
Master's thesis, Texas Tech University, Lubbock.
ICOM. 2006. Cultural heritage in the Arctic an Antarctic regions. International Polar Committee,
VIII, Norway.
ICOM. 2008. Historical Polar Basis: preservation and management. International Polar
Committee, XVII, Norway.
INTERNATIONAL INSTITUTE FOR CONSERVATION (IIC). 1975. Conservation in
Archaeology and the Applied Arts. Reprints of the Contributions to the Stockholm IIC Congress,
2-6 June, 1975. IIC, London.

30
JENSSEN, V., PEARSON, C. 1987. Environmental Considerations for Storage and Display of
Marine Finds. In: Conservation of Marine Archaeological Objects, edited by C. Pearson, pp. 268-
270. Butterworths, London.
KOOB, S. P. 1986. The Use of Paraloid B-72 as an Adhesive: Its Application for Archaeological
Ceramics and Other Materials. Studies in Conservation 31:7-14.
KOOB, S. The use of Paraloid B-72 as an Adhesive: its application for Archaeological Ceramics
and other materials. Studien in Conservation, 31:1, 1986, p.7-14.
LESKARD, M. 1987. The Packing and Transportation of Marine Archaeological Objects. In
Conservation of Marine Archaeological Objects, edited by C. Pearson, pp. 117-121. Butterworths,
London.
LORÊDO, Wanda M. 1994. Manual de Conservação em Arqueologia de Campo. IPHAN, Rio de
Janeiro.
MACBETH, J. A., STROHLEIN. 1965. The Use of Adhesives in Museums. Museum News 7:47-
52.
MAVROV, G. 1983. Aging of Silicone Resins. Studies in Conservation 28:171-178.
MICKEY, C. D. 1980. Artifacts and the Electromotive Series. Journal of Chemical Education
57(4):275-280.
MICHALSKI, Stefan. In: Running a Museum: A Practical Handbook/ edited by P. Boylan, Paris:
International Council of Museums & UNESCO, 2004, p. 51-90.
MONTLUCON, J. 1986. Electricity: A New Implement Archaeology. Paper delivered at the
Annual Conference on Underwater Archaeology, 1986 Meeting, Sacramento, California.
MORENO.Historia de la conservacion de textiles arqueologicos en América Latina. Disponível
em: http://www.lablaa.org/blaavirtual/publicacionesbanrep/bolmuseo/1990/jlsp28/jlsp07a.htm
MOYER, C. 1986-1988. Archaeological Conservation Forum. The Society for Historical
Archaeology Newsletter.
NAKHKLA, S. M 1986. A Comparative Study of Resins for the Consolidation of Wooden
Objects. Studies in Conservation 31(2):38-44.
ORGAN, R. M. 1963. Consolidation of Fragile Metallic Objects. In Recent Advances in
Conservation, edited by G. Thomson, pp. 128-133. Butterworths, London.
ORGAN. 1968. Design for Scientific Conservation of Antiquities. Smithsonian Institute Press,
Washington, DC.
ORGAN. 1977 , The Current Status of the Treatment of Corroded Metal Artifacts. In Corrosion
and Metal Artifacts, edited by B. F. Brown, pp. 107-142. U.S. National Bureau of Standards,
Department of Commerce, Washington, DC.
PEARSON, Colin. 1987a. Conservation of Marine Archaeological Objects. Butterworths, London.
PEARSON. 1987b. On-Site Storage and Conservation. In Conservation of Marine Archaeological
Objects, edited by C.Pearson, pp. 105-116. Butterworths, London.
PLENDERLEITH, H. J., and A. E. A. Werner. 1977. The Conservation of Antiquities and Works
of Art. Oxford University Press.
POURBAIX, M. 1966. Atlas of Electrochemical Equilibrium. Pergamon Press, Brussels.
RIXON, A. E. 1976. Fossil Animal Remains. Athlone Press, London.
ROBINSON, W. S. 1982. The Conservation and Preservation of Ancient Metals from Marine
Sites. International Journal of Nautical Archaeology 11(3):221-231.
ROSE, Carolyn (org). 1995. Storage of natural history collections. Vol 1, 2. SPNHC, USA.

31
ROSENQUISTS, A. M. 1963. New Methods for the Consolidation of Fragile Objects. In Recent
Advances in Conservation, edited by G. Thomson, pp. 140-144. Butterworths, London.
SALERNO, Melisa. 2006. Arqueología de la indumentaria. Del Tridente, Buenos Aires.
Sease, C. 1981. The Case Against using Soluble Nylon in Conservation Work. Studies in
Conservation 26:102-110.
SEASE, C. 1987. A Conservation Manual for the Field Archaeologist. In Archaeological Research
Tools. Vol. 4. IInstitute of Archaeology, University of California, Los Angeles.
SMITH, C. Wayne. 2003. Archaeological Conservation Using Polymers. Texas A&M University
Anthropology Series, Number Six, Texas A&M University Press, College Station, Texas.
SMITH. 1976. Conservation of Metal Objects from Underwater Sites: A Study in Methods. Texas
Antiquities Committee Publication No. 1, Austin.
SMITH. 1978. Conservation Procedures Utilized for the 16th-Century Spanish Shipwreck
Materials. In Nautical Archaeology of Padre Island, edited by J. B. Arnold and R. Weddle, pp.
417-438. Academic Press, New York.
SMITH. 1983. Basic Conservation Requirements of Marine Archaeology: Metals and Ceramics.
Proceedings of the Alaskan Marine Archeology Workshop, by S. J. Langdon. Alaska Sea Grant
College Program, University of Alaska, Fairbanks.
SMITH. 1986a. This is Not a Fixit Shop. The Society for Historical Archaeology Newsletter
19(2):33-36.
SMITH. 1986b. Storage of Artifacts. The Society for Historical Archaeology Newsletter 19(2):33-
36.
SMITH. 1986c. The Curse of Iron. The Society for Historical Archaeology Newsletter 19(2): 12-
14.
SMITH. 1987. Electricity as a Means of Stripping Archaeological Objects. The World Scientist 82-
86.
SMITH. 1987a. Can the Curse be Lifted? The Society for Historical Archaeology Newsletter
20(1):17-20.
SMITH. 1987b. Iron Corrosion. The Society for Historical Archaeology Newsletter 20(2):28-30.
SMITH. 1987c. Electrolytic Reduction, Iron. The Society for Historical Archaeology Newsletter
20(4):14-16.
SMITH. 1988a. Training in Conservation. The Society for Historical Archaeology Newsletter
21(2):18-20.
SMITH. 1988b. The Duco Dialogues. The Society for Historical Archaeology Newsletter 21(4):8-
10.
SMITH. 1996. Basic Methods of Conserving Underwater Archaeological Material Culture. U.S.
Department of Defense, Legacy Resource Management Program, Washington, DC.
SSCR. 1979. The Proceedings of the Symposium the Conservation and Restoration of Metals,
Edinburgh, Scotland, March1979, pp. 20-23. Scottish Society for Conservation and Restoration,
Edinburgh.
THOMSON, G., ed. 1963. Recent Advances in Conservation. Butterworths, London.
UNESCO. 1968. Synthetic Material Used in the Conservation of Cultural Material. In The
Conservation of Cultural Property. Museum and Monuments 11. UNESCO, Paris.
UNESCO. 1968. Synthetic Material Used in the Conservation of cultural Material. InThe
Conservation of Cultural Property, pp. 303-331. Museum and Monuments 11. UNESCO, Paris.

32
WALLER, Robert. "A Risk Model for Collection Preservation.” In 13th Triennial meeting, Rio de
Janeiro, 22-27th September 2002: Preprints/ICOM Committee for Conservation, vol. 1, edited by
R. Vontobel, 102-107. London: James and James, 2002.
WEIR, L. E. 1974. The Deterioration of Inorganic Materials from the Sea. Institute of
Archaeology, London.
ZARANKIN, Andrés; SENATORE, M.X. 2007. Historia de un pasado en blanco. Argvmentvm,
Belo Horizonte.

33

S-ar putea să vă placă și