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UMA ESCOLHA
DE FUTURO
EMPREENDEDORISMO
E CAPACITAÇÃO DOS JOVENS
UMA ESCOLHA
DE FUTURO
EMPREENDEDORISMO
E CAPACITAÇÃO DOS JOVENS
Desenvolvido para o Programa Escolhas por
Ficha Técnica
EDIÇÃO
Programa Escolhas
COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO
Pedro Calado, Tatiana Gomes
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDOS
Dana T. Redford
AUTORES
Dana T. Redford, Paulo Osswald, Mariana Negrão, Lurdes Veríssimo
COLABORARAM NA REVISÃO
Ângela Lopes, Filipa Matos, Joana Castro, Júlia Santos
DESIGN E PAGINAÇÃO
www.formasdopossivel.com
ISBN
978-989-97102-1-4
3
NOTAS PRÉVIAS
AOS TÉCNICOS E ANIMADORES
SOBRE O EMPREENDEDORISMO
3. Por vezes pensa-se que o empreendedorismo social pode ser menos rigoroso que o empre-
endedorismo empresarial; como se tivesse mais a ver com as pessoas sentirem-se bem do que
fazerem bem. No entanto, a necessidade de inovação é tão grande numa área como na outra e a
escassez de meios requer que sejam bem empregues, tanto num caso como no outro3.
SOBRE OS PÚBLICOS
4. Esta ferramenta foi pensada, no âmbito do Programa Escolhas, como uma ferramenta trans-
versal, para desenvolvimento de competências empreendedoras de jovens entre os 14 e os 24
anos. Os grupos de jovens existentes nas comunidades onde são promovidos os projectos, cons-
tituídos por indivíduos com maturidades, competências e apetências diferentes, e as próprias co-
munidades, com características próprias, potenciais e constrangimentos diferentes, são a razão
de ser desta ferramenta.
5. Como tal, a ferramenta pretende servir para aplicação a públicos muito diferentes e foi es-
truturada de modo flexível, para atender aos contextos e casos pessoais. Para os indivíduos e
grupos mais estruturados e/ou mais motivados, a ferramenta deverá servir até à preparação de
um projecto empresarial ou de auto-emprego ou ainda de empreendedorismo social. Para os
indivíduos e grupos com menos motivação empreendedora, a ferramenta servirá, no mínimo,
para desenvolver competências de integração social, comunicação, valorização pessoal e para
desenvolvimento de redes sociais.
2 Comunicação de 13.2.2006 da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões “Aplicar o
Programa Comunitário de Lisboa: Promover o espírito empreendedor através do ensino e da aprendizagem”
3 Importa aqui referir que empreendedorismo social é a introdução de princípios e ferramentas de gestão em organizações que têm fins sociais de forma a tornar
as mesmas mais sustentáveis, reinvestindo os “lucros” na organização para prossecução da sua missão de forma a não confundir o conceito com actividades
sociais ou só porque é realizado junto de contextos vulneráveis. O empreendedorismo social e colectivo, produz bens e serviços para a comunidade, tendo o seu
foco na procura de soluções para os problemas sociais e visa resgatar pessoas da situação de risco social e promovê-las, tendo como medida de desempenho
o impacto social. O empreendedorismo empresarial é individual e voltado à produção de bens e serviços para o mercado e visa satisfazer as necessidades dos
clientes e ampliar as potencialidades do negócio, tendo como medida de desempenho, o lucro.
7. Sugere-se que os técnicos não limitem à partida o âmbito e espectro da aplicação da ferramen-
ta em função de um julgamento de competências do seu público potencial: as competências em-
preendedoras são essencialmente pessoais e podem surgir onde menos se espera e onde menos
condições se julgava ter para isso. Recomenda-se que aproveitem a flexibilidade da ferramenta e
a apliquem como um jogo aberto.
9. Admite-se que a maior diferenciação nos resultados de aplicação da ferramenta possa advir da
maturidade do grupo e dos seus elementos. Para os mais novos, a capacitação pessoal nas pri-
meiras 4 unidades poderá constituir um objectivo em si, que preenche com sentido a sua partici-
pação na actividade; outros, mais velhos, poderão esperar obter algo de mais concreto com vista
à estruturação de um projecto com continuidade ou à criação de auto-emprego, com a unidade 5.
10. O objectivo geral desta ferramenta é a capacitação dos participantes para atitudes empreen-
dedoras, através de três vectores complementares:
11. As atitudes empreendedoras são úteis em todas as circunstâncias da vida e valorizam qual-
quer jovem. Isso não quer dizer que se espere que a maior parte dos participantes neste projecto
venham a desenvolver uma actividade por sua conta e risco. O êxito do projecto está na capaci-
tação pessoal.
12. Com o objectivo de incentivar o empenhamento dos jovens no desenvolvimento dos seus pro-
jectos, deve ser tornado claro, desde os primeiros contactos, que existe uma única oportunidade
de fazer o projecto no Programa Escolhas. O técnico deve ainda considerar se pode dispor de
outros meios eficazes para incentivar o compromisso dos alunos no prosseguimento dos seus
projectos. A ferramenta perde a eficácia se for entendida como um passatempo ou um meio de
adiar decisões.
5
SOBRE OS FORMADORES:
14. O perfil do técnico é um aspecto essencial. O técnico deve ser sensível, auto-regulado, es-
tabelecer relações pedagógicas securizantes, comunicar de forma clara e entusiasta. É funda-
mental que possua competências de dinamização e motivação de grupos juvenis, bem como
competências de motivação e gestão necessárias ao trabalho em equipa.
15. O técnico deve ter em conta as especificidades de cada formando e cada grupo. Deve ter
cuidado com as relações previamente estabelecidas com os formandos, para que não surjam
enviesamentos na atenção e valorização dada a cada participante.
17. Cada sessão proposta tem objectivos específicos e várias actividades que concorrem para o
seu cumprimento. Para ajudar a compreender o fio condutor e intencionalidade das actividades
e a integrar os objectivos da sessão, o técnico deve explicitar a relação das actividades com os
objectivos dos temas. No final de cada sessão, deve fazer uma súmula dos aspectos mais impor-
tantes trabalhados:
Este aspecto é muito importante para a integração e deve ser reforçado por meios gráficos, no-
meadamente, se possível, pela projecção de uma ficha em que cada ponto é introduzido sequen-
cial e pausadamente.
18. Trabalho em grupo – Grande parte das propostas de actividades em sala e no exterior pres-
supõem o trabalho em grupo e a formação de equipas estáveis. O técnico deve ter em atenção,
ao longo de todas as sessões, o fomento do trabalho em equipa, a identificação de objectivos
comuns, a co-responsabilidade e complementaridade.
19. Aplicação das sessões propostas – O processo empreendedor contém uma fase de criati-
vidade, de estruturação de ideias e de teste de propostas, que tem características iterativas: são
propostas hipóteses, que são testadas e que conduzem a novas hipóteses. Esta fase é tratada nas
unidades 3 e 4. Uma vez validada a proposta, segue-se uma fase de estruturação do projecto e da
sua execução, que é desenvolvida na unidade 5. Quer isto dizer que a unidade 5 só se torna ne-
cessária depois de uma fase 4 com sucesso na validação da ideia. Na aplicação desta ferramenta
os técnicos deverão avaliar, no final da unidade 4, se cada grupo identificou já uma proposta
viável, que deva ser estruturada com vista à sua execução, e se o grupo demonstra capacidade e
motivação para o fazer; caso considere que a proposta não é viável ou o grupo não mostre a mo-
tivação necessária, deverá considerar se, para a formação e motivação dos elementos do grupo,
é mais construtivo retomar o processo iterativo das unidades 3 e 4, ou prosseguir para a unidade
5 apenas como objectivo formativo. A estrutura da ferramenta e esta alternativa são ilustradas
na figura da página seguinte.
21. Actividades intermédias – Este manual propõe um conjunto de actividades que desenvolvem
atitudes básicas de empreendedorismo, que se propõe introduzir e desenvolver continuadamente
ao longo das sessões, nomeadamente:
Estas actividades devem ser desenvolvidas individualmente pelos participantes ao longo da se-
mana. Para mais fácil rememoração são referidas pelo acrónimo DICA (desenvolve/interliga/
controla/actua).
Para além das actividades DICA, de desenvolvimento individual, são também propostas activida-
des para os participantes desenvolverem em grupo durante a semana.
Todas estas actividades são centrais para a motivação dos alunos e para a aquisição e
consolidação de competências. Será fundamental que o técnico crie condições para que estas
actividades se realizem, monitorizando e reforçando de forma individualizada. Ao aluno que con-
siderar que não necessita de se envolver nestas actividades deve ser feito notar que está a perder
a aprendizagem fundamental do programa e a comprometer o êxito do grupo.
UNIDADE 01 | 7
O diagrama seguinte mostra o desenvolvimento do processo:
ACTIVIDADES
desenvolve: estabelece e alcança melhorias pessoais
interliga: desenvolve e mantém uma rede de relacionamentos
DICA controla e compreende a inovação
actua e comunica eficazmente
UNIDADE 01
(2 sessões)
COMO É QUE TE ENCAIXAS?
UNIDADE 02
(2 sessões)
CONHECE A TUA COMUNIDADE
UNIDADE 03
(2 sessões)
IDEIAS & PROJECTOS
UNIDADE 04
(2 sessões) Não
FAZ O TESTE À TUA IDEIA
VIABILIDADE DA IDEIA
Sim
UNIDADE 05
(5 sessões)
VAMOS LÁ PASSAR À PRÁTICA
Note-se que não foi previsto na programação das sessões um espaço para este seguimento, que
se pretende seja feito fora do horário das sessões.
25. Utilização de meios audiovisuais do projecto – Para a execução das actividades propostas,
são necessárias competências de comunicação e de pesquisa. Assume-se que essas competên-
cias são trabalhadas complementarmente pelos técnicos e que os meios para as por em pratica
estão disponibilizados nos locais de implementação dos projectos. Nomeadamente para a sessão
10, mas já antes, é muito útil que o formando possa visionar as suas intervenções (quando apre-
senta um projecto) para entender melhor o que corrigir na sua comunicação. Uma câmara de
computador será uma boa solução.
26. Adaptação das actividades ao grupo – As actividades têm de ser adaptadas pelo técnico
ao grupo especifico com que trabalha, em função das idades, das motivações e da capacidade de
resposta. O manual deve ser entendido como ferramenta flexível e as actividades poderão sofrer
alterações, adaptações ou inclusive ser desconsideradas ou substituídas por outras se o técnico
responsável entender que isso vai de encontro a um melhor alcance dos objectivos por parte do
grupo em questão. O manual pretende referenciar uma mentalidade e um conjunto de compe-
tências que são fundamentais no empreendedorismo e apresenta propostas para apropriação
das mesmas. Cabe ao técnico desenvolver as propostas para mais adequadamente comunicar as
ideias e estimular a sua experimentação e adopção.
9
SOBRE A ESTRUTURAÇÃO DESTA FERRAMENTA
27. Constituição dos Grupos – Pretende-se que a ideia empreendedora surgida no projecto seja
desenvolvida em grupo, por razões anímicas, de integração social e de complementaridade de
competências. Para o efeito deverão ser constituídos grupos de 3 a 4 elementos para todas as
actividades, sempre que não se indique especificamente que a actividade é individual ou envolve
todos.
28. Características dos grupos – É natural que nas primeiras sessões os grupos de trabalho dos
alunos se constituam espontaneamente, em função de uma percepção de “zona de conforto” dos
alunos relativamente aos outros elementos. O técnico terá em atenção a necessidade de ajustes
nessa constituição, em função de eventuais desistências ou divergências de objectivos pessoais,
e poderá incentivar a mudança de grupo em cada tarefa das primeiras sessões.
Pelas razões atrás apontadas, é desejável que a constituição do grupo evolua no sentido de os
elementos do grupo serem escolhidos não tanto pelas afinidades pessoais mas mais pela com-
plementaridade de competências que potencie o projecto empreendedor. Na sessão 2 propõe-
-se uma identificação dessas competências individuais e nas sessões seguintes o técnico deve
aproveitar a rotação dos elementos pelos grupos para propor ajustamentos em função dessa
complementaridade. Terá como objectivo ter equipas coesas quando se atingir a unidade 4. Os
grupos devem entrar na unidade 5 com uma constituição definitiva.
29. Ligação à comunidade - Estão previstas uma série de actividades que envolvem interacção
com a comunidade, desde entrevistas a pessoas, pedidos de informação e de colaboração a
observação de trabalhos. Sendo desejável que os formandos desenvolvam a capacidade de iden-
tificar as pessoas certas e estabelecer os contactos, deverá o formador antecipadamente ter
pensado numa lista de pessoas de quem possa esperar colaboração e atitudes construtivas,
sem paternalismos. A entidade que promove o projecto, enquanto ligação à comunidade,
deve estar activamente envolvida nesta tarefa.
30. Acompanhamento familiar – É desejável que o ambiente familiar dos alunos valorize e apoie
o esforço de participação neste projecto, em especial nas actividades DICA que são executadas
fora do contexto e horário das reuniões.
Os familiares ou outros significativos devem ser postos ao corrente dos objectivos do projecto,
da oportunidade que representa, das actividades que envolve e da valorização que se pretende.
Essa comunicação poderá ser formalizada através de uma carta em que se pede a autorização
para a participação dos menores nas actividades previstas para além das reuniões. Pode ainda
ser formalizada através do convite dos significativos para assistirem à sessão 0.
A valorização e apoio familiar pode ainda ser incentivada através do convite para assistirem à
apresentação de trabalhos, ou outras ocasiões que o técnico considere adequadas.
31. Neste projecto parte-se do princípio que a inovação pode surgir através da intersecção de
ideias, conceitos e culturas. Durante o projecto os participantes vão experimentar realizar en-
trevistas informativas, e tomar contacto com noções de marketing pessoal. Vai-lhes ser pedido
que entrevistem um empreendedor e comuniquem os resultados dessa entrevista. O projecto
inclui o treino de competências e experiências empreendedoras básicas, independentemente de
a sua aplicação ser empresarial ou não, e focará especialmente como um empreendedor constrói
capital social.
32. O objectivo deste projecto é demonstrar que o empreendedorismo é uma opção de vida e
capacitar os participantes de que podem vir a ser empreendedores e poderão até já sê-lo.
- Inovação;
- Autonomia;
- Assunção do risco;
- Pró-actividade;
- Perseverança;
- Auto-confiança.
11
O empreendedorismo é uma
predisposição, uma atitude mental,
que pode desenvolver-se no seio
de toda a sociedade em geral,
não devendo ser limitada a um
contexto empresarial.
O desenvolvimento da capacidade para assumir riscos ou de uma atitude mais pró-activa pode
ser um processo lento. Isto implica levar os jovens para fora do seu mundo e proporcionar-lhes
a possibilidade de falar com pessoas diferentes, sobre as suas ideias. Estes jovens precisam de
fazer um estudo de mercado, conhecer a forma como outras organizações já existentes na sua
área geográfica e/ou sector de actividade actuam para, de seguida, definir o modo como a sua or-
ganização se irá diferenciar positivamente, servindo melhor as necessidades da sua comunidade.
Ter alunos a vender algo feito por eles ou no seio da comunidade em que residem, pode ajudar a
desenvolver este tipo de competências.
Mobilizar os jovens para reflectirem sobre quem eles conhecem e sobre o que podem apren-
der com essas pessoas constitui uma óptima forma de desenvolver redes empreendedoras. Al-
guns precisam de apoio para conhecer ou seleccionar os modelos correctos ou simplesmente
identificar a pessoa certa com a informação que procuram. Encorajá-los a explorar conceitos
mais abrangentes relacionados com um determinado problema sob diferentes pontos de vista
irá certamente ajudá-los a desenvolver soluções inovadoras para o mesmo. E desenvolver redes
empreendedoras implica expandi-las para além da comunidade mais próxima. Com o recurso às
novas tecnologias e com o apoio de programas governamentais, os jovens podem construir redes
globais abrindo, dessa forma, as suas mentes para maiores possibilidades.
Finalmente, queremos também ensinar como se processa a tomada de decisão e a acção, a in-
centivar os jovens a pensar e a usar as suas próprias capacidades para gerar novas informações.
É necessário aconselhá-los relativamente à complexidade dos factos, adicionando-lhes subjec-
tividade, nomeadamente os seus sentimentos e intuições. É essencial dar-lhes a oportunidade
de aprender com o fracasso e ajudá-los a lidar com conflitos, tensão e incertezas. Isso significa
premiar comportamentos vinculados às atitudes e competências que queremos desenvolver. É
imperativo que nos certifiquemos de que estas recompensas estão relacionadas com compor-
tamentos positivo, mérito e trabalho árduo, e não com algo institucional e impessoal. Na minha
perspectiva, incentivar a motivação para a realização, através da formação de jovens assente em
valores como a persistência, a diligência, o trabalho árduo e a responsabilidade é essencial para
“ensiná-los a pescar”.
13
Neste programa pretendemos despertar as tuas capacidades
empreendedoras para criares as tuas próprias oportunidades. Requer
criatividade e inovação, capacidade de trabalhar em grupo; requer
que acredites em ti; requer que olhes à tua volta com curiosidade,
entendas os problemas e penses em soluções.
A título de exemplo, Vinod Khosla4, um conhecido empreendedor, diz que se não houver proble-
mas, também não são necessárias soluções e que nesse caso não haveria razão para empresas.
Com isso quer dizer que a razão de ser de um empreendimento é solucionar uma necessidade
dos seus clientes. Isto aplica-se tanto à criação de uma empresa como à de uma instituição que
pretenda, p.ex., oferecer um plano de vacinação à população de uma região carenciada. Para ter
sucesso, o empreendedor tem de compreender o problema, tem de inventar a solução que serve
e agrada a essas pessoas e tem de ter capacidade de a executar.
Para ter sucesso como empreendedor é preciso satisfazer as necessidades dos outros, mais do
que satisfazer uma ambição pessoal. É necessário que os outros vejam valor na solução que
se lhes propõe. Através desse esforço, alguns (poucos) empreendedores de sucesso tornam-se
ricos, outros tornam-se famosos, outros tornam-se pessoas reconhecidas pelos seus contributos
e outros simplesmente satisfeitos por terem conseguido fazer aquilo que consideravam correcto.
Mas todos desenvolveram capacidades pessoais para além daquilo que é vulgar, mudaram o esta-
do das coisas à sua volta, criando novas oportunidades, e tornaram-se independentes em termos
do seu emprego e subsistência, tendo grande satisfação pessoal nisso.
Seres empreendedor significa também que desenvolves as tuas próprias capacidades para inova-
res, criares e tomares o teu destino nas mãos. Trabalhares para um objectivo e alcançares esse
objectivo é muito motivador e dá-te vontade e confiança para ir mais longe. Para além disso é
divertido. Por isso, uma boa medida para saberes se este projecto serve o teu futuro é verificares
de vez em quando se te sentes realizado e se te estás a divertir com ele.
4 Vinod Khosla, de origem indiana, fundou em 1980, com 3 outros colegas, a Sun Microsystems (marcas Sun, Java, Adobe), que se tornou uma das maiores em-
presas de software do mundo. Depois de vender a sua parte tem arriscado, com outros, fundar muitas novas empresas, algumas com grandes fracassos, outras
com grandes sucessos.
00 ACOLHIMENTO
OBJECTIVOS
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
> Acolher os participantes, com algum DA SESSÃO 0
formalismo e com a presença do res- Esta sessão deve ocorrer imediatamente antes da Sessão 1 e deve durar
ponsável máximo da instituição que menos de 30 minutos:
promove o projecto (e eventualmente
Breve saudação do responsável da instituição numa tónica de es-
personalidades ligadas à vida política e
perança no trabalho dos jovens (5’)
social local) para os fazer compreender
que se trata de um projecto em que se Explicação dos objectivos do projecto pelo técnico (eventualmente
põe confiança nas capacidades dos jo- já explicado na selecção dos jovens) e breve apontamento sobre o
vens e se espera algo deles. contexto de mudança e de inovação permanente (pode usar o apoio
da internet, em grupos à volta dos computadores disponíveis, para
verem as imagens dos exemplos referenciados no guião) (15’)
> Esta sessão procura também envolver
Distribuição dos manuais dos jovens
no projecto as entidades locais pro-
motoras da iniciativa, de modo a que
Segue-se intervalo de 15’ (em que pode ser servido um lanche e serem
apoiem os jovens na construção de uma
feitos contactos pessoais entre os responsáveis da instituição e os jo-
rede social, intermediando o acesso às
vens); e o início da Sessão 1.
suas estruturas e aos empreendedores
locais, no desenvolvimento das activi- 1h30 – Súmula da reunião
dades propostas ao longo do manual.
Vivemos numa mudança permanente (exemplos de mudanças ocorridas nos últimos 5 anos no contexto da comuni-
dade, da zona e da vida dos jovens e das suas famílias)
Por vezes nem nos apercebemos delas, mas todas implicam aprendizagem (p.ex. como é que funciona o novo mo-
delo de telemóvel) e abrem oportunidades (p.ex. como se pode obter com ele informação sobre qualquer tema útil
no dia-a-dia)
Este projecto existe para que tirem partido das mudanças que vão continuar a surgir, que estejam preparados para
novas oportunidades e possam construir, a partir daquela experiência, projectos que dêem novas saídas profissio-
nais e tornem a comunidade/a zona melhor
A instituição acredita nas capacidades deles, dar-lhes-á todo o apoio que puder e souber e espera que eles aprovei-
tem a iniciativa para gerarem eles próprios iniciativas.
Esta iniciativa tem custos e tem de ser facultada a outros candidatos nas próximas edições; por isso só se pode par-
ticipar uma vez. A instituição espera que saibam aproveitar bem esta oportunidade única.
15
SESSÃO
00
Seguir tópicos da introdução do manual dos formandos, re- tradicionais no trânsito urbano e vender milhões para
forçando o contexto de mudança e novidade envolvente e as todo o mundo. Passados 9 anos tinha vendido apenas
oportunidades criadas 50.000 veículos e provavelmente causado um prejuízo
considerável. Pode ser que ainda venha a ter êxito, se
Tudo existe graças a inovação. Tudo o que existe à tua
aprenderem com o que correu mal.
volta e que tu usas (edifícios, luz eléctrica, motores, carros,
telemóveis, computadores, televisões, roupa, papel, esferográ- Falhar é parte do jogo: Toda a inovação se faz por tentativa
fica - o que quer que seja) deve-se à iniciativa das pessoas e erro. Só não erra quem nunca tentou, mas só se tem ideias,
que aperfeiçoaram o produto e asseguram que ele se man- serviços ou produtos inovadores depois de se ter tentado.
tém disponível. Algumas destas coisas são já muito antigas,
Desmontar preconceitos:
outras muito recentes. Todas elas são melhoradas todos os
dias. [Queres a prova? primeiros telemóveis em Portugal Podes pensar que as pessoas que fizeram todas essas
há 20 anos custavam cerca de 2500¤, eram tão grandes e inovações eram especiais. E de facto eram: O que tinham
pesados que tinham de ser transportados numa pasta (ex: de especial é que tentaram. Melhoraram alguma coisa,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:DynaTAC8000X.jpg). viram o sucesso das suas ideias e os resultados disso fi-
Diferenças para os de hoje?] caram para todos os que usam aquela ideia. Talvez algum
deles tenha sido teu antepassado. E porque é que não
Não só os produtos. Também o modo como usamos as coi-
hás-de ser tu também um inovador e um empreendedor?
sas se deve a iniciativas.
Podes pensar que as inovações só surgem através de
Há muito tempo que se procura compreender como surgem grandes empresas, marcas famosas, pessoas que apare-
as iniciativas e os empreendedores, qual a razão do seu su- cem nos telejornais. Sabes que uma parte substancial
cesso. Sabe-se que a competitividade de um país depende do desenvolvimento de processos é feito por pessoas
da capacidade de inovação, sabe-se que as sociedades mais anónimas, dia-a-dia? Que muitas empresas dão prémios
coesas e mais justas são aquelas em que o empenhamento aos colaboradores que apresentam ideias para tornar um
dos cidadãos e a iniciativa cívica estão mais desenvolvidos. processo de fabrico mais eficiente?
E sabe-se que a criatividade e o empreendedorismo são ca- Podes pensar que as pessoas que têm iniciativas são
pazes de grandes impulsos de desenvolvimento. aquelas que já tinham os meios para isso. Mas a história
mostra que não é assim: Os que têm iniciativas são aque-
A melhor maneira de entender a inovação, a iniciativa e o
les que são capazes de convencer outros a disponibilizar
empreendedorismo é olhar para alguns exemplos concre-
os meios. E as boas iniciativas provam-se com poucos
tos (preparar casos diversos adequados). Exemplos:
meios.
Há 25 anos, surgiu (ex: Quercus, www.quercus.pt), Olha para ti, talvez tenhas em ti qualidades muito impor-
uma associação ambientalista, preocupada em defender tantes para inovar e empreender. Nós acreditamos em Ti.
o ambiente. Surgiu da iniciativa de um grupo de pessoas,
Para que neste projecto aprendam coisas que terão valor
preocupadas com a poluição e extinção de espécies. Hoje,
para toda a vossa vida só é necessária uma coisa: que quei-
muito do que defendiam naquela altura passou a ser as-
ram participar, nada mais!
sumido por grande parte da sociedade.
Há 5 anos, por exemplo, surgiu (ex: PUMAP, http:// Vamos ter apenas x5 sessões para. Vamos falar de coisas
pumap.blogspot.com/), uma associação de voluntários do empreendedorismo nessas sessões. A única coisa que
universitários, para ajudar no desenvolvimento de uma se pede é que durante a semana vão pensando naquilo que
região pobre em Moçambique. viram e ouviram. Com seriedade. E vão ver como as coisas
Em 1998, há 12 anos apenas, dois estudantes criaram vão surgir.
(ex: a Google http://www.google.pt/), hoje uma das maio-
No final, não saem daqui com um diploma6. Mas, se tiverem
res empresas do mundo e um dos nomes mais conheci-
participado mesmo, saem daqui com uma maneira de enca-
dos, com uma ferramenta de procura na internet usada
rar as mudanças e descobrir nelas oportunidades de melho-
em todo o mundo e que facilita imenso a vida das pessoas.
ria, e essa maneira de estar vai ser um trunfo muito sério na
Pelo meio há muitas iniciativas que falham ou que
vossa vida profissional e pessoal. Para além disso pode um
se esgotam sem atingir os resultados esperados. A (ex:
grupo desenvolver um projecto que tenha pernas para andar
Segway http://pt.wikipedia.org/wiki/Segway) lançou em
e se torne mesmo realidade construída por esse grupo.
2001 um veículo com que pensavam substituir veículos
5
O número de sessões previstas na ferramenta é de 8 + 5. Cabe ao técnico, juntamente com a equipa do projecto e/ou a entidade promotora, avaliar se as 5 sessões finais devem ser anunciadas à
partida como parte do objectivo global, ou anunciadas mais tarde.
6
No entanto, o técnico, juntamente com a entidade promotora, pode no final distribuir um diploma de participação, se considerar que tem significado para os participantes e os incentiva a fixar as
competências adquiridas.
17
NOTAS
&
IDEIAS
01
COMO É
QUE TE
ENCAIXAS?
SESSÃO 1
Conhece-te a ti próprio!
SESSÃO 2
Tu e os Outros
19
SESSÃO
01 CONHECE-TE A TI PRÓPRIO!
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
> Ajudar cada jovem a descobrir as suas capacidades para pensar em termos de inovação
> Aumentar auto-confiança do jovem para tomar iniciativas inovadoras
> Tornar o jovem consciente de que são as iniciativas que asseguram tudo o que está à sua volta
> Motivar o jovem para melhorias pessoais através de objectivos pessoais concretos
ACTIVIDADE
CABEÇA,
01 CORAÇÃO
E MÃOS! U1 (pág.6)
Os formandos começam por desenhar, numa folha > Como me senti nesta actividade?
de papel branca, a silhueta de um corpo: cabeça, > Foi mais fácil identificar qualidades ou defeitos?
tronco e membros. Devem ainda desenhar o coração. > Que qualidades são mais importantes para mim?
Posteriormente, os formandos são convidados a > Quais as qualidades mais relacionadas com o
reflectir nas suas características positivas ou qua- empreendedor?
lidades e nas suas características negativas ou > O que posso fazer na prática para mudar nos
defeitos, e devem escrever essas características defeitos?
junto à parte do corpo com que mais se relacionam:
UNIDADE 01 | 21
SESSÃO
01
DINÂMICA MUDA DE LUGAR QUEM …
NOTA:
As dinâmicas das primeiras sessões são essencialmente dinâmicas de grupo, de reconhecimento e aceitação das diferenças, de so-
ciabilização e interacção; poderão ser dispensadas se esta ferramenta for utilizada em sobreposição com outra que assegure já esse
objectivo básico.
ACTIVIDADE
NO QUE CONSISTE?
A pro-actividade necessária ao empreendedorismo Definição
treina-se num “ciclo virtuoso”, em que os próprios Empreendedorismo de Objectivos
resultados obtidos estimulam a procurar e alcançar (Pessoais)
novos resultados. É um exercício que se pretende
continuado ao longo do programa e que os forman-
dos levem para a sua vida. Escolhas
Esforço Pessoal
Para se iniciar um ciclo destes deve-se começar por um objectivo simples (isto é, com uma ligação causa-efeito
óbvia), acessível (isto é, ao alcance do esforço do formando) e com resultados rapidamente mensuráveis. Um exem-
plo típico é um exercício físico (ex: elevações matinais, em que o formando pode em poucos dias aperceber-se que
consegue fazer um número mais elevado).
Ao longo do programa esta actividade é proposta várias vezes, com objectivos progressivamente mais indirectos,
mais exigentes e com resultados menos mensuráveis. Pretende-se que o formando tome consciência da sua ca-
pacidade de influenciar os resultados, que desenvolva persistência e a capacidade de escolher e de se orientar por
objectivos não apenas imediatos. A actividade visa a melhoria das atitudes pessoais do formando, mas constitui
também, em si mesma, um exercício de planeamento, necessário ao longo do projecto e de qualquer activi-
dade empreendedora.
Por exemplo, a capacidade de compreender e comunicar pode ser exercitada através de leitura assídua de
notícias de jornal e da comunicação do seu conteúdo a outros. Não é a notícia em si que lhe interessará, mas
a capacidade de compreender e de se fazer compreender. Precisará de um jornal onde possa ler diariamente
uma notícia, e precisará de alguém que tenha paciência e interesse em ouvir o relato que fizer da notícia e com
quem ele possa verificar se um e outro compreenderam com suficiente exactidão a ocorrência. Possivelmente
um exercício deste tipo implicará pedir a colaboração de alguém de fora do círculo mais habitual do formando.
Para explicar a vantagem da participação nesta actividade o técnico pode referir o seguinte:
UNIDADE 01 | 23
SESSÃO
01
Muitas das características necessárias ao empreendedorismo são resultado de escolhas e esforço pessoal. Pas-
sam por atitudes que podem ser praticadas no dia-a-dia, do mesmo modo como um atleta se mantém em forma
através do treino diário e da dieta. Para teres êxito é necessário que os teus objectivos pessoais sejam práticos e
que te identifiques com eles: têm de corresponder àquilo que queres ser e à maneira como queres estar na vida.
Os objectivos pessoais devem abarcar todas as áreas do teu desenvolvimento:
Objectivos
Pessoais
FÍSICOS:
Servem para que tenhas um corpo e hábitos saudáveis.
> Exemplo: Comer uma peça de fruta por dia
INTELECTUAIS:
Servem para que exercites e estimules a mente, preparando-te para saberes tratar
situações novas com êxito.
> Exemplo: Ler 30 minutos por dia
EMOCIONAIS:
Pretendem que conheças e controles as tuas emoções, de modo a que controles os
teus comportamentos.
> Exemplo: Não fazer troça ou rebaixar os outros
DE AUTO-CONHECIMENTO:
Pretendem que definas melhor que tu queres ser e como queres que os outros
de vejam.
> Exemplo: Reservar 5 minutos para pensar no que fizeste
Muitas vezes estes objectivos são potenciados por tarefas de grupo ou com sentido comunitário: podes assu-
mir por exemplo fazer a separação de lixo em tua casa e, enquanto fazes isso, rever os teus outros objectivos;
podes assumir com outros fazer uma acção de limpeza ambiental na tua comunidade (e deixar que os outros se
perguntem “que raio andam vocês a fazer”)
ATENÇÃO:
A execução dos objectivos é essencial (sem ela não vale a pena estabelecê-los). O técnico deve propor algum
tipo de “lembretes” criativos, p.ex. autocolantes no espelho da casa de banho ou na porta do quarto, num sítio
para onde os formandos olhem todos os dias.
UNIDADE 01 | 25
SESSÃO
02 TU E OS OUTROS
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
> Tudo à nossa volta se desenvolveu graças a inovações fazer ouvir mas têm bom senso. Uma boa equipa tem
permanentes; apenas porque muitos tomaram a iniciati- de saber reflectir e, depois de tomar decisões, tem de
va de pôr na prática as ideias que tiveram. executar as ideias de forma bem coordenada. Precisa
de alguém que mande, mas que mande bem, e para isso
> Podes pensar que as inovações se devem todas a gé- saiba ouvir os outros.
nios e inventores. Mas a maior parte das inovações surge
de trabalho em equipa. As boas equipas são aquelas em > É importante conheceres as tuas qualidades, não ape-
que as pessoas se complementam e em que todos estão nas pelo que elas valem, mas sobretudo para conhece-
sintonizados num mesmo objectivo. Não há ninguém que res a melhor maneira de trabalhar com outros em equi-
tenha as qualidades todas para poder fazer tudo sozinho, pa. As boas equipas não são aquelas em que todos têm
mas a equipa pode reunir essas qualidades. É que todos o mesmo feitio e pensam todos da mesma maneira; as
temos qualidades diferentes, e todas elas são necessá- boas equipas são aquelas em que todos se completam
rias no processo de inovação. Por exemplo: e se equilibram uns aos outros.
Algumas pessoas têm muitas ideias; mas ter ideias > Para isso tens de ouvir também o que os outros dizem
só não basta, é preciso distinguir as boas das más, e é de ti, para descobrires em que aspectos é que lhes fa-
preciso pô-las em prática. Assim, uma boa equipa tem de cilitas a vida e onde lhes complicas a vida.
ter alguém que tenha ideias, alguém que pese as ideias
e verifique que parte é que é aproveitável e alguém que > Descobre quais são os teus talentos e como podes
seja capaz de as pôr em prática. Muitas vezes as pessoas ser útil numa equipa; e como os outros, que são dife-
que têm espírito prático para resolver situações são as rentes de ti, são muito importantes para que a equipa
que sentem menos atracção por ideias. funcione. Para descobrires talentos e as competências
Algumas pessoas são muito competitivas, gostam em que se podem tornar, ajuda observar modelos (role
de ganhar sempre, chegar sempre à frente dos outros; models). Um modelo pode ser qualquer pessoa que me-
outros preocupam-se mais com os que ficam para trás; reça a tua consideração por aquilo que conseguiu fazer.
uns são persistentes e não desistem, outros só alinham Um modelo pode tornar-se uma fonte de inspiração e
enquanto as coisas correm bem. Uma boa equipa tem de conselho. Todos nós temos modelos que gostamos
de querer vencer (as dificuldades) mas tem de ser co- de imitar, mas por vezes escolhemos ídolos (no fute-
esa e resistir aos contratempos. Precisa de pessoas bol, na música) que têm talentos que nós simplesmente
perseverantes que não desistem à primeira dificuldade. não temos. Procura agora modelos que mereçam o teu
Uns têm jeito para mandar, mas não quer dizer que respeito e te podem inspirar, porque fizeram feito algo
saibam sempre o que é melhor; outros não se sabem numa área em que tu também podes fazer.
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 2
O formador imprime uma foto do grupo de forman- > Qual acham que é o objectivo desta dinâmica?
dos numa folha A4. Se não existir nenhuma foto > O que significa?
pode usar uma imagem simbólica para o grupo ou
> Qual é o vosso contributo único para esta equipa?
uma imagem metafórica do empreendedorismo ou
de alguma competência associada.
O Formador sintetiza, reforçando que:
Posteriormente, pede que cada elemento do grupo
assine essa folha. Depois, à vista dos formandos, > Todos são importantes, únicos e insubstituíveis.
rasga a folha no mesmo número de pedaços que o > Cada pessoa tem de conhecer o seu perfil pessoal
número de elementos do grupo, e entrega um peda- e perceber qual o seu papel no grupo.
ço a cada elemento do grupo. > Perceber que enquanto equipa cada pessoa tem
Solicita então que os formandos refaçam a folha. um contributo válido i indispensável para o sucesso.
Neste sentido, cada formando contribui com a “sua
> Reconhecer as qualidades pessoais e a sua utilida-
peça”. E o puzzle só está completo com todas as
de para a equipa.
peças, com todos os elementos do grupo.
Por fim, volta a pedir que cada formando guarde a > Reconhecer a importância do outro
sua peça e promove a partilha:
UNIDADE 01 | 27
SESSÃO
02
DINÂMICA OS 12 TRABALHOS DE HÉRCULES
O Formador deverá contar o tempo, e quando este findar, termina a dinâmica. Posteriormente, o formador
deverá verificar quais as tarefas que foram e não foram cumpridas e com que qualidade. Finalmente, é
promovida a discussão:
> O que correu bem e o que correu mal?
> Porque cumpriram ou não cumpriram as tarefas?
> Quais as competências essenciais para trabalhar bem em equipa?
> Quais as vantagens do trabalho em equipa?
ACTIVIDADE
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL
02 DE COMPETÊNCIAS PESSOAIS
E DO PAPEL NO GRUPO U1 (8)
O formador faz uma apresentação de vários tipos de perfis pessoais (ver abaixo), levando os jovens a re-
flectir com qual dos perfis se identificam mais.
Para facilitar a identificação, o formador pode acompanhar a descrição de cada perfil com a afixação de um
símbolo alusivo no quadro.
Após a apresentação das diferentes tipologias, a actividade deve desenrolar-se com a auto-identificação de
um perfil pessoal ou a hetero-identificação do mesmo (caso o grupo tenha um razoável grau de conheci-
mento inter-pessoal).
A exploração e integração da actividade por parte do formador deve ir no sentido de valorizar as diferenças
individuais (como marca distintiva do funcionamento de cada um, como mais-valias pessoais de que cada
um pode tirar proveito) e simultaneamente no sentido da articulação e interdependência e complementari-
dade entre os vários perfis, logo, entre os vários elementos do grupo.
No final do exercício cada um deve descrever qual é o seu tipo e qual é o seu contributo único para um
grupo de trabalho.
(Exercitar esse contributo deve ser o objectivo individual de uma próxima actividade DICA “desenvolve e alcança objectivos
de melhoria pessoais”.)
TIPOS DE PERFIS
1. O Organizador
O Organizador é muito metódico: é capaz de organizar, planear, estrutu-
rar. Tem uma grande capacidade de estabelecer objectivos e consegue
um planeamento do quer atingir tanto a curto como a médio e longo pra-
zo. Além disso, tem a motivação e persistência suficientes para prosse-
guir esses objectivos. Por isso é um elemento muito produtivo e eficaz.
2. O Cuidador
É capaz de estabelecer relações interpessoais profundas e de grande
qualidade. Tem a capacidade de formar relações com pessoas de todas
as idades e mentalidades, e em diferentes níveis de intimidade, mas
sempre sendo agradável e conseguindo “chamar” os outros para perto
de si. O Cuidador é capaz de perceber os sentimentos dos outros, de
os fazer sentir compreendidos e acolhidos. É uma figura que transmite
tranquilidade mesmo nos momentos difíceis.
3. O Competitivo
O competitivo é aquele que gosta de competir, de medir forças com os
outros, que se sente desafiado a supera-los, que aprecia a adrenalina
de ter um adversário e fazer melhor que ele.
O competitivo tem uma tremenda energia e determinação, é aquele que
quer ser sucedido e que não se satisfaz com um segundo lugar.
UNIDADE 01 | 29
SESSÃO
02
4. O Optimista
O Optimista tem um elevado grau de auto-confiança: acredita em
si próprio, nos seus projectos, e por isso consegue projecta-los no
futuro e ter esperança no seu sucesso. Além disso, consegue ter a
persistência para lutar contra os obstáculos e acreditar que os vai
ultrapassar.
5. O Confiável
Aquele em quem se pode confiar, porque é correcto, honesto, ver-
dadeiro, cumpre a sua palavra, não deixa o grupo ficar mal e assume
fazer alguma coisa de que os outros se esqueceram, e transmite a
ideia da sua responsabilidade e competência.
6. O Curioso
O Curioso gosta de descobrir, de investigar, de perceber como as
coisas funcionam e porquê. Tem sempre uma pergunta na ponta da
língua. É atento e observador do mundo à sua volta.
7. O Futurista
O futurista tem uma grande capacidade de imaginar o futuro, o que
lhe confere uma grande criatividade e capacidade de resolução dos
problemas. O seu espírito imaginativo contagia e inspira os outros de
esperança e optimismo.
8. O Comunicador
Não se importa de estar no centro das atenções. É um bom comu-
nicador e prende a atenção dos outros quando está a contar alguma
história.
NOTA:
Não se referiu deliberadamente a liderança como uma competência importante para o
grupo, embora seja muito importante para a sua eficácia. As actividades propostas ao
longo do projecto oferecem muitas oportunidades para que se revele esta competência
e o grupo aceite uma liderança naturalmente.
ATENÇÃO:
Cada formando escreve no seu manual o seu perfil e as palavras-chave em termos
de competências associadas a esse perfil. Se não tiver a certeza do seu perfil pode
inscrever um segundo perfil e as respectivas competências. A actividade termina com
apresentação pessoal de cada formando ao grupo completo: chamo-me …, o meu perfil
é sobretudo … e a principal competência que posso trazer ao grupo é a …
UNIDADE 01 | 31
NOTAS
&
IDEIAS
02
CONHECE
A TUA
COMUNIDADE
SESSÃO 3
Identifica as actividades, descobre as iniciativas…
SESSÃO 4
Quem é empreendedor?
33
SESSÃO
03 IDENTIFICA AS ACTIVIDADES,
DESCOBRE AS INICIATIVAS…
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
> Tomar consciência das mudanças permanentes (agora centradas na comunidade do jovem), e do facto de se
deverem a iniciativas de alguém: algumas bem e outras mal conseguidas;
> Conhecer e valorizar as actividades e procurar descobrir as iniciativas que as realizaram;
> Desenvolver a curiosidade pela inovação e a capacidade de observação;
> Desenvolver capacidade de relacionamento, de perguntar e de ouvir;
> Identificar aspectos essenciais para o sucesso de uma iniciativa.
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens U2 (2,3)
Toma consciência da evolução à tua volta... > Em que consistiu a mudança? O que é que fez a
Pergunta aos mais velhos como é que era a tua comu- diferença?
nidade há 10 anos atrás: > Quais as mudanças de que as pessoas gostam mais?
Ou as que dão mais jeito?
> O que é que existe agora que não havia naquela altura? > Se essa novidade ainda cá está é porque teve suces-
> O que é que deixou de existir? Porquê? so. A que é que se deve esse sucesso? Qual é o inte-
> Se a Google foi criada em 1998 (há 12 anos apenas!), resse que as pessoas vêem naquilo? É melhor? É mais
como é que se procuravam antes disso coisas de inte- barato? É diferente? Faz as pessoas sentirem-se bem?
resse na internet? Havia acesso à internet? Pergunta Facilita-lhes a vida? Porquê?
aos mais velhos se aproveitaram alguma coisa da inter- > Como é que surgiu? Quem é que teve a iniciativa?
net. Já agora: qual é o proveito que tu tiras da internet? Alguém ajudou essa pessoa?
> Qual era o tipo de música que se ouvia há 10 anos? > Como é que a pessoa que fez a inovação se aper-
E agora? Quantos grupos novos surgiram entretanto? cebeu disso? Se calhar nem pensou nisso e só se foi
adaptando ao que as pessoas queriam? Aconteceu por
Identifica um caso de inovação… acaso ou houve uma procura de corresponder ao que
Tenta identificar no mundo à tua volta um produto/ser- as pessoas precisavam?
viço (??...) inovador, que tenha marcado a diferença. A > Que dificuldades e que dúvidas é que teve para seguir
partir daqui vamos tentar perceber porque é que ele foi em frente?
inovador e qual a sua história…
Não sabes?!
Questiona! Então que tal ires perguntar essas coisas?
(depois de identificado um caso de inovação) Não imagines as respostas; pergunta e ouve com
As mudanças não aconteceram por acaso. Se conse- atenção….
guires perceber quem teve as iniciativas, como é que o
fez, porque é que o fez assim, começas a descobrir a Escuta!
essência do empreendedorismo. Ao pensar nas mudan- Saber ouvir é muito importante. As boas ideias vêm de
ças, tenta perceber: saberes dos outros.
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 3
0h00 – 0h15 Introduzir aqui que os heróis não têm todas as compe-
Warm-up: Dinâmica do Desafio tências, desmontar a ideia que um modelo seja brilhante
em tudo.
0h15 – 0h45
Actividade Perfil do empreendedor 1h00 – 1h15
(em grupos de 2 ou 3) Construção de um guião de entrevista aos empreen-
dedores.
Expor ideias do enquadramento; constituição dos grupos;
brainstorming para identificação de empreendedores da 1h15 – 1h30
comunidade; preenchimento de ficha com identificação de Actividade: Atenção à comunicação! Role Play
pessoas conhecidas com determinados perfis empreen- (entrevistador/entrevistado)
dedores; escolher um caso a estudar por cada grupo.
1h30
0h45 – 1h00 Súmula da Reunião
Visionamento de testemunhos de empreendedores (va-
riedade de idades, actividades, nível de proximidade ao
sujeito)
UNIDADE 02 | 35
SESSÃO
03
ACTIVIDADE
WARM UP
03 DINÂMICA
DO DESAFIO
Material Procedimento
Caixa de sapatos Colocar os participantes num circulo, de costas voltadas uns para os ou-
com chocolates lá dentro tros e colocar uma música animada. Explicar aos participantes que dentro
e um papel contendo da caixa está uma ordem a ser feita, e que a caixa deve seguir de uns para
a ordem para comer os outros ao ritmo da música, até que, quando a música parar, quem ficar
um chocolate com a caixa na mão deve abri-la e executar a ordem.
O dinamizador vai criando algum suspense, assustando o grupo, fazendo-os
crer que a tarefa é repulsiva. Podem fazer-se perguntas como: estás pre-
parado? Vais ter que obedecer à ordem… seja lá ela qual for! Pode inclusive
parar a música questionando o jovem: queres abrir? Ou vamos continuar?
Caso este decida não abrir, inicia-se a música novamente e passa-se nova-
mente a caixa.
ACTIVIDADE
PERFIL DO
04 EMPREENDEDOR U2 (pág.5)
Para facilitar a actividade pode ser distribuída uma ficha com a seguinte estrutura:
Identificar (nomes):
> 3 pessoas com quem gostaríamos de fazer um projecto;
> 3 pessoas mais influentes na comunidade;
> 3 pessoas com mais sucesso na comunidade;
> 3 mudanças com mais impacto na comunidade nos últimos 3 anos;
> 3 pessoas que tenham mais iniciativas
Entre estes nomes o grupo escolhe um empreendedor, a quem entrevistar durante a semana,
para ficar a conhecer melhor o perfil de um empreendedor.
1. Durante a semana o grupo tem de tentar entrevistar o empreendedor, fazer-lhe as perguntas, recolher também
informação dos clientes ou utilizadores (o que é que eles pensam sobre o caso, usam, não usam, porquê).
2. A seguir à entrevista reúnem para discutir o caso: o que é que cada um percebeu da história, o que é que im-
pressionou mais a cada um (3 a 5 aspectos). Se tiverem dúvidas ou verificarem que esqueceram alguma questão
importante, devem passar por lá de novo a pedir um esclarecimento.
3. Finalmente, na sessão seguinte, o grupo tem de registar e comunicar o que aprendeu: por escrito, apresentação
no computador ou num vídeo, de preferência com fotografias.
ATENÇÃO:
Contar o caso é como contar uma história que as pessoas gostem de ouvir, com princípio, meio e fim; como se o
empreendedor tivesse feito uma viagem e vocês contassem onde começou, por onde seguiu, que obstáculos encon-
trou, que ajudas teve, quando é que se sentiu em baixo e quando é que se sentiu satisfeito, até onde chegou e onde
quer ainda chegar; porque é que os clientes ou utilizadores vão lá, o que faz para os manter.
4. Os melhores trabalhos (os que encontraram casos mais interessantes ou os que fizeram um trabalho mais com-
pleto) serão publicados na revista Escolhas, com uma fotografia do grupo!
ACTIVIDADE
CONSTRUÇÃO
05 DE UM GUIÃO
DE ENTREVISTA
Em grande grupo o formador deve solicitar que os jovens façam um brainstorming de questões que gosta-
riam de colocar ao empreendedor que vão entrevistar. Pode ser útil ajudar a organizar o pensamento dos
jovens fornecendo categorias acerca das quais estas perguntas devem surgir, por exemplo:
> Como é que se lembrou de arriscar num projecto próprio? Antes de pensar naquele projecto já tinha
pensado em trabalhar por conta própria? Alguém na família (ou amigos) já tinha começado um projecto,
por conta própria? Já tinha experiência de trabalho prévia na área do projecto?
> O que é que o fez pensar que iria ter êxito? Conhecia clientes, tinha falado antes com as pessoas para
saber o que elas precisavam?
> Começou sozinho ou com mais alguém? Pediu apoios a alguém? Teve alguém que o ajudasse, que lhe
desse informações importantes? Teve medo de não ter sucesso?
> Quais as questões mais difíceis de resolver no início?
> Qual a maior gratificação depois de tudo isto?
> Se tivesse de dar um conselho a alguém que quisesse começar um projecto por conta própria agora,
que conselho daria?
UNIDADE 02 | 37
SESSÃO
03
Para o papel de entrevistadores devem convidar-se os formandos com mais dificuldades nas
competências comunicacionais.
> Ter a consciência de que vão ocupar o tempo do empreendedor, de que ele está a fazer um
favor e por isso merece ser tratado com respeito e boa educação: Explicar que estão a fazer um
trabalho para o Escolhas e que gostavam de aprender com a experiência dele. A maior parte das
pessoas tem prazer em ser útil e colaborar.
> À hora marcada e com paciência, levar as perguntas pensadas, mas saber ouvir e perguntar
mais coisas. Se querem informação interessante têm de ter curiosidade e flexibilidade na entre-
vista, além de saber ser bem-educados.
> Registar as respostas, ou eventualmente pedir para gravar a entrevista, senão depois não se
lembram; o que escreve melhor que aponte as respostas, é muito importante.
> Na próxima sessão cada grupo vai relatar o caso do seu entrevistado. Têm de preparar a his-
tória que vão contar. Podem usar imagens, uma apresentação de computador, podem intervir
vários (controlo do tempo).
ATENÇÃO:
Entre as duas sessões o técnico deverá fazer o seguimento do trabalho: facilitar/agendar as entrevistas se necessário, e convocar os
grupos isoladamente para verificar se fizeram a apresentação adequadamente aproveitando para treinar competências de comunicação.
04 QUEM É EMPREENDEDOR?
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
Identificamos e conversamos com pessoas que são empreendedoras, que tiveram iniciativa, criaram algo de novo.
Que é que eles têm de especial?
Há muito que se observam as pessoas empreendedoras e se procura entender porque é que são assim, o que é
que leva uns ao sucesso de criar novas associações, empresas, criarem coisas úteis, criarem postos de trabalho…
Há quem tenha feito uma lista enorme de características do empreendedor, tais como:
Claro que tudo isto ajuda para que uma pessoa empreenda com sucesso. Mas ninguém tem todas estas qualida-
des. Os empreendedores não são super-homens. Então o que é que faz um empreendedor?
UNIDADE 02 | 39
SESSÃO
04
Há 3 tipos de qualidade que são importantes (e que englobam as acima listadas):
> Combatividade e vontade de fazer
> Criatividade e adaptação
> Capacidade de organizar e de trabalhar com outros
Por vezes não é uma pessoa só que consegue tudo isto, mas um grupo em que cada um é bom numa ou mais coisas
(exemplificar adequadamente):
> É preciso um que acredite e que seja capaz de lutar e não desistir perante os obstáculos. É preciso um que seja
capaz de pensar de novo: “ok, assim não deu, vamos ver as coisas de outro modo, mas havemos de conseguir!”. É
preciso um que seja capaz de organizar as coisas: “como é que as coisas vão acontecer, quem é que faz o quê, de
que é que precisamos?”. É preciso um que seja capaz de manter uma equipa a trabalhar, apesar de se saber que
um dia não apetece a um e outro dia há outro que não pode.
> Já viste (na sessão 2) onde é que te encaixavas melhor. Qual é o papel que fazes melhor?
Dos vídeos que viste, dos casos de que falamos, achas que ser empreendedor é uma coisa do outro mundo ou que
está ao teu alcance?
Por vezes, ao pensar nisto, reparamos que nos fazem falta algumas coisas. Era bom se soubéssemos mais, sobre
as pessoas, sobre como funcionam as coisas, sobre os sistemas… Óptimo! Parabéns! É precisamente isso que
sente um empreendedor; que lhe falta ainda informação. E também percebe que nunca vai conseguir saber tudo,
mas que há-de obter algumas respostas à medida que as for procurando. E que as coisas se vão fazendo à medida
que se avança.
Lembra-te: um inovador está a abrir caminhos novos, não está a andar nas estradas que os outros já
percorreram. Não se limita a imitar, mas a inovar, com um toque pessoal, que faça a diferença para as
outras pessoas.
Por isso mesmo é que tem a possibilidade de chegar a sítios onde ainda nenhum outro tinha chegado. Um empreen-
dedor terá sempre um monte de perguntas “em carteira”, mas contenta-se em ir obtendo as respostas uma a uma,
à medida que vai abrindo caminho.
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
ACTIVIDADE
WARM UP
07 DE QUEM SOU IGUAL
E DIFERENTE
> Pedimos aos participantes para se moverem pelo espaço e que, a um sinal, se coloquem junto à
pessoa que a se consideram mais igual. Quando estiverem juntos, dizemos que têm um minuto para
explicar um ao outro as razões porque se escolheram.
> Pedimos novamente que se desloquem pelo espaço e, a outro sinal, pedimos que se coloquem
junto à pessoa que consideram mais diferente. Voltamos a dar um minuto para explicarem o motivo
da escolha.
UNIDADE 02 | 41
SESSÃO
04
ACTIVIDADE
PERFIL DO
08 EMPREENDEDOR U2 (5)
Criatividade e adaptação
fazer o novo com o que parecia banal
Capacidade de organizar
e de trabalhar com outros
locomotiva que puxa a composição
Ainda no mesmo grupo que fez a entrevista e o relatório, os formandos tentam identificar
quais as características que mais notaram no seu entrevistado; podem descer ao pormenor
do quadro do enquadramento que enumera as diferentes qualidades apontadas aos em-
preendedores (o formador pode facultar uma fotocópia a cada grupo sem ter descrito em
pormenor cada uma).
Cada formando, individualmente, procura identificar de entre essas qualidades todas, aquela
para que pensa ter mais capacidade e aquela para que pensa ter menos capacidade.
Cada formando partilha no grupo completo a sua reflexão. O formador pode construtivamen-
te acentuar mais uma ou outra.
Cada formando escreve no seu manual a qualidade empreendedora para que pensa ter mais
capacidade; sugere-se que o formador tenha disponíveis as 3 imagens acima referidas para
distribuir a cada um a que corresponde à qualidade identificada, para colar no manual.
Durante a semana treina em frente ao espelho a explicação que vais dar às outras pessoas sobre o valor que podes
trazer ao grupo.
NOTAS
&
IDEIAS
UNIDADE 02 | 43
NOTAS
&
IDEIAS
03
IDEIAS
&
PROJECTOS
SESSÃO 5
Ideias para inovar
SESSÃO 6
Desenvolve a ideia
45
SESSÃO
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
Muitas pessoas pensam que os empreendedores são > as pessoas ficariam mais bem servidas com um
uma espécie de génios; na realidade, o que os torna produto mais conveniente, ou mais simples e mais
empreendedores de sucesso foi terem posto em prá- barato – por exemplo se as pessoas procuram um
tica novas maneiras de responder a necessidades das serviço de lavagem de roupa e não se importam de
pessoas. Fizeram-no: ter que a ir buscar e entregar, desde que fosse mais
barato?
a. Abrindo novos “mercados” (ou servindo melhor
mercados mal servidos; “mercado” aqui quer dizer as > não há outros que já estejam a tentar resolver o
necessidades de uma certa população) mesmo problema pela mesma via ou à mesma escala
b. Propondo novos produtos ou serviços, ou – já há outros a tentar fazê-lo na comunidade?
c. Propondo melhor tecnologia ou tecnologia de maior
b. Também quem começa com um novo serviço ou pro-
qualidade
duto tem boas hipóteses de ter sucesso, desde que o
produto ou serviço não possa ser copiado facilmente
Olhando em detalhe para cada uma das hipóteses:
(p.ex. quando se trata do talento individual de um pintor
a. Muitas pessoas pensam que só as grandes empresas ou de um músico, ou de uma característica local).
que já dominam o mercado têm capacidade de inovar
c. A introdução de melhor tecnologia ou maior qualida-
com êxito; um especialista7 afirma que, sempre que as
de da mesma tecnologia (desenvolvimento de produto)
inovações foram disruptivas, as novas empresas tive-
é a única destas vias de inovação onde, de facto, os
ram mais sucesso que as antigas. Isso sucede quando:
que já estão no mercado têm sempre mais hipóteses de
> há muitas pessoas mal servidas ou que não es- sucesso (ou seja, é difícil bater um grande fabricante de
tão sequer servidas – por exemplo se as pessoas da telemóveis ou computadores…)
comunidade, para conseguirem arranjar a bicicleta,
têm de ir longe e perder muito tempo.
Para explorar ideias novas podem usar o brainstorming (tempestade de ideias) ou a analogia: para resolver um
problema identificado, pode-se inovar copiando soluções que tiveram êxito noutras aplicações (há sectores em Por-
tugal que são reconhecidos como muito desenvolvidos e que podem ser observados por qualquer pessoa; sistemas
e organizações como a Via Verde, o multibanco, os hipermercados introduziram uma série de inovações que podem
ser replicados noutras áreas…). Mais uma vez pode ser usado o brainstorming para propor analogias. Embora a
analogia estruturada use um nível de abstracção elevado, pode acontecer também intuitivamente…
> Escolhe-se um tema (p.ex. que novidade é que falta à > Pensa em outras situações que têm o mesmo tipo de
comunidade) clientes (ou de fornecedores, ou qualquer outra restrição
> Durante 5 minutos, todos à vez lançam ideias, com semelhante à que te parece ser mais importante no teu
total liberdade, sem preocupação de serem boas ou projecto)
más; ninguém critica > Vê como é que eles resolveram o assunto
> Simultaneamente alguém aponta todas as ideias num > Vê se podes aplicar a mesma solução ao teu caso
quadro ou papel;
> Todos ajudam a agrupar as ideias, juntando as que
forem semelhantes ou tratarem da mesma coisa
> Todos pensam quais são os grupos de ideias que
propõem maior inovação e que são realizáveis, p.ex.
sublinhando-os
> Ordena-se (1,2,3…) por prioridade para seguimento
UNIDADE 03 | 47
SESSÃO
05
PARA AJUDAR A VENCER O MEDO DE FALHAR: SE NUNCA FALHASTE É PORQUE NUNCA VIVESTE
É necessário levar os jovens a pensar de modo diferen- objectivo. Se tivesse considerado o empreendimento um
te sobre falhar e estimular a coragem de perseverar. fracasso, teria desistido e poderíamos hoje estar todos
Há dois benefícios que se retiram do falhar. Primeiro, ainda a ler à noite com lâmpadas de azeite.
fica-se a saber o que não funciona; segundo, tem-se a
Este exemplo não trata apenas de ter uma atitude positiva,
oportunidade de tentar de modo diferente. Entender a
mas sim de aprender com os erros. Se considerarmos o
falha e conseguir guiar-se a si próprio e a outros através
fracasso como uma experiência de aprendizagem, dei-
do “falhanço” é parte da mentalidade e competências do
xará de ter poder sobre nós e se aprendermos com ela,
empreendedor.
conduz-nos para o sucesso.
Um exemplo conhecido é o do inventor Edison. Falhou
Na realidade, os empreendedores aprendem mais com
milhares de vezes até conseguir obter uma lâmpada
fracassos do que com sucessos. Frequentemente só
eléctrica funcional. Qualquer outro teria visto em cada
aprendemos o que funciona quando verificamos o que
insucesso um fracasso, mas ele via um sucesso, porque
não funciona. Um velho provérbio chinês diz que “fracas-
de cada vez eliminava uma possibilidade, redesenhava
sar não é cair mas recusar levantar-se de novo”.
a peça, fazia ajustamentos e isso o aproximava mais do
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
> Criatividade
> Relacionamento interpessoal
> Resistir a preconceitos acerca do que as outras pessoas pensam ou gostam
> Articular e apresentar uma ideia
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 5
09 “ISSO, E TAMBÉM…”
EXEMPLO:
Elemento 1
Esta nova máquina de furar é extraordinária porque serve para furar madeira, ferro e reboco.
Elemento 2
“Isso, e também … porque vem numa caixa em que as brocas para madeira estão identificadas
com uma cor diferente das de metal e não se perde tempo a procurar a broca certa.
Elemento3
“Isso, e também … é fantástica porque vem com um cabo eléctrico extensível e chega a qualquer
lado sem ser necessário andar a mudar sempre de tomada eléctrica”;
Elemento 4
“Isso, e também porque tem um aspirador na ponta para o pó do reboco não cair ao chão…”
Elemento 5
“Isso, e também porque tem uma pega almofadada para não transmitir as vibrações ao
utilizador…”
NOTA:
Para o exercício ser realmente construtivo, devem ser feitas propostas de acréscimos que
resolvam alguma necessidade ou problema dos utilizadores habituais, sem recorrer a “tec-
nologias mágicas” que fazem tudo melhor que os outros (por exemplo: vir com uma pilha
recarregável é uma possibilidade real; não consumir energia seria “mágico”).
UNIDADE 03 | 49
SESSÃO
05
ACTIVIDADE
HISTÓRIA
10 DE UMA PALAVRA
O formador deve dispor o grupo em roda e escolher um tema para a criação de uma história. Após a
comunicação desse tema ao grupo um dos elementos começa a contar a história, que os outros devem
continuar, um a um, seguindo a ordem do círculo. A particularidade no relato da história é que cada ele-
mento apenas pode dizer uma palavra. O formador deve instigar o grupo a manter um ritmo rápido.
EXEMPLO:
Elemento 1: “Era” Elemento 3: “vez” Elemento 5: “pessoa” Elemento 7: “necessitava”
Elemento 2: “uma” Elemento 4: “uma” Elemento 6: “que” …
O formador deve integrar esta experiência realçando a importância de se trabalhar em conjunto para
um objectivo comum, de estar aberto à novidade e conseguir abstrair-se de eventuais ideias que se
tinha construído no início sobre a história e de usar a criatividade para construir sobre uma evolução
inesperada. (in Bedore, 2004)
O formador começa por treinar com o grupo, numa O final da história será “e a moral da história é…”.
roda, a dar saltos, gritando com toda a energia: “sim, Inevitavelmente alguém não vai conseguir pensar
falhei!”. Quanto mais alto e com mais entusiasmo se suficientemente depressa para continuar com nexo
fizer isso, mais o grupo participa e mais sucesso tem o que os anteriores sugeriram e há-de surgir um
o exercício. O objectivo é que os participantes cele- “hmm, ahhnn…”. É nesse momento que deve saltar e
brem o fracasso e possam no futuro pensar de outro gritar: “sim, falhei!”
modo nestas situações. Havendo tempo, o exercício pode ser continuado em
A dinâmica é construída sobre o embaraço de falar pares, passando a deixa um ao outro.
em público e pode ser integrada na dinâmica ante- Finalmente, o formador junta de novo o grupo todo e
rior. Os participantes contam uma história, com uma procura com eles analisar o que sentiram ao falhar,
palavra de cada vez. Todas as histórias começam por porque é que o sentiram, como é que é visto o fra-
“era uma vez…” (as palavras que os 3 primeiros têm casso na sociedade, que significado é que teve e o
de dizer) e depois cada um continua como entender. que é que aprenderam.
ACTIVIDADE
REVISÃO DO ESTABELECE E ALCANÇA
DICA OBJECTIVOS PESSOAIS! U3 (pág. 3)
Continua a desenvolver as tuas competências pessoais, reunindo em grupo para decidir qual a proposta inovadora
que vão trazer às pessoas; na sessão seguinte vão apresentá-la.
06 DESENVOLVE A IDEIA
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
Exercitar a capacidade de comunicação acerca do seu projecto, dos benefícios que ele oferece e da
diferenciação que o caracteriza, face a outros similares.
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
PROPOSTA DE
O grupo teve uma ideia - propõe-se que descubra ago- DESENVOLVIMENTO
ra como consegue inovar, diferenciando essa ideia de DA SESSÃO 6
outras soluções que já existam para objectivos seme-
lhantes. 0h00 – 0h15
actividade: faz sanduíches inovadoras
Começa a estudar o que é que é necessário para a tua
ideia funcionar: 0h15 – 0h30
Vê em detalhe como é que funcionam outros que fazem actividade: expõe a tua ideia aos outros
o mesmo. Por exemplo, se queres fazer um ginásio: (enquanto comes as sanduíches)
vai à internet ou vai a outros ginásios, como se fosses
0h30 – 0h45
um cliente qualquer, e procura saber condições, o que
Pesquisa na internet: o que é que outros já
é que eles oferecem, o que é que as pessoas procuram fazem, o que é possível acrescentar, por
e o que é que gostavam de ter. analogia com outros produtos
0h45 – 1h15
Brainstorming: como é que podes fazer melhor?
UNIDADE 03 | 51
SESSÃO
06
ACTIVIDADE
FAZ SANDUÍCHES
11 INOVADORAS
Para celebrar o final da unidade 3 o grupo pode fazer um lanche com sanduíches inovadoras:
a partir de ingredientes iguais (pão de forma, tomate, alface, pasta de atum, queijo) em grupos
de 2 elementos (um pode tratar das ideias e outro da execução – usando luvas descartáveis
por causa da ASAE!!; não são necessariamente elementos do mesmo grupo de projecto de-
finidos na sessão anterior). Os participantes fazem uma sanduíche o mais original possível
com atenção aos ingredientes, ao aspecto, ao nome, à finalidade (pode ser comida de pé ou
precisa de faca e garfo?). Pode haver votação para a sanduíche mais apetecível e a sanduíche
menos apetecível (se estiverem ultrapassadas as susceptibilidades)
ACTIVIDADE
EXPÕE A TUA IDEIA AOS OUTROS
12
U3 (4)
(enquanto comes as sanduíches)
2. Qual o problema
(e que não têm tempo nem dinheiro para irem a um ginásio noutro lado, mas
querem fazer exercício, porque estão com peso a mais);
3. Qual a solução
(o grupo propõe-se explorar um ginásio que oferece isto e aquilo, fica aqui ao
lado e só custa x por mês)
Acabar com uma ficha de diferenciação: Quais são as soluções que estas pessoas têm?
O que é que os outros oferecem a quem tem este problema? Em que é que a nossa
solução vai ser melhor?
Nesta reunião de grupo devem ficar definidas e começar a ser praticadas funções em cada
grupo, de acordo com as competências pessoais: pelo menos um tem de ser responsável
por registar e distribuir aos outros as observações e as tarefas; outro tem de lembrar as
tarefas e manter os contactos; outro pode fazer pesquisas…
ACTIVIDADE
ENTREVISTA PESSOAS INFLUENTES
DICA para desenvolver durante a semana U3 (pág. 6)
Retoma também a lista de pessoas influentes na comunidade (sessão 1) e junta-lhe as 3 pessoas com mais
experiência em trabalhar a atender outras pessoas. Vê de entre essas pessoas a quem podes perguntar
coisas sobre a tua ideia.
Repara que as pessoas desta lista te podem responder a muitas questões sobre muitas outras ideias; e
podem-te indicar nomes de outras pessoas que te podem responder a mais questões. Lembra-te disso: uma
rede de conhecimento de pessoas que te possam responder a questões (ou que saibam quem pode) tem um
valor enorme; muitas oportunidades perdem-se por falta de informação; essas pessoas podem lembrar-se
de ti para um trabalho, podem-te indicar o teu nome a alguém que precise de ti.
Marca um encontro com elas, explica-lhes que estás a fazer este trabalho no Escolhas e pergunta-lhes a
opinião sobre a ideia que o teu grupo teve.
UNIDADE 03 | 53
NOTAS
&
IDEIAS
04
FAZ
O TESTE
À TUA IDEIA!
SESSÃO 7
Experiência de mãos à obra
SESSÃO 8
É esta a ideia que vai revolucionar a comunidade?!
55
SESSÃO
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
EXEMPLO 1:
Um grupo teve a ideia de enviar roupas e livros para uma população carenciada numa região pobre.
Aparentemente, o problema maior do projecto é recolher os livros e as roupas e conseguir um transporte para essa
região. Mas o problema mais difícil é o que acontece depois: Para que o projecto tenha os resultados que se pretendia,
é preciso que os livros sejam distribuídos a quem os queira ler, as roupas a quem elas possam servir. Quem é que
conhece as pessoas lá, quem é que consegue saber que tipos de livros e que tamanhos de roupas enviar?
EXEMPLO 2:
Um grupo teve a ideia de abrir um ginásio na comunidade, para os moradores poderem comodamente desfrutar de um
serviço que só existia fora da zona e demasiado caro.
Aparentemente, o problema maior do projecto é conseguir um espaço com a área adequada e arranjar forma de pagar
o preço dos equipamentos. Mas só aparentemente! Parece o mais difícil porque é aquilo que requer… dinheiro. Mas na
realidade esse não é um problema, porque se resolve facilmente se houver dinheiro. O problema é o que vem depois, e
que o dinheiro não pode resolver: os clientes. Se os utilizadores não vierem, foi dinheiro deitado fora, tempo e energia
gastos a fazer uma coisa que não serviu!
A questão mais sensível é portanto como é que se arranjam e mantêm os clientes, como é que a equipa do ginásio
se relaciona com os seus clientes: é saber que tipo de equipamento eles querem utilizar, em que horários, em que
condições, com que tipo de contratualização (mensal? com pacotes de senhas? …)
A melhor maneira é ver como outras lojas com serviços semelhantes tratam os clientes. Se não conheces um ginásio,
talvez haja outra loja da zona onde as mesmas pessoas vão e onde há o mesmo tipo de problemas…mesmo num restau-
rante ou uma mercearia, podes observar os problemas que as pessoas põem…
O ideal era que o dono desse restaurante ou mercearia te desse licença para estares lá durante uma manhã a aprender
como ele trata os clientes. E também podias ajudar em alguma coisa, só para o dono não se importar de estares lá….
Se num grupo um de vós ganhar uma manhã de experiência no restaurante, outro na lavandaria, outro na mercearia,
podem crer que nessa mesma manhã juntaram um monte de informação nova sobre o que as pessoas querem quando
lá vão, que tipo se situações surgem, como é que são bem resolvidas e como é que são mal resolvidas…
CONCLUINDO…
IDEIA!
É uma boa ou má ideia?
PERGUNTA!
(aos futuros utilizadores o que é que eles precisam)
OUVE!
(tudo)
OBSERVA…
(o que os outros fazem)
UNIDADE 04 | 57
SESSÃO
07
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 7
ACTIVIDADE
FEEDBACK E INTEGRAÇÃO
14 DA ENTREVISTA A PESSOAS INFLUENTES
SOBRE AS IDEIAS GERADAS
Podem ser dadas algumas pistas para estruturar, sistematizar e sintetizar este feedback.
Por exemplo:
> Tentar perceber o que é realmente o maior problema da ideia do grupo, conforme os
exemplos acima: quem é que conhece as populações carenciadas (exemplo 1) ou o que é
que os clientes de um ginásio procuram realmente (exemplo 2)
> Escrever quais são, por ordem de dificuldade, os problemas maiores para pôr em
prática a ideia do grupo
> Descobrir situações (preferencialmente da sua zona) em que haja problemas semelhantes:
seguindo ainda os exemplos acima, poderiam perguntar-se quem é que conhece as pessoas
carenciadas na sua zona (exemplo 1) ou onde é que há uma loja que tenha clientes como os
de um ginásio (exemplo 2)
> Avaliar se podem ir lá falar com as pessoas que lidam com esse tipo de problemas e
observar como é que fazem
> Identificar a pessoa a quem se devem dirigir na instituição que querem observar
(se não conhecem ninguém pedem ajuda ao técnico e tentam identificar alguém que
conheça lá alguém)
> Escolhem entre si quem vai pedir autorização para ficar uma manhã/tarde nesse sítio
(se preciso o técnico vai também explicar o objectivo do trabalho)
UNIDADE 04 | 59
SESSÃO
07
DINÂMICA EMARANHADO
> O efeito é que todos, juntos, vão tentar fazer o melhor para que esta
roda fique totalmente aberta.
ACTIVIDADE
Em inglês chama-se a isto job shadowing, literalmente fazer sombra do trabalho: ou seja, acompanhas
como uma sombra o que faz a pessoa que estás a observar… procuras entender com que situações é que
se depara, porque é que ela faz as coisas… tomas nota como faz… o que diz…
Lembra-te: ninguém gosta de se sentir observado. Tens de explicar que não estás ali para julgar ou enganar
aquela pessoa (muito menos para lhe tirar alguma coisa!). Estás ali apenas para aprender com ela. Pede-lhe
explicações se e quando ela tiver paciência para tas dar; e se puderes ser prestável, ajuda.
Não tenhas medo de ajudar e meter mãos à obra: não há nada como boa vontade da tua parte para gerar
boa vontade da pessoa com quem estás a aprender. Não há nada como fazeres uma tarefa para perceberes
se é difícil ou fácil, se demora muito ou pouco tempo, se a consegues fazer ou até melhorar! Se não houver
riscos pessoais ou de danificar alguma coisa, pede autorização para executares uma tarefa de cada tipo,
sob supervisão de quem as executa normalmente. Pede que te corrijam se não tiveres feito bem. É a melhor
maneira de aprenderes!
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
Agora tens uma ideia, propões-te fazer a diferença num aspecto que achas importante, e já sabes o que precisas
para a pôr em prática!
Então chegou a altura de ires perguntar às pessoas se de facto o que pretendes oferecer tem valor para elas!
Não custa nada, e podes crer que é a informação mais valiosa para um empreendedor.
1. Lembra-te:
queres uma informação que te ajude a validar a ideia; não basta uma opinião qualquer!
O que pretendes não é que te digam se gostam da tua ideia ou não, mas sim se a vão utilizar e quantas vezes.
Por isso, tens de colocar as questões a pessoas que estejam em situação de poder utilizar o que propões, que
possam realmente beneficiar do que tu propões.
Tens de perguntar também a quem vai tomar a decisão de usar ou não o que tu propões (exemplo: se fores
propor uma actividade para crianças pequenas, tens de perguntar também as opiniões dos pais).
Começa por fazer uma lista das pessoas que poderiam estar interessadas em utilizar o que propões. Pensa em
nomes… depois pensa porque razão é que essas pessoas poderiam utilizar o que propões… e hás-de lembrar-te
de muitas mais pessoas na mesma situação!
Conclusão: Se um grupo tiver 3 elementos e cada elemento do grupo interrogar durante a semana 10 pessoas
diferentes, ao fim da semana têm 30 respostas, o que é muito bom!
> Aproveitar uma ocasião em que estejam disponíveis (e não quando vão a correr para apanhar o autocarro).
UNIDADE 04 | 61
SESSÃO
08
E não lhes tomar muito tempo!
> Ser persistente! Como em tudo no empreendedorismo, é preciso persistência. Pode ser que te digam que naquela
altura não têm tempo. Explica que é muito importante saber a opinião delas e pergunta se podes vir noutra altura.
b. A seguir, coloca 3 ou 4 questões que te permitam chegar ao que te importa mesmo saber.
Escreve as questões de modo a que as pessoas possam responder quase só com sim ou não, ou com um número
(por exemplo: quantas vezes por semana é que iria ao ginásio, a que horas, fazer que tipo de exercícios).
EXEMPLO…
NOTA:
Procura registar se as pessoas perceberam o que é que lhes propunhas, se a resposta foi quente, morna ou fria ou se não
conseguiste sequer expor a ideia.
Se depois de 2 ou 3 entrevistas achas que as pessoas não estão a entender a ideia, junta-te com o grupo de novo e pensa se
é necessário explicar a ideia de outro modo.
> 1. Se gostariam que lhes desses mais informação se o projecto sempre for para a frente;
> 2. Se conhecem mais alguém que pudesse estar interessado no que propões, e se te dão o contacto para lhes
ires colocar as mesmas questões. Caso não se sintam confortáveis em dar o contacto agradece na mesma.
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 8
ACTIVIDADE
FEEDBACK E INTEGRAÇÃO
16 DO JOB SHADOWING
Mais uma vez, devem ser dadas pistas para estruturar, sistematizar e sintetizar este feedback.
Por exemplo:
UNIDADE 04 | 63
SESSÃO
08
ACTIVIDADE
17 DESCONTRACÇÃO
ACTIVIDADE
ESTABELECE E CULTIVA CONTACTOS
DICA COM POTENCIAIS CLIENTES
Devem ter em atenção os passos ensaiados na actividade da semana anterior: cortesia, explicação clara do
objectivo do contacto, disponibilidade para voltar a falar em altura oportuna, capacidade de ouvir e não de
“impingir” a ideia.
UNIDADE 04 | 65
NOTAS
&
IDEIAS
05
VAMOS LÁ
PASSAR
À PRÁTICA
SESSÃO 9
Faz um mapa de viagem para o teu projecto
SESSÃO 10
Comunica o teu projecto
SESSÃO 11
Equipa, Parcerias & Negociação
SESSÃO 12
Financiamento & coisas legais
SESSÃO 13
Credibilidade
67
SESSÃO
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
NOTA AO TÉCNICO:
Pressupõe-se que a unidade 5 só é iniciada se houver algumas ideias exequíveis e grupos com motivação para as executar (mesmo
que mais à frente verifiquem que não é possível). O técnico deverá ter verificado previamente se os grupos fizeram a actividade DICA
de recolha de informação dos potenciais clientes com resultados encorajadores.
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
Já se disse que inovar é como descobrir um novo caminho, por exemplo como fazer uma escalada para
atingir o cimo de um monte.
À primeira vista pode-te parecer que, para chegar ao cimo, basta ir a direito (seta a cheio). Mas se amplia-
res um pouco a imagem, começas a perceber que há obstáculos impraticáveis. E, se tiveres experiência
ou tiveres mostrado a imagem a outro que tenha experiência de alpinismo, de certeza que reconhece os
obstáculos e te dá dicas sobre como proceder (percurso tracejado).
U5 (3)
> Primeiro faz uma listagem do que precisas para pôr a ideia a funcionar (instalações, equipamento,
pessoas, etc.);
por exemplo, se o teu projecto é oferecer um serviço de tomar conta de cães, poderás até não necessitar de instalações,
mas há com certeza outras necessidades:
> equipamentos (trelas ou açaimes? se chover, como é que fazes?)
> outros serviços complementares (será que as pessoas querem que dês banho aos animais? tens lugar para isso? e
se quiserem que tu leves os cães à vacina? conheces algum veterinário? onde levas os boletins de vacinas, de modo
a que não se estraguem nem se percam?)
>…
> quem é que se vai ocupar disto?
> Noutra folha lista o que é necessário para comunicares a tua ideia/serviço às outras pessoas (vais falar
numa reunião, vais falar porta a porta, vais ter de falar por telefone, vais ter de enfiar um folheto pela
caixa do correio?);
Retomando o exemplo do serviço de tomar conta de animais domésticos, como é que informas as pessoas que
ofereces esse serviço?
> cartões de visita nas caixas de correio? conversa porta a porta? conversa com as pessoas que estão a passear os
cães?
> …
> tudo isso é simples, mas vai-te ocupar tempo; quem é que se vai ocupar disto?
> Noutra folha lista o que vais consumir de cada vez que fazes um serviço/entregas um produto (quanto
é que custa o que tu entregas); (aproveita o desenho do produto/serviço que fizeste na sessão 6, pensa
em embalagem e instruções:
> onde compras os champôs? quanto tens de levar por um banho? quanto custam as vacinas e quanto é que podes
cobrar pelo serviço? e as pessoas pagam adiantado ou quando lhes entregas os boletins carimbados?
> se tiveres de fazer um transporte ou uma chamada, quanto é que isso custa?
>…
> já agora, acrescenta quanto tempo é que leva o serviço e quantas pessoas ocupa…
> és capaz de fazer uma tabela com os custos dos diferentes serviços? quem é que se vai ocupar disto?
Em cada uma das 3 folhas, acrescenta para cada ponto quem te pode fornecer as informações necessá-
rias sobre onde e como arranjar tudo o que precisas (catálogos, internet, lojas, pessoas).
Tenta perceber quanto custa cada uma das coisas que precisas. Os custos são importantes. Quanto é que
custa a tua ideia? Quanto é que alguém tem de pagar para que possas fornecer esse serviço/produto? E
para o melhorar? E para tornares isso a tua profissão e tirares um ordenado?
Tenta perceber quanto tempo é necessário até que esteja tudo disponível e a funcionar (imagina que ti-
nhas começado a escalada e depois tinhas de passar uma noite encavalitado nuns penedos ao frio, porque
te faltava uma corda que só chegava no dia seguinte…)
UNIDADE 05 | 69
SESSÃO
09
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
> criatividade
> relacionamento interpessoal
> controlo do riscos
> articular e apresentar uma ideia
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 9
ACTIVIDADE
INTEGRAÇÃO
18 DAS ENTREVISTAS AOS CLIENTES
Podem ser dadas algumas pistas para estruturar, sistematizar e sintetizar este feedback.
Por exemplo:
Após 5 minutos será feito novamente um grupo único e agora TODOS deverão chegar a um
consenso escolhendo os 5 objectos a serem levados, baseando-se ou não nas duas listas
anteriores. O formador dará 5 minutos para a realização dessa etapa.
Um par de sapatos e uma corda podem ser mais importantes na escalada do que uns óculos de
sol e um MP3; estes são agradáveis, mas se não houver lugar/tempo para tudo, como é que
optamos…
UNIDADE 05 | 71
SESSÃO
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
NOTA PRÉVIA:
Nesta sessão, depois de preparada e comentada a comunicação do projecto (elevator pitch), o formador anuncia que os
grupos farão essa apresentação às pessoas influentes da comunidade (instituições, Junta de Freguesia, etc.). Deve ser
entendido como uma oportunidade única.
Para o efeito o formador deverá ter previamente procurado verificar essa disponibilidade e agendar as apresentações.
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
Os grupos tiveram uma ideia, validaram junto de po- Outra razão importante é o potencial das “redes so-
tenciais utilizadores que a ideia era útil e planearam o ciais”, a rede de conhecimentos das pessoas. Muitas
que era necessário fazer para pôr a ideia em prática. vezes basta que possas dizer que vais da parte de uma
Provavelmente não disporão de tudo o que é necessá- pessoa conhecida para que atendam com muito mais
rio para isso: faltam-lhes materiais, dinheiro, compe- disponibilidade e boa vontade. Durante este projecto
tências e, sobretudo, informação. fizeste já entrevistas a pessoas que têm experiências
diversas. Ganhaste tu próprio uma rede de contactos,
Com isso estão exactamente na mesma situação que pessoas que tu conheces e que já te conhecem. Mesmo
qualquer outro empreendedor. Têm de começar a pen- que elas não te possam fornecer as informações todas
sar em quem é que pode ajudá-los a obter o que lhes que precisas para este projecto, é natural que conhe-
falta, em quê que os pode ajudar e porque razão é que çam outras pessoas que tenham essas informações.
os há-de ajudar.
Como funciona a rede social?
Há várias razões porque alguém pode querer ajudar. A Tu pedes a essas pessoas que te indiquem outras que
primeira é que as pessoas, de um modo geral, gostam eles pensam que sabe alguma coisa acerca do assunto
de ajudar, desde que não estejam sob pressão para fa- que te interessa; perguntas sempre se podes dizer que
zer outra coisa. A maior parte das pessoas gostaria vais da parte delas. E as pessoas indicam-te sempre
de ajudar jovens empreendedores, que se apresen- nomes, desde que saibam que és de confiança.
tem bem-educados e que querem por de pé um projec-
to construtivo, algo de útil. A maior parte das pessoas Também na instituição que promove o projecto te po-
gosta de partilhar a sua experiência e sente-se com- dem indicar alguém na Junta de Freguesia, nas Finan-
pensada com um ouvinte interessado e um “obrigado”. ças, numa Associação, na ASAE ou ACT (Autoridade
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
> criatividade
> relacionamento interpessoal
> assertividade
> articulação e apresentação de uma ideia
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 10
UNIDADE 05 | 73
SESSÃO
10
ACTIVIDADE
PREPARAR
19 O ELEVATOR PITCH U5 (9)
O elevator pitch é:
> curto (dois a três minutos no máximo)
> começa por rapidamente identificar a pessoa, o objectivo e área de que trata o projecto
(ex: sou fulano, estou/estamos a trabalhar num projecto de um ginásio comunitário e gostaria de
pedir o seu parecer sobre a melhor maneira de financiar este projecto; ou: sou fulano, estou/estamos
a trabalhar num projecto de prestação de cuidados de animais domésticos e gostava de saber se está
interessado numa colaboração para vacinação e outros cuidados veterinários aos cães dos nossos
clientes…)
> o que o projecto pretende fazer (porque razão é que é bom? resolve que grande problema? Aqui
é que tem de levar o interlocutor a pensar que vale a pena ouvir este: “ah, isto foi bem pensado, de
facto esse problema existe e a solução que eles dão faz sentido”; “é capaz de ter pernas para andar,
esta gente é dinâmica”…); para esta apresentação recorre-se de novo aos 4 pontos já ensaiados
na sessão 6:
Propõe-se que todos treinem o elevator pitch, para aprendizagem e entreajuda. Quando estiver
pronto, e for apresentado às pessoas que de facto podem/devem ajudar o projecto, só um (pre-
viamente designado) é que fala.
Ah, sabem que tenho experiência nesta área e Mas que é que tenho a ver com isto?
querem que eu os ajude a falar com…
O problema é sério?
Está toda a gente ansiosa por uma solução As pessoas passam bem se continuar
tudo na mesma
E a solução, é séria?
E a solução, é única?
De facto, é uma ideia engraçada, é diferente Ora, já há imensa gente a fazer isto
Viram bem a coisa, têm informação interessante, Fizeram isto só para se entreter, não trazem
estão entusiasmados e são dinâmicos nada de novo, não sabem o que fazer
Se no final a balança pesar a nosso favor, é natural que o interlocutor esteja disposto a saber mais e a fazer mais.
ACTIVIDADE
FEEDBACK
20 AO ELEVATOR PITCH
O formador deve comentar aspectos positivos e negativos da prestação de cada um dos jovens
relativamente a:
> Eficácia na transmissão da sua mensagem (o projecto ficou claro para alguém que nunca tivesse
ouvido falar dele? foi claro o que se pretendia do interlocutor? disse o essencial do projecto?)
> Adequação da linguagem verbal utilizada
> Adequação da linguagem não-verbal utilizada (tom de voz, postura)
> Impacto imaginado no receptor da mensagem (entusiasmo pelo ideia, adesão ao que lhe foi pedido)
O feedback do formador deve ser antecedido pela apreciação crítica do próprio jovem em questão
(aprofundando a capacidade de auto-consciência e auto-avaliação) e pode ainda ser complementado
pelos comentários dos restantes elementos do grupo (no sentido do envolvimento activo de todos os
jovens na hetero-avaliação e desenvolvimento dos elementos do grupo).
UNIDADE 05 | 75
SESSÃO
11
EQUIPA, PARCERIAS
& NEGOCIAÇÃO
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
É frequente ouvir dizer que um aspecto fundamental Mas se esta competência é essencial ao teu projecto
num projecto é a qualidade da equipa que o vai pôr em e é importante reforçá-la com alguém que saiba mais,
prática. Nas sessões iniciais já se falou do contributo o grupo tem duas hipóteses: ou convida essa pessoa
de cada um para a equipa. É importante que cada um para fazer parte do grupo (para ser “sócio” do projecto)
assuma, cada vez mais, as funções necessárias para ou procura fazer uma parceria com essa pessoa.
por o projecto em prática e verificar se a equipa tem as Uma parceria é um acordo prévio, relativo a uma cola-
competências todas ou precisa de mais alguma. boração, e que te permite melhorar o produto/serviço
que ofereces aos teus clientes.
Competências Por exemplo, no projecto de serviços de cuidados a
1. É muito frequente que a equipa não tenha as com-
animais domésticos foi referido um veterinário, como
petências todas. Algumas dessas competências são
uma hipótese de acrescentar valor e diferenciação. Neste
comuns a qualquer projecto e podes subcontratá-las.
caso poderás recorrer simplesmente a um qualquer, mas
Por exemplo, é provável que no grupo ninguém saiba arriscas-te a que naquele dia não possa atender e pagas
nada de contabilidade. Como isso é uma função que é os preços de tabela. Se for importante para a novidade e
comum a todas as instituições ou empresas, pode ser diferenciação que propões garantir que o veterinário te
assegurada por um gabinete de contabilidade, ao qual se atende sempre e que tenhas bons preços, podes tentar
terá de pagar o serviço. fazer uma parceria com um veterinário que te garanta
essas condições.
Todas as competências que não são diferenciadoras
(que não contribuem para aquilo de novo e único que o
2. Ao verificares as competências que o projecto tem
projecto oferece) podem e devem ser subcontratadas.
de ter e comparares com aquelas que o grupo assegu-
Pensa antes nas funções chave do teu projecto, aque-
ra, podes chegar à conclusão que no grupo há duplica-
las que são essenciais ao projecto. Quais das funções
ção de competências; ou seja, faltam algumas e há a
é que o grupo pode assegurar e quais é que não pode?
mais de outras (dois ou mais elementos só iriam fazer
Por exemplo, se queres abrir uma oficina de reparação a mesma). Nestes casos o grupo tem de pensar muito
de electrodomésticos, é essencial que alguém saiba se um bem se vai haver trabalho para todos (por exemplo tra-
aparelho tem conserto ou não. (Provavelmente também balhando por turnos, ou um numa cidade/zona e outro
não tinhas tido essa ideia se já não tivesses conhecimentos noutra) ou se o que vai acontecer é que uns vão acabar
de reparações, ou não conhecesses alguém que tem.) por fazer nada e os outros tudo, ou ainda se vão desen-
AGRESSIVO
O comunicador defende os seus direitos à custa dos direitos dos outros. Usualmente envolve exigências, culpabilização do
outro e punição, através do uso de agressividade verbal, ameaças e até contacto físico.
PASSIVO
O comunicador evita expressar as suas opiniões, vontades e sentimentos, submetendo-se facilmente aos dos outros. Evita
a luta e a discussão mantendo-se afastado.
MANIPULADOR
O comunicador utiliza a linguagem como disfarce, ao serviço dos seus próprios interesses e em detrimento dos interesses
dos outros. Sem se fazer notar leva os outros a fazer o que deseja sem olhar aos direitos dos outros.
ASSERTIVO
O comunicador afirma honestamente as suas opiniões, vontades e sentimentos e simultaneamente respeita e promove as
opiniões, vontades e sentimentos dos interlocutores
O comunicador é assertivo quando não tem medo de falar sobre o que pensa e o que sente, mas comunica de maneira a
respeitar as fronteiras do outro. Aceita que as necessidades dos outros são tão importantes como as nossas, mas expressa
os seus direitos e necessidades e tende a enfrentar os os problemas directamente e a focar-se nas soluções.
UNIDADE 05 | 77
SESSÃO
11
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 11
ACTIVIDADE
PUZZLE
21 DAS COMPETÊNCIAS U5 (11)
Numa folha de papel escreve todas as funções necessárias ao projecto e os nomes de quem as vai
desempenhar.
Por exemplo:
PESSOAS
FUNÇÕES
A B C
ACTIVIDADE
22
9
TÉCNICA DOS 5 EU’S U5 (13)
Esta técnica propõe 5 passos que têm como objectivo tornar a comunicação mais clara e assertiva.
1. Eu Vejo
Descrevo a situação, sem dar opiniões, da maneira mais objectiva e neutra possível. Refiro o que os
meus sentidos vêem, ouvem, ...
Ex.: “Vejo que chegaste 30 min. atrasada ao nosso almoço e que não telefonaste a avisar.”
3. Eu Sinto
Exprimo o que realmente estou a sentir; de forma verdadeira comunico os sentimentos que a situação
desperta em mim. Mais uma vez centro a mensagem em mim e não no interlocutor.
Ex.: “Porque o facto de não teres avisado do atraso feito faz-me sentir um bocadinho “esquecido” e durante
esta meia hora de espera podia ter concluído uma tarefa que deixei pendente no trabalho, e isso faz-me
sentir um pouco irritado.”
9 Adaptado a partir de: Azevedo, L. (1996). Comunicar com Assertividade. Lisboa: IEFP
UNIDADE 05 | 79
SESSÃO
11
4. Eu Quero/Gostaria
Quem fala quer sempre algo, no mínimo mostrar satisfação ou desagrado por algo que o afecta. Digo
o que pretendo mudar, como gostaria que a situação se resolvesse…
Ex.: “Da próxima vez gostava que me avisasses, logo que possível, que te vais atrasar porque assim
consigo gerir melhor os meus compromissos.”
5 - Eu Pretendo
Exprimo a finalidade dos actos e dos sentimentos, o objectivo último da conversa.
Ex.: “Digo-te isto porque o que eu pretendo é que continuemos a conseguir marcar estes nossos almoços
que são muito bons e que continuemos a ser bons amigos.”
EU VEJO…
EU PENSO/SUPONHO QUE/IMAGINO QUE/CREIO QUE…
EU SINTO…
EU QUERO/GOSTARIA…
EU PRETENDO…
Um formando faz de cliente num café, outro faz de empregado. O cliente pediu uma coisa e o empregado
trouxe-lhe outra. O cliente chama a atenção. Como é que se desenvolve a situação se adoptarem estilos
agressivos, passivos, manipuladores ou assertivos?
Conforme o tempo disponível o formador sugerir a formandos diferentes, conforme o seu tempera-
mento, que assumam os três primeiros estilos enquanto clientes (ou enquanto empregados) mantendo
o outro papel um estilo assertivo; pode fazer de comentador para os restantes.
Finalmente repete a cena com negociadores assertivos nos dois papéis e deixa-os negociar uma saída
win-win para os dois. Para que não se caia facilmente numa análise simplista, o formador pode intro-
duzir que a razão não está só de um lado (ex: o cliente tinha pedido uma cerveja de uma marca, que o
empregado trouxe outra mas que o cliente só reclamou depois de ter bebido a cerveja).
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
Se o projecto tiver de funcionar autonomamente e de modo continuado tem de ter forma legal própria. Se for
uma acção pontual, sem fins lucrativos, ou que possa ser enquadrada numa outra instituição, pode dispensar essa
formalidade.
UNIDADE 05 | 81
SESSÃO
12
Finanças e Segurança Social:
Qualquer instituição tem de estar registada nas Finan- Conforme o objectivo da instituição aplicam-se normas
ças (número de identificação fiscal ou de contribuinte) e diferentes. Essencial é saber que de um modo geral
na Segurança Social (número de identificação da Segu- (excepto casos especiais) as transacções estão sujei-
rança Social). Estes registos têm a ver com a obrigação tas ao IVA – o que quer dizer que em tudo o que se
de toda a gente e todas as instituições contribuírem: recebe ou paga, uma parte tem de ser posta de lado e
entregue ao Estado (é importante pensar nisso ao de-
> através do pagamento de impostos, para a despe- finir um preço!).
sa do Estado na organização do país (infra-estruturas
como ruas e saneamentos, serviços como hospitais e É importante entender que, quando empreendemos,
tribunais, etc.) empreendemos por nós e pelas nossas ideias, conta-
> através dos descontos e contribuições para a Se- mos com apoios às nossas iniciativas mas contribuí-
gurança Social, para a despesa que esta tem com a mos também para o bem-estar da comunidade.
protecção social das pessoas (doença, desemprego,
reforma, etc.).
2. Custos e Proveitos
É importante distinguir entre: Já os custos do dia-a-dia têm de ser pago no dia-a-dia,
> custos de investimento (que se faz uma vez para por senão o projecto é interrompido e morre: deixas de po-
as coisas a funcionar e que se gasta em coisas que der comprar o que gastas; tens de pagar no fim do mês
duram bastante tempo, p.ex. uma máquina, computa- às pessoas que colaboram no projecto (a não ser que
dor,…); e sejam voluntárias), tens de pagar rendas e contas, etc.
> custos operacionais (que se tem todos os dias e de
Para se manterem, os projectos têm de gerar receitas
todas as vezes que se vende um produto – a renda de
e estas têm de ser superiores aos custos. Ao planear o
um espaço, um salário, os materiais que se gastam
projecto é preciso calcular custos e receitas para per-
para fornecer o serviço ou o produto).
ceber se e como é que ele se vai manter.
Como o investimento é feito para durar muito tempo,
pode ser pago ao longo de muito tempo (tal como o Depois terás de contabilizar todos estes valores: o que
empréstimo para uma casa: como a casa não se gasta, devem os clientes, o que é preciso pagar aos colabora-
o banco pode esperar 20 anos para que seja paga); se dores, o que é preciso pagar aos fornecedores, o que é
investires numa máquina, enquanto ela fizer aquilo para preciso pagar ao Estado e à segurança social, e o que
que foi pensada, podes por de lado um bocadinho do que sobra para a empresa ou instituição… Se a actividade
ela rende para a pagar: calcula-se quantas peças é que for simples, a própria “entidade patronal” pode tratar
ela faz e divide-se o custo dela pelo número de peças directamente destas contas num regime simplificado.
(ex: um computador custa 500¤ e vai-te servir durante 4 Quando os movimentos são muitos e envolvem várias
anos; deves por de lado 500¤ / 4 anos = 125¤ / ano para entidades ou atingem valores elevados, a contabilidade
que possas comprar um novo quando este se estragar; tem de estar organizada e ser feita por um técnico ofi-
chama-se a isso amortização) cial de contas.
3. Financiamento
Para iniciar o projecto, pagar as despesas de consti- comunidade, através do IAPMEI ou IEFP (para empre-
tuição, arranjar materiais, espaços, fazer contratos, sas) ou ainda da Segurança Social (para IPSS);
eventualmente comprar uma máquina, é necessário
> Instituições financeiras, porque é essa a sua função,
um financiamento inicial. A maior parte das vezes os
verificando se os projectos têm condições de pagar o
promotores não têm todo o dinheiro necessário para
financiamento e cobrando juros por isso;
isso e têm de recorrer a outros. Para isso têm de co-
municar eficazmente o seu projecto e dar provas de > Uma instituição ou particular que acredite no pro-
que tem boas hipóteses de êxito e que os promotores jecto e queira fazer parte dele como sócio, entrando
se empenharão para que o tenha. com dinheiro no capital social;
> Os próprios empreendedores, por muito pouco que
Podem ajudar a realizar este financiamento: tenham, porque ao por o que têm no projecto dão um
> O Estado, porque acredita que o empreendedorismo sinal importante a todos os outros que acreditam no
é importante para o desenvolvimento e bem-estar da projecto e que se vão esforçar por que dê certo.
PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO
DA SESSÃO 12
0h50 – 1h20
Actividade Custos & Proveitos
Para explicar as questões levantadas no enqua- do IVA correspondem a 21 cm). Por cada questão
dramento o formador aproveita a dinâmica do cor- que introduz, o formador corta e faz desaparecer
te do euro. O objectivo é uma demonstração visual um pedaço da nota.
do efeito do pagamento de impostos e segurança Depois de tratada a questão do IVA e da Segu-
social, bem como do pagamento dos custos direc- rança Social (esta necessariamente com uma
tos e indirectos, etc., tendo de sobrar alguma coi- “fatia” imaginária, uma vez que não se sabe que
sa. Antes e depois acrescentará as noções relati- percentagem dos proveitos podem representar,
vas à forma legal da empresa e ao financiamento. o formador pode introduzir os custos de salários
e materiais consumidos, e seguidamente outros
A dinâmica pode ser feita em apresentação de pagamentos (rendas, contas de telefone, trans-
computador, animada, ou com um modelo au- portes, etc.), deixando que os elementos do grupo
mentado de uma nota de 10¤, uma régua e uma vão sugerindo os vários custos a partir de um dos
tesoura. Mesmo que não haja qualquer projecto seus casos.
empresarial nos grupos, pode ser útil referir as
questões aplicáveis a essas actividades, nomea- Pode ser inicialmente generoso nos cortes e co-
damente o IVA. meçar depois a aparar cada vez menos, porque
tem de chegar ao fim com alguma coisa.
A nota representa um proveito (um pagamento Explicará que aquilo é o que sobra para investir
acabado de receber de um cliente). A régua servi- em novas ideias, acrescentar novos produtos ou
rá para dar um aspecto mais rigoroso ao cálculo serviços, melhorar o projecto. Se faltar no fim, o
das contribuições e impostos (se a nota estiver projecto ficou a dever a alguém…
ampliada para ter 121 cm de comprimento, os 21%
UNIDADE 05 | 83
SESSÃO
12
ACTIVIDADE
23 PESQUISA NA INTERNET
O técnico deve ter feito uma análise prévia do enquadramento para os ajudar na pesquisa.
É importante que estas questões não sejam decididas apenas com base numa análise pessoal
de informação colhida na internet: a pesquisa serve sobretudo para identificar as questões e as
entidades que podem ajudar. O técnico deve encaminhar os jovens para essas entidades (e se
necessário intermediar), para que se aconselhem sobre as soluções adequadas.
DINÂMICA DESCONTRACÇÃO
Cada pessoa tem dois vizinhos: O da esquerda é seu abacaxi e o da direita a sua maçã. Quando o me-
diador pergunta a alguém “Como se chama o seu abacaxi?”, a pessoa tem que responder o verdadeiro
nome do seu vizinho da esquerda; e o nome do da direita, quando o mediador pergunta “Como se chama
a sua maçã?”.
Se a pessoa se enganar no nome, troca de lugar com quem está em pé no centro do círculo e passa a
desempenhar o papel de mediador. Quando o mediador se cansa de fazer as perguntas, por ninguém se
enganar nos nomes, diz “limão”, e todos mudam de lugar. O mediador procura ocupar um lugar e quem
ficar de pé será o novo mediador.
Volta ao mapa de viagem da sessão 9 e vê, para cada um dos passos, se sabes quanto é que vai custar.
Verifica se a listagem inclui todas as despesas que tens para por as coisas a funcionar. Inclui agora tam-
bém as rendas e alugueres e as amortizações. Se o teu produto ou serviço consome materiais, faz bem
as contas a quanto consome.
Agora verifica se as receitas cobrem os custos.
Se fizeres estes exercícios numa folha de cálculo, podes verificar facilmente quantos produtos ou servi-
ços tens de vender para que as receitas cubram os custos.
ACTIVIDADE
REVISÃO DO ESTABELECE E ALCANÇA
DICA OBJECTIVOS PESSOAIS! U5 (pág. 20)
Controla o teu orçamento: faz primeiro um orçamento para a tua semana, depois aponta em cada dia tudo o que
gastas e vai comparando os gastos com o orçamento; verifica se o que gastaste foi inesperado e se tinhas mesmo
de o gastar.
UNIDADE 05 | 85
SESSÃO
13 CREDIBILIDADE
OBJECTIVOS
informação p/o técnico
> Tomar consciência de que a credibilidade é necessária para construir uma rede social
> Tomar consciência de que um projecto e os seus promotores têm de ter credibilidade
para merecer os apoios necessários
> Tomar consciência de que ter a credibilidade depende de cada um
ENQUADRAMENTO
sugestão de discurso para os jovens
No final de todo este percurso fomos descobrindo uma para quem o recebe. Se vieste de facto resolver um
coisa: o que faz falta é quem tenha “boas” ideias e as problema a alguém, essa pessoa só pode estar inte-
ponha em prática. “Boas” ideias são aquelas que têm ressada em que tenhas sucesso. Mas se o teu produto
utilidade, que melhoram a vida das pessoas, lhes facili- ou serviço não presta, se não tem qualidade, se não
tam a vida, melhoram a qualidade de vida. corresponde ao que as pessoas esperavam, sentem-se
enganadas e não prestarão qualquer apoio.
Se conseguires demonstrar que as ideias são “boas”
e que tens as condições para as por em prática, não Escreve um “código de conduta”. Tenta resumir numa
faltarão os apoios. As motivações tornam-se aparen- folha aquilo que tu pretendes ser: o produto ou serviço
tes rapidamente. Numa perspectiva de ganho mútuo, que pretendes fornecer e o modo como te relacionas
as motivações do grupo estão alinhadas com as dos com todas as pessoas envolvidas. Se o puderes mos-
“clientes” e todos têm a ganhar com o teu projecto. trar a toda a gente e se o conseguires cumprir, o teu
“código de conduta” torna-se um instrumento muito
Ganhos mútuos acontecem sempre que o produto ou importante de motivação para todos os colaboradores
serviço que fornecemos, para além de assegurar o e de credibilidade perante todas as outras pessoas com
sucesso do nosso projecto, representa um valor real quem te relacionas.
COMPETÊNCIAS A ALCANÇAR
0h00 – 0h10
Dinâmica de Confiança 1 1h20 – 1h30
Actividade DICA Estabelece e Alcança Objectivos
0h10 – 0h40 Pessoais (auto-conhecimento: reserva um espaço
Integração das experiências de comunicar o diário, preferencialmente no início ou no final do
projecto a outras pessoas; o formador faz um dia, para repensar a razão de ser das atitudes que
ponto de situação das intenções de prosseguir o tiveste (as do dia anterior ou do próprio dia) e as
projecto e sintetiza a experiência da ferramenta consequências delas no teu relacionamento com
com as questões da “nota final”, sublinhando as as outras pessoas; regista num calendário uma
competências pessoais adquiridas pontuação que te atribuis conforme achas que as
pessoas ganharam mais confiança em ti ou não)
0h40 – 0h50
Dinâmica de Confiança 2 1h30
Súmula da Reunião
0h50 – 1h20
Actividade de Análise de um Projecto
DINÂMICA CONFIANÇA 1
Os participantes colocam-se a uma certa distância, um atrás do outro, virados para o mesmo lado. O exer-
cício é explicado com cuidado e pergunta-se à pessoa de trás se assegura que não deixa cair o da frente.
Só se ele assegurar é que se inicia o exercício. A pessoa que estiver à frente deixa-se cair para trás e é
agarrada pela que está atrás de si.
DINÂMICA CONFIANÇA 2
Um participante com os olhos vendados é convidado a circular vendado por um espaço físico com alguns
obstáculos (cadeiras, mesas, degraus, etc). O exercício é explicado com cuidado e pergunta-se ao outro
participante, que não está vendado, se assegura que não deixa o primeiro chocar contra um obstáculo.
Para ajudar o primeiro, o segundo deverá ficar perto do que tem os olhos vendados e ir dando pistas
(“desvia-te cerca de um metro para a direita, baixa a cabeça, cuidado: um degrau…).
NOTAS:
> Todos os participantes deverão encarar as dinâmicas com seriedade, mas estar relaxados
> Deve existir sempre troca de papéis: guiar e ser guiado; cair e amparar…
> Cada um deve relatar como se sentiu e qual a razão de ter confiado (muito ou pouco) no outro
> As dinâmicas estão a ser propostas neste momento, assumindo que já há um grau elevado de conheci-
mento entre todos os elementos
Pretende-se que os participantes percebam que sem confiança não há cooperação, nem entrega
nem investimento.
UNIDADE 05 | 87
SESSÃO
13
ACTIVIDADE
25 ANÁLISE DE UM PROJECTO
O formador explica agora que já só há dinheiro para um projecto e pede ao painel de ana-
listas que decida qual é que financia (ou se não financia nenhum). Os “analistas” deverão
reflectir em voz alta e podem pedir o parecer de um painel de especialistas (os restantes
membros do grupo). Podem voltar a por questões sobre os projectos aos dois empreen-
dedores.
O formador explicará que não estão ali para beneficiar ou julgar a prestação de um colega,
nem para premiar o projecto que tem um objectivo com que simpatizam mais. Não conhe-
cem os promotores nem têm razão para ter mais confiança num ou noutro, a não ser pela
história que contaram e os argumentos que usaram. Preocupa-os que o empréstimo seja
pago para terem disponibilidades para futuros projectos.
Devem analisar qual o fundamento dos dois projectos e qual a credibilidade dos argumen-
tos apresentados para o problema, a solução e a capacidade de fornecer essa solução.
Para isso, pode perguntar com quem é que os promotores falaram para “medir” o proble-
ma, como é que sabem que a solução deles tem algum valor para as pessoas que têm o
problema e com quem é que contam para executar o projecto.
Depois cada um diz quais os aspectos que conferem credibilidade a cada um dos projectos
e explica porquê. Não há classificação final dos projectos.
NOTA:
se não houver projectos de negócio o painel é constituído por um júri que dá um prémio ao projecto que prove
ser mais eficaz a resolver a questão social mais relevante; os dois projectos concorrentes precisam do prémio
para serem postos em prática e também só há lugar para um prémio. A preocupação do júri é aplicar bem o
dinheiro disponível. Não se trata, mais uma vez, de simpatias por causas ou pessoas, mas de credibilidade de
uma solução eficaz.
O formador procura evidenciar que a credibilidade não é uma questão de familiaridade com
os promotores, mas
> de integridade na maneira como abordaram as questões (se estavam apenas a seguir os
seus caprichos ou interesses, ou se estavam de facto a procurar oferecer soluções para
problemas das outras pessoas)
> de credibilidade das redes sociais que foram construindo e das referências que trazem
para reforçar os seus argumentos
Reserva um espaço diário, preferencialmente no início ou no final do dia, para repensar a razão de ser das atitudes
que tiveste (as do dia anterior ou do próprio dia) e as consequências delas no teu relacionamento com as outras
pessoas; regista num calendário uma pontuação que te atribuis conforme achas que as pessoas ganharam mais
confiança em ti ou não.
NOTAS
&
IDEIAS
UNIDADE 05 | 89
NOTAS
&
IDEIAS
Por isso não deixes que o treino que fizeste ao longo deste tempo acabe aqui. Continua a
observar o que te rodeia, a procurar compreender o que move as pessoas e a estabelecer
objectivos pessoais de melhoria.
Decidir ser empreendedor não é suficiente para ter sucesso. Não há garantias que todas as
pessoas venham a ter sucesso como empreendedores. Muitas pessoas são mais felizes e
realizadas a trabalhar e a criar por conta de outrem. Qualquer tentativa de empreendedo-
rismo gasta do teu tempo e dos teus meios, por isso deves avaliar bem se a tua ideia tem
potencial e se tens as condições para a fazer funcionar. Não te esqueças que lançar um
projecto é um investimento do teu tempo, das tuas capacidades e do teu entusiasmo. Deves
avaliar bem se as possibilidades de sucesso valem esse investimento.
A maior parte das iniciativas de empreendedorismo, mesmo nas economias mais avança-
das, visa o auto-emprego através de um negócio próprio (mesmo que pretenda fornecer
serviços ou produtos para todos o mundo, por exemplo pela internet). Apenas uma muito
pequena parte das iniciativas visa negócios mais complexos, que necessitem de colabora-
dores especializados, instalações e equipamentos.
A maior parte das iniciativas pode ser “testada” sem grandes meios. À medida que os tes-
tes que fizeres derem resultados positivos, mais certezas tens de que a ideia tem potencial
e melhor te apercebes do que te falta para a pôr em prática. Esses mesmos resultados
convencerão outros a apostar contigo na tua ideia.
Uma grande parte dos empreendedores falha a primeira tentativa (ou não consegue resul-
tados muito bons à primeira tentativa). Só não falham aqueles que nunca tentaram nada.
Entre as características fundamentais do empreendedor estão o entusiasmo, a capacida-
de de adaptação e a perseverança. Por isso, se não percebeste porque é que a ideia não
resultou e se ainda acreditas nela, aconselha-te com outras pessoas: Pode ser que numa
segunda tentativa, apenas com ligeiras modificações, se prove que afinal a ideia era boa.
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ÍCONES
Capacidade de organizar
Persistente Criativo e de trabalhar com os outros
Conhece a tua
Como te identificas! Ideias e projectos comunidade
Actividade Dica
Faz o teste à tua ideia! Concretiza as tuas ideias Desenvolve
Esta actividade
consta no manual
Actividade Dica Actividade Dica Actividade Dica dos formadores e do
Interliga-te actua controla jovens
93