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Apelação Cível n. 2015.

081206-1, de São Bento do Sul


Relatora: Desembargadora Rejane Andersen

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELO DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DEMANDADA. PEDIDO DE
AFASTAMENTO DO DEVER DE INDENIZAR. DESCABIMENTO.
ATO ILÍCITO CONFIGURADO. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS
ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DÍVIDA REFERENTE
À CARTÃO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADA PELA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE
PROVA DO DANO MORAL SOFRIDO PELO DEMANDANTE.
DESNECESSIDADE. PREJUÍZO QUE SE PRESUME.
RESPONSABILIDADE CIVIL CONFIGURADA. INSURGÊNCIA
QUANTO À QUANTIA DE R$ 25.000,00 (VINTE E CINCO MIL
REAIS) FIXADA A TÍTULO DE DANOS MORAIS.
MANUTENÇÃO DA VERBA. VALOR QUE ESTÁ EM
CONSONÂNCIA COM O ESTIPULADO POR ESTA CÂMARA
EM PROCESSOS DE NATUREZA IDÊNTICA. JUROS
MORATÓRIOS. PLEITO DE INCIDÊNCIA A PARTIR DO
ARBITRAMENTO. DESCABIMENTO. INCIDÊNCIA A PARTIR
DO EVENTO DANOSO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA N. 54 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. MULTA COMINATÓRIA
PARA RETIRADA DO NOME DO AUTOR DOS CADASTROS DE
INADIMPLENTES FIXADA EM R$ 300,00 (TREZENTOS REAIS)
AO DIA. DESCUMPRIMENTO DA DETERMINAÇÃO.
MAJORAÇÃO DE OFÍCIO PARA O VALOR DE R$ 1.000,00 (MIL
REAIS), ATÉ O LIMITE DE R$ 100.000,00 (CEM MIL REAIS).
ADEQUAÇÃO AO NOVO IMPORTE FIXADO POR ESTA
CÂMARA. INTELIGÊNCIA DO ART. 461, § 6º, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
Cumpre esclarecer que esta Câmara, no afã de conferir o
necessário propósito ao instituto das astreintes, qual seja, a de
compelir a parte obrigada a cumprir, com efeito, a determinação
judicial – frisa-se, com estrita reverência aos preceitos
insculpidos nos §§ 4º a 6º do art. 461 do CPC –, firmou a
alteração de entendimento no que tange ao parâmetro a ser
fixado a título de multa diária. Ou seja, este Órgão Fracionário
passou a adotar, em casos como o do presente e tão somente na
hipótese de emprego desta sanção, a aplicação da referida
penalidade no importe de R$ 1.000,00 (um mil reais), delimitada
ao montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n.


2015.081206-1, da Comarca de São Bento do Sul (1ª Vara), em que é apelante Omni
S/A Crédito Financiamento e Investimento e apelado Thiago Hoffmann:

A Segunda Câmara de Direito Comercial decidiu, por unanimidade,


conhecer do recurso e negar-lhe provimento e, de ofício, determinar a majoração da
multa diária para o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), até o limite de R$ 100.000,00
(cem mil reais). Custas legais.
Participaram do julgamento, realizado nesta data, os Exmos. Srs.
Desembargadores Robson Luz Varella e Altamiro de Oliveira.
Florianópolis, 16 de fevereiro de 2016.

Rejane Andersen
PRESIDENTE E RELATORA

RELATÓRIO

Thiago Hoffmann ajuizou ação declaratória de inexistência de débito c/c


indenização por danos morais (fls. 1-8) em desfavor de Omni S/A Crédito
Financiamento e Investimento, objetivando, em síntese, a condenação do requerido

Desembargadora Rejane Andersen


ao pagamento de indenização em razão da inscrição indevida de seu nome nos
cadastros de inadimplentes.
Contestação às fls. 22-29.
Sobreveio sentença de mérito (fls. 61-63), nos termos que seguem:
Pelo fundamentado, julgo PROCEDENTES os pedidos autorais, dando por
extinto o feito, com análise de mérito, conforme o disposto no artigo 269, inciso I, do
Código Buzaid. Em decorrência, condeno a ré ao pagamento, em favor do autor, do
valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), a título de ressarcimento do dano
extrapatrimonial experimentado. O valor arbitrado sofrerá incidência de juros legais
de 1% ao mês a contar do evento danoso (data da inscrição nos órgãos protetivos),
conforme ementa n. 54 da súmula do eg. STJ, e atualização monetária a contar da
data da prolação desta sentença (ementa n. 362 do eg. STJ). Declaro, ainda, a
inexistência do débito em nome do autora junto à empresa ré em relação ao contrato
n. 301244041337512, descrito à fl. 12. Mantenho, ademais, a antecipatória antes
deferida. Condeno a ré, finalmente, ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios, estes em 15% do valor da condenação. Publique-se.
Registre-se. Intimem-se.

Irresignada, a instituição financeira apelou às fls. 67-74, aduzindo o


descabimento da indenização uma vez que inexistente ato ilícito e ausente a
comprovação do dano alegado. Subsidiariamente, pugnou a minoração do quantum
indenizatório arbitrado e pleiteou a incidência dos juros moratórios a partir do
arbitramento. Ao final, requereu o afastamento ou minoração da multa fixada em sede
de tutela antecipada, a qual foi confirmada na sentença.
Apresentação de contrarrazões às fls. 81-89.
Ascenderam os autos a esta Corte.
É o relatório.

VOTO

1 Danos morais
Aduz o recorrente a inexistência de comprovação de ato ilícito e do dano
alegado, razão pela qual pugna pelo afastamento da indenização arbitrada.
Sabe-se que a Constituição da República Federativa do Brasil veda
expressamente a violação a direitos de personalidade, nos termos do art. 5º, V e X.
Veja-se:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das

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pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação.

O Código Civil, por sua vez, dispõe que "Aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito" (Art. 186). E
complementa que "Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo (Art. 927).
Sobre a questão, já decidiu esta Corte:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL C/C
PEDIDO LIMINAR DE CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO NA SERASA E SPC.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. RECURSO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
REQUERIDA. RELAÇÃO DE CONSUMO EVIDENCIADA. APLICABILIDADE DA
LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA. ANÁLISE DOS ELEMENTOS ENSEJADORES DA
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO
RESTRITIVO DE CRÉDITO. DÍVIDA QUITADA DEZENOVE DIAS ANTES DO SEU
VENCIMENTO. ALEGAÇÃO DE FALHA OPERACIONAL NA IDENTIFICAÇÃO DO
PAGAMENTO. INSUBSISTÊNCIA. DEFEITO QUE NÃO DEVE ATINGIR O
CONSUMIDOR QUE QUITOU A DÍVIDA A TEMPO E MODO OPORTUNOS. FALHA
NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO BANCO A ENSEJAR A APLICAÇÃO DA
RECENTE SÚMULA/479 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA,
ADEMAIS, DE PRÉVIA NOTIFICAÇÃO. EXEGESE DO DISPOSTO NO ARTIGO 43,
§ 2.º, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ATO ILÍCITO CONFIGURADO.
DANO MORAL PRESUMIDO..DEVER DE INDENIZAR MANTIDO. PEDIDO DE
MINORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO NO PRIMEIRO GRAU EM
R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS). INSUBSISTÊNCIA. QUANTUM FIXADO AQUÉM
DA EXTENSÃO DO DANO À DIGNIDADE E CIDADANIA DA AUTORA. CONTUDO,
INEXISTENTE PEDIDO DE MAJORAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. (Apelação Cível n. 2012.040293-3, de Balneário
Piçarras, Primeira Câmara de Direito Civil, Rel. Desa. Subst. Denise Volpato, j. em
18/07/2012).

Saliente-se que, em casos como o presente, é entendimento pacificado


nas Cortes Superiores que a ofensa, por si só, a direito alheio, gera dano moral
passível de indenização, sendo desnecessária a efetiva comprovação do prejuízo
sofrido, pois este se presume. Veja-se:
"O dano moral já se caracteriza mediante a simples constatação da
inscrição indevida, prescindindo-se de prévia comprovação do prejuízo, uma vez
presumível diante do contexto atual" (Apelação Cível nº. 2005.029525-7, da Capital,
Rel. Desa. Salete Sommariva, j. em 29/08/2006).
No caso em tela, o autor aduz inexistir a dívida pelo qual foi inscrito nos
cadastros de inadimplentes, sob o fundamento de que não firmou qualquer contrato
com o banco.
Frise-se que, embora alegue o Banco que a dívida inscrita nos órgãos
de proteção ao crédito é referente à contrato de cartão de crédito firmado, não logrou
êxito em comprovar tal alegação, tampouco em derruir as provas trazidas pela autora,

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a qual demonstrou cabalmente que sofreu violação aos direitos assegurados pela
Carta Magna em decorrência de ato ilícito cometido pelo demandado.
Assim, nega-se provimento ao recurso no tópico, mantendo-se a
condenação do Banco ao pagamento de indenização.

2 Quantum indenizatório
Pleiteia o requerido a minoração da verba indenizatória fixada na
sentença em R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
É tema incontroverso que a inscrição indevida nos cadastros de
inadimplentes gera abalo de ordem moral suscetível à reparação.
No que se refere ao valor compensatório/punitivo a ser arbitrado àquele
que teve seu direito violado, deve-se adotar os mais rigorosos critérios de
razoabilidade e proporcionalidade, na tentativa de se buscar o equilíbrio entre a
satisfação correspondente ao prejuízo moral sofrido e o caráter punitivo da medida, a
fim de se evitar um enriquecimento injusto do lesado, tampouco a continuidade da
prática ofensiva a direito alheio.
Contudo, no ordenamento jurídico inexiste a definição exata do valor
indenizatório a ser fixado, justamente porque o abalo moral apresenta-se de maneiras
e com consequências diferentes em cada caso.
Nesse viés, veja-se Regina Beatriz Tavares da Silva:
O critério na fixação do quantum indenizatório deve obedecer à
proporcionalidade entre o mal e aquilo que pode aplacá-lo, levando-se em conta o
efeito, que será a prevenção, ou desestímulo. Em suma, a reparação do dano moral
deve ter em vista possibilitar ao lesado uma satisfação compensatória e, de outro
lado, exercer função de desestímulo a novas práticas lesivas, de modo a 'inibir
comportamentos anti-sociais do lesante, ou de qualquer outro membro da
sociedade', traduzindo-se em montante que represente advertência ao lesante e à
sociedade de que não se aceita o comportamento assumido, ou o evento lesivo (in
Novo Código Civil Comentado, Coord. Ricardo Fiuza. 6ª. ed. São Paulo: Saraiva,
2008. p. 913).

Sobre o tema, deliberou esta Câmara:


[...] A fixação do dano moral deve ter como parâmetro, além das peculiaridades
do caso concreto, a extensão do dano sofrido e as condições econômico financeiras
das partes envolvidas, ou seja, ser proporcional e razoável a fim de não impor
reparação irrisória nem valor que acarrete o enriquecimento ilícito de uma das partes,
considerado, sobretudo, o caráter pedagógico da indenização [...] (Apelação Cível n.
2003.014328-9, de Turvo, Segunda Câmara de Direito Comercial, Rel. Des. Robson
Luz Varella, j. em 09/11/09).

No caso em tela, levando-se em consideração os critérios acima


delineados e o valor arbitrado por esta Câmara em situações como a presente, vê-se
que o quantum estabelecido na sentença está de acordo com o costumeiramente
aplicado.
Assim, nega-se provimento ao recurso no tópico.

Desembargadora Rejane Andersen


3 Juros moratórios
Insurge-se o Banco contra a sentença que fixou os juros moratórios a
partir do evento danoso. Sustenta que o encargo deve incidir a partir do arbitramento
do valor da indenização.
Sabe-se que o entendimento jurisprudencial no tocante ao termo inicial
dos juros de mora é no sentido de que devem incidir a partir do evento danoso,
conforme disposição da Súmula n. 54, do Superior Tribunal de Justiça: "Os juros
moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual".
Sobre a questão, julgado desta Câmara:
APELAÇÃO CÍVEL DO AUTOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. SUPOSTO DÉBITO ORIUNDO DE CARTÃO DE CRÉDITO
DEVIDAMENTE CANCELADO. DÍVIDA INEXISTENTE. INSCRIÇÃO INDEVIDA
NOS CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANO MORAL
CONFIGURADO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.(...) TERMO INICIAL DOS
JUROS DE MORA (12% AO ANO). APLICABILIDADE DA SÚMULA N. 54 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INCIDÊNCIA A PARTIR DO EVENTO
DANOSO. (...) RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (Apelação Cível n.
2010.085411-2, de Criciúma, Segunda Câmara de Direito Comercial, rel. Des.
Raulino Jacó Brüning, j. 17-7-2012).

Dessa forma, nega-se provimento ao apelo também neste ponto.

4 Multa cominatória
Da análise dos autos, infere-se o arbitramento de multa diária em R$
300,00 (trezentos reais) para o caso de descumprimento da determinação de retirada
do nome do autor dos órgãos de proteção ao crédito.
Verifico que referida decisão não foi observada desde a origem, pois a
demanda continua em trâmite e o banco mantém a inscrição indevida. Logo, o
arbitramento da multa diária pelo seu descumprimento é medida salutar.
Ademais, trata-se de obrigação de fazer que autoriza a imposição de
multa diária pelo não atendimento, a teor do artigo 461, § 4º, Código de Processo
Civil.
Diante da não comprovação da inadimplência do devedor, justa é a
manutenção da determinação de devolução do valor do veículo.
Alternativamente, o insurgente pugnou fosse reduzido o valor, pois seria
excessivo.
Sabe-se que o arbitramento de multa diária é perfeitamente possível nas
hipóteses de determinação judicial a obrigação de fazer ou não fazer, com fulcro no
art. 461, § 4º, do CPC.
Isso porque "o escopo da multa do artigo 461, § 4º do CPC é compelir a
parte ao cumprimento da ordem judicial emprestando, assim, efetividade ao processo
e à vontade do Estado. Constituindo meio coativo imposto ao devedor, deve ser
estipulada em valor que o 'estimule' psicologicamente, a evitar o prejuízo advindo da
desobediência ao comando judicial. A coação tem que ser efetiva" (STJ, AgRg no Ag

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713.962/PR, Quarta Turma, rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 27-10-2009).
Além disso, o instituto da astreinte não está sujeito aos efeitos da
preclusão, tampouco à coisa julgada, tendo em vista que a hermenêutica do § 6º do
art. 461 do CPC emanada da jurisprudência do STJ admite, inclusive, a sua incidência
para a adequação do valor no âmbito de execução de sentença, após o trânsito em
julgado, levando em consideração a utilidade da ordem mandamental, qual seja, o
seu efetivo cumprimento pela parte obrigada.
Nesse sentido:
PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO RECEBIDO COMO
AGRAVO REGIMENTAL. DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. MULTA
DIÁRIA. LEGALIDADE. VALOR DA MULTA. REEXAME DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DECISÃO
AGRAVADA MANTIDA.
1.- Quanto à aplicação da multa, o Acórdão recorrido está de acordo com
entendimento desta Corte, no sentido de que é legal a fixação de multa diária para a
hipótese de não cumprimento da obrigação de fazer.
2.- O artigo 461 do Código de Processo Civil permite que o magistrado altere,
de ofício ou a requerimento da parte, o valor da multa quando este se tornar
insuficiente ou excessivo, mesmo depois de transitada em julgado a sentença, não
se observando a preclusão (PET no AREsp 81.395/RJ, Terceira Turma, rel. Min.
Sidnei Beneti, j. 28-2-2012).

Com base nessas considerações, é possível concluir pela possibilidade


de alteração do valor dessa sanção a qualquer tempo e de ofício, ainda que contra o
interesse do recorrente, seja para diminuir, seja para majorar a penalidade.
Destarte, cumpre esclarecer ainda que, a partir do julgamento do Agravo
de Instrumento n. 2015.013666-2, em Sessão de Julgamento realizada no dia
28-7-2015, esta Câmara, no afã de conferir o necessário propósito ao instituto das
astreintes, qual seja, a de compelir a parte obrigada a cumprir, com efeito, a
determinação judicial – frisa-se, com a estrita reverência aos preceitos insculpidos
nos §§ 4º e 6º do art. 461 do CPC –, firmou a alteração de entendimento no que
tange ao parâmetro a ser fixado a título de multa diária.
Não obstante este Órgão Fracionário tenha se posicionado até
recentemente pelo arbitramento da referida penalidade em R$ 500,00 (quinhentos
reais), limitados em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), a adequação – em casos
como o do presente e tão somente na hipótese de aplicação da sanção –, ao
importe de R$ 1.000,00 (um mil reais), delimitada ao montante de R$ 100.000,00
(cem mil reais), é medida que passa a imperar.
Assim, tendo em vista que o quantum fixado pelo togado singular a título
de multa diária (R$ 500,00 – quinhentos reais) encontra-se em dissonância com as
balizas fixadas por este Órgão Julgador, impõe-se a sua respectiva adequação. Com
efeito, nega-se provimento ao recurso no ponto e, de ofício, majora-se a astreinte
arbitrada para o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), limitada ao importe de R$
100.000,00 (cem mil reais).

Desembargadora Rejane Andersen


Ex positis, conhece-se do recurso e nega-se-lhe provimento.
É o voto.

Desembargadora Rejane Andersen

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