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O QUE É APOLOGÉTICA CRISTÃ?

Se há um ramo da teologia cristã que tem estado mais em baixa é a


Apologética. Isto se dá porque muitos apologistas cristãos, no século XX,
fizeram mal uso desta ferramenta do evangelismo e discipulado.
Transformaram a apologética em propaganda agressiva para atacar os grupos
sectários com jargões do tipo "as seitas vão tremer" e "o inferno não
prevalecerá".

Palestrantes sem curso de teologia, sem conhecer pelo menos o básico


das línguas originais, contrataram serviços terceirizados de telemarketing,
muitas vezes compostos de ímpios ou de cristãos desviados, mas "bons de
lábia", para agendar palestras para seus líderes. Muitos destes fizeram
também da apologética um meio de vida, e sua propaganda agressiva
desgastou a imagem de bons apologistas cristãos. Daí, muitos irmãos
conhecedores da Palavra têm proposto reinventar a Apologia Cristã para que
ela, sem perder o seu objetivo principal.

Mas o que significa, então, a apologética e quais seus objetivos? Vamos


analisar como alguns teólogos e apologistas de renome definem este ramo da
teologia cristã.

O Dr. William Lane Craig, um dos maiores apologistas cristãos,


conhecido por seus debates calorosos com ateus em favor da causa primária
de tudo o que existe, a saber, Deus, define apologética desta forma: 

"APOLOGÉTICA (Do grego apologia, "defesa") é o ramo da


teologia cristã que procura apresentar uma explicação racional
para as verdades afirmadas pela fé cristã. Portanto,
apologética é principalmente uma disciplina teórica, apesar de
ter aplicação prática. Além de ocupar-se, a exemplo do
restante da teologia, com a expressão do nosso Deus
amoroso, a apologética serve especificamente para mostrar
aos incrédulos a veracidade da fé cristã, para fortalecer essa fé
nos salvos e para estudar e apresentar as ligações entre a
doutrina cristã e as outras verdades. Como disciplina teórica,
portanto, a apologética não tem como alvo principal ensinar a
responder questionamentos, a debater ou a evangelizar, mas
como ciência ela ajuda a fazer tudo isso na prática. Isso
significa que um curso de apologética não tem o propósito de
ensinar você a responder "assim e assado" quando alguém
pergunta "isso e aquilo". Repetindo, a apologética é uma
disciplina teórica que tenta responder a esta pergunta: Que
defesa racional se pode fazer da fé cristã? Por isso, a maior
parte do tempo passamos tentando responder a essa
pergunta." [1] 

Com estas palavras, o Dr. Craig quis dizer que estudar a refutação para
cada heresia dentro e fora da Igreja Cristã não é nossa preocupação principal,
embora acabaremos por fazer isso na prática quando buscamos responder a
uma pergunta mais abrangente: Que defesa racional se pode fazer da fé cristã.
Eu acrescento que essa defesa racional deve partir do pressuposto de que
Deus existe.

Então muitos se proclamaram apologistas cristãos porque se tornaram


"peritos" em dar respostas às testemunhas de Jeová, mas deixaram de lado a
preocupação primária da apologética. Seria a mesmo que você receber em sua
casa uma pessoa que se diz cozinheira e se oferece a fazer uma lasanha típica
de uma região da Itália. Então, você a deixa atuar como cozinheira. Mas de
repente, você sente vontade de comer um ovo frito e pede à pessoa para que
ela frite um para você. Todavia, ela lhe responde: "Eu não sei fritar ovos".
Então ela é cozinheira de fato? Óbvio que não! Ela cozinha algumas coisas,
mas não é cozinheira. Da mesma forma, muitos fazem defesa da fé, o que é
louvável pela boa intenção, mas não são apologistas.

A verdadeira apologia parte das verdades bíblicas. Estudamos tantas


quantas possíveis e buscamos torná-la crível. Eu particularmente parto do
pressuposto de que Deus existe para defender o que Ele nos ensina nas
Escrituras. Mas a apologética, como ciência, não parte de uma heresia para
encontrarmos a verdade, pois a verdade não depende da mentira.

Para ilustrar isso, pense que boas respostas, bem elaboradas, que
deixam a pessoa pensando, não provam em si que a nossa fé é a verdade. Por
exemplo, lembra-se da estória da Chapeuzinho Vermelho? Para as crianças
que defendessem a crença de que não adianta obedecer aos pais, daria para
extrair dessa estória argumentos fabulosos. Veja: 

 Quando uma criança desobedece aos pais, acaba indo pelo


caminho errado da vida. (Verdade!)
 Quem desobedece aos pais acaba acreditando em pessoas
erradas! (Verdade!)
 Os desobedientes acabam prejudicando até mesmo pessoas da
própria família. (Verdade!) 

Temos aqui argumentos irrefutáveis para as crianças desobedientes,


todos baseados na estória da Chapeuzinho Vermelho. Mas por melhores que
sejam esses argumentos, posso lhe garantir que nem a Chapeuzinho Vermelho
e nem o Lobo-Mau existem! Então, não podemos crer neles, nem apresentá-los
à sociedade como algo crível. Já temos o pressuposto que eles não existem.
Mas com Deus, o evangelho de Jesus e com toda a Palavra de Deus é
diferente. Assim, a apologética cristã, por assim dizer, procura não só elaborar
argumentos para provar às "crianças" que devemos obedecer aos nossos pais,
mas procura fazer uma defesa racional de que faz sentido a existência de Deus
e perfeitamente lógica e boa sua ordem quanto à obediência dos filhos aos
pais.

Ainda se faz necessária outra definição de apologética. Leiamos:


 
"APOLOGÉTICA. A palavra em português deriva de uma raiz
grega que significa "defender, dar resposta, responder, defender-
se legalmente". Nos tempos do NT uma apologia era a defesa de
alguma coisa, feita formalmente em um tribunal. (2Tm 4.16)
Como subdivisão da teologia cristã, a apologética é um discurso
sistemático e argumentativo na defesa da origem divina e da
autoridade da fé cristã. Pedro ordenou aos cristãos que sempre
estivessem preparados para dar a razão da esperança que têm
(1 Pe 3.15). Definida de modo amplo, a apologética sempre tem
sido uma parte da evangelização.
 "O cristianismo é uma cosmovisão que afirma algumas coisas
muito exatas - e.g., o cosmo não é eterno, nem se explica por si
só; existe um Criador. Ele escolheu um povo e revelou-Se a ele;
e Ele Se encarnou num judeu específico num tempo definido da
história. Todas estas reivindicações precisam ser
fundamentadas. Nisto está envolvida a apologética. A única
maneira de omitir da fé a apologética é abrir mão das
reivindicações da fé quanto a ser ela verdadeira." [2]

Conforme observamos aqui, o autor do texto cita 1 Pedro 3:15. Ali


lemos: “Antes, reverenciai a Cristo como Senhor no coração. Estai sempre
preparados para responder a todo o que vos pedir a razão da esperança que
há em vós”.
A palavra grega para "responder", aqui é "apologían", de onde vem
"apologética". Esta resposta não pode ser dada sem o devido preparo. Por
isso, o texto diz "sempre preparados para responder".  O apologista cristão, ao
ser confrontado com um questionamento de um adepto de seita, por exemplo,
parte do pressuposto de que a Bíblia é a verdade inerrante, que a sã doutrina
sustenta-se por si mesma por ser a verdade, ele conhece bem as doutrinas
cristãs, tem fundamentação para ela. Mesmo que o argumento sectário exija
um tempo para uma resposta melhor, a qual visará neste caso o evangelismo
de tal pessoa, a preocupação do apologista é a defesa racional de sua fé.
Obviamente, cada caso será um caso, e o apologista experiente estabelecerá
os rumos de sua resposta. Ele poderá partir da verdade das Escrituras e,
quando necessário, baseado em seus pressupostos, apontar para as
incoerências das heresias ou interpretações errôneas dos questionadores.

Para Que Serve a Apologética?

O mesmo Dr. Wiliiam Lane Craig aponta em seu livro Apologética


Contemporânea: A Veracidade da Fé Cristã três funções da apologética. Quais
são? A primeira delas é formar a cultura: 

"A tarefa mais ampla da apologética cristã é ajudar a criar um


ambiente cultural em que o evangelho possa ser ouvido como
uma opção intelectualmente viável para homens e mulheres
pensantes. [...] Na maioria dos casos, não serão argumentos
ou evidências que levarão as pessoas à fé em Cristo - essa é a
meia-verdade vista pelos detratores da apologética -, não
obstante, será a apologética que, ao tornar o evangelho uma
opção crível para as pessoas, lhes dará, por assim dizer, o aval
intelectual para crer. Por isso é, vitalmente importante que
preservemos um ambiente  cultural em que o evangelho é
ouvido como uma opção viva para pessoas pensantes, e a
apologética é essencial para ajudar a produzir esse resultado."
[3] 

Com essas palavras, o Dr. Craig quer dizer que a os apologistas devem
procurar ter um quadro mais amplo da situação em que vivem e mostrar
racionalmente que o evangelho e o corpo de doutrinas cristãs faz sentido. Por
exemplo, numa sociedade que não valoriza tanto o casamento e a família, o
apologista cristão buscará meios de conscientizar a sociedade de que a Bíblia
tem razão quando valoriza imensamente o papel de cada membro na vida
familiar. (Efésios 5:22-6:4) Ou num mundo em que a descrença em Deus anda
de mãos dadas com teorias ateístas sobre a origem da vida, por que faz
sentido crer que tudo o que existe teve uma causa primária inteligente? Num
país como o Brasil, místico e supersticioso, repleto de seitas, por que o
cristianismo contém a única fé sustentável e coerente? Com uma visão mais
ampla, que parte do pressuposto que a Bíblia é a verdade de Deus, é que o
apologista cristão está preocupado, a fim de dar respostas racionais.
Todavia, o Dr. Craig chama de opção crível. Quanto a mim, prefiro partir
do pressuposto de que o evangelho é a única opção porque Deus existe e, por
existir, comunica-se com o homem e o salva através de Jesus Cristo.

Uma segunda função ou tarefa da apologética é fortalecimento dos


cristãos. A famosa Série Apologética do ICP - Instituto Cristão de Pesquisas
comenta o seguinte:
 
"Um rebanho bem alimentado não dará problemas. Devemos
investir tempo e recursos na preparação dos membros da
Igreja. Escolas bíblicas bem administradas ajudam o nosso
povo a conhecer melhor a Palavra de Deus. Um curso de
batismo mais extensivo, abrangendo detalhadamente as
principais doutrinas, refutando as argumentações dos sectários
e expondo-lhes a verdade, será útil para proteger os recém
convertidos dos ataques das seitas." [4] 

É verdade que as igrejas precisam investir mais tempo em preparar os


que se caminham para o batismo e os irmãos em geral para refutar as heresias
das seitas. Mas cremos que a melhor forma de fazer isso é partir do
conhecimento da Palavra de Deus. Uma ilustração muito usada é aquela sobre
a pessoa treinada para reconhecer notas falsas. Como ela a reconhece? Por
manusear as falsas? Não! Ela manuseia sempre as verdadeiras e as conhece
tão bem que quando uma nota falsa surge ela logo a identifica. Assim seria um
erro numa classe para o batismo estudarmos seitas e heresias, bem como os
argumentos contrários à existência de Deus e à inspiração da Bíblia, se nossos
alunos não conhecem a doutrina cristã.

A Bíblia diz em Tito 1:9 o seguinte: "Que se mantenha firme na palavra


fiel, conforme a doutrina, para que seja capaz tanto de exortar na sã doutrina
quanto de convencer os seus opositores." É interessante  que exortar na sã
doutrina pressupõe conhecimento dela e, sem ele, torna-se mais difícil
convencer [ou sermos instrumentos do Espírito Santo] para convencer os seus
opositores, ou contradizentes. Todavia, temos observado a grande maioria dos
cristãos totalmente despreparados para a importante tarefa apologética de
defender a fé cristã. Como podem defender o que mal conhecem? Alguns
poderiam argumentar: Mas em Tito 1:9 Paulo apenas mostra os requisitos para
alguém ser bispo (ou pastor), assim sendo não precisamos conhecer as
doutrinas a fundo. Ledo engano! Se insta os líderes a conhecerem para que
possam ensinar a outros. Isto se chama discipulado cristão. Por isso Paulo
pede a Timóteo que transmita tudo o que aprendeu com Paulo a homens
idôneos para que eles também possas ensinar a outros. (2 Timóteo 2:2) E o
escritor da Carta aos Hebreus alerta que muitos daquela comunidade já deviam
ser instrutores pelo tempo de conversão, mas ainda se alimentavam do leite da
Palavra de Deus. (Hebreus 5:12-6:1) Portanto, todos os cristãos precisam
aprender mais. E quanto mais aprendem, mas condições de defender a fé
terão, tanto por influenciar outros a crer na eficácia e aplicabilidade da sã
doutrina quanto por fortalecer-se a si mesmo e ao rebanho de Deus.

Ainda nesta questão de fortalecimento pessoal, a apologética cristã


protege o rebanho de Deus por alimentá-lo com alimento sólido contra as
heresias e até modismos que surgem tanto de dentro quanto de fora. O
apóstolo Paulo disse:
"Portanto, tende cuidado de vós mesmos e de todo o rebanho
sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com o próprio
sangue. Eu sei que, depois da minha partida, lobos cruéis
entrarão no vosso meio e não pouparão o rebanho, que dentre
vós mesmos se levantarão homens falando coisas distorcidas
para atrair os discípulos para si. Portanto, estai atentos,
lembrando-vos de que durante três anos não cessei, dia e noite
e com lágrimas, de aconselhar cada um de vós." - Atos 20:28-
31.

A apologética não deveria servir apenas para consertar os problemas


causados por pessoas que se desviam, mas deveria atuar como profilaxia
contra as heresias deste mundo sem Deus. Isto significa que se uma igreja
apresenta casos de irmãos se desviando, não podemos simplesmente nos
conformar com a frase de 1 João 2:19 "Eles saíram dentre nós, mas não eram
dos nossos, pois se fossem dos nossos teriam permanecido conosco; mas
todos eles saíram, para que se manifestasse que não são dos nossos". Temos
que nos preocupar com nossos irmãos. Como já aconteceu, muitos se
desviaram da fé mas retornaram, porque eram dos nossos e nunca sabemos,
quando se desviam, se retornarão ou não. Então, melhor é mover toda a igreja
local a aprofundar-se no estudo da Palavra de Deus, com a intenção de adorar
a Deus pelo aprendizado e a consequente defesa da fé perante aqueles que
não compactuam do Evangelho de Cristo Jesus.

Uma terceira tarefa da apologética tem a ver com o evangelismo. Depois


de termos estudado as doutrinas centrais do cristianismo, então nos sentimos
mais preparados para evangelizar. Não pretendemos ensinar que só se deva
evangelizar depois que estudarmos apologética. O evangelismo começa com a
nossa conversão, e mesmo aqueles que sentem dificuldades de participar
dessa importante obra, podem evangelizar narrando o que Jesus Cristo fez em
suas vidas. Mas conforme crescemos na fé e no conhecimento de Deus e de
suas verdades, sentimo-nos mais seguros de dar respostas para os que nos
desafiam com questionamentos capciosos.

Imagine um ateu que nos pergunta: "Deus não existe porque se existisse
não deixaria o mal acontecer." Então, ele está questionando a nossa fé em
Deus. Alguns cristãos raciocinam que raciocinar com ateu sobre a nossa fé é
perda de tempo porque o ateu não tem os mesmos pressupostos. Todavia, a
apologista procurará ouvir os pressupostos do ateu. Não raro os ateus são
decepcionados com as igrejas, e se for um ateu militante dessa "crença" de
não haver Deus, ele usará muitos argumentos para provar que Deus não
existe. Então, o apologista desejoso de evangelizar levantará dentro dos
argumentos do opositor verdades que servirão de base para acordo mútuo. Por
exemplo: 
1. "Como Deus iria gostar de pastores que usam a TV para explorar
pessoas?" Responderíamos que concordamos com o opositor. "Você está
certo! Deus não nos ensina isso na Bíblia, pelo contrário, condena quem faz
isso." - 1 Timóteo 6:9, 17. 
2. "Existem milhões de deuses em milhares de povos ao redor da terra. Isto prova
que não nenhum é verdadeiro, mas todos eles não passam de
invenções." Responderíamos que a Bíblia há dois mil anos já dizia que há os
que se chamem deuses no céu e na terra. "Você está certo! Realmente há
muitos deuses adorados! Mas já se perguntou por que em todas as
civilizações, não importa o lugar e o tempo, as pessoas nelas nascem com a
ideia de divindade e de eternidade?" (Eclesiastes 3:11) Não prova isso que
Deus existe e dá o primeiro passo para se aproximar do homem? 
3. Tudo tem que ter uma origem e tudo veio do acaso. Responderíamos que ele
tem razão em crer que tudo tem uma origem: "Você está certo! Tudo tem uma
origem, inclusive o acaso em que você crê. Mas o problema é que o acaso não
pode criar nada, pelo contrário, ele é resultado de uma ação anterior. Se por
acaso você encontrar uma carteira no chão, não concluiria que alguém a
deixou cair ali? Assim, o acaso foi criação de alguém, então, ele não cria nada.
Por isso creio que a única explicação óbvia é que um Ser inteligente criou
todas as coisas. Isto é ciência, pois estamos cansados de ver que esta
experiência ser reproduzida na vida real: "Porque toda casa é construída por
alguém, mas quem edifica todas as coisas é Deus." - Hebreus 3:4. Quando
uma pessoa que afirma crer em Deus, mas deseja promover sua fé como a
única verdade, tenta usa o texto de Efésios 4:5 para provar que há uma só fé,
portanto, não pode haver duas religiões corretas, podemos concordar com ela.
Veja: 
4. "A Bíblia diz que há uma só fé. Como duas religiões diferentes podem
representar essa fé se elas estão em desacordo uma com a outra? Então, eu
creio que apenas a minha é a verdadeira." Responderíamos que ela está certa!
Realmente não existem duas religiões verdadeiras. Não? Não! A apologista
experiente já sabe que as pessoas confundem religião com igreja
"denominação" e até com igreja local da denominação. Então, diríamos: "Você
está certo! Também não creio que haja duas religiões verdadeiras. Só tem
uma! É o cristianismo, cuja fé é centrada na pessoa de Jesus Cristo. Como
ninguém consegue interpretar a Bíblia assim como o Autor dela, Deus, a
interpreta, então há divergências de interpretação. Assim, toda denominação
religiosa - Batista, Presbiteriana, Metodista e outras - com respectivamente
suas igrejas locais que creem em Jesus como Deus (João 1:1), Senhor (João
20:28) e único Salvador (Atos 4:12) são igrejas da única religião verdadeira.
Assim, o cristianismo é um modo de vida que aceita Cristo como Deus, Senhor
e Salvador."
Observe que a preocupação do apologista aqui foi evangelizar e dar
uma resposta. Isto não contradiz o que dissemos no início sobre a apologética
não se preocupar primariamente com dar respostas para todo o tipo de
questionamento, mas sim em defender a fé cristã de forma racional, daí ser ela
uma ciência. A questão é: Ser apologista também envolve evangelizar e dar
respostas, mas essa não é nossa preocupação primária. Mas é óbvio que o
faremos quando for necessário.

Como Praticar a Apologética?

Tudo que fazemos como cristãos deve ser para a glória de Deus. (1
Coríntios 10:31) Não é diferente com a apologética cristã. Ela deve ser um
modo de adorarmos a Deus. Mas especialmente quando temos a oportunidade
de defendermos a fé cristã perante outros, ou quando escrevemos textos para
livros, sites ou folhetos, faremos muito bem em viver as palavras de Paulo:

"Pois, sendo livre de todos, tornei-me escravo de todos para


ganhar o maior número possível: para os judeus, tornei-me
judeu, para ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da
lei, como se eu estivesse debaixo da lei (embora eu não
esteja), para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que
estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei
para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os
que estão sem lei. Para os fracos tornei-me fraco, para ganhar
os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de todos os
meios vir a salvar alguns. Faço tudo por causa do evangelho,
para dele me tornar coparticipante." - 1 Coríntios 9:19-23.

Percebe como Paulo se acomoda à realidade das pessoas? Sobre isso,


Robertson e Plummer escreveram: “Ele era capaz de encontrar em todos os
homens algo com que pudesse simpatizar, e usava isto para ganhá-los para
Cristo.” [5]
Zombarias, deboches, palavras de desprezo não têm nada a ver com a
razão de ser da apologética cristã. Muitas vezes erramos nisso. Se usarmos de
humor, deve ser para contribuir para o aprendizado, não para expor ao ridículo
nossos opositores. Embora todos nós alguma vez já fizemos isso ao dialogar
ou debater com adeptos de seitas, de outras religiões como o Budismo,
Xintoísmo ou Islamismo, não é o correto, e mesmo que eles nos tratem assim,
precisam aprender a verdade começando por nosso modo de vida que reflete o
caráter de Cristo.
Também, não devemos cair na desculpa que muitos dão: "Mas Jesus
chamou os fariseus de hipócritas, e nós temos que imitar a Cristo, então
precisamos falar a verdade aos hipócritas." Jesus é Jesus, nós somos nós.
Jesus conhecia os corações daqueles com quem conversava. E nós, será que
conhecemos? Segundo a Bíblia, não conhecemos nem o nosso! (Jeremias
17:9) Portanto, sejamos pacientes. Não vamos converter o mundo. Não há
razão para apresentarmos picos de pressão alta. Deus e sua verdade absoluta
não precisam de nós. “Que nossas palavras sejam sempre temperadas com
sal”. - Colossenses 4:6.

Tipos de Apologética Cristã

As definições seguintes sobre os tipos de apologética não implicam que


apenas uma seja a correta, todavia cremos que todas podem ser usadas para
os adjetivos a que se destinam. Todavia, cremos que umas são mais eficientes
como as outras. Neste estudo, não nos concentraremos exaustivamente em
explicar cada um dos tipos e porque uns são mais eficazes do que os outros.
As definições a seguir são extraídas da Enciclopédia Apologética de Normam
Geisler.
1. Apologética clássica - Norman Geisler assim a define:
"A apologética clássica enfatiza argumentos a favor da
existência de Deus, assim como a evidência histórica que
apóia a veracidade do cristianismo. A apologética clássica é
caracterizada por dois passos básicos: argumentos teístas e
comprobatórios. [...] A apologética clássica foi praticada por
AGOSTINHO, ANSELMO e THOMÁS DE AQUINO.
Apologistas clássicos modernos incluem Winfried Corduan,
Willian Lane Craig, Norman L. Geisler, John Gerstner, Stuart
Hackett, Petter Kreeft, C, S, C. Lewis."  [6]

2. Apologética evidencial - De acordo com Norman Geisler: 

"A apologética evidencial enfatiza a necessidade da prova para


apoiar as afirmações das verdades cristãs. A evidência pode
ser racional, histórica, arqueológica, e até experimental."  [7]
O livro mais conhecido dos evidencialistas é Evidências que Exigem um
Veredicto, de Josh Macdowell.
Comentário: A diferença entre os dois tipos de apologética acima é que a
Clássica vê a necessidade de primeiro provar a existência de Deus, para
depois admitir que Ele tem um Filho que veio ao mundo e que fala através da
Bíblia. Já os evidencialistas usam as evidências da existência de Deus para
confirmar o cristianismo, mas elas são apenas evidências, pois seriam apenas
parte do conjunto de evidências que apoiam o cristianismo.

3. Apologética experimental – Normam Geisler assim a define:


"Alguns cristãos apelam principalmente, mas não
exclusivamente, à experiência como evidência da fé cristã.
Alguns apelam à experiência religiosa em geral. Outros a
experiências religiosas em geral. Nesta segunda categoria
estão os que enfocam experiências místicas e outros que
identificam o que acreditam ser experiências de conversão
especificamente naturais." [...] Alguns proponestes da
apologética experimental. Entre os místicos cristãos o nome
Meisler Eckart se destaca. Os existencialistas BULTMANN e
KARL BARTH. Outros nomes favoráveis a uma abordagem
experimental mais geral incluem Friedrich SCHILIERMACHER
e Paul Tillich."[8] 
Comentário: Cristãos adeptos da apologética experimental aceitam apenas
como evidência os não-racionais, os místicos e o existencial. Não aceitamos
aqui este tipo de apologética pois, se ela fosse correta, as experiências em
centros de macumba, nos Hinduísmo e outros grupos e religiões mundiais
provariam suas crenças também.

4. Apologética histórica - Sobre este tipo de apologética, Norman Geisler


assim o define: 
"A apologética histórica enfatiza a evidência histórica como
base para demonstração da veracidade do cristianismo. Esses
apologistas acreditam que mesmo a existência de Deus pode
ser provada apenas pela evidência histórica. Por um lado a
apologética histórica pertence à classe mais ampla da
apologética comprobatória, mas é diferente porque enfatiza a
importância, até mesmo a necessidade, de começar com o
registro histórico para comprovar a verdade do cristianismo. [...]
Os primeiros apologistas, incluindo TERTULIANO, JUSTINO
MÁRTIR, CLEMENTE DE ALEXANDRIA e ORÍGENES
defenderam a historicidade do Cristianismo. [...] Os apologistas
históricos contemporâneos incluem John Warwick Montgomery
e Gary Habermas." [9] 
Comentário: o ponto de vista que os argumentos históricos são importantes,
mas como passo secundário para provarmos que é lógico e racional crer em
Deus.

5. Apologética pressuposicional - Norman Geisler assim a define: 


"A apologética pressupocional afirma que é preciso defender o
cristianismo a partir do alicerce de certas pressuposições.
Geralmente o adepto dessa escola de apologética pressupõe a
verdade básica do cristianismo e depois continua
demonstrando que o cristianismo é verdadeiro." [10]
Comentário: Para mim, esta é a melhor apologética. Partimos do pressuposto
que Deus existe, que é Triúno (o pilar central de toda a teologia). Não
buscaremos provas nem evidências para a existência dEle, todavia no
evangelismo, como item secundário as usaremos para reforçar nossos
pressupostos. Se Deus necessitar de provas para existir, Ele se tornaria inferior
a elas. Todavia, podemos nos valer delas para evangelizar, por exemplo ateus.
Não podemos negar que Deus se revela por evidências, como a criação
(Romanos 1:20), sendo assim, Deus pode decidir nos usar desta forma para
convencê-los, como também pode usar evidências históricas ou até
experimentais, como a cura.

Outras visões:

Outros estudiosos diferenciam os tipos de apologética de outra forma.


Por exemplo, no site www.monergismo.com, vemos um abaixo um texto de B.
B. Warfield, onde ele assim classifica tais tipos:
 
As subdivisões primárias da apologética são cinco, a não ser por
conveniência no tratamento se preferir condensar uma delas com outra que
tiver maior proximidade de conceitos.

 (1) A primeira, a qual pode talvez ser chamada apologética filosófica, toma
sobre si o estabelecimento do ser de Deus, como um espírito pessoal, o
criador, preservador e governador de todas as coisas. A ela pertence o grande
problema do teísmo, envolvido em discussões sobre as teorias antiteistas.
 (2) O segundo, o qual pode talvez ser chamado de apologética psicológica,
que toma para si o estabelecimento da natureza religiosa do homem e a
validade de seu senso religioso. Ele envolve a discussão parecida com a
psicologia, filosofia e a pneumatologia da religião, e inclui então aquilo que é
chamado de “religião comparativa” ou de “história das religiões”.

 (3) Sobre o terceiro ponto está a responsabilidade de estabelecer a realidade


do fator sobrenatural na história (milagres com confirmação histórica e
cientifica), com a determinação envolvida da real relação com a qual Deus se
apresenta a Seu mundo, e o método de Seu governo sobre Suas criaturas
racionais e especialmente o modo de se fazer conhecido a seu povo. Isso
lança sobre o estabelecimento do fato da revelação com a condição de todo o
conhecimento de Deus, quem como um Espírito Pessoal pode ser conhecido
somente à medida em que Ele se expressa a nós, para que a teologia defira
de todas as outras ciências no fato de que seu objeto de estudos não está à
disposição do sujeito, e sim o processo é inverso.

 (4) O quarto ponto, o qual pode ser chamado de apologética histórica, a


qual toma para si o estabelecimento da origem divina do Cristianismo como a
religião da revelação no significado especial dessa palavra. Ele discute todos
os tópicos que naturalmente caem sobre os pontos de vista popular sobre “as
evidencias do Cristianismo”.

 (5) O quinto ponto, que pode ser chamado de apologética bibliológica, está
encarregado de estabelecer a veracidade das Escrituras Sagradas como a
documentação da revelação de Deus para a redenção dos pecadores. Ele
está engajado especialmente com tópicos tais como a divina origem das
Escrituras, os métodos da divina operação em sua organização, seu lugar na
série de atos redentivos de Deus, e o processo da sua revelação, a natureza,
modo e efeito da inspiração. [11]

Conclusão
Aprendemos até aqui sobre o que é apologética. Vimos que é uma
ciência cuja preocupação primária não é responder aos questionamentos dos
sectários, embora possa ser usada para este fim, mas sim tornar crível, com
evidências racionais, o evangelho de Cristo e a Palavra de Deus como um
todo. Depois aprendemos sobre como praticar a apologética no evangelismo,
com palavras temperadas com sal.
Pelo que compreendemos juntos, todos nós podemos defender a fé,
mas é verdade que aqueles com maior envergadura espiritual podem ser
considerados apologistas de fato, ou liderar um ministério dessa grande
importância. - Fernando Galli.

REFERÊNCIAS
____________________

[1] CRAIG, William Lane. Apologética Contemporânea: A Veracidade da Fé


Cristã. Página 15. 2a. Edição. São Paulo: Vida Nova, 2012.
[2] ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã.
Página 99. São Paulo: Vida Nova, 2009.
[3] CRAIG, Ibdem. Páginas 17, 19.
[4] Série Apologética. Volume 1. Página 14. São Paulo, SP: Instituto Cristão de
Pesquisas, 2003.
[5] ROBERTSON, Archibald & PLUMMER, Alfred. A Critical and Exegetical
Commentary on the First Epistle of St. Paul to the Corinthians.Página
191. .New York, EUA: C. Scribner's, 1911.
[6] GEISLER, Norman. Enciclopédia Apologética. Página 61. São Paulo: Vida,
2002.
[7] Ibdem, página 62.
[8] Ibdem, página 63.
[9] Ibdem, páginas 63, 64.
[10] Ibdem, página 64.
[11] http://www.monergismo.com/textos/apologetica/apologetica_warfield.htm

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