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OS OPOSTOS NÃO SE ATRAEM: UM ESTUDO DE CASO SOBRE OS USÚARIOS

DO BATE-PAPO UOL

Emili Sabrina Ribeiro Silva1

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo principal exibir de forma inicial os perfis e

comportamentos dos usuários presentes nas salas do Bate-Papo UOL que, por via de regra,

desembocam em discursos e práticas sexuais, dentro ou fora do ambiente virtual. Criando um

panorama recente da apropriação das tecnologias digitais para facilitar o contato e as relações

humanas.

PALAVRAS-CHAVE: Bate-Papo UOL. Discursos. Práticas sexuais.

OPPOSITES DO NOT ATTRACT: A CASE STUDY ON ONLINE USERS OF A CHAT

SERVICE (BATE-PAPO UOL)

ABSTRACT FIEL: The main objective of this work is to preliminarily describe the

characteristics and behaviors of online users of a chat servisse (Bate-Papo UOL). Typically,

1
Acadêmica do curso de História da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) campus de Nova
Andradina-MS. Trabalho realizado perante orientação da Professora Mestra, Maria Fernanda Reis, sendo parte de
uma pesquisa de trabalho de conclusão de curso. O principal objetivo deste trabalho é apresentar os dados relativos
ao perfil comportamental dos usuários do Bate-Papo UOL.
UFMS/CPNA: Avenida Rosilene, Rua Eugenia Oliveira Lima, nº 64, Bairro Universitário. CEP: 79750-000, Nova
Andradina-MS. Telefone: (067) 3449-0500. Endereço eletrônico: https://cpna.ufms.br/
these online virtual interactions result in sexual discourses and practices, whitin and beyond the

virtual encounter. The present investigation summarizes a recent view on the use of digital

technologies to facilitate both the meeting of people and their relations.

KEY WORDS: Chat Bate-Papo UOL. Discourse. Sexual behaviors.

Introdução

A Idade Contemporânea trouxe diversas mudanças estruturais para a sociedade,

contudo, é no século XX que as relações sociais ganham uma ressignificação importante com

o desenvolvimento das chamadas tecnologias de comunicação e informação. Agora as relações

humanas ganharam uma nova forma: mais dinâmica, rápida e interativa. Nesse sentido, vem

surgindo uma grande onda de plataformas digitais de relacionamentos sociais que se apresentam

como pontes para aproximação dos indivíduos, independente da sua localização geográfica.

O Bate-Papo UOL foi criado em 28 de abril de 1996, sendo um dos pioneiros da

comunicação digital no Brasil e chegou a ser responsável pela maior audiência do site UOL2,

detendo 50% do total3 de acessos. O chat é formado por diversas salas, divididas por temas e

com acesso gratuito, sendo necessário para a entrada apenas um nickname4 ou apelido, e a

confirmação de um código de segurança. Ativo até o presente momento, o chat conta com

2
Universo Online, conhecido pela sigla UOL, é uma empresa brasileira de conteúdo, produtos e serviços de
Internet do conglomerado Grupo Folha. Acesso em 27 de março de 2019. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universo_Online
3VIEIRA, 2003, p. 70.
4 Apelido. Usado para identificação de usuários na internet, em programas de bate-bapo ou mensagem instantânea.

Acesso em 27 de março de 2019. Disponível em: https://www.dicionarioinformal.com.br/nickname/


usuários de diversas idades, gêneros, etnias, brasileiros e estrangeiros de diversas regiões do

globo terrestre. Essa diversidade de usuários faz do chat um ambiente sociocultural amplo e

fértil, possibilitando diversos tipos de trocas de diálogos, experiências e informações entre os

frequentadores desse espaço cibernético.

1. Do método de pesquisa Commented [C1]: Esse espaço entre o subtítulo e o texto não
está muito grande?

Tratando-se de um ambiente socio-virtual existem algumas barreiras ao tentar definir o

tipo de perfil dos usuários que frequentam o chat, levando em consideração a rapidez com que

as pessoas entram e saem das salas, a conexão de internet causar alguns inconvenientes fazendo

com que o usuário “caia”5 da sala, a diversidade do público, o grande número de acessos, a

presença de web robots6, entre outros. Senti então a necessidade de ser direta na pesquisa e

resolvi aplicar um questionário com os usuários para descobrir quais motivos levaram-no a

frequentar o chat e a maneira como eles consolidam ali suas relações. Delimitei então um

número mínimo de 40 questionários respondidos para fazer uma análise inicial desses perfis.

Fui para campo no fim da noite do dia 3 de março de 2019 e conclui com as 40 respostas na

noite do dia 5 de março de 2019. Estando ali pelo único objetivo de coletar dados, resolvi utilizar

o nick “Pesquisadora”, a fim de não ser importunada com assuntos dispersos e ser sucinta com

os usuários que correspondessem com interesse de participar do trabalho. Inicialmente entrei

com a seguinte descrição:

5 Quando acontece a perca de conexão com o chat os usuários costumam usar o termo “cai” ou “caiu” para definir
aquela situação.
6 É uma aplicação de software concebido para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão, da mesma

forma como faria um robô. Acesso em 27 de março de 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bot
Olá pessoal, tudo bem? Sou estudante de História e estou fazendo uma pesquisa para
o meu trabalho de conclusão de curso que tem o tema central sexualidade e que vai se
especializar nas sexualidades digitais ou virtuais. Nesse momento estou fazendo um
trabalho de campo que cabe em coletar dados através de questionários sobre o perfil
e o comportamento dos usuários do Bate-Papo UOL. A colaboração de vocês é que
tornará esse trabalho possível de ser desenvolvido. Quem se disponibilizar de tempo
(prometo que será rápido) para responder as questões me chame no reservado. Obs:
As perguntas não buscam dados pessoais como nome, endereço ou algo do gênero.
Este trabalho é pessoal e seus dados serão utilizados exclusivamente para atividades
científico/acadêmicas e a empresa UOL não tem nenhum vinculo com essa pesquisa,
o chat é somente a fonte desse trabalho.

Durante minha presença nas salas percebi que essa forma de abordagem pública não

estava trazendo retorno e decidi conversar com cada usuário individualmente, terminei com

alguns questionários respondidos e algumas rejeições na colaboração com o trabalho. No dia 4

de março de 2019 percebi que entrar e esperar que os “curiosos” ou interessados me

procurassem seria mais assertivo e foi a partir desse método que obtive maior número de

participações na pesquisa. As perguntas foram respondidas no próprio chat com o intuito de

não fugir do ambiente e possibilitar ao usuário com questionário respondido continuar

procurando companhias virtuais. Alguns responderam na sala pública no modo reservado e

outros optaram pela sala reservada:

Imagem 1.1: Abordagem inicial em sala reservada.

Fonte: Captura de tela do momento da pesquisa.


Imagem 1.2: Aplicação do questionário em sala pública no modo reservado.

Fonte: Captura de tela do momento da pesquisa.

A necessidade de entrar em salas de temas distintos também foi fundamental para chegar ao

objetivo dessa pesquisa. As salas foram escolhidas para atingir a maior diversidade de público

possível e foram acessadas de acordo com a disponibilidade de vagas: Idades - 30 a 40 anos

(23)7; Idades - 40 a 50 anos (15); Papo Sério – Cultura - Filosofia; Sexo - por faixa etária - 18

a 20 anos (2); Papo Sério – Religião – Evangélicos (9); Amizade – Desabafo (4) e Amizade –

Amizade Virtual (19).

2. Os personagens do chat Commented [C2]: Verifique o espaço entre o subtítulo e o texto

O primeiro item determinante para analisar o perfil dos usuários foi o sexo, que se

encontrou dividido entre feminino e masculino para ser o mais o objetivo possível e desta

maneira não entrar na discussão de gênero, que será desenvolvida em pesquisas à posterior. A

conclusão desses dados foi de 97,5 % de homens e 2,5% de mulheres, que analisado por outra

ótica nos traz o número de uma mulher e trinta e nove homens. Perceptivelmente o número de

7 Os números que se encontram entre parênteses dizem respeito a sala acessada.


homens que frequentam o chat supera o de mulheres. Sendo um fenômeno interessante que

visualizei no segundo dia de pesquisa, quando em dado momento a sala de sexo por faixa etária

estava com o limite de 30 usuários e o único nick que sugeria ser do sexo feminino, era o meu.

Na tentativa de entender essa disparidade podemos recorrer a várias justificativas que poderá

nos levar a um consenso.

Frequentar o chat é essencial para fundamentar essa pesquisa e durante longos meses o

venho fazendo com olhar de pesquisadora. Notavelmente, quando entra um nick feminino nas

salas, os homens aparecem “como formigas correndo atrás de doce para então devorá-lo”. Esse

tipo de comportamento demonstra um grau de desespero, como se a “presa” fosse difícil de ser

encontrada e vê-la aparecer os fazem partir imediatamente para a caça, estando dispostos a usar

toda sua criatividade para entusiasmar, e enfrentar seus concorrentes em busca de atenção da

tão extinta espécie.

As mulheres por sua vez se veem em meio a uma difícil situação, onde a escolha errada

poderá ocasionar em uma frustração e que, por vezes, faz com que elas comecem a desenvolver

diálogos com vários homens ao mesmo tempo, em busca de no fim da labuta ter a sutil certeza

de que decidiu pela melhor opção. A grande insistência mediante a falta de reciprocidade

feminina sob a primeira abordagem masculina só comprova o quão rara é a presença da mulher

nesse ambiente e transforma a supremacia dos homens em uma linha de frente de guerra, onde

a grande quantidade de disparos é inevitável para as maiores chances de atingir seu alvo.

Saber a idade é essencial para localizar socialmente esses usuários e essa pesquisa inicial

constatou a predominância de pessoas na faixa etária de 30 a 40 anos, sendo estes 50% do total,

em seguida os de 20 a 30 anos compondo 30% e, por fim, com 20% do total os de 40 a 50 anos.

Levando em consideração o ano de criação do Bate-Papo UOL, a maioria dos usuários (entre
30 e 50 anos) puderam ter conhecido o chat logo no início de sua criação, continuando com o

uso até os dias atuais - como já pude perceber em alguns diálogos estabelecidos com os usuários.

Se até a primeira metade do século XX casar jovem era tradição popular – “pelas leis

da Igreja, os rapazes podiam se casar aos catorze anos, e as meninas, aos doze. Mas essa não

era a regra. A maior parte dos jovens casava-se aos 21, enquanto as parceiras teriam por volta

de vinte8” - hoje percebemos que os objetivos pessoais ganharam outra significação e, os

estudos, a carreira e as realizações pessoais estão entre os principais objetivos de uma pessoa.

O casamento ficou para depois. Em uma pesquisa recente, a EGM Multimídia apontou que 53%

dos brasileiros são declarados solteiros, destes, mais da metade são jovens entre 13 e 29 anos.

Além disso, 80% dos solteiros são internautas e quase que a totalidade (97%) acessam redes

sociais. Diante desse enfoque, qual seria a maioria dos frequentadores do chat, solteiros ou em

algum relacionamento sério? Os dados desta pesquisa revelam que 67,5% estão sozinhos, sendo

eles solteiros ou separados/divorciados. Os formalmente casados totalizam 10% e os que estão

em algum tipo de relacionamento sério 22,5%.

Considerar o nível de escolaridade desses personagens do ciberespaço fazia parte da

base desse estudo, e foi nesse ponto que o campo me trouxe uma inusitada surpresa. Fazendo

parte do Ensino Básico, cinco participantes tinham Ensino Médio completo e apenas um deles

não completou totalmente. Trinta e quatro participantes já se formaram no Ensino Superior e

apenas sete ainda estão cursando. Com Ensino Superior completo contabilizam 32,5% dos

usuários e com Pós-Graduação 35% deles. Mas, qual foi a inusitada surpresa perante esses

dados? Predominantemente esses personagens tem Ensino Superior Completo (67,5%) e existe

uma causa para esse fenômeno vindo em minha direção. Na Física a Lei de Coulomb diz que

os corpos com cargas iguais se repelem e os corpos com cargas diferentes se atraem, a famosa

8 DEL PRIORI, 2014, p. 24.


máxima de que os opostos se atraem. Contudo, já é sabido que na prática das relações humanas,

pessoas diferentes não costumam conviver muito bem, exceto quando existe um consenso de

respeito entre elas. Nesse sentido, pessoas parecidas tendem a se relacionar com maior

facilidade. Mas o que teria a ver essa ideia com o resultado da pesquisa? Pois bem, vou

fundamentar esse fenômeno.

Partindo da ideia acima exemplificada, o grande número de participantes com nível

superior de instrução aceitando ou procurando responder o questionário demonstra claramente

uma identificação com a minha personagem apresentada no chat, “Pesquisadora”. Essas pessoas

por certo sabem da importância de pesquisas científicas, da dificuldade de tornar possível a

conclusão de um trabalho acadêmico e, provavelmente já passaram por essa situação, usando

agora de empatia para contribuir com minha tarefa. Esse grau de afinidade, por vezes, foi tão

grande, que alguns pediram informações sobre onde seriam publicados os resultados, indicaram

livros e fizeram alguns apontamentos sobre a minha investigação. Outros chegaram a pedir para

manter contato comigo, demonstrando tamanha curiosidade e empolgação pela pesquisa e a

área em que ela é desenvolvida.

Entre os motivos que levam essas pessoas a acessarem as salas de bate-papo, 60% delas

declararam ser por solidão ou tédio, a mesma porcentagem com o intuito de conversar ou se

distrair e 65% em busca de um parceiro sexual ou amoroso. Ou seja, mais da metade deles seja

por solidão, tédio, distração, busca de companhia, parceiro sexual ou amoroso, entram sempre

tentando preencher espaços vazios, assim por dizer. Por que essas pessoas transportaram para

o meio digital a função de serem felizes, ocupadas ou satisfeitas?

Zygmunt Bauman debruça-se sobre os estudos da modernidade líquida e tem trabalhos

significativos nessa temática, um deles intitulado Amor Líquido. Nessa obra, o autor atribui as

ressignificações que o amor sofreu ao longo de processos como a globalização, o capitalismo,


o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, entre outros. Os “padrões

foram baixados”, é assim que ele se refere ao amor, e isso chegou ao ponto de se tornar líquido

e dessa forma, adaptável ao ambiente em que se encontra e aos interesses que lhe cabem:

E assim é numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para
uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam
esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do
dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que
se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a “experiência amorosa” à
semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas
características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem
esforço. (BAUMAN, 2004, p. 21-22)

Seria através dessa ideia de produto que o sujeito terceiriza suas funções e faz do chat

uma válvula de escape dos momentos ruins, estressantes, entediantes e solitários, insatisfeitos

e ansiosos, gulosos por deleites infinitos.

Dos quarenta personagens apenas 30% acreditam que no fim todos os usuários estão ali

procurando falar sobre sexo ou fazer sexo virtual. Isso revela uma percepção interessante por

parte dos respondentes, já que de forma densa existe um discurso sexual predominante no Bate-

Papo UOL como um todo, por parte dos usuários, e a maioria negar que o interesse final das

pessoas ali é falar sobre sexo ou fazer sexo virtual, abre a janela para diversas outras

possibilidades de acesso, dentre elas algumas já destacadas aqui. Apesar da negação do interesse

sexual por parte dos outros participantes, mais da metade (55%) dos usuários que participaram

da pesquisa informaram usar o chat para falar de fetiches, desejos proibidos e peculiaridades

sexuais, além disso, 80% deles dizem não utilizar outros sites ou aplicativos em busca de sexo.

Um dos mais importantes nomes quando se trata de sexualidade humana é Michel

Foucault - ele que discorre sobre o tema em sua trilogia - apontando relações entre o “poder-

saber-prazer”. Para ele, a repressão secular sobre o sexo teve resposta inversa naqueles que
tinham sua sexualidade reprimida. Evitar falar sobre sexo, falar em lugares específicos e por

figuras sociais específicas, reduzi-lo à procriação, torna-lo sujo e perigoso, delimitar suas

normalidades e patologias, fez com que a vontade de saber, poder falar e fazer, e por ele e com

ele sentir prazer, só aumentassem, de forma que de tanto apertá-lo, ele acabou transbordando

por todos os lados. Desde a sexualidade das crianças até a dos loucos, de toda forma tentou-se

controlar, catalogar, reprimir, limitar e punir o sexo, mas falar dele e sobre ele era tão tentador

que causava no ouvinte prazer em ouvir e esse é um fenômeno paralelo a este ponto da pesquisa.

Ainda segundo Foucault - em seu volume A vontade do saber - a sociedade ocidental

ficou condicionada a confissão, ela apenas mudou seus espaços de fala e interpretação, saindo

do confessionário, para as clínicas médicas, consultórios psiquiátricos e psicológicos e hoje, eu

diria, tomando espaço nas plataformas de relacionamentos sociais. Os “hábitos solitários”

citados por Foucault tomam ressignificações e isso fica comprovado através do fato de esses

usuários preferirem entrar no jogo da caça em busca de um parceiro, à pesquisa direta de seu

desejo em um site de pornografia. Ele não quer mais que sua masturbação seja um ato solitário,

mas que a solidão de outro alguém se junte à dele e dessa forma se anule através do sexo virtual,

causando a falsa sensação de parceria, troca e afeto.

Esse encontro sexual virtual por vezes ocasiona no desejo de um encontro real – não

necessariamente precisa existir o uso da webcam9 , o próprio dialogo desperta desejos sexuais

instintivos nos usuários – e isso fica claro na afirmação de 85% dos usuários, ao confirmarem

que teriam um encontro real com alguém que conheceram no chat. Sendo que, 57,5% dos

respondentes não se sentem confortáveis em ficar nu na frente da webcam e nem para mandar

nudes10 . Esse prazer encontrado no discurso sexual faz com que “a intensidade da confissão

9
É uma câmera de vídeo digital conectada a um computador e é capaz de capturar vídeos, fotos e transmiti-los
pela internet. Acesso em 02 de maio de 2019. Disponível em: https://www.dicionarioinformal.com.br/webcam/
10
Nudes vem do inglês "nude" que quer dizer: pelado, sem roupa, sem vestimento, etc. Então aqui no Brasil se
popularizou o "manda nudes" que é quando alguém está pedindo fotos sua pelada. Acesso em 27 de março de
2019. Disponível em: https://www.qualeagiria.com.br/giria/nudes/
relança a curiosidade do questionário” e aura da curiosidade, da confissão, do prazer, do saber

e do poder permeia todo clima do chat, fazendo com que aquele ambiente seja terreno fértil

para encontros de sexualidades periféricas, sexualidades novas, que encontram sua satisfação

no meio virtual das salas de bate-papo.

Conclusões parciais:

Como meio de fuga social o Bate-Papo UOL serve para preencher vazios existentes em

todo e cada usuário, que ali se encontram basicamente com os mesmos objetivos e, que por via

de regra, desembocam em algo satisfatório. O sexo sempre surge em algum momento da

conversa e mesmo que esse não tenha sido o desejo inicial de busca, o prazer vindouro da

confissão e da entrega é quase inevitável. O sexo presente como discurso e prática banalizada

aponta novas formas de conceber desejos, relações e prazeres. Através dele e por ele

desencadeia-se o desejo do retorno ao chat na busca de “satisfação instantânea”, por meio do

que Bauman chama de impulso e que tem sua capacidade de satisfação reduzida, se comparada

ao desejo.

A metodologia aqui utilizada influenciou de maneira direta ou indireta nos resultados,

contudo, não cabe a este trabalho concluir nada de maneira definitiva, mas sim fazer um

panorama inicial do ambiente fértil em que se encontram os personagens dessa pesquisa.

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos, tradução de
Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
DEL PRIORI, Mary. Histórias e conversas de mulher. 2ª ed. São Paulo: Planeta, 2014.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: A vontade de saber, tradução de Maria


Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. – 3ª ed. – São Paulo: Paz e Terra,
2015. Do original francês: Histoire de la Sexualité I: La volonté de savoir.

VIEIRA, Eduardo. Os bastidores da Internet no Brasil. Barueri, SP: Manole, 2003.

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