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QUE ME PEDES

Gonçalves Dias

Tu pedes-me um canto na lira de amores,


Um canto singelo de meigo trovar?!
Um canto fagueiro já — triste — não pode
Na lira do triste fazer-se escutar.

Outrora, coberto meu leito de flores,


Um canto singelo já soube trovar;
Mas hoje na lira, que o pranto umedece,
As notas d'outrora não posso encontrar!

Outrora os ardores que eu tinha no peito


Em cantos singelos podia trovar;
Mas hoje, sofrendo, como hei de sorrir-me,
Mas hoje, traído, como hei de cantar?

Não peças ao bardo, que aflito suspira,


Uns cantos alegres de meigo trovar;
À lira quebrada só restam gemidos,
Ao bardo traído só resta chorar.

Publicado no livro Últimos Cantos (1851). Poema integrante da série Poesias Diversas.

In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora.
Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959.
MINHA DESGRAÇA
Álvares de Azevedo

Minha desgraça, não, não é ser poeta,


Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco....

Não é andar de cotovelos rotos,


Ter duro como pedra o travesseiro....
Eu sei.... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro....

Minha desgraça, ó cândida donzela,


O que faz que o meu peito assim blasfema,
E' ter para escrever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.

Publicado no livro Poesias de Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1853). Poema


integrante da série Segunda Parte.

In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora.
Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959.
IDEAL
Fagundes Varela

Não és tu quem eu amo, não és!


Nem Teresa também, nem Ciprina;
Nem Mercedes a loira, nem mesmo
A travessa e gentil Valentina.

Quem eu amo te digo, está longe;


Lá nas terras do império chinês,
Num palácio de louça vermelha
Sobre um trono de azul japonês.

Tem a cútis mais fina e brilhante


Que as bandejas de cobre luzido;
Uns olhinhos de amêndoa, voltados,
Um nariz pequenino e torcido.

Tem uns pés... oh! que pés, Santo Deus!


Mais mimosos que uns pés de criança,
Uma trança de seda e tão longa
Que a barriga das pernas alcança.

Não és tu quem eu amo, nem Laura,


Nem Mercedes, nem Lúcia, já vês;
A mulher que minh'alma idolatra
É princesa do império chinês.

Publicado no livro Vozes da América: poesias (1864).

In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora.
Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959. v.2, p.11
RISOS
Casimiro de Abreu

Ri, criança, a vida é curta,


O sonho dura um instante.
Depois... o cipreste esguio
Mostra a cova ao viandante!

A vida é triste — quem nega?


— Nem vale a pena dizê-lo.
Deus a parte entre seus dedos
Qual um fio de cabelo!

Como o dia, a nossa vida


Na aurora é — toda venturas,
De tarde — doce tristeza,
De noite — sombras escuras!

A velhice tem gemidos,


— A dor das visões passadas —
A mocidade — queixumes,
Só a infância tem risadas!

Ri, criança, a vida é curta,


O sonho dura um instante.
Depois... o cipreste esguio
Mostra a cova ao viandante!

Rio, 1858

Publicado no livro As primaveras (1859). Poema integrante da série Livro III.

In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora.
Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959.
A UM CORAÇÃO
Castro Alves

"Coração de Filigrana de Oiro"

Ai! Pobre coração! Assim vazio


E frio
Sem guardar a lembrança de um amor!
Nada em teus seio os dias hão deixado!...
É fado?
Nem relíquias de um sonho encantador?

Não frio coração! É que na terra


Ninguém te abriu... Nada teu seio encerra!
O vácuo apenas queres tu conter!
Não te faltam suspiros delirantes,
nem lágrimas de afeto verdadeiro...
É que nem mesmo — o oceano inteiro —
Poderia te encher!...

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