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O documento discute a diferença entre economia de mercado e capitalismo segundo o historiador Fernand Braudel. Braudel via a economia de mercado como trocas cotidianas, enquanto via o capitalismo como uma "corrupção" da economia de mercado que beneficiava apenas algumas classes através de privilégios, manipulação e corrupção. Ele considerava o capitalismo como um "contramercado" em oposição à economia livre de mercado.
O documento discute a diferença entre economia de mercado e capitalismo segundo o historiador Fernand Braudel. Braudel via a economia de mercado como trocas cotidianas, enquanto via o capitalismo como uma "corrupção" da economia de mercado que beneficiava apenas algumas classes através de privilégios, manipulação e corrupção. Ele considerava o capitalismo como um "contramercado" em oposição à economia livre de mercado.
O documento discute a diferença entre economia de mercado e capitalismo segundo o historiador Fernand Braudel. Braudel via a economia de mercado como trocas cotidianas, enquanto via o capitalismo como uma "corrupção" da economia de mercado que beneficiava apenas algumas classes através de privilégios, manipulação e corrupção. Ele considerava o capitalismo como um "contramercado" em oposição à economia livre de mercado.
PERGUNTA - Com a aula dada hoje sobre o texto do Braudel, me esclareceu algumas dúvidas,
porém, não consegui entender complemente o texto.
Ele cita como economia de mercado: as trocas cotidianas. E deixa como a palavra capitalismo como: corrupção, manipulação, privilégios à algumas classes. Seria essa uma explicação para a diferença entre economia de mercado e capitalismo? E a classificação de Contra-mercado seria o mesmo do capitalismo segundo Braudel? RESPOSTA você está correto! O Braudel considera o capitalismo como sendo uma deformação da economia de mercado, daí sua analogia como um contramercado. No entanto, é mais do que apenas uma deformação, pois enquanto uma estrutura à parte, e acima da economia de mercado, ela perverte a economia das trocas aparentes, buscando, em suas próprias palavras, "desembaraçar-se das regras do mercado tradicional", ou seja, da concorrência,do risco, da incerteza. O mercado tradicional, concorrente, sim, é um mercado transparente onde operam as trocas cotidianas, um mercado livre e que é ocupado por uma série de pequenos atores que concorrem entre si, sejam ofertantes ou consumidores. E para ele, esse segmento da sociedade que está acima da economia das trocas cotidianas tem origem entre os mercadores de longa distância, os financistas (agiotas), os banqueiros, que segundo Braudel: "têm a superioridade da informação, da inteligência, da cultura...e apossam-se de tudo à sua volta, de tudo que é bom de possuir - a terra, os imóveis, as rendas". Além disso, para ele, em muitas das vezes trata-se de uma anomalia do que se espera de um mercado tradicional, pois se um negociante se especializa e torna-se, rapidamente, um negociante de destaque, ele logo abandona a especialização adquirida e torna-se, por excelência, conjetural, ou seja, tem agora o poder de, de acordo com a conjuntura, de acordo com o lucro prometido, ele é capaz de migrar de um ramo para outro com tanta frequência quanto necessário for. Mas, ao fazê-lo, ele não quer o risco dessa mudança, ele se apoia na figura do Estado, se aproxima do poder. Observe a frase dele: "o capitalismo só triunfa quando se identifica com o Estado, quando ele é o Estado". Veja que frase forte e elucidativa. Tanto que ele chega a apresentar, no item IV do capítulo sugerido para leitura, outra explicação para a tese da religião, de Weber, pois, segundo ele, é essa esfera superior que muda as instituições dominantes em cada tempo: "Em princípio, a religião, força tradicional, diz não às novidades do mercado, do dinheiro, da especulação, da usura. Mas há acomodações com a Igreja. Esta não deixa de dizer não, mas acaba por dizer sim às exigências imperiosas do século. Em outras palavras, ela aceita um aggiornamento (atualização, adaptação, modernização)..." Portanto, em suma, para Braudel, a força que essa camada superior de negociantes desempenha sobre as instituições já estabelecidas, é capaz de determinar um novo arranjo social, no qual essa classe média, que, segundo Braudel, "parasitou a nobre classe privilegiada feudal por longos séculos, tirando proveito de seus erros e aproveitando e forçando novas oportunidades", recomeçou uma nova luta de poder. Para que esse processo de acumulação se realize, é preciso águas calmas, muito distantes, portanto, das turbulências, incertezas e riscos que rodeiam e se manifestam na economia de mercado. Assim, duas esferas, distintas, que não se misturam, não se reconhecem, compostas por pessoas diferentes, por atores distintos. Assim o capitalismo se ergue e domina a economia e as estruturas do quotidiano.
ECONOMIA A: trocas cotidianas de mercado
ECONOMIA B: intermediários CAPITALISMO: corrupçao da economima de mercado (contramercado), apenas alguns benefiaciados, surgimento do absolutismo e praticas mercantilistas.