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O Projeto Escola Sem Partido e seus efeitos imediatos no desenvolvimento dos princípios
da pedagogia empreendedora na educação básica.
O Projeto Escola Sem Partido e seus efeitos imediatos no desenvolvimento dos princípios
da pedagogia empreendedora na educação básica.
Tema:
O Projeto Escola Sem Partido e seus efeitos imediatos no desenvolvimento dos princípios da
pedagogia empreendedora na educação básica.
Objetivos:
Geral:
Estabelecer uma análise sobre quais os efeitos podem ser gerados pela proposta de lei “Escola
Sem Partido” no desenvolvimento dos princípios da educação empreendedora no contexto da
educação básica das escolas da rede pública de ensino.
Específicos:
Justificativa:
Metodologia
Referencial teórico:
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FAJARDO, V. et.al. “Escola sem partido”: entenda a polêmica em torno do movimento e seus projetos.
Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/entenda-a-polemica-em-torno-do-escola-sem-
partido.ghtml. Acesso em: 03 de janeiro de 2019.
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FAJARDO, V. et.al. “Escola sem partido”: entenda a polêmica em torno do movimento e seus projetos.
Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/entenda-a-polemica-em-torno-do-escola-sem-
partido.ghtml. Acesso em: 03 de janeiro de 2019.
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esquerda nas escolas brasileiras. Diante disso, os professores devem ser vigiados e
controlados no exercício de sua profissão, por meio da imposição de limites à liberdade de
cátedra – um dos pilares fundamentais do magistério. (CARA, 2016).
Para Guilherme & Picoli (2018) Os PLs do ESP operam no sentido de estabelecer e
efetivar distinção entre instrução e educação, definindo que à escola compete a primeira e à
família a segunda. Isso fica claro no disposto nos incisos VII dos art. 2os dos referidos
projetos, mas também no parágrafo único do mesmo artigo no PL n. 193/2016, no art. 3º do
PL n. 867/2015, assim como no art. 1º do PL n. 7180/2014, ao qual foi apensado o projeto de
20153. Tirando assim, a responsabilidade da escola no sentido da educação e dando a escola
apenas os princípios do conhecimento, inibindo desta maneira a escola e oferecer e constituir
um pensamento crítico perante a realidade do aluno.
Desta forma ainda de acordo com Guilherme & Picoli (2018) uma escola que só
instrui e não provoca o pensamento não possibilita ao indivíduo as condições básicas para que
possa refletir sobre o sentido de suas atitudes, sobre o sentido da instrução que possui.
Visando assim, a recriar o modelo educacional vigente no último período ditatorial brasileiro
(1964-1985), sobretudo no que se refere ao veto às discussões de gênero e à reificação dos
valores familiares, por mais antidemocráticos e anticientíficos que possam ser 4. Martins
(2003) sustenta esse argumento ao afirmar que a concepção de educação da Ditadura Militar,
além de centrada na teoria do capital humano (aquisição de habilidades técnicas), entendia
que a escola deveria reforçar, e se preciso inculcar, valores conformadores dos papéis do
homem e da mulher, além do incontestável respeito aos preceitos familiares5.
Nas palavras de Saraiva & Vargas (2017) O Escola sem partido funde estas duas
figuras ao colocar em perigo o professor que enuncia verdades que aprendeu, mas que
também fala em nome próprio. A criminalização da ação docente coloca os professores na
situação de parresiastas que não enunciam suas verdades nem na assembleia política, nem
como conselhos éticos a um governante, mas na sala de aula para seus alunos.
Gadotti (2016) cita que estamos diante de uma iniciativa que visa a retirar da escola
seu papel essencial de formar para a democracia, o que demonstra o caráter autoritário deste
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GUILHERME, A. A; PICOLI, B. A. Escola sem partido – elementos totalitários em uma democracia moderna:
uma reflexão a partir de Arendt. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v23/1809-449X-rbedu-23-
e230042.pdf. Acesso em 03 de janeiro de 2019.
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GUILHERME, A. A; PICOLI, B. A. Escola sem partido – elementos totalitários em uma democracia moderna:
uma reflexão a partir de Arendt. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v23/1809-449X-rbedu-23-
e230042.pdf. Acesso em 03 de janeiro de 2019.
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Martins, M. do C. As humanidades em debate: A reformulação curricular e a criação de novas disciplinas
escolares. In: Oliveira, M. A. T. de: Ranzi, M. F. (Orgs.). História das disciplinas escolares no Brasil:
contribuições para o debate. Bragança Paulista: Edusf, 2003. p. 141-170.
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movimento. Com isso, quer-se evitar que as crianças possam tomar a palavra. Querem
construir uma escola de egoísmos, de individualismo, de competitividade insolidária, que são
os valores do capitalismo selvagem que defendem6.
Enquanto Carreira (2016) destaca que as propostas do ESP constituem um ataque ao
princípio da pluralidade de ideias na educação, já que defendem a aprovação de leis que
vetam discussões fundamentais para a promoção da igualdade na sociedade brasileira7.
Heuser (2017) detalha que formações sociais controladoras de modos de vida e
intolerantes a diferenças de perspectivas já fizeram parte do real de nosso e de outros países,
bem como compõem muitas distopias, mas, se o PL 193 for aprovado, o controle e a
intolerância podem retornar legalmente. E se isso acontecer, é plausível que muito de nossa
cultura e nossa herança esteja ameaçado.
Uma eminente aprovação do projeto lei Escola sem partido colocará em xeque todo
processo educativo que propõe a ampliação da visão de sociedade pelos alunos, fechará as
possibilidades de se pensar a educação como instrumento de transformação e ampliação das
perspectivas sociais e principalmente inibirá a formatação de projeto de ensino direcionada a
criticidade e criatividade do aluno, sendo que, é nesse contexto que a educação
empreendedora se coloca em risco, pois, sabe-se que toda pedagogia que envolve o
desenvolvimento de um empreendedorismo educacional parte da premissa do aluno ter
condições de visualizar o horizonte social, político e econômico que se encontra mediante aos
seus olhos, dando ao mesmo a condição de constituir projetos e ações voltadas para o
empreendedorismo, seja no campo econômico ou no campo social.
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GADOTTI, Moacir. A escola cidadã frente ao “Escola sem Partido”. In: A ideologia do movimento Escola
Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso. Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São
Paulo: Ação Educativa, 2016.
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CARREIRA, Denise. No chão da escola: Conversando com famílias e profissionais da educação sobre o Escola
sem Partido. In: A ideologia do movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso. Ação
Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São Paulo: Ação Educativa, 2016.
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Referência Bibliográfica:
GADOTTI, Moacir. A escola cidadã frente ao “Escola sem Partido”. In: A ideologia do
movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso. Ação Educativa
Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São Paulo: Ação Educativa, 2016.
NECK, Heide M.; GREENEE, Patricia G.. Entrepreneurship Education: Known Worlds
and New Frontiers. Journal of Small Business Management, 2011.