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RESUMO
O final do século XX foi marcado pela Terceira Revolução Científica Tecnológica, caracterizando o
início do século XXI pelo uso intenso da tecnologia da informação em todas as esferas da
sociedade. Assim, neste contexto de “explosão da internet” muitos aderiram a esta nova forma de
entretenimento, de ludicidade e de “convívio social”, sobretudo crianças e adolescentes. Entretanto,
essa utilização por vezes ocorre de forma desordenada, ou seja, dados pessoais, imagens e
informações confidenciais são expostas sem o devido cuidado, submetendo todos aqueles que
fazem o uso das redes sociais aos possíveis riscos advindos ou a prejuízos de ordem social e
patrimonial. Com a finalidade de estudar os riscos existentes no uso da tecnologia, mais
especificamente da internet, este projeto teve como objetivo central analisá-los com foco voltado
para suas consequências no cotidiano de adolescentes do ensino médio e do ensino fundamental na
cidade de Campina Grande/PB, em virtude de como estes utilizam a internet. O modelo de pesquisa
adotado abarcou dois métodos de investigação, com abordagem quantitativa/qualitativa. O estudo
utilizou os procedimentos técnicos de coleta de dados de uma pesquisa de campo, ou seja, aplicando
um questionário com perguntas fechadas e abertas. A pesquisa contribuiu em diversos aspectos
relativos à segurança do uso da internet, especialmente no que se refere aos dados pessoais destes
adolescentes, dando destaque à privacidade na rede de computadores. Com os seus resultados,
vislumbrou-se que, diante de todas as facilidades existentes no acesso a web, os jovens
campinenses, ainda que orientados por seus pais e por sua escola, não se preocupam com as
informações que publicam na internet, tampouco tem a dimensão das implicações que estas
exposições poderão causar. Assim, o grande dilema está em acompanhar a evolução das novas
tecnologias, de modo que se torna evidente e necessário o desenvolvimento de mecanismos de
controle não apenas repressivo, mas, sobretudo, preventivo no caso de ocorrer futuras condutas
lesivas aos direitos da personalidade dos adolescentes.
1
Acadêmica do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA. E-mail:
najilabezerra@hotmail.com.
2
Doutora em Direito Civil, com menção de doutorado europeu pela Universidade de Granada. E-mail:
douettes@hotmail.com.
3
Mestrando em Direito Civil pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
falecom@alexandreleal.com.
PRIVACY AND RISK: USING THE INTERNET FOR ADOLESCENTS IN THE CITY OF
CAMPINA GRANDE/PB
ABSTRACT
The end of the 20th century was marked by the Third Technological Scientific Revolution, and
featured in the early days of 21st century the intensive use of information technology in society as a
whole. Thus, in this context of the "internet explosion" many have joined this as a new type of
entertainment, playfulness and yet as a "digital social life", especially children and adolescents.
However, such use often occurs in a disorderly manner, where personal data, images and
confidential information are exposed without any care, subjecting those who make use of social
networks to potential risks or damage in their social order and balance. In order to research the risks
of the use of this technology, specifically the internet, this project was mainly aimed to analyze
them, maintaining focus in its consequences, the daily lives of adolescents in high school, and
elementary school, in the city of Campina Grande / PB, due to how they use the internet. The
research model adopted encompassed two methods of researches with quantitative and qualitative
approach. The research used the technical procedures for data collection of field research, applying
a questionnaire with closed and open questions, and contributed in various aspects concerning to the
safety use of the internet, especially with regard to the personal data of this adolescents,
highlighting privacy on the computer network. With the results, we saw that before all the existing
facilities of access to the web, these young citizens, although guided by their parents and their
school, do not care about the information they publish on the Internet, nor has the size of the
implications that these exposures may cause. So the big dilemma is to monitor the evolution of new
technologies, when it becomes evident, and necessary, to develop control mechanisms not only
repressive, but mainly preventive in the context of future harmful behaviors that can damage the
Personality Rights of these adolescents.
Keywords: Right to privacy. The internet use. Risks to adolescents. Research. Campina Grande/PB.
INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Essas condutas devem ser regidas pelo direito porque têm a capacidade de gerar não
somente graves problemas para aquelas pessoas a que esta pesquisa se refere, mas, igualmente,
conduzem o Estado à tarefa de repensar a tutela de proteção de dados pessoais no meio virtual.
Assim como estabelece a Escola Nacional de Defesa do Consumidor (2010), não somente se deve
garantir uma liberdade negativa à pessoa, no sentido de não expor seus dados, como também
garantir uma liberdade efetiva de escolher o destino e o uso de suas próprias informações pessoais.
Dentro dessa perspectiva, a tutela social e jurídica pode ser diferenciada em razão da
hipossuficiência de um grupo dentro de uma faixa de idade considerado vulnerável do ponto de
vista jurídico e social, como é o caso de crianças e adolescentes que carecem de cuidados especiais
(ROSATO, LÈPORE, SANCHES, 2012, p. 57). Nesses casos, incluem-se os adolescentes, que
segundo o artigo 1° do Estatuto da Criança e Adolescente, são os que estiverem compreendidos na
faixa etária entre 12 e 18 anos.
Com efeito, a percepção dos perigos pelo mau uso da internet por parte desses jovens pode
ser reduzida. Indagou-se, portanto, quais os possíveis riscos para a privacidade dos adolescentes
com o uso da internet. Não se pode negar que os novos perigos surgem, especialmente para os
Direitos Fundamentais, bem como, especificamente, os direitos da personalidade, com o acesso às
novas tecnologias. Nesse sentido, a doutrina defende que:
Mesmo diante da grande relevância do direito à informação (...), é visível que, nos tempos
modernos, em razão do desenvolvimento de novas tecnologias nos meios de comunicação, as
situações de conflito com outros direitos de personalidade, como a honra, a privacidade,
a intimidade, o nome e a imagem, têm aumentado assustadoramente. (PALHARES,
2008, p. 49) (grifos nossos)
Ademais, quando se trata de crianças e adolescentes, a preocupação deve ser especial, pois
estas estão em fase de desenvolvimento psicológico e o convívio com os meios sociais influenciam
substancialmente na formação da sua personalidade.
Nesse sentido, o estudo dos direitos da personalidade requer a compreensão do ser humano
em duas dimensões: a privada, representada por todos os caracteres físicos e psíquicos de cada
pessoa tais como a honra, a intimidade, a vida privada, a consciência e a opinião; e a pública,
representada pela interação dos indivíduos no grupo social. Essas dimensões não são estanques e
não podem ser consideradas isoladamente, pois todo e qualquer indivíduo as apresentam de maneira
simultânea, uma dependendo da outra, uma interferindo na outra. Essa interdependência revela-se,
por exemplo, no fato de que a formação da personalidade de cada indivíduo é condicionada pelas
informações que ele troca com o meio social. (PALHARES, 2008, p. 42-43) (grifos acrescidos).
Nesse contexto, a facilidade do acesso à informação e da interação com diferentes grupos
sociais que a internet proporciona aos adolescentes, enseja uma maior influência do meio público na
formação da personalidade destes. É em razão dessa esfera pública que se torna primordial e
urgente a tutela jurídica dos direitos da personalidade dos jovens na utilização da Grande Rede.
Portanto, a presente pesquisa mostra-se proeminente na medida em que possibilita que a
problemática apontada neste estudo seja solucionada de forma concreta e eficaz. Defende-se o
posicionamento de que a rede não pode ser controlada pela tentativa de proibição de acesso à
informação, mas pela maior socialização dos usuários nas formas adequadas e seguras de sua
utilização.
Inicialmente, é importante salientar que há uma grande pesquisa sobre este assunto no
período de abril a junho de 2012, feita pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e
Comunicação, juntamente com o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR e pode ser
encontrada no site <http://cetic.br/usuarios/kidsonline/2012/criancas.htm>. Esta pesquisa teve como
objetivo levantar informações sobre o uso da internet feito por crianças e adolescentes e o hábito
cotidiano de uso nas redes sociais; as habilidades para o uso seguro e o fornecimento de
informações pessoais para outras pessoas.
Através do link <http://cetic.br/usuarios/kidsonline/2012/apresentacao-tic-kids-2012.pdf> é
possível analisar os resultados obtidos por meio das pesquisas. Este trabalho tem como desfecho a
publicação do livro, disponível virtualmente, “TIC Kids Online Brasil 2012 – Pesquisa sobre o uso
da internet por crianças e adolescentes no Brasil”, composto por diversos artigos com diversos
colaboradores, com o intuito de alertar a sociedade sobre os riscos que podem vir a ser causados
com a falta de segurança do uso da internet por crianças.
3. METODOLOGIA
Com base em seus objetivos, pode-se caracterizar o estudo como exploratório e descritivo.
De um lado, buscou-se conhecer os principais riscos existentes para os jovens adolescentes em
decorrência da forma como estes usam a internet, ao mesmo tempo em que foi caracterizado o perfil
sócio-demográfico daqueles alunos com a finalidade de levantar determinadas variáveis; foram
descritas as características inerentes ao grupo quanto ao uso da internet.
O modelo de pesquisa adotado abarcou dois métodos de investigação, com abordagem
quantitativa/qualitativa. O estudo utilizou os procedimentos técnicos de coleta de dados de uma
pesquisa de campo, ou seja, aplicando um questionário com perguntas fechadas e abertas.
A presente pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética do Centro de Ensino
Superior e Desenvolvimento (CESED), uma vez que o estudo envolveu diretamente seres humanos,
conforme estabelece as diretrizes da Resolução n°. 466, de 12 de dezembro de 2012.
4. ANÁLISES
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, Gustavo Testa. Aspectos jurídicos da internet/ Gustavo Testa Corrêa. – 4. ed. ver. e
atual. – São Paulo: Saraiva, 2008.
Facebook revela total de usuários de Whatsapp, Instagram, vídeos e mais. Disponível em:
<http://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2015/04/facebook-revela-total-de-usuarios-de-
whatsapp-instagram-videos-e-mais.html>. Acesso em: 22 de junho de 2015.
FARIAS, Cristiano de. ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: v.1: parte geral e LINDB. 12.
ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2014.
GODOY, Cláudio Luiz Bueno de. A liberdade de imprensa e os direitos da personalidade. São
Paulo: Atlas, 2001.
SPADARO, Antonio. Web 2.0: redes sociais. 1. Ed. São Paulo: Paulinas, 2013.