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O TCU E O

DESENVOLVIMENTO
NACIONAL
Contribuições para
a Administração Pública
República Federativa
República Federativa do
do Brasil
Brasil
Tribunal de Contas da União
Tribunal de Contas da União

MINISTROS

Raimundo Carreiro, Presidente


José Múcio Monteiro, Vice-Presidente
Walton Alencar Rodrigues
Benjamin Zymler
Augusto Nardes
Aroldo Cedraz
Ana Arraes
Bruno Dantas
Vital do Rêgo

MINISTROS-SUBSTITUTOS

Augusto Sherman Cavalcanti


Marcos Bemquerer Costa
André Luís de Carvalho
Weder de Oliveira

MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TCU

Cristina Machado da Costa e Silva, Procuradora-Geral


Lucas Rocha Furtado, Subprocurador-geral
Paulo Soares Bugarin, Subprocurador-geral
Marinus Eduardo De Vries Marsico, Procurador
Júlio Marcelo de Oliveira, Procurador
Sérgio Ricardo Costa Caribé, Procurador
Rodrigo Medeiros de Lima, Procurador
O TCU E O
DESENVOLVIMENTO
NACIONAL
Contribuições para
a Administração Pública

Edição 2017
Apresentação do
Presidente do TCU

4 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Apresentação

O
cidadão brasileiro, inserido em um mo- ta as restrições orçamentárias impostas pela
mento de restrições orçamentárias, cla- Emenda Constitucional nº 95, o TCU pas-
ma por eficiência e por serviços públi- sou a encaminhar anualmente ao Congresso
cos de qualidade, bem como por uma sociedade Nacional, Relatório de Políticas e Programas
livre das mazelas da corrupção, que minam os de Governo (RePP) contendo avaliações de po-
recursos que deveriam ser empregados para a líticas e programas públicos, com o objetivo de
melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos. promover a qualidade do gasto e de contribuir
para a efetividade do setor público em benefí-
Com efeito, mostra-se cada vez mais crucial cio da sociedade.
que o Tribunal de Contas da União (TCU) –
diante das competências atribuídas pela Carta Assim, acreditando que a razão da existência do
Magna e de sua missão institucional de apri- TCU engloba não somente o fomento ao apri-
morar a Administração Pública em benefício moramento, mas também ao desenvolvimento
da sociedade – contribua, de forma crescente, da Administração Pública e consequentemen-
para a transformação social e para o desenvol- te da nação, demos continuidade ao trabalho
vimento do país. iniciado pela gestão passada. A presente publi-
cação traz o entendimento atual do TCU, con-
A propósito, foi com essa necessidade de trans- templando os julgados mais recentes, acerca das
formação e com o desenvolvimento nacional em medidas a serem adotadas em setores estratégi-
mente que definimos as principais diretrizes da cos a fim de que seja possível alavancar o desen-
atual gestão do Tribunal. Desse modo, logo no volvimento do país.
início do ano, foi determinando que se priori-
zem ações de controle que visem ao combate a Reforço a importância de que quaisquer ações,
fraude e corrupção, bem como aquelas com foco sejam proposições dessa Casa ou iniciativas do
na avaliação de eficiência e na melhoria dos resul- Executivo, devem considerar os Objetivos do
tados da atuação governamental. Desenvolvimento Sustentável (ODS), base para
o planejamento estratégico e implementação de
A gestão passada dessa Casa, agindo de forma ações durante os próximos 15 anos.
proativa e com intuito de contribuir para o de-
senvolvimento nacional, teve a preocupação de Os desafios econômicos, sociais e ambientais
compilar em um único documento uma síntese propostos pela Agenda 2030, em função de
de proposições de cunho estratégico emanadas sua transversalidade e complexidade, dificil-
por essa Corte de Contas para diversos setores mente serão superados se forem tratados iso-
de governo. ladamente por organizações, políticas e meca-
nismos fragmentados.
As propostas de melhoria apresentadas foram
extraídas de acórdãos resultantes de trabalhos Diante desse contexto, o TCU realizou auditoria
relevantes que avaliaram o uso dos recursos para avaliar a preparação governamental para im-
governamentais com impactos diretos para o plementar os ODS. Esse trabalho busca estimu-
cidadão. São resultado de ações de controle e lar a adoção de uma visão sistêmica que permita
decorrem de uma análise ampla em macro se- identificar soluções para problemas complexos,
tores como finanças públicas, gestão pública, e a necessidade de uma abordagem integrada de
ambiente regulatório, infraestrutura, desen- governo como alternativa para uma atuação mais
volvimento econômico, meio ambiente, saúde, coordenada, coerente e sinérgica do poder públi-
educação, previdência, assistência social, segu- co, evitando, ou pelo menos, diminuindo ações
rança pública e defesa nacional. fragmentadas, duplicadas ou sobrepostas.

Ademais, em atendimento ao disposto na Lei Ciente da relevância dos ODS para a melhoria
de Diretrizes Orçamentárias e tendo em vis- das estruturas governamentais, o TCU identifi-

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 5


Apresentação

cou a necessidade de definir um planejamento tempo em função da ausência de ações de controle


de longo prazo como projeto nacional para o ou intervenção do estado para sua solução.
país. Isso porque, em que pese a existência, no
cenário brasileiro, de planos setoriais de médio A criação da “Lista de Alto Risco” se transfor-
e de longo prazo, ainda se nota que ao Plano mará em uma ferramenta central para priori-
Plurianual se atribui um caráter de planejamen- zação e foco dos trabalhos desenvolvidos pelo
to duradouro, embora este instrumento se res- Tribunal. Representa uma mudança no modo
trinja a apenas quatro anos e não seja integrado como o TCU prioriza e planeja seus trabalhos.
tampouco multinível. A abordagem baseada em risco é um processo
sistemático que deverá permitir que concentre-
Por fim, cabe registrar que o TCU desenvol- mos nossos esforços, ainda mais, nas áreas e nos
veu uma “Lista de Alto Risco” da Administração problemas considerados mais relevantes pela
Pública Federal com o objetivo principal de apre- sociedade brasileira.
sentar ao Congresso Nacional, à Administração
Pública e à sociedade brasileira, de modo conso- Espera-se, assim, que o TCU ofereça à
lidado ou por função de governo, os órgãos e en- Administração Pública uma contribuição para o
tidades que representam um alto risco operacio- aperfeiçoamento dos serviços públicos, ao mes-
nal ou financeiro devido às suas vulnerabilidades mo tempo em que se coloca aberto para o diálogo
à fraude, ao desperdício, ao abuso e ao seu mau com o Executivo e demais poderes da União, para
gerenciamento ou, ainda, em função de seu im- a formulação de propostas de trabalhos que coo-
pacto para existência de situações-problemas con- perem para o desenvolvimento nacional.
sideradas crônicas ou graves. Por grave podemos
entender o potencial da situação-problema gerar A íntegra de todas as deliberações mencionadas
impactos sociais e econômicos significativos, além podem ser obtidas em www.tcu.gov.br.
de apresentarem tendência de piora ao longo do

Brasília, novembro de 2017

Raimundo Carreiro
Presidente do Tribunal de Contas da União

6 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Nome setor

Sumário

Finanças Públicas 8

Gestão Pública 11

Ambiente Regulatório 14

Infraestrutura 17

Desenvolvimento
Econômico 21

Meio Ambiente 25

Saúde 27

Educação 29

Previdência 31

Assistência Social 33

Segurança Pública
e Defesa Nacional 35

7
Finanças
Públicas

A
retomada do crescimento econômico in- reduzindo as despesas financeiras e a dívida pú-
clusivo e sustentável depende da realiza- blica. Em conjunto, essas são condições essenciais
ção de ajustes céleres e contundentes na para elevar a taxa de investimento da economia
gestão das finanças públicas, notadamente com brasileira, que caiu para 16,4% no último exercí-
os propósitos de assegurar a reversão da trajetó- cio, e assim contribuir para a reversão do cenário
ria de crescimento acelerado da dívida soberana, recessivo de 2015-2016, abrindo caminho para
retomar a confiança dos agentes econômicos e reformas estruturantes (inclusive do marco re-
permitir o financiamento adequado das diversas gulatório das finanças públicas, adequando-o às
políticas públicas de interesse nacional. melhores práticas nacionais e internacionais), de
forma a possibilitar um crescimento sustentável:
Ao longo de 2016, a dívida bruta, indicador interna- melhoria da governança fiscal, desburocratização
cionalmente aceito para aferir a saúde financeira de e elevação da eficiência tributária, aumento da
um país, alcançou 70% do PIB, com um crescimen- qualidade do gasto, aperfeiçoamento do planeja-
to de 4,5 pontos percentuais em apenas um ano, mento e do orçamento público, reequilíbrio das
cujo resultado financeiro foi deficitário em mais de contas dos entes subnacionais.
meio trilhão de reais. Em que pese a queda acentu-
ada de arrecadação, associada à forte recessão eco- A constituição de um ambiente de transparên-
nômica, influem nesse desequilíbrio o crescimento cia, planejamento, equilíbrio fiscal e elevação da
real constante das despesas ao longo dos últimos produtividade revela-se, enfim, não um propósito
anos e a concessão de renúncias fiscais em ritmo em si mesmo; ao contrário, trata-se do estabele-
acelerado – os benefícios tributários, financeiros e cimento de fundamentos seguros para a elevação
creditícios atingiram 6% do PIB no último exercício. da competitividade nacional, da atração de novos
e crescentes investimentos internos e estrangeiros
O impacto da dívida pública, associado ao au- e da sustentabilidade das políticas econômicas e
mento de despesas, à queda da arrecadação e às sociais necessárias ao desenvolvimento do país.
restrições orçamentárias impostas pela Emenda
Constitucional nº 95, limitaram a quantidade de O TCU, como parte fundamental da estrutura de
recursos disponíveis para a aplicação em políti- governança da União, pode contribuir no enfre-
cas e programas públicos, tornando necessária e tamento dos desafios atuais e futuros das finanças
premente a melhoria dos mecanismos de coorde- públicas. Seja por meio de auditorias, diagnós-
nação, planejamento, monitoramento e avaliação ticos, cooperação técnica, relatórios sistêmicos
de políticas e programas públicos. e análises de contas consolidadas, o TCU pode
ampliar a transparência e a confiança nas infor-
Tais medidas, associadas a estabilização das des- mações financeiras, evidenciar riscos, propor al-
pesas públicas e melhoria da arrecadação, podem ternativas e fornecer subsídios técnicos para qua-
propiciar condições para o decréscimo relevante lificar as discussões e decisões da sociedade, do
dos juros básicos sem descontrole inflacionário, Congresso Nacional e do Governo Federal.

8 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Finanças Públicas

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Aprimorar a governança da gestão orça- • Aprimorar a governança e a gestão das re-


mentária e da política fiscal, implantando o núncias de receitas, incluindo definição de
Conselho de Gestão Fiscal previsto na LRF, a objetivos, indicadores e metas para políticas
Junta de Execução Orçamentária e institucio- financiadas com gastos tributários e ado-
nalizando os processos decisórios na admi- ção de critérios meritórios para concessão e
nistração orçamentária e financeira (Acórdãos manutenção de benefícios fiscais (Acórdãos
1274/2013-TCU-Plenário, relator Min. José 793/2016-TCU-Plenário e 1205/2014-TCU-
Jorge, e 803/2017-TCU-Plenário, relator Min. Plenário, relator Min. Raimundo Carreiro,
Bruno Dantas). 809/2014-TCU-Plenário, relator Min. Benjamin
Zymler, e 747/2010-TCU-Plenário, relator
• Reformar a estrutura, as normas e os proces- Min. Augusto Nardes).
sos de recuperação de créditos tributá-
rios, desde a cobrança realizada pela Receita • Gerenciar os riscos orçamentários com o pro-
Federal até as instâncias no âmbito do pósito de assegurar a integridade, a transpa-
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais rência e a eficiência na gestão do orçamento
(Carf) e da Procuradoria-Geral da Fazenda público (Acórdão 927/2015-TCU-Plenário,
Nacional (PGFN) (Acórdãos 2429/2011-TCU- relator Min. Augusto Nardes).
Plenário, relator Min. Walton Rodrigues,
2574/2012-TCU-Plenário, relator Min. Valmir • Buscar projeções orçamentárias mais realis-
Campelo, 1076/2016-TCU-Plenário, relator tas, com base em parâmetros econômicos
Min. Raimundo Carreiro, e 1320/2017-TCU- confiáveis, conforme os princípios da gestão
Plenário, relator Min. Bruno Dantas). fiscal planejada e transparente (Acórdãos
3013/2014-TCU-Plenário e 1723/2015-TCU-
• Definir limites para a Dívida Pública Federal e Plenário, relator Min. José Múcio,
metodologia de cálculo dos Resultados Fiscais 41/2016-TCU-Plenário, relator Min. Walton
previstos na LRF (Acórdão 7469/2012-TCU- Rodrigues, e 746/2017-TCU-Plenário, relator
1ª Câmara, relator Min. Augusto Nardes). Min. Bruno Dantas).

• Editar proposta legislativa para estabele- • Aprimorar as relações financeiras intergover-


cimento de “diretrizes e bases do plane- namentais, incluindo a gestão das dívidas dos
jamento do desenvolvimento nacional estados e municípios e a concessão de garan-
equilibrado”; aprimoramento do modelo tias pela União a entes da federação (Acórdãos
do Plano Plurianual; e orientação acerca de 2186/2013-TCU-Plenário, relator Min. Valmir
processos e requisitos para aprovação, Campelo, 1093/2013-TCU-Plenário, relator
acompanhamento e aferição de resulta- Min. José Jorge, e 3043/2012-TCU-Plenário,
do de políticas e programas públicos. relatora Min. Ana Arraes).
(Acórdão 2127/2017-TCU-Plenário, rela-
tor Min. Marcos Bemquerer). • Aprimorar a institucionalização do sistema
de planejamento, incluindo proposição de
• Planejar e executar o orçamento e a pro- legislação complementar para dispor sobre
gramação financeira de programas de Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes
governo operados por bancos federais Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária
de forma tempestiva, em cumprimento à Anual (LOA) e sobre diretrizes para os
Lei de Responsabilidade Fiscal (Acórdãos planos nacionais e regionais de desenvolvi-
825/2015-TCU-Plenário, relator Min. José mento (Acórdão 3580/2014-TCU-Plenário,
Múcio, e 3297/2015-TCU-Plenário, relator relator Min. Raimundo Carreiro).
Min. Bruno Dantas).

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 9


Finanças Públicas

• Adotar medidas para a redução dos restos a


pagar, em atenção ao princípio da anualida-
de orçamentária e à qualidade do planeja-
mento e da gestão governamental (Acórdãos
2823/2015-TCU-Plenário, relator Min. José
Múcio, e 272/2017-TCU-Plenário, relator
Min. Bruno Dantas).

• Garantir a confiabilidade do Balanço Geral da


União (BGU), por meio da prevenção e cor-
reção de distorções, em especial quanto aos
passivos atuariais de inativos e pensões mili-
tares, passivos contingentes e outras estima-
tivas contábeis (Acórdãos 1979/2012-TCU-
Plenário, relator Min. Valmir Campelo,
158/2012-TCU-Plenário, relator Min.
Raimundo Carreiro, 3608/2014-TCU-
Plenário, relator Min. Aroldo Cedraz,
2461/2015-TCU-Plenário, relator Min.
Augusto Nardes, 2523/2016-TCU-Plenário,
relator Min. José Múcio, e 1320/2017-TCU-
Plenário, relator Min. Bruno Dantas).

10 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Nome setor

Gestão
Pública

O
custo Brasil é reconhecido pela sociedade Nesse sentido, pode-se destacar a implantação
como um dos graves problemas enfrenta- e o aperfeiçoamento do Sistema de Escrituração
dos pelo país, reduzindo a sua produtivi- Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
dade e afetando a sua competividade no cenário Trabalhistas (eSocial), que simplifica a vida dos
internacional. Entre os principais componentes cidadãos e das empresas a partir da unificação
desse custo está a exagerada burocracia, represen- das bases com informações previdenciárias, tra-
tada, em grande parte, pela complexidade desne- balhistas e fiscais.
cessária do arcabouço normativo e por processos
de trabalho ineficientes. Além disso, não há cla- O poder público não pode permanecer es-
reza acerca de quais serviços públicos devem ser tagnado e preso a modelos ultrapassados de
entregues à população, qual o responsável e com informatização, com excessiva replicação e de-
que nível de prioridade e qualidade. Por fim, há sarticulação de esforços entre as organizações
uma vasta gama de serviços ofertados que não são públicas. Embora a publicação da Política de
otimizados pelo uso da tecnologia da informação Governança Digital (Decreto 8.638/2016) tenha
(TI), colocando o Brasil em posição amplamente representado um avanço na área, assim como
desvantajosa, 51º lugar no ranking mundial de o decreto sobre compartilhamento de bases de
adoção de serviços públicos em meio digital. dados (Decreto 8.789/2016) e o que instituiu
a Plataforma de Cidadania Digital (Decreto
A modernização do Estado brasileiro nessa área 8.936/2016), ainda é necessário rediscutir o
passa necessariamente pela melhoria da capaci- desenho institucional da TI pública. Urge de-
dade de planejamento e viabilização da inovação finir e estruturar a liderança desse processo,
com uso de tecnologia. Novas normas que favo- de forma a viabilizar o alcance de disposições
recem a reestruturação da administração federal traçadas na Política e a garantir a efetividade dos
já vêm sendo publicadas, tais como a Instrução demais instrumentos, como o compartilhamen-
Normativa Conjunta MP/CGU 1/2016, que induz to de capacidade de serviço, a priorização de
à governança, aos controles internos e à gestão serviços públicos em meio digital, o foco nas
de riscos, e a Instrução Normativa MP 5/2017, necessidades da sociedade, a inovação e o com-
que substituiu a Instrução Normativa MP 2/2008 partilhamento da produção de serviços com a
incluindo procedimentos para aquisição de ser- sociedade e o mercado, no modelo de governo
viços já aplicados com sucesso na área de tecno- como plataforma.
logia da informação.
Transformações disruptivas como as que o setor
Há necessidade de uso intensivo da TI como público precisa fazer atualmente só são possíveis
força propulsora da economia, fator de otimiza- quando se conta com profissionais competentes,
ção da produtividade e alavanca para a desbu- de atitude genuinamente ética e altamente com-
rocratização e modernização dos serviços pres- prometidos com a inovação e a melhoria. Por
tados pelo Estado em benefício da população. isso, tanto a escolha de líderes capazes quanto a

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 11


Gestão Pública

seleção de equipes de trabalho adequadas são um tados institucionais, com consequente for-
fator crítico de sucesso. talecimento da estrutura de Governança das
organizações públicas.
Em sintonia com tais preceitos, surge a neces-
sidade de fortalecer os meios para que o Centro Nesse sentido, um ator que merece destaque são
de Governo possa atuar de forma mais eficien- as auditorias internas, às quais deve ser garanti-
te na condução das prioridades estratégicas de da independência, para que possam promover a
governo. Outra necessidade é a de aprimorar contento a missão de avaliar e melhorar as opera-
os mecanismos de Liderança, Estratégia e ções de uma organização, adicionando valor aos
Accountability em busca de melhores resul- negócios públicos.

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Alçar os esforços de modernização go- Min. Benjamin Zymler, 2362/2015-TCU-


vernamental e de estabelecimento de um Plenário e 2569/2014-TCU-Plenário, relator
Governo 100% Digital ao mais alto nível de Min. Augusto Nardes, e 1386/2006-TCU-
priorização entre os programas de governo, Plenário, relator Min. Bruno Dantas).
de forma a promover ganhos de agilidade e
eficiência na produção de serviços digitais, • Prover e disponibilizar uma plataforma
a reduzir a burocracia dos serviços públicos única de informações do Estado em for-
e a entregar melhores serviços ao cidadão. mato aberto, com o intuito de possibilitar
Essa missão exigirá estruturar a lideran- a utilização direta e compartilhada dos
ça desse processo em organizações com dados públicos disponíveis em órgãos ou
recursos orçamentários, mandato, capaci- entidades da Administração no processo de
dade normativa e operacional adequados elaboração, gestão e avaliação de políticas
(Acórdãos 1739/2015-TCU-Plenário, relator públicas. A iniciativa se justifica pela alta
Min. Benjamin Zymler, 2362/2015-TCU- complexidade e interdependência das ações
Plenário e 2569/2014-TCU-Plenário, relator que a União, Estados e Municípios precisam
Min. Augusto Nardes, e 1386/2006-TCU- executar para prover melhores serviços para
Plenário, relator Min. Bruno Dantas). a sociedade (Acórdãos 2569/2014-TCU-
Plenário, relator Min. Augusto Nardes, e
• Redesenhar o modelo de informatização 2903/2015-TCU-Plenário, relator Min.
do setor público, rediscutindo a divisão de Augusto Sherman).
papeis entre as unidades de TI dos órgãos,
as empresas públicas de TI e o mercado, • Fomentar a abertura de dados governamen-
de forma a reduzir o grau de ineficiência, tais e o desenvolvimento de ecossistema de
replicação e desarticulação atualmente ob- negócios em torno desses dados, a fim de
servado. É preciso identificar demandas promover a transparência e estimular o enga-
de tecnologias  da  informação  e comuni- jamento popular, além de potencializar a ge-
cação comuns às diversas organizações ração de produtos, serviços, emprego e renda
públicas, avaliando o provimento de modo (Acórdão 2569/2014-TCU-Plenário, relator
padronizado ou centralizado de soluções Min. Augusto Nardes).
e de infraestrutura, inclusive na forma
de serviços em nuvem. Por fim, é preciso • Modernizar e empoderar a gestão de pesso-
procurar resolver, de maneira assertiva e as no setor público, especialmente quanto:
definitiva, a falta de integração entre siste- à definição do perfil profissional desejado
mas, processos e informações do governo para posições críticas de liderança (incluin-
(Acórdãos 1739/2015-TCU-Plenário, relator do requisitos de atitude ética e de compe-

12 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Gestão Pública

tências técnicas e gerenciais) e adotar meca- • Estabelecer modelo de processo de aquisi-


nismos para que o processo de escolha dos ções de bens e serviços para a Administração
ocupantes dessas posições utilize o critério Pública, estruturado com as fases planeja-
definido; e à formalização de processo de mento institucional e das contratações (que
planejamento da força de trabalho, de modo conduz ao Plano de Compras/Contratações),
a melhor selecionar e distribuir as pessoas planejamento da contratação (que conduz
disponíveis, evitando excessos e faltas, ga- aos Estudos Técnicos Preliminares e ao
rantindo os perfis adequados e favorecendo Termo de Referência/Projeto Básico), sele-
o aumento do desempenho das pessoas. ção do fornecedor (que conduz ao contrato
(Acórdãos 2212/2015-TCU-Plenário, relator assinado), e gestão do contrato (que conduz
Min. Vital do Rêgo). à satisfação da necessidade originalmente
identificada), incluindo mecanismos de ges-
• Estabelecer formalmente estrutura, papéis e tão de riscos e controles internos suficientes e
responsabilidades de Centro de Governo que favorecendo a abertura das compras públicas
definam e monitorem os principais objetivos ao mercado internacional, de modo a am-
do país (especialmente no longo prazo, resga- pliar a competição e a ter acesso às melho-
tando o planejamento estratégico nacional e o res e mais modernas tecnologias (Acórdãos
gerenciamento de grandes projetos), intervin- 551/2016-TCU-Plenário, relator Min. Vital
do, quando necessário, para garantir o alcance do Rêgo, e 2622/2015-TCU-Plenário, relator
dos resultados, como forma de resgatar a cre- Min. Augusto Nardes).
dibilidade perante a sociedade. (Referencial
para Avaliação da Governança do Centro de • Aperfeiçoar as normas e procedimentos das
Governo, Acórdão 2970/2015-TCU-Plenário, operações de descentralização de recursos fe-
relator Min. Raimundo Carreiro). derais (transferências voluntárias, transferên-
cias fundo-a-fundo, emendas parlamentares
• Instituir modelo de governança para apri- etc.), investindo fortemente no acompanha-
morar a atuação das organizações públicas, mento on-line da execução, no controle dos
adotando a gestão de riscos e de controles in- saldos e na gestão dos riscos de tais opera-
ternos. (Acórdãos 1273/2015-TCU-Plenário, ções (Acórdãos 544/2016-Plenário, relator
relator Min. Augusto Nardes, 41/2015-TCU- Min. Raimundo Carreiro, e 539/2016-TCU-
Plenário, relator Min. Raimundo Carreiro, Plenário, relator Min. Benjamin Zymler).
e 2467/2013-TCU-Plenário, relator Min.
Benjamin Zymler). • Aperfeiçoar o funcionamento do Sistema
eSocial, privilegiando a simplificação dos
• Priorizar o identificador único nacional, procedimentos com foco na usabilidade e
registro de identidade civil (RIC), para as acessibilidade do Sistema de forma a permi-
pessoas naturais, permitindo a diminui- tir a unificação da prestação das informações
ção da burocracia imposta ao cidadão que referentes à escrituração das obrigações
precisa lidar com diversos números iden- fiscais, previdenciárias e trabalhistas, tendo
tificadores e a redução de fraudes de toda por finalidade padronizar, em âmbito nacio-
ordem, inclusive em benefícios sociais, es- nal, a transmissão, validação, armazenamen-
pecialmente se acompanhada de biometria to e distribuição das informações associadas
(Acórdãos 2812/2009-TCU-Plenário, rela- (Acórdão 105/2016-TCU-Plenário, relator
tor Min. Vital do Rêgo, 2367/2013-TCU- Min. Raimundo Carrero).
Plenário, relator Min. Benjamin Zymler,
e 2903/2015-TCU-Plenário, relator Min.
Augusto Sherman).

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 13


Ambiente
Regulatório

D
esde a década de 1990 o Brasil vem vi- gurança jurídica e do retorno dos investimentos.
venciando uma mudança na atuação De igual modo é necessário buscar outras alter-
do Estado no domínio econômico. nativas de financiamento para os investimentos
Com as desestatizações ocorridas nas últimas em infraestrutura, dado que até o momento esses
décadas, o país deixa de ser um Estado pro- investimentos têm sido suportados basicamente
vedor de bens e serviços públicos e passa a pelo BNDES.
atuar como Estado regulador nas diferentes
áreas outorgadas. Auditorias do TCU reiteradamente alertam
para problemas tais como: a falta de atenção
Nesse novo cenário foram criadas no Brasil, a aos usuários da infraestrutura; a inexecução de
partir de 1996, as agências reguladoras, com a grande parte dos investimentos previstos em
competência de operacionalizar a regulação esta- contratos de obras e de concessões; e falhas na
tal, editando normativos e exercendo a fiscaliza- fiscalização estatal. Como consequência, é no-
ção sobre os bens e serviços desestatizados. tório o desestímulo ao crescimento do setor de
construção; e, sobretudo, a crise de confiança
Um ambiente regulatório eficiente é traduzido dos cidadãos em relação à atuação estatal, uma
em agências reguladoras que possuam capacida- vez que o usuário paga a conta e não tem a
de técnica em seu quadro de pessoal e autonomia devida contrapartida.
decisória de seu colegiado, sem interferência ex-
terna, pública ou privada, respeitada a legislação Para alavancar o setor e propiciar seu crescimen-
vigente. Dessa forma, as agências terão condições to de forma sustentável, faz-se necessário, antes
de cumprir sua atribuição precípua de fiscalizar de tudo, ter clareza quanto à eficiência dos mo-
as atividades objeto de concessão, permissão delos de investimentos, passando pela análise
ou autorização de serviço público, bem como geral da performance dos atuais contratos, pela
as concessões para exploração de bem público, análise da eficiência na alocação dos recursos da
garantindo, assim, que os contratos sejam fiel- sociedade, e assegurando aos investidores pri-
mente cumpridos e que a sociedade possa usu- vados a estabilidade do contrato durante todo o
fruir de serviços públicos adequados, prestados período de concessão.
pelas concessionárias de forma regular, contínua,
eficiente, segura, atualizada, geral e cortês, e a Por fim, deve-se buscar cada vez mais, por meio
preços módicos. do Programa de Parcerias de Investimentos
(PPI), uma maior previsibilidade quanto aos
Ademais, é imprescindível a melhoria no am- serviços e infraestruturas que serão outorgados
biente de negócios, com fomento à transparência à iniciativa privada, o que pode ser alcançado
e à competição, contribuindo para o aumento da privilegiando planejamentos setoriais de longo
percepção, por parte do investidor e da socieda- prazo e avaliações de custos e benefícios e de
de, da estabilidade das regras de mercado, da se- impacto regulatório.

14 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Ambiente Regulatório

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Dotar as agências reguladores de capacida- • Assegurar que as informações privilegiadas


de de decisão, regulamentando a forma de das agências não sejam usadas indevida-
substituição dos diretores e conselheiros, mente, propondo-se à Comissão de Ética
em seus impedimentos ou afastamentos Pública da Presidência da República que re-
regulamentares, ou ainda no  período de gulamente a extensão da aplicabilidade da
vacância que anteceder à nomeação de Lei de Conflitos de Interesses aos ocupantes
novo conselheiro ou diretor, nos termos de cargos hierarquicamente inferiores, cujo
do artigo 10 da Lei 9.986/2000 (Acórdão exercício proporcione acesso à informação
240/2015-TCU-Plenário, relator Min. privilegiada capaz de trazer vantagem eco-
Raimundo Carreiro). nômica ou financeira para o agente público
ou para terceiro, conforme previsto no pa-
• Elaborar planos estratégicos e estabelecer, rágrafo único do art. 2º da Lei 12.813/2013
em normativos, regras que orientem (Acórdão 240/2015-TCU-Plenário, relator
o proces s o d e imp lemen tação , a c o m - Min. Raimundo Carreiro).
p anhamento e revisão da estratégia orga-
nizacional, assim como o estabelecimento • Avaliar e aperfeiçoar as estruturas e re-
dos responsáveis por cada etapa, de for- cursos internos das agências, assim como
ma a propiciar o cumprimento das obri- a política de gestão de risco, os mecanis-
gações legais de forma eficiente e eficaz. mos de governança e independência, com
(Acórdão 240/2015-TCU-Plenário, relator Min. vistas a garantir a atuação a contento no
Raimundo Carreiro). âmbito de suas atribuições institucionais.
(Acórdãos 240/2015-TCU-Plenário, relator
• Aprimorar o processo decisório e as nor- Min. Raimundo Carreiro, 283/2016-TCU-
mas e regulações expedidas pelas agên- Plenário, relator Min. Augusto Nardes e
cias, tornando-os mais transparentes e 3237/2013-TCU-Plenário, relator Min.
sintonizados com o interesse público, da Walton Rodrigues).
sociedade e dos investidores, adotando na
íntegra as boas práticas referentes a Análise • Reavaliar e ajustar a atuação governamen-
de Impacto Regulatório (AIR) recomenda- tal no setor elétrico a fim de garantir a
das pela Organização para a Cooperação segurança energética, a modicidade das
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tarifas e a governança da Eletrobrás, simpli-
(Acórdão 240/2015-TCU-Plenário, relator ficando e dando transparência à estrutura
Min. Raimundo Carreiro). de encargos tarifários, e adotando outras
ações que estimulem as parcerias com o
• Fortalecer a governança regulatória e a au- setor privado (Acórdãos 1171/2014-TCU-
tonomia decisória das agências, impedindo Plenário, relator Min. Augusto Sherman,
a exoneração de diretores e conselheiros 600/2016-TCU-Plenário, relator Min. Vital
com base em hipóteses desarrazoadas do Rêgo, 2164/2015-TCU-Plenário, relator
e imotivadas (Acórdão 240/2015-TCU- Min. André de Carvalho, 336/2014-TCU-
Plenário, relator Min. Raimundo Carreiro). Plenário, relator Min. Raimundo Carreiro,
2253/2015-TCU-Plenário e 288/2016-TCU-
• Realizar estudos para alteração das regras Plenário, relator Min. José Múcio).
orçamentárias, a fim de distinguir as agên-
cias reguladoras das demais autarquias no • Consolidar as diversas ações e planos especí-
trato orçamentário, dotando-as de real auto- ficos existentes no setor de telecomunicações
nomia financeira (Acórdão 240/2015-TCU- em um único instrumento de institucionali-
Plenário, relator Min. Raimundo Carreiro). zação, que explicite a lógica de intervenção

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 15


Ambiente Regulatório

estatal no setor, no médio e no longo prazo,


contemplando princípios, diretrizes, obje-
tivos, metas, estratégias, ações, indicadores
e mecanismos de monitoramento e avalia-
ção, bem como as competências dos atores
envolvidos, instâncias de coordenação e os
recursos necessários para a sua implementa-
ção (Acórdão 28/2016-TCU-Plenário, relator
Min. Bruno Dantas).

• Assegurar publicidade e transparência sobre a


qualidade e a adequação dos serviços presta-
dos aos usuários passageiros pelas concessio-
nárias dos aeroportos, prevendo divulgação
tempestiva dos indicadores de qualidade me-
didos no âmbito da execução contratual e das
análises efetuadas, incluindo a comparação
com os respectivos padrões e metas estabe-
lecidos (Acórdão 2210/2015-TCU-Plenário,
relatora Min. Ana Arraes).

• Implementar mecanismos destinados a as-


segurar a publicidade e transparência das
informações de interesse público relativas à
execução dos contratos de concessão de in-
fraestrutura aeroportuária, especialmente por
meio de sua divulgação em página oficial na
internet (Acórdão 548/2014-TCU-Plenário,
relator Min. Aroldo Cedraz).

16 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Nome setor

Infraestrutura

A
construção de uma infraestrutura de torno de 40% estão paralisadas, atrasadas ou não
qualidade é considerada como uma foram iniciadas. O montante desse investimento
mola propulsora para o desenvolvi- alcança R$ 125 bilhões.
mento de um país. Qualquer nação que tenha a
pretensão de crescer com sustentabilidade, garan- Esse quadro parece se repetir naquelas obras
tir acesso a serviços básicos para a sua população executadas pelas autarquias e empresas públicas,
e emergir em bases competitivas nos mercados segundo levantamento realizado pelo Tribunal
globalizados, não pode perder de vista a impres- sobre contratos paralisados de infraestrutura ro-
cindibilidade do investimento em infraestrutura doviária. No âmbito das estatais, empreendimen-
para viabilizar a expansão de sua economia. tos foram cancelados, e alguns projetos iniciados
estão com o cronograma atrasado.
Para isso, é necessário que a Administração
Pública enfrente certos problemas de baixo É necessário reformular a estrutura de controle
desempenho dos entes públicos na execução e interno do Poder Executivo e fortalecer a atuação
acompanhamento das políticas relacionadas a das agências reguladoras no intuito de reduzir
esse setor da economia, sobretudo no que tange o número de ocorrências de irregularidades em
à busca da eficiência administrativa nas tarefas obras públicas, coibindo desvios e aumentando a
precípuas do Estado nas áreas de planejamento, qualidade do gasto público.
regulação, acompanhamento e avaliação.
Adicionalmente, deve-se fomentar a transparên-
Paralisações, obras de má qualidade ou de custo- cia dos processos licitatórios de forma a estimu-
-benefício discutível (econômico, ambiental e lar competição entre os investidores, garantindo
social) são reflexos da baixa qualidade dos proje- a segurança jurídica do contrato e o retorno dos
tos, da ausência de planejamento integrado entre investimentos realizados. Com isso, espera-se
os diferentes modos de transporte e a deficiente atrair a participação de atores internacionais
capacidade de fiscalização das agências regulado- que atualmente, diante das últimas crises en-
ras. As consequências são traduzidas em graves frentadas, têm deixado de investir no Brasil.
prejuízos ao erário e à sociedade brasileira.
Se agropecuária, indústria e serviços são consi-
Nesse particular, cabe citar obras na área social, deradas as três principais atividades da econo-
notadamente de saneamento e infraestrutura ur- mia brasileira, a infraestrutura é, naturalmente,
bana executadas com a intermediação da Caixa o fator que viabiliza o desempenho dessas
Econômica Federal por meio de convênios ou atividades. A oferta de uma infraestrutura de
contratos de repasses. São obras que beneficiam qualidade (de transporte, energia, água e es-
sobretudo a população mais necessitada de pe- goto), é imprescindível para que a produção
quenos municípios. De um total de aproxima- dessas atividades cresça de forma constante e
damente 70 mil operações nesse segmento, em seja passível de entrega rápida e adequada a

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 17


Infraestrutura

seus destinatários, como por exemplo, o esco- produtivos possam responder a outras ações
amento da grande produção de grãos, além de de estímulo e efetivamente entregarem resulta-
atender também as variadas necessidades coti- dos com maior competitividade e com volume
dianas dos cidadãos. expandido. Desse modo, quando se considera
o desenvolvimento mais amplo da economia,
Considerando-se a infraestrutura como fator é natural concluir que é mais eficiente inves-
fundamental ao desenvolvimento de uma eco- tir primeiro em infraestrutura, ou pelo menos
nomia, é natural concluir pela necessidade de concomitantemente, e depois na expansão ou
investimento nesse setor, para que os setores recuperação dos setores produtivos.

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Valorizar o planejamento estratégico in- (Acórdão 1205/2015-TCU-Plenário, relator


tegrado do setor de infraestrutura, verifi- Min. Augusto Nardes).
cando as necessidades de capacitação de
pessoal e de sistemas de gerenciamento e • Implementar maior grau de governança e in-
informação, bem como de melhoria das dependência na atuação de entes do setor de
regras internas para definição de atribui- infraestrutura, inclusive para evitar interferên-
ções, competências e responsabilidades cias externas indevidas e risco de desperdício
dos agentes. (Acórdãos 194/2014-TCU- de recursos e de prejuízo ao desenvolvimento
Plenário e 162/2014-TCU-Plenário, relator nacional (Acórdão 1205/2015-TCU-Plenário,
Min. Walton Rodrigues, e 1205/2015-TCU- relator Min. Augusto Nardes).
Plenário, relator Min. Augusto Nardes).
• Reavaliar e ajustar a atuação governamen-
• Aperfeiçoar e priorizar as ações voltadas para a tal no setor elétrico a fim de garantir a
elaboração de estudos e projetos de engenharia, segurança energética, a modicidade das
principalmente no tocante a prazos adequados, tarifas e a governança da Eletrobrás, simpli-
grau de detalhamento, completude e remune- ficando e dando transparência à estrutura
ração justa (Acórdão 593/2015-TCU-Plenário, de encargos tarifários, e adotando outras
relator Min. Weder Oliveira). ações que estimulem as parcerias com o
setor privado (Acórdãos 1171/2014-TCU-
• Estabelecer institucionalmente, em órgãos e Plenário, relator Min. Augusto Sherman,
entidades públicas, garantias de que o processo 600/2016-TCU-Plenário, relator Min. Vital
decisório para seleção de obras, ações e objetos a do Rêgo, 2164/2015-TCU-Plenário, relator
serem contemplados em programas de governo Min. André de Carvalho, 336/2014-TCU-
e em propostas de concessões sejam devidamen- Plenário, relator Min. Raimundo Carreiro,
te embasados em estudos técnicos, econômicos, 2253/2015-TCU-Plenário e 288/2016-TCU-
ambientais e sociais necessários para cada caso Plenário, relator Min. José Múcio).
(Acórdãos 194/2014-TCU-Plenário relator Min.
Walton Rodrigues, e 1205/215-TCU-Plenário, • Articular as ações do governo federal com es-
relator Min. Augusto Nardes). tados e municípios para melhorar a precária
situação de esgotamento sanitário nos mu-
• Implementar maior integração entre os nicípios que serão beneficiados pelo Projeto
modais de transporte quando elaborar pla- de Integração do São Francisco. Deve-se,
nos para cada um deles, evitando gargalos, prioritariamente, ser elaborado um plano
conflitos, lacunas e desalinhamentos, assim de ação para retornada das inúmeras obras
como ineficiência na aplicação dos recursos paralisadas e, em atuação conjunta com os
diversos atores envolvidos, estabelecer proje-

18 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Infraestrutura

tos prioritários de esgotamento sanitário para estudos de viabilidade, disponibilizando ao


a região (Acórdão 1421/2015-TCU-Plenário, público documentos que permitam iden-
relator Min. Benjamin Zymler). tificar claramente as metodologias, pre-
missas e estimativas aferidas, calculadas e
• Garantir que, previamente à assinatura de utilizadas na tomada de decisão do Poder
ajustes e à liberação de repasses públicos fe- Público (Acórdãos 925/2016-TCU-Plenário,
derais, haja estudos  de viabilidade técnica e 926/2016-TCU-Plenário, 956/2016-TCU-
econômico-financeira dos empreendimentos Plenário e 957/2016-TCU-Plenário, relator
de mobilidade urbana elaborados pelos pode- Min. Walton Alencar).
res concedentes, ratificados por suas agências
reguladoras, e certificados pelos respectivos • Implementar procedimentos para acompa-
órgãos de auditoria interna e tribunais de con- nhamento da execução dos contratos com
tas, devendo ainda haver a revisão e avaliação partes relacionadas das concessionárias de
dos mesmos pelo órgão federal repassador do aeroportos em que a Infraero tenha participa-
recurso (Acórdão 1665/2016-TCU-Plenário, ção, com vistas a assegurar o atendimento aos
relator Min. Weder de Oliveira). termos e às condições de mercado, devendo
abranger a apuração de responsabilidades
• Implementar mecanismos que mitiguem o por eventuais falhas relativas, a fim de evitar
desalinhamento entre a política pública de mo- ou minimizar prejuízos da empresa pública
bilidade urbana e outras políticas, tais como: por penalidades ocasionadas por eventos
estudos das externalidades causadas pelo trans- de responsabilidade exclusiva de terceiros
porte individual motorizado que subsidiem as (Acórdão 1865/2016-TCU-Plenário, relator
decisões para a implementação da política de Min. Augusto Nardes).
mobilidade urbana (Acórdão 2430/2015-TCU-
Plenário, relator Min. Augusto Nardes). • Fundamentar, de forma objetiva, rastreável
e amparada em estudos técnicos consisten-
• Promover a integração das políticas públicas tes, a seleção de localidades beneficiadas
no tocante à disponibilização de equipamen- pelo Programa de Aviação Regional (PIL
tos e serviços públicos nos programas de Aeroportos) fazendo constar os fatores que
moradia, notadamente no Programa Minha poderão levar à sua futura exclusão do pro-
Casa Minha Vida (Acórdãos 524/2014-TCU- grama (Acórdão 3484/2014-TCU-Plenário,
Plenário e 2255/2014-TCU-Plenário, relator relator Min. Marcos Bemquerer).
Min. Weder de Oliveira).
• Aprimorar os mecanismos de planejamento
• Instituir controles internos para acompanha- e institucionalização de programas voltados
mento das fases do Programa Minha Casa ao desenvolvimento da infraestrutura ferro-
Minha Vida, assegurando a devida  prioriza- viária, considerando na seleção e prioriza-
ção e isonomia na entrega e aprovação da lista ção dos trechos, os benefícios gerados em
dos beneficiários; o recebimento, análise e oposição aos custos e subsídios necessários
aprovação dos projetos; e a regularidade dos (Acórdão 1205/2015-TCU-Plenário, relator
demais atos relacionados  ao início e  à fina- Min. Augusto Nardes).
lização das atividades pré e pós-contratuais
(Acórdão 524/2014-TCU-Plenário, relator • Considerar, nos estudos relativos a projetos
Min. Weder de Oliveira). de infraestrutura ferroviária e/ou portuária,
objeto de futuros arrendamentos ou conces-
• Incluir, no âmbito de discussão de audiên- sões, a integração e a interface com os demais
cias públicas sobre concessões de aeropor- modos de transportes existentes, de forma a
tos, informações técnicas, econômico-finan- serem evitadas discrepâncias significativas
ceiras, ambientais e jurídicas constantes dos entre o volume de cargas previstas para serem

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 19


Infraestrutura

transportadas pelo meio ferroviário e o volu-


me estimado para embarque no sistema por-
tuário (Acórdão 2.903/2014-TCU-Plenário,
relator Min. Marcos Bemquerer).

• Aperfeiçoar os critérios de priorização de


investimentos, em nível tático e operacional,
para a implementação dos instrumentos de
planejamento do setor de hidrovias, conside-
rando alternativas de cenários para situações
de escassez de recursos e os benefícios gera-
dos em oposição aos custos e subsídios ne-
cessários (Acórdão 940/2016-TCU-Plenário,
relator Min. Augusto Nardes).

• Consolidar quadro técnico qualificado no


Poder Público, com conhecimento setorial,
a fim de aperfeiçoar os procedimentos de
obtenção e utilização de estudos e projetos
apresentados pela iniciativa privada para
subsidiar a modelagem de empreendimentos
objeto de concessão, PPP ou arrendamen-
to, adotando tais procedimentos apenas em
casos pontuais, nas hipóteses de projetos
inéditos, inovadores e que não tenham sido
previamente identificados pelo governo
(Acórdão 1.873/2016-TCU-Plenário, relator
Min. Walton Alencar).

20 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Nome setor

Desenvolvimento
Econômico

E
xiste uma estreita correlação entre compe- nor carga tributária, são impulsionadores de ren-
titividade e desenvolvimento econômico.  da e emprego. O Simples Nacional, criado para
Um dos fatores para alavancar a competi- beneficiar MPE, está trazendo, em diversas situa-
tividade do país é a desburocratização das ativi- ções, alíquotas maiores que aquelas previstas nos
dades relacionadas à atividade econômica que regimes de tributação naturalmente adotados por
tenham a interferência do Estado. médias e grandes empresas (Lucro Presumido e
Lucro Real).
Outro fator importante é o comércio exterior
como sendo uma ferramenta fundamental para Outro ponto fundamental para alavancar o cres-
a inserção do país na economia mundial. O cimento econômico, com geração de riqueza, é o
custo para exportar ou importar no Brasil é investimento em ciência, tecnologia e inovação.
quase o dobro da média da OCDE. Assim, o Embora o Brasil conte com fundos e políticas
investimento na desburocratização dos proces- voltados para o tema, repetidamente constata-se
sos aduaneiros reverteria em menores custos e a falta de coordenação e foco. Muitas das deso-
prazos, contribuindo para a melhoria da com- nerações tributárias voltadas para o fomento de
petitividade. Para tanto, é imprescindível coor- ações de Pesquisa e Desenvolvimento no país
denação entre órgãos federais que atuam neste não avaliam seus resultados e seu impacto, não
processo, a exemplo de Agência Nacional de conseguindo mensurar o grau de alcance dos
Vigilância Sanitária (Anvisa) e Receita Federal, objetivos previamente estabelecidos. Também se
além de maior investimento em soluções de verifica a necessidade de uma maior integração
Tecnologia da Informação. Uma importan- entre a política nacional de ciência, tecnologia e
te ação do governo federal nesse sentido é o inovação com a política industrial e tecnológica
programa Portal Único do Comércio Exterior. nacional, em especial no que se refere à coorde-
Trata-se de um programa que visa simplificar nação e articulação das ações direcionadas ao
os procedimentos relacionados ao tratamento fomento da inovação. Não se trata do aporte de
administrativo relacionado às concessões de mais recursos, mas de melhorar a alocação dos
anuências para importar e exportar. É um caso recursos existentes, evitando-se o desperdício de
emblemático com investimento relativamente ações dispersas. Falta a efetiva atuação das câ-
baixo e com grande potencial de impacto na maras interministeriais, que alinhem as ações de
cadeia produtiva e custo dos produtos a serem cada ministério nas políticas transversais, e dos
exportados ou importados. centros de governo.

Um pais só se desenvolve em um ambiente favo- Um setor da economia nacional que reconheci-


rável para o empreendedorismo e para as micro e damente atua muito abaixo da sua potencialida-
pequenas empresas (MPE). Ações que visem sim- de é o Turismo. O Brasil é um dos 10 países com
plificar a abertura e fechamento dos pequenos maior número de patrimônios naturais e históri-
negócios, bem como os que garantam uma me- cos da humanidade, porém não se encontra na

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 21


Desenvolvimento Econômico

lista dos 40 principais países destinos dos turis- mente no exterior, e permitirá que o banco es-
tas, o que evidencia a necessidade de uma política tabeleça maior foco em seus principais objetivos
de promoção turística de longo prazo. Verifica-se institucionais, atuando com mais eficiência.
que a maior parte do orçamento do Ministério do
Turismo é investido de maneira dispersa. Falta Neste contexto de menor disponibilidade de
uma maior coordenação com outros ministérios, recursos, entrará em vigor a partir de 2018,
tais como o da Cultura e Meio Ambiente, a fim no lugar da Taxa de Juros de Longo Prazo
de direcionar esforços e aumentar a efetividade (TJLP), a Taxa de Longo Prazo (TLP), que ado-
dos investimentos. tará como paradigma a remuneração do títu-
lo da dívida pública do Tesouro denominado
Com relação ao apoio governamental via enti- NTN-B, tornando o custo dos financiamentos
dades de fomento como o BNDES, é importan- do BNDES menos atrativo.
te que seja realizada efetiva avaliação dos custos
dos projetos a serem apoiados pelo banco, bem Por outro lado, a TLP permitirá melhor remune-
como apurados os reflexos que esses investimen- ração para o FAT, reduzirá significativamente o
tos terão sobre a geração de emprego, renda, au- subsídio implícito, concernente à diferença entre
mento da produtividade e competitividade do o custo de captação do Tesouro e os juros co-
país. O estabelecimento de metas e indicadores brados pelo BNDES, promoverá o crescimento
de eficiência e efetividade que permitam avaliar do mercado de capitais e dos financiamentos de
e monitorar o cumprimento dos  objetivos  per- longo prazo dos demais bancos, além de possi-
seguidos pela política econômica é fundamental bilitar que a taxa Selic impacte a economia mais
para que se garanta a aplicação dos recursos em fortemente, pois, hoje, em torno da metade dos
ações que contribuam efetivamente para o de- créditos contratados no país está atrelada a juros
senvolvimento do país. subsidiados, havendo, com a criação da TLP, a
tendência de regressão gradativa da taxa Selic,
Com efeito, o desafio de realizar apoios finan- uma das maiores do mundo, e consequente re-
ceiros com maior retorno social se revela ainda dução do custo da dívida pública federal.
mais premente neste momento de escassez de
recursos no mercado financeiro como um todo Outra missão relevante para o país a cargo do
- em razão da prolongada recessão que o país vi- BNDES concerne à estruturação das operações
nha atravessando - e, especialmente, no próprio de privatização das estatais controladas pelos
BNDES, que teve de antecipar a devolução de R$ Estados, no âmbito do projeto de renegociação
100 bilhões em dezembro do ano passado, re- das dívidas estaduais com a União, abrangendo
ferentes a empréstimos anteriormente realizados principalmente empresas de saneamento, ener-
ao banco pelo Tesouro por meio da emissão de gia elétrica e gás. Os recursos arrecadados com a
títulos da dívida pública, havendo previsão de alienação dessas companhias seriam empregados
nova antecipação de igual caráter no montante no abatimento de débitos com os cofres federais
de R$ 50 bilhões neste ano e R$ 130 bilhões no ou na realização de programas de ajuste fiscal.
ano que vem, além da devolução de recursos pre-
vista ao Fundo de Aparo ao Trabalhador (FAT), Por fim, não só equilibrar a situação financeira
um dos principais fundings do BNDES, no valor da maior empresa brasileira, a  Petrobras, mas
de R$  16,3  bilhões, tendo em vista os esforços sobretudo manter o resgate de sua credibilida-
do governo federal para reduzir o endividamen- de junto ao mercado, continua sendo  questão
to público brasileiro e, assim, melhorar o quadro da maior importância para a retomada econô-
fiscal deficitário atual. mica do País. Devido à enorme capilaridade das
atividades da Petrobras, que está  presente  na
Em contrapartida, essa repentina redução do fun- maioria dos estados da federação, seus inves-
ding do banco abrirá a oportunidade de o BNDES timentos têm efeito multiplicador para todos
buscar novas formas de financiamento, principal- os setores da economia. Para garantir os níveis

22 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Desenvolvimento Econômico

de investimentos previstos em seus planos de amplo programa de parcerias e desinvestimen-


negócio, é necessário o contínuo monitoramen- tos, que deve ser pautado pela necessária trans-
to e a  redução de seus custos operacionais, o parência e pela busca incessante das melhores
incremento da eficiência de seus processos in- condições possíveis para a companhia, depen-
dustriais e a priorização de seus projetos nos dem a realização dos investimentos planejados
principais segmentos de negócios, tais como e a redução dos elevados níveis de endivida-
exploração e produção. Adicionalmente, de um mento da Petrobras.

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Monitorar, avaliar e acompanhar a im- • Aprimorar os instrumentos de mitigação de


plementação do Programa Portal Único riscos na Agropecuária: Programa de Garantia
do Comércio Exterior, com vistas a aferir da Atividade Agropecuária (Proagro), Fundo
e divulgar precisamente o grau de pro- Garantia Safra, e Prêmio do Seguro Rural
gresso dos projetos e ações pretendidos, (PSR) (Acórdãos 450/2014-TCU-Plenário,
confrontando-o com o cronograma es- 451/2014-TCU-Plenário e 453/2014-TCU-
tipulado, e identificar e executar corre- Plenário, relator Min. José Múcio).
ções que se façam necessárias (Acórdão
2744/2015-TCU-Plenário, relator Min. • Equilibrar as metas de assentamento de
Augusto Sherman). novos beneficiários com o provimento de
infraestrutura produtiva e assistência técnica
• Elaborar planejamento estratégico para a aos assentados já existentes, de forma a tornar
definição das principais políticas públicas os beneficiários da reforma agrária indepen-
baseadas em renúncia tributária, bem como dentes do poder público e capazes de contri-
monitorar e avaliar os resultados e os im- buir para a produção de alimentos, combate
pactos das renúncias fiscais no mercado à insegurança alimentar e desenvolvimento
(Acórdão 3695/2013-TCU-Plenário/sigilo- econômico do meio rural. É necessário tam-
so, relator Min. Augusto Sherman). bém imprimir transparência ao processo de
seleção de beneficiários de modo que sejam
• Definir prioridades e metas a serem alcan- selecionados aqueles que realmente possuem
çadas com os investimentos do Fundo o perfil adequado, proporcionando igualdade
Nacional de Desenvolvimento Científico de condições para o acesso à política públi-
e Tecnológico (FNDCT), a fim de dar ca  (Acórdãos 753/2008-TCU-Plenário, rela-
maior objetividade às políticas e diretri- tor Min. Ubiratan Aguiar e 1976/2017-TCU-
zes, contribuindo para a focalização de Plenário, relator Min. Augusto Sherman).
investimentos e facilitando a realização de
avaliações de resultados do fundo (Acórdão • Desenvolver modelo de avaliação global
500/2015-TCU-Plenário, relator Min. do Fundo Nacional de Desenvolvimento
André de Carvalho). Científico e Tecnológico (FNDCT), que con-
temple os métodos, os indicadores e as in-
• Construir novos indicadores de desempe- formações para avaliar os resultados de cada
nho, relacionados às dimensões de eficiên- modalidade de investimento a fim de dar
cia, de eficácia e de economicidade, para maior objetividade às políticas e diretrizes do
o Programa Turismo do Plano Plurianual, fundo, contribuir para a focalização dos seus
de forma a avaliar a evolução e o impacto investimentos e facilitar a realização das ava-
das políticas públicas na área (Acórdão liações de resultados e impacto de suas ações
3558/2014-TCU-Plenário, relator Min. (Acórdão 3440/2013-TCU-Plenário, relator
Aroldo Cedraz). Min. Augusto Sherman).

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 23


Desenvolvimento Econômico

• Elaborar indicadores de aferição de efetivi-


dade para os objetivos estratégicos corpo-
rativos do BNDES e de cada uma das áreas
operacionais, de modo que esses objetivos
não sejam avaliados, apenas, sob a pers-
pectiva dos produtos disponibilizados pelo
banco, divulgando para a sociedade em ge-
ral  os  resultados alcançados em termos de
efetividade e impacto de seus produtos, pro-
gramas, linhas, fundos e projetos, exigindo,
ainda,  que os beneficiários dos projetos
patrocinados pelo banco divulguem insti-
tucionalmente os resultados alcançados, de
modo a fomentar a realimentação das infor-
mações, os processos de aprendizagem, e a
accountability dos compromissos previstos
(Acórdão 1839/2013-TCU-Plenário, relator
Min. José Múcio).

• Elaborar metodologias e subsequente norma-


tização para  avaliação prévia à celebração
de contratos de financiamentos dos custos/
valores dos itens a serem financiados a
título de exportação de serviços de enge-
nharia pelo BNDES, bem como a implan-
tação de  mecanismos de aferição da fide-
dignidade das declarações e documentos
apresentados pelas empresas pleiteantes de
financiamentos à exportação de serviços
(Acórdão 1413/2016-TCU-Plenário, relator
Min. Augusto Sherman).

• Aplicar aos projetos de desinvestimento da


Petrobras a versão da sistemática aprovada
pela Diretoria Executiva da companhia em
janeiro de 2017, com o objetivo de buscar
maior transparência e melhores condições
nas negociações de alienações de ativos
(Acórdão 442/2017-TCU-Plenário, relator
Min. José Múcio).

24 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Centro
Previdência
do Governo
Social

Meio
Ambiente

A
s políticas públicas voltadas para o meio nascentes e mananciais, desmatamento, instabili-
ambiente constituem importantes ve- dade do solo, entre outros.
tores do desenvolvimento sustentável
e, por consequência, também da recuperação Os municípios mais suscetíveis à ocorrência de
econômica de uma nação. Os investimentos deslizamentos de grande impacto, inundações
nessa área permitem agregar valor aos produ- bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos,
tos nacionais, aumentando a competitividade, estão sujeitos a diversos problemas que lhes afli-
reduzindo a dependência tecnológica do País e gem, tais como: falta de estrutura de pessoal fixa
contribuindo para a geração de emprego e renda, nos órgãos de proteção e defesa civil; falta de in-
além de possibilitar o uso racional dos recursos e vestimentos em zoneamento urbano; inexistência
a conservação da biodiversidade. de controle de ocupação de áreas de risco; falta
de políticas habitacionais para realocação de fa-
Nesse contexto, dentre os diversos desafios a mílias que ocupam áreas de risco; inexistência de
serem enfrentados pelo estado brasileiro está a quadros qualificados a desenvolver projetos a fim
conciliação do crescimento econômico com as de captar recursos junto à União; ausência de re-
questões ambientais, de forma a garantir o aces- gulamentação do artigo 3º-A da Lei 12.340/2010,
so aos recursos naturais pelas gerações presentes que trata de ações preventivas específicas para
sem prejuízo de utilização pelas futuras, buscando esses municípios; ineficácia do Fundo Especial
nesse processo o desenvolvimento sustentável nos para Calamidades Públicas (Funcap); ausência
aspectos social, econômico e ambiental. de implementação e regulamentação do Plano
Nacional de Proteção e Defesa Civil, consoante
Uma das questões ambientais que merece desta- previsto no inciso VIII, e nos §§ 1º e 2º do art. 6º
que é a crescente ocorrência de desastres naturais. da Lei 12.608/2012.
O desastre não é o evento adverso, mas a conse-
quência deste. Apesar de os desastres ocorrerem, Assim, no tocante às ações de prevenção, os em-
em maior parte dos casos, de maneira repentina preendimentos têm apresentado alta dificuldade
e inesperada, a vulnerabilidade do ecossistema de avanços adequados e regulares, sendo frequen-
atingido é construída ao longo do tempo. Essa tes as situações de atraso e paralisação. Além dis-
vulnerabilidade é afetada por diversos fatores, em so, não há critérios objetivos para direcionamento
especial a ocupação irregular e desordenada do dos escassos recursos destinados a intervenções
solo, acarretando problemas como poluição das estruturais para prevenção de desastres naturais.

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Elaborar planejamento de longo prazo com alinhamento e a integração, em âmbito na-


objetivos estratégicos que contemplem o cional, de insumos, atividades, produtos,

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 25


Meio Ambiente

efeitos e impactos em função dos proble- veis, emissão de gases de efeito estufa, uso
mas a serem enfrentados nos temas de or- de edifícios mais eficientes e atendimento
ganização territorial e sustentabilidade do a critérios de acessibilidade (Acórdão
solo e da água (Acórdão 1942/2015-TCU- 1056/2017-TCU-Plenário, relator Min.
Plenário, relator Min. Walton Alencar). André de Carvalho).

• Aprimorar a gestão das unidades de con- • Aperfeiçoar a sistemática de seleção de municí-


servação, de forma que esses territórios pios a serem contemplados com recursos des-
contribuam para o desenvolvimento eco- tinados a intervenções estruturais para preven-
nômico e socioambiental por meio de ati- ção de desastres naturais e estabelecimento de
vidades como o turismo e a pesquisa cien- priorização com base em critérios, tais como:
tífica, ao mesmo tempo em que continuem possíveis prejuízos sociais, materiais e ambien-
com seu papel relevante na conservação tais, entre outros (Acórdão 182/2017-TCU-
da biodiversidade, bem como estabelecer Plenário, relator Min. Augusto Sherman).
mecanismos que assegurem os recursos es-
senciais à efetiva implementação e sua ade- • Aperfeiçoar os meios de transferência vo-
quada gestão (Acórdãos 3101/2013-TCU- luntária de recursos e linhas de crédito ofi-
Plenário, relator Min. Weder de Oliveira ciais que tenham por finalidade a garantia
e 1206/2015-TCU-Plenário, relator Min. de condições apropriadas aos municípios
Marcos Bemquerer). brasileiros para o desempenho de ações de
prevenção, mitigação e preparação, bem
• Elaborar política ou estratégia nacional como ampliar a abrangência de custeio pelo
para a seca baseada na gestão de riscos, Fundo Especial para Calamidades Públicas
com foco na identificação e no tratamento (Funcap), de modo a alcançar tais ações
sistêmico dos riscos inerentes à escassez (Acórdão 760/2014-TCU-Plenário, relator
hídrica, bem como definir e implementar Min. Raimundo Carreiro).
sistemas de monitoramento e alerta, com
aprimoramento dos planos de contingência • Regulamentar a definição constante do
para mitigar os efeitos deletérios da seca art. 3º-A, da Lei 12.340/2010, em função
que ameaçam as populações e a economia da necessidade de formalização do cadas-
do país (Acórdão 809/2016-TCU-Plenário, tro de municípios com áreas suscetíveis
relator Min. André de Carvalho). à ocorrência de deslizamentos de grande
impacto, inundações bruscas ou proces-
• Estimular a inclusão de instrumentos eco- sos geológicos ou hidrológicos correlatos,
nômicos nas políticas públicas, com restri- bem como dar transparência a informações
ção de financiamentos para atividades que sobre a evolução das ocupações dessas
possam induzir a ocorrência de incêndios, áreas (Acórdão 760/2014-TCU-Plenário e
incentivando àquelas que, pelo uso de téc- Acórdão 1.567/2016-TCU-Plenário, relator
nicas alternativas ao fogo, propiciem a re- Min. Raimundo Carreiro).
dução das queimadas e incêndios florestais
(Acórdão 2516/2011-TCU-Plenário, relator • Priorizar programas habitacionais de forma a
Min. Aroldo Cedraz). efetivar, com urgência, a relocação de famílias
residentes em áreas de risco ou que tenham
• Aperfeiçoar a implementação das ações sido desabrigadas (Acórdão 760/2014-TCU-
elaboradas pela Administração Pública Plenário e Acórdão 1.567/2016-TCU-
Federal para a promoção da sustentabilida- Plenário, relator Min. Raimundo Carreiro).
de em suas instituições, de forma a racio-
nalizar o consumo de insumos, observando
quesitos como compras públicas sustentá-

26 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Nome setor

Saúde

O
Sistema Único de Saúde (SUS) tem o serviços e ações de saúde; reduzir a fragmentação
grande desafio de prestar assistência à das normas; melhorar a qualidade e integridade
saúde a toda população brasileira, asse- dos dados da saúde; aperfeiçoar a formação dos
gurando os princípios da universalidade, equi- conselheiros de saúde; priorizar as ações de aten-
dade e integralidade. Assim, trata-se de adminis- ção básica como forma de manter a sustentabili-
trar um orçamento limitado frente a diferentes dade do sistema; apoiar estados e municípios no
aspectos que denotam o aumento progressivo da processo de regionalização da assistência à saúde.
demanda por diagnósticos e tratamentos, repre-
sentado, entre outros fatores, pelo crescimento A questão da judicialização na saúde se mostra
populacional, transição epidemiológica, aumen- cada vez mais relevante, demandando o estabe-
to da longevidade e inovações tecnológicas. lecimento de objetivos e metas para minimizar
os impactos dela decorrentes e a articulação com
Numa estrutura federativa, com repartição de o Supremo Tribunal Federal para julgamento de
recursos e de competências, é fundamental que processos que envolvam temas de repercussão
as políticas de saúde sejam associadas ao plane- geral na saúde, de modo a promover maior equi-
jamento e ao orçamento dos entes envolvidos. líbrio dessas demandas.
Nesse sentido, ganha relevo a necessidade de or-
ganizar a execução das ações de saúde de modo No tocante à regulação de planos de saúde, é
a tornar possível que cada órgão envolvido tenha importante aperfeiçoar critérios de reajustes de
êxito no cumprimento do seu papel. planos e reavaliar métodos de cálculos, além de
adotar medidas para o efetivo ressarcimento ao
Tendo em conta as fiscalizações realizadas nas SUS dos valores correspondentes aos serviços
diversas áreas da saúde, o Tribunal vem apon- prestados a pacientes detentores de planos de
tando várias oportunidades de melhoria para o saúde privados. Em relação à vigilância sanitá-
setor, entre as quais: aperfeiçoar a definição das ria, uma medida relevante seria o aprimoramento
responsabilidades dos entes quanto à oferta de dos controles pós-registro de medicamentos.

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Aprimorar os critérios legais para o rateio 2888/2015-TCU-Plenário, relator Min. Augusto


dos recursos federais vinculados à saúde, Nardes, e 1188/2010-TCU-Plenário, relator
nos termos do art. 17 da Lei Complementar Min. José Jorge).
141/2012 e do art. 35 da Lei 8.080/1990,
com a possibilidade de redefinição das • Aperfeiçoar a qualidade dos serviços
competências federais, estaduais e mu- prestados em unidades básicas de saúde
nicipais no âmbito do SUS (Acórdãos (UBS) e a gestão da atenção básica à saúde

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 27


Saúde

(Acórdão 1714/2015-TCU-Plenário, relator • Aumentar a efetividade das medidas de


Min. Benjamin Zymler). prevenção primária da sífilis e regularizar
o abastecimento nacional de penicilina,
• Implementar ações para sanear as falhas rela- incrementar a eficiência e eficácia das polí-
cionadas à aquisição de Dispositivos Médicos ticas e programas relacionados à prevenção
Implantáveis, tais como: ausência de padroni- e tratamento da doença no Brasil, com a
zação de nomenclaturas, situação que preju- consequente redução no número de casos
dica a comparação dos produtos, seja para a (Acórdão 2019/2017-TCU-Plenário, relator
realização de pesquisas de preços, seja para a Min. Bruno Dantas).
criação de parâmetros de uso; inexistência de
referencial de preços que possa servir para as
aquisições públicas (Acórdão 435/2016-TCU-
Plenário, relator Min. Bruno Dantas).

• Supervisionar o processo de transferência de


tecnologia para produção de hemoderivados
pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e
Biotecnologia (Hemobrás), de modo a eliminar
ou mitigar os entraves à conclusão do proces-
so, e avaliar as medidas adotadas pela empresa
com vistas à completa implantação e ao efetivo
funcionamento da unidade fabril (Acórdãos
1444/2014-TCU-Plenário e 448/2011-TCU-
Plenário, ambos de relatoria do Min. Aroldo
Cedraz, Acórdãos 2531/2015-TCU-Plenário
e 54/2016-TCU-Plenário, ambos de relatoria
do Min. Bruno Dantas).

• Aprimorar a atuação da Anvisa em relação ao


controle posterior ao registro dos medicamen-
tos, visando a fiscalização da manutenção da
fórmula, dos efeitos esperados e de sua se-
gurança (Acórdão 2863/2016-TCU-Plenário,
relator Min. André de Carvalho).

• Minimizar os impactos da judicialização na


saúde, com adoção de medidas que contribu-
am para reduzir a necessidade de o cidadão
recorrer ao judiciário a ocorrência de fraudes
(Acórdão 1787/2017-TCU-Plenário, relator
Min. Bruno Dantas).

• Aperfeiçoar a atuação da Agência Nacional de


Saúde Suplementar (ANS) na fiscalização das
operadoras de planos de saúde nos aspectos
técnico-assistencial e econômico-financeiro e
de aplicação de sanções pelo descumprimento
de normas legais (Acórdão 79/2017-TCU-
Plenário, relator Min. Bruno Dantas).

28 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Nome setor

Educação

A
educação brasileira apresenta quatro ção da carreira, deficiência na capacitação e ausên-
principais macrodesafios. O primeiro cia de meritocracia são fatores que desmotivam a
está relacionado à garantia de acesso e opção dos jovens pelo magistério.
permanência do aluno na escola, tendo em vista
a baixa escolaridade da população acima de 25 Finalmente, há que se resolver o problema do fi-
anos, que não chega a 8 anos de estudo. Além nanciamento da educação. A meta 20 do Plano
disso, há elevada distorção idade-série, principal- Nacional de Educação (PNE) consiste em aumen-
mente no ensino médio, onde a taxa líquida de tar os investimentos em educação para 10% do PIB.
matrícula é de apenas 62,7%. A melhoria da qua- Atualmente este investimento encontra-se em torno
lidade da educação consiste no segundo macrode- de 6%. Outra variável importante é o nível de recur-
safio. Nas avaliações padronizadas constata-se que sos per capita, que se encontra em patamares inferio-
os estudantes brasileiros apresentam resultados res em comparação aos países da OCDE.
nos níveis mais baixos de proficiência. Em termos
de índice de desenvolvimento da educação básica A Lei do PNE, editada em 2014, contempla medidas
(Ideb), conforme apurado no período 2009–2013, para atacar os macrodesafios acima apresentados.
o desempenho dos estudantes dos anos finais do No âmbito de sua competência, o TCU desenvol-
ensino fundamental não apresentou melhoria, veu metodologia para acompanhamento do plano,
enquanto o dos alunos do ensino médio piorou. que norteará o planejamento de ações de controle
na área. Essa atuação envolverá articulação e coor-
A baixa atratividade da carreira do magistério re- denação com os Tribunais de Contas subnacionais,
presenta o terceiro macrodesafio. Os baixos salá- o que permitirá a avaliação das ações em educação
rios, as condições de trabalho, a falta de organiza- realizadas em cada uma das esferas de governo.

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Educação Infantil/ProInfância inconsistências nos sistemas de infor-


(Acórdãos 2580/2014-TCU-Plenário, relator mação utilizados para o acompanha-
Min. Bruno Dantas, e 2515/2014-TCU- mento dos investimentos e falhas nos
Plenário, relator Min. José Jorge): projetos-padrão.
»» Executar ações que garantam a efetivi-
dade da aplicação dos recursos do pro- • Ensino Fundamental/Infraestrutura
grama Proinfância. Escolar e PDDE (Acórdão 1007/2016-TCU-
»» Aperfeiçoar os instrumentos necessá- Plenário, relatora Min. Ana Arraes):
rios à boa governança do programa, a »» Aperfeiçoar políticas de apoio à infraestru-
fim de que sejam sanadas: lacunas na tura e equipamentos da educação básica,
fiscalização e nos controles internos; e estabelecimento de critérios objetivos

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 29


Educação

para atendimento, de forma a minimizar rência das informações acerca da execução


as desigualdades educacionais existentes do referido Acordo.
entre as regiões do país e entre as escolas
urbanas, rurais e indígenas. • Educação Superior – Fundações de Apoio
»» Estabelecer cronograma de repasse das (Acórdão 3559/2014-TCU-Plenário, relator
parcelas para as ações do PDDE-Integral Min. Aroldo Cedraz):
e ações agregadas do PDDE-Estrutura e »» Aperfeiçoar a governança das fundações
do PDDE-Qualidade, em intervalo que de apoio, de maneira a garantir que, sem
garanta o regular desenvolvimento dos prejuízo da observância dos princípios da
projetos e atividades neles previstos pelo legalidade, impessoalidade, moralidade,
prazo definido de vigência da ação. publicidade, economicidade e eficiên-
cia, possam tais entidades efetivamente
• Ensino Médio apoiar projetos de ensino, de pesquisa, de
(Acórdãos 618/2014-TCU-Plenário, relator extensão e de desenvolvimento institucio-
Min. Valmir Campelo, e 1897/2017-TCU- nal, científico e tecnológico de interesse
Plenário, relator Min. Bruno Dantas): das Instituições de Ensino Superior e
»» Regulamentar padrões mínimos de quali- Instituições Científicas e Tecnológicas .
dade de ensino que permitam a definição
de um valor mínimo por aluno que asse- • Educação Superior – Hospitais Universitários
gure ensino de qualidade, bem como ela- (Acórdão 2813/2009-TCU-Plenário, relator
borar modelo avaliativo que possibilite a Min. Aroldo Cedraz):
divulgação da qualidade do ensino médio »» Conferir mais autonomia aos hospitais
por escola. universitários, garantindo-lhes estrutura
administrativa suficiente, estabilidade
• Educação Profissional de recursos orçamentários e financeiros,
e Tecnológica/Pronatec espaço físico ideal e quadro de pessoal
(Acórdãos 506/2013-TCU-Plenário, relator compatível com a importância que re-
Min. José Jorge, 1006/2016-TCU-Plenário, presentam tais entes para as políticas
relatora Min. Ana Arraes, e 1067/2017– públicas brasileiras nas áreas de Ensino,
TCU–Plenário, relatora Min. Ana Arraes): Pesquisa e Assistência.
»» Aperfeiçoar procedimentos adotados no
Pronatec visando garantir a qualidade • Educação Superior – Fundo de
dos cursos ofertados e a eficiência e regu- Financiamento Estudantil (Fies)
laridade na aplicação dos recursos. Tais (Acórdão 3001/2016-TCU-Plenário, relatora
melhorias são necessárias para garantir Min. Ana Arraes):
que a expansão da oferta de educação »» Aprimorar a gestão do Fies com vistas a
profissional e tecnológica, no Brasil, tenha garantir a sustentabilidade do programa
condições reais de contribuir para moder- sob a ótica financeira-orçamentária.
nizar e qualificar o mercado de trabalho,
melhorar a competitividade do país e pos-
sibilitar a inclusão social.
»» Aprimorar a metodologia de apropriação
dos gastos com gratuidade no Acordo de
Gratuidade com os serviços nacionais de
aprendizagem, coordenar a oferta de va-
gas da Bolsa Formação do Pronatec com
as ofertadas no Acordo de gratuidade, de
modo a otimizar a alocação de vagas e
recursos, bem como aprimorar a transpa-

30 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Educação

Previdência

A
Previdência Social tem sido tema de de- equacionamento do custeio do segmento rural
bate e preocupação ao redor do mundo, e dos militares.
em decorrência, principalmente, das
inevitáveis mudanças demográficas associadas ao Quanto à parte de gestão, identificou-se risco
envelhecimento da população, as quais tendem em diversos setores operacionais dos sistemas
a aumentar o número de pessoas idosas que de- de previdência. Nesse sentido, o Tribunal está
vem receber benefícios e diminuir o número de acompanhando, em relação ao Regime Geral de
pessoas no mercado de trabalho que financiam Previdência social (RGPS), os riscos envolven-
os benefícios. No Brasil, o tema ganhou especial do a prestação de serviços devido a: falhas nos
atenção nos últimos anos, pois o cenário econô- sistemas transacionais; contingente significativo
mico e orçamentário evidenciou o grande volu- de servidores com idade para se aposentarem
me de despesas previdenciárias que ameaçam o (26% dos servidores do INSS, em 2015, já es-
equilíbrio fiscal do país, ao mesmo tempo em tavam em abono permanência, e em 2017 esse
que ressalta a relevância social de um sistema percentual poderá chegar a 46%); fragilidades
de proteção para as pessoas que, temporária ou na supervisão e controle das perícias médicas.
permanentemente, não mais conseguem auferir Dadas essas questões, os riscos de erros e frau-
renda proveniente do trabalho. des na concessão e manutenção dos benefícios
são significativos. Para tanto, urge a necessida-
Em 2014, o Tribunal já havia identificado que a de de o INSS implementar sistema de audito-
acelerada mudança demográfica, sinalizando até ria contínua nos benefícios, nos moldes que o
2024 o fim do bônus, as deficiências nas regras Tribunal já vem realizando desde 2015.
de concessão e financiamento dos benefícios e as
fragilidades na gestão, em especial nos controles, Por sua vez, em relação aos regimes próprios
são os maiores desafios para a sustentabilidade de previdência dos servidores (RPPS) de es-
do sistema previdenciário brasileiro. tados, municípios e DF, identificou-se que os
principais pontos a se aperfeiçoar referem-se
Em relação à solvência dos regimes, o Tribunal às informações dos estudos atuariais e às fis-
realizou auditorias e estudos comparativos calizações nos investimentos realizados com
internacionais com vistas a avaliar pontos recursos do fundo previdenciário. Para tanto,
cruciais da política que precisariam ser mo- criou-se um sistema de controle integrado que
dificados e a apoiar determinação realizada à envolve o TCU, os tribunais de contas de esta-
Casa Civil para que coordene a elaboração de dos e municípios e o Departamento de Regimes
planos de ação para mitigar riscos relativos a de Previdência no Serviço Público do Ministério
parâmetros de concessão inadequados, exces- da Fazenda. Quanto à previdência comple-
sivas isenções e desonerações de alíquotas pre- mentar, com vistas a proteger os recursos das
videnciárias com complexo e falho sistema de patrocinadoras e dos participantes, destaca-se
compensação e descompasso, em especial, do que a principal falha se refere à necessidade de

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 31


Previdência

aperfeiçoamento da fiscalização da governança renúncias e desonerações tributárias. Os resul-


e do controle dos investimentos. Atualmente, tados do trabalho demonstraram a existência de
as entidades fechadas de previdência comple- necessidade de financiamento em todo o período
mentar gerem um patrimônio superior a R$ examinado (2007 a 2016), sendo que, ao anali-
700 bilhões. sar os valores corrigidos pelo INPC, verificou-se
que as receitas previdenciárias cresceram 43% e
Recentemente, tendo em vista a existência de con- as despesas, 47%, enquanto a necessidade de fi-
trovérsias quanto à verdadeira situação financeira nanciamento aumentou 54%, alcançando a cifra
dos regimes, no contexto de discussões legisla- de R$ 227 bilhões, em 2016. Desse montante,
tivas sobre reformas no sistema previdenciário R$ 149,7 bilhões referem-se ao RGPS, R$ 43,09
brasileiro, o Tribunal realizou levantamento dos bilhões ao RPPS de servidores civis da União e R$
números associados a receitas e despesas de cada 34,07 bilhões ao sistema de proteção social dos
um dos regimes, incluindo também análise da militares (Acórdão 1.295/2017-TCU-Plenário,
situação orçamentária da seguridade social e das relator Min. José Múcio).

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Atuar nas principais fragilidades dos compo- e à inatividade por aposentadoria);


nentes do sistema previdenciário, assim en- equilíbrio operacional das pensões por
tendidas (Acórdão 3414/2014-TCU-Plenário, morte; e déficit operacional e atuarial
relator Min. Aroldo Cedraz): do regime.
» » RGPS: desequilíbrio no financiamento
das aposentadorias da clientela rural; • Redefinir a legislação referente às Entidades
projeções de envelhecimento da popu- Fechadas de Previdência Complementar
lação brasileira; parâmetros de conces- (EFPC), com vistas a dotar o regime de
são de pensões por morte; e quantidade previdência de maior segurança jurídica e
de isenções e reduções de alíquotas a mitigar os principais riscos identificados
previdenciárias, com complexo sistema (Acórdão 864/2016-TCU-Plenário, relator
de compensação. Min. Vital do Rêgo).
»» RPPS da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios: inexistência de • Propor ao Congresso Nacional a edição de
Fundo Previdenciário específico para os lei destinada a dotar a Superintendência de
servidores civis da União; déficit atuarial Previdência Complementar (Previc) de auto-
dos regimes previdenciários, particular- nomia necessária ao adequado desempenho
mente os regimes federal e estaduais; di- de suas atribuições (Acórdão 864/2016-TCU-
ficuldade da fiscalização da gestão de in- Plenário, relator Min. Vital do Rêgo).
vestimentos dos Fundos Previdenciários;
dificuldade da fiscalização da concessão • Elaborar um plano de continuidade de
de benefícios em estados e municípios; negócio para o INSS de forma a prevenir
projeções de envelhecimento da popula- um cenário no qual o elevado percentual de
ção brasileira; e parâmetros de concessão servidores em abono permanência entre em
de pensões por morte. inatividade, além de outras medidas que
» » Encargos Financeiros da União com os permitam ao órgão aprimorar sua gestão
militares: indefinição da classificação de pessoas e as ações atinentes à perícia
de características dos encargos com médica (Acórdão 1795/2014-TCU-Plenário
inativos como previdenciárias ou admi- relator Min. Aroldo Cedraz, Acórdão
nistrativas (em que medida a reforma 594/2015-TCU-Plenário, relator Min.
e a reserva equiparam-se à atividade Augusto Nardes).

32 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Assistência
Social

A
assistência social através de políticas so- ência dos Centros de Referência (Cras e Creas),
ciais e de mecanismos de transferência identificou-se por meio de análise de dados que
de renda exerce papel fundamental no somente 5,9% e 8,7% das unidades são eficien-
combate à pobreza e à desigualdade social no tes, respectivamente. Nesse sentido, o Tribunal
Brasil. O Programa Bolsa Família (PBF) benefi- vem acompanhando esses indicadores com vistas
ciou, em 2016, 13.832.720 famílias (média men- a melhorar os serviços prestados ao segmento da
sal), segundo os dados de Execução Física da Lei população mais vulnerável.
Orçamentária de 2016. A execução orçamentária
do PBF apresentou como despesa efetivamente Ainda em relação ao PBF e BPC, o Tribunal
realizada R$ 27.491.590.000,00. identificou baixo percentual de emancipação
das famílias beneficiárias (porta de saída). A
Por sua vez, o Benefício de Prestação Continuada atuação em Programas de Inclusão Produtiva
(BPC) em 2016 atendeu a 1.974.942 idosos e a Urbana e Rural tem potencial de incrementar
2.436.608 pessoas com deficiência. Esses dois o citado grau de emancipação, bem como de
programas de transferência de renda permitiram, diminuir o gasto do governo com programas de
nos últimos anos, que milhões de brasileiros su- transferência de renda.
perassem a linha da pobreza. Pela importância
social e pela materialidade que detém (mais de Em relação às transferências de recursos via sis-
R$ 83,5 bilhões em 2016), os programas foram temática fundo a fundo, é fundamental o fortale-
alvo de diversas ações de controle, nas quais cimento dos controles governamentais por meio
identificaram-se desafios quanto à sustentabili- da inclusão de informações nos sistemas eletrô-
dade e à gestão, em especial quanto aos controles. nicos que realizam a análise das prestações de
contas de recursos referentes ao Fundo Nacional
Em relação à sustentabilidade, identifica-se que de Assistência Social descentralizados pela União
o bolsa-família teve crescimento significativo a Estados e Municípios.
em seus gastos desde sua criação em 2004. O
Tribunal, desde 2014, vem acompanhando o Outro desafio crucial refere-se à necessidade de
crescimento da despesa, e a fragilidade no acom- acompanhar a concessão e a manutenção dos
panhamento da emancipação das famílias em benefícios. Uma vez que o cadastramento do
relação ao programa. Em Estados como Piauí e CadÚnico, utilizado para concessão dos benefícios
Maranhão, aproximadamente 50% das famílias do PBF e BPC, é feito pelas secretarias municipais
recebem o PBF. A estipulação de indicadores que e a renda a ser utilizada no cálculo é autodeclara-
permitam a mensuração da emancipação dos be- da, existe grande risco de fraudes e erros nas bases
neficiários foi alvo de determinação do Tribunal. dos programas. O Tribunal, desde 2015, vem
Aumentar a eficiência do sistema de atendimento realizando auditoria contínua e análises de dados
também deve ser considerada como medida para para verificar comportamentos que indiquem er-
manutenção da sustentabilidade. Quanto à efici- ros e fraudes nos benefícios assistenciais.

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 33


Assistência Social

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Aprimorar os controles sobre os benefícios de elegibilidade do programa (Acórdão


concedidos do Programa Bolsa Família (PBF), 1009/2016-TCU-Plenário, relator Min.
principalmente os relativos aos dados de Weder de Oliveira).
registros dos indivíduos e aos critérios de
elegibilidade do programa. (Auditoria contí- • Revisar e aprimorar as fontes de informa-
nua dos benefícios Assistenciais - Acórdão ção associadas e o desenho dos principais
1009/2016-TCU-Plenário, relator Min. Weder indicadores da função Assistência Social
de Oliveira). (Acórdão 1254/2014-TCU-Plenário, relator
Min. Augusto Sherman).
• Aperfeiçoar o processo de prestação de contas
dos recursos de assistência social transferi-
dos fundo a fundo para estados e municípios
(Acórdão 310/2015-TCU-Plenário, relator Min.
Augusto Sherman).

• Revisar e aprimorar as fontes de informação


associadas e o desenho dos principais indica-
dores da função Assistência Social (Acórdão
1254/2014-TCU-Plenário, relator Min.
Augusto Sherman).

• Aperfeiçoar os macroprocessos realizados


pela Secretaria Nacional de Assistência Social
(SNAS), em especial relativos ao controle
dos Centros de Referência de Assistência
Social e ao Benefício de Prestação Continuada
(Acórdão 362/2014-TCU-Plenário, relator
Min. Augusto Sherman).

• Acompanhar as ações das políticas públicas


da  Assistência  Social com maior risco, com
vistas a informar ao Congresso Nacional,
bem como direcionar as ações de fiscalização
que precisam ser realizadas para mitiga-los
(Acórdão 2382/2014-TCU-Plenário, relator
Min. Augusto Sherman).

• Aperfeiçoar o processo de prestação de contas


dos recursos de assistência social transferidos
fundo a fundo para estados e municípios
(Acórdão 310/2015-TCU-Plenário, relator
Min. Augusto Sherman).

• Aprimorar os controles sobre os benefícios


concedidos do Programa Bolsa Família
(PBF), principalmente os relativos aos dados
de registros dos indivíduos e aos critérios

34 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Assistência

Segurança
Pública
e Defesa
Nacional

A
s auditorias realizadas pelo Tribunal no e à divulgação de estatísticas; e (iii) avaliação e
segmento da segurança pública apontam responsabilização de gestores quanto aos resulta-
a dificuldade de coordenação entre atores dos alcançados pelo setor.
de diferentes esferas de governo e entre órgãos e
entidades de uma mesma esfera. Também indicam A partir deste direcionamento, o TCU vem reali-
que são necessárias alterações na arquitetura insti- zando, em anos recentes, auditorias coordenadas
tucional do setor, por meio da atribuição, à União, com os tribunais de contas estaduais a fim de
de novas competências neste tema. produzir análises e conclusões de alcance nacio-
nal, buscando um retrato sistêmico dos princi-
O atual marco constitucional da segurança pú- pais gargalos enfrentados pelo Estado Brasileiro
blica não estabelece de forma clara as competên- em matéria de segurança pública.
cias e as responsabilidades dos entes federativos
quanto à matéria, o que contribui para fragmen- No que tange à Defesa Nacional, o principal risco
tação das políticas públicas para o setor, tanto identificado e que vem sendo monitorado pelo
no nível nacional, quanto no subnacional e na TCU é o desempenho dos grandes projetos vin-
relação entre as esferas de governo. Conjugando- culados à Estratégia Nacional de Defesa (END),
se às constatações verificadas pelo TCU, conclui- os quais representam um portfólio que supera
-se que a estratégia de controle para o setor deve R$ 100 bilhões de reais a serem investidos num
buscar induzir melhorias quanto aos seguintes horizonte de vinte anos, com muitos projetos
aspectos: (i) uniformidade de métodos  e de cri- em fase inicial e intermediária, que, devido às
térios para a produção de estatísticas criminais severas restrições fiscais atualmente impostas ao
e orçamentárias, visando aumentar a fidedigni- Estado Brasileiro, acenam com a possibilidade de
dade e a comparabilidade das informações pro- atrasos, de aumento de custos, redução de esco-
duzidas; (ii) transparência quanto à elaboração po, de obsolescência e de descontinuidade.

PROPOSTAS DE MELHORIA

• Estabelecer a Política Nacional de Segurança cias civil e militar (Acórdão 2718/2008-TCU-


Pública e o Plano Nacional de Segurança Plenário, relator Min. Marcos Bemquerer).
Pública, por meio de leis e normativos
(Acórdão 1042/2014-TCU-Plenário, relator • Garantir os recursos financeiros destina-
Min. José Jorge). dos aos projetos priorizados pela Estratégia
Nacional de Defesa e a adequada gestão
• Padronizar, em âmbito nacional, o registro e a desses projetos, segundo as melhores téc-
classificação da natureza dos delitos e unificar nicas de gestão de projetos, em vista da sua
os registros das ocorrências criminais das polí- importância e dos expressivos valores envol-

O TCU e o desenvolvimento nacional • Contribuições para a Administração Pública 35


Segurança Pública e Defesa Nacional

vidos (Acórdãos 1039/2011-TCU-Plenário e rência dos dados e estatísticas criminais na-


1314/2011-TCU-Plenário, relator Min. André cionais (Acórdão 1943/2016-TCU-Plenário,
de Carvalho, e Acórdão 543/2016-TCU- relator Min. José Múcio).
Plenário, relator Min. Marcos Bemquerer).
• Condicionar o início de novos projetos es-
• Avaliar o custo-benefício de se contingen- tratégicos de Defesa Nacional à existência
ciarem projetos de defesa que envolvem de estudos de viabilidade que demonstrem a
financiamentos externos, haja vista eventual exequibilidade dos respectivos cronogramas
possibilidade de os custos advindos com físico-financeiros, considerando o portfólio
pagamentos de elevadas taxas contratuais de investimentos em execução e a real capa-
serem maiores que os recursos obtidos com cidade de alocação de recursos por parte da
o incremento do resultado primário (Acórdão União, cujo acompanhamento deve ser reali-
1039/2011-TCU-Plenário, relator Min. André zado por meio de sistema integrado de geren-
de Carvalho). ciamento que possibilite a tomada de decisão,
tempestiva e transparente, baseada em análise
• Adotar critérios diferenciados para contingen- de riscos, nas hipóteses em que for necessária
ciamento entre as unidades orçamentárias do a alteração de escopo, de prazo ou de custo
Ministério da Defesa, com base nas peculiari- ou, até mesmo, a descontinuidade de projetos
dades e prioridades de cada uma, e não em fa- (Acórdão 1519/2017-TCU-Plenário/sigiloso,
tores lineares (Acórdão 1039/2011-Plenário, relator Min. André de Carvalho).
relator Min. André de Carvalho).
• Conceituar os termos “política nacional” e
• Aperfeiçoar o Plano Estratégico de Fronteiras, “plano nacional”, definindo seus respectivos
por meio da clara atribuição de papéis e conteúdos-padrão, natureza normativa e
responsabilidades dos seus coordenadores interconexão, bem como correlacionando-
(Acórdão 2252/2015-TCU-Plenário, relator -os com os demais instrumentos de planeja-
Min. Augusto Nardes). mento (PPA, LDO e LOA) e estabelecendo,
como requisitos para a formulação de planos
• Avaliar a continuidade ou o ajuste do proje- nacionais, a necessidade de que contemplem
to Sistema Integrado de Monitoramento de responsáveis pela implementação, prazos de
Fronteiras (Acórdão 543/2016-TCU-Plenário, vigência, metas e instrumentos de acompa-
relator Min. Marcos Bemquerer). nhamento, fiscalização e aferição de resultado
(Acórdão 811/2017-TCU-Plenário, relator
• Estabelecer formalmente modelo de Estudo Min. José Múcio).
de Viabilidade de Transferência de Tecnologia
a fim de definir prioridades em face dos inte-
resses nacionais, a mapear as capacidades de
absorção, a garantir a efetividade da aquisição
da tecnologia pretendida e a possibilitar a
adequada precificação dos acordos de com-
pensação envolvendo transferência de tec-
nologia (Acórdão 3322/2013-TCU-Plenário,
relator Min. Marcos Bemquerer).

• Estabelecer padrões a serem observados


pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios na classificação das despesas
na função 06 - Segurança Pública e suas
subfunções, além de promover a transpa-

36 TCU • TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Brasil. Tribunal de Contas da União.
O TCU e o desenvolvimento nacional : contribuições para a
Administração Pública 2017 / Tribunal de Contas da União. - Brasília:
TCU, Secretaria-Geral da Presidência (Segepres), 2017.
36 p. : il.

Apresenta uma análise ampla em macro setores como


finanças públicas, gestão pública, ambiente regulatório,
infraestrutura, desenvolvimento econômico, meio ambiente,
saúde, educação, previdência, assistência social, segurança
pública e defesa nacional tendo como parâmetro os Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030.

1.Gestão de risco. 2.Desenvolvimento sustentável. 3.Gestão


pública. 4. Administração pública. I. Título. II. Série.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa


Responsabilidade pelo conteúdo
Secretaria-Geral de Controle Externo (Segecex)
Secretaria-Geral da Presidência (Segepres)
Secretaria de Comunicação (Secom)

Responsabilidade editorial
Secretaria-Geral da Presidência (Segepres)
Secretaria de Comunicação (Secom)
Núcleo de Criação e Editoração (NCE)

Projeto gráfico, diagramação e capa


NCE

Tribunal de Contas da União


Gabinete do Presidente do TCU
SAFS Quadra 4, Lote I, Ed. Sede, sala 317
Tel.: (61) 3316-5402
70.042-900, Brasília-DF

Ouvidoria do TCU
Tel.: 0800 644 1500

Impresso pela Sesap/Segedam


www.tcu.gov.br

Missão
Aprimorar a Administração Pública
em benefício da sociedade por meio
do controle externo

Visão
Ser referência na promoção
de uma Administração Pública efetiva,
ética, ágil e responsável

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