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A imaginação simbólica – Gilbert Durand

é justo colocar a obra filosófica de Ernst Cassirer( 1 ), que abrange a primeira metade do século
XX e que teve o mérito de orientar a filosofia e não só o inquérito sociológico e psicológico
para o interesse simbólico. Esta obra constitui um admirável contraponto ou um prefácio à
doutrina do sobreconsciente simbólico de Jung, à fenomenologia da linguagem poética de
Bachelard como aos nossos próprios trabalhos de antropologia arquetipológica ou ao
humanismo de Merleau-Ponty. (p. 53)

Não só o símbolo tem um duplo sentido, um concreto, preciso, o outro alusivo e figurado... (p.
97)

a imaginação simbólica é dinamicamente negação vital, negação do nada da morte e do


tempo. (p. 97)

Como restabelecedor de equilíbrio, o pensamento simbólico faz sentir os seus benefícios pelo
menos em quatro sectores. (p. 97)

1. O símbolo surge como restabelecedor do equilíbrio vital comprometido pela


inteligência da morte
2. restabelecimento do equilíbrio psicossocial
3. um equilíbrio antropológico que constitui o humanismo ou o ecumenismo da alma
humana
4. o domínio do valor supremo e equilibra o universo que passa, por um Ser que não
passa, ao qual pertence a eterna Infância, a eterna aurora, e desemboca então numa
teofania.

Foi a Bergson ( 1 ) que coube o mérito de ter estabelecido de forma explicita o papel biológico
da imaginação, a que ele chama «função fabuladora». A fabulação é geralmente uma «reacção
da natureza contra o poder dissolvente da inteligência», mas mais precisamente este poder
negativo da inteligência manifesta-se na consciência da decrepitude e da morte.
(p. 98)

«Reação defensiva da natureza contra um desencorajamento . . . Esta reação suscita no seio da


própria inteligência imagens e idéias que deitam por terra a representação deprimente ou que
a impedem de atualizar-se.» (p. 98)

a fabulação vem situar-se ao lado do instinto, da adaptabilidade vital face à inteligência


grosseira e estática dos sólidos, dos fatos e, por isso mesmo, da morte. Graças à fabulação, o
«todos os homens são mortais» mantém-se potencial na consciência, mascarado pelo
concretíssimo projeto vital que faz espelhar a imaginação nos olhos do pensamento. (p. 98)

Finalmente, até nós (4), baseando-nos não na biologia,como Bergson, ou na psicologia, como
Lacroze, mas no balanço antropológico, conseguíamos estabelecer que a função de imaginação
é, acima de tudo, uma função de «eufemização», mas não simplesmente ópio negativo,
máscara que a consciência ergue diante da hedionda figura da morte, mas,pelo contrário,
dinamismo prospectivo que através de todas as estruturas do projecto imaginário, tenta
melhorar a situação do homem no mundo. (p. 99)
toda a arte, da máscara sagrada à ópera-cómica, é sobretudo iniciativa eufêmica que se
insurge contra o apodrecimento da morte. (p. 99)

A psicanálise clássica, na concepção da sublimação, já tinha confirmado o papel tampão que


desempenha a imaginação entre a pulsão e a sua repressão. Todavia, a psicanálise freudiana,
através da desvalorização que impunha à imagem, limitava-se a verificar a estrutura
equilibrante de processos de sublimação, mas consistia em desmistificar as aberrações
imaginárias da neurose reduzindo-as à sua causa temporal e substituindo-as pelo
encadeamento positivista dos factos biográficos da primeira infância. (p. 100)
No entanto, tanto em Jung como em Freud, o símbolo nunca é encarado com meio terapêutico
directo. (p. 100)

Passa-se exactamente o contrário com certos psiquiatras e psicólogos contemporâneos que


vão fazer a imagem desempenhar o seu papel essencial: o de factor dinâmico do reequilíbrio
mental, isto é, psicossocial. (p. 100)

o «sonho desperto», de que Desoille se faz teórico e prático, está muito próximo nos seus
efeitos da «fantasia» bachelardiana. O psicoterapeuta que tem de tratar psicopatas
depressivos injecta no seu psiquismo asténico imagens antagónicas,imagens de ascensão, de
conquista vertical. E de imediato, não só todo o «regime» isótopo das estruturas ascensionais
invade o campo de consciência - luz, pureza, domínio, vôo, ligeireza, etc. - como também a
consciência sofre uma verdadeira revitalização moral. A verticalidade é indutora de proezas
aeronáuticas ou montanhistas, mas também de «retidão» moral. (p. 100)

Do mesmo modo, para reequilibrar os neuropatas que têm tendência a perder o contacto com o
real, Desoille fá-los-á sonhar, não com a ascensão, mas com a descida à terra ou ao mar
concreto, levando-os, segundo a bela expressão de Bachelard, a «desaprender o medo» (P.
101)

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