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Algumas observações acerca do meu primeiro contato com a Fenomenologia

Die Philosophie ist eigentlich Heimweh, ein Trieb überall zu Hause zu sein.1

Luccas de Amorim Rêgo

Meu primeiro contato com a Fenomenologia, em fato, fora com a do Espírito.


E não me paira qualquer dúvida da importância desta para a que ora intento
tematizar: a primeira experiência de leitura de ​Sein und Zeit, ​de Martin Heidegger.
Talvez por que me soe bastante genuíno explorar um evento do meu cotidiano,
anônimo e discreto no interior do meu quarto, inspirado por um momento da filosofia
em que o módico, prosaico e cotidiano arrebata a atenção filosófica - por tanto
tempo embevecida pelo Absoluto. E nada no “mundo” mudou, e nem qualquer
descoberta que ao “impessoal” interesse.
Como na minha impressão das primeiras linhas - que é meu fio de Ariadne
aqui - ​SuZ ​trás algo de auditivo2 sobre a existência. O primeiro elemento, e não pelo
desdobramento da obra, mas que para mim primeiro se faz ouvir, é a estrutura do
ser-no-mundo que eu mesmo sou. Eu já sempre estive constituído por uma rede
referencial de significância, no seio da qual conheci sua descrição fenomenológica
(e que nos dois primeiros contatos me foi completamente inacessível).
Já ser-no-mundo significa que sou um ente que carrega um privilégio, o de
que, enquanto sou, tenho meu ser ​em jogo​. Assim, se a cada movimento que faço
no mundo, no âmbito existenciário, implica o que em mim há de fundamental, de
essencial: que posso-ser, que sou possibilidade de ser, que carrego a cada instante
e em cada possibilidade na qual me engajo a tarefa de ser, de ser eu mesmo ou de
fugir exatamente disso - seja como for, a tarefa nunca me é indiferente.
Toda obra de filosofia conserva esse aspecto de aventura na malha
ontológica do possível, ao passo que nossas leituras são liberadas através das

1
NOVALIS (eigentlich Georg Philipp Friedrich Leopold, Freiherr von Hardenberg).
Fragmente.​ Erste, vollständig geordnete Ausgabe hg. von Ernst Kamnitzer, Jess Verlag,
Dresden 1929. Bruchstücke philosophischer Enzyklopädistik.
2
Justifico a metáfora com esse sentido em particular pela proveitosa observação, durante
uma aula, de que pela audição apresenta-se o estímulo em todo nosso redor, ao contrário
da visão.
possibilidades legadas pela tradição e pela história. Dentre as minhas, apareceu
SuZ​, e dado um contato paciente, pelo qual me demorei ​junto a,​ houve uma radical
atualização do meu engajamento nas possibilidades que são as minhas. Não por
novas serem “abertas”, não é o caso, não há um número X de possibilidades que,
dado alguns movimentos no mundo, muda para X + Y ou qualquer congênere. Elas
já sempre estiveram ​aí, mas acontece-me de ​recordar e conseguir ouvi-las
novamente.
O possível que Heidegger me faz ouvir e que eu mesmo sou, somente é
audível no solo árido da vida fática - exatamente onde, a indiferença do impessoal,
me perturbou pela questão de que significa ser si-mesmo(a). É exatamente nesse
solo que sou-no-mundo, e nele é possível até mesmo o comportamento teorético
que me conduziu por diversos caminhos na filosofia especulativa, até que põe-me
os pés e a atenção no mundano. Precisamente onde a existência humana, e a
minha, acontece. Portanto, ​SuZ, ​para mim, foi uma experiência de voltar a ouvir o
ser-possível que eu mesmo sou, na qual meu engajamento nas possibilidades
existenciárias poderia até manter-se o mesmo, no entanto, com a inescapável
atualização de que meu engajamento é em vista de um projeto de ser ​meu​, que me
diz respeito íntima e existencialmente.
No entanto, não foi o caso de o meu engajamento permanecer o mesmo.
Justo por que essa obra, ao trazer-me de volta ao fático e ao que me trouxe, entre
diversos caminhos, até aqui, também me legou um novo começo - este, muito
aquém do Absoluto.

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