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Encerra, “data venia”, esse alvitre mais injúria que utilidade, pois
onde homem obra segundo os influxos de sua reta e esclarecida
consciência, toda a crítica se haverá por despicienda e baldia.
O mesmo passa naquelas corporações que instituíram para seus
membros Tribunais de Ética e Disciplina, como a veneranda Ordem
dos Advogados do Brasil. Também na Magistratura e no glorioso
Ministério Público é assim: apurada a falta de algum de seus
integrantes, ele cai logo em séria desgraça e é relaxado ao braço
disciplinar, onde até a perda do cargo figura entre as sanções.
É muito provável que a esta hora, em que os sonhos e as ilusões
se trocam pela saudade, alguém desta luzida assembleia entre a
excogitar que o obscuro advogado, que a Ordem emprestou à
Magistratura, na carinhosa expressão do bastonário Guido Antonio
Andrade, já se tenha passado com armas e bagagens para as hostes
contrárias, esquecido de seus velhos companheiros e compromissos.
Oh! não! Tal não fora possível, porque nunca voltamos as
costas para aqueles que são grande parte de nós mesmos.
E é este o espírito que preside à indicação de advogado para
preencher um quinto dos lugares dos Tribunais de Justiça: ensejar que,
na composição de suas câmaras, jamais esteja ausente a alma, a
experiência dos que fizeram da Advocacia profissão, máxime da
Advocacia Criminal (pois este é, por excelência, o Tribunal das causas
criminais).
Muitos dos que se acham aqui presentes são advogados, e não
poucos reputados e assaz conhecidos criminalistas.
Mas, quem é esse que a voz pública trata por advogado
criminalista?
Interroguemos a História, que ela no-lo dirá!
Onde se levantou o primeiro homem em defesa daquele cujos
direitos fundamentais eram violados, aí surgiu o criminalista, esse
bravo paladino, que tem em mais a liberdade alheia que a própria vida.
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Notas
Carlos Biasotti
Desembargador aposentado do TJSP e ex-presidente da Acrimesp