Petição

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ESMERALDA ONILDA GONZAGA e Tribunal de Justica do Estado de Alagoas, protocolado em 11/01/2018 às 11:53 , sob o número WQUE18700000159
fls. 98
EXELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA

COMARCA DE QUEBRANGULO/AL.
Para conferir o original, acesse o site https://www2.tjal.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0700112-02.2017.8.02.0033 e código 2491175.
PROCESSO N. 0700112-022017.8.02.0033
FRANCISCA TENORIO CAVALVCANTE, Brasileira, viúva, devidamente qualificada

nos autos do processo em epigrafe, vem por intermédio de sua advogada legalmente
constituída ESMERALDA ONILDA GONZAGA OAB/AL 12.604 a presença de Vossa
excelência, apresentar CONTESTAÇÃO aduzindo, para tanto, o que segue:
Os fatos alegados pelo inventariante não condiz com a realidade não são integralmente
verdadeiros.
É imperioso ressaltar que o “DE CUJUS” sempre foi casado com a SRA. FRANCISCA
TENORIO CAVALCANTE no regime da Comunhão Universal de Bens conforme
certidão de casamento anexa no processo supra e que varias execuções estão no nome da
mesma. (anexo).
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fls. 99
O falecido jamais deixou de da assistência pessoal e financeira a esposa e a considerava

como tal. A mantinha em outra cidade, pois vivia com a amante que era empregada da casa
deles na Barra Nova onde moravam, ao descobrir o relacionamento por vergonha a esposa
mudou de cidade morando em Quebrangulo e depois em Palmeira dos Índios para dar
continuidade aos estudos dos filhos,mas o falecido mantinha a esposa e os
descendentes,hoje casados e maiores ;
A mesma jamais se relacionou com outra pessoa, sempre o considerou esposo respeitando
até sua morte, a concubina sabia mas não se importava tendo vários filhos com o marido da
requerente.
E ainda conforme não seja do entendimento de Vossa Excelência que eles mantinha uma
relação matrimonial reza o artigo 1829 do Código Civil de 2002, mesmo que estejam
separados de fato a mais de 2 anos(o que não é o caso) o cônjuge poderá ser herdeiro pois é
incontestável que a convivência na cidade era impossível devido ele ter um caso com a
empregada da fazenda não teve culpa da convivência na cidade se torna impossível, ele
jamais quis qualquer separação ou divorcio da esposa, em relação a concubina não
configura nenhum direito sucessório.
Tem direito a meação de todos os bens deixados pelo espolio, simplesmente é a parte que
lhe cabe na comunhão de bens, que vai desde o casamento conforme artigo 1639 § 1º e se
extingue com o termino da sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges no seu artigo
1571 todos do C/C de 2002. A meação pertence ao cônjuge sobrevivente por direito próprio
e não por herança. A meação não é direito sucessório, mas direito patrimonial resultante do
regime de bens do casamento, e pela morte do parceiro aquela parcela do cabedal comum
se integra ao direito do supérstite, extinto o condomínio pelo decesso.
Quanto a concubina do marido a Constituição federal regula a união estável e a transforma
em casamento,mas como era uma união clandestina, o mesmo jamais deixou a esposa não
encontra guarita na legislação trata-se de concubinato impuro.Lembramos ainda que poderá
haver concorrência entre o cônjuge e companheiro nos termos o artigo 1830, em se tratando
de concubinato impuro, conforme nos ensina o mestre Venosa (2003, p 122): “No
concubinato impuro poderão ocorrer situações nas quais se atribuirão duas meações, ao
cônjuge e ao companheiro ou concubina”. Nos casos de concubinato impuro – relação
afetiva em que uma das pessoas já é casada –, a partilha de bens somente é possível se
comprovado que o patrimônio adquirido decorreu de esforço comum. Parte-se do princípio
de que concubinato adulterino é uma relação que não pode ser convertida em casamento,
moralmente reprovável e contrária aos bons costumes.
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fls. 100
Para a renomada Maria Helena Diniz, para quem o mero decurso do tempo de separação
de fato não tem o condão de extrair, por si só, o caráter ilícito do relacionamento
concubinário. Aduz a reconhecida civilista que as normas de direito de família são de
ordem pública e que só se poderia atribuir algum efeito ao relacionamento concubinato,
nesta hipótese, como sociedade de fato e não como união estável. (grifos nossos).
Conforme o disposto no artigo 1685 do C/C de 2002 na dissolução por morte verifica-se a
meação do cônjuge sobrevivente.
Quanto ao casamento sob o regime da comunhão universal, não há exceção: o cônjuge, na
sucessão legítima, jamais concorrerá à herança com os descendentes do outro, pois, por
força do regime, já tem direito à metade de todos os bens do casal, não importando se tais
bens foram adquiridos antes ou depois do casamento.
Quanto a outra parte que constitui a herança deixada pelo falecido será diferida aos
herdeiros na forma da lei estabelecida mo artigo 1829 do C/C de 2002..
Por derradeiro requer que o inventariante coloque os bens semoventes que também
pertencem ao inventario e a meação da requerente, o falecido possuía uma criação de
cavalos que não consta na relação dos bens.
Requer também o levantamento de valores deixados nas instituições bancaria em
Quebrangulo e Palmeira dos Índios a ser solicitado por Vossa Excelência através de oficio e
que por alvará seja liberada uma quantia para a Francisca se manter. Após a morte do
esposo não tem mais a pensão semanal ou quinzenal que o mesmo a mantinha.
Vale salientar que o mesmo já possuía boa parte da Barra Nova e quando comprada passou
o “de cujus” e a esposa Sra. Francisca a residir na mesma o resto adquiriu com a herança
do pai. Portanto faz juz a meação total da Barra Nova e de todos os outros bens deixados
pelo falecido. Por derradeiro pede a venda do veiculo anexo o documento na ação de
inventario para receber a sua meação até o termino do mesmo, precisa se manter e comprar
seus remédios é uma pessoa idosa e carece de cuidados especiais.
Por derradeiro pede o andamento da ação de inventario o qual o advogado pediu para só da
continuidade após ação de união estável com a concubina. Mas este não interfere na sua
meação.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

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fls. 101
Que seja JULGADO IMPROCEDENTE O PEDIDO formulado pelo inventariante pelas

razões expostas supra e que o processo de inventario continue;
A meação dos bens deixados pelo falecido e esposo;
Requer a colocação no processo dos bens semoventes, ou seja, os cavalos que o mesmo
criava todos de raça;
A venda do veiculo que se encontra no poder dos filhos, a mesma passa por necessidade
uma vez que deixou de receber a pensão do esposo falecido.
Encaminhamento as instituições financeiras em Quebrangulo e Palmeira dos Índios para

que possa ter sua meação através de alvará Judicial;
Pede audiência de conciliação para divisão dos bens amigavelmente, conforme artigo 334
NCPC;
Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, e desde já ficam requeridas.
Termos em que,
Pede Deferimento.
ESMERALDA ONILDA GONZAGA

OAB/AL 12604

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FRANCISCA TENORIO CAVALVCANTE, Brasileira, viúva, devidamente qualificada

O falecido jamais deixou de da assistência pessoal e financeira a esposa e a considerava

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

Que seja JULGADO IMPROCEDENTE O PEDIDO formulado pelo inventariante pelas

Encaminhamento as instituições financeiras em Quebrangulo e Palmeira dos Índios para

ESMERALDA ONILDA GONZAGA

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