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Resumo para a XIV Semana Acadêmica de Filosofia

O foco deste trabalho é analisar o problema da demarcação proposto pelo filósofo


Karl Raimund Popper. Popper ficou conhecido na área da Filosofia da Ciência e há duas
obras especialmente importantes para o problema da demarcação. São elas: A Lógica
da Pesquisa Científica e Conjecturas e Refutações. De acordo com esse problema, seria
uma tarefa da filosofia procurar uma forma de delimitar ou separar o conhecimento
científico de outros tipos de conhecimento, como os religiosos, metafísicos ou
pseudocientíficos (POPPER, 2008a, p. 34; POPPER, 2008b, p. 68).
O critério de demarcação formulado por Popper é denominado falseabilidade,
refutabilidade ou testabilidade (POPPER, 2008b, p. 284), e a sua aplicação se dá através
da categorização das assertivas1 ou sistemas de assertivas que sejam passíveis “de
entrar em conflito com observações possíveis ou concebíveis” como falseáveis (POPPER,
2008b, p. 68). Para isso, basta que uma teoria ou hipótese possa ser, em tese, contradita
por um resultado possível de uma observação. A isso, Popper designa ser falseável de
um ponto de vista lógico.
Em seguida, é preciso submetê-la a tentativas de refutação através de
experimentos que buscam provocar choques da teoria com possíveis observações ou
dados empíricos. Desse modo, é somente quando uma teoria resiste a essas pressões
dos testes que “podemos dizer que [a mesma] foi confirmada ou corroborada pela
experiência” (POPPER, 2008b, p. 284). Disso, concluímos que o que constitui a ciência
de uma época são, na verdade, as teorias que melhor resistiram às tentativas de
refutação a que foram submetidas.
De modo mais simples, é possível explicitar esse modo dedutivo de prova
tomando um exemplo. Concebamos uma teoria que diga que todos os cisnes são
brancos. Dela deduzimos a afirmação de que não há um cisne negro. Portanto, há uma
classe de enunciados singulares que diz que existe pelo menos um cisne negro em algum
lugar e que é a classe que carece de verificação e aceitação para que a teoria seja
falseada (POPPER, 2008a, p. 91). Por outro lado, caso a teoria resista a esse teste e esses
enunciados não sejam verificados, ela terá sido corroborada pela experiência.

1
Aqui, o termo “assertiva” será utilizado como sinônimo de “enunciado”.
Agora, ainda que uma teoria não seja falseada por meio de experimentos
rigorosos, não teremos a garantia de que ela não poderá ser falseada no futuro quando
da aplicação de outros experimentos. Para melhor visualização desse fato, retomemos
o exemplo anterior. Embora se possa conceber que uma observação cuidadosa de várias
regiões e ao longo de um período de tempo considerável poderia resultar apenas na
visualização de cisnes brancos, isso não quer dizer, ou melhor, não garante, que no
futuro não venhamos a encontrar cisnes negros. Ou seja, ainda que bem corroborada, é
sempre possível que uma teoria seja, no futuro, falseada.
A essa possibilidade de falseamento dos sistemas teóricos bem corroborados,
Popper atribui à crítica de Hume à indução. Comumente, a indução é descrita como um
processo de inferência que parte de enunciados particulares (como enunciados sobre
um ou mais experimentos) para enunciados universais (como as hipóteses ou teorias
científicas). No entanto, “independentemente de quantos casos de cisnes brancos
possamos observar, isso não justifica a conclusão de que todos os cisnes são brancos”
(itálicos do autor) (POPPER, 2008a, p. 28). Ou seja, para Popper, Hume notou que há um
problema lógico na tentativa de justificar enunciados universais através de enunciados
particulares, pois nada impede que esses enunciados universais, apesar das reiteradas
observações passadas, se provem errados futuramente.
Por último, um passo que resta para a compreensão da falseabilidade é o que
Popper denominou de estratagemas convencionalistas. Esses estratagemas ameaçam a
falseabilidade enquanto critério de demarcação, em função de não ser possível
determinar, quando estamos diante de um sistema teórico de enunciados, se o mesmo
é um sistema refutável ou falseável, ou se estamos diante de um sistema convencional
irrefutável (POPPER, 2008a, p. 86).
Essa ameaça convencionalista é premente, pois qualquer sistema teórico pode,
em vista de um resultado de um experimento que o falseia, ser alterado, por exemplo,
por meio de uma hipótese ad hoc. Retomando o nosso exemplo, é possível que
observemos que em dada região, desconhecida até então, existem cisnes negros, o que
ameaça a nossa teoria de que “todos os cisnes são brancos”. Para evitar falseá-la,
poderíamos recorrer a uma hipótese ad hoc que diz que só há cisnes negros naquela
região específica, e que todos os restantes são brancos. No entanto, essa hipótese ad
hoc pode parecer problemática, e outra hipótese poderia ser utilizada para melhor
ilustrar o nosso exemplo. Imaginemos que esses novos animais descobertos, que
aparentam cisnes, na verdade, venham a não ser classificados como “cisnes” por serem
negros. Nesse caso, a formulação inicial de cisne foi reformulada para se acomodar à
experiência e para manter a teoria não falseada. Estratagemas como esse poderiam
tornar qualquer teoria não falseável.
Como única solução a esses estratagemas, que podem se estender além dos
exemplos dados, Popper recomenda que não apliquemos esses métodos
convencionalistas a qualquer sistema teórico que seja. Portanto, uma vez refutada, não
é cabível introduzir uma hipótese ad hoc simplesmente com a finalidade de sustentar
uma dada teoria (POPPER, 2008a, p. 86).
Assim, garantidas a falseabilidade do sistema teórico e as devidas prevenções
contra os estratagemas convencionalistas, é possível assegurar que a metodologia
científica está sendo seguida e que os resultados obtidos em um dado campo de
experimentação, quer a teoria em questão seja falseada ou corroborada, constituem
um passo decisivo da ciência em direção a “problemas novos, mais profundos e mais
gerais” (POPPER, 2008a, p. 308).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

POPPER, K. A Lógica da Pesquisa Científica. Tradução de Leonidas Hegenberg e


Octanny Silveira da Mota. 16.a ed. São Paulo: Editora Pensamento-Cultrix, 2008a.
POPPER, K. Conjecturas e Refutações: O Progresso do Conhecimento Científico.
Tradução de Sérgio Bath. 5.a ed. Brasília: Editora UnB, 2008b.

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