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Romila Carlini Dalfiôr

Resenha: Freud Além da Alma

Freud Além da Alma é um filme de 1962 dirigido por John Huston que traz a trajetória de
Sigmund Freud, sob uma dinâmica narrativa de suas descobertas mais progressistas e assim o
faz de forma eficiente. No começo da película, há uma comparação entre três grandes
pensadores e de como eles mudaram o modo das pessoas de enxergar o mundo, em consonância
com as suas épocas. Copérnico foi o grande responsável para que a humanidade,
principalmente os europeus, questionasse se realmente era o centro do Universo. Charles
Darwin, em seguida, é citado relembrando, então, sua teoria sobre a evolução, mudando assim
o sentimento de a humanidade ser desigual aos demais seres vivos, revelando que, na verdade,
ela é um resultado de um processo evolutivo. Por último, cita-se Sigmund Freud como a terceira
pessoa a mudar completamente a forma de como o ser humano pensava a si mesmo, trazendo
uma nova possibilidade ao sugerir que existe o inconsciente, uma parte obscura e secreta da
mente humana.
Freud era um jovem médico desapontado com a forma de como era abordada a histeria, isso
fica bem nítido no começo do filme, quando ele sugere um diagnóstico diferente para uma
paciente, porém é completamente rechaçado por seus colegas. Insatisfeito com a situação, ele
busca refúgio em Paris, se aprofundando nos conhecimentos de Charcot, médico revolucionário
da época que trabalhava para provar que a histeria não era uma doença exclusiva das mulheres,
além de também utilizar a hipnose para demonstrar como certos sintomas poderiam aparecer e
reaparecer como em um “passe de mágica”, mostrando como a histeria poderia ser de origem
psíquica. Freud a partir disso começou a trabalhar na teoria de que havia um inconsciente, de
onde viria todos aqueles sintomas inexplicáveis em pessoas com histeria. Ao apresentar essa
teoria aos seus colegas em uma palestra em Viena, ele mais uma vez é desacreditado
fortemente, porém chama a atenção de um médico renomado, Josef Breuer. Ele confessou
secretamente a Freud que de certa forma concorda com várias coisas que ele disse, e que foram
desaprovadas pelos demais, e que inclusive utilizava hipnose com seus pacientes. A troca de
experiências e afetos entre os dois foi imediata e intensa, logo Freud acompanhava os pacientes
do Breuer e ali surgiam várias teorias e formas diferentes de lidar com cada paciente.
O próximo passo de Freud foi se deparar com a sexualidade envolvendo alguns casos,
primeiramente, o caso de um homem que ao ser hipnotizado revela o seu desejo pela sua mãe.
Freud fica horrorizado com a cena e se afasta um pouco das suas pesquisas. De forma sucinta,
o filme mostra que o incomodo de Freud tem origem no fato de que ao ver o rapaz tendo desejos
pela própria mãe, Freud também percebe que o mesmo já aconteceu com ele. Após esses
momentos de afastamento, ele retorna já com uma ideia um pouco mais elaborada do
inconsciente, percebendo ainda mais como era importante o paciente ter acesso às lembranças
traumáticas e afins, portanto percebeu como a hipnose não era um método tão sofisticado para
tal e assim começou a usar a interpretação dos sonhos como ferramenta. Assim, o paciente
participava ativamente do processo. Em uma conversa Freud apresenta a Breuer sua suspeita
da sexualidade envolver a neurose. Ele argumenta dizendo que o sofrimento surge a partir da
repressão que o inconsciente sofre ao tentar expressar sua sexualidade. Breuer discorda dizendo
que não haveria repressão contra o sexo, pois ele seria algo de ordem instintiva. Freud então
argumenta novamente dizendo que a repressão, na verdade, atua naquilo que a sociedade seria
incapaz de suportar: uma sexualidade que possuísse liberdade de expressão. Após expor seus
argumentos, ele se angustia ao questionar se era possível a neurose começar na infância, pois
a partir disso a sua teoria da sexualidade estaria infundada, já que o incidente traumático,
reprimido, aconteceria antes do despertar do impulsos sexuais. A partir dessa análise, é possível
perceber que nem Freud cogitava a hipótese de uma criança possuir sexualidade.
Uma das pacientes mais importantes para elaboração de suas teorias foi a Cecily, a partir da
análise de seus sonhos foi possível entender várias coisas, de como a sexualidade estava
presente e muito além disso, Freud mais uma vez ultrapassou suas próprias ideias e elaborou
mais uma teoria: o Complexo de Édipo. Ao longo do filme e de suas descobertas, Freud vive
vários momentos de angústia e desespero, ele faz sua própria análise e se coloca em várias
situações horríveis. Mas ao analisar sua própria infância, ele percebe algo relacionando o seu
pai e sua mãe e isso tem associação direta com o caso do rapaz que sente desejo pela mãe e o
caso de Cecily, que, aparentemente, durante a infância odiava sua mãe e adorava o pai. Freud
percebeu isso também em suas memórias. Ele se tortura até se lembrar onde a sua neurose teve
início: no momento em que ele está bem confortável e isolado na presença de sua mãe, porém
o pai aparece e “estraga” todo o momento, tirando a mãe de perto do Freud.
No final, Freud chega à conclusão de que realmente deve haver sexualidade na infância, até
mesmo no início dela. Ele então se apresenta mais uma vez em Viena onde tudo se repete: suas
teorias viram piadas e são recebidas com a agressividade. Porém, seu trabalho se perpetua até
hoje na sociedade.
Mesmo que não se utilize todos os conceitos psicanalíticos, ferramentas e técnicas, é necessário
olhar com respeito e saber aproveitar o que há de melhor a partir das pesquisas de Freud e suas
inúmeras parcerias consolidadas ao longo de sua carreira. E isso não atravessa apenas a
Psicologia, visto que Freud no filme era um jovem médico que destoava dos demais, pois
colocava o bem-estar de seus pacientes como algo importante, assim não aceitando que todo
aquele sofrimento causado pela histeria continuasse. Seus colegas tinham um diagnóstico
pronto e fechado. Às vezes um(a) médico(a) precisa abrir mão de certas facilidades como esses
tipos de diagnósticos relatados no filme e desbravar outras possibilidades ou até mesmo
encaminhar o caso para outro tipo de profissional. É muito importante também escutar o que a
pessoa tem a dizer sobre o seu próprio caso, suposições podem ser perigosas e ter um efeito
contrário do desejado. A sexualidade humana sofre ataques contínuos de repressão e isso se
reflete até nos dias atuais. Um bom exemplo disso é um político deplorável ganhar as eleições
para presidente se validando, principalmente, na restrição de certos tipos de sexualidade.
É possível ter outras visões, até mesmo discordantes, do trabalho de Freud. Mas ele se faz
necessário de várias maneiras, por exemplo, ele mostra os desafios que enfrentou em sua época
e como eles se atualizam nos dias de hoje. Além de gerar vários debates sobre a ética
profissional, envolvendo machismo, racismo, homofobia. É uma pergunta que assola vários
teóricos: “fulano” é machista, “ciclano” foi incapaz de incluir o racismo em suas discussões?
São perguntas que são feitas diariamente e que geram um movimento de conhecimento enorme.
O filme foi capaz de me encantar, me causar muito interesse e me atualizar mais do que estava
sendo discutido em sala de aula. Para muitos, a psicanálise é polêmica, complicada,
contraditória. A linguagem fácil do filme me fez perceber que eu sabia muito mais do que
pensava sobre Psicanálise e principalmente comecei a vislumbrar como é necessário um
engajamento muito grande para compreender o que está posto e sendo discutido e que a partir
disso a dificuldade de absorver vai desaparecendo aos poucos.

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