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C O N H E C I M E NTO
O Investidor
Inteligente: entenda a
obra de Benjamin
Graham
Um livro para
investidores
individuais
A primeira edição de “O investidor
inteligente” foi lançada em 1949, na qual
Graham se dirige não aos especialistas do
mercado, mas aos investidores individuais,
sendo eles pro6ssionais ou não, muitos
deles considerados leigos. Para este
público, Benjamin apresenta sua 6loso6a de
investimentos baseada na acurada análise
do histórico de resultados das empresas,
que revelem o valor intrínseco das mesmas,
onde, ocasionalmente, se identi6cará que o
valor de mercado de determinada empresa
estará abaixo de seu valor intrínseco,
proporcionando uma margem de segurança
que aumente a expectativa de retorno em
longo prazo.
A edição brasileira de
“O investidor
inteligente”
O livro fundamental de Graham ganhou sua
primeira edição no Brasil em 2007 a partir
da tradução de Lourdes Sette para a Editora
Nova Fronteira. A edição em português traz
o texto original da quarta edição em inglês,
acompanhada de comentários elaborados
em 2003 pelo jornalista especializado em
6nanças Jason Sweig, que também é
colunista do The Wall Street Journal. Tais
comentários dobram o volume do livro, que
ultrapassa as 670 páginas, mas são
igualmente recomendados, pois Sweig
cotiza cada capítulo com a realidade de seu
tempo no mercado norte-americano,
demonstrando que o método de análise
proposto pelo autor em 1949 continua em
voga.
Investimento não é
especulação
Logo no primeiro capítulo do livro, Graham
faz a distinção entre investimento e
especulação. Segundo o autor, “uma
operação de investimento é aquela que, após
análise profunda, promete segurança do
capital investido e um retorno adequado. As
operações que não atendem a essas
condições são especulativas”. Zweig
destaca três pontos:
O investidor
defensivo e o
investidor
empreendedor
Para Benjamin Graham, é importante que o
indivíduo disposto a investir – ao invés de
especular – deve analisar seu per6l de
investimento para seguir estratégias
distintas. O investidor defensivo seria
aquele com pouco tempo disponível para
acompanhar o mercado constantemente,
em função de suas obrigações com outros
ofícios. Pro6ssionais liberais, assalariados e
pequenos empresários não podem perder o
foco em suas atividades para arriscar-se
num jogo onde até os mais experientes
podem perder. Uma atitude inteligente,
neste caso, é assumir-se como investidor
defensivo, adotando uma postura mais
conservadora diante do mercado, sem
prejuízo em longo prazo para o
desempenho de sua carteira.
O investidor
defensivo deve se
proteger em
fortalezas
Graham recomenda que o investidor
defensivo deva buscar a diversi6cação
entre empresas que se assemelhem a
castelos forti6cados, cujos fossos e
muralhas as protejam da concorrência
direta de outras empresas, das
interferências governamentais e da
obsolescência tecnológica, entre outros
fatores. O autor recomenda que estas
empresas devam se submeter a uma
bateria de testes perante o analista.
Concessões para o
investidor
empreendedor
Sendo Benjamin Graham e seu sócio
Jerome Newman investidores –
empreendedores e agressivos – bem-
sucedidos, logicamente eles não poderiam
se ater nas amarras que orientam os
investidores defensivos e passivos. Ao
investidor empreendedor versado na
interpretação de balanços 6nanceiros, lhe é
permitido tornar-se parceiro de companhias
secundárias que, segundo Graham,
“mostram um bom desempenho, têm um
registro passado satisfatório, mas não
parecem atraentes ao público”. O indicador
reinante nesta análise seria o LPA – Lucro
por Ação.
Amortecimento
psicológico para lidar
com as Futuações do
mercado
As bolsas de valores operam em ciclos
alternados de alta e baixa, em intervalos
irregulares que duram alguns anos. Cabe ao
investidor inteligente estar preparado,
emocionalmente e 6nanceiramente, tanto
para atravessar os vales do ciclo de baixa
como os picos do ciclo de alta. Benjamin
Graham personi6cou o mercado na 6gura
de um senhor cujo humor é orientado por
tais ciclos. Neste caso, o investidor deve se
manter imune aos assédios do “Senhor
Mercado”: otimista nos ciclos de alta,
pedindo para você comprar ações; e
pessimista nos ciclos de baixa, lhe
implorando para que venda seus papéis a
qualquer preço.
O mais importante: a
margem de
segurança
Ao controlar os próprios ânimos e impulsos,
com o objetivo de primordial de não perder,
o investidor inteligente estará bem
posicionado para operar com margens de
segurança que lhe garantam um
desempenho satisfatório de sua carteira
diversi6cada em longo prazo. Nas palavras
de Graham, “é curioso ver como muitos
empresários capazes tentam operar em Wall
Street com completa desconsideração por
todos os princípios sensatos com base nos
quais obtiveram sucesso em seus próprios
empreendimentos. “ – Portanto, investir será
algo inteligente na mesma proporção em
que se parecer com um empreendimento
convencional, onde ninguém está disposto
a rasgar dinheiro.
O investidor
inteligente não age
sozinho
Mesmo investidores pro6ssionais
experimentados conversam entre si antes
de tomar as decisões mais sérias. Aqueles
que buscam assessoria em bancos terão,
no máximo, a capacidade de poupança
preservada. Os analistas das corretoras
preferem trabalhar com os especuladores,
em função das taxas cobradas nas
operações frequentes.
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Jean Tosetto
Arquiteto e urbanista formado pela FAU
PUC de Campinas, tem escritório próprio
desde 1999. Autor e editor de livros, é
adepto do Value Investing. Colabora com a
Suno Research desde janeiro de 2017.
1 comentário
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P U B L I C A R C O M E N TÁ R I O
AMARAL
7 De Junho De 2019
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