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EDERATIV A
TIVA DO B RASIL
Presidente: Fernando Henrique Cardoso
Vice-Presidente: Marco Antonio de Oliveira Maciel
Consultor
Humberto Angelo
Editoração
Patrícia da Gama
Capa
Eduardo da Gama
Humberto Angelo
RESUMO
O presente trabalho estuda o comércio de madeiras tropicais com o objetivo de for-
necer subsídios para o estabelecimento de políticas, programas, normas e ações neces-
sárias ao desenvolvimento da comercialização de produtos florestais madeireiros origi-
nários da floresta tropical. O trabalho trata não somente das condicionantes do comér-
cio de madeiras tropicais mas também realiza uma análise econômica do papel do Brasil
no mercado internacional de madeiras tropicais. O estudo oferece, ainda, estimativas
das funções de exportação de madeiras tropicais brasileiras, no período de 1972 a 1994,
tendo a região Amazônica como base produtora. As variáveis relacionadas com as ex-
portações são os preços relativos, a malha viária, os subsídios à exportação, a capacida-
de instalada, o consumo doméstico, a expansão da renda internacional e o papel das
coníferas como substitutas das madeiras tropicais brasileiras. As elasticidades dessas
variáveis juntamente com as demais informações contidas neste ensaio são de suma
importância para responder a uma série de questionamentos, tais como a definição de
políticas comerciais, florestais, ambientais, e, para assegurar a sustentabilidade da flo-
resta tropical brasileira via os instrumentos de mercado.
1 . INTRODUÇÃO
O comércio de madeiras tropicais pode, sem dúvida, influenciar o modo como a flo-
resta é explorada, porém há que se diferenciar o comércio doméstico do internacional.
O comércio internacional não é um dos principais componentes para o desmatamento
das floresta tropicais, visto que somente seis por cento de toras tropicais destinam-se a
esse mercado. A conversão isolada de florestas para outros usos, como a agricultura e
pecuária, aliada ao aumento do consumo doméstico são fatores significativos no pro-
cesso de desmatamento. Logo, a pressão exercida pelo mercado internacional não é uma
componente expressiva do desmatamento nas regiões tropicais.
As distorções do mercado interno e as políticas falhas têm sido as principais respon-
sáveis pela conversão de áreas de florestas em áreas para agricultura ou para outros
usos.
O fator chave para reduzir o aumento das áreas desmatadas nas regiões tropicais,
relacionadas com a extração de madeira, é assegurar incentivos econômicos devida-
mente direcionados para se obter um manejo sustentável das florestas. As políticas rela-
cionadas ao manejo florestal nos países produtores promovem e regulam tais incenti-
vos, propiciando a maximização do potencial gerador de divisas advindas da extração de
madeiras nos trópicos.
O ponto de partida, portanto, é a criação de uma política florestal adequada por parte
dos países produtores, que contemplem o manejo adequado das florestas produtoras de
madeira de forma a sustentar a produção ao longo do tempo dos recursos florestais,
para o comércio dos produtos.
As várias opções de políticas comerciais existentes, e pertinentes ao comércio de ma-
deiras tropicais, contribuem para que se tenha um mecanismo adequado do ponto de
vista econômico e ambiental, desde que exista vontade política e condições de
aplicabilidade por parte dos governos. O Brasil não é exceção a essas observações.
Sabe-se que o desmatamento aumentou nos últimos anos, principalmente na Região
Amazônica. Porém, não é o comércio internacional o responsável e, sim, as distorções
existentes no comércio interno e na política adotada de uso do solo na região. Isto expli-
ca o fato de o País em 1980 ter suspendido a exportação de toras e, mesmo assim, a
extração de madeira continuar sendo executada de forma acelerada, sem medidas ade-
quadas de manejo e sem que as indústrias de transformação atingissem níveis adequa-
dos de beneficiamento.
Soma-se a isso a inexistência de incentivos econômicos que promovam a extração
sustentada das florestas produtivas, fazendo com que outros usos dos solos sejam mais
interessantes do que a produção madeireira.
Apesar da pouca participação das madeiras tropicais no comércio internacional, ob-
serva-se um aumento da exploração dos recursos tropicais. Assegurar a produtividade
da floresta tropical de forma sustentada é o caminho capaz de garantir a utilização dos
recursos florestais causando os menores danos possíveis ao ambiente, sem interferir de
8
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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forma autoritária no fluxo comercial entre as nações e sem prejudicar o comércio do-
méstico.
O presente trabalho estuda o comércio de madeiras tropicais com o objetivo de for-
necer subsídios para o estabelecimento de políticas, programas, normas e ações neces-
sárias ao desenvolvimento da comercialização de produtos florestais madeireiros de
origem na floresta tropical. O trabalho trata não somente das condicionantes do comér-
cio de madeiras tropicais mas também realiza uma análise econômica do papel do Brasil
no mercado internacional de madeiras tropicais.
97
ano
96
95
Figura 1
1. Produção de madeiras tropicais na forma de toras por região.
Ásia-Pacífico
1997
América Latina
1996
África 1995
América Latina
Ásia-Pacífico 1997
1996
África 1995
Figura 3
3. Exportação de Toras Tropicais por Região.
América Latina
Ásia-Pacífico 1997
1996
África 1995
Figura 4
4. Exportação de Produtos Processados por Região.
10
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Am. Lat
Ásia-Pacif 1997
1996
África 1995
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
Somente a África continua a exportar um alto volume de toras, se comparado aos pro-
dutos processados, com cerca de 35% da produção da região destinando-se à exportação.
Figura 6
6. Maiores Produtores de Toras Tropicais.
Malásia
Indonésia
Brasil
1996
Índia 1995
1994
Papua Nova Guiné
0 5 10 15 20 25 30 35 40
1
Os preços foram deflacionados pelo índice de preços no atacado dos EUA, publicado em Conjuntura Econômica, Fundação Getúlio Vargas.
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mundial.
600
500
400
300
200
100
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
Figura 7a. Preços Correntes e Deflacionados para Painéis de Madeira no Mercado Internacional.
450
400
350
300
250
US$
200
150
100
50
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
Fonte: FAO (1980- 90- 95) preço corrente preço deflacionado
Figura 7b. Preços Correntes e Preços Deflacionados para Madeira Serrada no Mercado Internacional.
PROJETO UTF/BRA/047 - AGENDA POSITIVA PARA O SETOR FLORESTAL DO BRASIL
13
PROJETO TCP/BRA/6712 - APOIO À AGENDA FLORESTAL DO BRASIL
AGENDA POSITIVA PARA O SETOR FLORESTAL DO BRASIL
PROGRAMA NACIONAL DE FLORESTAS
140
120
100
80
US$
60
40
20
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
Figura 7c
7c. Preços Correntes e Deflacionados para Toras Beneficiadas no Mercado Internacional.
Indonésia
Malásia
Brasil 1996
Índia 1995
1994
Japão
0 5 10 15 20 25 30 35
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Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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Assim, tem-se de um lado o comércio de madeira gerando grandes retornos aos in-
vestimentos feitos no setor e o manejo sustentado um pré-requisito para a estabilização
de áreas florestais nos trópicos, principalmente a longo prazo. Por outro lado, tem-se um
manejo inadequado promovendo uma extração excessiva de madeira que, por sua vez,
promove a degradação da floresta direta ou indiretamente.
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Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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A Indonésia usou tais recursos, porém ficou claro que tanto a taxação, quanto a restri-
ção utilizadas com o intuito de aumentar e melhorar as atividades de processamento
causaram um aumento da ineficiência na transformação das toras, com sérias conseqü-
ências para o manejo florestal.
Essas distorções nas políticas de comércio servem somente para ampliar os impactos
ambientais negativos causados pelo mercado doméstico e pelas políticas falhas adotadas.
As principais implicações políticas vistas aqui reforçam a opinião de que medidas que
promovam o manejo florestal sustentado, com mecanismos reguladores adequados, são
mais apropriados, promovendo um desmatamento menor nos países exportadores. As
restrições sobre as exportações são mais danosas do que benéficas ao setor, principal-
mente a longo prazo.
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As barreiras tarifárias incluem todo tipo de taxações oficiais sobre os produtos produ-
zidos no exterior. As cargas tarifárias são calculadas como uma proporção fixa do valor
do produto importado e a taxa aplicada varia de acordo com o produto.
As barreiras não-tarifárias assumem diversas formas, agindo de várias maneiras, com
o intuito de limitar a quantidade do produto estrangeiro no mercado doméstico. Restri-
ções quantitativas, como as cotas fixas, é um exemplo. Outras menos óbvias incluem
exigências sanitárias, técnicas e de segurança, investigações antidumping e outras que
visam aumentar efetivamente o preço dos produtos importados. Alguns tipos de subsídi-
os adotados pelo governo assume uma forma de barreira não-tarifária quando promo-
vem a competitividade das empresas domésticas junto às empresas estrangeiras.
Tanto as barreiras tarifárias, quanto as não-tarifárias têm impacto significativo sobre a
economia. Agem direta ou indiretamente, promovendo o aumento do preço dos produ-
tos importados.
É difícil a observação dos efeitos ambientais causados pelas barreiras de importação
sobre as florestas tropicais. Porém, esses efeitos influenciam o suprimento de toras, a
distribuição do valor agregado, o emprego e a eficiência do processamento. Tais fatores
irão, a seu turno, influenciar a qualidade do produto final, bem como a alocação da
floresta entre a indústria madeireira e as opções de uso do solo florestal.
As restrições sobre as importações de produtos de madeira tropical aplicadas pelos
maiores mercados consumidores promovem um impacto no manejo florestal nos trópi-
cos. Entretanto, esta ligação é complexa. Enquanto as restrições às importações redu-
zem a demanda pelos produtos tropicais de alguma forma, isto não implica numa menor
extração de madeira, e nem um menor desmatamento nos países produtores. Além dis-
so, o uso generalizado de restrições às exportações pelos países produtores cria distorções
adicionais no padrão do comércio e no manejo de suas florestas. Esses efeitos sobrepos-
tos contribuem para dificultar o isolamento dos efeitos causados pelo impacto específi-
co das barreiras de importação no fluxo do comércio de madeiras e na degradação das
florestas tropicais.
A liberalização das importações estimularia a demanda de produtos florestais, sendo
os produtos processados os mais beneficiados. Em tese, os maiores ganhos seriam os
incentivos ao manejo sustentado. Porém, devido às falhas na política interna dos países
produtores e às peculiaridades do mercado doméstico nesses países, tais ganhos não
proporcionam investimentos no manejo sustentado e, sim, aumentam a pressão sobre
as florestas, com uma degradação excessiva das mesmas. É questionável se essa
liberalização levaria realmente a um uso mais eficiente das florestas via manejo susten-
tado.
2
No anexo 1 estão listados os produtos por código, bem como as síglas usadas na tabela.
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44030 0 0 0 0 0 0 0 0
4801 0 0 4,9 0 0 0 0 0 0
44030 0 0 0 0 0 40 0 12
4407 4 0 16,25
4409 10,8 5 10 0 0 20 40 10 20
4412 9,2 6
44030 22,5
4407 21,3
4409 25 20 3 35 15 40 9 13 40 20
4412 25 30 20 35 30 40 15 30 60 20
4418 25 20 50 40 Ñ Ñ 9 13 40 20
4801 5 Ñ 20 20 15 25 9 0 15 30
9403 40 30 70 40 35 Ñ 9 2,2 80 20
3
GOODLAND, R. 1990. Tropical moist deforestation: ethics and solutions. World Bank Pontificia Academia Scientiarum, Vatican
City. (Unpublished manuscript).
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De acordo PcomrocedimeHamilton
ntos de Importa(1991)
ção e Barbier
- et al. (1994),
- esses movimentos
- têm-se
Taxas variáveis - - -
equivocado quanto ao alvo que
Antidumping/countervailing duties
pretendem
ascensão
atingir, pois uma
ascensão
parte considerável
estável
da des-
truição das florestas
Restrições votropicais
luntárias à expodeve-se
rtação à sua- conversão em - novas fronteiras
- agropecuárias,
como ocorre na Amazônia
Controle de preçobrasileira.
s - - -
Standards ascensão estável/caindo ascensão
Goodland3, citado por Halmiton (1991),
Government procurement
relata os
ascensão
principais embargos
estável/caindo estável/ascensão
e restrições ao
comércio de madeiras tropicais.
Marking and packing São eles:
ascensão estável/caindo estável/ascensão
Restrições às Exportações 1960-79 1979-85 1985 -
1987 Reino Unido Amigos da Terra clamam para um boicote das madeiras
Controle de preços, taxas, etc. ascensão ascensão ascensão
Cotas/ proibições
tropicais; ascensão ascensão ascensão
Fonte: Barbier et al., 1994
1988 Alemanha
Alemanha 200 cidades (City Councils) decidem não mais usar madeiras
Tabela 2. Tendências das Barreiras Comerciais que afetam os Produtos Florestais
tropicais;
1988 Parlamento Europeu anuncia decisão de todos os membros de banir as
importações de madeiras de Sarawak, Malásia (mais tarde,
rejeitada pela Comissão Européia);
1989 Alemanha O Ministério da Habitação anuncia decisão do governo de
suspender o uso de madeiras tropicais;
1989 Alemanha A Federação dos Importadores de Madeiras Tropicais introduz
um código de conduta para os importadores desta matéria-prima;
1989 European FFederation
ederation of TTropical
ropical TTimber
imber TTrade
rade Association propõe uma taxa
sobre as importações de madeiras tropicais pela Comunidade Européia.
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9 . SUSTENTABILID
SUSTENTABILID ADE D
ABILIDADE AS FL
DAS OREST
FLOREST AS VIA MERCADO
ORESTAS
O objetivo dessa seção é identificar algumas opções relacionadas à política comercial
que têm sido propostas como um meio de se encorajar o uso de sistemas de manejo
sustentado nas florestas tropicais produtoras de madeira. Algumas dessas políticas in-
cluem intervenções no comércio de madeira tropical, com efeitos variados e por vezes
distorcidos. Como tais intervenções advêm de decisões unilaterais ou multilaterais, dis-
cute-se a possibilidade de ocorrência de ambas.
Existe uma enorme amplitude nas opções de política comercial de madeiras tropicais,
desde a não-intervenção, até a proibição completa do comércio. E é claro que existem
entre esses dois extremos variadas políticas comerciais. Serão consideradas aqui, apesar
das suas diversidades, todas como opções de políticas comerciais. Algumas, entretan-
to, não estão estritamente relacionadas com a política comercial, mas afetam a produ-
ção de madeira e indiretamente o seu comércio, por meio da influência sobre os incen-
tivos para o manejo florestal sustentado.
· LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO
É a remoção de todas as intervenções internacionais existentes promovida pelos paí-
ses importadores, exportadores ou por ambos.
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Nota-se que as recentes restrições adotadas para as exportações realizadas pelos pa-
íses produtores não tiveram como premissa a redução das áreas desmatadas relaciona-
das com a extração de madeira. Essas reduções não foram significativas a curto prazo. A
expansão da capacidade de processamento e os problemas da ineficiência, oriundos dos
desequilíbrios entre produção e beneficiamento, têm contribuído para o aumento do
desmatamento a médio e a longo prazos. Entretanto, isto não implica que uma redução
das restrições sobre as exportações irá automaticamente proporcionar um aumento dos
incentivos ao manejo sustentado, As evidências mostram que, na verdade, a liberalização
do comércio aumentaria a pressão sobre a base florestal, a menos que medidas e políti-
cas bem direcionadas de manejo sustentado fossem adotadas.
Existem, também, aspectos relacionados às barreiras de importação para produtos de
madeira tropical nos mercados mais desenvolvidos que deprimem a demanda de algu-
ma forma. O problema principal está no escalonamento tarifário, que é o modo pelo
qual as tarifas de importação aumentam, conforme aumenta o beneficiamento do pro-
duto.
A redução das tarifas por parte de países com mercados desenvolvidos levaria mais à
criação de um novo comércio de produtos, do que a uma diversificação comercial, com
quase todas as novas rotas comerciais sendo criadas para os países em desenvolvimen-
to e estas convergindo para os mercados da comunidade européia, para o Japão e para
os EUA. Não está claro, porém, se os países em desenvolvimento seriam os maiores
beneficiários dessas novas rotas comerciais.
As barreiras não-tarifária também exercem certa influência no fluxo comercial. São
mais significativas nos mercados mais desenvolvidos do que as barreiras tarifárias, po-
rém é mais difícil determinar seus efeitos e impactos sobre o comércio. Embora o Siste-
ma Geral de Preferência (GSP) possa reduzir as tarifas para os países em desenvolvimen-
to, o sistema de tarifas e cotas, adotado pela Comunidade Européia e pelo Japão, impõe
restrições a certos produtos de origem tropical, especialmente o compensado. A remo-
ção desse sistema de tarifas e cotas teria um maior impacto sobre o comércio de produ-
tos tropicais, do que a liberalização total do comércio pela redução de tarifas.
Normalmente, as barreiras tarifárias e as barreiras de importação nos países em de-
senvolvimento são maiores do que nos países desenvolvidos.
O maior obstáculo, entretanto, ao se recomendar a liberalização geral do comércio
para produtos de madeira tropical como uma opção de política comercial, é que essa
medida não está politicamente de acordo com o atual estágio e comportamento do co-
mércio mundial. Fazer com que países exportadores e importadores aceitem tal sistema é
difícil.
Dessa forma, não é ambientalmente desejável, a adoção da liberalização geral do co-
mércio de madeiras tropicais, a menos que venha acompanhada de medidas de política
florestal específicas. Considerando que a extensão das barreiras não-tarifária e seu im-
pacto sobre o comércio não são ainda bem compreendidas, tanto os países produtores
quanto os exportadores tendem a preferir restrições comerciais como parte de sua es-
tratégia para a industrialização dos produtos de base florestal e para a proteção das
· RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS
São essencialmente restrições ou cotas aplicadas ao volume comercializado interna-
cionalmente de produtos de madeiras tropicais. O contingenciamento das exportações
brasileiras de mogno (Swietenia macrophylla) é um exemplo dessa prática
· TAXAS COMERCIAIS
São mecanismos de aumento de preço e custos dos produtos de madeira
comercializados, promovendo o desencorajamento por parte tanto de produtores, quanto
de consumidores. Para serem efetivas na redução da quantidade comercializada, as ta-
xas devem fazer com que produtores e consumidores mudem seus padrões de uso dos
recursos. Desta forma, a taxa é um instrumento econômico que afeta os incentivos ao
comércio internacional de madeira tropical, sendo aplicada tanto nas importações, quanto
nas exportações.
· SUBSÍDIOS COMERCIAIS
É também um instrumento econômico que estimula produtores e consumidores a
mudarem seus padrões de uso de recursos. Entretanto, ao contrário das taxas, neste
caso os subsídios diminuem os custos associados ao comércio e encorajam altos níveis
de comercialização dos produtos de madeira.
A redistribuição de divisas advindas do comércio pode ser usada para implantar o
manejo sustentado de florestas em países tropicais. Existem meios que são utilizados
para aumentar a entrada de recursos, tais como:
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Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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Mais do que redirecionar divisas geradas pelo comércio da madeira, aplica-se uma
sobretaxa a ser implantada na forma de imposto sobre o comércio de produtos de ma-
deiras tropicais, a fim de aumentar a arrecadação por países exportadores e importado-
res.
· CRITÉRIO DA OTIMIZAÇÃO
Neste caso, o objetivo é observar se o ponto ótimo de cada política contempla ques-
tões que tenham objetivos econômicos, ambientais e sociais.
O critério ótimo básico para definir as opções de política comercial mencionadas inclui:
a) Eficiência Ambiental
Refere-se à habilidade do instrumento político de reduzir os efeitos do desmatamento
relacionados à extração de madeira ou, ao menos, a capacidade de promover incentivos
aos países produtores, para assegurar que seus produtos saiam de florestas manejadas
de forma sustentada.
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b) Eficiência Econômica
Depende do relativo benefício ou custo econômico das opções de instrumentos e
políticas. Aqui, levam-se em conta as implicações econômicas de qualquer criação ou
destruição de produtos de madeira, do seu comércio e os recursos financeiros aportados
à implementação da política adotada
c) Implicações Distributivas
Leva em consideração os efeitos de quem ganha e quem perde nas intervenções polí-
ticas. Essas intervenções redistribuiriam as finanças (recursos) entre países produtores,
consumidores e o resto do mundo, ao longo da cadeia produtiva.
A adoção de uma medida política depende fortemente de sua aceitação dentro do
país e pela comunidade internacional. Esta adoção só será legal como ferramenta políti-
ca se estiver em harmonia com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A capacidade institucional e administrativa é também muito importante para a implanta-
ção de uma determinada política, como a adoção de medidadas de certificação,
monitoramento e fiscalização.
As condições adequadas referem-se a até que ponto apenas o instrumento político é
suficiente para se alcançarem os objetivos do manejo sustentado das florestas e, se não
o for, quais seriam as condições requeridas para tal.
Numa situação ideal, todos os critérios listados acima seriam examinados com caute-
la, para determinar qual é a melhor política a ser adotada.
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Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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lor global. Essa externalização foi identificada como uma possível justificativa de novas
transferências
160000 financeiras, ou do aumento das já existentes, em favor das nações deten-
toras 140000
de florestas tropicais. A idéia é que todas as nações se beneficiariam do esforço de
preservar os remanescentes das maiores áreas de florestas tropicais. Todas as nações,
segundo esta argumentação, deveriam contribuir para compensar as nações detentoras
120000
de florestas das perdas potenciais de divisas que sofreriam ao abdicarem da extração de
100000
madeira ou da conversão das florestas em outros usos.
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
O objetivo principal de cada opção não é penalizar o comércio nem a produção de
pr odução cons umo (pr oduçao-expor tação)
madeira, e, sim, assegurar que os mecanismos de mercado trabalhem para reforçar os
Fincentivos
igura 8 positivos
8. Evolução ao manejo
da Produção florestal.
e Consumo O melhor
de Toras Tropicaismeio de se conseguir isso é fazendo
no Brasil.
com que o comércio de madeiras tropicais promova ganhos maiores e que parte desses
ganhos possa ser aplicada no estabelecimento do manejo sustentado. As opções de po-
lítica comercial por si só não são substitutas de políticas públicas referentes à produção
e ao comércio de madeira. A comunidade internacional deve, então, olhar as opções de
política comercial como uma forma que países produtores acharam de melhor atingi-
rem os compromissos inerentes à exploração dos recursos naturais de forma sustenta-
da, em vez de usarem outras opções que não estejam de acordo com este princípio.
140000
120000
100000
metros cúbicos (1000)
80000
60000
40000
20000
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
tor a us o ind polpa outr os us os ind combus tível
Figura 9
9. Diferentes Usos de Toras Tropicais no Brasil.
97
96
ano
95
94
24200 24400 24600 24800 25000 25200 25400 25600 25800 26000 26200
Figura 10
10. Produção e Consumo de Toras Tropicais no Brasil.
200000
150000
100000
50000
0
80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
Figura 11
11. Produção e Uso de Toras no Brasil.
38
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
100
90
%
80
70
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
Fonte: FAO (1980-90-95) ano
Figura 12
12. Percentual de Toras Produzidas não Beneficiadas.
não participa do comércio internacional de toras tropicais desde 1980, quando as expor-
tações desse tipo de produto foram proibidas pela Resolução no 128, de 5.08.1980, do
Conselho de Comércio Exterior (CONCEX).
Observa-se na figura 9 que as toras tropicais produzidas e consumidas no Brasil são
usadas principalmente como fonte de energia. Quando este volume é comparado com o
volume de produtos beneficiados, e, portanto, com um valor agregado maior, observa-
se que a produção de produtos mais nobres de madeira tropical é baixo. Logo, o consu-
mo de toras tropicais no Brasil tem como finalidade principal suprir a demanda de ener-
gia.
2000
1800
1600
metros cúbicos (milhões)
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
Fonte: FAO (1980-90-95)
Figura 13
13. Evolução das Exportações dos Produtos Beneficiados pelo Brasil.
30000
25000
metros cúbicos (milhões)
20000
15000
10000
5000
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
Fonte: FAO (1980-90-95) B r as il M alás ia
Figura 14
14. Exportações do Brasil e da Malásia dos Produtos Beneficiados4.
12000
10000
mtros cúbicos (mulhões)
8000
6000
4000
2000
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
Fonte: FAO (1980-90-95) madeir a s er r ada laminado compens ado
Figura 15
15. Evolução da Produção dos Produtos Beneficiados no Brasil.
4
Produtos beneficiados referem-se a soma de madeira serrada, compensados e laminados.
40
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
450
400
350
300
250
US$
200
150
100
50
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
600
500
400
US$
300
200
100
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
500
400
300
US$
200
100
0
69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95
ano
Fonte: FAO (1980-90-95 ) pr eços cor r entes pr eços defacionados
Figura 18
18. Preços Correntes e Deflacionados para Madeira Serrada no Brasil.
42
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
1 6 . OFERTA E DEMAND
OFERTA DEMANDA A DE EXPORT AÇÃO D
EXPORTAÇÃO DAA MADEIRA
TROPICAL BRASILEIRA
16.1. MODEL
MODELOO ECONOMÉTRICO
A oferta de madeiras tropicais brasileiras pode ser especificada da seguinte maneira,
44
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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liza o fluxo dos rios, Cruz (1991). A exploração na terra-firme depende de rodovias e a
evolução da malha viária pavimentada e não-pavimentada na Região Norte passou de
27.684 km, em 1972, para 95.642 km, em 1994, um aumento da ordem de 245,5%.
Este fato tem contribuído para uma maior oferta de madeira e, em alguns casos, a preços
menores.
A variável YT foi incluída na equação de oferta de exportação como um fator de escala
ou tendência, para representar os deslocamentos da curva de oferta. A inclusão desta
variável foi particularmente conveniente, já que contribui para remover da regressão o
efeito tendência e identificar a natureza da capacidade de produção sobre as exporta-
ções.
Sob padrões normais de comércio, o sinal esperado de YT é positivo. De acordo com
Zini (1988), o valor do coeficiente desta variável indica um viés pró ou anticomércio, se
sua magnitude for superior ou inferior à unidade, respectivamente. Um valor maior que
a unidade indica um viés pró-comércio; unitário, indica um efeito neutro; menor que 1,
indica um viés anticomercial; e, negativo, indica um viés anticomercial forte.
Em virtude da especificação logarítmica, as elasticidades com respeito ao preço e às
demais variáveis são dadas diretamente por ai.
A expectativa é de que a1, a3 e a4 > 0; a2 < 0.
A função de demanda pode ser especificada como:
lnX tD = b 0 - b 1lnPX t + b 2lnPS t + b 3lnYW t + b 4lnQ tR + b 5lnT + b 6D t + e 2
[2]
em que
XD = o quantum de madeiras tropicais demandadas pela exportação;
PX= preço FOB das exportações;
PS = preço do substituto;
YW = renda dos países importadores;
QR = produção do resto do mundo em relação à produção mundial;
T = variável tendência;
D = variável auxiliar e
e2 = termo estocástico.
De acordo com LEAMER e STERN (1970) e KREININ (1971), os fatores que determi-
nam a demanda por exportação de um dado produto de um certo país são: preços do
produto; preços dos substitutos; renda dos países importadores e exportadores; quanti-
dade produzida do resto do mundo; e um conjunto de fatores que refletem ações de
políticas comerciais, tais como câmbio, tarifas, subsídios, embargos, estoques e outros.
No modelo proposto, a demanda por exportação depende negativamente dos preços
do produto (PX) e da quantidade produzida do resto do mundo QR; positivamente, sob
condições normais, da renda real do resto do mundo YW.
Quanto ao preço do substituto (PS), a priori ainda não se pode prever se as madeiras
tropicais brasileiras são substitutas ou complementares às coníferas no mercado inter-
nacional, portanto a relação de PS com o quantum de madeiras tropicais demandadas
pode ser negativa ou positiva. Mas a expectativa é de que a elasticidade-cruzada seja
positiva, o que indica que as madeiras tropicais brasileiras estão substituindo as coníferas
nos principais países importadores.
A variável tendência (T) busca captar os deslocamentos da curva de demanda, os
efeitos de fatores diversos sobre a demanda, tais como mudança na distribuição de ren-
da, gostos e preferência dos compradores. Torna-se difícil a priori prever o sinal do coe-
ficiente desta variável. O sinal do coeficiente da variável auxiliar D, na equação de de-
manda, é outra incógnita, uma vez que o objetivo da presença desta variável é contornar
os efeitos cíclicos da série estudada. Os valores de D foram atribuídos em relação à
média da série: quando a procura por exportação é menor que 400 mil m3, o valor de D
é igual a -1; acima de 500 mil m3, D é igual a 1, e no intervalo de 400 a 500 mil m3, D é
igual a zero. A expectativa é de que os ciclos da demanda por exportação se relacionem
significativamente com esta variável, portanto torna-se difícil a priori prever o sinal espe-
rado para b6.
A hipótese representada pela equação [2] é de que os importadores da madeira naci-
onal tendem a manter uma relação inversa entre o preço (PX) e o quantum (XD).
A equação [2] pode ser normalizada para o preço das exportações, fazendo com que
as variáveis endógenas do sistema fiquem como dependentes no modelo.
As equações [1] e [2] compõem o modelo de equilíbrio. Estas equações formam um
sistema superidentificado que pode ser estimado simultaneamente, supondo-se que as
quantidades demandadas e exportadas se igualem (logXD = logXS = logX) e haja indepen-
dência dos termos estocásticos.
Esse sistema pode ser estimado pelo método de Mínimos Quadrados de Dois Estágios
(MQ2E), Máxima Verossimilhança de Informações Limitada (LIML) ou por métodos
sistêmicos tais como o de Mínimos Quadrados de Três Estágios (MQ3E) e Máxima Verossi-
milhança de Informações Plena (FIML). O problema é: qual ou quais destas técnicas em-
pregar?
Se for assumida a hipótese de o Brasil ser um país pequeno, um price taker no senti-
do de sua pequena participação no mercado internacional de madeiras tropicais, todas
as variáveis do lado direito das equações [1] e [2] seriam exógenas. Daí, poderiam ser
estimadas as equações por Mínimos Quadrados Ordinários (OLS), Braga e Markwald
(1983)
Não assumindo essa hipótese, os métodos de Mínimos Quadrados de Dois Estágios
(MQ2E) e Máxima Verossimilhança de Informações Limitada (LIML) são estimadores efi-
cientes assintoticamente. Usam a mesma quantidade de informações, ou seja, ambos
usam todas as variáveis predeterminadas do modelo e ambos têm o mesmo grau de
eficiência, Pindyck e Rubinfeld (1981).
Mínimos Quadrados de Três Estágios (MQ3E) e Máxima Verossimilhança de Informa-
46
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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ções Plena (FIML) usam mais informações que os métodos anteriores, além de admiti-
rem a possibilidade de correlação contemporânea entre os erros das equações contidas
no modelo, o que lhes assegura maior eficiência assintótica. São estimadores eficientes,
se o sistema estiver especificado corretamente. Mas sua aplicação com modelos mal
especificados aumenta o desvio ou a inconsistência dos resultados, porque os proble-
mas com uma equação são carreados para o sistema inteiro, Pindyck e Rubinfeld (1986).
O modelo de equilíbrio [1] admitiu a hipótese de que o ajustamento entre a demanda
e a oferta ocorre instantaneamente. Contudo, ele não capta a dinâmica de ajustamento
das exportações.
Os custos do ajustamento sugerem que a oferta reage defasadamente às mudanças nas
condições de demanda. Para investigar esta questão, o modelo de desequilíbrio ou modelo
de retardamentos distribuídos, como são chamados na literatura, têm sido empregados.
A teoria estática pressupõe que o ajustamento entre a oferta e a demanda ocorre
instantaneamente. No entanto, as variáveis econômicas que afetam a procura de um
bem exercem sua influência também por meio de retardamentos distribuídos, diante de
grupos de fatores psicológicos, tecnológicos e institucionais, que podem influir nas deci-
sões do consumidor. Desse modo, o hábito, a incerteza do futuro, o conhecimento im-
perfeito de bens substitutos e os gastos obrigatórios para satisfazer compromissos, en-
tre outros fatores, causam certa rigidez no comportamento humano e influenciaram o
consumo.
Um modo simples, sugerido por Houthakker e Magee (1969), de introduzir dinâmica
no sistema é assumir um modelo de ajustamento parcial. Isso corresponde a introduzir
uma variável dependente defasada do lado direito das equações [1] e [2]. Deixando a
oferta e a demanda se ajustarem com uma defasagem, pode-se interpretar a equação [3]
como o valor desejado de exportações, lnXt*, e postular-se um processo de ajuste defasa-
do. Esta hipótese de ajustamento é descrita como:
lnX t - LnX t-1 = l (lnX t* - lnX t-1) [3]
com 0 < l £ 1; l é chamado de elasticidade ou coeficiente de ajuste. Este coeficiente
determina a relação entre as elasticidades a curto e longo prazos, e seu cálculo é feito
subtraindo-se o coeficiente da variável Xt-1 da unidade. Dividindo-se os coeficientes das
demais variáveis pela estimativa de l, obtém-se a elasticidade das demais variáveis
Substituindo, por sua vez, as equações [1] e [2] em [3], têm-se as equações do modelo
de desequilíbrio. Note-se que, com a utilização deste esquema, é possível distinguir en-
tre elasticidade a curto e a longo prazo.
Função de oferta
lnX St = a 0 + a 1ln[PX t.E t.S t/PD t] - a 2lnU t + a 3lnKM t + a 4lnYT t + (1-l)lnX t-1 + n 1
[4]
Função de demanda
lnX D t = b 0 - b 1lnPX t + b 2lnPS t+ b 3lnYW t+ b 4lnQ t R+ b 5lnT+ b 6D t + (1-l)lnX t-1
+n 2 [5]
16 .2.
16.2. AVALIAÇÃO DOS MODEL
AVALIAÇÃO OS
MODELOS
Quanto à avaliação dos modelos, Thursby e Thursby (1984) alertam para a presença
de autocorrelação dos resíduos estatisticamente significativos em estudos empíricos de
funções de exportação. A existência de autocorrelação nos resíduos foi avaliada pelo
teste d de Durbin e Watson para o modelo de equilíbrio e o teste h de Durbin, para o
modelo de desequilíbrio. A autocorrelação nos resíduos pode ser um caso de modelos
mal especificados. Neste caso, as estimativas dos parâmetros, em si, são inconsistentes.
Por esta razão, torna-se necessário testar as especificações propostas.
Um teste para a especificação da regressão (RESET), proposto por RAMSEY (1969),
inspeciona a hipótese de que a média condicional dos distúrbios é zero, contra a alterna-
tiva de que um erro de especificação tenha ocorrido. Uma estatística RESET significativa
indica que o modelo está mal especificado.
16 .3.
16.3. DADOS UTILIZADOS
Os dados deste estudo foram séries anuais, para o período 1972-94, do principal pro-
duto florestal brasileiro comercializado internacionalmente ¾ a madeira serrada de não-
conífera ¾ sendo a série construída como indicado a seguir:
A quantidade de madeira serrada exportada (X) foi medida pelo quantum das exporta-
ções de madeira serrada de não-coníferas, calculado pela FAO.
O preço de exportação de madeiras tropicais (PX) foi medido pelo valor unitário das
Valores de t estão entre parênteses; MSE = quadrado médio do resíduo; I inconclusivo a 5% de probabilidade; 2 não-significativo a
1% de probabilidade; µµ= autocorrelação de 1a ordem dos resíduos.
48
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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17. ESTIMATIV
ESTIMATIVAS D
TIVAS DAA OFERTA DE EXPORT
OFERTA AÇÃO
EXPORTAÇÃO
A Tabela 3 mostra as regressões ajustadas para oferta de exportação. Todas as equa-
ções apresentam bom ajuste aos dados e erro-padrão pequeno para o termo residual em
torno de 0,81. Os valores do coeficiente de determinação (R2) são superiores a 0,96. Os
diferentes parâmetros têm o sinal esperado. O modelo dinâmico da oferta teve bom
desempenho e não mostra problemas de autocorrelação nos resíduos. O procedimento
RESET, utilizado para testar a hipótese de má especificação das equações de oferta, não
rejeita a hipótese de especificação correta a 1% de probabilidade. Este resultado contri-
bui para certificar que os modelos de oferta foram especificados adequadamente.
Quanto ao problema de autocorrelação dos resíduos, o teste d de Durbin - Watson,
aplicado à equação de oferta do modelo de equilíbrio, foi inconclusivo a 5% de probabi-
lidade. O teste h de Durbin, adequado ao modelo de desequilíbrio, não foi significativo a
1%, ou seja, o teste não detectou problemas de autocorrelação dos resíduos na
especificação com a variável dependente defasada.
Na estimação do modelo de equilíbrio e de desequilíbrio, da função de oferta, pelo
método de Mínimos Quadrados de Três Estágios, os coeficientes apresentaram os sinais
esperadosVearforam
iável estatisticamente significativos,
C urto Prazo exceto o relacionado Longào variável
Prazo malha
viária (KM). ParaU as demais, os valores da -13estatística
,38 t foram maior que-17dois,
,87 indicando
que o erro-padrão
KM do parâmetro estimado-0é,08pelo menos duas vez inferior -0,à
66sua magnitu-
de. As estimativas
YT dos parâmetros dos 1modelos,13 de equilíbrio e desequilíbrio
1,75 foram
satisfatórias, como também os valores assumidos pelo coeficiente de determinação (R2)
Tabela 5
acima 5.de
Elasticidades a curto e longo
0,96 e quadrado médioprazos
dospara as demais
resíduos devariáveis que afetam
0,81, para todo oa oferta de exportação, no
sistema.
período 1972-94
Ambos os modelos constituem especificações bastante representativas do comporta-
mento da oferta de exportações de madeiras tropicais do Brasil. A estatística significativa
da variável defasada, no modelo de desequilíbrio, sugere o ajustamento dinâmico dos pre-
ços e, principalmente, das quantidades. O valor do coeficiente da variável dependente
defasada foi de 0,28, o que indica defasagem das exportações. A defasagem média das
exportações [(1-l) / l] foi de aproximadamente 2,6 anos, para que 50% do ajuste se proceda.
Com base nos testes econométricos, pode-se certificar que a oferta de madeiras tro-
picais brasileiras está de acordo com a especificação teórica. Deve-se particularmente
observar que as exportações de madeiras tropicais dependem significativamente da re-
muneração relativa das exportações versus vendas domésticas, da demanda interna, da
capacidade instalada e da variável dependente defasada em 1 ano.
Nota: valores de t estão entre parênteses; 1MSE = quadrado médio do resíduo; 2 teste h de Durbin - indica ausência de autocorrelação
dos resíduos a 1% de probabilidade; 3 não-significativo a 1% de probabilidade; µ = autocorrelação de 1a ordem dos resíduos.
Tabela 6
6. Demanda de exportação, com dados anuais, no período 1972-94
50
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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Tabela 7
7. Elasticidades da demanda de exportações de madeiras tropicais do Brasil
cais.
18. ESTIMATIV
ESTIMATIVA D
TIVA DAA DEMAND
DEMANDAA DE EXPORTAÇÃO
EXPORTAÇÃO
Com relação à demanda de exportação das madeiras tropicais brasileiras, os princi-
pais resultados dos modelos de equilíbrio e de desequilíbrio, com dados anuais para o
período 1972-94, resumem-se na Tabela 6.
Na estimativa de ambos os modelos, de equilíbrio e de desequilíbrio, pelo método
MQ3E, os coeficientes apresentaram os sinais esperados e foram assintoticamente esti-
mados, o que confirma a especificação teórica. Os valores estimados, para o coeficiente
de determinação (R2) maior que 0,96 e para o quadrado médio do resíduo (MSE) de 0,80,
indicam que os modelos de demanda foram ajustados satisfatoriamente.
Os modelos de demanda estimados pelo método MQ3E constituem especificações
bastante representativas do comportamento da demanda de exportação das madeiras
tropicais brasileiras. O teste RESET rejeitou a hipótese de má especificação das funções
de demanda propostas. Os testes d de Durbin-Watson e h de Durbin rejeitaram a hipóte-
se de autocorrelação serial dos resíduos, a 1% de probabilidade.
Em detalhes, observa-se que a demanda de exportação de madeiras tropicais depen-
de significativamente do preço, do preço do substituto, do volume de madeira serrada
tropical importada como proxy da renda dos países importadores, do quantum produzi-
do pelo resto do mundo e da tendência da procura por exportações.
A não-significância da variável defasada (X-1) no modelo de desequilíbrio sugere que o
ajustamento dinâmico dos preços e, principalmente, das quantidades, não ocorreu na
demanda como na oferta. Os ajustes dos compradores ocorrem dentro do prazo de
observação de um ano.
As elasticidades-preço-direta, cruzada, renda e produção pelo resto do mundo da de-
manda de exportações foram estimadas para os modelos de equilíbrio e desequilíbrio
(Tabela 7). Como a variável defasada não foi significativa, os resultados para a demanda
foram discutidos a partir do modelo de equilíbrio.
A elasticidade-preço encontrada para a demanda de madeiras tropicais, perto da uni-
dade, indica que a expansão da quantidade exportada se fará à custa de um declínio de
preços tal, que a receita de divisas permanecerá praticamente inalterada.
52
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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madeiras serradas tropicais brasileiras estão substituindo o consumo das coníferas ser-
radas nos principais países importadores. Esta hipótese de substituição de coníferas por
folhosas, globalmente, foi levantada por VICENT (1991). No entanto, o autor não encon-
trou valores expressivos de elasticidades-preço-cruzadas, mas chamou a atenção para
considerar a hipótese de substituição em futuros estudos e modelos a serem elaborados
no mercado de madeiras tropicais. Este efeito substituição significativo leva ao
questionamento: a) os países importadores de folhosas tropicais e detentores de flores-
tas de coníferas não estariam poupando suas florestas, em detrimento das florestas tro-
picais brasileiras, e assegurando um melhor bem-estar social e ambiental à sua popula-
ção? b) as madeiras brasileiras não estariam sofrendo perdas no valor de troca, quando
comparadas com as de coníferas?
O efeito renda mundial (YW) influencia nitidamente o quantum demandado. A ordem
de grandeza é a seguinte: se o volume importado mundialmente aumenta em um ponto
de percentagem, a demanda das exportações de madeiras tropicais brasileiras aumenta
em 1,35 ponto de percentagem. Não é um mau resultado, mas seria desejável uma elas-
ticidade-renda um pouco maior. No entanto, esta é uma variável sobre a qual a autorida-
de doméstica não detém o controle na política de promoção das exportações.
O quantum produzido pelo resto do mundo, como esperado, relacionou-se negativa-
mente com as exportações brasileiras. A magnitude deste efeito é da ordem de grandeza
de 30,48 e implica que um aumento de um ponto percentual na produção pelo resto do
mundo reduziria as quantidades das exportações brasileiras de folhosas em 30,48 pontos
de percentagem. Esse resultado traz consigo algumas preocupações, dado que a produção
dos principais países produtores de madeira serrada tropical vem declinando. Também
explica, em parte, o expressivo aumento da demanda por exportação de madeira serrada
brasileira a partir de 1993, quando as exportações brasileiras saltam de um patamar histó-
rico de 456 mil metros cúbicos para um volume exportado de mais de 1,0 milhão de m3.
A tendência da demanda por exportações foi negativa, contrariando a hipótese postu-
lada. A taxa de redução da demanda foi da ordem de 0,94. Fatores exógenos estariam
contribuindo com esta redução, tais como os embargos, os movimentos em defesa das
florestas tropicais e outros.
E, por fim, o preço das madeiras tropicais, o preço das coníferas como substituto, a
renda dos países importadores e a quantidade produzida pelo resto do mundo refletem
naturalmente a demanda por exportação das madeiras tropicais. As demais variáveis,
como a variável tendência (T) e a variável artificial (D) complementam as informações
estatísticas, ajudando a explicar a demanda de exportações de madeiras tropicais brasi-
leiras.
ras de maior porte e mais eficientes na Região Amazônica, onde vêm atuando empresas
madeireiras asiáticas e transnacionais, o Brasil tende a responder por uma parcela cada
vez maior das exportações mundiais. Com isso, a elasticidade da oferta tende a aumentar.
Como ainda se vivencia um momento em que a floresta apresenta abundância do recurso
madeireiro, isto explica a baixa elasticidade-preço da oferta e confirma a hipótese postula-
da de oferta inelástica, caracterizada pelo grande potencial madeireiro da região no perío-
do estudado.
A oferta de exportação também mostra uma resposta negativa em relação à demanda
interna. Quando o crescimento doméstico, é resultado principalmente do consumo in-
terno. A oferta de exportação se reduz, caracterizando uma indústria madeireira basica-
mente orientada para o suprimento do mercado doméstico. No entanto, este resultado
também significa que o crescimento dinâmico das exportações requer uma orientação
estrutural da indústria madeireira, fazendo com que ela possa competir nos mercados
internacionais. Outra inferência com relação à oferta é que, para aumentar a demanda
interna e expandir a oferta de exportação, a capacidade produtiva tem de crescer.
A demanda de exportação de madeiras tropicais brasileiras apresenta baixa elasticida-
de-preço e moderada elasticidade-renda. Estas características impõem alguns obstácu-
los ao crescimento da receita com exportações. A elasticidade-preço da demanda baixa
significa que um aumento da oferta leva a uma redução do preço de exportação ¾ perda
nos termos de troca ¾ e pode causar apenas uma pequena resposta na receita de expor-
tação. Estas são características que regem o comércio de produtos primários e sugerem
que o setor deva incrementar de imediato a modernização da indústria madeireira e a
adoção de novas tecnologias, para um melhor uso dos produtos da floresta.
A demanda de exportação também mostra uma resposta negativa em relação à produção
do resto do mundo. A ordem de grandeza da elasticidade relacionada a esta variável é
preocupante, pois os principais exportadores de madeiras do Sudeste Asiático estão reduzin-
do drasticamente sua participação no mercado internacional. Isto resultará num forte con-
sumo sobre as madeiras da Amazônica, numa escala muito superior à praticada até 1993.
A elasticidade-preço-cruzada da demanda indica que as madeiras tropicais brasileiras
estão substituindo o consumo de coníferas serradas no mercado mundial. Este resultado
permite ao Brasil adotar uma nova postura no cenário internacional com relação à utili-
zação dos recursos florestais, e estabelecer com os países importadores de madeiras
tropicais acordos para a conservação da Floresta Amazônica.
Estes resultados sugerem algumas implicações de política econômica e florestal. Um
aumento nos preços, por meio de tributação, financiaria o déficit de pesquisa e de
tecnologia do setor, reduziria a oferta e manteria a receita de exportações nos níveis
atuais, com margem de tempo para encontrar meios para um uso mais racional da flo-
resta tropical.
A necessidade de políticas para aumentar a elasticidade da demanda por exportação fica
evidenciada. Entre estas, estão uma política comercial mais agressiva no sentido de abrir e
expandir novos mercados. Isto se justifica, porque na análise de competitividade, o efeito
destino das exportações é negativo. Consolidar marcas, introduzir novas espécies, agregar
54
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
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20
20.. CONCLUSÕES
A participação brasileira no mercado mundial de madeira é pequena. Praticamente
todo o volume de toras e produtos aqui beneficiados é consumido internamente.
Cabe aos órgão oficiais reguladores a implantação de medidas que visem incentivar
os meios de produção e transformação de toras tropicais, promovendo a adoção cada
vez maior de sistemas de manejo sustentado, de qualificação pessoal, de modernização
industrial, de mecanismos comerciais menos burocráticos e/ou onerosos, evitando as-
sim um atrazo no desenvolvimento econômico e social das regiões produtoras e perdas
de divisas pelo País.
Há que se aumentar os incentivos econômicos e a capacidade de fiscalização dos
Governos federal, estadual e municipal, sem o que não é possível assegurar que as nor-
mas de manejo sejam implementadas e cumpridas.
A manutenção da atual restrição às exportações de toras sem beneficiamento indica
ser o mecanismo mais apropriado ao quadro brasileiro atual. Não se pode, entretanto,
continuar com tal procedimento indefinidamente. A adoção de novas políticas que vi-
sem à proteção e ao desenvolvimento do setor florestal devem ser implementadas.
No âmbito internacional, uma ação em conjunto dos países produtores é o meio mais
eficaz de se conseguir adentrar no restrito, e cada vez mais exigente, mercado internaci-
onal, visto que ações multilaterais são preferíveis e comumente mais eficazes do que
decisões unilaterais, principalmente nos mecanismos de certificação.
Consolidar marcas, introduzir novas espécies, agregar valores aos produtos, moder-
nizar o parque industrial madeireiro, diferenciar os produtos no sentido de promover
um consumo mais sofisticado da madeira tropical, certificar os produtos florestais sob
sistemas de manejo, são políticas a serem implementadas e desafios a serem soluciona-
dos pelo serviço florestal brasileiro.
Quanto a participação do Brasil no mercado internacional conclui-se que:
¤ Os modelos estruturais propostos, referentes à oferta e demanda de exportação pos-
suem bom poder de explicação. As variáveis explicativas dos modelos de equilíbrio e
de desequilíbrio, ajustados simultaneamente pelo método de Mínimos Quadrados
56
Comércio de Madeiras Tropicais: Subsídios para a Sustentabilidade das Florestas do Brasil
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
¤ Por último, mas não menos importante, como alternativa de política para viabilizar
a exploração sustentável e aumentar a receita de exportação sugere-se: implementar
políticas fiscais e tributárias com o objetivo de elevar o preço da madeira tropical;
organizar um sistema de estatística econômicas por espécie e produto para o mer-
cado interno; estimular as exportações de produtos da floresta tropical de maior
valor agregado, por exemplo, painéis, laminas e outros.
¤ Finalmente, é interessante levantar sugestões para novas pesquisas. Recomenda-
se, nas futuras investigações, questionar a atual intensificação de capital na indús-
tria madeireira amazônica e estudar a expansão das exportações de madeiras tro-
picais, e seus respectivos impactos na floresta tropical; rever a política de
contigenciamento das espécies valiosas da floresta tropical por outras que penali-
zem as exportações de produtos de baixo valor agregado e limitado grau de indus-
trialização.
21. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sumário
RESUMO .............................................................................................................................................. 7
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 8
2.PRODUÇÃO E COMÉRCIO MUNDIAL ....................................................................................... 9
3.FUTURO DO MERCADO DE MADEIRAS TROPICAIS ............................................................ 1 4
4.COMÉRCIO DE MADEIRA E DESMA
DESMATTAMENT
AMENTOO ...................................................................... 1 5
5.POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FL
PARA OREST
FLOREST AS TROPICAIS ............................................................ 1 7
ORESTAS
6.MERCADO INTERNO E POLÍTICA PÚBLICAS ......................................................................... 1 8
7.RESTRIÇÕES COMERCIAIS AO MERCADO DE MADEIRAS TROPICAIS ............................ 1 8
7.1.RESTRIÇÕES ÀS EXPORTAÇÕES ................................................................................................ 19
7.2.RESTRIÇÕES ÀS IMPORTAÇÕES ............................................................................................... 20
7.3.BARREIRAS TARIFÁRIAS .............................................................................................................. 21
7.4.BARREIRAS NÃO-TARIFÁRIAS ..................................................................................................... 22
8.TENDÊNCIAS NAS RESTRIÇÕES AO COMÉRCIO DE MADEIRAS TROPICAIS ................. 2 5
9.SUSTENT ABILID
9.SUSTENTABILID ADE D
ABILIDADE AS FL
DAS OREST
FLOREST AS VIA MERCADO ......................................................... 2 7
ORESTAS
10.CERTIFICAÇÃO FL OREST
FLOREST AL ..................................................................................................... 3 0
ORESTAL
11.OPÇÕES DE POLÍTICA COMERCIAL ..................................................................................... 3 3
12. MEDID AS UNILA
MEDIDAS TERAIS .......................................................................................................... 3 4
UNILATERAIS
13.MEDID AS MUL
13.MEDIDAS TILA
MULTILA TERAIS ....................................................................................................... 3 6
TILATERAIS
14. CENÁRIO BRASILEIRO ............................................................................................................. 3 7
14.1.RESTRIÇÃO ÀS EXPORTAÇÕES DE TORAS .............................................................................. 39
15.O BRASIL NO MERCADO INTERNACIONAL DE MADEIRAS TROPICAIS ........................ 4 2
16.OFERT
16.OFERTAA E DEMAND
DEMANDAA DE EXPORT AÇÃO D
EXPORTAÇÃO DAA MADEIRA TROPICAL BRASILEIRA ............ 4 3
16.1.MODELO ECONOMÉTRICO ................................................................................................... 43
16.2.AVALIAÇÃO DOS MODELOS .................................................................................................. 47
16.3. DADOS UTILIZADOS ............................................................................................................. 47
17.ESTIMA TIV
17.ESTIMATIV AS D
TIVAS DAA OFERT
OFERTAA DE EXPORT AÇÃO ....................................................................... 4 8
EXPORTAÇÃO
18. ESTIMA TIV
ESTIMATIV
TIVAA D
DAA DEMAND
DEMANDAA DE EXPORT AÇÃO .................................................................. 5 0
EXPORTAÇÃO
19. IMPLICAÇÕES DESTE ESTUDO AO MERCADO DE MADEIRAS TROPICAIS ................ 5 2
20. CONCLUSÕES .......................................................................................................................... 5 4
21. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 5 6
22.LITERA TURA RECOMEND
22.LITERATURA AD
RECOMENDAD
ADAA ................................................................................................. 5 7
ANEXO 1. CÓDIGOS E SIGLAS UTILIZADOS NA TABELA 1 ..................................................... 5 9