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Ao professor Celso Romanel pela sua orientação, dedicação e apoio durante a elaboração
deste trabalho.
À professora Deane Roehl pela orientação sempre atenciosa na execução deste trabalho.
Aos meus pais, Agostinho e Ivone, pelo grande amor, dedicação e incentivo a atingir esta
etapa e principalmente pelo apoio nos momentos difíceis. Ao meu irmão José Augusto e ao meu
Aos amigos do curso, Ana Carolina, Antônio Sérgio, Carlos Ataliba, Ciro, Francisco Júnior,
Raniere, Raquel, Rodrigo, Rômulo e Samuel com os quais tive o prazer de ter o convívio diário no
primeiro ano nas disciplinas que cursamos. E dos quais nunca esquecerei pelo companheirismo e
amizade demonstrado.
A Elaine, Evelyn, Giorgiana, Salete e Silvia pela amizade e pela ajuda em todos os
Aos amigos paraenses e demais colegas da PUC- RIO pelos momentos de alegria.
problema elástico linear, com as correspondentes condições de contorno, são reescritas no plano de
Fourier, permitindo que um problema de natureza tridimensional possa ser numericamente analisado
Esta técnica foi empregada neste trabalho para certos problemas de engenharia, como
dutovias, túneis e fundações tipo “radier”, onde a geometria e os parâmetros dos materiais mantêm-
resultados obtidos por outra solução analítica ou numérica, procurando discutir as vantagens e
limitações do acoplamento da transformada de Fourier com o método dos elementos finitos para a
In this work some geotechnical and soil-structure interaction problems are studied using the
For linear elastic problems, Fourier transforms are applied to the governing field equations,
thus enabling that some specific tridimensional problems can be analyzed using a 2D finite element
difficulties associated with the preparation of the finite element mesh and the involved computational
The integral transform method is used in this research for the analysis of some very common
problems in geotechnical engineering, such as piping systems, raft foundations and tunnels, where the
geometry and the soil profile may be considered constant along a coordinate direction. The applied
loading, however, can assume any possible surface distribution, which does not allow to treat the
Some special finite elements presented in the literature, called joint or interface elements, are
also incorporated into the finite element computational program written in this research, given that for
soil-structure interaction problems the material behavior at the common interface may greatly affect
Some numerical examples are presented, and their numerical results are compared,
whenever possible, with other solutions obtained using analytical or other numerical technique.
Advantages and limitations of the integral transform method to solve tridimensional geomechanics
Símbolos Romanos
x, y = coordenadas Cartesianas
E = módulo de Young
G = módulo de cisalhamento
P = carga concentrada
M = momento fletor
e = espessura
RS = parâmetro de rigidez relativo
D = diâmetro do duto
S = vão do duto
V = volume
A = área
I = momento de inércia
L = comprimento da junta
Símbolos Gregos
φ = energia potencial
ε = componente de deformação
σ = componente de tensão
ν = coeficiente de Poisson
{δ’} = vetor com parâmetros nodais desconhecido (Pande et. al. (1979))
χ = flexão
Sobrescrito
T = transposta
Subscrito
s = solo
d = duto
1
INTRODUÇÃO
entre outras aplicações. Tendo em vista o fato que a maior extensão das dutovias se encontra
geralmente enterrada, isto torna a análise da interação solo-duto um aspecto importante a ser
solicitações o sistema solo-duto está submetido, como tratar a interface entre materiais distintos,
estudo e quais as ferramentas computacionais que podem ser úteis na investigação do problema.
e do seu meio ambiente, podendo ser de natureza estática e/ou dinâmica. Estas solicitações podem
ser oriundas de cargas de serviço originadas pela aplicação de pressões internas, variação de
máquinas. Ao projetar-se um duto enterrado, além destas solicitações, deve-se ainda considerar
Na análise da interação do duto flexível com o solo ao seu redor, não se pode esperar que
geotécnica (estacas, muros de contenção, fundações, etc.) mas complexo de ser analisado tendo em
requer a formação de um elemento finito especial, chamado de elemento de interface. Vários foram
propostos na literatura técnica e aqueles desenvolvidos por Goodmam et al (1967), Pande e Sharma
(1979) e Desai et al (1984) foram implementados neste trabalho, com a finalidade de comparar seus
plano de deformação, axissimetria) desde que o problema atenda a certas hipóteses que permitam a
superfície do terreno) o comportamento da estrutura enterrada pode, em princípio, ser estudado das
seguintes maneiras:
problema no caso de estado plano de deformações. Este procedimento foi utilizado por vários
Introdução 3
pesquisadores como, por exemplo, Ducan (1979) na análise de dutos enterrados através do
b) utilização de um método numérico (método dos elementos finitos) para completa simulação da
tridimensionais.
mais direções como no caso, por exemplo, de dutos retilíneos, de seção transversal constante,
Esta metodologia, também chamada de método das faixas finitas [Cheung (1976)], consiste
do problema ao longo das faixas através de transformadas de Fourier e nos planos perpendiculares
às mesmas por uma análise bidimensional pelo método dos elementos finitos (MEF). O
ou analiticamente transformado para o domínio de Fourier e depois convertido para forças nodais
graus de liberdade significativamente menor do que aquele necessário para a resolução do problema
Os exemplos analisados nesta pesquisa envolvem não apenas problemas de dutos mas
tipo “radier” e túneis em solo. Resultados numéricos obtidos neste trabalho foram sempre que
possíveis comparados com as soluções analíticas ou com os valores obtidos através de programas
controle dos erros na solução proposta via transformada de Fourier. A aferição da eficiência do
método em relação ao tempo de processamento não foi possível de ser feita em virtude dos
microcomputadores enquanto que alguns resultados para efeitos de aferição foram obtidos em
sistema de equações lineares do MEF, etapa de maior custo computacional, diferem entre si nos
programação.
Introdução 5
capítulos.
Fourier é formulado, com base na metodologia proposta por Fernando, Small e Cater (1996),
tridimensionais.
suportam carregamentos rodoviários ou provocados por obras nas vizinhanças, como escavações e
fundações, é bastante diferente daquele adotado para dutos aéreos em plantas industriais.
De acordo com Llang-Chuan Peng (1978) fatores importantes como tensões admissíveis
percurso das mesmas é em geral subterrâneo. Para melhor compreender o mecanismo de interação
esquematizada na figura 2.1. A figura 2.1a mostra um duto enterrado em uma trincheira. Devido ao
reaterro e ao peso próprio do duto, o duto recebe um carregamento do solo que age em sua
superfície como mostra a figura 2.1b. Este carregamento cria tensões de flexão na parede do duto e
forças de atrito na interface solo-duto que impedem o deslocamento axial do duto. Para conhecer as
forças normais que atuam no duto (Figura 2.1b), afim de calcular-se a força de atrito axial, um
dinâmicos, apenas soluções aproximadas podem geralmente ser obtidas através de métodos
D Wp
B
W+Wp
Métodos analíticos podem ser interessantes na fase de anteprojeto de dutos por permitirem
estimativas rápidas dos esforços sobre a estrutura, ainda que não considerando nas etapas de
subestruturação, foi proposto por Moore (1987) para verificar a resposta de dutos circulares ou
representado como um semi-espaço linearmente elástico e isotrópico. Esta proposta pode também
radiais e tangenciais nos pontos de solo correspondentes ao perímetro do duto podem ser
Métodos para Análise de Dutos Enterrados 8
calculados com base na solução clássica de Boussinesq (1885) e suas extensões para casos de
cavidade.
obtidos por soluções da elasticidade linear, como a publicada por Terzaghi e Richart (1952) para o
podem ser facilmente obtidos pela superposição dos valores de tensão e deslocamentos calculados
A resposta do duto enterrado aos carregamentos aplicados na superfície do solo pode ser
u rθ − u r θ = u ∗rθ (2.1)
u rr − u rr = u rr∗ (2.2)
Métodos para Análise de Dutos Enterrados 9
σ+σ = 0 (2.3)
τ +τ = 0 (2.4)
u rθ − u r θ = u ∗rθ (2.5)
σ+σ = 0 (2.6)
τ=0 (2.7)
τ=0 (2.8)
de u rθ e u rr (Moore, 1985) e a teoria das cascas de Herrmann e Armenakas (1962) pode ser
Para aferir a eficiência do método o autor compara através de alguns exemplos a solução
semi-analítica com resultados obtidos pelo MEF. As figuras 2.3 e 2.4 mostram a comparação do
Na Figura 2.3 observa-se que a estimativa dos momentos não é precisa para H/D=1/4 onde
o momento máximo difere 20% do momento obtido pelo MEF. O autor sugere que para H/D>1 a
distribuição do momento obtida pelo método semi-analítico pode ser considerada satisfatória.
excentricidade (ex=2D) e sua inclinação varia de 0º a 45º. Neste caso, observa-se que o
P
γ
ex
H
D+H urθ θ
σrr
urr
σrθ D
Solo E, υ
MEF H/D=1/4
H/D=4
Moore (1987) H/D=1/4
H/D=4
(Graus)
MEF γ =0º
γ =45º
Moore (1987) γ =0º
γ =45º
( Graus)
d)
Figura 2.4 – Comparação da distribuição do momento fletor para
carregamento P vertical ou inclinado (ex = 0) [Moore (1987) ]
Na geotecnia, o método dos elementos finitos tem sido uma importante ferramenta na análise
solo-estrutura como, por exemplo, em estacas, barragens, muros de contenção e dutovias, entre
para considerar a mudança abrupta das propriedades dos materiais, denominados elementos de
interface, e que mereceram um capítulo especial neste trabalho. Nesta seção a utilização do MEF na
análise do comportamento geomecânico de dutos é discutida por meio de uma revisão bibliográfica
Ducan (1979) utiliza o MEF, para estudar a interação de dutos metálicos flexíveis de grande
vão sob condições de sem reaterro, com aterro raso e carregamento na superfície em linha (estado
plano de deformação) e com reaterro profundo, caso em que a resistência à flexão da estrutura não
é muito importante. São considerados diversos tipos de seções circulares, em arco e elípticas. O
problema foi modelado utilizando elementos de viga para o duto metálico e elementos planos para o
malha de tal forma que os elementos do reaterro fossem agrupados em camadas. Nesta análise o
autor verifica as forças axiais, o momento à flexão e as deflexões, comparando-as com resultados
carregamento em linha com aterro raso, a rigidez à flexão e o momento resistente são necessários
para prevenir o colapso da estrutura do duto. Já nas condições de aterro profundo, deformações
excessivas na estrutura do duto são evitadas se o aterro ao redor for de boa qualidade;
b) a transição entre “aterro raso” e “aterro profundo” pode ser entendida como H=0.25S,
onde H é a altura do aterro sobre o duto e S, o vão, como mostra a figura 2.5;
c) para aterro raso, os momentos devem ser avaliados de tal forma que a estrutura do duto
considerada.
Métodos para Análise de Dutos Enterrados 13
Nath (1983) utiliza o MEF para investigar a influência da escavação de trincheiras de dutos
enterrados situados nas proximidades pois, segundo Needham e Howe (1982), este fato é uma das
principais causas de ruptura verificada em dutos. Aquele autor considera o caso de trincheiras rasas
tridimensionais e representando o duto por elementos de viga diretamente conectados aos elementos
3D de solo. Como resultado desta pesquisa , Nath (1983) conclui que para dutos de pequeno
diâmetro (rigidez à flexão longitudinal menor que a de um duto de ferro fundido de diâmetro igual a
momentos que atuam no duto como diretamente proporcionais à rigidez a flexão e inversamente
proporcionais ao módulo de elasticidade do solo. Esta relação do momento com a rigidez à flexão e
com o módulo de elasticidade do solo não pode ser considerada para dutos de maior diâmetro,
porque estes são menos flexíveis, não permitindo portanto que o solo se movimente livremente.
superfície do duto enterrado, e ks , tangencial à sua superfície, modelando a estrutura por elementos
de viga e o solo por elementos finitos planos, adotando uma relação constitutiva hiperbólica
elementos de interface para permitir uma melhor representação dos movimentos relativos entre o
duto e o solo vizinho. Além dos coeficientes de reação do subsolo, foram também calculados as
autores mostram que os coeficientes de reação do solo variam consideravelmente ao redor do duto
e que estes são dependentes do vão do duto, da profundidade de solo e da direção da linha de ação
γ H
de recalque do solo (figura 2.7). Segundo os autores, há alguns fatores que devem ser considerados
depósito de solo no qual o duto está localizado. Modelam a estrutura por elementos de casca e o
Drucker –Prager e lei de fluxo associada. Condensação estática é executada para os graus de
ordem da matriz de rigidez deste tipo de elemento. Atribui-se a alguns elementos sólidos valores
Métodos para Análise de Dutos Enterrados 15
autores deste estudo preocupam-se com o comportamento à flexão do duto. Como conclusões
preliminares, obtiveram que a medida que o solo apresenta recalques diferenciais pode haver
alteração nas tensões à flexão que são geradas no duto enterrado. Na figura 2.8 apresenta-se um
Solo Duto
Rocha
Duto
Solo
Deslocamento
Rocha Falha
Figura 2.7 – (a) Geometria do sistema solo-duto e (b) Geometria do sistema solo-duto com
descontinuidade [Selvadurai e Pang (1988)]
Métodos para Análise de Dutos Enterrados 16
Mi
Elástico
Coesivo
Mi
Elástico
Coesivo
Figura 2.8 – Distribuição do momento à flexão ao longo do duto [Selvadurai e Pang (1988)]
Métodos para Análise de Dutos Enterrados 17
M ⋅ D2
Mi = (2.9)
Ed ⋅ I ⋅ ∆
Ed ⋅ I
RS = (2.10)
Es ⋅ D4
onde
Mi = momento à flexão
descarregamentos laterais no maciço de solo, foi também estudada por Ng, Pyrag e Anderson
(1994). Modelos constitutivos elásticos não lineares e elasto-plásticos foram considerados neste
planos de 8 nós. A metodologia adotada pelos autores é dividida em duas etapas: na primeira, uma
análise utilizando o MEF permite prever os efeitos no solo em função do deslocamento do duto e na
segunda etapa estes resultados são utilizados para simular provas de carga. Ng, Pyrag e Anderson
concluíram: que esta metodologia é válida para prever o comportamento de dutos enterrados
cutoff de tração foi o que melhor se adaptou aos resultados experimentais, sendo também
bidimensional por elementos finitos no domínio transformado de Fourier. O duto é representado por
elementos de viga de 2 nós e o solo por elementos quadráticos de 8 nós da família Serendipity.
Ambos os materiais (solo e duto) são considerados elásticos lineares, tendo em vista que a
utilização da transformada de Fourier, proposta por Fernando et. al. (1996), é um operador
matemático linear. Esta hipótese é geralmente admitida como satisfatória pois o reaterro ao redor do
Um estudo paramétrico , ilustrado pelas figuras 2.9 a 2.10, foi executado por Fernando e
(Graus)
0.025
0.015
-0.015
-0.025
(Graus)
(Graus)
(Graus)
Em geotecnia, são muito freqüentes situações que envolvem o contato entre diferentes
materiais como, por exemplo, em problemas de interação solo-estrutura envolvendo estacas, muros,
Dentre estes elementos, podem ser citados os propostos por Goodman et. al. (1967),
Ghaboussi et. al. (1973), Pande e Sharma (1979), Desai et. al. (1984), Beer (1985), Day e Potts
Foi o primeiro elemento de interface proposto na literatura, com espessura nula, idealizado
rochosas.
Através do princípio dos trabalhos virtuais, é possível escrever-se a matriz de rigidez local
+1
onde
Elementos Finitos de Interface 22
Cξ′ξ 0
[C ' ] =
0 Cη′η (3.2)
u y4
6 TOPO 5 y=0 4
u x4
ξ
y=0
1 BASE 2 3
L/2 L/2
Figura 3.1 – Elemento de junta, espessura nula =0, sistema de coordenadas locais ξ, η.
respectivamente.
Quando uma força é aplicada sobre uma amostra de rocha fraturada, de comprimento L e
largura unitária, ocorrerá um encurtamento nesta direção normal devido tanto à compressão elástica
elásticos do encurtamento total da amostra, obtém-se uma curva relacionando a força normal, por
{δ }T = {u x1 u y1 u x 2 u y2 ⋅ ⋅ ⋅ u x6 u y6 } (3.4)
−a 0 −b 0 −c 0 c 0 b 0 a
[B'] =
0
a
(3.5)
0 − a 0 −b 0 −c 0 c 0 b 0
1−ξ 1+ ξ
a = ξ⋅ , b =1 − ξ2 e c = ξ ⋅ (3.6)
2 2
A matriz de rigidez do elemento (equação 3.1) pode então ser facilmente integrada,
A matriz de rigidez global do sistema pode então ser construída através dos procedimentos
[k ] = [T ] T ⋅ [k ξη ] ⋅ [T ] (3.7)
cos α senα
[T ] = (3.8)
− senα cos α
tensão normal no elemento de interface for de tração, sendo os cálculos repetidos para estes novos
valores. Caso a tensão cisalhante for detectada maior do que a resistência ao cisalhamento na
interface, o valor de Cξξ′ é alterado para este valor limite, ou um valor residual, com as
(3.9)
Elementos Finitos de Interface 25
Neste elemento de interface, de espessura não nula, os deslocamentos relativos entre o topo
interface.
4 ∆uy2
∆ux2
2
Elemento plano superior ∆uy1 2
uy3
∆ ux1
1 ux3
3
Elemento de interface 1 uy4
4 ux4
y
1
x
(Coordenadas globais)
∆ uη2
∆uy2 ∆uξ2
∆uη1 2 ∆ux2
∆ uy1 ∆ uξ1
1 ∆ ux1
e
uxSuperior
1 = u xInferior
4 + ∆u xInterface
1 (3.10)
u Superior
y1 = u yInferior
4 + ∆u Interface
y1 (3.11)
uxSuperior
2 = u xInferior
3 + ∆u xInterface
2 (3.12)
u Superior
y2 = u yInferior
3 + ∆u Interface
y2 (3.13)
1 1
Sendo N 1 = (1 − ξ) e N 2 = (1 + ξ) as funções de interpolação lineares utilizadas na
2 2
As componentes de deformação normal (εη ) e tangencial (εξ ) podem então ser obtidas
como
∆uη
εη = (3.16)
e
Elementos Finitos de Interface 27
∆uξ
εξ = (3.17)
e
∆uη1
εη 1 (1 − ξ) 0 (1 + ξ) 0 ∆uξ 1
ε = ⋅
ξ 2e 0 (1 − ξ) 0 (1 + ξ) ∆uη 2 (3.18)
∆uξ 2
ou, simbolicamente
{ε } = [ B] ⋅ {∆δ } (3.19)
material na interface,
σ η Cηη Cηξ ε η
= ⋅ (3.20)
σ ξ Cξη Cξξ ε ξ
ou, simbolicamente
{σ } = [ C] ⋅ {ε } (3.21)
A matriz de rigidez local do elemento de interface pode então ser determinada por
[k ] = ∫ [B] [C ]⋅ [B]⋅ dV
ξη
T
(3.22)
V
devendo esta novamente ser transformada pela relação (3.8) na etapa de formação da matriz de
rigidez global do sistema, referida aos eixos globais x, y. Obtém-se finalmente que,
Elementos Finitos de Interface 28
onde:
B1 = Cηξ ab (3.27)
B2 = Cηξ ( a 2 − b2 ) (3.28)
a = ( 1 / L )( x1 − x4 ) (3.29)
b = ( 1 / L )( y1 − y4 ) (3.30)
Conceitualmente, é uma extensão do elemento de interface proposto por Ghaboussi et. al.
mas adotando-se um elemento de interface parabólico formado por 8 pontos nodais (figura 3.3a).
Da figura 3.3b percebe-se que os graus de liberdade nodais são expressos por
{δ '} = {u x1 ,u y1 , u x2 ,u y 2 , u x3 , u y 3 , ∆u x4 , ∆u y 4 , ∆u x5 , ∆u y5 , ∆u x6 , ∆u y6 , ∆u x 7 , ∆u y 7 , ∆u x8 , ∆u y8 }T
(3.31)
Os deslocamentos nodais {δ} podem ser obtidos através do vetor {δ’} aplicando-se as
condições
Elementos Finitos de Interface 29
ELEMENTO PLANO uy
INFERIOR ux
x
(COORDENADAS GLOBAIS)
Figura 3.3a – Elemento de interface com dois elementos planos adjacentes [Pande e Sharma
(1979)]
uy3 + ∆ uy5
u y2+ ∆ uy6 5 u x3+ ∆ u x5
u x2+ ∆ ux6 uy3 + ∆ uy4
6
u x1+ ∆ u x7 uy3
7
8
u x1+ ∆ u x8 2 ux2
y
uy1
u x1
1
x
(COORDENADAS GLOBAIS)
u x 4 u x 3 + ∆ux 4
u u + ∆u
y 4 y3 y4
u x 5 u x 3 + ∆u x 5
u
y 5 u y 3 + ∆ u y 5
ux 6 u x 2 + ∆u x 6
=
u
y 6 u y 2 + ∆ u y 6
u x 7 u x1 + ∆u x 7 (3.32)
u
y 7 y1 u + ∆ u y7
u x 8 ux 1 + ∆u x 8
u y 8 u y 1 + ∆u y 8
ou, simbolicamente,
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
[T ] =
0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
(3.34)
[ k ] ⋅ {δ } = { f } (3.35)
Rescrevendo esta equação em termos dos graus de liberdade expressos por (3.33), tem-se:
onde
{ f '} = { f x1, f y1 , f x2 , f y 2 , f x 3 , f y3 , ∆f x4 , ∆f y4 , ∆f x5 , ∆f y5 , ∆f x6 , ∆f y 6 , ∆f x7 , ∆f y 7 , ∆f x8 , ∆f y8 }T
(3.37)
De onde resulta,
ou
A matriz de rigidez do elemento plano inferior permanece inalterada (formulada com base
nos deslocamentos nodais como graus de liberdade), enquanto que a matriz de rigidez do elemento
superior deve ser transformada tendo em vista a interface comum formada pelos nós 5, 6 e 7 com
Neste processo, é empregada uma nova matriz de transformação [T], da ordem 16x22,
resultando numa matriz de rigidez transformada [k’] para o elemento plano superior com dimensão
(22x22).
A solução do problema, a partir deste ponto, segue os procedimentos usuais do método dos
elementos finitos.
Elementos Finitos de Interface 32
delgado (“thin-layer element”) que pode representar problemas de interação solo-estrutura sob
vários modos de deformação, como indicado na figura 3.4. A principal vantagem deste elemento é
que sua formulação é a mesma dos elementos quadrilaterais planos o que torna sua implementação
σn σn
τ τ
A-Ac σn A- Ac σn
Ac Ac
τ τ
Figura 3.4 – Esquema dos modos de deformação na interface [Desai, Lightner e Siriwardane
(1984)]
onde [C ηη] relaciona-se com as tensões normais, [C ξξ] com as tensões cisalhantes e [C ηξ], [C ξη]
de interface.
[C ] = λ [C ]+ λ [C ]+ λ [C ]
ηη 1
i
ηη 2
s
ηη 3
est
ηη (3.41)
onde λ1, λ2 e λ3 são fatores de participação (variando entre 0 e 1) das leis constitutivas do solo na
[ ]
i
interface Cηη , do solo no depósito [C ] e do elemento estrutural [C ].
s
ηη
est
ηη
A componente de cisalhamento [C ]
ξξ é assumida como o valor do módulo de
direto em laboratório.
δ [τ (σ r , ur ]
[C ] = G (σ
ξξ i n ,τ , u r ) =
δur
× e σn (3.42)
onde
σ n = tensão normal
τ = tensão cisalhante
u r = deslocamento relativo
e = espessura do elemento.
usuais do MEF. Na prática, de acordo com estudos realizados por Desai et. al. (1984) , a
INTERFACE
uy4
uy5
ux4
PLANO
ux5
L uy6 uy3
e
ux6 uy2 ux3
ux2
PLANO
uy1
ux1
b) hipótese de espessura nula, que o torna mais adequado para análise de juntas diretamente em
Para mais detalhes da formulação matemática, o leitor interessado deve consultar Beer (1985).
das rochas. Baseado no elemento originalmente proposto por Goodman et al. (1967), os autores
pontos nodais, com o objetivo de tornar o elemento de interface consistente com a maioria dos
quando elementos de interface com espessura nula são utilizados: mal condicionamento da matriz de
rigidez do elemento plano vizinho, e desenvolvimento de altos gradientes de tensão com oscilação
Em um estudo interessante e bastante detalhado, Day e Potts (1994) mostram que tais
dificuldades numéricas podem ser bastante atenuadas com uma escolha cuidadosa do tamanho dos
A grande maioria das obras de engenharia são de natureza tridimensional, mas uma boa
parcela destas pode ser estudada através de uma análise bidimensional. Dutos enterrados são
carregamento não variem em uma ou mais direções, a análise do comportamento pode ser baseada
transmitidos por estruturas ou obras situados nas proximidades, uma forma simplificada de análise,
adotada por Ducan (1979), é executar-se uma análise bidimensional pelo método dos elementos
equivalente.
Alternativamente, o método dos elementos finitos pode ser empregado para obtenção de
melhores resultados através de uma análise direta tridimensional, como a executada por Zienkiewicz
(1979) . As maiores dificuldades em aplicações tridimensionais do MEF ainda são o grande número
tridimensionais.
de malhas de elementos finitos a duas dimensões, como proposta por Small e Wong (1988), pode
constituir-se em boa opção nos casos em que as propriedades do solo não variam ao longo do eixo
Esta técnica para análise de dutos enterrados foi empregada na literatura por Moore e
plano de Fourier, a próxima seção faz uma rápida revisão da transformada de Fourier e de suas
principais propriedades.
matemático para outro. A transformada de Fourier, neste contexto, é definida pela integral de
coseno ou simultaneamente por ambas. Se a função f(z) for definida no intervalo [0,∞), então sua
2∞
f ( z ) = ∫ F ( m) ⋅ sen ( mz) dm ou (4.3)
π0
2∞
π ∫0
f (z) = F ( m) ⋅ cos( mz) dm (4.4)
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 38
Como ilustração, considere os esquemas da Figura 4.1 onde a função par de carregamento
f(z) de forma retangular (figura 4.1a), com intensidade unitária ao longo do eixo z do duto entre as
coordenadas w e -w e intensidade nula fora deste intervalo, é transformada pela equação 4.2 na
correspondente função F(m) da figura 4.1b, com a mudança da variável espacial z na variável de
2.00
f(z)
1.50
w=1
f(z)
1.00
0.50
0.00
(figura 4.2), as funções de deslocamento ux(x,y), uy(x,y), uz(x,y) e de rotação θ(x,y) ao redor do
2∞
π ∫0 x
Ux = u cos( mz) dz (4.5)
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 39
1.00
0.50
Fc(m)
Fc(m)
0.00
(b)
-0.50
2.00
1.50
w=1
f(z)
1.00
0.50
(c)
0.00
2∞
π ∫0 y
Uy = u cos( mz) dz (4.6)
2∞
U z = ∫ u z sen( mz )dz (4.7)
π0
2∞
π ∫0
Θ= θ cos( mz)dz (4.8)
As equações 4.9, 4.10 e 4.12 foram escritas em função do coseno devido à simetria destas
componentes em relação ao plano z=0 (funções pares), enquanto que a componente uz , por ser
2∞
Fy = ∫ f y cos( mz )dz (4.13)
π0
f y = ∫ Fy cos( mz ) dm (4.14)
0
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 41
Observa-se das equações anteriores que o problema de natureza tridimensional pode então
ser representado no domínio de Fourier em termos de uma descrição espacial bidimensional, função
das variáveis x, y.
Utilizando-se o método dos elementos finitos torna-se então possível o cálculo das
termos de tensões, deformações e momentos fletores no duto, não têm entretanto significado físico
Nesta fase da transformada inversa, é feita uma análise bidimensional do problema por
elementos finitos para cada valor de m necessário para garantir a convergência da solução
(equações 4.9, 4.10, 4.11 e 4.12) no intervalo [0,∞) com determinada precisão numérica nos
resultados finais.
A formulação que se segue é baseada na proposta de Fernando, Small e Carter (1996) para
hipótese de comportamento elástico linear dos materiais que constituem o solo e o duto.
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 42
Deslizamentos relativos na interface solo-duto podem ser modelados, desde que o comportamento
de Fourier
x x
z m
Análise pelo MEF para um
valor de m específico
y (linear elástico)
f y(z) y
Inversa
x
x
−∞
∫ F ( m) e
imz
dm
Determina u x (z), uy (z), uz (z) +∞ Determina u x (m), uy(m), uz (m)
σxx (z), σyy (z),... Sxx (m),Syy (m),...
Figura 4.2 – Modelo de elementos finitos utilizando a transformada de Fourier [Moore e Brachman
(1994)].
onde
{σ}T = {σ xx σ yy σ zz τ xy τ yz τ xz } (4.17)
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 43
{t}T = {t x ty tz } (4.19)
partir dos graus de liberdade nodais {∆} por um conjunto de funções de interpolação [N], com a
equação (4.20).
teoria da elasticidade linear, a seguinte equação de equilíbrio pode ser escrita para o problema
analisado:
onde [K] representa a matriz de rigidez global e {F} o vetor que contém as componentes das
∞
∫ U x ⋅ cos( mz) dm
u x ∞0
{u} = u y = ∫ U y ⋅ cos( mz) dm (4.22)
u 0
z ∞
∫ U z ⋅ sen( mz) dm
0
U x ⋅ cos( mz)
{u} = U y ⋅ cos( mz) (4.23)
U ⋅ sen( mz)
z
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 44
desde que todas as outras variáveis da equação (4.15) sejam também substituídas apenas pelos
integrandos correspondentes.
Para os elementos finitos planos utilizados na discretização do maciço de solo tem-se, a nível
de elemento:
[ k s ] ⋅ {δs } = { f s } (4.24)
{δ s }T = {U x1 U y1 U z 1 U x 2 U y 2 U z2 .... U xn U yn U zn } (4.25)
{ f s } = ∫ [ N s ] T ⋅ {Ts } ⋅ dS (4.26)
s
N1 ⋅ c 0 0 N2 ⋅ c 0 0 .... N n ⋅ c 0 0
[Ns ] = 0 N1 ⋅ c 0 0 N2 ⋅c 0 .... 0 Nn ⋅ c 0 (4.28)
0 0 N1 ⋅ s 0 0 N 2 ⋅ s .... 0 0 N n ⋅ s
denotando-se
c = cos(mz) (4.29)
s = sen(mz) (4.30)
As funções polinomiais N1, N2, N3,... Nn podem ser facilmente obtidas em textos sobre
elementos isoparamétricos planos, como em Desai (1979) e Zienkiewicz (1979), entre outros.
[ k s ] = ∫ [ Bs ] T ⋅ [ C s ] ⋅ [ Bs ] ⋅ dA (4.31)
A
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 45
onde A é a área do elemento no plano xy e [C s] a matriz constitutiva de ordem (6x6) expressa por,
1 − ν ν ν 0 0 0
ν 1 −ν ν 0 0 0
ν ν 1−ν 0 0 0
E 1 − 2ν
[C s ] = 0 0 0 0 0 (4.32)
(1 + ν ) ⋅ (1 − 2ν ) 2
1 − 2ν
0 0 0 0 0
2
1 − 2ν
0 0 0 0 0
2
com
{
{ε s }T = ε xx ε yy εzz γ xy γ yz γ xz } (4.34)
sendo a matriz [Bs], de ordem (6x3n), definida pela equação 4.37 (ver página seguinte).
para
{σ s }T = {σ xx σ yy σ zz τ xy τ yz τ xz } (4.36)
Para discretização do duto por elemento finitos no domínio de Fourier foram considerados
Para este tipo de elemento, a rotação θ em torno do eixo z deve também ser considerada
onde
n n
Γ12 1 ∑
N i ,η y i − ∑ N i ,ξ y i
Γ
[ Γ ] = 11 = i =1 i =1
Γ22 J − n N x
(4.38)
Γ21
n
N i ,ξ xi
∑ i =1
i ,η i ∑
i =1
n n n n
J = ∑ N i ,ξ x i ⋅ ∑ N i ,η y i − ∑ N i ,η x i ⋅ ∑ N i ,ξ y i (4.39)
i =1 i =1 i =1 i =1
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 47
Figura 4.3 – Representação de um modelo típico do problema, com os elementos finitos utilizados
para o solo e para o duto [Fernando, Small e Carter (1996)].
[ k d ] ⋅ {δ d } = { f d } (4.40)
{δd }T = {U x1 U y1 U z 1 Θ1 U x 2 U y 2 U z 2 Θ2 } (4.41)
{ f d } = ∫ [ N d ]T ⋅ {Td }⋅ dl (4.42)
L
N1 ⋅ c 0 0 0 N2 ⋅ c 0 0 0
[Nd ] = 0 N3 ⋅ c 0 N4 ⋅ c 0 N5 ⋅c 0 N 6 ⋅ c (4.44)
0 0 N1 ⋅ s 0 0 0 N2 ⋅s 0
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 48
considerando-se − 1 ≤ ξ ≤ 1 , tem-se
1−ξ
N1 = (4.45)
2
1+ξ
N2 = (4.46)
2
1 3ξ ξ 3
N3 = − + (4.47)
2 4 4
⋅ (1 + ξ) ⋅ (1 − 2ξ + ξ 2 )
L
N4 = (4.48)
8
1 3ξ ξ 3
N5 = + − (4.49)
2 4 4
⋅ (1 + ξ) ⋅ (ξ 2 − 1)
L
N6 = (4.50)
8
[ k d ] = ∫ [ Bd ]T ⋅ [C d ] ⋅ [ Bd ] ⋅ dl (4.51)
L
1 ν 0 0 0 0
ν
1 0 0 0 0
1 −ν
0 0 0 0 0
2
E e3 e 3ν
[Cd ] = (4.52)
(1 − ν 2 )
0 0 0 0
12 12
0 e3ν e3
0 0 0
12 12
(1 − ν )e 3
0 24
0 0 0 0
{εd } = [ Bd ] ⋅ {δ d } (4.53)
2 ∂N 1 2 ∂N 2
L ∂ξ c 0 0 0
L ∂ξ
c 0 0 0
0 0 0 mN 1 c 0 0 mN 2 c 0
− mN s 2 ∂N 1 2 ∂N 2
0 s 0 − mN 2 s 0 s 0
L ∂ξ L ∂ξ
1
[B d ] =
0 4 ∂2 N 3 4 ∂2N4 4 ∂2N5 4 ∂ 2 N4
− 2 c 0 − c − c 0 − c
L ∂ξ 2 L 2 ∂ξ 2 L2 ∂ξ 2 L2 ∂ξ 2
0 m 2 N3 c 0 m2 N 4c 0 m2 N 5c 0 m 2 N 6c
0 4 ∂N 4 ∂N 4 ∂N 4 ∂N
− m 3 s 0 − m 4 s 0 − m 5 s 0 − m 6 s
L ∂ξ L ∂ξ L ∂ξ L ∂ξ
(4.55)
{σ d } = [C d ] ⋅ {εd } (4.56)
Os valores calculados pelo MEF no plano de Fourier devem ser finalmente transformados
Legendre,
Análise Bidimensional pela Transformada de Fourier 50
N
u x ≈ ∑ w j ⋅ U x ( m j ) ⋅ cos( m j z ) (4.61)
j =1
N
u y ≈ ∑ w j ⋅ U y ( m j ) ⋅ cos( m j z ) (4.62)
j =1
N
u z ≈ ∑ w j ⋅ U z ( m j ) ⋅ sen( m j z ) (4.63)
j =1
considerando-se 8 e 12 pontos de integração por subintervalo. Com esta técnica, foi possível
A figura 4.4 apresenta um diagrama de blocos esquemático onde são indicadas as principais
ENTRADA DOS
DADOS
DETERMINAÇÃO DO m
PASSO 1
DETERMINAÇÃO DA FORÇA
(função de m)
PREPARAR A FUNÇÃO
INVERSA
FIM
resultados numéricos obtidos são comparados, sempre que possível, com aqueles calculados
através de programas comerciais como o LUSAS, SAP-90 e ANSYS. Para visualização dos
12 pontos de integração. O erro relativo entre os valores numéricos calculados com ambos os
ser mais rapidamente obtidos com apenas um esquema de quadratura de Gauss-Legendre (12
deslocamento vertical ao longo do topo dos elementos estão mostrados na figura 5.2, obtidos
Exemplos 53
considerando-se os elementos de interface propostos por Goodman et. al. (1967), Pande e
13800 kPa
6900 kPa
Solo
E=69000 kPa
Elemento Elemento υ=0.3
Plano Plano Interface
L=25.4 cm E=6900 kPa
Elemento
de interface υ=0.3
G=138 kPa
e=0.254 cm (0.01L)
Figura 5.1 - Modelo com atributos e informações geométricas (Desai et. al., 1984).
proposto por Desai et.al (1984) são idênticos aos calculados pela formulação de Pande e
Sharma (1979), enquanto que os resultados computados com o elemento de Goodman et. al.
No elemento de interface de Desai et. al. (1984) foi utilizada a espessura recomendada
Esta mesma espessura foi mantida, para efeitos comparativos, na obtenção dos deslocamentos
No elemento de Goodman et. al. (1967) os valores das constantes do material Cξξ e
Da figura 5.2, conclui-se ser significativa a melhoria dos resultados com a introdução
contínua).
Exemplos 54
-3.00
curva contínua
-4.00
-5.00
aderente ou simulada através de elementos de interface (Desai et. al., 1984; Pande e Sharma,
1979; Goodman et. al., 1967), descritos no capítulo 3, que permitem deslocamentos relativos
profundidade y=1 m na camada de solo homogêneo (E=20.6 MPa, ν=0.33, espessura H=8 m),
a) Elementos propostos por Desai et. al. (1984) e Pande e Sharma (1979)
ν=0.33
G=106.8 MPa
e=0.03 m
e=0.00 m
et. al. (1984) e Pande e Sharma (1979) são idênticos, enquanto que os calculados com
tridimensional.
Este problema foi resolvido analiticamente por Holl (1940), sendo esta solução
analítica aqui utilizada para efeitos de comparação com os resultados obtidos na aplicação do
MEF no plano de Fourier, utilizando a discretização 2D mostrada na figura 5.13 formada por
um dos cantos da área retangular carregada. A diferença observada com a solução analítica
a) os valores são aproximados pela média aritmética entre os resultados obtidos nos pontos
de Gauss dos elementos vizinhos à projeção vertical do canto da área retangular, em cada
profundidade considerada;
elementos finitos;
A figura 5.15 mostra a variação com a profundidade da tensão vertical sob o centro da
área retangular carregada. A comparação dos resultados numéricos com a solução analítica é
y 100 kPa
2m
x
2m
z
Camada de Solo
10 m E=10 MPa
υ=0.3
Figura 5.13 – Malha de elementos finitos utilizada na análise do problema de Holl (1940).
30.00
20.00
Tensão Vertical (kPa)
Presente trabalho
10.00
0.00
120.00
80.00
Tensão Vertical (kPa)
0.00
(l)/ largura (b) da área carregada aumenta. O propósito, além de aferir os resultados do
superficial pode ser enquadrado no estado plano de deformação, logo permitindo a análise do
ρ⋅ E
I= (5.1)
q⋅b
onde
Exemplos 64
E = módulo de elasticidade
b = largura da fundação
centro (Icentro ) e borda da fundação (Iborda ), no ponto médio do comprimento, verifica-se que a
Justificado, neste exemplo específico, para casos de fundação retangular com razão
l/b >= 8.
obtidos com dois esquemas adaptativos de 8 a 12 pontos de integração por subintervalo. Esta
necessidade é tanto maior quanto maior for a extensão do carregamento na direção do eixo z
(eixo de transformação).
2.00
1.60
Icentro ou Iborda
1.20
0.40
da placa implicitamente infinito) foram comparados com uma análise tridimensional por
L=22 m). No domínio de Fourier foram utilizados apenas 8 elementos de 2 nós (figura 5.18),
problema em relação ao plano x=0, foram considerados 107 elementos sólidos de 8 nós.
Também neste exemplo o controle dos erros de quadratura foi essencial para a
z 100 kPa
m
2
2m
4m
100 kPa
0.00
Deslocamento vertical (MEF-SAP 90)
-0.40
-0.60
-0.80
-1.00
0.00
-0.40
Presente trabalho
MEF-SAP 90
-0.60
-0.80
-1.00
60.00
·
50.00
Momento (kN·m)
40.00
30.00
20.00
Mx (presente trabalho)
Mz (presente trabalho)
10.00
Mx (MEF-SAP 90)
Mz (MEF-SAP 90)
0.00
70.00
60.00
Mx (presente trabalho)
50.00
Mz (presente trabalho)
Momento (kN·m)
Mx (MEF-SAP 90)
40.00
Mz (MEF-SAP 90)
30.00
20.00
10.00
0.00
analisando-se o caso de uma fundação tipo “radier” (E=600 MPa, ν=0.2, largura B=4 m,
espessura t=0.5 m) uniformemente carregada (q=100 kPa em área retangular 2m x 2m) sobre
camada de solo homogêneo (E=10 MPa, ν=0.3, espessura H=10 m), conforme figura 5.23.
casca.
pertencentes ao plano paralelo ao plano x=0 e situado à distância de 0.5 m do centro da área
carregada. O plano foi selecionado para comparação dos resultados numéricos pois o
programa ANSYS fornece os valores de momento fletor em relação aos centróides dos
elementos de casca.
é bastante satisfatória.
Radier
y
100 kPa
2m
x
2m
4m
Camada de Solo
10 m
E=10 MPa
υ=0.3
Elemento Plano
-2.00
-8.00
-10.00
-2.00
-4.00
-6.00
Presente trabalho
-8.00 MEF-ANSYS
-10.00
25.00
20.00
15.00
Momento (kN·m)
Mx (presente trabalho)
Mz (presente trabalho)
10.00
Mx (MEF-ANSYS)
Mz (MEF-ANSYS)
5.00
0.00
-5.00
espessura H=8 m), conforme figura 5.28. O carregamento uniformemente distribuído (q=100
longitudinal do túnel.
Exemplos 73
5.3 do exemplo 2, e também reproduzida nas figuras 5.29 e 5.31, constituída por 126
Para comparação dos resultados obtidos na discretização 2D, o problema foi também
estudado utilizando-se um programa comercial de elementos finitos (LUSAS) com uma malha
obtidos por ambas as soluções numéricas nos planos verticais situados em z=0 (centro do
100 kPa
x
2m
2m
z
1m
2m
8m
Túnel
Camada de Solo
E=20.6 MPa
υ=0.33
figura 5.33, consistindo de um duto de seção quadrada (Ec = 200 GPa, ν c = 0.2, aresta a = 2m,
plana (l = 25 m).
método dos elementos finitos no plano de Fourier, sem consideração de elementos especiais
de interface, estão mostrados nas figura 5.35 (distribuição das componentes de deslocamento
y
2m
100 kPa
x
1m z
2m
8m
Duto
Camada de Solo
E=20 MPa
υ=0.2
100 kPa
1m
2m
5m
12 m
7 6 5
1m
8 4
1 2 3
0.00
-10.00
-20.00
1 2 3 4 5 6 7 8
número do nó (apresentado na figura 5.34a)
foram feitas para investigar o comportamento de alguns problemas geotécnicos e de interação solo-
transformada de Fourier.
resultados numéricos obtidos nos poucos exemplos analisados parecem indicar que a proposição de
Desai et al. (1984) e Pande e Sharma (1979) simulam identicamente os efeitos da interação solo-
estrutura. O elementos de interface de Pande e Sharma (op. cit.) é formulado com base na
aquele apresentado por Desai et al. (1984) segue o desenvolvimento convencional de elementos
finitos isoparamétricos planos, com a restrição de que a espessura do elemento não deve ultrapassar
1/100 do seu comprimento. Assim, em relação à implementação computacional, é evidente que este
último elemento de interface é especialmente vantajoso pois pode ser diretamente considerado na
grande maioria dos programas computacionais preparados para análise de problemas planos, desde
O elemento de interface sugerido por Goodman et al. (1967) resultou em valores levemente
superiores, mas com configuração similar na distribuição dos campos de tensão e de deslocamentos
no sistema solo-estrutura. Este tipo de elemento, por admitir espessura nula, apresenta algumas
muros, estacas, dutos, etc.) onde conhece-se que a espessura da zona do material de interface,
embora pequena, é não nula. Vale aqui lembrar, no entanto, que a proposição de Goodman et al. foi
mais direções, por grandes extensões, solicitados por carregamentos localizados que tornam
da formulação do MEF no plano de Fourier, técnica sugerida por Fernando et al. (1996), em
plano de Fourier produz resultados numéricos com precisão semelhante à análise numérica 3D e
próximos aos valores das soluções analíticas, quando disponíveis. Com a grande vantagem, nestes
Esta vantagem aparente, no entanto, não significa um menor esforço computacional, visto
que tantas soluções no plano de Fourier são executadas quanto necessárias para assegurar a
obtenção da transformada inversa de Fourier no espaço tridimensional com uma precisão razoável
equações algébricas, etapa de maior esforço computacional na maioria das aplicações do MEF.
Com base nos resultados e experiência particular adquirida no desenvolvimento desta pesquisa,
transformação.
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