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DIREITO CIVIL
CAPITALIZAÇÃO DE JUROS
A capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade, somente será
considerada válida se estiver expressamente pactuada no contrato
USUCAPIÃO
O art. 12, § 2º do Estatuto da Cidade estabelece uma presunção relativa
de que o autor da ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente
Importante!!!
O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor
terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de
registro de imóveis."
Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará sempre da gratuidade
da justiça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem recursos suficientes para
pagar as custas? NÃO.
O art. 12, § 2º da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa
de que o autor da ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa
presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é
considerado "necessitado".
STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2017 (Info 599).
Importante!!!
A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional,
mitigada e equitativa
Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão
responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC.
Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para
ressarcir a vítima.
Condicional e mitigada: porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio
mínimo do infante.
Equitativa: tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo
necessário para a sobrevivência digna do incapaz.
A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária.
A vítima de um ato ilícito praticado por menor pode propor a ação somente contra o pai do
garoto, não sendo necessário incluir o adolescente no polo passivo
Em ação indenizatória decorrente de ato ilícito, não há litisconsórcio necessário entre o
genitor responsável pela reparação (art. 932, I, do CC) e o menor causador do dano.
É possível, no entanto, que o autor, por sua opção e liberalidade, tendo em conta que os
direitos ou obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito, intente ação
contra ambos – pai e filho –, formando-se um litisconsórcio facultativo e simples.
Ex: Lucas, 15 anos de idade, brincava com a arma de fogo de seu pai e, por imprudência,
acabou acertando um tiro em Vítor, que ficou ferido, mas sobreviveu. Vítor ajuizou ação de
indenização por danos morais e materiais contra João (pai de Lucas). Não era necessário que
Vítor propusesse a ação contra João e Lucas, em litisconsórcio. Vale a pena esclarecer, no
entanto, que seria plenamente possível que o autor (vítima) tivesse, por sua opção e
liberalidade, ajuizado a ação contra ambos (pai e filho). Neste caso, teríamos uma hipótese de
litisconsórcio: facultativo e simples.
Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato de que
ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta
O art. 932 do CC prevê que os pais são responsáveis pela reparação civil em relação aos atos
praticados por seus filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia.
O art. 932, I do CC, ao se referir à autoridade e companhia dos pais em relação aos filhos, quis
explicitar o poder familiar (a autoridade parental não se esgota na guarda), compreendendo
um plexo de deveres, como proteção, cuidado, educação, informação, afeto, dentre outros,
independentemente da vigilância investigativa e diária, sendo irrelevante a proximidade
física no momento em que os menores venham a causar danos.
Em outras palavras, não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos
de alienação fiduciária em garantia regidos pelo DL 911/69
Importante!!!
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em
garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.622.555-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 22/2/2017 (Info 599).
DIREITOS AUTORAIS
Na antiga Lei de Direitos Autorais, o contrato de cessão de direitos precisava ser averbado à
margem do registro para que pudesse ter eficácia contra terceiros
A Lei nº 5.988/73 (antiga Lei de Direitos Autorais) exigia que o contrato de cessão de direitos
de obra musical fosse averbado à margem do registro no órgão competente para que pudesse
ter eficácia contra terceiros. Isso estava previsto no art. 53, § 1º (Para valer perante terceiros,
deverá a cessão ser averbada à margem do registro a que se refere o artigo 17).
É possível averbar o contrato de cessão de direitos autorais firmado na vigência da Lei nº
5.988/73 mesmo sem que tenha havido anterior registro da obra por seu titular no órgão
oficial competente. Em outras palavras, ainda que o titular dos direitos autorais sobre a
música (cedente) não tenha registrado sua canção no registro adequado, o cessionário tem
legitimidade para fazer a averbação.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.500.635-RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 21/2/2017 (Info 599).
DIREITO DE VISITAS
É possível a fixação de astreintes para forçar a genitora que está
com a guarda da criança a respeitar o direito de visita do pai
Importante!!!
Na execução de alimentos pelo rito do art. 733 do CPC/1973 (art. 528 do CPC/2015), o
executado é intimado pessoalmente para, em 3 dias:
a) pagar o débito;
b) provar que o fez (provar que já pagou a dívida); ou
c) justificar a impossibilidade de efetuá-lo (provar que não tem condições de pagar).
É possível que o devedor justifique a impossibilidade de pagar por meio de testemunhas?
SIM. Em tese, é possível que isso seja feito por meio de prova testemunhal. Neste caso, as
testemunhas terão que ser ouvidas obrigatoriamente no prazo de 3 dias.
Na execução de alimentos pelo rito do art. 733 do CPC/1973 (art. 528 do CPC/2015), o
executado pode comprovar a impossibilidade de pagamento por meio de prova testemunhal,
desde que a oitiva ocorra no tríduo previsto para a justificação.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.601.338-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. Nancy
Andrighi, julgado em 13/12/2016 (Info 599).
DIREITO DO CONSUMIDOR
ACESSIBILIDADE
Logo depois de ter sido publicada a Lei 10.098/2000, as empresas de transporte coletivo já
tinham o dever de adaptar seus veículos para pessoas com deficiência
PLANO DE SAÚDE
Ex-empregado demitido sem justa causa tem direito de permanecer vinculado ao plano de
saúde em que se encontrava antes da demissão com as mesmas condições de valor
É indevido cobrar reajuste de ex-empregado demitido sem justa causa que opta por
permanecer vinculado ao plano de saúde em que se encontrava antes da demissão, na
condição de beneficiário, pelo prazo que lhe assegura o art. 30, § 1º, da Lei nº 9.656/98, nas
mesmas condições de cobertura assistencial e mediante o pagamento integral das
mensalidades, só lhe podendo ser atribuído algum aumento que também tenha sido
estipulado aos empregados em atividade.
Em 2011, a ANS editou a Resolução ANS 279/2011, prevendo que "a manutenção da condição
de beneficiário no mesmo plano privado de assistência à saúde em que se encontrava quando
da demissão ou exoneração sem justa causa ou aposentadoria observará as mesmas condições
de reajuste, preço, faixa etária e fator moderador existentes durante a vigência do contrato de
trabalho" (art. 16).
Vale ressaltar, no entanto, que, mesmo antes da Resolução ANS 279/2011, os empregados
demitidos sem justa causa já possuíam esse direito de permanecerem pagando o mesmo valor.
Isso porque esse direito decorre diretamente do art. 30 da Lei nº 9.656/98 (e não da
Resolução, que só veio confirmar essa conclusão).
STJ. 3ª Turma. REsp 1.539.815-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/2/2017 (Info 599).
DIREITO EMPRESARIAL
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Possibilidade de o INPI analisar as cláusulas dos contratos de
transferência de tecnologia que são submetidos a seu registro
COMPETÊNCIA
É de competência do domicílio do réu a ação pretendendo declarar a violação
de direito autoral e cobrar indenização decorrente deste fato
JUSTIÇA GRATUITA
O art. 12, § 2º do Estatuto da Cidade estabelece uma presunção relativa
de que o autor da ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente
Importante!!!
O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor
terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de
registro de imóveis."
Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará sempre da gratuidade
da justiça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem recursos suficientes para
pagar as custas? NÃO.
O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa
de que o autor da ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa
presunção pode ser ilidida (refutada) a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é
considerado "necessitado".
STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2017 (Info 599).
TÍTULOS EXECUTIVOS
Acordo de reparação de danos feito no bojo da
suspensão condicional do processo é título executivo judicial
O ato de composição entre denunciado e vítima visando à reparação civil do dano, embutido
na decisão concessiva de suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95), é
título judicial apto a lastrear eventual execução.
Ex: João foi denunciado pelo crime do art. 129, § 1º, do CP por ter praticado lesão corporal
contra Pedro. Na audiência, o Promotor ofereceu ao réu proposta de suspensão condicional do
processo, exigindo, no entanto, como uma das condições, que ele pagasse, no prazo de um mês,
DIREITO PENAL
PERDA DO CARGO
A pena de perdimento deve ser restrita ao cargo ocupado no momento do delito,
salvo se o novo cargo tiver relação com as atribuições anteriores
Importante!!!
Imagine que, quando o réu praticou o crime, ele estava ocupando o cargo público “X”. No
entanto, anos mais tarde, no momento em que foi prolatada a sentença condenatória, ele já
estava em outro cargo público (“Z”). O juiz poderá condenar o réu à perda do atual cargo
público (“Z”) mesmo sendo ele posterior à prática do delito?
REGRA: não. Em regra, a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou
função pública exercida no momento da prática do delito.
EXCEÇÃO: se o juiz, motivadamente, considerar que o novo cargo guarda correlação com as
atribuições do anterior, ou seja, daquele que o réu ocupava no momento do crime, neste caso
mostra-se devida a perda da nova função como uma forma de anular (evitar) a possibilidade
de que o agente pratique novamente delitos da mesma natureza.
Assim, a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo ocupado ou função pública exercida no
momento do delito, à exceção da hipótese em que o magistrado, motivadamente, entender que
o novo cargo ou função guarda correlação com as atribuições anteriores.
STJ. 5ª Turma. REsp 1452935/PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 14/03/2017
(Info 599).
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Portar granada de gás lacrimogênio ou de pimenta
não configura crime do Estatuto do Desarmamento
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Adicional de periculosidade não deve integrar complementação
de aposentadoria dos ex-ferroviários da RFFSA