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DIREITO ADMINISTRATIVO
LICITAÇÃO
Proibição do art. 9º, III, da Lei 8.666/93 permanece mesmo que o servidor esteja licenciado
Se um servidor público for sócio ou funcionário de uma empresa, ela não poderá participar de
licitações realizadas pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado este servidor público
(art. 9º, III, da Lei nº 8.666/93).
O fato de o servidor estar licenciado do cargo não afasta a referida proibição, considerando
que, mesmo de licença, ele não deixa possuir vínculo com a Administração Pública.
Assim, o fato de o servidor estar licenciado não afasta o entendimento segundo o qual não
pode participar de procedimento licitatório a empresa que possuir em seu quadro de pessoal
servidor ou dirigente do órgão contratante ou responsável pela licitação.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.607.715-AL, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 7/3/2017 (Info 602).
Há fatos ilícitos administrativos que, se cometidos de forma continuada pelo servidor público,
não se sujeitam à sanção com aumento do quantum sancionatório previsto no art. 71, caput,
do CP.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.471.760-GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/2/2017 (Info 602).
CONSELHOS PROFISSIONAIS
Lojas que vendam animais vivos e medicamentos veterinários
não precisam se inscrever no Conselho Regional de Medicina Veterinária
Não estão sujeitas a registro perante o respectivo Conselho Regional de Medicina Veterinária,
nem à contratação de profissionais nele inscritos como responsáveis técnicos, as pessoas
jurídicas que explorem as atividades de comercialização de animais vivos e a venda de
medicamentos veterinários, pois não são atividades reservadas à atuação privativa do médico
veterinário.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.338.942-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/4/2017 (recurso repetitivo)
(Info 602).
DIREITO CIVIL
ASSOCIAÇÕES
O art. 1.023 do CC, que trata da responsabilidade subsidiária dos
sócios da sociedade simples, não se aplica às associações civis
JUROS
O termo inicial em caso de abuso de mandato é a data da citação
FIANÇA
A interrupção do prazo prescricional operada contra o devedor principal prejudica o fiador
A interrupção do prazo prescricional operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado,
salvo nas hipóteses em que os devedores sejam solidários
CONTRATO DE LOCAÇÃO
Se o locatário foi à falência, mas não houve denúncia do contrato de locação,
o fiador permanece vinculado à obrigação
A decretação de falência do locatário, sem a denúncia da locação, nos termos do art. 119, VII,
da Lei nº 11.101/2005, não altera a responsabilidade dos fiadores junto ao locador.
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras:
VII – a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o
administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato;
STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.048-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 602).
DIREITO DO CONSUMIDOR
O valor que seria objeto de mútuo, negado por força de inscrição indevida em cadastro de
inadimplentes, não pode ser ressarcido a título de dano emergente.
Não há perda material efetiva pelo fato de ter sido negado crédito ao consumidor. Dessa forma,
o ressarcimento por dano emergente, neste caso, seria destituído de suporte fático,
consistindo a condenação, nessas condições, em verdadeira hipótese de enriquecimento
ilícito.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.369.039-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 4/4/2017 (Info 602).
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Sentença proferida após o CPC/2015 deverá observar as suas regras quanto aos honorários,
ainda a ação tenha sido proposta antes da sua entrada em vigor
DIREITO PENAL
TRÁFICO PRIVILEGIADO
É possível aplicar o § 4º do art. 33 da lei de drogas às “mulas”
DIREITO TRIBUTÁRIO
REPETIÇÃO DE INDÉBITO
ECT tem direito à repetição do indébito relativo ao ISS sem necessidade de prova de ter
assumido o encargo pelo tributo e sem autorização dos tomadores dos serviços
Os Correios gozam de imunidade tributária recíproca, razão pela qual os Municípios não
podem cobrar ISS sobre a prestação dos serviços postais.
Ocorre que, durante muitos anos, alguns Municípios cobravam o imposto porque ainda não se
tinha uma certeza, na jurisprudência, acerca da imunidade dos Correios.
A ECT pode pleitear à repetição do indébito relativo ao ISS cobrado sobre os serviços postais.
Para isso, os Correios não precisam provar que assumiram o encargo pelo tributo nem
precisam estar expressamente autorizados pelos tomadores dos serviços.
Presume-se que os Correios não repassaram o custo do ISS nas tarifas postais cobradas dos
tomadores dos serviços. Isso porque a empresa pública sempre entendeu e defendeu que não
estava sujeita ao pagamento desse imposto.
Não havendo repasse do custo do ISS ao consumidor final, os Correios podem pleitear a
restituição sem necessidade de autorização do tomador dos serviços.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.642.250-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/3/2017 (Info 602).