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ALESSANDRO BARATTA - Derechos Humanos: entre violencia estructural y violencia

penal, p. 334-356.

I. DIREITOS HUMANOS E NECESSIDADES REAIS

● Conceito de homem definido em relação à esfera de liberdade, e dos


recursos que são reconhecidos como direitos; a idéia de direito se
desenvolve em relação às liberdades e recursos que devem ser
reconhecidos ao homem para satisfação das necessidades reais, e para a
satisfação da potencialidade destas;

● Há sempre tensão entre as normas e os fatos - valor contrafático das


normas, porque são válidas e acionáveis apenas porque os fatos as violam;

● As necessidades reais são as potencialidades de existência e qualidade de


vida das pessoas, correspondentes a determinado grau de desenvolvimento
do seu modo de produção;

II. VIOLÊNCIA COMO REPRESSÃO DAS NECESSIDADES REAIS E DOS DIREITOS


HUMANOS

● Direitos humanos são a projeção normativa das necessidades reais para o


alcance de sua potencialidade;

● Marx e Galtung trazem a questão da discrepância entre as condições


potenciais e condições reais, centrada na desigualdade social que, para
Marx, dependem da contradição entre o grau de desenvolvimento de cada
sociedade e as relações de propriedade e poder dominante - a maneira
humana (com o alcance da potencialidade) sendo sobreposta pela maneira
inumana de organização social (na qual a satisfação das necessidades de
uns dependem da supressão das necesidades de outros);

● Galtung diz que injustiça social é sinônimo de violência estrutural,


compreendida enquanto repressão das necessidades reais, e, portanto, dos
direitos humanos no seu conteúdo histórico-social;

● A violência estrutural é a forma geral de violência que origina todas as outras;


violência sempre está ligada à idéia de repressão de necessidades e,
portanto, violação de direitos humanos;
● Direitos humanos compreendidos sob dois aspectos - o primeiro, direito à
vida, integridade, liberdade de expressão, direitos políticos, etc; e o segundo,
direito econômicos-sociais - trabalho, educação, etc;
● Sob a fenomenologia global da violência, enquanto repressão de
necessidades e violação de dh, quatro aspectos são relevantes para
criminologia crítica:
○ limites do sistema de justiça criminal como reação à violência e
defesa dos dh;
○ sistema punitivo como sistema de violência institucional;
○ controle social alternativo da violência;
○ concepção da violência e da defesa dos dh no contexto dos conflitos
sociais.

III. “CONSTRUÇÃO” E CONTROLE DO PROBLEMA DA VIOLÊNCIA NO SISTEMA


DE JUSTIÇA CRIMINAL

● O sistema penal é parcial, e só se ocupa de violências individuais - violências


de grupo e institucional são consideradas pela ótica da ação individual,
separadas do contexto do conflito social em que se inserem, e as violências
estrutural e internacional não são consideradas. Só incide sobre uma parcela
ínfima de violência;

● A intervenção da justiça criminal é estruturalmente seletiva - a imunidade é a


regra, e a criminalização é construída e selecionada segundo a lógica das
desigualdades reais das relações sociais e os sistemas de produção em que
se inserem;

● A resposta penal é simbólica (Hassemer) e não instrumental - as teorias


sociológicas da pena, inclusive, reconhecem a ineficácia do sistema de
justiça criminal enquanto instrumento de defesa social e diminuição da
violência, mas a sua função simbólica e a própria criminalidade são
funcionais enquanto instrumentos de validação e reafirmação da norma,
porquanto a reação social reforça os valores de determinada sociedade
(Durkheim);

● Características do sistema de justiça criminal:


○ age sobre os efeitos e não sobre as causas da violência
○ incide sobre pessoas e não situações - autor é considerado uma
variável independente
○ reativo e não preventivo - forma institucional do ritual da vingaça
○ extemporâneo - a demora da intervenção revela a ficção da
identidade do sujeito
○ farsa das teorias da pena e da defesa social - serve como instrumento
de reafirmação simbólica da norma após a sua violação;

IV. O SISTEMA DE PUNIÇÃO COMO SISTEMA DE VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL

● Ainda que se rechace a instrumentalidade e eficácia da pena para atender os


seus objetivos alegóricos/ideológicos, de defesa social e tutela de dh, não se
pode negar que ela possui caráter instrumental para atender objetivos reais,
alinhados aos interesses estruturais, enquanto mecanismo de reprodução de
violência estrutural; Função latente;
● Pena enquanto violência estrutural e repressão das necessidades reais
daqueles submetidos ao sistema de justiça criminal, porquanto os dh são
suspensos em nome do ius puniendi;

● Prisão também é um locus de concentração e reprodução de outras formas


de violência, como a de grupo e a individual; as garantias do direito penal
liberal não entram na porta da cadeia;

● Função latente e material de reprodução e institucionalização da


desigualdade social, enquanto forma de disciplina de grupos marginalizados
das relações funcionais de produção;

● Funções simbólicas latentes - produzir o estereótipo do criminoso


marginalizado, com dupla função de legitimação: a legitimação da
seletividade das instâncias de aplicação de justiça criminal (seletividade da
criminalização secundária); e legitimação da política criminal que perpetua a
lógica das relações sociais de desigualdade. Dieter -> função tautológica da
criminalidade oficial; Cirino -> inversão ideológica: a criminalidade aparece
como causa dos problemas sociais do capitalismo, enquanto é,
verdadeiramente, efeito das falhas inatas às desigualdades sociais funcionais
ao capitalismo e à manutenção do sistema de produção; Histeria, medo da
violência da criminalidade como instrumento para promover o consenso
social;

● Em crises do capitalismo, o apelo ao recurso da criminalidade violenta


enquanto narrativa de terror produz o consenso frente às relações de poder
que produzem a criminalidade, instrumento de manutenção das relações
sociais; Lei e Ordem, Segurança Nacional, Antiterrorismo; a construção do
inimigo interno como legitimante da repressão e produtor do consenso e
moralização útil da maioria não-criminalizada;

V. DIREITOS HUMANOS ENTRE VIOLENCIA INSTITUCIONAL E VIOLÊNCIA


ESTRUTURAL

● O Direito Penal como instrumento ineficaz na proteção dos dh, e a violência


contra os dh concebida em duas frentes: violência estrutural e
institucional/penal;

● Direito penal mínimo como proposta de política criminal alternativa, com o


programa de contenção das violências institucionais pela via da reafirmação
das garantias, com políticas de descriminalização para, ao final, superar o
atual sistema de justiça penal;
● Embora a função simbólica seja inútil para as funções alegóricas e como
proteção de dh, ela tem importância enquanto momento de ação civil e
política para reafirmação dos dh (feminicídio, criminologia verde, movimento
pela responsabilização dos crimes da ditadura, etc. ~viés punitivo, idealista.)
VI. O CONTROLE ALTERNATIVO DA VIOLÊNCIA E A DEFESA DOS DIREITOS
HUMANOS

● Colocar em prática formas mais justas e eficazes de controle social; controle


social alternativo com características opostas ao atual;
● Deve amparar-se em uma estratégia global que analise todas as violências,
inclusive as que extrapolam a esfera individual, para por fim ao caráter
parcial da justiça criminal;
● Fundar-se sobre princípios de igualdade e legalidade, não apenas em suas
concepções ilusórias burguesas;
● Ser instrumento de controle eficaz, não simbólico. Consequências:
○ às causas, e não somente às manifestações dos conflitos e da
violência;
○ situações, e não apenas comportamentos dos atores;
○ considerar o infrator em sua identidade atual;
○ sem negar meios de compensação à vítima, se possíveis, deve ser
consistente com o contexto da agressão - um princípio geral de
prevenção;

VII. CONFLITOS SOCIAIS E NEGATIVIDADE SOCIAL

● O princípio geral de prevenção da violência enquanto forma de contenção da


violência, considerada em sua forma geral; uma estratégia, portanto, de
justiça social;
● A prevenção da violência estrutural é parte do conflito social e da ação
política de seu interior;
● Restituição da dimensão política da análise do conflito, ao invés da
neutralidade estéril da criminologia tradicional;
● Princípio geral de prevenção da violência corresponde à estratégia de
controle democrático da violência;

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