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São José
2011
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE PEDAGOGIA
São José
2011
BRUNA MARIA DE OLIVEIRA
__________________________________
Professora: Dra. Jaqueline Zarbato Schmitt
Orientadora
__________________________________
Professora: Msc. Rejane de Farias
Membro Examinador
__________________________________
Professora: Msc. Isabel C. S. Berois
Membro Examinador
Muito obrigada!
[...] educar e educar-se, na prática da liberdade é tarefa
daqueles que sabem que pouco sabem – por isto sabem que
sabem algo e podem assim chegar a saber mais – em diálogo
com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem,
para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em
saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais.
Paulo Freire
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 12
2.1 A HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS ............................................................................... 12
2.1.1 A história das crianças ....................................................................................... 13
2.1.2 A educação das crianças ..................................................................................... 16
2.1.3 A relação família e escola ................................................................................... 18
2.1.4 Um recorte do papel da família segundo a legislação brasileira ........................... 20
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 25
4 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................ 28
4.1 ANÁLISE DAS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO ENTREGUE AOS PAIS ........... 28
4.2 ANÁLISE DAS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO ENTREGUE AOS
PROFESSORES .......................................................................................................... 43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 51
GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 53
APÊNDICE................................................................................................................ 56
ANEXO ..................................................................................................................... 57
8
1 INTRODUÇÃO
pode pedir para que algum familiar das crianças da escola participe relatando a
história da sua comunidade, possibilitando, assim, uma maior integração da família
com a escola. Atividades como esta vêm a contribuir tanto para os professores, que
estão em constante aprendizado, quanto para os familiares dos alunos, que se
sentirão úteis e valorizados pela escola.
Vale lembrar que a escola é a principal responsável pela educação formal e
científica dos alunos, pois os professores são os que têm a formação adequada para
ensinar os alunos e não os pais. Todavia, a família exerce um papel imprescindível
nesse processo educacional, procurando auxiliar as crianças, sempre que possível,
nas atividades da escola e, principalmente, fornecendo às crianças uma formação
moral, ética etc.
A escola deve ser responsável por trazer as famílias para dentro da escola,
promovendo ações que viabilizem a participação das famílias na vida escolar das
crianças. E a família deve servir também como um apoio para a escola no processo
ensino-aprendizado, agindo como “supervisora” dos deveres e das dificuldades dos
filhos, objetivando a identificação dos possíveis problemas/falhas que possam existir
nesse processo. Observando isso de perto e trabalhando em parceria com os
professores, os pais/familiares podem dar uma grande contribuição na educação das
crianças. Por esses e outros motivos, esta pesquisa se mostra de suma importância,
uma vez que pretende esclarecer qual o papel da família e o da escola na educação
das crianças.
No referencial teórico deste estudo são apresentados pequenos trechos da
história da família, mostrando como a mesma era vista na sociedade, quais eram
seus costumes e tradições, buscando identificar quem pertencia ao grupo familiar
etc. Na sequência, são abordados momentos da história das crianças, com o intuito
de verificar a importância da criança na sociedade, na família e, principalmente, no
que se refere à educação da mesma. Depois, coloca-se em pauta a questão da
educação das crianças, objetivando analisar como ocorria e como ocorre a
educação, verificando as mudanças existentes, para, finalmente, entrar na discussão
sobre a relação família e escola, visando identificar como ocorre essa relação, quais
os aspectos que envolvem essa relação, e como a mesma pode contribuir na
educação das crianças; sem ainda deixar de averiguar o que a legislação vigente
contribui para a relação família-escola.
Após todo o aporte do referencial teórico, são esclarecidos os procedimentos
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesse sentido, pode-se dizer que a mulher não pertencia à família, que ela
não estava dentro do conjunto familiar. Isso pode ser observado quando o autor da
citação acima menciona a palavra mulher e, em seguida, a palavra família, dando a
entender que a mulher estava em segundo plano no núcleo familiar e que o homem
era o elemento principal nesse conjunto. Entretanto, a partir do século XVI, a
descrição dos quadros do conjunto familiar será alterada, como aponta Ariès:
Naquele período, era comum alguns artistas pintarem retratos das famílias, e,
devido a isso, existem relatos de retratos ricos em detalhes; assim como também há
a representação de crianças nos calendários e em outros momentos da vida familiar:
Nos trabalhos dos campos, não aparecem crianças ao lado das mulheres.
As representações sucessivas dos meses do ano introduziram portanto
essas novas personagens: a mulher, o grupo de vizinhos e companheiros, e
13
Ora essa quase onipresença infantil nos obriga, pois, a algumas questões.
Terá sido sempre assim? O lugar da criança na sociedade brasileira terá
sido sempre o mesmo? Como terá ela passado do anonimato para a
condição de cidadão com direitos e deveres aparentemente reconhecidos?
Numa sociedade desigual e marcada por transformações culturais, teremos
recepcionado, ao longo do tempo, nossas crianças da mesma forma?
Sempre choramos do mesmo jeito a sua perda? O que diferencia as
crianças de hoje, daquelas que as antecederam no passado? (PRIORE,
2007, p. 8).
Com isso, percebe-se que a infância passa por diferentes períodos, com
etapas que modificaram a sua concepção. Com relação aos cuidados para com as
crianças (alimentação, hábitos de higiene etc.), é importante retomar o “movimento
higienista” e suas consequências. De acordo com Silveira (2003, p. 94):
Melo (apud PRIORE, 2007, p. 86) ressalta que os médicos “sugeriam, ainda,
que se substituíssem as pegajosas abluções com óleos por „água e sabão‟ e que
estopada fosse substituída por „barrentinho ou touca de pano branco‟.” Com isso,
observa-se que algumas mães estavam aprendendo a lavar e a cobrir as crianças,
ou seja, elas não dispunham do conhecimento necessário sobre saúde.
Era comum, naquele período, a existência de muitas doenças, e as mães
tinham muito medo de perder seus filhos, pois não havia ainda muitos remédios e
médicos que as auxiliassem. Analisando a citação anterior, verificou-se que alguns
médicos começaram a ensinar às mães a maneira correta de fazer a higiene de seus
filhos.
Assim como na saúde, os hábitos alimentares também sofreram mudanças.
Variados tipos de alimentos eram oferecidos às crianças, sendo que muitos desses
alimentos, mesmo que dados com boa intenção, não eram adequados às crianças,
pois eram “fortes” demais para um estômago muito pequeno. Além do leite, era
comum dar às crianças “alimentos engrossados com farinha”, o que, segundo Melo
Franco, causava “azedumes, lombrigas, obstruções do mesentério, opilação do
estômago, opressões do peito, cólicas contínuas [...]” (apud PRIORE, 2007, p. 87).
O uso desses alimentos tinha como objetivo fortificar as crianças o mais
rápido possível, pois, como relata Priore, “a preocupação materna era a de
„arredondar‟ a criança; o critério não era alimentá-la mas dar-lhe de comer!”
(PRIORE, 2007, p. 88). Todavia, o que as mães não sabiam é que a ingestão
daqueles alimentos causaria certas complicações, resultando em doenças. Além
disso, “não havia diferenças entre a alimentação infantil e a adulta. Desde que
começava a mastigar, o pequeno comia de tudo participando das refeições comuns”
(PRIORE, 2007, p. 89).
A preocupação das mães, naquela época, não se restringia só à alimentação
dada aos seus filhos; elas também tinham temor com relação às bruxas e ao mau
olhado, acreditando que isso poderia fazer mal para seus filhos.
A solução encontrada pelas mães, conforme aponta Priore (2007, p. 91), foi a
de que “para combater quebrantos e bruxedos, a criança era benzida, em jejum,
durante três dias, com raminhos de arruda, guiné ou jurumeira”.
Mesmo com as benzeduras e com os conselhos dos médicos, a mortalidade
infantil ainda era constante naquele período. Freyre apud Priore (2007, p. 91-92)
Ao analisar essa citação, pode-se notar que as crianças pobres não tinham
acesso livre à escola, ou seja, somente as famílias com maior poder aquisitivo
poderiam inserir seus filhos na escola. Priore (2007, p. 13) acrescenta que:
Fica claro que não havia uma preocupação com a educação das crianças,
sendo que cada vez mais existiam crianças sem estudos. Mas isso não poderia ser
diferente, pois essas famílias possuíam poucos recursos financeiros e, devido a isso,
acabavam, na maioria das vezes, optando por levar seus filhos para o trabalho na
lavoura, para complementar a renda familiar, fazendo com que as crianças ficassem
sem estudar.
O problema da educação das crianças não se restringia só à falta de
subsídios econômicos; naquela época, a educação era alicerçada em castigos
físicos. Segundo Pereira (apud PRIORE, 2007 p. 96-97),
Esta seção tem como foco pensar o histórico da relação entre família e
escola, tendo como parâmetro norteador alguns questionamentos: quais são as
ações que podem ser desenvolvidas pelos diretores, coordenadores e professores
para que ocorra a relação família e escola? Será que os familiares estão conscientes
da importância que têm para os alunos as ações integradas entre família e escola?
Quais os benefícios que as atividades, como os debates e as palestras, podem
proporcionar para a interação e desenvolvimento entre os envolvidos nesse
processo?
Existem muitas pesquisas que tratam essa temática da relação família e
escola, dentre as quais se encontra o estudo de Rocha e Macêdo que colocam que:
1
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 19 jan. 2011.
22
2
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm >. Acesso em: 19 jan. 2011.
23
Mesmo com todos esses artigos, leis etc. sobre os direitos das crianças,
propondo a inserção da família na escola e o envolvimento da comunidade, é fácil
averiguar, a partir da pesquisas realizadas com pais e professores, que ainda existe
uma barreira entre a família e a escola. Ou seja, nem todas essas leis são cumpridas
na íntegra, isso porque se essas leis fossem postas em práticas, não haveria tantos
problemas e tantos projetos ainda tentando inserir a família na escola.
Fica claro a partir das questões sobre a legislação que todos anseiam que a
família e a comunidade se integrem à escola. O que preocupa é justamente saber
que essa relação entre família e escola ainda não está totalmente consolidada,
mesmo com toda a legislação existente. O que falta para que a família e escola se
tornem parceiras? Os diversos programas sociais existentes estão conseguindo
cumprir seu papel e repercutindo o efeito esperado?
E como o poder se distribui nesta relação? Numa parceria supõe-se uma
relação horizontal, onde os dois membros da relação estejam em pé de igualdade.
Mas será que na prática isso acontece? Uma situação frequente, principalmente em
escolas públicas e com pais com baixa escolaridade, é o professor colocar-se em
uma posição hierárquica (e superior) à família, assumindo (ainda que de forma
inconsciente) o lugar de detentor da verdade. Sem perceber, acaba retirando a
legitimidade e autoridade dos pais, o que, inclusive, contribui para um sentimento de
baixa autoestima na criança.
3
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 19 jan.
2011.
24
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Se preocupa, nas ciências sociais com dados que não podem ser
quantificados. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis.
4
ALVES, 2008.
26
são todos que buscam seus filhos na escola, ou seja, isso seria inviável para a
realização desta pesquisa.
Primeiramente, foram analisados os questionários destinados aos pais e,
depois, os questionários dos professores.
As respostas obtidas nos questionários foram tratadas de duas formas: em
gráficos para as respostas dadas pelos pais, e em narrativas para as respostas
obtidas dos professores.
Para os gráficos, optou-se pelo modelo de gráfico “de pizza”. Esta opção se
deu por possibilitar a apresentação de todas as informações obtidas de forma clara e
objetiva. Por meio dos gráficos, pretende-se analisar a participação das famílias na
educação dos seus filhos, o contexto familiar, as condições socioculturais, dentre
outros fatores. Segundo Monteiro (1999), propor a análise através de gráficos
possibilita a ampliação dos olhares sobre os dados. Isso porque:
4 ANÁLISE DE DADOS
Ao analisar esse gráfico, pode-se dizer que muitas dessas famílias são
desprovidas de recursos financeiros. Isso fica claro ao verificar a informação de que
65% das famílias entrevistadas têm como renda mensal R$ 1.020,00, sendo que
ainda deve ser considerada a quantidade de integrantes de cada família, pois quanto
mais integrantes, maiores são as despesas mensais. Essa análise comparativa da
renda mensal com a quantidade de integrantes de cada família encontra-se no
gráfico 4.
Ainda de acordo com as informações do gráfico 3, é possível verifica-se que
14% das famílias têm como renda entre 2 e 3 salários mínimos; 14% têm renda
mensal de mais de 3 salários mínimos e 7% têm como renda menos de 1 salário
31
Conforme os dados desse gráfico, a maioria das famílias (36%) tem renda
mensal entre 1 e 2 salários mínimos dividida por 5 pessoas, aproximadamente, ou
seja, essas famílias dividem um salário de até R$ 1.020,00 reais, o que dá o valor de
até R$ 204,00 reais por pessoa/mês. Ainda sobre as famílias que têm renda mensal
entre 1 e 2 salários mínimos, 29% dividem essa renda com até 3 pessoas, isto é,
uma média de até R$ 340,00 reais para cada pessoa por mês.
As famílias que têm renda mensal entre 2 e 3 salários mínimos, ou seja, até
R$ 1.530,00, dividem-se entre aquelas que são formadas por mais de 6 pessoas
(7%), o que equivale a uma quantia de até R$ 255,00 por pessoa/mês; e aquelas
com até 3 membros (7%), resultando numa distribuição de até R$ 510,00 reais para
cada pessoa.
Já as famílias que dispõem de uma renda mensal de menos de 1 salário
mínimo representam 7% do total entrevistado. A renda mensal dessas famílias é
menor que R$ 510,00 reais, divididos, em média, por 5 pessoas (R$ 102,00 reais
para cada pessoa/mês). Mas há também aquelas famílias (14%) com uma renda
mensal superior a R$ 1.530,00 (mais de 3 salários mínimos), dividida com até 3
32
que a maioria das famílias entrevistadas espera que as escolas ensinem para suas
crianças o exercício da cidadania. E esta função da escola já está prevista em lei,
conforme citação abaixo:
Ainda de acordo com essa citação, fica claro que, além do preparo para o
exercício da cidadania ser um direito de todos, a qualificação para o trabalho,
assinalada por 14% das famílias como sendo função da escola, também já consta na
lei. Para Demo (1995, p. 180-181), faz parte da função da escola:
Já para Freire (1997, p. 18), “o ensino é muito mais que uma profissão, é uma
missão que exige comprovados saberes no seu processo dinâmico de promoção da
autonomia do ser de todos os educandos”.
A convivência com outras pessoas ainda aparece como elemento importante
para o desenvolvimento das crianças (resposta de 7% das famílias entrevistadas); e
isso é de fato fundamental, pois a convivência com outras pessoas faz parte do dia a
dia e, portanto, é apreciável que as crianças aprendam a se relacionar de forma
saudável com os demais para que não enfrentem problemas de convivência mais
tarde.
Outra pergunta realizada no questionário às famílias foi referente a como elas
avaliam a participação das crianças na escola. O resultado encontra-se no gráfico 6 e, a
partir dessas informações, pode-se verificar também o quão os pais/familiares
conhecem o que seus filhos estão produzindo na escola.
34
De acordo com o gráfico 7, verifica-se que 79% das famílias esperam que a
escola prepare as crianças para a vida; e 14% esperam da escola uma preparação
profissional. Outros 7% dos familiares assinalaram as duas respostas, ou seja,
esperam da escola preparação para a vida e preparação profissional.
Antes de qualquer ensino formal, pode-se dizer que a família é a principal
educadora das suas crianças, tendo como função a de ensinar a elas as coisas
básicas, como a educação moral; o reconhecimento de seus direitos e deveres; o
respeito pelas regras de convívio social etc. Assim como afirma Donatelli (2004, p.
18):
A partir das informações obtidas no gráfico acima, identificou-se que 64% das
famílias consideram que o diálogo com a escola é “bom”. Todavia, ao analisar esse
dado, surge um questionamento: se o diálogo das famílias com a escola, de modo
geral, é considerado “bom”, porque existem tantos projetos e pesquisas para tentar
solucionar ou propor meios para que essas duas grandes instituições se tornem
parceiras? O que pode estar acontecendo? Essa dúvida voltará a incomodar com a
análise da pesquisa realizada com os professores.
Ainda sobre essa questão, ficou claro que algumas famílias (22%) não estão
satisfeitas com o diálogo com a escola, classificando-o como regular. É, então,
necessário averiguar o motivo que levou essas famílias a avaliarem como regular o
seu diálogo com a escola. Essa verificação poderá ser feita através de reuniões,
palestras, ou até mesmo em pequenas conversar com os pais, quando os mesmos
levam seus filhos à escola.
Retornando à questão que foi apresentada no gráfico 8, sobre a frequência da
ida dos pais à escola, aqueles que respondessem que “não vão à escola”, poderiam
esclarecer o motivo desta opção em outra pergunta (que trazia algumas opções
38
dentre as alternativas apresentadas). Lembrando que esta era uma questão não
obrigatória – somente os pais que respondessem anteriormente que não têm o
costume de ir à escola poderiam, caso assim desejassem, escolher uma opção que
justificasse sua resposta – e que não houve nenhum pai que respondeu que não
frequentava a escola; logo, o normal seria que não houvesse nenhuma resposta a
essa questão. Porém, houve pais que assinalaram algumas respostas, que aparecem
representadas no gráfico 10.
reclamações).
No gráfico 11 (abaixo), são apresentados os resultados da avaliação dos
pais/familiares no que diz respeito a como se sentem quando conversam com o(a)
professor(a), coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a) da escola.
Verificou-se que 64% das famílias consideram esse diálogo normal, ou seja,
não apresenta nenhum problema; e 29% assinalaram que se sentem bem, o que pode
ser interpretado como a existência de um bom diálogo com a escola. Já 7% das
famílias não responderam à pergunta do gráfico 11, talvez por não terem entendido a
pergunta, ou por não terem contato com a escola.
A participação dos pais na educação dos seus filhos também foi medida por
meio do questionário, como forma de verificar como os pais/familiares auxiliam as
crianças nas atividades escolares (Gráfico 12).
40
Conforme os dados do gráfico 12, pode-se notar que 50% das famílias
ajudam as crianças a “estudar as lições”. Este é um dado importante, pois mostra
que a maioria das famílias entrevistadas participam com seus filhos na revisão do
conteúdo abordado em sala de aula, o que vem a contribuir muito para o processo
ensino/aprendizagem da criança.
Outro dado que chamou atenção foi o de que 29% das famílias assinalaram
duas respostas, ou seja, responderam que além de ajudarem seus filhos a
estudarem as lições, elas também verificam a tarefa de casa. Esse comportamento
dos pais/familiares é ainda mais interessante porque possibilita que as famílias
acompanhem as atividades que estão sendo aplicadas para as crianças, permitindo
uma análise das possíveis dificuldades encontradas na realização das mesmas. E
isso contribui para a construção de uma parceria muito positiva entre escola e família
– os pais ajudam as crianças em casa e os professores na escola –, beneficiando,
diretamente, o progresso da criança.
Por outro lado, isoladamente, apenas 14% das famílias responderam que
“verificam as tarefas de casa”. Este é um dado preocupante, levando em
consideração que é fundamental que os pais participem mais do processo de estudo
das crianças, principalmente verificando, constantemente, se há alguma tarefa a
fazer e como as atividades proposta estão sendo executadas pelas crianças. Nesse
41
Gráfico 13: Verificação se os pais/familiares acreditam que sua participação na escola pode
ajudar no desempenho escolar da criança
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Analisando a informação acima, fica claro que a maioria das famílias (79%)
está consciente de que sua participação junto à escola pode melhorar o
desempenho escolar das crianças. No entanto, há ainda um percentual de 21% que
não tem certeza dessa influência positiva na aprendizagem das crianças. Nesse
caso, é preciso reforçar a esses pais os pontos positivos da participação mais
presente e constante dos mesmos na vida escolar das crianças, objetivando uma
maior aproximação dessas famílias nesse processo.
No gráfico 14 estão apresentados os níveis de conhecimento dos pais sobre o
projeto político pedagógico da escola.
42
Gráfico 15: Atividades prioritárias para melhorar a integração entre escola e família
Fonte: elaborado pela autora, 2011.
Nas falas dos professores verificou-se que a maioria afirmou: “com certeza”;
que a participação dos pais na escola pode melhorar na aprendizagem das crianças,
ficando explícito que a escola e a família podem formar uma grande parceria.
E ao serem questionados sobre as possíveis atividades que poderia melhorar
a integração entre escola e família, os professores sugeriram:
47
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Relações entre família e escola e suas
implicações de gênero. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 110, p. 143-155, jul.
2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/n110/n110a06.pdf>. Acesso em:
01 out. 2010.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
PRIORE, Mary Del (Org.). História das crianças no Brasil. 6. ed. São Paulo:
Contexto, 2007.
ROCHA, Cláudia de Souza; MACEDO, Cláudia Regina. Relações família & escola.
Pará: 2002. Disponível em:
<http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/relacao_familia_&_escola.pdf
>. Acesso em: 10 jun. 2010.
GLOSSÁRIO
Aulas Régias: O termo Aulas Régias significa aulas reais, isto é, pela primeira vez o
Estado, através da monarquia (por isso real), assume para si a responsabilidade
pela educação, outrora sob o controle da Igreja. Todavia, mesmo ocorrendo a
transição de um nível escolar para outro, reproduziu-se os mesmos objetivos
(religiosos e literários) com os mesmos métodos pedagógicos. MENDES, 2008, p.
44.
Boubas: s. f. 1. Saúde Doença infecciosa causada por bactéria que afeta a pele e
também ossos e articulações. 2. Doença contagiosa dos galináceos. JUNIOR,
Dicionário Aurélio, 2005, p. 149.
Cólicas: s. f. Dor intensa (no ventre, fígado, útero). LUFT, C. P. Minidicionário Luft.
3. ed. São Paulo: Ática, 1991, p. 147.
Estopada ou Estopa: [ô] s. f. 1. Parte mais grosseira do linho. 2. Tecido feito com
ela. 3. Chumaço de fios têxteis, us. para limpeza de máquinas. LUFT, C. P.
Minidicionário Luft. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991, p. 272.
Vulgata s. f. Tradução latina da Bíblia, feita no século IV, e que foi declarada a
versão oficial da igreja Católica no concílio de Trento (século XVI). JUNIOR,
Dicionário Aurélio (2005, p.907).
56
APÊNDICE
Este questionário tem por objetivo auxiliar-me na realização da pesquisa, tendo como foco a
verificação de fatores que possam exercer maior integração entre a família e a escola nos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
Para responder a ele não é necessário que se identifiquem, porém, pedimos que suas respostas
sejam realmente verdadeiras.
Desde já, agradeço.
5 - Para você, quais são as responsabilidades da família na educação dos seus filhos?
8 - Você considera que a participação dos pais junto à escola pode melhorar o desempenho e a
aprendizagem dos seus alunos?
9 - Em sua opinião, que atividades poderiam ser desenvolvidas para melhorar a integração entre a
escola e a família? Numere por ordem de prioridade.
57
ANEXO
Este questionário tem por objetivo auxiliar-me na realização da pesquisa, tendo como foco a
verificação de fatores que possam exercer maior integração entre a família e a escola nos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Para responder a ele não é necessário que se identifiquem, porém,
pedimos que suas respostas sejam realmente verdadeiras. Desde já, agradeço.
6 – Para você, quais são as responsabilidades da família na educação dos seus filhos?
( ) cuidar
( ) educar
( ) cuidar e educar
5
ALVES, 2008.
58
11 – Se vai à escola com frequência, como você avalia o diálogo entre a escola e a família?
( ) bom
( ) regular
( ) ruim
12 – Se você respondeu que não vai à escola, qual a razão para não ir?
( ) não gosto
( ) não acho importante
( ) não gosto do(a) professor(a), coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a)
( ) só escuto reclamações
( ) não tenho tempo
( ) outro:
13 – Como você se sente ao falar com o(a) professor(a), coordenador(a), supervisor(a) e/ou diretor(a)
da escola?
( ) bem ( ) normal ( ) nervoso(a) ( )com vergonha ou timidez
16 – Você considera que a sua participação junto à escola pode melhorar o desempenho e a
aprendizagem de seu(ua) filho(a)?
( ) sim, acredito ( ) só o comportamento ( ) talvez ( ) não
17 – Você conhece o Projeto Político Pedagógico da escola em que seu(ua) filho(a) estuda?
( ) sim ( ) mais ou menos ( ) não ( ) não sei o que é
18 – Em sua opinião, que atividades poderiam ser desenvolvidas para melhorar a integração entre a
escola e a família? Numere por ordem de prioridade:
( ) reuniões de pais para informar sobre a frequência e rendimento dos alunos
( ) reuniões para informar e discutir sobre o Projeto Político Pedagógico da escola
( ) reuniões para comemorar datas especiais (dia das mães, natal, festa junina etc.)
59