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DIREITO DO CONSUMIDOR

Relações de Consumo.

O consumo é parte indissociável do cotidiano do ser humano. Todos nós somos consumidores,
independentemente da classe social e da faixa de renda, consumimos desde o nascimento e
em todos os períodos de nossa existência por motivos variados, que vão desde a necessidade
da sobrevivência até o consumo por simples desejo, o consumo.

As relações de consumo são bilaterais, pressupondo numa ponta o fornecedor que pode tomar
a forma de fabricante, produtor, importador, comerciante e prestador de serviço. Aquele que
se dispõe a fornecer bens e serviços a terceiros. Na outra extremidade o consumidor, aquele
subordinado às condições e interesses impostos pelo titular dos bens ou serviços no
atendimento de suas necessidades de consumo.

Caracterização das relações de consumo:

Caracterizam relações de consumo os contratos bancários, financeiros, seguros, cartão de


crédito, leasing ou arrendamento mercantil, fornecedor de serviços em geral, inclusive os
públicos, compra e venda e a respectiva promessa, seguro saúde, plano de saúde,
hospedagem, depósito, estacionamento, turismo, transporte, viagem, poupança, programa de
milhagem, previdência privada, administração de imóveis e locação de automóveis, além de
outros, tendo como característica principal a habitualidade.

Insta ressaltar que desde há muito as relações de consumo deixaram de ser pessoais e diretas,
transformando-se em operações impessoais e indiretas, em que não se dá importância ao fato
de se ver ou conhecer o fornecedor. Os bens de consumo passaram a ser produzidos em série,
para um número cada vez maior de consumidores.

A preocupação com a defesa do consumidor.

Como era de se esperar, as modificações nas relações de consumo demonstraram que o


consumidor estava desprotegido, necessitando de uma resposta legal protetiva, tudo isso em
razão da evolução nas relações de consumo, o que refletia nas relações sociais, econômicas e
jurídicas, podendo-se afirmar que a proteção do consumidor é consequência direta das
modificações surgidas nos últimos tempos.

Inúmeros doutrinadores chegaram à conclusão de que com o surgimento dos grandes


conglomerados urbanos, das metrópoles, da explosão demográfica, da revolução industrial, o
desmesurado desenvolvimento das relações econômicas com a produção e consumo em
massa, além de outros fatores, num espaço de tempo relativamente pequeno foram motivos
mais do que suficientes.

A proteção jurídica do consumidor não é tema que diga respeito a um único pais, pelo
contrário, é tema supranacional, pois abrange todos os países, desenvolvidos ou em via de
desenvolvimento. A relevância do tema, as repercussões sentidas nos segmentos sociais dos
vários países, a sensibilidade para os problemas sociais e os direitos humanos, em suma, todas
essas modificações nas relações de consumo acabaram levando a ONU a se preocupar com a
defesa do consumidor aprovando uma série de Resoluções, atitude, aliás, esperada do
organismo internacional, caixa de ressonância dos grandes temas que envolvem a melhoria de
qualidade de vida dos povos. Insta informar que diversos países seguiram as orientações
contidas na Resolução.

Código de Defesa do Consumidor no Brasil.

Como tema específico, a defesa do consumidor no Brasil é relativamente nova. Nos anos de
1971 a 1973 surgiram os primeiros discursos alertando para a gravidade do problema de
natureza eminentemente social e da necessidade de uma atuação mais enérgica no setor. Os
primeiros movimentos surgiram em âmbito estadual- PROCON- Grupo Executivo de Proteção e
Orientação ao Consumidor de São Paulo, lei 1.093/78. Em âmbito federal, em 1985 foi criado o
Conselho de Defesa do Consumidor, Decreto 91.469. Em 1984. Também em 1984 foi editada a
lei 7.244 que autorizou os Estados a instituírem Juizados de Pequenas causas, revogada pela lei
9.099/95. Passos importante, no entanto, foi dada a partir de 1985. Em 24/7/85 foi
promulgada a Lei 7.347 que disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos
causados ao consumidor, além de outros bens tutelados, iniciando, dessa forma, a tutela
jurisdicional dos interesses difusos em nosso país. Posteriormente foram editados novos
decretos. Com tudo isso, ganhou-se em termos de agilidade e de uniformização de
procedimento em relação à área de defesa econômica.

Contudo, a vitória mais importante e fruto de reclamos da sociedade, foi a inserção na


Constituição da República, promulgada em 05 de outubro de 1988, de quatro dispositivos
específicos sobre o tema. O primeiro deles e o mais importante porque reflete toda a
concepção do movimento proclama: “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor” (art. 5º, XXXII). Em outra passagem, é atribuída competência concorrente para
legislar sobre danos ao consumidor (art. 24, VIII). No capítulo da Ordem Econômica, a defesa
do consumidor é apresentada como uma das faces justificadoras da intervenção do Estado na
economia (art. 170, V). O art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias anunciava
a edição do tão almejado Código de Defesa do Consumidor, que se tornou realidade pela Lei
8.078, de 11/09/1990. Pode-se adiantar que hoje o consumidor brasileiro está legislativamente
bem equipado, mas ainda se ressente de proteção efetiva, por falta de vontade politica e de
recursos técnicos e materiais, mas mesmo assim há que ser festejado que alçou o País, nessa
área, e em termos legislativos ao nível das nações mais avançadas do Planeta.

LEI 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Art. 1º

Normas de proteção e defesa do consumidor de ordem Pública e interesse Social – art. 5º,
inciso XXXII, 179 V da CF e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Art. 2º

Consumidor – conceito.
É toda pessoa física que adquire ou utiliza produto ou serviço. O homem é a pessoa física que é
dotada de personalidade desde o nascimento com vida e vai adquirindo atributos.

Pessoa Jurídica- O Código considerou como consumidora ao lado da pessoa física também a
pessoa jurídica, pública ou privada.

O ato de aquisição de produto ou serviço comerciável se perfectibiliza no ato da compra. A


utilização se dá pela ingestão de alimentos, pelo uso dos produtos de higiene, limpeza ou de
transporte.

Destinatário Final- Quem adquire o produto com o intuito de conservá-lo ou utilizá-lo em


último lugar.

Coletividade de Pessoas:

A Lei ampliou o aspecto da incidência da relação de consumo, aplicando-a também às


coletividades indetermináveis- reunião de várias pessoas consumidoras com o objetivo
comum.

Relações de Consumo:

São as relações jurídico-econômicas que se estabelecem entre fornecedor e consumidor.

Art. 3º-

Fornecedor- Conceito.

Entes despersonalizados:

Os entes despersonalizados, ou não jurídicos, só entram no mundo jurídico como sujeito de


direitos e obrigações quando a lei lhes atribuir expressamente esta qualidade, uma vez que
não são pessoas físicas e nem jurídicas, mas possuem capacidade para ser parte na relação
jurídica. Exemplos- espólio, consórcio ou condomínio.

Relação de Consumo- conceito: São relações jurídico-econômicas que se estabelecem entre


fornecedor e consumidor.

§ 1º -Produto – conceito.

§ 2º-Serviço – conceito.

Art. 4º - DA POLITICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO.

O CDC, antes de cuidar da Política Nacional de Proteção de Defesa do Consumidor cuida da


Política de Relações de Consumo, dispondo sobre os objetivos e princípios que devem nortear
o setor. A defesa do consumidor não pode ser encarada como instrumento de confronto entre
produção e consumo senão como meio de compatibilizar e harmonizar os interesses
envolvidos. Neste contexto, tal política deve ter por objetivo, em primeiro plano, o
atendimento das necessidades dos consumidores - objetivo principal das relações de consumo,
contudo, preocupando-se também com a transparência e harmonização das relações de modo
a pacificar e compatibilizar os interesses eventualmente em conflito. Objetivo importante
dessa política é também a postura do Estado em garantir a melhoria da qualidade de vida da
população consumidora, quer exigindo o respeito à sua dignidade, quer assegurando a
presença no mercado de produtos e serviços não nocivos à vida, à saúde, à segurança dos
adquirentes e usuários, quer, por fim, coibir os abusos praticados, dando garantias de efetivo
ressarcimento no caso de ofensa.

Por este motivo, a Política Nacional de Relações de Consumo deve estar lastreada nos
seguintes princípios:

I)Vulnerabilidade do consumidor:

É induvidoso que o consumidor á a parte mais fraca nas relações de consumo. Ele apresenta
sinais de fragilidade e impotência diante do poder econômico. No Brasil, a CRFB reconhece
claramente essa situação de hipossuficiência (carência, desprovido parcial ou totalmente de
algo, protege o consumidor nas relações consumeiras por ser a parte mais fraca), ao declarar
que o Estado promoverá a defesa do consumidor (art. 5º XXXII). De um lado assumindo a
postura de garantidor e, de outro, outorgando a tutela legal a quem se reconhece carecedor
de proteção.

A vulnerabilidade do consumidor pode apresentar-se como técnica, aquela em que o


consumidor não possui conhecimento específico; jurídica, por não ter conhecimento jurídico e
fática (relativa ao fato jurídico), aquela em que o consumidor é o elo fraco da corrente. O
fornecedor encontra-se em posição de supremacia.

B)Presença do Estado:

Se há reconhecimento da situação de hipossuficiência ( que pode ser econômica e processual)


de fragilidade e de desigualdade de uma parte em relação à outra, está claro que o Estado
deve ser chamado para proteger a parte mais fraca por meios legislativos e administrativos de
sorte a garantir o respeito a seus interesses.

C)Harmonização de interesses:

A Política Nacional de Relações de Consumo deve ser a harmonização dos interesses


envolvidos e não o confronto ou acirramento de ânimos. Interessa às partes, ou seja, aos
consumidores e fornecedores o implemento das relações de consumo com o atendimento das
necessidades dos primeiros (consumidores) e o cumprimento do objetivo principal que
justifica a existência do fornecedor- fornecer bens e serviços – Princípio da boa fé.

D)Coibição de abusos:

A Política de Relações de Consumo não será completa se não dispuser sobre a coibição dos
abusos praticados no mercado de consumo. Deve garantir-se não só a repressão dos atos
abusivos, como a punição de seus autores e o respectivo ressarcimento, atuando, inclusive
preventivamente, afastando as que podem causar prejuízo aos consumidores como a
concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais, desestimulando
potenciais fraudadores (Das Práticas Comerciais, artigos 30/42 do CPDC).

E)Incentivo ao autocontrole:
Apesar de o Estado interpor-se como mediador nas relações de consumo não deve deixar de
incentivar que providências sejam tomadas pelos próprios fornecedores mediante a utilização
de mecanismos alternativos por eles próprios criados e custados. Destacam-se três: O primeiro
deles pelo eficiente controle de qualidade e segurança de produtos defeituosos no mercado, o
que refletirá na diminuição de atritos com o consumidor; o segundo pela pratica do recall, ou
seja, a convocação dos consumidores de bens produzidos em série e que contenham defeitos
de fabricação que possam atentar contra a vida e a segurança dos usuários, arcando o
fornecedor com as despesas de substituição das peças defeituosas, e, finalmente, os terceiros,
pela criação, pelas empresas, de centros ou serviços de atendimento ao consumidor,
resolvendo o fornecedor, diretamente, a reclamação ou queixa apresentada contra seu
produto ou serviço.

F)Conscientização do consumidor e do fornecedor:

Pode-se afirmar que quanto maior o grau de conscientização das partes envolvidas, menor
será o índice de conflitos nas relações de consumo. Por conscientização entende-se a
educação, formal e informal, para o consumo, bem como a informação do consumidor e
fornecedor.

G)Melhoria dos serviços públicos:

Não apenas a área privada está obrigada a prestar serviços eficientes e seguros ao seu usuário.
Também a área pública deve ter o compromisso de prestar serviços públicos igualmente
seguros e eficientes, que não atentem contra a vida, a saúde e a segurança do consumidor
objetivando sua proteção e melhora na qualidade de vida, tais como energia elétrica, gás
canalizado, água, esgoto, telefone. Segurança, segurança, transporte, saúde, educação e
limpeza.

H) Estudo das constantes modificações no Mercado de Consumo ( v.g. internet)

Art. 5º - EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO.

O caput do art. 5º e seus incisos dispensam maiores comentários vez que enumeram os órgãos
públicos encarregados da defesa do consumidor, garantidores da política nacional das relações
de consumo.

Art. 6º - DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR.

Rol de normas que protegem o consumidor contra defeitos, periculosidade, nocividade ou


prejuízos decorrentes de produtos ou serviços. Os direitos básicos do consumidor vão desde a
vida, saúde e segurança, passando pela educação, informação, proteção ou revisão de
cláusulas contratuais, prevenção e reparação até o acesso à justiça e sua defesa, além da
prestação de serviços públicos.

I)Proteção da vida, da saúde e da segurança:

A CRFB prevê a defesa da pessoa humana, o direito a vida e a saúde, disciplinando a matéria
saúde em seus artigos 196 a 200 como um de seus direitos sociais (art. 6º); também o CP cuida
do tema, em seus artigos 121 a 128 (crime contra a vida) e 130 a 136 (periclitação da vida e da
saúde).

Segurança- É a precaução contra os riscos que envolvem a aquisição ou utilização de produtos


ou serviços eivados de periculosidade ou nocividade (v.g. bulas de remédios, rótulos ou
propagandas de fumo, bebidas alcoólicas, inseticidas).

II- Educação- A educação envolve os aspectos de informar o consumidor sobre as relações de


consumo bem como a economia, os mecanismos de preços, a publicidade enganosa, o prazo
de validade dos produtos, a periculosidade e nocividade de serviços ou produtos, compras a
prazo ou à vista, entidades protetoras do consumo (SUNAB, Codecon), medida e pesagem dos
produtos, cadastros de reclamações e organização de associações protetivas de consumo.

III-Informação adequada- Liberdade de escolha:

É fundamental e a lei o exige que o meio da divulgação adequada seja amplo, visando orientar
o consumidor sobre a correta utilização do bem, com vistas a obter melhor rendimento e ao
mesmo tempo não ser surpreendido posteriormente com alguma cláusula potestativa ou
abusiva. Permite-se seja feita por qualquer entidade, pública ou privada. Se por órgão público,
deve-se observar o seu caráter educativo, informativo ou de orientação social, dele não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens caracterizadores de promoção pessoal CF, art.
37, § 1º), v.g. produto químico de limpeza que não tenha em seu rótulo e embalagem,
informações adequadas sobre a forma de manuseio).

O CPDC, seguindo as pegadas do Texto Magno (art. 5º II) assegura ao consumidor a liberdade
de escolha de produto ou serviços- claro que dentro de suas possibilidades de poder aquisitivo
e de acordo com suas conveniências pessoais. Veda-se a venda casada, consistente em obrigar
o consumidor a levar outro produto além do escolhido, ou aceitar mais ou menos do que
pediu, como cláusula obrigatória para a concretização do negócio (exemplo- compra a quilo).

IV-Publicidade enganosa, abusiva e métodos comerciais ilegais.

Publicidade é o ato comercial de levar ao conhecimento do consumidor o produto ou serviço.

Publicidade enganosa diz-se a que, por sua falsidade ou qualquer outra simulação, é capaz de
levar o consumidor a erro quanto à natureza, característica, qualidade, preço, quantidade,
propriedade, origem ou quaisquer outras essencialidades inerentes ao produto ou serviço (art.
37, § 1º do CPDC).

Publicidade abusiva: aquela discriminatória, que incite a violência, explore o medo e a


superstição (art. 37, § 2º d CPDC)

Métodos comerciais ilegais: O fornecedor impõe limites de quantidade sem motivo justo;
condiciona a venda de um produto ou serviço a compra de outro; recusa atendimento ao
consumidor havendo estoque e sem motivo justificável; se prevalece da fraqueza ou
ignorância do consumidor.
V-Modificação ou revisão das cláusulas contratuais:

A possibilidade de modificação ou revisão das cláusulas contratuais desfavoráveis. Funda-se no


princípio rebus sic stantibus (pode ser denunciada se a coisa que lhe serviu de objeto sofrer
alterações essenciais no seu estado ou situação primitiva), segundo o qual ao consumidor é
dado a possibilidade de modificar ou reformar o contrato se evento superveniente afetar-lhe
prejudicialmente o negócio, por exemplo, e muito comum entre nós, a edição de plano
econômico que desequilibre contra o consumidor a relação de consumo efetivada, onerando-o
excessivamente com juros e outros encargos. Aplica-se somente em duas hipóteses:
prestações desproporcionais e ônus supervenientes excessivo.

VI-Danos patrimoniais e morais:

Dano patrimonial- É aquele causado aos interesses concretos ou bens corpóreos do


consumidor.

Dano moral: é o padecimento moral que embora não implique imediatamente lesão
patrimonial pode gerar reflexos econômicos.

Danos individuais: é o que atinge um só indivíduo

Dano coletivo: o que alcança mais de uma pessoa, mas em numero determinável.

Dano difuso: é o que se vincula a quantidade indeterminável, de difícil ou impossível


determinação.

VII-Acesso aos órgãos judiciários e administrativos:

O CPDC arrola, dentre os direitos básicos do consumidor, o de facilitação ao acesso ao órgão


judiciário, pois de nada valeria o direito sem a garantia do seu exercício, que se torna concreta
na medida em que a lei determina a criação de juizados especiais de pequenas causas e varas
especiais oriundas da relação de consumo. Tal preceito a rigor já é garantia constitucional “A
lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Entretanto, a
proteção das relações de consumo deve ter um espectro maior, ou seja, o de criar facilitar a
criação ou aparelhar os entes públicos encarregados da defesa do consumidor para que este
tenha estímulo de recorrer ao Judiciário, certo de que sua pretensão terá acolhida célere e
eficaz. Facilitou para tanto a instituição de Promotorias de Defesa do Consumidor no âmbito
do MP e as ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos.

VIII- Facilitação da defesa de seus direitos – Inversão do ônus da prova:

Cristaliza-se com a garantia de acesso aos órgãos judiciários e administrativos e a proteção


jurídica, administrativa e técnica ao consumidor carente.

O ônus da prova, segundo o (art. 333 do CPC), atualmente art. 373 do NCPC, incumbe ao
autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, quanto à existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo de seu direito. O CPDC tomou posicionamento diverso
levando em conta que o consumidor é a parte vulnerável na relação de consumo e necessita
desta proteção para fazer valer seus direitos, cumprindo alegá-los, e a parte contrária escusar-
lhe a veracidade. De qualquer maneira, a inversão do ônus da prova só tem cabimento quando
a relação de consumo litigioso apresentar os requisitos de verossimilhança (verdade) da
alegação e hipossuficiência (carência) do consumidor. A inversão do ônus da prova não é
automática, devendo ser examinada no caso concreto, não podendo ser confundida com o
fumus boni juris.

X- A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos-regularidade, continuidade e eficiência.

Serviço público é o conjunto de órgãos estatais destinados a prover as necessidades sociais,


coletivas, permanentes e obrigatórias necessárias à realização do fim do Estado. Exemplos|:
serviço de energia elétrica, gás canalizado, água, esgoto, telefone, segurança, transporte,
saúde, educação e limpeza. A prestação de serviço público se materializa por meio das
empresas concessionárias e permissionárias.

Empresa concessionária: É aquela em que o Estado concede, mediante contrato, o poder de


explorar serviço público normalmente da alçada pública.

Empresa permissionária: É aquela que, mediante ato administrativo unilateral e discricionário


da administração, concede ao particular o direito de explorar serviço público por tempo
determinado ou indeterminado. A lei 8.987/95 regula o regime de concessão e permissão da
prestação de serviços públicos.

Art. 7º - PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR DECORRENTE DE TRATADOS OU CONVENÇÕES


INTERNACIONAIS.

§ único – solidariedade.

Tratados ou convenções internacionais. Tratado internacional é o contrato solene entre dois


Estados sobre interesses políticos ou econômicos recíprocos.

DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E DA REPARAÇÃO DOS DANOS.

Art. 8º - Da Proteção à Saúde e Segurança.

Quando a lei expressamente assinala que os produtos e serviços não devem acarretar danos
aos consumidores, objetivado nos riscos à saúde e segurança, preocupa-se com a nocividade e
a periculosidade. Ao referir-se a risco e não a dano, a lei quis realçar que não é necessária a
comprovação efetiva de prejuízo, bastando tão somente o ato de colocar um produto nocivo
ou perigoso no mercado, que sujeite o consumidor ao perigo do consumo e à probabilidade de
dano do uso previsto ou previsível. A Lei não exige que o produto ofereça segurança absoluta,
mas a segurança mínima que o consumidor pode esperar. Não podem ser considerados
defeituosos os produtos tão somente por trazerem riscos, no entanto, a periculosidade deve
ser previsível para o consumidor.

Parágrafo único – Produto industrial – informações apropriadas

A lei atribui exclusivamente ao fabricante o dever de informar ao consumidor sobre a


utilização do produto industrial.

Art. 9º - Informações sobre produtos nocivos ou perigosos:


É dever do fornecedor informar sobre os riscos do produto ou do serviço comercializável, de
forma ostensiva e adequada, na embalagem, por impressos ou cartazes, a até verbalmente,
por pessoas especializadas.

Art. 10 – Produto ou serviço altamente nocivo ou perigoso – impossibilidade, periculosidade


exagerada.

Caso o fornecedor coloque no mercado o produto ou serviço sabidamente nocivo ou perigoso,


omitindo as devidas cautelas de identificação se sujeita a responsabilidade civil, penal e
administrativa (ver art. 55 do CPDC).

Parágrafos 1º, 2º e 3º - Periculosidade superveniente:

Os parágrafos impõem ao fornecedor o dever de informar aos consumidores e às autoridades


competentes superveniência de periculosidade do produto que quando colocado no mercado,
não era potencialmente perigoso, mas passou a ser. A informação deverá ser feita pela
imprensa de forma imediata.

NOÇÕES GERAIS SOBRE A RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO E DA


RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO (artigos 12, 13, 14, e 17; artigos
18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 seus incisos e parágrafos).

BREVES CONSIDERAÇÕES:

Antes de nos adentrarmos na matéria da Responsabilidade pelo fato do Produto e do Serviço e


por Vício do Produto e do Serviço, necessário a compreensão e distinção de defeito e vício.

O defeito do produto tem sua tipificação nos artigos 12, 13, 14 e 17, seus incisos e parágrafos,
com o título da responsabilidade pelo fato do Produto e do Serviço, conhecido como acidente
de consumo.

Haverá fato do produto ou do serviço sempre o defeito além de atingir a incolumidade


econômica do consumidor, atingir sua incolumidade física. Nestes casos, haverá danos à saúde
física e psicológica do consumidor, em outras palavras, o defeito exorbita a esfera do bem de
consumo, passando a atingir o consumidor que poderá ser o próprio adquirente do bem. O
fato do produto ou do serviço (leia-se defeito), deve-se desencadear um dano que extrapola a
órbita do próprio produto ou serviço (vg. Telefone celular que além da bateria ter pouca
durabilidade, contrariando sua especificação, explodiu, causando queimaduras no
consumidor).

No que diz respeito à Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço, previsto nos artigos
18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, seus parágrafos e incisos, necessário a seguinte explicação:

O vício tem como característica a qualidade ou quantidade que torne os serviços ou produtos
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam e também que lhes diminuam o
valor. Da mesma forma, são considerados vícios os decorrentes das disparidades havidas em
relação às indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta e mensagem
publicitária. Haverá vício quando o produto ou serviço atingir unicamente a incolumidade
econômica do consumidor, não lhe atingindo a incolumidade física (vg. Computador cujo HD
não armazena dados; veículo 0 Km que apresenta defeito no motor com poucos quilômetros
rodados).

Feita estas considerações, passemos à distinção:

Art. 12 – DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO – ACIDENTE DE


CONSUMO – ACIDENTE DE CONSUMO.

Decorre da violação de um dever de segurança, ou seja, quando o produto ou serviço não


oferece segurança que o consumidor deveria legitimamente esperar.

O Código do Consumidor rompeu com a doutrina tradicional da responsabilidade civil.


Responsável será não só o fornecedor direto do produto ou serviço, como também por via
indireta, o produtor, o fabricante, o construtor e o importador, podendo o consumidor acionar
qualquer um deles para obter a composição do seu prejuízo.

§ 1º - Produto defeituoso – circunstâncias relevantes, incisos I, II e III.

§ 2º - Produto de melhor qualidade – não configuração.

§ 3º - Exclusão de responsabilidade - incisos I, II e III ( Ausência do nexo de causalidade).

Art. 13 – RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE:

A responsabilidade do comerciante (caput do art. 12) se caracteriza quando não toma as


cautelas necessárias c/c inciso III, quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o
importador não puderem ser identificados ou o produto for fornecido sem identificação
(incisos II e III).

PARÁGRAFO ÚNICO – Direito de regresso:

Por ser responsabilidade solidária é dado ao consumidor acionar qualquer dos faltosos, tendo
aquele que ressarcir o prejuízo direito regressivo contra os demais.

Art. 14- RESPONSABILIDADE PELO SERVIÇO:

A responsabilidade pelo fato do serviço será sempre do fornecedor, independentemente de


culpa, quando causar dano por defeito na prestação do serviço ou informar inadequadamente.

§ 1º - serviço defeituoso – caracterização: incisos I, II e III.

§ 2º- Novas técnicas - isenção

§ 3º - exclusão de responsabilidade – quando tendo prestado o serviço o defeito inexiste


(incisos I) e por culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (inciso II)

§ 4º - Responsabilidade pessoal dos profissionais liberais.

Só respondem pelo dano quando obrarem com culpa (negligência, imprudência ou imperícia),
sua responsabilidade não é presumida, cabendo ao consumidor que a invocar, prová-la.
Contudo, concorda a doutrina e a jurisprudência que a grande maioria dos profissionais
liberais como advogados e médicos (exceto cirurgião plástico), só respondem se agirem com
culpa porque assumiram obrigação de meio. Já os que assumem obrigação de resultado, como
por exemplo, o cirurgião plástico, responde objetivamente, ou seja, independentemente de
culpa.

Art. 17- DIREITO DE TERCEIROS:

A lei ampliou o espectro da responsabilidade, equiparando ao consumidor todas as vítimas do


evento, não somente quem comprou a coisa, mas também quem dela faça uso.

Art. 18- DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO:

Decorre da violação de um dever de adequação, ou seja, o dever dos fornecedores de


oferecem produtos ou serviços no mercado de consumo que sirvam aos fins que
legitimamente deles se esperam.

Nos termos da lei, vício é toda imperfeição do produto (qualidade ou quantidade) capaz de
anular o ato jurídico. Pode ser relativo (sanável) ou absoluto (insanável). Vício de qualidade é
apresentar uma coisa por outra, demonstrar falsamente a essencialidade que o produto não
possui.

Bens duráveis são aqueles que permanecem, mesmo com uso constante e bens não duráveis
são os que desaparecem com o uso. Na responsabilidade de produto e do serviço por vício,
admite-se a teoria do risco criado que é aquela que tem o sentido de atribuir ao fornecedor o
dever de reparar danos causados aos consumidores pelo fato de desenvolver determinada
atividade potencialmente danosa, o que faz com que assuma todos os riscos.

§ 1º - Prazo 30 dias (fatal) para sanar o vício.

Alternatividade - pode o consumidor alternativamente e à sua escolha requerer:

substituição do produto da mesma espécie, em perfeitas condições de uso (inciso I)

sustituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais


perdas e danos (inciso II)

abatimento proporcional do preço (inciso III).

§ 2º - Convenção de redução ou ampliação do prazo- possibilidade:

Contrato de adesão (art. 54) – É aquele que, não resultando de livre acordo entre as partes,
obriga uma delas em aceitar, tácita ou expressamente, as condições unilaterais da outra, de
forma imediata – ou se adere ou não se adere. No contrato de adesão a que se refere o § 2º a
cláusula de prazo deverá ser convencionada separadamente e por meio de manifestação
expressa do consumidor.

§ 3º - Uso imediato das alternativas;


Sendo impossível a substituição das partes viciadas sem comprometimento das
essencialidades do produto, o consumidor poderá valer-se da alternativa do inciso I do § 1º,
exigindo a substituição integral do produto por outro perfeito da mesma espécie.

§ 4º - Opção pela alternativa – substituição por outro de espécie, marca ou modelo diverso,
mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço sem prejuízo do
disposto nos incisos II e III do § 1º do art. 18.

§ 5º - Fornecimento de produtos in natura (aquele natural, consumível, isto é, que se consome


com o uso - alimentos) – Responsabilidade de fabricação. A lei penaliza o fornecedor imediato
(aquele que fornece diretamente o produto ao consumidor) pelos vícios do produto, mas abre
também a possibilidade de solidariedade entre o fornecedor e o produtor como sujeitos de
ressarcimento ao consumidor.

§ 6º - Uso e consumo impróprios – Quando a lei protege o consumidor contra a impropriedade


dos produtos, por sua nocividade ou periculosidade ao consumo, enumerando taxativamente
as suas espécies quer ela proteger a saúde e a incolumidade pública.

Impróprios ao uso e consumo – incisos I, II e III.

Art. 19 – VÍCIOS DE QUANTIDADE DO PRODUTO

Os vícios de quantidade também ensejam responsabilidade solidária quando o conteúdo


líquido não corresponde ao veiculado, abre-se ao consumidor as seguintes alternativas:

incisos I, II, III e IV

Alternativas: Substituição do produto por outro da mesma espécie, restituição da quantia paga
e abatimento proporcional - § 4º do art. 18, que poderão ser exercitadas pelo consumidor, à
sua escolha sempre que o vício de quantidade não for sanado no prazo de 30 dias.

Responsabilidade - Fornecedor Imediato: conceito- é aquele que, na cadeia de consumo,


fornece diretamente o produto ao consumidor. O que dispositivo em tela previne é a fraude
no peso ou na medida Sanções : incisos I e II do § 1º do art. 19.

Art. 20 – VÍCIO DE SERVIÇO – FATO DO SERVIÇO.

Fornecedor de serviço – conceito: É aquele que exerce atividade de prestação de serviço


mediante mão de obra própria ou contratada.

O art. 20 cuida especificamente dos vícios de qualidade oriundos da prestação de serviços,


abrindo ao consumidor o leque das alternativas para exigir a sua reexecução, a restituição da
quantia paga ou o abatimento do preço (incisos I, II e III).

§ 1º - Reexecução de serviços por terceiros - A reexecução de serviços por terceiros poderá ser
confiada a terceiros, mas a expensas do fornecedor, que também arcará com os riscos da
empreitada, sem prejuízo das eventuais perdas e danos.

§ 2º - Serviço impróprio- A conceituação de serviço impróprio é tipicamente abstrata e deverá,


na prática dos conflitos de consumo encontrar sua razoável aplicabilidade, meio termo entre
os interesses do fornecedor em corrigir seu erro e do consumidor em ver sanado o vício do
serviço.

Art. 21 – SERVIÇO REPARATÓRIO

Na execução de serviços reparatórios é necessário, até para a garantia da prestação, que o


fornecedor utilize peças de reparação em perfeitas condições de uso para que o produto,
viciado de imprestabilidade atinja condições satisfatórias de prestabilidade final.

Exceções- Componentes originais - ressalva:

A ressalva no final do artigo indica que, na hipótese de utilização de componente usado ou


fora da especificação técnica do fabricante é necessária autorização escrita do consumidor,
não se podendo invocar a presunção da verdade.

Art. 22 – RESPONSABILIDADE DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Afora a utopia do dispositivo, que exige dos órgãos públicos a prestação de serviços adequada,
eficiente, segura e contínua, uma vez que se sabe que o serviço público é ao contrário
inadequado, ineficiente, inseguro e descontinuo, até pela falta de verba para a sua melhoria e
pelo descaso com a essencialidade da prestação é de se louvar que o legislador tenha se
preocupado com o tema.

Parágrafo único – Descumprimento total ou parcial:

A utopia se alastra mais quando no § único se prevê a reparação pelos danos causados ao
consumidor, até mesmo pelas greves nos serviços essenciais.

Art. 23 – VÍCIOS DE QUALIDADE POR INADEQUAÇÃO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS POR PARTE
DO FORNECEDOR – IGNORÂNCIA DO FORNECEDOR SOBRE VÍCIOS DOS PRODUTOS OU
SERVIÇOS.

Vício redibitório – conceito: É aquele que não é identificável à vista, encontrando-se oculto,
mas inerente à essencialidade do produto, capaz de torná-lo imprestável ao fim que se
destina. A lei de consumo não admite a escusa do fornecedor de desconhecimento ou
ignorância do vício como suficiente para isentá-lo do dever de indenizar.

Art. 24 – GARANTIA LEGAL

O CPDC adotou o sistema de garantia legal, ou seja, a própria lei outorga a garantia ao
consumidor, independentemente da garantia contratual (CDC art. 24 c/c art.50). Assim, a lei
determina que o fornecedor coloque no mercado de consumo produtos ou serviços de boa
qualidade, sem vícios ou defeitos que o tornem impróprios ao uso ou ao consumo, nem que
lhes diminuam o valor. Tal garantia da lei independe de termo expresso e não é lícito ao
fornecedor dela exonerar-se na via contratual. A regra geral, na lei de proteção, é a
responsabilidade solidária de todos os fornecedores, abrangendo, portanto, não apenas o
vendedor ou comerciante, que manteve contado direto com o consumidor, mas este e os
demais fornecedores em cadeia: fabricante, produtor, construtor, importador e incorporador.
Art. 25 – DEFESA DE IMPOSSIBILITAÇÃO, EXONERAÇÃO OU ATENUAÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE
INDENIZAR.

A previsão do dispositivo, que veda expressamente a estipulação de cláusula impossibilitadora,


exoneradora ou atenuadora da obrigação de indenizar colide frontalmente com a teoria das
obrigações.

§ 1º e 2º - Solidariedade – Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos


responderão solidariamente. No caso de dano causado por componente ou peça defeituosa
que se incorpore ao produto ou serviço a responsabilidade solidaria será atribuída ao
fabricante, construtor, importador ou incorporador, cabendo direito de regresso entre eles.

Art. 26 – Da Decadência e da Prescrição

Nesta matéria, o regime codificado procurou dar tratamento mais favorável ao consumidor. O
termo inicial passou a variar conforme a natureza do vício. Se aparente ou de fácil constatação
conta-se a partir da entrega efetiva do produto ou do término do serviço; se oculto, a partir do
momento em que ficar evidenciado o serviço.

§ 2º - Obstam a decadência:

Inciso I, III.

§ 3º - Vício oculto

Art. 27 – Prescrição

Exclusão da responsabilidade:

a)prova de que não é o fabricante, produtor, construtor, importador, comerciante ou


incorporador do produto ou prestador do serviço.

b)que o vício inexiste;

c)decadência;

d)culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro;

e)caso fortuito ou força maior.

Art. 28 – Da desconsideração da Personalidade Jurídica:

Ocorrendo os pressupostos do art. 28 – abuso de direito, excesso de poder, infração da lei,


fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social em detrimento do consumidor o
juiz pode desconsiderar a pessoa jurídica e responsabilizar civilmente o sócio gerente, o
administrador, o sócio majoritário, o acionista controlador alcançando-lhes os respectivos
patrimônios, adotando o mesmo procedimento em caso de falência, estado de insolvência,
encerramento da atividade de pessoa jurídica provocada por má administração e até
gerenciamento.
Art. 29 DAS PRÁTICAS COMERCIAIS:

As práticas comerciais abrangem as técnicas utilizadas pelos fornecedores para fomentar e


comercialização dos produtos e serviços destinados ao consumidor, bem como aos
mecanismos de cobrança e serviço de proteção ao crédito.

As práticas comerciais estão previstas no capítulo V, dividindo-se em seis seções, sendo elas:

- Disposições Gerais – Equiparação – art. 29.

- Oferta – artigos 30/35;

- Publicidade – artigos 36/41;

- Da cobrança de dívida – artigo 42;

-Banco de dados e Cadastro de Consumidores – artigos 43/45.

Art. 29 – EQUIPARAÇÃO:

Por este artigo, equiparam-se a consumidor as pessoas determináveis (grupo de


consumidores) ou não, (coletividade de consumidores).

Art. 30 – DA OFERTA:

A oferta é uma declaração unilateral de vontade, caracterizando uma obrigação pré-contratual


gerando vínculo com o fornecedor e automaticamente proporcionando ao consumidor, a
possibilidade de exigência daquilo que foi ofertado.

Conceito – art. 31.

Requisitos básicos: veiculação e a precisão da informação. A oferta não terá força obrigatória
se não houver veiculação da obrigação. O simples exagero, não obriga o fornecedor – v.g. “o
melhor sabor” “o mais bonito”.

A lei 10.962/04 dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços
para o consumidor.

PRINCÍPIO DA VERACIDADE DA OFERTA:

Exige o art. 31 que a oferta contenha informações corretas, claras, precisas e ostensivas e em
língua portuguesa sobre características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia
prazos de validade e origens, entre outros dados, bem como os riscos que produtos e serviços
apresentem à saúde e à segurança dos consumidores.

Art. 32 – OFERTA DE CONPONENTES:

Art. 33- VENDA POR TELEFONE:

Art. 34 – SOLIDARIEDADE:
Art. 35 – RECUSA DO FORNECEDOR EM CUMPRIR A OFERTA

Incisos I, II e III.

Art. 36 – DA PUBLICIDADE:

Conceito- Conjunto de técnicas de ação coletiva utilizada no sentido de promover o lucro de


uma atividade comercial, conquistando, aumentando ou mantendo o cliente.

Parágrafo único: Dados fáticos, técnicos e científicos – Sustentação da mensagem.

Assegura ao consumidor o direito de verificar se a mensagem corresponde as especificações,


garantindo assim ao fornecedor a prova da verdade que embasa a publicidade do produto ou
serviço.

Art. 37 – DA PUBLICIDADE ENGANOSA OU ABUSIVA – PROIBIÇÃO.

Publicidade enganosa é aquela que induz o consumidor a erro para adquirir produtos ou
contratar serviços que em circunstâncias normais não adquiriria nem contrataria.

§ 1º - Publicidade enganosa;

§ 2º - Publicidade abusiva;

§ 3º - Publicidade por omissão;

Art. 38 – ÔNUS DA PROVA:

O texto legal transfere expressamente ao patrocinador da mensagem o ônus da prova quanto


a sua veracidade e correção, mantendo-se para tal mister banco de dados (práticas, técnicas e
científicas em seu poder para eventual verificação do consumidor).

PRÁTICAS ABUSIVAS:

Conceito: Caracteriza-se como a desconformidade com os padrões mercadológicos de boa


conduta com relação ao consumidor. As práticas abusivas estão previstas no art. 39 do CPDC,
cujo rol é apenas exemplificativo e manifesta a reparação às hipóteses em que o consumidor
ficará exposto a situações indesejáveis.

I – VENDA CASADA:

Consiste no fornecimento de produto ou serviço sempre condicionado a venda de outro


produto ou serviço. V.g. conceder cheque especial impondo ao consumidor a contratação de
um seguro de vida ou previdência privada.

II – VENDA QUANTITATIVA:

Consiste na exigência imposta ao consumidor em adquirir produto ou serviço em quantidade


maior ou menor do que necessita. V.g. não pode o fornecedor exigir que o consumidor adquira
uma embalagem promocional com duas latas de determinado produto se ele deseja apenas
uma unidade.
Admite-se:

Limitação de produto e quantidade para manutenção do estoque; promoção de ofertas


limitadas visando o interesse dos demais consumidores.

III – FORNECIMENTO NÃO SOLICITADO.

Constitui prática abusiva o envio ou entrega de produto ou serviço sem solicitação prévia do
consumidor. A remessa espontânea não obriga ao consumidor que pode recusar o produto ou
recebê-lo com amostra grátis, inexistindo qualquer obrigação de pagamento.

IV – APROVEITAMENTO DE HIPOSSUFICIÊNCIA E DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR.

Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,


conhecimento ou condição social para impingir-lhe seus produtos ou serviços. v.g. cheque
caução para internação.

V- VANTAGENS EXCESSIVAS:

O dispositivo deve ser interpretado levando-se em conta o princípio da igualdade que deve
reger as relações de consumo (art. 6º).

VI – SERVIÇOS SEM ORÇAMENTO:

Constitui direito do consumidor receber prévio orçamento de serviços a serem efetuados pelo
fornecedor, não cabendo o mero acerto verbal, tanto no que diz respeito ao orçamento
quanto a autorização para a execução do serviço. O orçamento terá validade de 10 dias, salvo
estipulação em contrário, nele constando todas as condições.

VI- INFORMAÇÕES DEPRECIATIVAS:

Caracteriza-se quando se propaga informações depreciativas relativas ao ato praticado pelo


consumidor no exercício regular de seu direito. v.g. o fornecedor dizer que o consumidor gosta
de reclamar de produtos ou serviços; que o consumidor é membro de uma associação de
consumidores ou que já representou contra determinado estabelecimento.

VII – INOBSERVÂNCIA DE NORMAS TÉCNICAS:

Colocação no mercado de consumo de qualquer produto ou serviço em desacordo com as


normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas, ou outra entidade.

IX – RECUSA DE VENDAS DE BENS COM PAGAMENTO A VISTA:

Protege-se o direito que tem o consumidor em adquirir diretamente o produto ou serviço de


quem coloca o produto diretamente no mercado, sem intermediários. Havendo recusa, deverá
o consumidor alicerçar-se no art. 84 do CPDC.

X – ELEVAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS OU SERVIÇOS:


Não se trata de cumprimento de tabelamento de preço, mas aumento abusivo de preços e
consequente aumento arbitrário dos lucros.

XII – INEXISTÊNCIA DE PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO:

Constitui prática abusiva deixar o fornecedor de estipular prazo para o cumprimento de sua
obrigação, ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu critério.

XIII – ÍNDICE DE REAJUSTE:

O fornecedor tem o dever de aplicar fórmula ou índice de reajuste previsto legalmente ou


contratualmente, sob pena de incidir em prática abusiva.

Art. 39 - § único – Amostra Grátis.

Art. 40 – NECESSIDADE DA ENTREGA DE ORÇAMENTO PRÉVIO DISCRIMINANDO O VALOR DA


MÃO DE OBRA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.

Requisitos do orçamento:

I – deve ser feito previamente;

II- discriminação do valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos;

III-condições de pagamentos, datas do início e término do serviço.

§ 1º - Validade do orçamento

10 (dez) dias, salvo estipulação em contrário.

§ 2º - Orçamento – aprovação – obrigação das partes.

Somente Alterado mediante livre negociação das partes.

§ 3º - Acréscimos – contratação de terceiros.

O consumidor não responde pela contratação de serviços de terceiros não previsto no


orçamento prévio.

Art. 41 – FORNECIMENTO DE PRODUTOS OU SERVIÇOS SUJEITOS A PREÇOS TABELADOS.

A lei expressamente concede ao consumidor o direito de desfazer o negócio quando o


fornecedor de produtos ou serviços desrespeitar o tabelamento ou congelamento de preços.

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