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Corpos Finitos

Matheus Bernardini de Souza

25 de junho de 2014

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Propriedades
Corpos Finitos

Definição 1
Um corpo K é um anel comutativo (K, +, ·) de tal forma que
1 ∈ K, com 1 6= 0;
Para todo k ∈ K(k 6= 0), existe k −1 ∈ K tal que k · k −1 = 1.

Observação 1
Se K é um corpo, então K∗ := K \ {0} com a operação · é um
grupo abeliano.

Exemplo 1
Q, R, C são corpos.
Z NÃO é um corpo, apesar de ser um anel comutativo com
1 ∈ Z.
Seja p um número primo. Então Zp := Z/pZ é um corpo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Propriedades
Corpos Finitos

Definição 1
Um corpo K é um anel comutativo (K, +, ·) de tal forma que
1 ∈ K, com 1 6= 0;
Para todo k ∈ K(k 6= 0), existe k −1 ∈ K tal que k · k −1 = 1.

Observação 1
Se K é um corpo, então K∗ := K \ {0} com a operação · é um
grupo abeliano.

Exemplo 1
Q, R, C são corpos.
Z NÃO é um corpo, apesar de ser um anel comutativo com
1 ∈ Z.
Seja p um número primo. Então Zp := Z/pZ é um corpo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Propriedades
Corpos Finitos

Definição 1
Um corpo K é um anel comutativo (K, +, ·) de tal forma que
1 ∈ K, com 1 6= 0;
Para todo k ∈ K(k 6= 0), existe k −1 ∈ K tal que k · k −1 = 1.

Observação 1
Se K é um corpo, então K∗ := K \ {0} com a operação · é um
grupo abeliano.

Exemplo 1
Q, R, C são corpos.
Z NÃO é um corpo, apesar de ser um anel comutativo com
1 ∈ Z.
Seja p um número primo. Então Zp := Z/pZ é um corpo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Propriedades
Corpos Finitos

Proposição 1
Se D um domı́nio finito, então D é um corpo.

Dem.: Seja d ∈ D \ {0}. Considere a função

f : D −→ D
x 7−→ dx.

Note que f é injetiva, pois dados x e y ∈ D tais que


f (x) = dx = dy = f (y ), temos que d(x − y ) = 0. Como D é
domı́nio e d 6= 0, segue que x − y = 0, isto é, x = y . Como D é
um conjunto finito, segue que f é sobrejetiva. Assim, existe
d −1 ∈ D tal que dd −1 = 1, pois 1 ∈ D.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Propriedades
Corpos Finitos

Proposição 1
Se D um domı́nio finito, então D é um corpo.

Dem.: Seja d ∈ D \ {0}. Considere a função

f : D −→ D
x 7−→ dx.

Note que f é injetiva, pois dados x e y ∈ D tais que


f (x) = dx = dy = f (y ), temos que d(x − y ) = 0. Como D é
domı́nio e d 6= 0, segue que x − y = 0, isto é, x = y . Como D é
um conjunto finito, segue que f é sobrejetiva. Assim, existe
d −1 ∈ D tal que dd −1 = 1, pois 1 ∈ D.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Propriedades
Corpos Finitos

Exemplo 2
Seja R um anel comutativo e m um ideal de R. Então
R/m é corpo se, e somente se, m é ideal maximal de R.
Seja K um corpo e K[X ] o anel de polinômios em uma
variável. Então para todo polinômio irredutı́vel f ∈ K[X ], o
ideal (f ) é maximal e K[X ]/(f ) é um corpo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Propriedades
Corpos Finitos

Exemplo 2
Seja R um anel comutativo e m um ideal de R. Então
R/m é corpo se, e somente se, m é ideal maximal de R.
Seja K um corpo e K[X ] o anel de polinômios em uma
variável. Então para todo polinômio irredutı́vel f ∈ K[X ], o
ideal (f ) é maximal e K[X ]/(f ) é um corpo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Caracterı́stica de um corpo

Definição 2
Seja K um corpo. Definimos a caracterı́stica de K (char (K)) como
o menor inteiro positivo n tal que n · 1 = 0, caso esse inteiro n
exista. Se não existir nenhum n satisfazendo essa condição,
dizemos que o corpo tem caracterı́stica 0.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Proposição 2
Seja K um corpo de finito. Então existe p primo tal que
char (K) = p e neste caso Zp é isomorfo a um subcorpo de K.

Dem.: Primeiro observe que char (K) 6= 0. De fato, como K é


finito, existem k e ` ∈ N, com k > ` tais que k · 1 = ` · 1. Assim,
(k − `) · 1 = 0, isto é, char (K) ≤ k − ` que é finito.
Seja char (K) = p > 0 e suponha que p = a · b não seja primo.
Daı́, 1 < a, b < p e então

0 = p · 1 = (a · b) · 1 = (a · 1) · (b · 1).

Como cada elemento está em K, o qual é um corpo, segue que


a · 1 = 0 ou b · 1 = 0, o que contraria a minimalidade de p.
Portanto, p é primo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Proposição 2
Seja K um corpo de finito. Então existe p primo tal que
char (K) = p e neste caso Zp é isomorfo a um subcorpo de K.

Dem.: Primeiro observe que char (K) 6= 0. De fato, como K é


finito, existem k e ` ∈ N, com k > ` tais que k · 1 = ` · 1. Assim,
(k − `) · 1 = 0, isto é, char (K) ≤ k − ` que é finito.
Seja char (K) = p > 0 e suponha que p = a · b não seja primo.
Daı́, 1 < a, b < p e então

0 = p · 1 = (a · b) · 1 = (a · 1) · (b · 1).

Como cada elemento está em K, o qual é um corpo, segue que


a · 1 = 0 ou b · 1 = 0, o que contraria a minimalidade de p.
Portanto, p é primo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Para a segunda parte, considere o homomorfismo de aneis

ϕ : Zp = {0, . . . , p − 1} −→ K
a 7−→ a · 1.

Note que ϕ é injetivo: sejam a, b ∈ Zp , com a ≤ b tais que


ϕ(a) = a · 1 = b · 1 = ϕ(b), então (a − b) · 1 = 0. Como
char (K) = p > a − b, segue que a − b = 0, isto é, a = b. Pelo
Teorema do Isomorfismo, segue Zp ' ϕ(Zp ), sendo o último um
subcorpo de K.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Proposição 3
Seja K um corpo finito e L uma extensão de K, com [L : K] = n.
Então |L| = |K|n .

Dem.: Seja {`1 , . . . , `n } uma base de L sobre K. Dado ` ∈ L,


existem únicos α1 , . . . , αn ∈ K tais que

` = α1 `1 + · · · + αn `n .

Para cada αi , existem |K| possibilidades. Portanto, existem |K|n


possibilidades para `.

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Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Proposição 3
Seja K um corpo finito e L uma extensão de K, com [L : K] = n.
Então |L| = |K|n .

Dem.: Seja {`1 , . . . , `n } uma base de L sobre K. Dado ` ∈ L,


existem únicos α1 , . . . , αn ∈ K tais que

` = α1 `1 + · · · + αn `n .

Para cada αi , existem |K| possibilidades. Portanto, existem |K|n


possibilidades para `.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Corolário 1
Seja K um corpo finito com char (K) = p. Então existe n ∈ N tal
que |K| = p n .

Dem.: Pela Proposição 2, temos que K é uma extensão (finita) de


Zp . Logo, existe n ∈ N tal que [K : Zp ] = n. Pela Proposiçao 3,
temos que |K| = |Zp |n = p n .

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Corolário 1
Seja K um corpo finito com char (K) = p. Então existe n ∈ N tal
que |K| = p n .

Dem.: Pela Proposição 2, temos que K é uma extensão (finita) de


Zp . Logo, existe n ∈ N tal que [K : Zp ] = n. Pela Proposiçao 3,
temos que |K| = |Zp |n = p n .

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Pergunta 1
Dado p primo e n ∈ N, existe um corpo com q = p n elementos?
Esse corpo é único?

Observação 2
Mostraremos em breve que as respostas para ambas as perguntas
são positivas e a partir de agora denotaremos um corpo finito por
Fq , em que q = p n para algum p primo e algum n ∈ N.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Pergunta 1
Dado p primo e n ∈ N, existe um corpo com q = p n elementos?
Esse corpo é único?

Observação 2
Mostraremos em breve que as respostas para ambas as perguntas
são positivas e a partir de agora denotaremos um corpo finito por
Fq , em que q = p n para algum p primo e algum n ∈ N.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

F∗q é um grupo cı́clico

Proposição 4
Seja K um corpo e G um subgrupo finito de K∗ . Então G é
cı́clico, com G ' Z/|G |Z.

Dem.: Seja n a ordem de G , isto é, o menor inteiro positivo tal


que g n = 1, ∀g ∈ G . Pelo Teorema de Lagrange, n | |G |, logo
n ≤ |G |. Por outro lado, como g n − 1 = 0, ∀g ∈ G , todos os
elementos de G são raı́zes do polinômio X n − 1. Mas esse
polinômio tem no máximo n raı́zes, isto é, |G | ≤ n. Portanto,
|G | = n. Assim, G é cı́clico, isto é, G ' Z/|G |Z.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

F∗q é um grupo cı́clico

Proposição 4
Seja K um corpo e G um subgrupo finito de K∗ . Então G é
cı́clico, com G ' Z/|G |Z.

Dem.: Seja n a ordem de G , isto é, o menor inteiro positivo tal


que g n = 1, ∀g ∈ G . Pelo Teorema de Lagrange, n | |G |, logo
n ≤ |G |. Por outro lado, como g n − 1 = 0, ∀g ∈ G , todos os
elementos de G são raı́zes do polinômio X n − 1. Mas esse
polinômio tem no máximo n raı́zes, isto é, |G | ≤ n. Portanto,
|G | = n. Assim, G é cı́clico, isto é, G ' Z/|G |Z.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Corolário 2
F∗q é um grupo cı́clico de ordem q − 1, com F∗q ' Z/(q − 1)Z.

Dem.: Basta tomar K∗ = G = F∗q na proposição anterior.

Observação 3
Dessa forma, podemos escrever

Fq = {0, α, . . . , αq−2 , αq−1 = 1}.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Corolário 2
F∗q é um grupo cı́clico de ordem q − 1, com F∗q ' Z/(q − 1)Z.

Dem.: Basta tomar K∗ = G = F∗q na proposição anterior.

Observação 3
Dessa forma, podemos escrever

Fq = {0, α, . . . , αq−2 , αq−1 = 1}.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos
Caracterı́stica de um corpo
Propriedades
F∗
q é um grupo cı́clico
Corpos Finitos

Corolário 2
F∗q é um grupo cı́clico de ordem q − 1, com F∗q ' Z/(q − 1)Z.

Dem.: Basta tomar K∗ = G = F∗q na proposição anterior.

Observação 3
Dessa forma, podemos escrever

Fq = {0, α, . . . , αq−2 , αq−1 = 1}.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Construção de F4 a partir de F2

Exemplo 3
Considere o corpo finito F2 = {0, 1} e o polinômio
f (X ) = X 2 + X + 1 ∈ F2 [X ]. Como f (0) = f (1) = 1 6= 0 e
∂f = 2, segue que f é irredutı́vel. Seja α tal que α2 + α + 1 = 0,
isto é, α2 = α + 1, temos

F := F2 [α] = {a + bα : a, b ∈ F2 } ' F2 [X ]/(X 2 + X + 1)

contém F2 e [F : F2 ] = 2. Assim,

F = {0, 1, α, α2 = α + 1}.

Denotamos o corpo F por F4 , pois tem 4 elementos.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Observação 4
Para essa construção de F4 a partir de F2 = Z2 , usamos o fato de
existir um polinômio irredutı́vel de grau 2 com coeficientes em F2 .
Assim para contruir o corpo F2n , seria natural procurarmos um
polinômio irredutı́vel de grau n com coeficientes em F2 .

Observação 5
Em geral para a construção de Fpn a partir de Fp = Zp o
procedimento é análogo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Observação 4
Para essa construção de F4 a partir de F2 = Z2 , usamos o fato de
existir um polinômio irredutı́vel de grau 2 com coeficientes em F2 .
Assim para contruir o corpo F2n , seria natural procurarmos um
polinômio irredutı́vel de grau n com coeficientes em F2 .

Observação 5
Em geral para a construção de Fpn a partir de Fp = Zp o
procedimento é análogo.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Pergunta 2
Dado n ∈ N, existe um polinômio irredutı́vel de grau n com
coeficientes em Fp = Zp ?

Observação 6
Veremos adiante que a resposta dessa pergunta é positiva.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Existência de Corpos Finitos com p n elementos


Teorema 1
Dado p primo e n ∈ N, existe um corpo finito com q = p n
elementos, o qual é denotado por Fq .

Dem.: A motivação para a demonstração desse teorema é o fato


que se K é um corpo finito com q elementos, então K∗ é um grupo
cı́clico. Logo todo elemento de K é raı́z do polinômio X q − X .
Já sabemos que Fp = Zp é corpo. Seja n ∈ N e tome q = p n .
Considere o polinômio
fq (X ) = X q − X ∈ Fp [x].
Seja R ⊆ Fp o conjunto das raı́zes de fq . Pelo Teorema
Fundamental da Álgebra, #R ≤ q. Por outro lado, f 0 (X ) = −1.
Assim toda raiz de f é simples. Portanto, a quantidade de raı́zes
de fq é igual a q.
Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II
Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Existência de Corpos Finitos com p n elementos


Teorema 1
Dado p primo e n ∈ N, existe um corpo finito com q = p n
elementos, o qual é denotado por Fq .

Dem.: A motivação para a demonstração desse teorema é o fato


que se K é um corpo finito com q elementos, então K∗ é um grupo
cı́clico. Logo todo elemento de K é raı́z do polinômio X q − X .
Já sabemos que Fp = Zp é corpo. Seja n ∈ N e tome q = p n .
Considere o polinômio
fq (X ) = X q − X ∈ Fp [x].
Seja R ⊆ Fp o conjunto das raı́zes de fq . Pelo Teorema
Fundamental da Álgebra, #R ≤ q. Por outro lado, f 0 (X ) = −1.
Assim toda raiz de f é simples. Portanto, a quantidade de raı́zes
de fq é igual a q.
Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II
Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Resta mostrar que R forma um corpo: sejam α, β ∈ R. Então


αq = α e β q = β.
(α ± β)q = αq ± β q = α + β e
(αβ −1 )q = αq (β q )−1 = αβ −1 .

Denotaremos o conjunto R por Fq , em que q = p n .

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Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Resta mostrar que R forma um corpo: sejam α, β ∈ R. Então


αq = α e β q = β.
(α ± β)q = αq ± β q = α + β e
(αβ −1 )q = αq (β q )−1 = αβ −1 .

Denotaremos o conjunto R por Fq , em que q = p n .

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Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Teorema 2
Seja K um corpo com q = p n elementos, então K ' Fq .

Dem.: Seja K um corpo com q = p n elementos e considere que o


grupo cı́clico K ∗ seja gerado por β ∈ K∗ . Dessa forma, K∗ é o
menor subcorpo de K que contém Fp e β. Daı́, K = Fp [β]. Seja
g (X ) ∈ Fp [X ] o polinômio mônico de menor grau (n, por exemplo)
que tem β como raiz. Dessa forma, temos o isomorfismo
Fp [β] ' Fp [X ]/(g (X )) e então

∂g = n = [K : Fp ].

Como β é raiz de X q − X , segue que g (X ) | X q − X . Seja α ∈ Fp


outra raiz de g (X ).

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Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Teorema 2
Seja K um corpo com q = p n elementos, então K ' Fq .

Dem.: Seja K um corpo com q = p n elementos e considere que o


grupo cı́clico K ∗ seja gerado por β ∈ K∗ . Dessa forma, K∗ é o
menor subcorpo de K que contém Fp e β. Daı́, K = Fp [β]. Seja
g (X ) ∈ Fp [X ] o polinômio mônico de menor grau (n, por exemplo)
que tem β como raiz. Dessa forma, temos o isomorfismo
Fp [β] ' Fp [X ]/(g (X )) e então

∂g = n = [K : Fp ].

Como β é raiz de X q − X , segue que g (X ) | X q − X . Seja α ∈ Fp


outra raiz de g (X ).

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Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Proposição 5
O corpo Fpm é um subcorpo de Fpn (por isomorfismo) se, e
somente se, m | n. Nesse caso, Fpm pode ser visto como o
m
conjunto das raı́zes de X p − X ∈ Fp [X ] em Fpn .

Dem.: (⇒) Seja K um subcorpo de Fpn . Daı́, existe m tal que


|K| = p m . Note que

n = [Fpn : Fp ] = [Fpn : K] · [K : Fp ] = [Fpn : K] · m,

isto é, m | n.

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Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Proposição 5
O corpo Fpm é um subcorpo de Fpn (por isomorfismo) se, e
somente se, m | n. Nesse caso, Fpm pode ser visto como o
m
conjunto das raı́zes de X p − X ∈ Fp [X ] em Fpn .

Dem.: (⇒) Seja K um subcorpo de Fpn . Daı́, existe m tal que


|K| = p m . Note que

n = [Fpn : Fp ] = [Fpn : K] · [K : Fp ] = [Fpn : K] · m,

isto é, m | n.

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Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

(⇐) Sejam m e n ∈ N tais que m | n. Olhando Fpm como o


m
conjunto das raı́zes de X p − X ∈ Fp [X ] em Fp . Como m | n,
n
segue que todo elemento de Fpn é também raiz de X p − X , pois
m n
se m | n, então X p − X | X p − X . De fato:
m | n ⇒ n = mr ⇒ p n − 1 = p mr − 1 = (p m )r − 1 = (p m − 1)t,
para algum t ∈ Z. Logo
n n −1 m −1)t
Xp − X = X (X p − 1) = X (X (p − 1)
p m −1 t p m −1
= X ((X ) − 1) = X (X − 1)h(X )
pm
= (X − X )h(X ),

em que h(X ) ∈ Fp [X ]. Portanto, Fpm é isomorfo a um subcorpo


de Fpn e pelo Teorema 2 ele o único com p m elementos.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Teorema 3
Dados um corpo finito K e um inteiro positivo n, existe um
polinômio irredutı́vel de grau n em K[X ].

Dem.: Temos que existem p primo e m ∈ N tais que K ' Fpm .


Pela Proposição 5, Fpm pode ser considerado um subcorpo de
Fpmn . Seja α um gerador de F∗pmn . Como Fpmn é o menor subcorpo
que contém α e Fpm , segue que Fpmn = Fpm [α]. Seja f (X ) o
polinômio minimal que tem α como raiz. Temos que

[Fpmn : Fp ] mn
∂f = [Fpmn : Fpm ] = = = n.
[Fpm : Fp ] m

Portanto, f (X ) ∈ Fpn [X ] é um polinômio irredutı́vel de grau n.

Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II


Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Teorema 3
Dados um corpo finito K e um inteiro positivo n, existe um
polinômio irredutı́vel de grau n em K[X ].

Dem.: Temos que existem p primo e m ∈ N tais que K ' Fpm .


Pela Proposição 5, Fpm pode ser considerado um subcorpo de
Fpmn . Seja α um gerador de F∗pmn . Como Fpmn é o menor subcorpo
que contém α e Fpm , segue que Fpmn = Fpm [α]. Seja f (X ) o
polinômio minimal que tem α como raiz. Temos que

[Fpmn : Fp ] mn
∂f = [Fpmn : Fpm ] = = = n.
[Fpm : Fp ] m

Portanto, f (X ) ∈ Fpn [X ] é um polinômio irredutı́vel de grau n.

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Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Fecho Algébrico de um Corpo Finito


Teorema 4
O fecho algébrico de Fp é
[
Fp = Fp n .
n∈N

Lema 1
Todo polinômio irredutı́vel de grau n em Fp [X ] é um fator de
n
X p − X ∈ Fp [X ]. Mais ainda, os fatores irredutı́veis de
n
X p − X ∈ Fp [X ] são os polinômios irredutı́veis os quais o grau
divide n.
Não demonstraremos esse fato. Apenas usaremos na demonstração
do Teorema 4.
Matheus Bernardini de Souza Tópicos de Álgebra II
Definições e Exemplos Construção de F4 a partir de F2
Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

Fecho Algébrico de um Corpo Finito


Teorema 4
O fecho algébrico de Fp é
[
Fp = Fp n .
n∈N

Lema 1
Todo polinômio irredutı́vel de grau n em Fp [X ] é um fator de
n
X p − X ∈ Fp [X ]. Mais ainda, os fatores irredutı́veis de
n
X p − X ∈ Fp [X ] são os polinômios irredutı́veis os quais o grau
divide n.
Não demonstraremos esse fato. Apenas usaremos na demonstração
do Teorema 4.
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Teorema 4
O fecho algébrico de Fp é
[
Fp = Fp n .
n∈N

Lema 1
Todo polinômio irredutı́vel de grau n em Fp [X ] é um fator de
n
X p − X ∈ Fp [X ]. Mais ainda, os fatores irredutı́veis de
n
X p − X ∈ Fp [X ] são os polinômios irredutı́veis os quais o grau
divide n.
Não demonstraremos esse fato. Apenas usaremos na demonstração
do Teorema 4.
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Faremos agora a demonstração do Teorema 4.

Dem.: (⊆) Seja α ∈ Fp e considere f (X ) o polinômio minimal que


tem α como raiz. Suponha que ∂f = n. Pelo Lema 1, temos que
n n
f (X ) | X p − X , logo α é raiz de X p − X , isto é, α ∈ Fpn .

n
(⊇) Dado α ∈ Fpn , temos que α é raiz de X p − X ∈ Fp [X ], isto
é, α ∈ Fp .

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Propriedades Existência de Corpos Finitos com p n elementos
Corpos Finitos Fecho Algébrico de um Corpo Finito

ROMAN, S. Field Theory. Graduate Texts in Mathematics


158. Springer New York.
MOKARI, F. Y., A Note on Finite Fields.

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OBRIGADO!

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