Sunteți pe pagina 1din 77

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

agricultura de
baixa emissão de carbono

Comissão Executiva do plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Brasília - DF
© 2014 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.

4ª edição. 2014
Tiragem: 3000 exemplares

Elaboração, distribuição, informações:


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA - CEPLAC
Endereço: Rua G - Setor Sudoeste, Campus do INMET
Brasília - DF, CEP 70680-900
Telefone: (61) 3966-3250/3254
Fax: (61)3966-3282
acs@ceplac.gov.br
www.ceplac.gov.br

Equipe técnica: Caio Márcio Vasconcellos Cordeiro de Almeida, Fernando Antônio Teixeira
Mendes, Manfred Willy Müller e Paulo Gil Gonçalves de Matos

Central de Relacionamento: 0800 704 1995

Coordenação Editorial: Assessoria de Comunicação Social

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Catalogação na Fonte
Biblioteca Nacional de Agricultura – BINAGRI

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


Implantação do cacaueiro em sistemas agroflorestais / Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. – Brasília : Mapa/ACS, 2014.
76 p.

ISBN xxx-xx-xxxx-xxx-x

1. Cacau. 2. Agricultura. I. Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira.

AGRIS F01
CDU 633.74
SUMÁRIO

01. OBJETIVOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF)


COM CACAUEIROS............................................................................5

02. BOTÂNICA E CARACTERÍSTICAS DA PLANTA................................9

03. A CACAUICULTURA BRASILEIRA...................................................15


3.1 - Um Pouco da História...........................................................15
3.2 - A Cacauicultura no Brasil Hoje..............................................18
3.2.1 - Produção ..................................................................19
3.2.2 - Área Colhida.............................................................20
3.2.3 - Produtividade............................................................21

04. CULTIVO DO CACAUEIRO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS..........23


4.1 - Sistemas Agroflorestais.........................................................23
4.2 - Definição de Sistemas Agroflorestais com o Cacaueiro..........25
4.3 - Recomendações Técnicas......................................................34
4.3.1 - Escolha da Área e Preparo do Terreno .......................34
4.3.2 - Construção do Viveiro...............................................35
4.3.3 - Balizamento e Coveamento.......................................36
4.3.4 - Plantio.......................................................................36
4.3.5 - Tratos Culturais.........................................................37
4.3.6 - Beneficiamento do Cacau..........................................44
4.3.7 - Armazenamento do Cacau .......................................47
4.4 - Produtividade Estimada das Espécies Consortes....................48
4.5 - Considerações Financeiras....................................................50

05. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................59

06. ANEXOS.......................................................................................63
4
01.
OBJETIVOS DA IMPLANTAÇÃO
DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS
(SAF) COM CACAUEIROS

O cultivo do cacaueiro na Amazônia reúne aspectos que,


geralmente, são considerados nas abordagens analíticas sobre sustentabi-
lidade da agricultura, a saber:

I) Eficiência técnica – possibilita controle mais eficaz da


principal enfermidade do cacaueiro, a vassoura-de-bruxa (Moniliophtho-
ra perniciosa), em razão de sua manifestação monocíclica motivada pelo
período seco definido. É uma atividade detentora de tecnologia já con-
validada, capaz de, pelo menos, triplicar a produtividade média regional,
sem degradar o meio ambiente, haja vista o cacaueiro ter a capacidade de
responder rapidamente com aumento de produtividade quando se utiliza
o manejo apropriado. A região apresenta condições ecológicas propícias

5
ao cultivo.

II) Importância social – é uma atividade que apresenta alto


poder de utilização de mão de obra fixa, em face da impossibilidade de
moto-mecanização da maioria de suas práticas agrícolas, contribuin-
do para a permanência do homem e de sua família no meio rural, além
de oferecer uma perspectiva de longo prazo. Estima-se que um homem
seja suficiente para manejar adequadamente 2,5 hectares de cacaueiro
durante seu ciclo produtivo (Mendes e Lima, 2001). Têm-se constituído
decisivamente numa estratégia governamental para abertura e ocupação
de inúmeras áreas de reforma agrária na Amazônia, haja vista que peque-
nas áreas de cultivo do cacaueiro em SAF possibilitam renda econômica
suficiente para um padrão de vida razoável, viabilizando a participação do
pequeno produtor.

III) Sustentabilidade econômica – empreendimento de-


senvolvido, via de regra, em pequenos módulos (inferiores a 10 hectares),
com base na força de trabalho do conjunto familiar, possibilitando reduzir
os custos de produção e resistir melhor aos períodos de preços baixos, e,
em decorrência, tornando a atividade mais competitiva. Atividade inseri-
da num sistema de produção baseado, geralmente, na diversificação de
atividades agrícolas, tais como: pecuária de leite e de corte, cafeicultura,
fruticultura, culturas anuais, dentre outras, evitando, dessa forma, os ris-
cos econômicos da monocultura. Sua matéria-prima (o cacau) permite ar-
mazenagem por alguns meses, mantendo suas qualidades organolépticas,
físicas e químicas, e possibilitando melhor ocasião para comercialização. O
cacau constitui-se também num dos poucos produtos agropecuários tro-
picais com grande facilidade de comercialização, tanto no mercado na-
cional como no internacional, mesmo nos períodos de superprodução.

IV) Coerência ecológica – a pesquisa e a experimen-

6
tação têm evidenciado vários benefícios de natureza ecológica para os
SAF contemplando o cacaueiro, destacando-se: I) possui os atributos de
sustentabilidade da floresta heterogênea no que se refere à proteção
dos solos tropicais contra os agentes de degradação; II) poder tampão
do sombreamento na proteção do cacaual frente a condições ecológicas
adversas; III) estabelecimento de mecanismos interativos como a fixação
simbiótica de nitrogênio por algumas leguminosas associadas ao cultivo;
IV) controle natural de plantas invasoras; V) aproveitamento racional dos
fatores espaço e luz; VI) reciclagem de nutrientes (Müller e Gama- Ro-
drigues, 2007) e VII) compartilhamento residual de fertilizantes exógenos
(Alvim, 1977; Alvim, 1989).

Em síntese, os SAF com o cacaueiro revestem-se num seg-


mento de grande relevância para o setor primário da Amazônia Legal, pois
poucas são as alternativas agrícolas tropicais que reúnem condições socio-
econômicas e ecológicas tão favoráveis para o produtor rural.

7
8
02.
BOTÂNICA E CARACTERÍSTICAS
DA PLANTA

O cacaueiro (Theobroma cacao) é uma dicotiledônea da fa-


mília das Malváceas cujo centro de origem é a Amazônia. Em condições
silvestres cresce no substrato intermediário da floresta e pode alcançar até
20m de altura. Contudo, sob condições de cultivo, a altura está entre 3
a 5m. Sua importância econômica se deve à produção de frutos dos quais
se extraem sementes que servem como matéria-prima para a fabricação
de chocolate.

A produção econômica do cacaueiro é o resultado de


processos biossintéticos que são influenciados por fatores ambientais.
Qualquer tentativa para melhorar a produção deve levar em consideração
estes fatores e suas interações. O impacto relativo dos fatores ambientais

9
sobre o crescimento e a produtividade do cultivo depende, em grande
parte, da constituição genética que determina as características fisiológicas
e morfológicas da planta.
Para algumas escolas de pesquisa, as necessidades ecológi-
cas para os cultivos são mais bem estudadas nos centros de origem das es-
pécies. Para outras, é mais útil estudar o crescimento das plantas em áreas
onde foram introduzidas, especialmente quando se desenvolvem melhor
do que no centro de origem. Neste sentido, dentre os fatores climáticos,
a temperatura é fator crítico para o crescimento do cacaueiro. O regime
pluviométrico, apesar de sua importância, pode ser suplementado com
irrigação. A radiação solar e a umidade relativa do ar também interferem
nos mecanismos fisiológicos da planta, contudo, não impõem limitações
ecológicas ao seu cultivo, devido à possibilidade do controle destes fatores
através de manejo do sombreamento (Müller e Valle, 2007).

Como uma típica planta tropical, o cacaueiro é muito sen-


sível a baixas temperaturas, razão pela qual a maior parte das plantações
comerciais encontra-se entre as latitudes 18 a 20º N e 18 a 20º S. Nas
regiões onde o cacaueiro é cultivado, as variações climáticas durante o ano
são relativamente pequenas, contudo, apesar disto, observam-se grandes
variações periódicas tanto na intensidade de crescimento vegetativo (fluxo
foliar) como na intensidade de floração e, conseqüentemente, no ciclo de
frutificação ou períodos de colheita. Para explicar tais variações têm sido
formuladas diferentes hipóteses; umas dão ênfase à influência de fatores
climáticos, outras ressaltam os fatores ecológicos ou correlações internas
de crescimento e ainda outras admitem influência tanto de fatores exóge-
nos como endógenos (Müller e Valle, 2007).

Características da Planta

10
O cacaueiro é uma planta que, em sistema de cultivo, pode
atingir 3 a 5m de altura e 4 a 6m de diâmetro da copa, quando provenien-
te de semente. Em conseqüência dos fatores ambientais que influenciam
no crescimento estas dimensões podem ser ultrapassadas.
O sistema radicular consta de uma raiz pivotante que tem
o seu comprimento e forma variando de acordo com a estrutura, textura e
consistência do solo. Em solos profundos com boa aeração constatou- se
um crescimento da raiz pivotante de até 2m. As raízes secundárias estão
localizadas em maior número na parte superior da pivotante e afastam-se
desta de 5 a 6 metros. Estas raízes são responsáveis pela nutrição da planta
e geralmente encontram-se de 70 a 90% nos primeiros 30cm do solo.

O caule é ereto, e com a idade aproximada de 2 anos, tem


o crescimento da gema terminal detido a uma altura entre 1,0 e 1,5m,
surgindo nessa ocasião a primeira ramificação ou coroa, composta de 3 a 5
ramos principais, os quais multiplicam-se em outros laterais e secundários.

Nos primeiros anos, o cacaueiro apresenta a casca do tron-


co lisa. Mais tarde, em decorrência do permanente desenvolvimento das
almofadas florais, a mesma torna-se áspera e rugosa. As folhas, quando
novas, apresentam uma gradação de tonalidades a depender de cultivar
ou clone, do verde pálido mais ou menos rosado ao violeta, de acordo com
a quantidade de pigmentos de antocianina presente. Com o amadureci-
mento, as folhas perdem sua pigmentação, tornando-se de cor verde- pá-
lidas, e por fim, verde-escuras, adquirindo rigidez. As folhas são oblongas,
acuminadas e glabras com nervura central proeminente.

O cacaueiro é uma planta cauliflora. As flores surgem em


almofadas florais no tronco ou nos ramos lenhosos, em uma gema desen-
volvida no lugar da axila de uma antiga folha. As flores são hermafroditas
e possuem a seguinte constituição: cinco sépalas, cinco pétalas, cinco esta-

11
minóides, cinco estames e um pistilo cujo ovário possui cinco lojas.

Na Região Amazônica o cacaueiro apresenta dois picos de


floração: um menor que coincide com o início do período menos chuvoso
e um principal que ocorre no final do período de estiagem e início do perí-
odo chuvoso. Anualmente, um cacaueiro adulto pode produzir até mais de
100.000 flores, das quais menos de 5% são fertilizadas, sendo que apenas
cerca de 0,1% se transformam em frutos. As flores não polinizadas caem
no período de quarenta e oito horas.

Os botões florais, atingindo o máximo de desenvolvimento,


iniciam a abertura à tarde com a separação das extremidades das sépalas,
completando-se na manhã seguinte, nas primeiras horas. Quando as flo-
res, depois de polinizadas, são realmente fertilizadas, permanecem fixadas
no pedúnculo, desenvolvendo o ovário em futuro fruto.

As flores do cacaueiro apresentam caracteres estruturais


que limitam sua polinização quase que exclusivamente a insetos, apesar
de hermafroditas e homógamas. Isto se deve ao fato do estigma (femini-
no) encontrar-se envolvido por um círculo de estaminóides estéreis e de
suas anteras apresentarem-se envolvidas por formações recurvadas das
pétalas, denominadas de cógula, fenômeno conhecido na biologia como
hercogamia. Os principais agentes polinizadores do cacaueiro são cons-
tituídos por um pequeno grupo de insetos, da família Ceratopogonidae,
gênero Forcipomya. A sincronização entre os períodos de floração inten-
sa e o período de maior população de adultos Forcipomya é que permiti-
rá o maior ou menor sucesso no processo reprodutivo do cacaueiro. Por
esta razão não é recomendável realizar a aplicação de agrotóxicos, princi-
palmente de inseticidas, evitando-se assim, prejudicar a polinização.

O fruto de cacau apresenta um pericarpo carnoso compos-


to de três partes distintas: o epicarpo que é carnoso e espesso, cujo extrato

12
epidérmico exterior pode estar pigmentado, o mesocarpo, que é delgado
e duro, mais ou menos lignificado, e o endocarpo, que é carnoso, mais ou
menos espesso. O fruto está sustentado por pedúnculo lenhoso, prove-
niente do engrossamento do pedicelo da flor. Normalmente, os frutos
quando jovens apresentam coloração verde, e amarela quando maduros.
Outros são de cor roxa (vermelho-vinho) na fase de desenvolvimento e
alaranjado no período de maturação.

O período compreendido entre a polinização e o amadu-


recimento do fruto varia de 140 a 205 dias, com uma média de 167 dias.

O índice de frutos (nº de frutos necessários para obter 1 kg


de cacau comercial) é, em geral, de 15 a 31 frutos.

A semente de cacau tem a forma que varia de elipsóide


a ovóide, com 2 a 3cm de comprimento é recoberta por uma polpa mu-
cilaginosa de coloração branca, de sabor açucarado e ácido. O embrião
é formado por dois cotilédones, cujas cores podem variar do branco ao
violeta. As sementes do cacaueiro são muito sensíveis às mudanças de
temperatura e morrem em pouco tempo quando sofrem desidratação.

A semente é o principal produto comercializado, após fer-


mentação e secagem, para fabricação de chocolate nas diversas formas.
Das sementes extrai-se também a manteiga, muito utilizada na indústria
farmacológica e na fabricação de cosméticos. A polpa que envolve as se-
mentes é rica em açúcares, sendo utilizada na fabricação de geléia, vinho,
liquor, vinagre e suco.

Com relação ao ciclo de vida, o cacaueiro apresenta ca-


racterísticas de perenidade, cujo o ciclo pode ultrapassar cem anos,
ainda apresentando desenvolvimento vegetativo com potenciais para
boa produtividade.

13
Na Região Amazônica, em condições naturais na flores-
ta, existem áreas, principalmente as de várzea, cujo os proprietários
já estão na 3ª geração de familiares que manejam a mesma lavoura
cacaueira (Silva Neto, et al., 2001).
14
03.
A CACAUICULTURA BRASILEIRA

3.1 - Um Pouco da História


Oficialmente, o cultivo do cacau começou no Brasil em
1679, através da Carta Régia que autorizava os colonizadores a plantá-lo
em suas terras.

Várias tentativas feitas no Pará para concretizar essa diretriz


fracassaram, principalmente por causa da pobreza dos solos dessa região.
Apesar disso, por volta de 1780, o Pará produzia mais de 1.500kg de cacau.
O cultivo, entretanto, não se estabeleceu naquele tempo e permaneceu uma
simples atividade extrativa até anos recentes.

Em 1746 Antônio Dias Ribeiro, da Bahia, recebeu algumas

15
sementes do grupo Amelonado– Forastero de um colonizador francês, Luiz
Frederico Warneau, do Pará, e introduziu o cultivo na Bahia. O primeiro
plantio nesse Estado foi feito na fazenda Cubículo, às margens do rio Par-
do, no atual Município de Canavieiras. Em 1752 foram feitos plantios no
Município de Ilhéus.
Sabe-se hoje que o cacau é originário do continente ame-
ricano, provavelmente das bacias dos rios Amazonas e Orenoco, de onde
se espalhou por toda região e onde ainda se encontram algumas espécies
em estado nativo.

Hoje em dia, o Brasil continua na lista dos principais produ-


tores do mundo, deixando de ser hegemônico da Bahia, sendo também
produzido em outros Estados, cujos principais são: Pará, Rondônia, Ama-
zonas e Mato Grosso.

O desenvolvimento da cacauicultura no Brasil pode ser fo-


calizado em duas grandes fases: a que vai do século XVII até 1890, quan-
do ocorreram os primeiros embarques e predominavam as produções da
Amazônia; e a que vai de 1890 até a atualidade, quando a predominância
da produção brasileira passou para o Estado da Bahia.

Na década de 1950, principalmente na sua segunda me-


tade, predominava um estado de deterioração e desalento na economia
cacaueira levados pela: ausência de tecnologias ao alcance dos agriculto-
res; do envelhecimento das plantações, sujeitas a pragas e doenças que
atestavam, por sua vez, falta de tratos culturais; e de assistência técnica.

Essa situação foi a precursora de uma Comissão governa-


mental que se responsabilizaria por um Programa de recuperação do cul-
1

tivo do cacaueiro na Bahia. O principal impacto das operações dirigidas à


cacauicultura entre o período que vai de 1957 a 1961, foi fornecer crédito
subsidiado aos produtores de cacau. Seus efeitos modernizadores sobre

16
a técnica eram pouco notados porque a tecnologia na região estava ainda
por ser introduzida.

1 Plano de Recuperação Econômico e Social da Lavoura Cacaueira, hoje Comissão Execu-


tiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC.
Todo esforço foi desenvolvido na região produtora da Bahia e
Espírito Santo que, naquela época (de 1957 a 1976), detinham juntas cerca
de 97% da produção nacional, e participações menores do Pará, Amazonas
e outros Estados (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição da produção brasileira de cacau e área


em produção em 1976.

Estado Produção(1.000t) Área(1.000ha)


Bahia 218 387
Espírito Santo 7 21

Pará 2 7
Amazonas 0,16 2
Outros 3 0,25
TOTAL 231 416
Fonte: CEPLAC, 1977.

17
3.2 - A Cacauicultura no Brasil Hoje
A cacauicultura brasileira está distribuída nas regiões
Nordeste (Bahia), Sudeste (Espírito Santo), Centro-Oeste (Mato-Grosso)
e Norte (Pará, Rondônia e Amazonas), conforme ilustrado na Figura 1.

Áreas de Atuação da Ceplac

AMAZONAS

PARÁ

RONDÔNIA

MATO GROSSO BAHIA

LÉGENDE
BRASÍLIA
DIRET
SUEBA ESPÍRITO
SANTO
SUERO
SUEPA
GEREM
GERAM
GERES

Figura 1. Localização dos Estados produtores de cacau assistidos pela Ceplac


3.2.1 - Produção
Segundo dados do IBGE/SIDRA (outubro/2013), a produção
brasileira de cacau no ano de 2012 foi de 253.211 toneladas, revelando
uma variação em relação ao ano 2003 (auge da crise na produção nacional)
de 49%. Usando-se o mesmo período e indicador, observa-se crescimento
médio para os estados da Bahia (44%), Pará (113%), Amazonas (266%) e
Mato Grosso (190%), registrando-se um decréscimo da produção nos esta-
dos do Espírito Santo (42%) e Rondônia (9%), no mesmo período.

Uma nova configuração que se evidencia é a recuperação


da cacauicultura baiana, depois da ação devastadora da vassoura-de-bruxa
a partir de 1989, bem como a participação relativa da produção Amazônica
que no ano de 2012 ultrapassou os 34%. Tão relevante quanto o avanço na
participação é a consolidação do estado do Pará como o 2º maior produtor
brasileiro (26,5%) na produção nacional no ano de 2012, são as taxas de
crescimento anuais da produção maiores que 5%, o que permite inferir que
a manutenção desses indicadores trará a constatação, aventada no passa-
do, de que a Amazônia é um dos mais importantes pólos da cacauicultura
mundial (Tabela 2).

Tabela 2. Evolução da produção brasileira de cacau nos princi-


pais estados produtores – 2000 a 2012 (t).
Local/Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Brasil 196.788 185.662 174.796 170.004 196.005 208.620 199.412 201.651 216.749 218.487 235.389 248.524 253.211

Rondônia 17.293 15.780 16.248 17.855 18.592 19.719 15.720 15.720 16.112 17.485 17.486 15.570 16.314

19
Amazonas 1.224 1.034 1.358 1.232 1.202 1.195 1.432 917 905 869 3.236 3.767 4.606

Pará 28.278 29.028 34.069 31.524 32.804 38.119 36.595 43.207 52.579 54.216 59.537 63.799 67.299

Bahia 137.568 126.812 110.205 110.654 136.155 137.459 135.925 133.943 139.331 137.929 148.254 156.289 159.432

E.Santo 11.305 11.722 11.722 8.477 6.944 11.782 9.470 7.467 7.474 7.580 6.101 8.101 4.879

M.Grosso 1.020 1.173 1.061 198 244 265 270 308 348 300 647 687 576

Fonte: IBGE/SIDRA, outubro/2013


3.2.2 - Área Colhida

Em termos gerais, a área colhida no Brasil, vem decrescen-


do, haja vista as perdas ocorridas nas áreas de produção da Bahia. No ano
2000, o IBGE contabilizou 706 mil hectares, área esta reduzida para 684
mil hectares, em 2012. Somente os estados do Pará e Amazonas registra-
ram crescimento significativo da área colhida quando comparado com o
ano de 2013 (Tabela 3).

Tabela 3. Evolução da área (ha) colhida de cacaueiros no Brasil e


principais estados plantadores – 2000 a 2012.

Local/Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Brasil 705.965 665.809 582.315 590.945 638.825 625.384 647.135 628.928 665.175 635.975 660.711 680.484 684.333

Rondônia 33.371 26.896 27.024 28.025 29.008 32.625 26.119 26.119 26.417 28.891 28.891 28.670 30.155

Amazonas 2.521 2.088 2.348 2.212 2.459 2.107 2.038 1.687 1.663 1.087 7.808 9.901 10.712

Pará 38.879 38.677 41.536 51.280 50.825 51.727 57.462 64.328 68.327 70.279 81.764 85.041 88.267

Bahia 606.835 574.586 487.791 487.542 535.072 517.583 539.946 515.172 547.244 513.935 519.990 533.315 532.074

E.Santo 21.356 20.531 20.531 21.286 20.702 20.723 20.795 20.816 20.831 20.793 21.023 22.035 22.086

M.Grosso 2.870 2.898 2.900 453 542 562 607 638 703 806 1.067 1.354 871

Fonte: IBGE/SIDRA, outubro/2013

20
3.2.3 - Produtividade

O confronto da área colhida e a produção permite estabe-


lecer evolução da produtividade anual em cada Estado, incluindo a mé-
dia brasileira. Os dados deixam muito claro a diferença marcante entre a
produtividade média obtida no estado do Pará (762 kg/ha) e os demais
Estados produtores, incluindo a média nacional (Tabela 4). Variáveis como:
dimensão da área (módulos com menos de 7 hectares por família), tipo de
solo, tratos culturais e gerência da propriedade, interferem diretamente
neste rendimento.

Tabela 4. Evolução da produtividade (kg/ha) da cacauicultura


brasileira no período de 2000 a 2012.

Local/Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Brasil 279 279 300 288 307 334 308 321 326 343 356 365 370

Rondônia 518 587 601 637 641 604 602 602 610 605 605 550 541

Amazonas 486 495 578 557 489 567 703 544 544 799 414 380 430

Pará 727 751 820 615 645 737 637 672 770 771 728 750 762

Bahia 227 221 226 227 254 266 252 260 255 268 285 293 300

E.Santo 529 571 571 398 335 569 455 359 359 364 290 368 221

M.Grosso 355 405 366 437 450 472 445 483 495 372 606 507 661

Fonte: IBGE/SIDRA, outubro/2013

21
22
04.
CULTIVO DO CACAUEIRO EM
SISTEMAS AGROFLORESTAIS

4.1 - Sistemas Agroflorestais


Sistemas agroflorestais (SAF) são formas de uso e de ma-
nejo dos recursos naturais, nas quais espécies lenhosas tais como: árvo-
res, arbustos e palmeiras, são utilizadas em associação deliberada com
cultivos agrícolas ou com animais num mesmo terreno, de maneira si-
multânea ou numa seqüência temporal (Montagnini et al., 1992). São
considerados como alternativa apropriada para os trópicos úmidos por
apresentarem estrutura que se assemelha à floresta primária, aliada à
presença de grande biodiversidade (Smith et al., 1996). Adicionalmente,
citam-se os seguintes fatores relevantes para sua adoção na Amazônia:
I) demanda crescente de madeiras nobres; II) aproveitamento de terras

23
abandonadas em decorrência de agricultura nômade; III) necessidade
de produzir alimentos para a região e IV) aproveitamento de áreas
decorrentes de pastagens degradadas (Brienza Junior, 1982).
O cacaueiro é uma planta que tolera associação com ou-
tros vegetais, para dispor de sombreamento tanto na fase de estabeleci-
mento como na fase produtiva. Essa característica do cultivo tem permiti-
do o desenvolvimento de diversos sistemas mistos nos países produtores
de cacau, desde os relativamente primitivos e empíricos, utilizados por
pequenos produtores, até os mais modernos e tecnificados, nos quais as
espécies consortes são também integrantes econômicos (Alvim, 1989).
Nas Américas, o mais comum é uma mescla de árvores de sombra em sis-
temas multiestratos, bastante diversificados do ponto de vista biológico e
econômico, incluindo espécies madeireiras, frutíferas e outras.

Atualmente, observam-se nos cenários nacional e internacio-


nal tendências de busca de caminhos ambientalmente sustentáveis, que não
degradem o meio ambiente, sejam economicamente viáveis e socialmente
justos. Ao enfoque de produtividade física e econômica incorpora-se tam-
bém o enfoque sócioambiental. Nessa ótica, os sistemas agroflorestais
poderão conduzir para um caminho de desenvolvimento sustentável e
como excelente referencial de uso da terra, haja vista propiciar : I) aumento
da produtividade vegetal ou animal através da melhoria da estrutura do solo
e do aumento da disponibilidade de nutrientes; II) diversificação da produção
de alimentos, madeiras e outros materiais que sirvam para sua subsistência;
III) diminuição dos riscos socioeconômicos e ecológicos do negócio agrícola
e IV) promoção da proteção física do solo contra os efeitos prejudiciais do
sol, vento e chuva, dentre outros. Ademais, tais sistemas poderão constituir
também em alternativa de reposição de parte da reserva florestal destruída
nas décadas passadas por milhares de produtores rurais, os quais utilizavam
de forma predatória os recursos naturais disponíveis.

24
Nessa ótica, sugere-se que o cacaueiro integrante dos
SAF seja considerado um componente socioeconômico e ecológico
apropriado para reduzir a pressão antrópica sobre a cobertura vegetal
original da Amazônia Legal, possibilitando a incorporação ao processo
produtivo de parte dos milhares de hectares transformados em ‘capoei-
ras’ pelo mau uso da terra.

4.2 - Definição de Sistemas Agroflorestais


com o Cacaueiro
A definição dos SAF com cacaueiros apresentados a seguir
baseou-se em pesquisas desenvolvidas pela Comissão Executiva do Plano
da Lavoura Cacaueira – CEPLAC e em experiências bem sucedidas de plan-
tios em intercultivos e também solteiros desenvolvidos em áreas de produ-
tores rurais. A primeira aproximação foi publicada em 2002 (Almeida et
al., 2008), que foi ampliada e ajustada nos anos seguintes (Almeida et al.,
2005, 2010 e 2011). Nesta reedição de 2014, observações de campo res-
paldam novas modificações, tendo em vista a apropriação às tecnologias
adotadas e às condições ecológicas da Amazônia Legal. Informações de
natureza econômica poderão também motivar, juntamente, novos arranjos
de intercultivo.

25
MODELO 1: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E ESSÊNCIAS FLORESTAIS
Os cacaueiros jovens são associados provisoriamente com
uma espécie fornecedora de sombreamento e alimento, geralmente a
bananeira, enquanto cresce uma mescla de espécies do sombreamento de-
finitivo de importância regional, constituída prioritariamente de: bandarra
(Schizolobium amazonicum), mogno (Swietenia macrophylla), cedro-rosa
(Cedrela odorata), ipê-roxo (Tabebuia avellanidae), garrote (Bagassa guianen-
sis), corindiba (Trema micrantha), castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa),
freijó-louro (Cordia odorata), andiroba (Carapa guianensis), jatobá (Hyme-
naea courbaril), cumaru-ferro (Dipterix alata), dentre outras. Recomenda-se
o plantio de bananeiras das variedades: Prata, Roxa, Terra, Caipira, FHIA-01,
FHIA-18 e FHIA-21, por serem mais resistentes às pragas e doenças. Nas re-
giões com dificuldades para aquisição de mudas de bananeiras recomenda-
-se como sombreamento provisório a utilização de mandioca, macaxeira,
feijão-guandu ou mamona, no espaçamento de 1,0 x 1,0 m, ou de 1,5 x 1,5
m, devidamente manejado para evitar o excesso de sombra (Matos, 2001).

Também a fim de se aproveitar a luminosidade das entreli-


nhas e melhorar o desempenho financeiro do sistema, utilizam-se espécies
de sombra lateral como milho e mandioca ou espécies de cobertura de
solo como feijão e arroz, numa seqüência temporal, de acordo com a pre-
ferência do agricultor, respeitando-se, contudo, a distância de 0,7 m dos
cacaueiros. A exploração das entrelinhas ocorre, via de regra, nos dois anos
iniciais do cultivo, quando os cacaueiros requerem menos luz.

O cacaueiro é implantado de forma contínua no espaça-


mento de 3,0 x 3,0 m e a bananeira, no mesmo modelo, entre quatro

26
cacaueiros. As espécies lenhosas são estabelecidas em diferentes espaça-
mentos, predominando 15,0 x 15,0 m; 18,0 x 18,0 m; 21,0 x 21,0 m e
24,0 x 24,0 m, com uma planta no cruzamento das diagonais, entre qua-
tro cacaueiros. Apresenta densidade populacional de 1.111 cacaueiros/ha
e de 44 plantas de sombreadoras/ha, quando adotado o espaçamento de
15,0 x 15,0 m. (Figura 2)
MODELO 1

+ 3,0 m + + + + + + + + + + + + + + +
3,0 m

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +
15,0 m

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +
15,0 m

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

27
Figura 2. Croqui e planta baixa do Sistema Agroflorestal cacau (+) e essências Florestais ( )
MODELO 2: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E PUPUNHEIRAS EM RENQUES
Constitue-se em zonas de plantios de dez fileiras de ca-
caueiros, no espaçamento de 3,0 x 2,5 m, alternadas com três fileiras de
pupunheiras, no espaçamento de 2,0 x 1,5 m, no sentido leste-oeste. Entre
as espécies consortes mantém-se a distância de 3,0 m. As fileiras triplas de
pupunheiras se distanciarão uma da outra em 33,0 m. O adensamento das
pupunheiras tem por objetivo principal a exploração de palmito, recomen-
dando-se a utilização de variedades sem espinho para facilitar o manejo
cultural. Adicionalmente, esse adensamento fornece também proteção
aos cacaueiros contra ventos. O sombreamento provisório dos cacaueiros
jovens é fornecido pelas bananeiras plantadas na mesma distância e nas
mesmas fileiras dos cacaueiros.

Se o intercultivo for bem manejado, o primeiro corte das


pupunheiras deverá ocorrer aos 24 meses de campo e os demais, de seis
em seis meses.

O sombreamento definitivo dos cacaueiros é proporciona-


do por mescla de essências florestais, como sombra de topo, estabelecido
na zona de cultivo dos cacaueiros, entre quatro plantas no espaçamento
de 18,0 x 15,0 m, mantendo-se a distância de 7,5 m da primeira fileira de
pupunheiras. A densidade populacional deste sistema é de 1.081 cacauei-
ros/ha, 540 pupunheiras/ha e 36 plantas sombreadoras /ha (Figura 3).

28
MODELO 2

2,0 m 2,0 m 3,0 m


+ 3,0 m
+ + + + + + + + +
1,5 m

2,5 m

+ + + + + + + + + +
7,5 m 18,0 m

+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +
15,0 m

+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +

Figura 3. Croqui e planta baixa do consórcio cacau e pupunha em renques – cacau (+), pupunha ( ) essências florestais ( )

29
MODELO 3: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E CAFEEIROS EM RENQUES
Constitui-se de zonas de plantios, de cacaueiros inter-
caladas com zona de cafeeiros. As zonas de plantios dos cacaueiros e
cafeeiros são estabelecidas dez fileiras/bloco, no espaçamento de 3,0 x
2,0 m, no sentido leste-oeste. Entre tais zonas de plantio é estabelecida
uma fileira simples da espécie arbórea Tectona grandis (teca), como
componente fornecedor de sombra lateral, no espaçamento de 2,5 m
entre plantas e 3,0 m entre faixas de consortes. As fileiras simples de teca
se distanciarão uma da outra em 33,0 m (Figura 4).

O sombreamento provisório dos cacaueiros é proporciona-


do pelas bananeiras plantadas no espaçamento de 3,0 x 4,0 m. O som-
breamento definitivo dos cacaueiros é proporcionado por mescla de es-
sências florestais, como sombra de topo, estabelecido na zona de cultivo
dos cacaueiros, entre quatro plantas no espaçamento de 18,0 x 15,0 m,
mantendo-se a distância de 7,5 m da primeira fileira de teca.

A densidade populacional deste sistema é de 757 cacauei-


ros/ha, 757 cafeeiros/ha, 121 plantas de teca/ha e 20 plantas sombreado-
ras/ha.

30
MODELO 3

3,0 m + 3,0 m + + + + + + + + + 3,0 m 3,0 m . .


3,0 m . . . . . . . . 3,0 m

2,0 m
2,0 m
2,0 m

2,5 m

2,5 m
. .
2,5 m

. . . . . . . .

5,0 m
+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
7,5 m 18,0 m
+ + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
. .
15,0 m

+ + + + + + + + + + . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .
+ + + + + + + + + + . . . . . . . . . .

.
Figura 4 - Croqui e planta baixa do consórcio de cacau e café em renques: cacau (+), café ( ), teca ( ) e essências florestais ( )

31
MODELO 4: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E TECA EM RENQUES
Constituem-se em zonas de plantios de dez fileiras de ca-
caueiros, no espaçamento de 3,0 x 3,0 m, alternadas com três fileiras de
teca, no espaçamento de 3,0 x 3,0 m, no sentido leste-oeste. Entre as
espécies consortes mantém-se a distância de 3,0 m. As fileiras triplas de
teca se distanciarão uma da outra em 33,0 m. O sombreamento provisório
dos cacaueiros jovens é fornecido pelas bananeiras plantadas na mesma
distância e entre quatro cacaueiros.

O sombreamento definitivo dos cacaueiros deve ser propor-


cionado por mescla de espécies regionais, conforme descrito anteriormen-
te, como sombra de topo, estabelecida na zona de cultivo dos cacaueiros,
entre quatro plantas, no espaçamento de 18,0 x 15,0 m, mantendo-se a
distância de 7,5 m da primeira fileira de teca. A densidade populacional
deste sistema é de 854 cacaueiros/ha, 256 plantas de teca/ha e 34 plantas
sombreadoras/ha (Figura 5).

Destaca-se que caso o produtor rural prefira uma única es-


pécie como sombreamento definitivo para o cacaueiro, ao invés de mes-
cla de essências florestais, o espaçamento apresentado para os modelos
em foco deverá ser ajustado considerando peculiaridades da mesma, tais
como: conformação de copa, produção de biomassa, e outras.

32
MODELO 4

3,0 m 3,0 m
3,0 m

3,0 m

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +
7,5 m 18,0 m

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +
15,0 m

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

+ + + + + + + + + + + + + + + +

Figura 5. Croqui e planta baixa do consórcio cacau e teca em renques: cacau (+); teca ( ); essências florestais ( ).

33
4.3 - Recomendações Técnicas

4.3.1 - Escolha da Área e Preparo do Terreno

De maneira geral, os solos da região se prestam para o


cultivo de espécies perenes, devendo ser evitados aqueles excessivamen-
te ondulados, arenosos ou pedregosos. Elevada acidez, baixa fertilidade
e algumas características físicas indesejáveis são fatores que podem ser
contornados por ocasião do preparo das covas e pelo manejo das culturas.

O preparo do terreno poderá ser feito manualmente, con-


sistindo na roçagem e queima da vegetação existente. Quando necessário,
efetuar o encoivaramento com a finalidade de deixar o terreno o mais
limpo possível. Estas operações podem também ser feitas mecanicamente
e devem ser realizadas no período de agosto a novembro.

Em áreas que apresentam cobertura vegetal densa (mata


alterada ou capoeirão) a derruba total é o sistema mais utilizado na re-
gião e o que tem mostrado melhores resultados. Consiste na eliminação
da vegetação primária ou secundária, obedecendo às seguintes fases:
broca, derruba, queima, balizamento e plantio dos sombreamentos. Para
implementação desse sistema, dependendo do tamanho da área a ser pre-
parada, há necessidade de autorização prévia para desmatamento expe-
dida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, conforme legislação vigente.

Outra possibilidade consiste na conversão de pastagens

34
degradadas em SAF com cacaueiros. Em geral, os solos de tais áreas se
encontram em diferentes níveis de compactação, havendo necessidade do
uso de tratores ou de animais adestrados para arar e gradear a terra. Em
seguida, será preciso um controle mais sistemático de ervas daninhas, es-
pecialmente daquelas geradas a partir do banco de sementes de gramíne-
as, tendo-se, provavelmente, que fazer uso de herbicidas. Nessas circuns-
tâncias, a não adoção das recomendações aqui apresentadas poderá levar
o empreendimento a poucas chances de sucesso.

4.3.2 - Construção do Viveiro

O plantio de cacaueiros e das espécies consortes para com-


porem o sombreamento definitivo é feito a partir de mudas, por forne-
cerem vantagens como vigor, uniformidade, menor número de falhas e,
provavelmente, antecipação da fase produtiva das plantas. A formação
dessas mudas deve ser feita em viveiro rústico, utilizando de preferência
materiais de baixo custo e disponíveis na propriedade, pois sua utilização
será de poucos meses.

O viveiro deverá localizar-se próximo à área de plantio para


facilitar o transporte das mudas, em terreno plano e bem drenado. Deve-se
observar também a proximidade de fonte de água, já que durante o verão
será necessário regar as mudas.

Para determinar o tamanho do viveiro, utiliza-se um méto-


do prático que consiste em dividir o número de mudas para plantio por
30. Assim, para uma demanda de 15.000 mudas, tem-se: 15.000 ÷ 30
= 500, ou seja, o viveiro deverá medir 500,0 m2, podendo ser de 20,0 x
25,0 metros.

35
A altura do viveiro deve permitir que um homem de esta-
tura média caminhe normalmente e, para tanto, recomenda-se utilizar es-
teios de 2,5 m, os quais devem ser dispostos de 3,0 em 3,0 m. Para cober-
tura do viveiro utilizar palhas de palmeiras estendidas sobre fios de arame,
de modo a permitir 50% de entrada de luz. Utilizar também palhas nas
laterais do viveiro para proteger as mudas da ação de ventos e de animais.
Sua construção deve ocorrer imediatamente após o preparo do terreno.

4.3.3 - Balizamento e Coveamento

Após o preparo da área inicia-se o balizamento, que é feito


de acordo com o espaçamento a ser utilizado no SAF definido. O baliza-
mento tem como finalidade permitir melhor aproveitamento da área, bem
como melhor crescimento e distribuição uniforme das copas das espécies
que serão utilizadas, maior facilidade na execução das práticas culturais
como limpeza de área, combate às pragas e doenças, adubação e colhei-
ta. As covas destinadas ao plantio das espécies incluídas nos diferentes
sistemas deverão medir aproximadamente 0,40 m x 0,40 m x 0,40 m. A
camada superficial, dos primeiros 20 cm, deve ser separada da camada
inferior, uma vez que será aproveitada para compor a mistura que encherá
as covas. A época das operações deverá ser logo após as primeiras chuvas.

4.3.4 - Plantio

O plantio dos sombreamentos provisório e definitivo deve


ocorrer de quatro a seis meses antes do plantio das mudas de cacau, pre-
ferencialmente, no início das chuvas, de modo que no período de plantio
dos cacaueiros a área já disponha de proteção contra os efeitos do excesso
de sol e vento, e condições ambientais mais estáveis.

36
Além do sombreamento provisório já formado, outro fator
importante é realizar o plantio das mudas de cacau, com idade de dois a
seis meses, em pleno período chuvoso, de modo que haja tempo suficien-
te para adaptação às novas condições ambientais, diferentes daquelas do
viveiro. Em casos excepcionais, as mudas podem ainda ser transplantadas
com antecedência de dois meses do período seco, nesse caso, preferindo-
-se mudas de quatro a seis meses. As mudas que morrerem ou apresen-
tarem problemas de desenvolvimento deverão ser substituídas ainda no
mesmo ano.

Após a seleção das plantas vigorosas e sadias, o plantio deve


ser feito removendo-se o saco plástico sem que seja destruído o torrão das
mudas. A muda deve ser colocada na cova de modo que o nível superior
do torrão fique no mesmo plano da superfície do solo. Para isso, coloca-
-se terra no fundo da cova até que se consiga a altura ideal. Acrescenta-se
também terra nas laterais da cova, fazendo sempre ligeira pressão no solo,
sem compactá-lo. Recomenda-se formar um montículo ao redor da muda
e nunca uma depressão.

4.3.5 - Tratos Culturais

Os cacaueiros e as espécies consortes perenes, depois de


implantadas, necessitam de um conjunto de atividades com vistas ao seu
melhor desempenho.

Controle de plantas daninhas


O controle de plantas daninhas é feito de várias maneiras,
dependendo do SAF a ser utilizado. No caso específico do SAF cacaueiro
e pupunheira não se recomenda capinar a área do renque de pupunhei-

37
ras, pois seu sistema radicular é bastante superficial e pode ser facilmente
lesado por essa prática, portanto, recomenda-se apenas roçagens peri-
ódicas ou aplicação de herbicidas para eliminação das plantas daninhas
mais agressivas. No cultivo do cacaueiro, esse controle é indispensável na
fase juvenil, principalmente se o sombreamento provisório estiver defi-
ciente, e deverá persistir até que a plantação de cacau atinja a condição
de “bate-folha”. Nas demais espécies consortes normalmente são neces-
sárias de três a quatro roçagens por ano.

Coroamento

Tem a finalidade de eliminar as plantas invasoras que com-


petem com as espécies consortes pelos fatores ambientais (luz, água, nu-
trientes, etc.), bem como facilitar a realização de outras práticas culturais,
tendo o cuidado de não formar depressão ao redor das plantas, podendo
ser feito com herbicidas ou enxadas. Deve ser realizado após a roçagem e
por ocasião das adubações.

Desbrota
Consiste na eliminação periódica das brotações ortotró-
picas, ou seja, os “ramos chupões”, que surgem no tronco das plantas
jovens. O principal objetivo da desbrota é manter a planta em boas condi-
ções vegetativas, pela retirada dos brotos indesejáveis, assim como, o de
dar à mesma, a forma desejada.

Poda

38
Nos plantios consorciados a poda constitui-se em prática in-
dispensável, pois permite boa formação das plantas, evitando a concorrên-
cia entre as mesmas. Em cacaueiros jovens a poda de formação deve ser
evitada devido aos seus efeitos danosos à planta e conseqüente aumento
de lançamentos de brotos e chupões. O controle da altura da planta desde
a sua formação contribuirá futuramente para redução dos custos de con-
trole cultural da vassoura-de-bruxa.

Normalmente por ocasião da colheita do palmito da pupu-


nheira faz-se o desbaste dos perfilhos em excesso. Recomenda-se que sejam
mantidos de 4 a 6 perfilhos, com 25 a 30 cm de altura, e selecionados aque-
les melhor distribuídos na touceira, para propiciarem colheitas periódicas.

Cobertura morta

O material vegetal proveniente do raleamento e desbaste


do sombreamento provisório do cacaueiro, ou de culturas implantadas na
propriedade, deverá ser utilizado como cobertura morta ou “mulching” ao
redor das plantas, pois tal prática evita a proliferação de plantas daninhas
e ajuda a conservar a umidade do solo em épocas de déficit hídrico, além
de aumentar o teor de matéria orgânica e de oferecer nutrientes às plantas
na camada superficial do solo.

Calagem e adubação

Embora as espécies consortes, cacau e teca, sejam muito exi-


gentes quanto a composição química do solo a ser explorado, desenvolvem-
-se também em solos com os mais diferentes níveis de fertilidade, sendo

39
ideal aqueles que apresentam de média a alta fertilidade natural, com pH na
faixa de 6,0 – 6,5, onde ocorre disponibilidade máxima de muitos nutrientes.
Nas áreas cujos solos apresentam boa fertilidade natural os sistemas podem
ser implantados sem a aplicação de fertilizantes, sendo indispensável, entre-
tanto, o preparo de uma boa cova, conforme descrito anteriormente.
De maneira geral, as adubações constituem-se na aplica-
ção de quantidades e formulações adequadas de fertilizantes. Por isso,
recomenda-se que o produtor efetue previamente a coleta de amostras do
solo para análise desse material e de acordo com o resultado e orientação
técnica, efetuar a calagem e a adubação, que se constituem num dos fa-
tores importantes para o desenvolvimento e produção de culturas perenes.

O uso de adubos orgânicos, tais como: esterco de ani-


mais, compostos e tortas constitui-se também em excelentes práticas
para as culturas perenes, podendo suprir todo o nitrogênio e parte dos
demais nutrientes, além de melhorar as características físicas do
solo. Quando disponíveis na propriedade, recomenda-se sua aplica-
ção periódica, em cobertura.

Combate às pragas

O cultivo do cacaueiro encontra-se suscetível a um grupo de


insetos nocivos que se em nível populacional elevado, pode causar danos
econômicos e constituir-se em pragas da lavoura. Tais insetos podem causar
danos nos brotos, folhas, flores, ramos, tronco e frutos, podendo até levar a
planta à morte na fase juvenil. As principais pragas do cultivo do cacaueiro na
Amazônia e sua sintomatologia são apresentadas a seguir (Mendes, 2001;
Trevisan et al., 2012):

Tripes (Selenothripes rubrocintus) – causam manchas cloróti-


cas no limbo da folha, as quais, após algum tempo, tornam-se

40
necrosadas, dando origem à queima. Se o ataque for intenso,
ocorre a queda parcial ou total das folhas, caracterizando o
“emponteiramento”. Nos frutos, causa a “ferrugem” dificul-
tando o reconhecimento do seu estado de maturação. Têm
preferência por cacauais com excesso de sol.
Monalônio (Monalonium annulipes) – conhecido vulgar-
mente como “chupança”, sugam a seiva dos ramos novos,
frutos, pecíolo e folhas. Nos locais das picadas há o apa-
recimento de necrose. Se o ataque for intenso, há queda
das folhas, contribuindo para o complexo conhecido como
“queima” ou “morte descendente”. Nos frutos, há forma-
ção de pústulas (bexigas). Têm sido observado com frequên-
cia em cacauais a pleno sol.

Manhoso (Steirastoma breve) – Os insetos adultos alimen-


tam-se do córtex da planta, possibilitando a entrada de
agentes patogênicos. Suas larvas iniciam o processo de ali-
mentação no câmbio da planta, abrindo galerias em espiral.
Posteriormente, penetram no lenho, podendo resultar na
morte dos ramos ou do cacaueiro jovem. Plantas com 1 a
3 anos de idade são as mais preferidas pela praga, espe-
cialmente durante o período menos chuvoso e nos plantios
em áreas recém-desbravadas e com deficiência de sombre-
amento. Em pequenos ataques, pode-se fazer o controle
mecânico retirando-se a larva com o auxílio de canivete ou
eliminando e queimando os galhos atacados. Em ocorrên-
cias mais intensas, recomenda-se o uso de defensivo quími-
co (Tabela 5).

Broca dos frutos (Conotrachelus humeropictus) – As fême-


as fazem oviposição no pericarpo do fruto e suas larvas pe-
netram no fruto até atingirem a parte central, local de maior

41
ataque. Posteriormente, as larvas abrem orifícios de saída,
para empuparem no solo. Como controle recomenda-se
reunir os frutos atacados imediatamente após a colheita,
para evitar que as larvas penetrem no solo. Após a quebra
dos frutos, aplicar nos casqueiros o inseticida Thiodan 35 na
proporção de 300 ml do produto para 100 litros de água.
Não se recomenda pulverizar a lavoura.

Na Tabela 5 são relacionadas algumas pragas do cacaueiro e


os métodos de controle.

Tabela 5 Principais inseticidas recomendados para o controle


de pragas do cacaueiro.
Dosagem
Produto
Pragas Princípio Ativo Produto Comercial
Comercial
Hectare p/100 litros de água

Carbaryl Carvin, Sevin 5 P 16kg


Tripes
Malation Malatol 50 E 600ml 600ml
Carbaryl Sevin 5 P 16kg
Monalônio
Malation Malatol 50 E 600ml 600ml
Manhoso Endossulfan* Thiodan 35 1.000ml 400ml
*Através da Resolução - RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) Nº28, de 09 de agosto de 2010, os produtos com
ingrediente ativo Endossulfan estão com seu uso proibido a partir de 16/08/2010 nos seguintes estados: Amazonas,
Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe,
Tocantins, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão,
Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, a comercialização dos
produtos com ingrediente ativo Endossulfan fica proibida a partir de 31/07/2014.

Controle às enfermidades

Na Amazônia, duas enfermidades causam prejuízos signi-


fi cativos às lavouras cacaueiras: a vassoura-de-bruxa e a podridão parda

42
(Almeida, 2001).

A vassoura-de-bruxa é causada pelo fungo Moniliophthora


perniciosa. Pode causar perdas de até 90% da produção, quando não
se adotam medidas de controle. Provoca inchações dos ramos, acom-
panhadas de intensa brotação das gemas laterais, assemelhando-se a uma
vassoura. Os ramos infectados são, geralmente, de diâmetro maior que os
ramos sadios, com entre-nós curtos e folhas grandes, curvadas e retorci-
das. As almofadas florais infectadas transformam-se num agrupamento
de flores anormais, hipertrofiadas, de pedicelo alongado e inchado, dando
origem a frutos partenocárpicos, denominados “morangos”, que morrem
prematuramente. Quando os frutos são infectados ainda jovens (um a dois
meses) adquirem forma alongada, denominada “cenoura” e tornam-se
negros e endurecidos. Frutos infectados em estágios mais desenvolvidos
(dois a três meses) apresentam, quando adultos, uma mancha negra, ge-
ralmente deprimida e dura e sementes apodrecidas e aderidas entre si.

O controle cultural da vassoura-de-bruxa consiste na re-


alização anual da poda fitossanitária, a qual consiste na remoção das
vassouras, das almofadas florais e frutos infectados, além da eliminação
dos ramos com intenso ataque da doença. O período mais adequado é
durante os meses de agosto e setembro, com a prática de repasse em
novembro ou dezembro. Deve ser realizada em conjunto com a poda
normal do cacaueiro. Quando executada sistematicamente e de forma
apropriada dispensa a aplicação de fungicidas.

A podridão parda de ocorrência na Amazônia é causada pelo


fungo Phytophthora palmivora que pode comprometer de 30% a 40% da
produção. Em frutos novos, provoca manchas e enrugamento e posterior
escurecimento, podendo ser facilmente confundido com murcha fisiológi-
ca. Em frutos já desenvolvidos surgem pequenas manchas escurecidas na

43
superfície da casca, podendo as sementes ser parcialmente ou totalmente
aproveitadas. No tronco surgem manchas escurecidas de forma arredon-
dada na superfície da casca, sintomas do cancro. Em viveiro, ocorre queima
das folhas e em seguida tombamento e morte das plântulas.
O controle cultural da podridão parda consiste na remo-
ção dos frutos infectados e da amontoa dos mesmos. Deve ocorrer
no período de maior frutificação do cacaueiro e também em agosto/
setembro por ocasião do controle cultural da vassoura-de-bruxa. Em
caso de excesso de umidade e de sombreamento, fazer drenagem
e raleamento das árvores de sombra. Na Amazônia, o controle químico
da vassoura-de-bruxa servirá também para controlar a podridão parda.

4.3.6 - Beneficiamento do Cacau

O beneficiamento primário do cacau tem por objetivo a


obtenção de um produto comercial de qualidade constituído de amêndo-
as fermentadas, secas, com aroma natural, dentre outras. Compõe-se de
quatro etapas: colheita, quebra, fermentação e secagem (Mororó, 2007).

Colheita
Deve-se planejar colher frutos exclusivamente maduros,
pois somente estes possuem açúcares em quantidade adequada para uma
boa fermentação das sementes.

Na colheita utiliza-se o instrumento denominado podão


que possui duas superfícies cortantes, facilitando o corte do pedúnculo
do fruto.

44
Quebra
Após a colheita os frutos são reunidos em montes para se
proceder a quebra, a qual poderá ser realizada até cinco dias depois. Na
quebra recomenda-se utilizar um pedaço de facão chamado de cutelo, que
não deve ser amolado para não danificar as sementes, que são desprendi-
das da placenta e depositadas em caixas de madeira ou baldes de plástico.

As sementes são transportadas para os cochos de fer-


mentação, preferencialmente no mesmo dia. Na impossibilidade, prote-
ger a massa com folhas de bananeira, contra eventuais chuvas e, nesse
caso, considerar como o primeiro dia de fermentação.

Fermentação
É a fase mais importante do beneficiamento das sementes
pois é responsável pelo início da formação dos precursores do sabor e
aroma de chocolate. As sementes que não fermentam adequadamente
fi cam com os cotilédones compactos, de cor violácea, gerando o defeito
“amêndoas ardósias”, que apresentam sabor amargo, adstringente e ele-
vada acidez. A fermentação é processada em caixas de madeira denomina-
das cochos, que poderão ter as seguintes especificações:
Cochos Cacauais superiores a 10ha Cacauais com até 10ha
Largura (m) 1,20 0,60

Altura (m) 1,00 0,60

45
Comprimento (m)* Variável Variável
* De acordo com o volume de produção

As divisões do cocho no sentido do comprimento deverão


ser móveis para facilitar o revolvimento da massa, podendo variar o núme-
ro de acordo com a quantidade de cacau a fermentar. Devem possuir dre-
nos para facilitar o escoamento do mel e a aeração. Recomenda-se utilizar
folhas de bananeira ou sacos de aniagem para cobrir a massa de sementes
com o objetivo de evitar a perda de calor produzido pela fermentação e
o ressecamento das amêndoas que ficam na superfície. Geralmente um
metro cúbico de cocho comporta 800 kg de cacau mole.

No enchimento do cocho com cacau mole deve-se deixar


uma das divisões vazias para possibilitar o revolvimento da massa, que se
processa da seguinte forma:

• 1º revolvimento: 24 horas após o enchimento do cocho

• 2º revolvimento: 48 horas após o primeiro revolvimento

• 3º revolvimento: 24 horas após o segundo revolvimento

• 4º revolvimento: 24 horas após o terceiro revolvimento.

O cacau bem fermentado perde a polpa mucilaginosa,


muda a coloração externa da casca de rosada e branca para castanho no
final da fermentação. Observa-se também o resfriamento da massa de ca-
cau no cocho.

Secagem

46
Tem por finalidade eliminar o excesso de umidade da amên-
doa. Após a fermentação, a amêndoa contém mais de 50% de umidade,
teor que deve ser reduzido para menos de 8% para um armazenamento
seguro do produto.
Na Amazônia, o mais comum é processar a secagem por
meio natural utilizando-se barcaças, lonas impermeabilizadas, lonas plásticas
ou mesmo o terreirão para secagem de café. A massa de cacau fermentada
é espalhada no lastro e revolvida com o auxílio de um rodo de madeira, com
o intuito de expor as amêndoas à radiação solar, nas mais diversas posições.
Essa massa deve ter espessura de no máximo 5 cm para melhor revolvimen-
to, que nos primeiros dias deve ser de 30 em 30 minutos. Durante à noite
dos primeiros dias deve-se juntar as amêndoas em montículos para reduzir a
superfície de exposição, evitando-se a proliferação de mofo branco externo.
Dependendo das condições climáticas a secagem se completará ao final de
seis a dez dias.

4.3.7 - Armazenamento do Cacau

Um bom armazém para acondicionar amêndoas de cacau


deve obedecer aos seguintes requisitos: ser construído em local seco, ter
o eixo maior orientado no sentido nascente – poente, dispor de janelas
de arejamento com telas de malha fina, fundações sólidas e camada im-
permeabilizante na parte superior e ser construído de modo a não deixar
frestas ou pontos de acesso a roedores (Mororó, 2007). Apresentar um ou
dois cantos revestidos de madeira, como também as paredes adjacentes
até 1,5 a 2,0 m de altura.

Se o piso for de cimento utilizar estrados de madeira para


empilhar os sacos. A estocagem não deve ultrapassar 90 dias, correndo o
risco de desenvolvimento de mofo, ataque de insetos e roedores. Por se

47
tratar de amêndoas ricas em gordura, evitar o armazenamento com pro-
dutos que exalem fortes odores tais como inseticidas, fungicidas, tintas,
pimenta-do-reino, dentre outros.
4.4 - Produtividade Estimada das Espécies
Consortes
Produtividade é um dos atributos importantes que ca-
racterizam quase todos os SAF (Krishnamurthy e Ávila, 1999). No contex-
to deste trabalho consideraram-se apenas os rendimentos proporcionados
pelo cacaueiro e pelas espécies consortes: pupunheira e cafeeiro, descon-
siderando aqueles dos cultivos de ciclo curto implantados nas entrelinhas e
das espécies de sombra provisória (bananeira, mandioca).

Os níveis de produtividade apresentados (Tabela 6) baseiam-


-se em informações obtidas em nível experimental nas bases físicas da CE-
PLAC em diferentes regiões da Amazônia, juntamente com observações
de campo em áreas de produtores rurais. Obviamente, a produtividade
potencial dessas espécies é superior à apresentada.

Embora existam evidências experimentais de níveis de pro-


dutividade superiores a 1.500 kg de cacau seco/ha/ano, quando o cultivo
atinge sua maturidade fisiológica e utilizam-se determinados materiais ge-
néticos (Mota, 1998),preferiu-se adotar 1.200 kg/ha/ano para a consor-
ciação de cacaueiros e essências florestais, que representa o cultivo con-
vencional de cacau e foi adotado neste contexto como sistema referencial
para os demais. Adicionalmente, este patamar de produtividade é perfeita-
mente factível de ser obtido com a variedade híbrida de cacau atualmente
distribuída pela CEPLAC na Amazônia, quando se adotam as tecnologias
preconizadas para a região (Silva Neto et al., 2001), aliado ao fato de sua
confirmação no meio rural em diferentes propriedades localizadas em di-

48
versos agrossistemas. Portanto, ele representa segurança para o produtor
rural no momento de planejar rendimentos e/ou amortização de dívidas
nos casos de financiamento bancário. Algumas informações foram adap-
tadas em razão do material genético e da densidade de plantas utilizados.
Tabela 6 Níveis de produtividade estimados para as espécies
consortes em diferentes sistemas agroflorestais.

Cacau x Essências Cacau x Pupunha Cacau x Café Cacau x Teca


Idade pós-
-plantio (anos) Kg cacau seco/ Kg cacau Número Kg cacau Kg café/ Kg cacau seco/
ha seco/ha cabeças/ha seco/ha ha ha
1 ----- ----- ----- ----- ----- -----
2 ----- ----- 420 ----- ----- -----

3 200 195 840 135 240 155


4 400 390 1.380 270 480 310
5 800 780 1.380 550 900 615
6 1.200 1.170 1.330 820 1.800 925

No caso da produtividade de madeira em tora, para as con-


sorciações de cacaueiros e essências, cacaueiros e cafeeiros, e cacaueiros e
pupunheiras, estima-se que após 25 anos de cultivo será factível o aprovei-
tamento de 80% do estande original do sombreamento definitivo implanta-
do, em razão de perdas por ocorrência de doenças, pragas, ventos e outros
fatores. Para o estande remanescente é estimada a produtividade média,
para a mescla de essências florestais, de 1,6 m3 de madeira em tora/árvore.
Nessas circunstâncias, estima-se em 56,3 m3 de madeira em tora/ha para a
consorciação de cacaueiros e essências florestais, em 25,6 m3 de madeira/
ha para cacaueiros e cafeeiros e em 46,1 m3 de madeira/ha para cacaueiros
e pupunheiras.

Para a teca, que participa da consorciação cacaueiros e ca-


feeiros, estima-se rendimento médio de 1,9 m3 de madeira em tora/árvore
e 183,9 m3 de madeira em tora/ha.

49
Na consorciação de cacaueiros e teca em renques prevê-se
realizar dois desbastes nas fileiras de teca objetivando propiciar maior
espaço e melhores condições de crescimento às plantas remanescen-
tes: aos sete e aos catorze anos. No primeiro desbaste, quando já terá
ocorrido mortalidade de 5% do estande original por diversos fatores, ou
seja, perdas de 13 plantas, serão eliminadas 20% das remanescentes, isto
é, 49 indivíduos, os quais deverão apresentar aproveitamento de 4,9 m3
de madeira em tora/ha, para uso em cercas e geração de energia. No se-
gundo desbaste, serão eliminadas 20% das plantas remanescentes, ou
seja, 39 indivíduos, os quais deverão apresentar rendimento de 25,4 m3
de madeira/ha para uso mais rentável em peças em geral. Após os des-
bastes citados, o espaçamento que permanecerá entre as plantas de teca
é impreciso em razão da escolha dos componentes a serem eliminados,
considerando conformação de fuste e de copa, diâmetro e altura. Assim,
estima-se a permanência de 155 plantas de teca no corte final, aos vinte
anos, as quais deverão apresentar rendimento de 248,0 m3 de madeira/
ha, para uso mais nobre na fabricação de móveis, portas, indústria naval, e
outros. Em síntese, tal sistema de produção propiciará rendimento médio
acumulado de 278,3 m3 de madeira de teca em tora/ha.

Ainda na consorciação de cacaueiros e teca, estima-se que


a mescla de essências florestais para o sombreamento de topo dos ca-
caueiros terá sobrevivência de 80% e rendimento médio de 1,5 m3 de ma-
deira em tora/árvore, aos 20 anos. Neste caso, é factível o aproveitamento
de 40,8 m3 de madeira/ha.

4. 5 - Considerações Financeiras

50 Com o objetivo de informar ao produtor rural e à co-


munidade técnica sobre os benefícios financeiros decorrentes dessa
atividade, a Tabela 7 reúne informações sobre as variáveis: margem
bruta/ha/ano, custo de manutenção /ha/ano, margem líquida/ha/ano e
margem líquida modular/ano, estimadas com base nos SAF em foco, no
ano de estabilização da produção das espécies consortes, ou seja, no
sexto ano de campo (Tabela 6).

Para estimar a margem bruta/ha/ano consideraram-se os


níveis de produtividades apresentados na Tabela 6, no ano de estabilização
da produção, e os preços dos produtos das espécies consortes praticados
em Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná, Rondônia, no mês de maio de 2014,
conforme a seguir: R$ 5,80/kg de cacau em amêndoas, R$ 3,83/kg de
café conilon beneficiado e R$ 3,00/kg cabeça ou palma de pupunha para
palmito. Como as cidades de Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná localizam-se
na região central do estado de Rondônia e é pericêntrica também em re-
lação às zonas produtoras de cacau admitiu-se como representativas para
a presente pesquisa.

A estimativa do custo de manutenção/ha/ano foi obtida


considerando o manejo agronômico convencional previsto para cada SAF
no ano de estabilização da produção, incluindo despesas com aquisição de
insumos agrícolas (fertilizantes químicos, inseticidas) e com mão-de-obra
para roçagem, adubação, desbrota dos cacaueiros, poda, controle
cultural da vassoura-de-bruxa, colheita e beneficiamento, desbaste de
perfilhos da pupunheira, aplicação de herbicida no cafezal, dentre outras
práticas, estabelecida em R$ 50,00/jornada de 8,0 horas de trabalho. Des-
considerou-se o controle químico da vassoura-de-bruxa do cacaueiro, pois,
conforme Almeida (2001), plantações bem manejadas na Amazônia, onde
o controle cultural da vassoura-de-bruxa é realizado todos os anos de

51
forma sistemática, apresentam boas condições fitossanitárias, dispen-
sando, portanto, a aplicação de fungicidas.

A margem líquida/ha/ano consiste na diferença entre mar-


gem bruta/ha/ano e custo de manutenção/ ha/ano, enquanto a margem
líquida modular/ano refere-se a margem líquida proporcionada por 5,0
ha de área de cultivo do cacaueiro em SAF.

A análise da Tabela 7 evidencia uma amplitude de variação


de R$ 5.349,46 a R$ 11.642,21 para a variável margem bruta/ha/ano, com
valor mais elevado para o SAF cacaueiro x cafeeiro. Essa última situação
decorre, obviamente, dos melhores preços praticados na região na comer-
cialização dos produtos dessas espécies consortes.

A variável, custo de manutenção/ha/ano apresentou valores


mais baixos e relativamente próximos para os SAF cacaueiro x essências e
cacaueiro x teca, valor intermediário para o SAF cacaueiro x pupunheira e
valor mais elevado para a consorciação de cacaueiro x cafeeiro. O maior
custo de manutenção para o intercultivo cacaueiro x cafeeiro deve-se ao
fato de ambos os cultivos serem intensivos na utilização de mão-de-obra,
especialmente nas atividades de colheita e beneficiamento que represen-
tam, conjuntamente, 38,4% das despesas de custeio, ou seja, 50 jornadas
de trabalho/ano.

A margem líquida/ha/ano e a margem líquida modular/ano


representam a disponibilidade de recursos auferidos pelos SAF ao final de um
ano de atividades, no momento de estabilização da produção das espécies
consortes. A primeira variável considera a exploração de 1,0 ha e a segunda a
exploração de um módulo de 5,0 ha. Observa-se que a consorciação cacaueiro
x pupunheira apresentou maior margem líquida modular/ano, equivalente a
8,4 vezes àquela do cacaueiro x teca, a 2,3 vezes do cacaueiro x essências e
1,1 vezes do cacaueiro x cafeeiro. Seu valor, de R$ 29.264,92, representa uma

52
receita mensal para o produtor rural de R$ 2.438,74 ou cerca de 3,37 salários
mínimos, valor este (R$ 724,00) atualmente vigente no Brasil.

A exploração do consórcio cacaueiro x essências possibili-


ta uma receita de 1,48 salários mínimos/mês, enquanto o consórcio ca-
caueiro x cafeeiros uma receita de 2,95 salários. Atualmente, os preços
do café nos mercados nacional e internacional favorecem a consorciação
de cacaueiro x cafeeiro. Para este consórcio deve-se atentar que a co-
lheita do café, em Rondônia, ocorre nos meses de junho e julho, período
este coincidente com o pico de frutificação do cacaueiro na região, exi-
gindo, portanto, mão-de-obra extra na propriedade. A menor receita foi
proporcionada pela consorciação de cacaueiro x teca equivalente a 0,40
salários mínimo/mês.

Considerando, contudo, a exploração e comercialização da


madeira em tora ao final do cultivo, ou seja, 25 anos para as consorciações ca-
caueiro x essências, cacaueiro x cafeeiro, e cacaueiro x pupunheira; e 20 anos
para cacaueiro x teca, a margem líquida modular poderá ser ainda melhora-
da. Evidenciam-se os seguintes aspectos relativos ao cultivo de um módulo
de 5,0 hectares (Tabela 8):I) consorciação de cacaueiro x essências – possi-
bilidade de auferir lucro de R$ 43.146,00 com o corte da madeira; II) con-
sorciação de cacaueiro x pupunheira – a comercialização da madeira poderá
render R$ 35.343,00; III) consorciação de cacaueiro x cafeeiro – estima-se em
R$ 341.584,00 o lucro com a venda da madeira de teca e da mescla de essên-
cias e IV) consorciação de cacaueiro x teca – o somatório da venda de madeira,
mescla de essências florestais e teca, poderá totalizar R$ 465.212,00.

Em síntese, embora a consorciação de cacaueiro x teca te-


nha apresentado a menor receita, ou seja, 0,40 salários mínimos/mês, pois,
foi considerada apenas a produção de cacau seco, poderá apresentar a
melhor rentabilidade ao levar em conta a possibilidade de comercializa-
ção de madeira ao final do ciclo produtivo. Deve-se atentar também que

53
a rentabilidade dos SAF propostos poderá ser maximizada se o produtor
rural estiver melhor organizado e auferindo melhores preços pela madeira
comercializada, preços esses atualmente bastante aviltados, por se consi-
derar que o corte da madeira será feito pela madeireira interessada.
Finalmente, há necessidade de submeter os SAF em foco à
análise econômica mais detalhada, incluindo informações desde o preparo
de área até a exploração de madeira das espécies sombreadoras. Em ane-
xo, croquis, plantas baixas e índices técnicos para implantação e manuten-
ção de 1,0 hectare dos SAF propostos.

Tabela 7 Receitas geradas em 5,0 hectares de SAF com o


cacaueiro no ano de estabilização da produção
Margem Custo de Margem Margem Nº de
Modalidade de SAFs bruta/ha/ manutenção líquida/ha/ líquida salários
ano* /ha/ano* ano modular/ano mínimos/mês

Cacaueiros e Essências 6.959,30 4.394,00 2.565,30 12.826,52 1,48


Cacaueiros x Pupunheiras 10.908,58 5.065,60 5.852,98 29.264,92 3,37
Cacaueiros x Cafeeiros 11.642,21 6.508,00 5.134,21 25.671,03 2,95

Cacaueiros x Tecas 5.349,46 4.658,00 691,46 3.457,28 0,40


*Valores praticados em Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná, Rondônia, em maio de 2014.

Tabela 8 Receitas geradas pela comercialização da madeira


produzida em 5,0 hectares de SAF com o cacaueiro

Essências Volume de Preço médio (R$) Valor


Modalidades de SAFs
florestais madeira (m3) da madeira/m3 total R$

Cacaueiros e Essências Mescla1 282,0 153,002 43.146,00

Cacaueiros x Pupunheiras Mescla 231,0 153,002


35.343,00
Mescla 128,0 153,002 19.584,00
Cacaueiros x Cafeeiros
Teca 920,0 350,003
322.000,00

54
Cacaueiros x Mescla 204,0 153,002 31.212,00
Tecas Teca 1.240,0 350,003
434.000,00
1
Mescla de espécies de importância regional (angelim-pedra, bandarra, cambará, cumaru, cupiúba, garapa, ipê-
roxo, jataí, oiticica, pau d’alho, tauari, dentre outras);
2
Estimativa de preço médio pago ao produtor rural, na propriedade, independentemente da espécie.
3
Estimativa de preço médio pago ao produtor rural, na propriedade, considerando valores praticados em Ji-Paraná,
Rondônia e Alta Floresta, Mato Grosso.
CALENDÁRIO AGRÍCOLA PARA O CULTIVO DO CACAUEIRO NA
AMAZÔNIA

Prática Agrícola Época


Preparo de área § Início do período seco (*)
Balizamento § Logo após a limpeza da área
Preparo das mudas para sombreamento definitivo § Início do período seco
Plantio dos sombreamentos provisórios e definitivo § Início do período chuvoso (*)
§ Do início do período chuvoso até 2 meses antes do perí-
Plantio do cacaueiro odo seco (deve-se entender que o cacaueiro ne cessita de
sombra)

§ 3 a 4 vezes durante o ano a depender da necessidade (an-


Roçagens
tes da adubação e da colheita são essenciais)

Desbrota § Quando necessário

§ 1ª desbate - 10 a 12 meses do plantio do cacaueiro no


campo (início do período chuvoso)

§ 2ª desbate - 1 ano após a 1ª correção (início do período


chuvoso)
Manejo do sombreamento provisório (raleamento)
§ 3ª desbate - 1 ano após a 2ª correção (início do período
chuvoso)

§ 4ª desbate - 1 ano após a 3ª correção (início do período


chuvoso)

§ No início do período chuvoso (em mudas no campo dois


Adubação básica
meses após o transplantio)

Combate às pragas temporárias


õ Insetos sugadores e coleobrocas do tronco Durante o período seco
õ Broca dos frutos (Conotrachelus sp). Dois meses após a maior bilração
Combate às pragas permanentes Durante o ano todo
Controle de vassoura-de-bruxa:

55
õ Poda fitossanitária (remoção de ‘‘vassouras’’) § Durante o período seco (normalmente em agosto e setembro)

§ Após a remoção, antes do período chuvoso (novembro ou


õ Repasse
dezembro)

õ Poda em roças velhas § A partir do final da colheita


Continua
Prática Agrícola Época

Controle da podridão parda:


õ Raleamento da sombra § Durante a poda fitossanitária
õ Remoção de frutos pecos e presos às árvores § Durante a colheita e poda fitossanitária
õ Remoção dos frutos infectados § Durante todo o período da frutificação

§ Aplicações mensais a partir dos primeiros sintomas de


õ 4 pulverizações com fungicidas a base de cobre
ataque

Controle do câncro de Phythophtora sp. § Durante o período chuvoso quando necessário


Controle do mal rosado (Corticium) § Durante o período chuvoso quando necessário
(*)Períodos secos e chuvosos dos principais Municípios produtores de cacau da Amazônia brasileira estão expressos
no Quadro 1.

56
Quadro 1 Dados climáticos dos principais municípios produtores de
cacau na Amazônia Brasileira. Valores médios da precipi-
tação pluvial (PP), retenção hídrica R.H. 125mm, deficiên-
cia (DEF) e excedentes (exced) hídricos no solo (mm).

Ouro Preto Medicilândia Manaus *Tomé Açu Alta Floresta *Tucumã


D’Oeste (RO) (PA) (AM) (PA) (MT) (PA)
Meses
PP R.H. 125mm PP R.H. 125mm
PP (mm) PP (mm) PP (mm) PP (mm)
(mm) Def Exced (mm) Def Exced
JAN 295 0 181 225 0 107 271 272 374 270
FEV 276 0 174 296 0 202 246 278 386 299
MAR 265 0 145 366 0 263 263 417 323 271
ABR 241 0 128 336 0 237 267 361 256 270
MAI 70 3 0 210 0 102 271 236 52 145

JUN 22 24 0 97 0 0 167 93 22 56
JUL 8 48 0 64 4 0 123 75 6 24
AGO 29 58 0 49 25 0 78 58 14 54
SET 104 8 0 60 34 0 98 41 121 98
OUT 152 0 0 85 26 0 135 85 237 148

NOV 229 0 25 87 24 0 139 98 238 188


DEZ 280 0 155 209 0 0 212 149 163 284
ANO 1971 141 808 1084 113 911 2270 2163 2292 2107
PERÍO- 1983 a 1984 a 1976 a 1988 a
1982 a 1994 1983 a 1990
DO 1994 1998 1998 1995
Fonte: Scerne e Santos, 1994; Scerne et al, 1996;Santos et al, 1988;
* Dados coletados por técnicos do Escritório Local da CEPLAC no Município.

57
58
05.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA. L.C. de. 2001. Principais doenças do cacaueiro e medidas de


controle. In: Silva Neto, P. J. da et al. Sistema de produção de cacau
para a Amazônia brasileira. Belém, CEPLAC. pp.63-73.

ALMEIDA, C. M. V. C. de; MÜLLER, M. W.; SENA-GOMES, A. R.; MATOS,


P. G. G de. 2002. Sistemas agroflorestais com o cacaueiro como
alternativa sustentável para uso em áreas desmatadas no Estado de
Rondônia, Brasil. Agrotrópica (Brasil) 14 (3): 109-120.

ALMEIDA, C. M. V. C. de; MATOS, P. G. G de; MÜLLER, M. W.; SENA-


-GOMES, A. R. 2005. Recomendações técnicas para implantação de
sistemas agroflorestais com o cacaueiro, em Rondônia. In Sistema
de produção e plano estadual de desenvolvimento florestal. Porto
Velho, FIERO/SEBRAE. pp.155-185.

ALMEIDA, C. M. V. C. de; MENDES, F. A. T.; MÜLLER, M. W.; MATOS, P. G.


G. de. 2010. Implantação do cacaueiro em sistemas agroflorestais.
Brasília, CEPLAC. 54p.: Il.

59
ALMEIDA, C. M. V. C. de; MENDES, F. A. T.; MÜLLER, M. W.; MATOS, P. G.
G. de. 2011. Implantação do cacaueiro em sistemas agroflorestais.
Brasília, CEPLAC. 63p.: il.
ALVIM, P. de T. 1977. Cacao. In______and Kozlowski, T.T., eds. Ecophysio-
logy of cacao crops. New York, Academic Press. pp. 279-313.

ALVIM, R. 1989. O cacaueiro (Theobroma cacao L.) em sistemas agrossilvi-


culturais. Agrotrópica 1 (2): 89-103.

BRIENZA JÚNIOR, S. 1982. Freijó em sistemas agroflorestais. Belém, EM-


BRAPA-CPATU. 15p. ilust. (EMBRAPA-CPATU. Circular Técnica, 38).

CEPLAC. Diretrizes para Expansão da Cacauicultura Nacional - PROCA-


CAU. Brasília, 1977. 350p. IBGE. Contagem da População 2009.
Disponível em http://www.sidra.ibge.gov.br

KRISHNAMURTHY, L. e ÁVILA, M. 1999. Agroforesteria Básica. Serie Textos


Básicos para la Formación Ambiental. México, FAO/PNUMA. 340p.

MATOS, P.G.G. de. 2001. Plantio do sombreamento provisório e definitivo.


In: Silva Neto, P.J. da et al. Sistema de produção de cacau para a
Amazônia brasileira. Belém, CEPLAC. pp.28-30.

MENDES, A.C. de B. 2001. Manejo das pragas. In: Silva Neto, P.J. da et al.
Sistema de produção de cacau para a Amazônia brasileira. Belém,
CEPLAC. pp.48-63.

MENDES, F.A.T. e LIMA, E.L. 2001. A cacauicultura amazônica: um negócio


indispensável no contexto nacional. In: Seminário Internacional do
Agronegócio Cacau: uma alternativa para o desenvolvimento sus-
tentável da Amazônia, Porto Velho, RO, Brasil. 2001. Anais.

MONTAGNINI, F. et al. 1992. Sistemas agroforestales: principios y aplica-


ciones en los trópicos. 2ª. ed. rev. y aum. – San José, C. R.: Organi-

60
zación para Estudio Tropicales. 622p.

MORORÓ, R.C. 2007. Aproveitamento dos derivados, sub-produtos e re-


síduos do cacau. In: Raúl René Valle. (Org.). Ciência, Tecnologia e
Manejo do Cacaueiro. Itabuna: Gráfica e Editora Vital Ltda., 2007,
v.1, p.371-421.
MOTA, J.W. da S. e. 1998. Comportamento do cacaueiro clonal e seminal
em sistemas de cultivos adensados. Viçosa. 10p. (datilografado)

MÜLLER, M.W. ; GAMA-RODRIGUES, A.C. 2007. Sistemas Agroflorestais


com o Cacaueiro. In: Raúl René Valle. (Org.). Ciência, Tecnologia e
Manejo do Cacaueiro. Itabuna: Gráfica e Editora Vital Ltda., 2007,
v. 1, p. 246-271.

MÜLLER, M.W. ; VALLE, R.R. 2007. Ecofisiologia do Cultivo do Cacaueiro.


In: Raúl René Valle. (Org.). Ciência, tecnologia e Manejo do Cacauei-
ro. Itabuna: Gráfica e Editora Vital Ltda., 2007, v. 1, p. 17-41.

SILVA NETO, P.J. da; MATOS, P.G.G. de; MARTINS, A.C. de S. e SILVA, A. de
P. 2001. Sistema de produção de cacau para a Amazônia brasileira.
Belém, CEPLAC. 125p.

SMITH, N.J.H.; FALESI, I.C.; ALVIM, P. de T. e SERRÃO, E.A.S. 1996. Agrofo-


restry trajectories among smallholders in the Brazilian Amazon: in-
novation and resiliency in pioneer and older settled areas. Ecological
Economics 18: 15-27.

SCERNE, R.M.C. e SANTOS, M.M. dos. 1994. Aspectos agroclimáticos


do município de Medicilândia(PA). Belém: CEPLAC/SUPOR/SEPES.
Boletim Técnico, nº 11, 32p.

SCERNE, R.M.C.; SANTOS, M.M. dos; NETO, F.A. . 1996. Aspectos agro-
climáticos da região de Ouro Preto D’Oeste(RO). Belém: CEPLAC/
SUPOR/SEPES. Boletim Técnico, nº13, 32p.

SANTOS, M.M. dos; DIAS, A.C.; SCERNE, R.M.C.. 1988. Estudo das possi-
bilidades de ampliação do pólo cacaueiro do norte do Mato Grosso.

61
Belém: CEPLAC/SUPOR, 16p.

TREVISAN, O.; MOURA, J. I. L.; DELABIE, J. H. C.; MENDES, A. C. de B.


Manejo integrado das pragas do cacaueiro da Região Amazônica. In:
Raúl René Valle. (Org.). Ciência, Tecnologia e Manejo do Cacaueiro.
Brasília, 2012, V. 1, p. 161-185.
62
06.
ANEXOS

63
ANEXO 1 (Modelo 1, pág. 26 e 27)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 3,0 m – 1.111 plantas) e
essências florestais (15,0 x 15,0 m – 44 plantas)
MÃO-DE-OBRA
Especificação para cacaueiros e

TOTAL
Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI
essências florestais
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Limpeza e preparo da área 15 d/h 15

Calagem de toda a área 1,5 d/h 1,5

Preparo de balizas e balizamento


10 d/h 10
dos cacaueiros

Construção e manutenção do viveiro 12 d/h 12

Enchimento dos saquinhos e


5 d/h 5
semeadura

Coveamento e plantio sombra


14 d/h 14
(banana/ essência)

Coveamento, adubação e plantio de


14 d/h 14
cacaueiros

Roçagem 20¹ d/h 24² d/h 24² d/h 21³ d/h 21³ d/h 104 d/h 120
Replantio 1,5 d/h 1,5
Controle de pragas 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 12
Desbrota dos cacaueiros 3 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 15

Manejo do sombreamento
14 d/h 14 d/h 4 d/h 32
provisório

Poda de formação 5 d/h 5


Adubação 2 d/h 2 d/h 4 d/h 4 d/h 4 d/h 16
Colheita, transporte e beneficiamento 6 d/h 12 d/h 20 d/h 25 d/h 63

Poda de manutenção 8 d/h 8


Poda fitossanitária 15 d/h 20 d/h 25 d/h 60
TOTAL 95 50 59 61 70 69 404
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 8 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 4- Duas Roçagens(2 x 5 d/h)
ANEXO 1 (continuação)
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para cacaueiros e
Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
essências florestais
Quant. Unid. Quant Unid. Quant Unid. Quant. Unid. Quant Unid. Quant. Unid.
Análise de amostras de solo 1 vb¹ 1 vb¹ 1 vb¹ 3 vb¹
Sacos de polietileno 1,3 mil 1,3 mil
Sementes de cacau 1,3 mil 1,3 mil

Mudas de bananeira (sombra


1,2 mil 1,2 mil
provisória)

Mudas de essências florestais (som-


60 und 60 und
bra definitiva)

Inseticida 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 Ll 6L
Calcário 1,5 t 1,5 t
Adubo químico (N-P-K) 116 kg 250 kg 300 kg 300 kg 300 kg 300 kg 1566 kg
Espalhante adesivo 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 6L

Facão 2 und 2 und 2 und 6 und


Podão 2 und 2 und 2 und 2 und 8 und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
ANEXO 2A (Modelo 2, pág. 28 e 29)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hecta-
re de sistema agroflorestal cacaueiros, pupunheiras e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 2,5 m –
1.081plantas), pupunheiras (2,0 x 1,5 m - 540 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 36 plantas)

MÃO-DE-OBRA
Especificação para cacaueiros e
Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
essências florestais
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Limpeza e preparo da área 15 d/h 15
Calagem de toda a área 1,5 d/h 1,5

Preparo de balizas e balizamento dos


10 d/h 10
cacaueiros

Construção e manutenção do viveiro 12 d/h 12

Enchimento dos saquinhos e semea-


5 d/h 6
dura

Coveamento e plantio sombra (bana-


14 d/h 15
na/essência)

Coveamento, adubação e plantio de


14 d/h 15
cacaueiros

Roçagem 20¹ d/h 24² d/h 24² d/h 21³ d/h 21³ d/h 10 4 d/h 120
Replantio 1,5 d/h 1,5
Controle de pragas 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 12
Desbrota dos cacaueiros 3 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 15
Manejo do sombreamento provisório 14 d/h 14 d/h 4 d/h 32

Poda de formação 5 d/h 5


Adubação 2 d/h 2 d/h 4 d/h 4 d/h 4 d/h 16
Colheita, transporte e beneficiamento 6 d/h 12 d/h 20 d/h 25 d/h 63
Poda de manutenção 7 d/h 7
Poda fitossanitária 15 d/h 20 d/h 25 d/h 60
TOTAL 95 50 58 61 70 69 403
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 8 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 4- Duas Roçagens(2 x 5 d/h)
ANEXO 2A (continuação)
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para cacaueiros e
essênciasflorestais Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Análise de amostras de solo 1 vb¹ 1 vb¹ 1 vb¹ 3 vb¹
Sacos de polietileno 1,3 mil 1,3 mil
Sementes de cacau 1,3 mil 1,3 mil

Mudas de bananeira(sombra
1,2 mil 1,2 mil
provisória)

Mudas de essências florestais


(sombra definitiva) 100 und 100und

Inseticida 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 6L
Calcário 1,5 t 1,5 t

Adubo químico (N-P-K) 120 kg 260 kg 310 kg 310 kg 310 kg 310 kg 1620 kg
Espalhante adesivo 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 6L
Facão 2 und 2 und 2 und 6 und
Podão 2 und 2 und 2 und 2 und 8 und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
ANEXO 2B (Modelo 2, pág. 28 e 29)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, pupunheiras e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 2,5 m – 1.081
plantas), pupunheiras (2,0 x 1,5 m – 540 plantas) e essências florestais (12,0 x 10,0 m – 36 plantas)

MÃO-DE-OBRA
Especificação para pupunheiras Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
Quant. Unid. Quant Unid. Quant Unid. Quant. Unid. Quant Unid. Quant. Unid.

Balizamento das pupunheiras 5 d/h 5


Coveamento e plantio de pupunheiras 8 d/h 8
Adubação na cova 1 d/h 1
Manejo de perfilhos 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 10
Adubação 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 5
Corte e colheita 3 d/h 6 d/h 10 d/h 10 d/h 29

TOTAL 14 3 6 9 13 13 58

INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para pupunheiras Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Mudas de pupunha 650 und 650 und
Cloreto de potássio 30 kg 30 kg 30 kg 30 kg 30 kg 30 kg 180 kg

Superfosfato triplo 44 kg 44 kg 44 kg 44 kg 44 kg 44 kg 264 kg


Uréia 18 kg 26 kg 35 kg 35 kg 35 kg 35 kg 184 kg
ANEXO 3A (Modelo 3, pág. 30 e 31)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, cafeeiros e tecas: cacaueiros (3,0 x 2,0 m – 757 plantas), cafeeiros
(3,0 x 1,0 m – 757 plantas), tecas (121 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 20 plantas)

MÃO-DE-OBRA
Especificação para
cacaueiros, tecas e Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
essências florestais
Quant. Unid. Quant Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.

Limpeza e preparo da área 15 d/h 15


Calagem de toda a área 1,5 d/h 1,5

Preparo de balizas e balizamento dos


6 d/h
cacaueiros e tecas 6

Construção e manutenção do viveiro 10 d/h 10

Enchimento dos saquinhos e


3 d/h 3
semeadura

Coveamento e plantio sombra (bana-


12 d/h 12
na/essência)

Coveamento,adubação e plantio de
12 d/h 12
cacaueiros e tecas

Roçagem 20¹ d/h 21² d/h 21² d/h 18³ d/h 18³ d/h 154 d/h 113
Replantio 1,5 d/h 1,5

Controle de pragas 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 12


Desbrota dos cacaueiros 3 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 2 d/h 14
Manejo do sombreamento provisório 12 d/h 10 d/h 8 d/h 30
Poda de formação 5 d/h 5
Adubação 2 d/h 2 d/h 2 d/h 3 d/h 3 d/h 12

Colheita, transporte e beneficiamento 3 d/h 6 d/h 12 d/h 20 d/h 41

Poda de manutenção 6 d/h 6


Poda fitossanitária 5 d/h 10 d/h 15 d/h 30
TOTAL 83 45 47 44 48 57 324
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 6 d/h); 4- Três Roçagens(3 x 5 d/h)
ANEXO 3A (continuação)
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para
cacaueiros, tecas e Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
essências florestais
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Análise de amostras de solo 1 vb¹ 1 vb¹ 1 vb¹ 3 vb¹
Sacos de polietileno 1,3 mil 1,3 mil
Sementes de cacau 1,3 mil 1,3 mil

Mudas de bananeira (sombra


1,2 mil 1,2 mil
provisória)

Mudas de essências florestais (sombra


60 und 60 und
definitiva)

Inseticida 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 6L

Calcário 1,5 t 1,5 t


Adubo químico (N-P-K) 116 kg 250 kg 300 kg 300 kg 300 kg 300 kg 1566 kg
Espalhante adesivo 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 6L
Facão 2 und 2 und 2 und 6 und
Podão 2 und 2 und 2 und 2 und 8 und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
ANEXO 3B (Modelo 3, pág. 30 e 31)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, cafeeiros e teca: cacaueiros (3,0 x 2,0 m – 757 plantas), cafeeiros
(3,0 x 1,0 m – 757 plantas), teca (121 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 20 plantas)

MÃO-DE-OBRA
Especificação para cafeeiros Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.

Balizamento dos cafeeiros 9 d/h 9


Coveamento e plantio de cafeeiros 9 d/h 9
Adubação 2 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 7
Capina manual 2 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 4 d/h 18
Capina química 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 6
Desbrota (duas) 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 2 d/h 7

Aplicação de Inseticida/fungicida 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 10


Derriça do pano 4 d/h 4 d/h 8 d/h 8 d/h 24
Colheita/beneficiamento 10 d/h 15 d/h 20 d/h 30 d/h 75
TOTAL 24 8 22 27 36 48 165

INSUMOS/SERVIÇOS

Especificação para cafeeiros Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Sacaria 10 und 15 und 20 und 20 und 65 und
Mudas de café 1,1 mil 1,1 mil
Adubo químico (N-P-K) 125 kg 125 kg 125 kg 125 kg 125 kg 625 kg
Inseticida 2 L 2 L 2 L 2 L 2 L 10 L
Fungicida 5 kg 5 kg 5 kg 5 kg 5 kg 25 kg

Cloreto de potássio 34 kg 34 kg
Superfosfato simples 104 kg 104 kg
Uréia 10 kg 10 kg
Herbicida 1 l 2 l 1 l 1 l 1 l 1 l 7L
ANEXO 4A (Modelo 4, pág. 32 e 32)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hec-
tare de sistema agroflorestal cacaueiros, tecas e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 3,0 m – 854
plantas), tecas (3,0 x 3,0 m x 33 m – 256 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 34 plantas)

MÃO-DE-OBRA
Especificação para
cacaueiros e essências Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
florestais
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Limpeza e preparo da área 15 d/h 15
Calagem de toda a área 1,5 d/h 1,5

Preparo de balizas e balizamento dos


10 d/h 10
cacaueiros

Construção e manutenção do viveiro 12 d/h 12

Enchimento dos saquinhos e


3 d/h 3
semeadura

Coveamento e plantio sombra (bana-


12 d/h 12
na/essência)

Coveamento, adubação e plantio de


12 d/h 12
cacaueiros

Roçagem 20¹ d/h 21² d/h 21² d/h 18³ d/h 18³ d/h 154 d/h 113
Replantio 1,5 d/h 1,5
Controle de pragas 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 2 d/h 12
Desbrota dos cacaueiros 3 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 2 d/h 14
Manejo do sombreamento provisório 14 d/h 14 d/h 4 d/h 32

Poda de formação 5 d/h 5


Colheita, transporte e beneficiamento 3 d/h 6 d/h 12 d/h 21 d/h 42
Adubação 2 d/h 2 d/h 3 d/h 3 d/h 3 d/h 13
Poda de manutenção 8 d/h 8
Poda fitossanitária 10 d/h 15 d/h 19 d/h 44
TOTAL 89 47 53 46 53 62 350
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 6 d/h); 4- Três Roçagens(3 x 5 d/h)
ANEXO 4A (continuação)
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para cacaueiros e
Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
essências florestais
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.

Análise de amostras de solo 1 vb¹ 1 vb¹ 1 vb¹ 3 vb¹


Sacos de polietileno 1,3 mil 1,3 mil
Sementes de cacau 1,3 mil 1,3 mil

Mudas de bananeira(sombra
1,2 mil 1,2 mil
provisória)

Mudas de essências florestais


60 und 60 und
(sombra definitiva)

Inseticida 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 6L
Calcário 1,5 t 1,5 t
Adubo químico (N-P-K) 116 kg 250 kg 300 kg 300 kg 300 kg 300 kg 1566 kg

Espalhante adesivo 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 1 L 6L
Facão 2 und 2 und 2 und 6 und
Podão 2 und 2 und 2 und 2 und 8 und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
ANEXO 4B (Modelo 4, pág. 32 e 33)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, tecas e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 3,0 m – 854 plantas),
tecas (3,0 x 3,0 m x 33 m – 256 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 34 plantas)

MÃO-DE-OBRA
Especificação para tecas Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.

Balizamento das tecas 2 d/h 2


Coveamento, adubação e plantio de tecas 5,5 d/h 5,5
Roçagem 7,5 d/h 7,5 d/h 7,5 d/h 7,5 d/h 7,5 d/h 7,5 d/h 45
Desbrota 4 d/h 4 d/h 4 d/h 4 d/h 4 d/h 20
Controle às formigas 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 1 d/h 5
Replantio 1 d/h 1

TOTAL 16 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 78,5

INSUMOS/SERVIÇOS

Especificação para tecas Ano I Ano II Ano III Ano IV Ano V Ano VI TOTAL
Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid. Quant. Unid.
Mudas de teca 280 und 280 und
Inseticida 2 L 2 L 2 L 2 L 2 L 10 L
Adubo químico (N-P-K) 104 kg 104 kg
76 agricultura de
baixa emissão de carbono

S-ar putea să vă placă și