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Permitam-me apresentar: chamo-me Caixa, mas também sou conhecida por outras
denominações, tais como: Bens numerários, Caixa Geral, Caixa Pequeno, Caixa Fundo-Fixo,
Numerário em Caixa, Fundos de Caixa, etc., porém, moderna e mais usualmente me denomino
simplesmente Caixa. Na prática e materialmente falando, sou o mesmo que o bolso de qualquer
pessoa para a organização empresarial: o empresário pode lançar mão de meus recursos no
momento imediato de que necessita, como se tivesse colocando sua mão em seu bolso para
efetuar qualquer pagamento, como também para nele colocar qualquer valor recebido em
espécie.
Proponho-me a dissertar livremente, porém, com o maior número de informações possíveis
sobre um adequado sistema de controle contábil conjugado com rotinas e padrões de controle
organizacionais que permitam a manutenção de um mínimo de garantia para a evidenciação das
operações empresariais e de seu patrimônio. Desfrute, no que for possível, das informações aqui
contidas, que são fruto da experiência e observação do autor, das transformações patrimoniais
que promovo nas organizações, quer seja direta ou indiretamente por força dos recursos que por
mim são transacionados.
Sou, em regra, a primeira conta a ser criada em qualquer Plano de Contas Contábeis que se
preze (rol de contas contábeis e, explicativo das características de funcionamento de cada conta
e das operações que nelas devem ser registradas), haja vista, minha possibilidade de realização
imediata, característica essa que é exclusivamente minha, pois até mesmo os Depósitos
Bancários à Vista, não são tão disponíveis assim, sendo por isso, quase óbvio concluir: eu
detenho como composição de meu saldo contábil, os valores em espécie da moeda que
represento. Estes valores, portanto, estão à disposição imediata para utilização pela empresa,
podendo fazer frente a vários pagamentos em dinheiro, tais como: Pagamentos de despesas em
geral (Condução; Cópias; Taxas; Compras para Refeições, limpeza, etc.; entre outras), como
também, nada impede que meu saldo e valores sejam utilizados para pagamentos de
fornecedores, impostos, empréstimos, dividendos pagos por caixa, etc. o que, atualmente, não é
muito usual, exceto nas circunstâncias em que o Contador (profissional registrado no CFC
(Conselho Federal de Contabilidade e seus regionais), com curso superior, responsável pela
Contabilidade) cruze os pagamentos bancários utilizando-me como conta controladora, o que
significa que todas as operações bancárias são registradas tendo-me primeiramente como
contrapartida (Saídas (Cheques, etc) do banco: débito: Caixa, crédito: Banco; Entradas
(Depósitos, etc.) no banco: débito: Banco, crédito: Caixa) para então a partir de mim efetuar o
registro na contrapartida de fato da operação de pagamento (débito: aquisição de bens ativos,
liquidação de passivos, ou aplicação em despesas/custos e, crédito: Caixa) ou recebimento
(crédito: liquidação de contas a receber, baixa de outros ativos conversíveis, aumento de
passivos, ou realização de Receitas Operacionais (Vendas à Vista, por exemplo)). Quando essa
prática é adotada é conveniente controlar fundos de Caixa Pequeno ou de outras caixas em
contas Caixa separadas da conta Caixa que recebe as contrapartidas da conta banco, facilitando
assim quaisquer conciliações e verificações posteriores.
Quando, por questões da organização que me adota, me denomino Caixa Geral, geralmente
existem filhas minhas com denominações variadas da minha, tendo todas elas funções
diferentes, a saber: Caixa Da Matriz, Caixa da Filial, Caixa do Escritório Cidade X, Caixa da Obra
X, Caixa da Bilheteria 1, Caixa Check-Out 1, Caixa Pequeno, etc. Nesta situação, eu posso ser a
Conta Sintética (conta que agrupa e totaliza várias outras contas e não recebe qualquer registro
(lançamento contábil) de operações (fato contábil)).
Muitas vezes, no dia a dia da empresa, pessoas retiram junto ao responsável pela Caixa, valores
com o intuito de fazerem gastos/dispêndios ao longo de um dia ou dois, deixando em
contrapartida vales para posterior acerto mediante a troca pelos respectivos comprovantes.
Neste caso, estes vales não são contabilizados, permanecendo compondo meu saldo como se
fosse dinheiro em espécie, o que pode prejudicar a eventual necessidade de recursos imediatos
dentro do mesmo período e, portanto, é necessária uma avaliação e acompanhamento da
manutenção dessa prática e sua substituição pelo que comento a seguir. Há ocasiões em que
sendo o período de utilização e prestação de contas mais longo, a pessoa é obrigada a
apresentar um recibo de adiantamento (e não vale) para despesas, etc. o qual deverá ser
contabilizado e, portanto, deverá ser registrada a efetiva saída de caixa, sendo assim, transferido
o controle da pendência para as respectivas áreas de contas a receber e contabilidade, as quais
deverão controlá-lo por contas específicas, a primeira em controles paralelos (Sistema de
Gestão Integrada ou não) à contabilidade e a segunda, em conta do ativo circulante, no grupo
Aplicação de Recursos em Despesas.
Quando sou utilizada na forma de Caixa Pequeno (o mesmo que Caixa Fundo Fixo): caixa para
realização de pequenos e diversos pagamentos necessários à manutenção do dia a dia das
operações, para o qual é estipulado um valor fixo de saldo a manter; este deve ser controlado
por um Boletim em separado ou por um campo em separado do Boletim do Caixa Geral e,
registrado em conta contábil específica, o qual deverá ser comprovado e, posteriormente
contabilizado, mediante um recibo emitido e assinado (como favorecido) pelo responsável deste
caixa, evidenciando sua responsabilidade pelo mesmo. A utilização do fundo fixo poderá ser
reembolsada por um cheque nominal ao responsável por este caixa, à vista dos documentos
comprobatórios dos dispêndios, os quais, mediante o esquema de contabilização dos
movimentos bancários serão então contabilizados. É conveniente que sejam estipulados um
período máximo de reembolso do fundo fixo: uma semana, um mês e, também um valor mínimo,
que quando atingido, deverá ser efetuado o reembolso para que o caixa pequeno não sofra
prejuízo nas suas funções de atendimento de recursos imediatos e, portanto, evite assim um
prejuízo maior para toda a organização pela falta dos recursos que deveria conter. O reembolso
do fundo fixo também deverá ser realizado, independente de atingido o período ou saldo mínimo,
no último dia útil de cada mês, para evitar que despesas deixem de ser contabilizadas segundo o
período de competência, pela manutenção das mesmas no saldo do fundo fixo de caixa.
São vários os tipos e modelos de formulários que me controlam, podendo ser mediante sistema
informatizado: Sistemas de Gestão Integrada ou não, planilhas de cálculo (tipo Microsoft Excel)
ou, preenchidos manualmente. Em regra, estes formulários denominam-se: Boletim de Caixa,
Movimento Financeiro, Espelho de Caixa, Resumo de Caixa, etc., tendo todos, as mesmas
funções: registrar, comprovar e controlar as operações de recebimentos e pagamentos
realizadas durante um determinado período, que pode ser um dia, uma semana ou, um mês,
bem como evidenciar meu saldo existente no período, responsabilizando assim a pessoa que
detém os valores em espécie que represento, os quais poderão ser cobrados a qualquer
momento, seja pelo Tesoureiro, Diretor Financeiro, Contador, ou até mesmo pela Auditoria, que
contarão com as informações contidas naqueles formulários para certificar e comparar os valores
apurados numa eventual contagem dos fundos de caixa.
Seria conveniente que todo comprovante de pagamento seja inutilizado com a expressão PAGO
(de preferência com um carimbo datador com o Logotipo da empresa) sobre a qual se apõe o
visto do responsável pelo Caixa e a data da operação, evitando assim sua reapresentação, na
eventualidade do comprovante, uma vez contabilizado, ser reapresentado para possível
reembolso pelo Caixa, qualquer que seja a finalidade e função do Caixa.
Também, para o caso de recebimentos por Caixa, que todos os recebimentos sejam
primeiramente processados pela área de contas a receber, no que tange, ao controle prévio,
sendo por esta área, quando for o caso, emitido o recibo de recebimento pré-numerado
tipograficamente, o qual será processado posteriormente para a devida baixa por este setor,
quando do efetivo registro (no controle paralelo de contas a receber e, na contabilidade) da
liquidação via Boletim de Caixa. Esta funcionalidade de controle toma diversos formatos nas
organizações, devido aos diversos recursos que atualmente existem disponíveis nos sistemas de
gestão integrados (nas empresas que os adotam), porém, todos tendem à observância destas
rotinas de controles e devem, sem sombra de dúvida, atentar para a segurança da operação de
recebimento, garantindo que a operação culmine, devidamente controlada, com o efetivo
depósito bancário na conta da empresa. Como já disse anteriormente, convém que o Caixa
Recebimento seja segregado de qualquer Caixa Pagamentos, isso vale, também, para suas
instalações físicas, sendo que em organizações de maior porte, até mesmo devem ficar sob
responsabilidade de pessoas diferentes.
Quanto ao Boletim de Caixa: depois de emitido, assinado e datado, pelo próprio responsável
pelo Caixa, com todos os comprovantes anexos, na mesma ordem sequencial dos seus
registros, deverá ser submetido à apreciação, conferência e aprovação por parte de superior
hierárquico na estrutura definida pela organização. Os Reembolsos de Fundo Fixos devem sofrer
este mesmo procedimento.
O adequado controle dos fundos movimentados por mim, é de tamanha importância para a
empresa, tanto quanto o é para uma pessoa, de repente se ver dentro de um vagão e, tendo de
pagar a passagem, se ver sem nenhum recurso em seus bolsos.