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ENERGIA EÓLICA DDS - 01.004.

002

GESTÃO INTEGRADA: QUALIDADE – MEIO AMBIENTE


E SEGURANÇA OCUPACIONAL

Área de treinamento: Nº DOCUMENTO

PARQUES EÓLICOS DDS - 01.004.002

ÁREA DE TREINAMENTO:
SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO NAS
USINAS EÓLICAS
ASSUNTO:

Riscos de incêndios nas torres eólicas.

Material de uso exclusivo em treinamentos internos. Proibida a


reprodução para uso comercial.

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 Riscos de incêndios nas torres eólicas.

1) INTRODUÇÃO.

Os parques eólicos implicam em grandes investimentos, com instalações


complexas, cuja rentabilidade depende de um programa de manutenção que
mantenha constância no seu ciclo produtivo. Além de manter o funcionamento
é necessário proteger os equipamentos, principalmente aqueles de maior
importância, assegurando tanto o capital investido quanto o suprimento de
energia elétrica ao longo de toda a sua vida útil.

Não restam dúvidas que as turbinas eólicas são projetadas dentro de padrões
técnicos internacionais, de modo a atenderem aos requisitos de segurança e
saúde ocupacional, incluindo a proteção contra incêndios. As estatísticas
indicam que grande maioria dos princípios de incêndios pode se extinguida de
forma rápida e eficaz. As consequências relacionadas com danos pessoais
estão abaixo de todos os outros riscos e poucas pessoas são atingidas tendo
em vista o número de funcionários que tem acesso aos postos de trabalho, no
interior dos aerogeradores. São números, inclusive, abaixo das estatísticas de
sinistros com pessoas, em outros segmentos do Sistema de Potência.

Energia Nuclear Energia hidroelétrica Energia eólica

FIGURA 1.1 – Ocorrência de incêndios em instalações do sistema de


potência.

Mesmo assim, um dos principais desafios da indústria de energia eólica é a


tendência das turbinas eólicas se incendiarem. Estes incidentes representam
as maiores preocupações entre projetistas, fabricantes, produtores e
seguradoras, quando se trata de projetar adequadamente as instalações;
pesquisar novos dispositivos de proteção; manter a produção garantindo a

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continuidade do negócio e os investimentos; bem como, estabelecer as


apólices de seguros adequadas. Numa visão mais ampla dessa questão, além
de ser um problema para a indústria, com os seus impactos nas diversas
subdivisões do segmento, aqueles incêndios de maior proporção prejudicam a
economia dos países produtores e contribuem para degradar o meio ambiente
com a produção de gases tóxicos.

Perda de produção Incêndios Gases tóxicos

FIGURA 1.2 – Perda de produção e degradação ambiental por


incêndios nos aerogeradores.

Apesar desse risco, o mercado de seguros no segmento eólico é atraente. As


apólices do setor estão entre as mais disputadas nas alternativas de produção
da energia elétrica, seja no Brasil ou em qualquer outro país do mundo. As
principais indenizações pagas correm por conta da quebra de máquinas,
incêndios nos geradores, problemas de montagem ou queda de raios. E, como
foi dito, os incêndios nas torres eólicas tem ocorrido com certa frequência,
embora apresentando um baixo índice de sinistralidade para pessoas.
Entretanto, não deixa de ser um risco potencial para os empregados e para a
população em geral. No mínimo, acarretam danos consideráveis como perdas
diretas decorrentes do sinistro, interrupções da produção, e danos na própria
imagem das empresas produtoras.

O Brasil está hoje entre os dez maiores produtores mundiais de energia eólica,
tendo a região nordeste um papel de destaque neste cenário. Esta revolução
da nossa matriz energética tem pouco mais de dez anos, e, nesse período, já
podemos contabilizar alguns acidentes que se tornaram públicos. As diferentes
causas que podem produzir incêndios podem ser eliminadas ou minimizadas,
instalando uma proteção contra incêndios que seja o máximo possível eficaz e
viável, economicamente. Este módulo do treinamento trata, justamente, dos
riscos de incêndio nos aerogeradores, fatores determinantes, causas e
consequências, mecanismos dos incêndios e medidas de proteção.

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2) FATORES DETERMINANTES.

2.1 – Características dos incêndios.

Os aerogeradores, tal como ocorre com outras instalações elétricas,


mecânicas, e eletromecânicas estão sujeitos à defeitos e avarias durante toda
a sua vida útil, que podem ou não resultarem em incêndios.

Fumaça Chamas Calor

Gases tóxicos Explosões Incêndios florestais

FIGURA 2.1 – Características relacionadas com os incêndios nos


aerogeradores.

As características de quaisquer incêndios são conhecidas: fumaça, chamas,


calor, vapores tóxicos e explosões. Nas instalações eólicas não poderia ser
diferente, embora existam características particulares de uma instalação para
outra ou de um incêndio para outro.

 Fumaça – Impede a passagem da luz, dificultando a visibilidade, e sua


aspiração acarreta intoxicações.
 Chama – Provoca a elevação da temperatura acima dos níveis
estabelecidos e aceitáveis. Uma pequena chama fora de controle pode se
converter num incêndio de grandes proporções.

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 Calor – Consiste na elevação de temperatura que pode provocar graves


avarias nas instalações elétricas, mecânicas e eletromecânicas ou até
mesmo a destruição total.
 Vapores tóxicos – Existem materiais que sob um incêndio se
decompõem, gerando gases e vapores tóxicos que contribuem para a
degradação ambiental A inalação dos mesmos pode gerar lesões graves
nas pessoas, inclusive óbitos. Alguns gases gerados produzem um efeito
de amortecimento e adormecimento (vítima cai em sono profundo e não
desperta caso não seja resgatada a tempo).
 Explosões – Um incêndio pode evoluir para explosões em função da
instabilidade dos materiais e quando em determinadas circunstâncias.

A origem dos fenômenos que caracterizam um incêndio nas torres eólicas


decorre de circunstâncias muito variadas: falhas elétricas, falhas mecânicas,
falhas humanas ou negligências, queda de raios, reações químicas, e até
mesmo incêndios florestais nas proximidades que podem atingir as estruturas.
Podemos estabelecer dois grupos de fatores:

 Fatores internos: decorrentes de falhas humanas ou negligências e


avarias próprias dos materiais e equipamentos;

 Fatores externos: decorrentes de fenômenos naturais (queda de raios,


ventos fortes, inundações, etc.); e outros fatores.

No primeiro grupo, as falhas humanas ou negligências estão potencialmente


presentes nas atividades de manutenção e operação. Exemplos: Falta de
limpeza e/ou organização: a acumulação de materiais de bota-fora; e
combustíveis armazenados em locais de risco que podem acarretar incêndios;
Exemplo, uma manutenção deficiente pode propiciar o aparecimento de
avarias, por um superaquecimento capaz de incidir na formação de chamas,
nas proximidades de outros materiais combustíveis; Presença de chamas
abertas: é o caso do uso indevido de maçaricos; Presença de Líquidos
inflamáveis manejados inadequadamente ou por desconhecimento de algumas
propriedades físicas importantes tem sido a causa de muitos incêndios: tintas,
solventes, querosene, etc.; Uso de cigarros e fósforos: o desrespeito aos
avisos de “não fumar” já foi objeto de graves acidentes.

Avarias mecânicas - Como fatores internos, próprios dos materiais e


equipamentos, podemos citar também as avarias mecânicas, elétricas e
eletromecânicas, inerentes aos equipamentos e dispositivos das torres eólicas,
tais como engrenagens, fiação, conexões, etc. que são traduzidas em defeitos
nos materiais dos equipamentos: fadiga, altas temperaturas, vibrações,
sobrecargas, etc. Estas falhas são geradas, na sua maioria, por defeitos de

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manutenção e/ou operação: sobrecargas que geram fadigas; utilização


insuficiente de óleos lubrificantes em locais que geram atritos excessivos;
sistema de refrigeração ineficiente capaz de provocar altas temperaturas, etc.

FIGURA 2.2 – Avarias mecânicas como condicionantes de incêndios.

As principais avarias mecânicas são:

Fadiga de materiais: Traduzidas em fissuras decorrentes das variações de


tensões nos materiais em geral. Dentro deste grupo podemos citar: fissuras
nas pás, rachaduras nas torres, trincas nos rotores, etc.; danos por
compressão ou impacto nas engrenagens e rolamentos; fissuras de flexão nas
raízes dos dentes das engrenagens; fissuras de fadiga em eixos e uniões, etc.

Fenômenos tropológicos: Provocados por corpos em movimento relativo, e


submetidas à pressão (abrasão, adesão, desgaste superficial, etc.). As partes
móveis do maquinário produzem calor ou faíscas, por atrito. O fenômeno se
agrava quando não se controla a lubrificação ou quando a mesma é
inadequada, aumentando o risco de produzir focos de incêndio. Dentro deste
grupo cabe destacar o desgaste por atrito das engrenagens e rolamentos;
desgaste nas placas deslizantes do sistema de orientação; e o desgaste de
borda de fixação das pás, dentre outros pontos considerados críticos.

FIGURA 2.3 – Engrenagens sujeitas a atritos e desgastes.

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Reações físico-químicas: Pode ser a corrosão lenta e gradual dos materiais,


assim como a deterioração de polímeros pela radiação ultravioleta, hidrogênio
e ozônio. Estas reações trazem como consequência a destruição de partes
metálicas, plásticos de cobertura de cabos e outros materiais. Casos mais
graves podem significar uma ruptura brusca de pás, de eixos, de circuitos
hidráulicos, e de continuidades elétricas, etc. A ignição espontânea de certos
líquidos/gases também está incluída neste grupo.

Avarias elétricas: Curtos-circuitos devido ao desgaste de cabos condutores;


sobrecargas elétricas das redes, que esquentam; equipamentos com
manutenção deficiente; pontos quentes em juntas ou emendas elétricas;
equipamentos eletrônicos ou quadros de distribuição/controle em curto-
circuito; etc.

FIGURA 2.4 – Avarias elétricas como condicionantes de incêndios.

2.2 - Condicionantes de risco inerentes aos equipamentos.

Entre os fatores relevantes que afetam a sinistralidade por incêndios de um


parque eólico estão os tipos de equipamentos, modelos, alturas, potências,
faixas de idade, características da região de sua localização, etc. Vamos dizer
que são condições de projeto, fabricação, montagem, manutenção e operação
dos equipamentos de geração eólica também podem representar fontes de
riscos para os incêndios. Estas condicionantes podem ser divididas em dois
grupos: condicionantes construtivas e condicionantes de funcionamento.

Para efeito de estudo do assunto, vamos considerar os seguintes requisitos


ideais mínimos para um determinado projeto de um aerogerador típico: Poder
operar com normalidade em situações climáticas normais e suportar condições
internas extremas, durante produção de energia; Atender parâmetros técnicos
e ambientais previamente especificados: nível de ruído; vibração, temperatura,
etc.; Incorporar um sistema de monitoramento das condições de operação

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para os principais equipamentos; Ter capacidade para trabalhar a plena


potência em temperaturas ambientes, exteriores à gôndola entre – 5 °C e 40
°C ou outros valores estabelecidos; Possuir um sistema de proteção contra
curtos circuitos, e sobrecorrentes, bem como um aterramento efetivo; Possuir
nacelle com sistema de detecção e extinção integrada de incêndios; Possibilitar
condições de fácil manutenção (condições de acesso, iluminação, espaço
adequado, etc.) para as equipes trabalharem com segurança, nos diferentes
setores das torres eólicas; Sempre que possíveis todos os sistemas de
lubrificação devem ser automáticos, mediante bomba elétrica controlada à
distância; Facilitar, na medida do possível as condições de acesso nas pás,
rotor, gondola, etc.; Disponibilizar dispositivos de ancoragens para linhas de
vida; Possuir inovações tecnológicas de ultima geração, tal como sistemas de
telecomando à distância que permitam visualizar, operar e controlar os
parâmetros de funcionamento, mudanças de configurações, modos de
operação, etc.; Possuir garantia de construção e fabricação de no mínimo 2
anos. De modo que esse aerogerador típico pode se dividido nos seguintes
subsistemas:

 SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ENERGIA DO VENTO;


 SISTEMA DE GERAÇÃO DA ENERGIA ELETRICA;
 SISTEMA DE ORIENTAÇÃO;
 SISTEMA DE REGULAÇÃO E CONTROLE;
 SISTEMA DE SUPORTE;
 SISTEMA DE DETECÇÃO E EXTINÇÃO DE INCENDIOS.

Há uma grande listagem de parâmetros que podem ou devem ser medidos e


controlados: Velocidade do vento e sua direção; Velocidade de rotação dos
eixos; Ângulo das hélices; Orientação; Potencia ativa; Potencia reativa;
Energia gerada; Horas de marcha; Forma de onda; Rotações por minuto
(RPM); Tensão elétrica; Frequência; Corrente; Medidas e alarme de óleo
(temperaturas, Níveis, pressão, etc.); Medida e alarme de temperatura das
bobinas; Medida e alarme de temperatura nos armários de controle; Medida e
alarme de temperatura em rolamentos; Medida e alarme de temperatura em
transformadores; Desgaste nos revestimentos dos freios mecânicos, etc. É
ideal também que o sistema de controle seja ser capaz de detectar os defeitos
mais comuns, tais como: desalinhamentos do eixo; Folgas mecânicas
excessivas; Problemas de geração (rotor e estator); Problemas de
ressonância; Vibrações excessivas nas torres e/ou nas pás; Defeitos de
lubrificação capazes de provocar aquecimento; etc. Um aerogerador padrão
deve incluir pelo menos os seguintes sensores para os componentes mais
críticos do trem de potência: Acelerômetros para o gerador e multiplicadora,
em suas etapas paralelas; Acelerômetros para eixo principal e para a
multiplicadora, nas etapas rotacionais; e tacômetro nas saídas da

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multiplicadora. Os equipamentos de maior porte possuem a maioria das


funções acima referidas, cujo sistema de monitoramento de parâmetros
operacionais, de supervisão à distância, e telecomando das turbinas eólicas,
indicam leituras com precisões que são inferiores a 1% para as magnitudes
elétricas e 5% para as mecânicas.

Ocorre que nem sempre é economicamente viável ou absolutamente


necessário a um aerogerador possuir todas as condições acima especificadas.
Sempre há limitações, principalmente quanto aos modelos mais antigos, para
os quais as avarias podem está ligadas ao fator idade e/ou falta de
manutenção adequada.

FIGURA 2.5 – Equipamentos do sistema de orientação.

Nos últimos anos surgiram inovações tecnológicas no sentido de aumentar a


capacidade de geração, reduzindo ou eliminando as vulnerabilidades mais
influentes. Entretanto, independentemente do modelo ou fabricante, as
turbinas estarão sempre submetidas a esforços importantes que se traduzem,
por exemplo, em vibrações constantes. Estas vibrações acabam afetando e
deteriorando a capacidade de suporte ou trabalho de itens isolados (juntas ou
uniões de tubulações, continuidade dos componentes elétricos, avarias em
instrumentos sensíveis importantes, etc.), que no final prejudicam todo o
conjunto. Deste modo, podemos concluir que risco de incêndio nas turbinas
eólicas é único, e específico para cada modelo/fabricante. Cada um tem as
suas próprias características, peculiaridades e vulnerabilidades, sendo difícil
estabelecer uma proteção única contra a possibilidade de incêndios, que se
adapte nas diversas opções de aerogeradores existentes no mercado
especializado: Maior ou menor poder de concentração de calor no interno;
Maior ou menor potencial de ignição no interior da gondola; Excesso de
componentes que exigem trabalhos de manutenção à quente; Maior ou menor
eficiência dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas; Maior ou
menor eficiência dos sistemas de proteção combate a incêndios; Cabines mais
reduzidas ou de difícil acesso que implicam em dificuldades para o combate a
incêndios; Características geográficas que facilitam a propagação de incêndios,
etc.

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FIGURA 2.6 – Partes principais de composição de um aerogrrador.

FIGURA 2.7 – Particularidades de cada modelo/fabricante.

As partes principais dos aerogeradores são praticamente comuns aos diversos


modelos: gôndola ou nacelle, pás, coluna ou torre, e base ou fundação. Os
componentes dos aerogeradores são fabricados utilizando diversos materiais
que incluem elementos combustíveis, compondo uma carga substancial de
matéria, que pode facilitar a propagação de um incêndio, especialmente na
presença de óleos dos sistemas hidráulicos, sistema de frenagem, sistemas de
ajustes, ou faíscas durante os trabalhos de manutenção, etc. O óleo dos
sistemas hidráulicos, da caixa de engrenagens, dos transformadores a óleo, os
componentes plásticos de cabos elétricos, resíduos de graxas contendo

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substâncias oleosas que não tenham sido eliminadas corretamente, bem como
os lubrificantes que muitas vezes são armazenados dentro da nacelle
complementam essa carga de incêndio, bastante propícia para possibilitar os
focos térmicos iniciais, quando na presença de faíscas ou elevação da
temperatura. Um aerogerador de médio a grande porte mantêm cerca de 200
a 400 litros de óleo no seu interior.

1. Nacelle ou Gondola – As cabines das nacelles são fabricadas sob


diferentes modelos, com uma armação resistente, geralmente aço, para
resistir cargas de torsão e flexão, próprias de sua montagem e operação. O
fechamento pode ser uma carcaça plástica, com isolamento interno de espuma
que tem o objetivo de mitigar o ruído durante o funcionamento dos
equipamentos internos. Os painéis de fibra são desmontáveis quando utilizados
para reduzir o peso da estrutura e servem apenas como proteção dos
componentes contra as intempéries. É na gôndola que se concentra a maior
parte dos componentes de transformação da energia eólica em energia
elétrica: gerador, sistemas hidráulicos, freios, etc., todos eles localizados no
topo das colunas que atingem grandes alturas. Esse conjunto necessita de um
serie de componentes eléctricos (armários de controle, transformadores,
geradores, etc.), que tornam o risco elétrico um ponto de preocupação. É
também na gôndola que estão situados a maioria dos pontos mecânicos,
críticos, na condição de focos térmicos, criados por movimentos de atrito,
convivendo com os elementos líquidos inflamáveis.

FIGURA 2.8 – Diferentes modelos de gôndolas.

Conhecendo os seus equipamentos internos e as particularidades de cada um,


fica fácil entender o elevado poder de ignição dentro de uma gôndola, local
onde estão alojados os sistemas eléctricos, mecânicos e eletromecânicos,
convivendo com uma grande quantidade de material inflamável, incluindo
plásticos, fibras de vidro e óleos lubrificantes. Os elementos principais que
podemos encontrar no interior de uma gôndola de um arogerador são:

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 Multiplicadora – A multiplicadora é montada sobre elementos


amortecedores elásticos que minimizam a transmissão de ruídos e
vibrações para o conjunto da estrutura. Sua função consiste em adaptar
a velocidade de giro do rotor, de um valor mais baixo de revoluções por
minuto (Ex: 17-48 rpm.), para uma velocidade rotacional maior (EX:
1.000-1.500 rpm.).
 Gerador elétrico – É o principal componente das instalações elétricas
dos aerogeradores. É o componente encarregado de transformar a
energia mecânica do rotor em eletricidade. A alta potencia instalada nos
aerogeradores modernos faz com que os geradores elétricos trabalhem
em temperaturas consideráveis, motivo pelo qual exigem um sistema de
refrigeração acoplado. A refrigeração se consegue utilizando o próprio ar,
como fluído refrigerador ou ainda refrigerantes líquidos.
 Freio mecânico - Sistema que desempenha uma dupla função:
assegurar a parada total do giro do rotor, fazendo com que este
permaneça imóvel para que o pessoal de manutenção exerça as suas
atividades. A segunda função é de natureza emergencial quando o freio
realiza paradas de emergência, nas situações em que o aerogerador se
encontre em situação de risco operacional. Em turbinas mais modernas,
dotadas de freios aerodinâmicos, o sistema de freio mecânico é utilizado
apenas como um elemento de apoio para estacionamento adicional de
segurança por perda aerodinâmica. O freio aerodinâmico consiste num
sistema de regulação do rotor, por mudança no ângulo de giro das pás: o
rotor somente pode se movimentar quando as pás não estão giradas de
90 graus.
 Transformador – É um componente que não precisa ser,
necessariamente, instalado no interior da gondola. Em muitos
aerogeradores mais modernos o transformador fica localizado no interior
da torre, mais precisamente na base da mesma. É o componente que se
encarrega de elevar a tensão produzida inicialmente para valores que
permitam a sua distribuição na rede, com perdas iônicas reduzidas.
 Quadro de controle - Na gôndola estão localizados os quadros
primários de controle que governam o funcionamento dos equipamentos
(orientação da nacelle, rotação das pás, regulação de velocidade do
rotor, manobras de engate e desengate, ventilação ou refrigeração de
componentes críticos, etc.) e transmitem os dados para um centro
operacional de supervisão à distância, quando for o caso.
 Comutadores – Alguns projetos são dotados de comutadores instalados
de forma que as partes que exigem uma operação manual se encontram
em lugares acessíveis para a operação por pessoas autorizadas. Deve-se
evitar que a operação dos mesmos produza uma sobrecarga excessiva
ou quaisquer outras anomalias capazes de produzir danos aos outros
subsistemas importantes.

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 Cabeação e equipamentos eletroeletrônicos - Todas as instalações e


equipamentos e eletroeletrônicos são projetados, fabricados e instalados
de acordo com normas nacionais e internacionais reconhecidas. A
expectativa é que tais equipamentos proporcionem durabilidade e
funcionem de forma segura, durante as suas tarefas de operação e
manutenção. Todo o cabeamento deve ser embutido ou protegido do
contato com partes mecânicas sujeitas em movimento ou sujeitas a
elevação de temperatura.

As torres eólicas trabalham com um sistema de rotação da gôndola, com


balizamento aeronáutico, para aproveitar as direções favoráveis do vento.

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FIGURA 2.9 – Movimentos rotacionais: atrito e lubrificação.

Com ajuda de um motor, a gondola gira em relação ao seu ponto de apoio e


fixação na torre. Além de ser um movimento que trabalha sobre condições de
grande atrito, este giro desfavorece o combate aos incêndios, criando
dificuldades durante a elaboração dos projetos para fazer a transição de
continuidade entre os elementos no interior da gondola e os elementos na
parte inferior da torre. Diante de um atrito físico, interno e externo entre peças
ou entre distintos equipamentos existentes no interior da gôndola e fora dela,
é necessário promover uma lubrificação constante dos pontos críticos de
contato. O suprimento de óleos e graxas é talvez a tarefa mais importante na
atividade de manutenção das torres eólicas. Ainda que esta tarefa seja feita
regularmente, com o funcionamento continuado, as peças atritadas criam
desgastes produzindo folgas que permitem o vazamento dos líquidos
lubrificantes, inflamáveis, chegando muitas vezes a gotejarem nas áreas mais
próximas ou sobre outras partes dos equipamentos. Quando este gotejamento
ocorre sobre eixos em rotação rápida ou lenta há o risco das gotas atingirem
locais mais distantes em função da velocidade rotacional.

Havendo essa grande carga de incêndio é natural que as nacelles sejam os


elementos de maior relevância na hora de se projetar um sistema de proteção
contra dos incêndios. O layout interno de uma nacelle é um ponto importante
nessa questão. Justamente neste local, com grande acumulação de materiais
sólidos e líquidos altamente inflamáveis, fica difícil para o pessoal

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especializado/corpo de bombeiros, combater a existência de chamas, tendo em


vista as dificuldades de acesso ou movimentação interna, em um espaço
confinado e reduzido. Para quem está fora, abaixo da mesma, fica
impraticável chega ao local do foco, havendo o risco de elementos caindo em
chamas do alto das torres.

FIGURA 2.10 – Detalhes típicos da torre de um aerogerador.

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Ainda em relação ao projeto das gôndolas, as oscilações de temperatura e


umidade internas são bastante extremas e indesejáveis, considerando os
períodos diurno e noturno, especialmente, quanto aos aerogeradores on-shore
que não são necessariamente estanques. Ou seja, dispõe de entradas e saídas
de ar por aberturas no bujão do rotor, abertura para ventilação interna ou
portas para acesso ao seu exterior, ou mesmo pequenas passagens de ar na
carcaça de gôndola que fazem o contato do ambiente interno com o ambiente
externo. Por esta razão a poeira, pó, sujeiras e outros poluentes (Ex:
salinidade marítima) conseguem penetrar na gôndola, criando mais um motivo
de manutenção contínua, ao atingir componentes sensíveis, prejudicando a sua
funcionalidade.

2. Rotor - Entre os componentes principais de um aerogerador, o rotor é o


elemento mais exposto aos incidentes por raios (causa da maioria dos
incêndios nos aerogeradores). O constante giro do rotor em relação ao corpo
da gôndola impossibilita a implantação dos sistemas de proteção contra
incêndios que vincule de forma integral, sem quebra de continuidade a
passagem de correntes de equipotencialização e aterramento.

3. Torre – A torre ou coluna é o elemento de suporte dos elementos de


geração eólica, além de local de instalação de outros equipamentos igualmente
importantes. Ao longo da mesma estão instalados os sistemas de acesso aos
demais dispositivos em alturas, sujeitos às manobras de operação e
manutenção, que dependendo da potência do aerogerador estão situados em
locais acima de 100 metros. Embora facilitando o acesso, criam condicionantes
de risco e dificuldades para as manobras de combate aos eventuais incêndios.

4. Pás ou hélices – As pás geralmente são construídas com uma estrutura


central resistente que dá apoio ao material externo de acabamento final.

 Armação de aço e cobertura de alumínio – Apresentam problemas de


peso e fadiga precoce do metal. Por essas razões são atualmente
utilizadas somente no arogeradores muito pequenos.
 Fibra de vidro reforçada com resina poliéster - Utilizada na maioria das
pás dos aerogeradores mais modernos. Utilizam uma matriz de malha
em fibras de vidro impregnadas de poliéster. O poliéster é endurecido
depois de impregnado na fibra de vidro. A base da matriz pode ser
fabricada total ou parcialmente, de fibra de carbono, que é um material
de alta resistência e leves.
 Fibra de vidro reforçada com resina epóxi – O epóxi pode ser utilizado no
lugar do poliéster na forma de lâminas impregnadas, constituindo pás,
mas leves, com maior flexibilidade, menor deformação sob temperaturas
extremas e melhores quanto à resistência para absorção de água.

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 Fibra de carbono - Material de reforço em tiras capaz de possuir boas


propriedades mecânicas. Propiciam alta resistência mecânica, e pás
muito leves. Entretanto são antieconômicas para os aerogeradores de
grande porte.
 Existem também algumas alternativas com materiais compostos, tais
como fibra de vidro+fibra de carbono madeira+epóxi e
madeira+fibra+epóxi.

Algumas pás possuem diâmetros que medem cerca de 40 metros e pesam


mais de 8000 Kg. Pás muito grandes são geradoras de cargas eletrostáticas
pelo atrito do ar, a considerar nos respectivos projetos.

Nos modelos mais sofisticados de aerogeradores, as pás possuem na sua ponta


um sistema de freio aerodinâmico que basicamente consiste em girar as
hélices do rotor de 90 graus ao redor de um eixo longitudinal (turbinas que
atuam pela modificação do ângulo de giro das pás) ou turbinas de regulação
ativa por perda aerodinâmica. Estes sistemas são acionados mediante sinais
caso ocorram falhas de qualidade ou continuidade, no suprimento de energia
elétrica, (Ex: perda de pressão no sistema a hidráulico), voltando a reativar o
sistema, caso os problemas sejam imediatamente solucionados. Os freios
aerodinâmicos oferecem, aos aerogeradores com tecnologia de ponta, uma
forma mais suave, sem o atrito inerente aos sistemas mecânicos.

As pás de um aerogerador são fundamentais, tendo em vista que são


encarregadas de recolher a energia do vento, converter o movimento linear em
movimento de rotação, transmitir esta energia para o rotor, que daí é passada
para um sistema de transmissão mecânica até um gerador, que transforma a
rotação em energia elétrica. Neste trabalho constante, as pás podem também
ser afetadas por rupturas localizadas ou grandes avarias que podem ocasionar
o seu desprendimento do rotor, seguindo-se um desequilíbrio do conjunto e
chegando até a queda total do bloco torre-nacelle-pás. Há também
condicionantes de risco por vibrações e super-velocidade que podem terminar
em incêndios.

As pás exercem hoje um importante papel na limitação das descargas


atmosféricas nos equipamentos mais recentes. A preocupação com o risco de
incêndios por descargas atmosféricas fez com que os fabricantes e projetistas
investirem no desenvolvimento de pás com dispositivos passivos de proteção
contra raios.

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FIGURA 2.11 – Detalhes típicos das hélices de um aerogerador.

5. Sistema de aterramento – Sistema que promove a conexão entre as


partes metálicas ou carcaças, não energizadas das instalações (generador,
gôndola, torre, etc.) com a terra. A resistência de aterramento possui limites
que são estabelecidos de modo que nenhuma sobretensão acarrete danos aos
equipamentos de geração, regulação, comando, controle e comunicação do
aerogerador. Exemplo: Resistencia de terra sempre inferior a 3 ohms em
condições normais de funcionamento e menor que 10 ohms em qualquer
condição de umidade do terreno, sendo capaz de dissipar a energia de um raio
de 200 kA de corrente. É um componente muito importante no contexto dos
incêndios, e, está sujeito a inspeções e manutenções de rotina para garantir a
sua efetividade.

2.3 – CONDICIONANTES EXTERNAS DE RISCO.

Recordando, os acidentes em torres eólicas podem ocorrer tanto por


sobreaquecimentos de engrenagens, falhas de lubrificação, curto circuitos
elétricos, etc., como pela ocorrência de fenômenos externos. Dentre os fatores
externos convém citar os ventos anormais e as descargas atmosféricas que
tendem a cair no ponto mais alto das instalações. Devido à altura alcançada
pelos aerogeradores e sua localização em áreas geográficas de grande altitude,
existe um risco elevado de receberem os impactos de raios. Esse risco
aumenta quadraticamente em função da sua altura ou da sua localização em

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topografia elevada. O comprimento das pás deve ser considerado nesta


condicionante de risco por altura.

Ventos anormais Descargas diretas Descargas indiretas

FIGURA 2.12 – Fenômenos atmosféricos como condicionantes externas


do risco de incêndio

Um raio é uma descarga elétrica cujo direcionamento tem origem nas nuvens
carregadas seguindo na direção dos elementos situados na terra ou vice-versa.
Em geral as nuvens são positivamente carregadas na parte superior e
negativamente carregadas na parte inferior.

 Raios de polaridade negativa - Caso o raio negativo apareça na pá, sua


trajetória será descendente desde a nuvem até o ponto de contato (pá).

 Raios de polaridade positiva - Se a polaridade dos raios é positiva,


fisicamente há uma trajetória de luz ascendente, desde a pá na direção
da nuvem.

Na primeira condição quando as diferenças de tensão (potencial) entre uma


nuvem e a terra alcançam valores na ordem de 100 milhões de volts surge o
fenômeno dos relâmpagos. São comuns também os raios de uma nuvem para
outra. Os raios são faíscas elétricas que procuram compensar estas diferenças
de tensão. A segunda condição, menos frequente, é quando a direção do
fenômeno salta do solo para as nuvens.

As temperaturas envolvidas nas descargas elétricas podem alcançar valores


da ordem de 30.000°C, o que corresponde a cinco vezes a temperatura da
superfície do sol. O calor extremo faz com que o ar se dilate com forças
elevadas. A intensidade da corrente alcança facilmente 100.000 amperes, e
algumas vezes chegando até 400.000 amperes. Considerando que a duração
do fenômeno é da ordem de milionésimos de segundos, um raio característico
pode produzir uma elevada quantidade de energia. Segundo as estatísticas
internacionais cerca de 15 % dos raios que ocorrem no mundo são do tipo
terra-nuvem, chamados de raios positivos, ou seja, começam em elementos,
objetos ou estruturas de grandes alturas situadas na superfície da terra,

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apresentam picos máximos de corrente com valores baixos (aproximadamente


15 kA), com uma carga transferida muito alta, correspondendo a potenciais
elétricos significativos na possibilidade de provocarem danos de grande monta.

De acordo com as normas IEC 1024, IEC 62305 e similares, as partes expostas
de um aerogerador devem ser capazes de funcionar em condições adversas de
raios para uma corrente de projeto de 200 kA, sem que ocorram danos
consideráveis.

3 – PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DIRETAS E INDIRETAS.

Em alguns parques eólicos os aerogeradores já suportaram, anualmente,


múltiplos impactos de raios, sem que tais eventos gerassem danos
importantes, graças aos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas,
nele instalados. Os especialistas entendem que tais sistemas, quando
adequados, têm hoje, uma eficiência aproximada de 90 a 95%. De qualquer
forma os aerogeradores não são totalmente imunes aos efeitos das descargas
atmosféricas.

Os tipos de danos ocasionados por um aerogerador incendiado se divide em


três tipos: danos materiais, danos financeiros, e danos sociais. As principais
consequências diretas são os danos materiais. Segundo as organizações de
seguros patrimoniais um incêndio em uma turbina de vento pode causar danos
consideráveis aos empreendimentos, representando altas perdas financeiras
por inatividade ou indenizações de responsabilidade civil. Os aerogeradores
atingidos por incêndios, que sofrem danos materiais, podem implicar em
interrupções dos serviços durante um longo período de tempo, em vários
meses. Estima-se que uma turbina eólica incendiada pode ficar em média
cerca de três meses inativa, com um elevado custo de reposição. Os custos
são significativamente mais altos, especialmente, no caso das instalações off-
shore.

As perdas de um acontecimento dessa natureza aumentam com a capacidade


instalada. Estas perdas podem ser limitadas a determinados equipamentos ou
partes deles: gôndola, torre, subestação elétrica, gerador, quadro de
distribuição, transformador, etc. Os equipamentos mais afetados com
incêndios, originados por causas atmosféricas, são a rede elétrica e as pás. O
componente de maior relevância na sinistralidade é a pá. Na forma de grupo, o
conjunto formado por pás, caixa multiplicadora e eixo principal é o de maior
incidência em danos materiais. O grupo formado por pás e transformador de
potência da subestação é o de maior relevância na perda de lucros. Em outras
palavras, os incidentes podem implicar em perdas parciais ou totais. Nos casos

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de menor proporção as recuperações podem ser realizadas de imediato,


embora sejam igualmente complicadas. O custo aumenta substancialmente
com a necessidade de elevar grandes peças e/ou elementos pesados,
utilizando os guindastes especiais de grande altura. As despesas podem ser
minimizadas, no caso das hélices, quando a empresa já dispõe de pás
sobressalentes.

Os casos de maior consequência implicam na perda total da gôndola, ou do


rotor ou mesmo do equipamento completo que deve ser totalmente reposto.
As grandes perdas estão relacionadas com a nacelle e os componentes
localizados no seu interior, em numero elevado, num espaço reduzido que
pode facilmente passar de um simples foco inicial para um incêndio de grandes
proporções. Neste caso a perda será total e o custo de recuperação das
gondolas e respectivos componentes pode ultrapassar o valor original de um
aerogerador, acarretando um tempo de interrupção que pode ser superior a
nove meses, considerando o prazo de entrega dos equipamentos.

Mesmo que isto não afete o parque eólico como um todo, sem continuar
funcionando integralmente, haverá uma perda na produção total de megawatts
que seriam disponibilizados para o mercado consumidor.

Perda localizada Perda parcal Perda total

FIGURA 3.1 – Ordem de grandeza das consequências materiais.

Considerando que os aerogeradores estão instalados em lugares isolados, o


número de ocorrências com lesões pessoais aos trabalhadores tem sido
relativamente pequeno. Da mesma forma, os danos pessoais a terceiros são de
pequena probabilidade. Entretanto, não se podem menosprezar os riscos
existentes. Um incêndio pode produzir outras situações de riscos associadas,
para quem está trabalhando na manutenção, com atividades em altura ou em
espaços reduzidos/confinados. Digamos, os riscos de queda aumentam na
medida em que os procedimentos de proteção não sejam corretamente
aplicados.

As pás atingidas pelo impacto de um raio, por exemplo, pode cair numa
posição reta e seguir em chamas pouco a pouco. Uma das consequências que

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pode decorrer de fogo/ou explosões são os incêndios florestais. Um acidente


com desprendimento de componentes de pás ou da gôndola espalham
elementos que podem atingir uma grande área ou chegar a centenas de
metros de distância, provocando danos em outras instalações e pessoas não
advertidas. Na Europa e em outras regiões têm sido frequentes as
consequências de incêndios sobre a vegetação circunvizinha e as reclamações
por questões ambientais, como a contaminação de óleo derramado. Estas
ocorrências podem gerar um incêndio de grandes proporções em função das
dificuldades que se tenha de combater o foco inicial ou das circunstancias
locais.

Incêndio na Incêndio na Incêndio na torre


gôndola hélice

FIGURA 3.1 – Locais típicos de incêndios nos aerogeradores.

A grande distância dos parques eólicos para as corporações do corpo de


bombeiros, e a força dos ventos que sopra nos parques eólicos são fatores que
dificultam o combate aos incêndios. Um simples foco pode atingir uma rápida
propagação, transformando-se num acidente de graves consequências
ambientais, especialmente, quando o parque eólico está localizado próximo de
áreas sensíveis ou de preservação. Não podemos esquecer também os
aspectos sociais e as consequências danosas para a imagem das empresas.

Incêndios florestais. Áreas cultivadas Áreas preservadas

FIGURA 3.2 – Danos relacionados com terceiros.

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4 – PRINCIPAIS MECANISMOS DE INCÊNDIOS NOS AEROGERADORES.

Insistindo, já vimos que os incêndios podem ser originados de aquecimentos


por sobrecargas de operação ou curto circuitos, arcos elétricos, faíscas geradas
em freios mecânicos, falhas de aterramento ou em operações de manutenção
(soldas e oxi-corte); ou ainda atritos mecânicos por avarias mecânicas ou falta
de lubrificação. Quanto aos agentes externos temos a queda de raios por
incidência direta ou indireta. Quando as temperaturas elevadas, faíscas ou as
chamas entram em contato com óleo existente nos aerogeradores, o fogo
começa a consumir a nacelle, já que a sua evolução tende a ser muito rápida.

O grupo gerador pega fogo, juntamente, com os demais materiais e/ou


equipamentos. As pás se incendeiam, soltam partes em chamas e se
desprendem em queda livre de sua posição de fixação. Quando existe algum
dano ou agente externo, como no caso de raios, capaz de elevar a
temperatura do sistema, há um aumento da pressão nas tubulações, que dá
lugar a sua ruptura e consequente fuga de óleo no sob a forma de nuvem. Ao
se espalhar, a nuvem de óleo pode produzir uma explosão que expande o
incêndio no interior da cabine.

Consequências
Consequências Queda de partes Consequências
diretas
diretas incendiadas indiretas

FIGURA 4.1 – Consequências x Mecanismo dos incêndios.

A descrição acima é apenas uma das hipóteses, considerando que o


mecanismo de atuação de um incêndio numa torre eólica é de certo modo
imprevisível, tendo em vista as diferentes tipologias, configurações estruturais,
materiais de constituição, localização do foco de incêndio, e especialmente,
pela quantidade de combustível que pode existir no interior do equipamento.
Devemos considerar outras condições favoráveis de propagação das chamas,
como pelo efeito chaminé no interior das torres, que facilita a rápida
disseminação da fumaça e do fogo. O potencial dos possíveis pontos de ignição
aumenta quando a carcaça da gondola é constituída de materiais como fibra de
vidro e carbono.

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4.1 - Mecanismo de incêndios por avarias elétricas.

Exemplos típicos de incêndio por falhas elétricas, principalmente, são aqueles


produzidos nos quadros de distribuição de baixa tensão instalados no interior
das nacelles. Estas falhas acontecem geralmente quando as conexões não
estão suficientemente apertadas. A elevada resistência de contato produz um
acréscimo de temperatura, propiciando a ignição do material adjacente e/ou
atingindo o combustível circunvizinho, existente no interior da cabine.

O fenômeno de ressonância é outro motivo que pode e gerar uma alta


corrente, a qual causam danos em condensadores, geralmente devidos a uma
sobrevoltagem, produzindo um incremento na perda de potência e implicando
na queima de condensadores. Como resultado deste tipo de incêndio tem a
perda total do condensador ou as consequências de um incêndio maior.

4.2 - Mecanismo de incêndios por avarias mecânicas.

São os mecanismos de incêndios relacionados com as causas de natureza


mecânica que decorrem, por exemplo, de fenômenos de sobreaquecimento das
superfícies que entram em contato com outros materiais combustíveis ou
lubrificantes. Por exemplo: se existem falhas por atrito de componentes em
movimento relativo entre si, produzindo faíscas perigosas; ou faíscas geradas
pela rotação de ventiladores instalados dentro das gôndolas; ou se os freios
mecânicos produzem temperaturas elevadas que podem dar origem a uma
ignição de outros materiais combustíveis, etc.

4.3 – Mecanismo decorrente de falhas humanas ou negligência.

Podemos falar ainda, dos riscos de incêndios por elevação de temperatura que
são produzidas por sobreaquecimentos resultantes das falhas do programa de
lubrificação. Ou das negligências na manipulação de produtos combustíveis
introduzidas durante os trabalhos montagem e desmontagem de componentes
dos aerogeradores que podem conduzir a um incêndio. Em especial, nos
trabalhos relacionados com operações de corte e solda em situações
impróprias. Sobre tais atividades, os processos de corte e solda são sempre
perigosos, podendo provocar a ignição de materiais que estão relativamente
distantes, digamos a uma distância de 10 metros da zona de trabalho. Muitos
desses incêndios aparecem várias horas após a conclusão dos trabalhos
realizados, havendo condições de estado latentes.

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4.4 – Mecanismos de incêndios por descargas atmosféricas.

Este mecanismo já foi objeto de discussão no módulo anterior que tratou do


risco das descargas atmosféricas nas torres eólicas. Vamos apenas reforçar os
conceitos e discutir novos aspectos de nosso interesse. Já foi comprovado que
os parques eólicos estão sempre sujeitos a vários impactos atmosféricos, por
ano, por serem constituídos de elementos suficientemente altos. Em função
da intensidade de descarga dos raios e de suas polaridades, no mínimo
aparecem efeitos eletrodinâmicos, térmicos, elétricos, magnéticos e
eletromagnéticos de pequena monta, e temperaturas muito elevadas. Os
sistemas eletroeletrônicos dos aerogeradores são elementos muito sensíveis,
vulneráveis a efeitos eletromagnéticos secundários, causados pelas descargas
diretas ou nas suas redondezas. Tais efeitos, de impacto dos raios e da
passagem das correntes elétricas, criam acoplamentos e induções, por
exemplo, para os instrumentos sensíveis de navegação e orientação do
aerogerador, perdendo-se as informações de forma definitiva ou provisória.
Podem surgir também problemas de funcionamento no sistema de frenagem
aerodinâmica, fazendo com que a leitura de velocidade das hélices seja
impraticável, a ponto de colocar em risco a integridade do equipamento. Se a
velocidade das pás aumenta acima dos valores permitidos pelo projeto, sem
que os instrumentos de controle acusem este fato, estamos diante de
condições com elevado risco para um eventual incêndio, na presença dos raios
ou ventos fortes. O perigo que decorre dos impactos de um raio aumenta
consideravelmente quando não há um sistema de proteção adequado ou
quando o mesmo não funciona corretamente ou ainda por outras razões não
controladas. Além disso, mesmo quando há um sistema de proteção passiva,
nas zonas onde não existem descarregadores de sobretensão, podem ser
produzidos arcos elétricos internos, danosos.

E, quando existe o tal sistema de descargas atmosféricas para a terra, os


efeitos que aparecem podem ser diretos ou indiretos, ao longo de um percurso
que se inicia no ponto mais alto, geralmente a ponta das pás, seguindo pelo
corpo da torre e terminando no sistema de aterramento instalado na base das
torres. Quando um raio atinge a ponta da hélice, e é captado, a corrente da
descarga avança pelo corpo da torre da pá, passa para a gôndola e para a
torre por meio de um sistema de continuidade variável. Seguindo seu caminho
natural ao longo do sistema de proteção até o aterramento final, segundos
depois do impacto de na ponta de uma hélice, a corrente segue através dos
condutores de equipotencialização, que possuem pontos de menor ou de maior
resistência elétrica, criando nesse curso, zonas com temperaturas ora mais ou
menos elevadas. Quando a passagem da corrente encontra pontos de
condutividade diferente (pontos de maior ou menor resistência) são produzidos
saltos na forma de faíscas, ao passar por elementos condutores curvos e

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semicondutores, como resinas, placas de cobre, cintas condutoras, emendas


ou juntas, etc.

Nas situações de raios com intensidade muito elevada, se o sistema de


aterramento não responde satisfatoriamente, os efeitos secundários podem
afetar a composição física dos materiais. Estamos falando de efeitos de
evaporação da água e cristalização dos materiais por ionização, fusão
instantânea ou perda direta do material de composição do elemento atingido.
O valor da corrente elétrica do raio e seu espectro podem gerar uma
modificação molecular, como a cristalização de elementos mais simples ou de
elementos compostos como no caso das fibras de carbono. A cristalização por
sua vez pode implicar na fadiga dos materiais. Alguns materiais chegam a
perder a sua flexibilidade e sua resistência mecânica para as quais foram
projetadas.

Nos casos mais extremos, sob altas temperaturas (20.000 a 30.000 ºC.)
devido à existência de vazios nas pás, os danos podem ser destrutivos e
irreversíveis. Se o raio entra a tendência é a sua destruição total, em
decorrência de uma expansão explosiva do ar contida na estrutura das hélices
que se inicia com a formação de fissuras e rachaduras no seu revestimento.
Em outras palavras, a onda de pressão do choque térmico é capaz de explodir
as pás ou romper a sua estrutura construtiva. Quando fogo se alastra e atinge
a gôndola, o seu interior se inunda por completo de fumaça, e um incêndio de
grande proporção toma conta da carcaça. A pá perde a estabilidade
aerodinâmica, vibra e se desconecta da estrutura e cai, continuando a sua
combustão no solo. Pouco a pouco outros resíduos incendiados vão caindo, até
toda a parte superior das torres seja consumida pelo fogo. Se houver explosão,
pedaços da torre incendiada podem ser projetados a grandes distâncias. Nesse
mecanismo, a torre do aerogerador pode antes se desestabilizar, perdendo o
seu ponto de equilíbrio por gravidade, vindo a tombar lateralmente,
principalmente, no momento de desprendimento das pás.

5 – PROTEÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS NOS AEROGERADORES.

Na maioria das atividades industriais existem soluções reconhecidamente


comprovadas para o combate aos incêndios, tanto no que diz respeito à
detecção/alarme, quanto na proteção, propriamente dita. No caso da indústria
de energia eólica há algumas dificuldades que ainda não foram suficientemente
solucionadas, em função das peculiaridades que caracterizam este setor de
produção da energia elétrica. Em primeiro lugar é necessário conhecer os
detalhes de projeto do aerogerador objeto da proteção, seus pontos críticos

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com relação aos riscos de facilitar os focos de incêndio, bem como os fatores
inerentes a sua construção, funcionamento e condições regionais de
localização, seja on-shore ou off-shore. Deve-se considerar a experiência
acumulada com sinistros em diferentes tipos de instalações, levando em
consideração as características de cada torre eólica e dos principais
componentes dos aerogeradores: Capacidade em megawatts; Tipo de
estrutura do aerogerador; localização do parque eólico e/ou instalações;
Quantidade de torres eólicas; etc.

Sem dúvida, a proteção dos aerogeradores contra incêndios deve ser


projetada, caso a caso, tendo em vista todas as peculiaridades específicas de
cada modelo, sendo os projetos, posteriormente, submetidos aos ensaios de
funcionamento e aprovação. A prática mostra que é realmente complicado
estabelecer um projeto final que seja capaz de satisfazer 100% todos os
objetivos desejados, embora seja possível atingir níveis de proteção que são
aceitáveis. Devemos levar em consideração que os instrumentos de detecção
prévia dos riscos de incêndios deverão ser adequados para as zonas onde
serão instalados, no que se refere a condições ambientais especiais, como:
temperaturas adversas, umidades elevadas, vibrações excessivas, etc.
Independentemente das dificuldades existentes, o combate aos incêndios nas
torres eólicas é feito por um conjunto de medidas destinadas a eliminar ou
minimizar os efeitos produzidos pelas condicionantes de risco estudadas
anteriormente, podendo ser resumido em: Medidas de proteção estrutural;
Medidas de Detecção e alarme; Medidas de extinção; e Medidas de prevenção.

5.1 - Medidas de proteção estrutural.

São as medidas preventivas adotadas, na fase de planejamento, na escolha do


modelo, no projeto e na aquisição dos aerogeradores, nas quais se prevê:
saídas de emergência; limitações dos diferentes setores; interposição de
barreiras de contenção, como muros ou portas corta-fogo, etc. Nesta ocasião
os sistemas e meios de detecção/proteção são estabelecidos tendo em conta a
presença de eventuais funcionários dedicados ao cumprimento das atividades
de operação e manutenção. O projetista ou fabricante deverá, de acordo com
as normas vigentes, especificar todos os dispositivos escolhidos tais como
facilidades para a manutenção, extintores, iluminação e sinalização de
emergência, bocas de incêndio, e demais componentes da proteção.

Um projeto estrutural seguro e eficaz deve possuir algumas características que


influem nas condições de combate aos incêndios, a médio e longo prazo, tais
como os dispositivos de desconexão automática do aerogerador, bem como o
desligamento das fontes de energia do próprio sistema. A escolha do modelo
da torre eólica deve recair sempre que possível naquele que propiciar uma

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parada segura diante de um princípio de incêndio. Ou seja, uma frenagem que


seja feita de forma progressiva, sem colocar em risco a estabilidade do
conjunto, e atue quando for realmente necessário.

FIGURA 5.1 – Particularidades e vulnerabilidades específicas de cada


modelo/fabricante.

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FIGURA 5.2 – Mapeamento dos pontos críticos sob o ponto de vista de


atrito e lubrificação.

Com a finalidade de assegurar os requisitos de segurança contra incêndios é


conveniente identificar todos os riscos, e mapear os pontos críticos para que
seja possível limitar a possibilidade de focos perigosos. Os requisitos dos
sistemas de prevenção e combate aos incêndios podem variar dependendo
desses riscos identificados para cada aerogerador. Recomenda-se sempre, na
fabricação dos aerogeradores, o uso de configurações/materiais de baixa
combustilidade ou aquelas cuja ignição seja mais difícil.

As torres devem dispor de escadas de acesso, ou sistemas com finalidade


similar, para as atividades normais e apoio seguro nas operações de
evacuação, quando necessário. Na medida do possível, os equipamentos,
cabeação, quadros elétricos e outros subsistemas, juntamente com os
dispositivos de segurança contra incêndios, todos no interior da gondola
também devem propiciar fácil acesso para os serviços que ali serão
desenvolvidos.

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FIGURA 5.3 – Facilidades de acesso e dispositivos de segurança do


trabalho.

O sistema de proteção contra incêndios deve ser robusto e resistente para que
não sofra deterioração precoce devido às circunstâncias adversas e tenha um
custo mínimo de manutenção. Além das condições climáticas, como os
diferenciais significativos de temperatura ao longo dos dias (sol intenso) e das
noites (esfriamento noturno) os sistemas de proteção poderão variar
significativamente por condições de vibrações e movimentação contínua. As
condições de ventilação, umidade relativa do ar, e níveis elevados de poluição
eventuais são todos motivos de impactos para a funcionalidade dos sistemas
de proteção contra incêndios.

Tais fenômenos podem comprometer a eficácia e a confiabilidade desses


dispositivos, e não podem ser esquecidos durante o processo de aprovação do
sistema escolhido, uma vez que os equipamentos devem procurar evitar
disparos indevidos.

Os componentes periféricos, como detectores, sensores de calor ou bicos de


extinção devem ser localizados estrategicamente para garantir a melhor

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proteção possível. Essas instalações adicionais não devem prejudicar as


atividades de operação e manutenção dos demais sistemas no interior da
nacelle.

5.2 – Medidas de detecção e alarme.

Os projetistas costumam especificar dois sistemas básicos de detecção para os


aerogeradores, que poderão ou não, serem controlados à distância por
intermédio de uma central de controle: Sistema de Detecção de pessoas
estranhas e Sistema de detecção e alarme contra incêndios. O primeiro como
foi dito, diz respeito a um alarme para indicar a presença de pessoas estranhas
aos locais monitorados.

O segundo consiste na instalação dos meios de detecção e alarme dos


incêndios, bem como os meios de automáticos de extinção dos focos na sua
fase preliminar.

Ou seja, descobrir e avisar a tempo, com rapidez e confiabilidade, quaisquer


condições inseguras, em determinados locais, reconhecendo os indícios de que
algo de errado está produzindo um processo de pré-combustão ou combustão,
através de determinados fenômenos: gases, fumaças, diferenciais de
temperatura, radiação ultravioleta, etc.

A detecção de incêndios pode ser realizada por detecção humana ou detecção


automática.

 Detecção humana – Aquela confiada nas pessoas, que durante o dia tem
certa confiabilidade nas áreas visíveis ou zonas não escondidas. Porém,
durante a noite, a confiabilidade é muito reduzida. Além do mais, não é
recomendável a permanência de pessoas no interior da gôndola durante
sua operação.

 Detecção automática - Permite a detecção e localização automática dos


eventos de forma rápida, sendo adequada para locais inacessíveis.
Apesar disso, a sua confiabilidade não está imune aos defeitos que
resultam em detecções errôneas.

Os seguintes sistemas convencionais de detecção/alarme automáticos são


utilizados na proteção dos aerogeradores: Detecção de fumaça; Detecção de
chamas; e Detecção de calor (térmica).

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FIGURA 5.4 – Medidas de detecção dos incêndios na sua fase


preliminar.

Detectores de fumaça: São os sensores eletrônicos que detectam a fumaça


em tempo real, como um forte indicador da presença de fogo, e que funcionam
com base na concentração desse poluente nos ambientes de trabalho. Os
testes de incêndio informam que os gases CO2 oriundos da fumaça são
detectados antes das partículas de fumaça. O obscurecimento é a unidade de
medida padrão para definir a sensibilidade de um sensor de fumaça. Devem
ser instalados nas partes altas do local, visto que a fumaça tende a subir.
Existem dois tipos básicos de detectores de fumaça, classificados pelo método
de detecção: Detecção ótica (Fotoelétrico) e detecção física (Iônico). Existem
ainda sensores multicritérios que utilizam os dois métodos de detecção e
outros que são também associados a um sensor de temperatura que mede a
temperatura ambiente. A escolha entre um e outro, depende do tipo de
material combustível existente no local a ser protegido. Tanto os sensores de
fumaça do tipo iônico ou do tipo fotoelétrico geram um alarme em tempo
suficiente para permitir a fuga de pessoas e o combate ao incêndio. Os
sensores óticos são mais rápidos que os iônicos na detecção de fumaça oriunda
de incêndios latentes ou incipientes. Já em incêndios rápidos e com muitas

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chamas os sensores iônicos são mais rápidos, e faz a detecção 30 segundos


mais cedo do que o detector ótico.

Alguns locais são inadequados para o funcionamento correto dos detectores de


fumaça: Onde de ocorra forte formação de pó ou vapor de água; Nas
proximidades de campos elétricos (por ex. Lâmpadas fluorescentes); Locais
com temperaturas inferiores a 0ºC ou superiores a 50ºC; etc. Recomenda-se a
substituição dos sensores de fumaça a cada 10 anos, visto que sua eficiência é
reduzida com o tempo. Devem-se limpar os sensores anualmente de modo a
prevenir falsos alarmes, principalmente os do tipo fotoelétrico.

a) Detectores iônicos: É um dispositivo que contém uma câmara com fonte


ionizante e duas placas eletricamente carregadas, uma positivamente e
outra negativamente, que servirão para ordenar o movimento dos íons.
Qualquer partícula de fumaça que entre na câmera de ionização pode
reduzir ou impedir a corrente, gerando um alarme. O isótopo utilizado é
fracamente radioativo e não prejudica a saúde das pessoas. Significa que
não precisará ser trocado na vida útil do sensor. O sensor iônico é mais
barato que o sensor fotoelétrico e mais sujeito a falsos alarmes. Este tipo
de sensor pode detectar partículas de fumaça que muito pequenas.

b) Detectores ópticos ou fotoelétricoss: É um sensor que não necessita


de uma central para gerar um alarme. Possuem uma câmara sensora
que mede a concentração de fumaça no seu entorno. Os detectores
ópticos de fumaça são seguros e eficazes, altamente confiáveis, e
possuem probabilidade muito reduzida de falsos alarmes. São aplicados
em áreas de risco onde há necessidade de rápida atuação, a fim de
detectar produtos em combustão. A vantagem principal dos detectores
ópticos de fumaça é a sua capacidade para identificar um incêndio,
enquanto ela ainda está em sua forma incipiente. Como tal, fornece a
possibilidade para os encarregados da brigada de emergência
responderem e controlarem o fogo antes de ocorrer danos severos. Caso
detecte a presença de fumaça ele dispara um bip/sirene interna, com
sons de alerta e/ou acende luzes estroboscópicas. Há também
detectores ópticos pontuais bastante sensíveis que funcionam
conectados a uma central de detecção, que fica distante, por exemplo,
na base da torre. Exigem uma manutenção periódica para evitar
umidade e o acúmulo de poeira e sujeiras que prejudicam a leitura da
concentração de fumaça em torno da câmara sensor e aviso de alarme.
São mais adequados para os aerogeradores off-shore. Os modelos
disponíveis de sensores fotoelétricos diferem um do outro no que diz
respeito às seguintes e características: tempo de duração, tecnologia

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adotada, estabilidade de operação, sensibilidade noturna, cobertura


máxima, e outras vantagens (indicação luminosa de alarma, pre-alarma
de falha ou estado normal, etc.). Podem funcionar por obscuramento da
luz ou espalhamento da luz. Por obscurecimento, uma fonte de luz
(lâmpada) e uma célula fotoelétrica são montadas num invólucro a
prova de luz externa, mas não à entrada de fumaça. O feixe de luz
incide diretamente sobre a célula fotoelétrica em condições normais
(sem incêndio) e quando a fumaça que penetra no invólucro obscurece
esta luz, provoca o desequilíbrio da corrente elétrica na célula, gerando
um alarme respectivo. Por espalhamento, uma fonte de luz (lâmpada) e
uma célula fotoelétrica são montadas num invólucro a prova de luz
externa, mas não à entrada da fumaça. O feixe de luz não incide
diretamente sobre a célula fotoelétrica nas condições normais (sem
incêndio) e quando a fumaça que penetra no invólucro irá espalhar a
luz. Mais precisamente, funcionam com base numa fonte de luz (led
infravermelho ou incandescente) que após ser concentrada por uma
lente é projetada, para passar em frente a um fotodiodo ou outro sensor
fotoelétrico. Na ausência de fumaça a luz passa retilínea na frente do
detector, sem alcançar o fotodiodo. Quando uma fumaça entra na
câmera de análise, ocorre uma dispersão do feixe luminoso (Refração de
luz) que é captada pelo detector fotodiodo. O sinal elétrico produzido é
comparado com o sinal de referência do detector para efeito de emissão
do sinal de alarme.

Os detectores também podem ser convencionais ou endereçáveis. A diferença


é o método de comunicação entre o sensor e uma central de incêndio. Os
detectores de fumaça convencionais não podem ser identificados
individualmente, e sim por zona, informando que o incêndio foi detectado
numa determinada zona de numero conhecido. Os detectores de fumaça
endereçáveis são identificados pela central de incêndio, individualmente, uma
vez que cada sensor possui o seu endereço único.

Detectores, Multicritério ou Multi-Sensor: Existem sensores que utilizam


os dois métodos de detecção e outros que são também associados a um sensor
de temperatura que mede a temperatura ambiente.

Alguns combinam a tecnologia dos detectores ópticos e térmicos em um único


equipamento utilizando um algoritmo sofisticado, com saídas são combinadas
para dar o valor final analógica. O multi-sensor é, portanto, útil em uma ampla
gama de aplicações, e é altamente imune às fontes de falso alarme.

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FIGURA 5.5 – Sistemas automáticos de detecção e alerta.

c) Detectores de fumaça por aspiração – Os sistemas de detecção por


aspiração se baseiam na análise do ar aspirado de uma zona a ser
protegida. O ar é aspirado por meio de uma rede de tubulação que é
dividida em tiramos. É um sistema ideal para a proteção de lugares onde
os detectores pontuais apresentam dificuldades de instalação ou de
funcionamento ou ainda limitações acesso à manutenção, como no
interior das gôndolas. Os sistemas de aspiração incorporam sensores
laser de alta sensibilidade, controlados por meio de softwares,
permitindo ajustes à distância, diretamente de uma central de
monitoração. São capazes de detectar partículas com tamanhos de
0,002 micros em ambientes muito agressivos, ou com alta umidade, nos
quais outros dispositivos não são recomendados. São ideais para locais

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que exigem uma sensibilidade muito alta dos dispositivos de proteção,


desde que os sensores convencionais com tecnologia iônica ou ótica não
apresentem resposta suficiente, já que oferecem um nível de detecção
susceptível a locais muito ventilados ou que de alguma forma permitam
a diluição da concentração de fumaça. Existem soluções técnicas que
permitem adequar o sistema de aspiração para ambientes úmidos ou
com partículas de pó ou poluentes em suspensão. Esta tecnologia não
deixa de ser um detector pontual que recebe de forma permanente uma
amostragem do ar para a sua validação de forma rápida e insipiente.
Diante do problema da falta de pureza do ambiente (presença de poeira)
o sistema prevê a instalação de filtros ao longo da tubulação. Existem
detectores de aspiração óticos de dupla visão que são capazes de
diferenciar as partículas de poeiras das partículas de fumaça, mediante
uma combinação de fontes de luz, laser infravermelho e led azul. A
distribuição dos pontos de coleta se inicia na gôndola para proteger os
componentes elétricos e mecânicos, permitindo o alarme de um local
critico fundamental, da forma mais rápida possível. Os dispositivos de
interpretação podem ser localizados na base da torre. Também se
recomenda um ponto de aspiração obrigatório na base das torres para
monitorar as cabines de supervisão e controle. Todo o sistema é
interconectado, e permitem a parada imediata do aerogerador caso seja
detectados alguma fumaça em qualquer compartimento da torre eólica.

FIGURA 5.6 – Detectores de fumaça por aspiração.

d) Detectores de temperatura: São dispositivos que detectam mudanças


na temperatura ambiente, com base na sensibilidade a um valor limite
ou uma faixa de variação. Não devem ser utilizados sozinhos em um
sistema de incêndio e não substituem os sensores de fumaça.

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FIGURA 5.7 – Rede de pontos de detecção.

e) Sirenas com flash: Seu uso deve ser conjunto com detectores de
fumaça. São utilizados em sistemas de incêndio de modo a gerar um
alarme quando a temperatura do ambiente atinge um determinado
nível.

f) Detectores de chamas: Detectam radiações infravermelho e


ultravioletas que caracterizam as chamas. A detecção de chamas
apresenta o inconveniente de ser ativado, apenas quando acontece um
contato visual ou direto com o fogo, já iniciado. Pelo seu principio de
funcionamento não atuam até que o incêndio apresente chamas, ou
seja, numa fase já avançada. Isto implica numa necessidade de instalar
um grande número de detectores num espaço muito reduzido para
cobrir perfeitamente todos os ângulos e zonas mortas.

g) Detectores de temperatura tradicionais: Medem uma temperatura


fixa ou um diferencial térmico, utilizando três princípios. O primeiro
princípio é a fusão de metais ou derretimento de plásticos; Baseiam-se
nas propriedades físicas de algumas ligas e plásticos que se fundem ou
derretem, em geral, na faixa de 55oC a 180oC. São detectores de
temperatura que operam com fusíveis de ligas metálicas ou plásticas,
que estão praticamente em desuso e encontradas somente em sistemas
antigos. O segundo princípio é a expansão de sólidos, líquidos e gases,
como tiras metálicas que expandem quando aquecidas, estando ambas
as extremidades rigidamente fixadas. A expansão se dá para cima
(sentido da curvatura inicial) e toca o terminal, fechando um circuito
elétrico, iniciando-se assim o alarme. Pode ser também a expansão de
uma tira bi metálica: uma peça constituída de dois metais com dilatação

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térmica diferente que irá servir de sensor. A de maior dilatação fará com
que o conjunto se curve de modo a fechar o circuito iniciando-se assim o
alarme. Ou ainda a expansão dos gases: o ar é o gás mais comum
nestes tipos de detectores. É constituído de uma câmara coberta por um
diafragma flexível que se expande com o aumento, por aquecimento, do
volume de ar da câmara. O diafragma ao se expandir provocará o
contato do circuito elétrico do alarme. O terceiro princípio utiliza o efeito
elétrico de termopar. Atualmente são utilizados dois tipos de detectores:
detector de temperatura fixa e detector termovelocimétricos. Cada tipo
possui suas vantagens e são indicados para situações diferentes.

h) Detectores de temperatura fixa ou estáticos: O sensor temperatura


fixa é o tipo mais comum. Normalmente, quando o aumento da
temperatura ambiente fica acima de um limite predeterminado, um sinal
de alarme é acionado. Gera-se um alarme quando a temperatura atinge
cerca de 47 graus Celsius ou outro valor determinado pelo fabricante.
Não é imune a presença de poeira e sujeiras. Não são indicados quando
se deseja uma detecção precoce de um foco de incêndio.

i) Detectores Térmicos ou Termovelocimétrico: O sensor


termovelocimétrico mede a rapidez de crescimento da temperatura
ambiente, quando esta cresce a taxas superiores a 6,7 graus Celsius por
minuto, gerando um alarme. São mais rápidos do que os detectores
térmicos estáticos. Para detectar incêndios muito lentos, os fabricantes
acrescentam também um nível máximo de temperatura ambiente que
igualmente gera um alarme. Se um local possui muito material
altamente combustível, cujo fogo é muito rápido, o sensor
termovelocimétrico deve detectar o incêndio, antes de um sensor de
temperatura fixa.

j) Detectores térmicos contínuos: Consiste de um cabo que sofre curto


circuito a uma determinada temperatura. Também funcionam com um
determinado retardo de detecção.

k) Gestão de sinais: A gestão remota dos sensores nos parques eólicos e


aerogeradores podem ser feita através de um sistema de comunicação
via internet, de forma centralizada, de modo que a operação tenha a
todo o momento, não somente as informações operacionais, como
também do sistema de monitoramento contra incêndios.

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5.3 – Medidas de extinção de incêndios.

Consiste na utilização dos equipamentos de extinção, caso os meios acoplados


ou não, de detecção e/ou extinção preliminar automática, não forem
suficientes para debelar o principio de incêndio. Cada sistema de extinção
apresenta certos limites de aplicabilidade ou vantagens e desvantagens. De
qualquer forma, deverão se adequar aos equipamentos a proteger, bem como
as condições de funcionamento dos aerogeradores. As condicionantes mais
importantes para serem levadas em conta são:

1) Eficácia do sistema de extinção: Concentração do agente extintor ou


quantidade de água requerida; Tempo de descarga ou aplicação; Tempo de
permanência do agente extintor após a descarga; Estanqueidade do
aerogerador ou da sala de sua aplicação; Volume a proteger; Se a inundação
será total ou parcial; Temperatura na zona de descarga; Fatores de correção e
coeficientes de segurança; Risco para as pessoas durante as atividades de
manutenção; Classificação do tipo de fogo que é produzido pelo incêndio, etc.

2) Sistema de armazenamento (quantidade armazenada, peso, área ou


volume ocupado, etc.);

3) Instalação e manutenção do sistema instalado;

4) Confiabilidade dos sistemas de extinção;

5) Custo da instalação.

Os seguintes sistemas de extinção poderão ser especificados para os


aerogeradores, dependendo de cada situação: Sistemas de extinção com CO2;
Sistemas de extinção por gases inertes; Sistemas de extinção por agua
nebulizada; Sistema de água pulverizada; etc.

a) Sistema automáticos de extinção: água, gás, agentes químicos e


aerossóis: Estes sistemas de extinção podem ser empregados tanto no
próprio equipamento ou na subestação elétrica do parque eólico. Antes
que se produza a ativação do sistema de extinção, eventuais sistemas de
ventilação devem ser parados, automaticamente, para não prejudicar a
eficiência dos dispositivos de extinção. Com relação às vantagens de
aplicação nos aerogeradores, os sistemas de extinção não deixam
resíduos após as descargas, são inodoros, e não são condutores de
eletricidade. Portanto, são adequados, uma vez que contribui para
manter as condições ambientais, como temperatura, umidade,
impermeabilidade das zonas a proteger.

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b) Extintores portáteis – Os extintores portáteis são aplicados em


pequenas instalações. Para combater os focos iniciais, nas grandes
instalações, é também imprescindível que existam extintores portáteis,
em número suficiente, do tipo adequado aos materiais combustíveis ou
inflamáveis, nos locais de maior risco, e durante as operações de
manutenção (recintos das subestações, gondola, base das torres, etc.).
O tipo de extintor deverá ser ajustado para o tipo da carga de incêndio
existente. Os extintores de pó não são recomendados quando se deseja
evitar seus impactos negativos sobre componentes sensíveis ou
eletrônicos. No mínimo deve-se dispor de um extintor de 5 Kg de CO2 e
um extintor de espuma de 9 litros na área da gondola. Também deve
haver pelo menos, um extintor de 5 Kg de CO2 instalado em níveis
inferiores e na base da torre.

c) Extinção por aerossóis – São sistemas que exigem pouca manutenção.


Ocupam pouco espaço e para atuar não necessitam de uma rede de
distribuição e pressurização. Podem proporcionar proteção local ou total
e não deixam resíduos após a sua aplicação. Podem prescindir ou não
de uma ativação automática. Entretanto, possuem algumas
desvantagens: são considerados pouco confiáveis e possuem as mesmas
desvantagens dos extintores tipo pó, quando aplicados sobre
componentes sensíveis ou eletrônicos. Atuam por ação de elementos
pirotécnicos ou pela própria reação exotérmica que podem causar mais
danos do que o próprio princípio de incêndio.

d) Extinção por agentes químicos - Os agentes químicos apresentam em


geral, boas propriedades de uso nas gôndolas, em função do menor
espaço necessário para o armazenamento do agente, e uma rede de
canalização para a difusão do gás muito leve. Esta flexibilidade na
distribuição facilita a integração de vários elementos de risco a serem
monitorados. Exigem pouca manutenção, exceto para o controle de
leitura da pressão que pode ser feita à distância. Entretanto, é um tipo
de agente agressivo que pode ocasionar danos por corrosão aos
equipamentos mais sensíveis e quadros elétricos. Da mesma forma que
os gases, exigem um sistema de controle da extinção. Não dependem da
estanqueidade do ambiente. São prejudicados pela existência de
obstáculos que impeçam ou dificultem o alcance do produto a
determinadas zonas incendiadas.

e) Extinção por gases – Os sistemas de extinção por gases são


semelhantes aos de água nebulizada com relação a sua composição. A
diferença é que os gases alcançam a extinção em poucos segundos após

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a descarga, quando os danos ainda são incipientes. A necessidade de


espaço pode variar quando se utiliza extinção por agentes fluorados ou
por agentes inertes e CO2. Neste respeito, os gases inertes e o CO2 são
menos sensíveis que os fluorados. Há muitas vantagens, a considerar, na
extinção de incêndios por agentes gasosos: Extinção rápida e segura que
não deixa resíduos após a descarga; A interrupção das atividades do
aerogerador dura um tempo menor; Não provocam danos consideráveis
aos equipamentos elétricos e eletrônicos; São inofensivos aos seres
humanos e ao meio ambiente; A consequência destas propriedades, é
que os gases inertes provocam menos danos colaterais, no caso de uso
para extinção de focos ou no caso de descargas acidentais. Ao se difundir
na atmosfera protegida não são prejudicados por obstáculos que possam
existir entre o difusor e o foco de incêndio, podendo alcançar, inclusive,
o interior de equipamentos, ou mesmo serem instalados dentro deles.
Não apresentam grandes condicionantes de manutenção, salvo no que se
refere ao controle da quantidade de carga do agente extintor para evitar
vazamentos do mesmo, fato que pode ser feito eletricamente. São
equipamentos de baixo custo. Porém seu maior inconveniente é a
necessidade de estanqueidade. Os gases exigem a manutenção de um
tempo de permanência, com certa concentração do agente de extinção,
para garantir a eficácia e evitar possíveis re-ignições.

FIGURA 5.8 – Extinção por espuma e gases.

f) Extinção por regadores de agua: Os sistemas de extinção por água


livre têm como inconveniente fundamental a necessidade de um grande
volume de armazenamento, ficando impraticável a sua guarda no local
de uso, em virtude do espaço reduzido no interior das nacelles. As
mesmas dificuldades existem na base da torre, em consequência seria
necessário disponibilizar um espaço para o armazenamento, em qualquer
outro ponto externo do dispositivo de geração. Além de um depósito
especifico de água, isto implica na necessidade de um dispositivo de
pressão para fazer essa água chegar aos pontos elevados. Como

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vantagens, a água não representa perigo para os seres humanos; Produz


um resfriamento homogêneo nos equipamentos sob extinção; É muito
eficaz em condições criticas, ambientais e de funcionamento; e podem
ser incorporados com agentes anticogelantes e/ou expumôgicos.

g) Sistemas de água pulverizada: Dentre os sistemas de extinção


existentes, a água nebulizada se destaca pela sua eficácia, juntamente
com os modelos que utilizam agentes extintores gasosos. Possuem
também problemas de espaço e peso dos equipamentos. Por serem
menores que os sistemas de água não pulverizada podem ser
armazenados na base da torre, caso não seja possível ficarem no interior
das gôndolas.

h) Sistema de água nebulizada – Um dos fatores mais importantes num


sistema de extinção por agua é o tamanho das gotas e sua densidade de
aplicação. A agua nebulizada, por esse aspecto, é um sistema que pode
alcançar a extinção de um foco de incêndio com bastante efetividade.
Apresentam algumas vantagens em relação aos sistemas de extinção por
agentes gasosos: O mecanismo de extinção atua empregando gotas de
água muito pequenas, formando uma nuvem de descarga, que controla e
suprime o fogo por resfriamento das chamas, deslocando o oxigênio do
ar na forma de vapor, e atenuando o calor radiante. A água nebulizada
também atua sobre a fumaça exercendo um efeito de decantação dos
compostos tóxicos presentes na atmosfera do incêndio, por serem
solúveis na presença da umidade. Os bicos de nebulização impulsionam
a agua com velocidade ideal na direção do fogo inicial, provocando um
esfriamento rápido, com uma quantidade de água menor. Os tamanhos
das gotas muito pequenos fazem com que a água penetre dentro dos
efluentes gasosos produzidos pela combustão, alcançando o núcleo dos
mesmos, com uma atuação imediata. Isto é importante, no caso de focos
de incêndios muito grandes e focos ocultos, tendo em vista que a água
nebulizada se comporta como um gás. Não afeta, em absoluto, o meio
ambiente, sendo por essa razão uma alternativa de substituição dos
agentes extintores químicos. Os requisitos de abastecimento de água são
menores do que nos sistemas de água anteriormente descritos: menor
espaço para reserva de água armazenada em cilindros e maior pressão
de trabalho. Além disso, no caso de uma atuação indevida, causaria
menores danos que os demais sistemas de agua anteriores. Esta
tecnologia requer diâmetros menores para a tubulação de difusão,
permitindo a proteção de maior quantidade de pontos de extinção nos
diversos locais mais críticos. O inconveniente reside na necessidade de
manutenção periódica e ensaios, do equipamento de bombeamento,

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suprimento de pressão, instrumentos de controle do nível de reserva da


agua, principalmente quando instalados no interior da gondola.

FIGURA 5.9 – Extinção por água.

5.4 - Sistemas integrados de detecção – alarme – extinção.

Os aerogeradores domésticos ou e pequeno porte, podem ou não, disporem de


um sistema de detecção/extinção do tipo convencional. Para os demais
aerogeradores, de porte médio e grande porte, existem diferentes sistemas de
proteção com maior ou menor complexidade. Os sistemas mais completos
funcionam sob a forma integrada detecção-alarme-extinção e são classificados
em níveis diferentes de detecção/proteção. Há diferenças significativas entre
os aerogeradores on-shore e off-shore, para os diversos níveis de proteção. Os
aerogeradores on-shore apresentam dificuldades relacionadas aos sistemas de
detecção/alarme proteção em função da falta de estanqueidade e maior
possibilidade de acúmulo de poluentes. Podemos imaginar os níveis de
proteção sob diversas configurações e equipamentos.

Por exemplo, em um nível mais baixo de proteção, os sistemas automáticos


podem dispor de um sistema de detecção mais simples, tipo cabo térmico por
temperatura de fusão que num alarme provoque a parada do aerogerador e a
atuação de um sistema de extinção. Uma central convencional instalada no
aerogerador recebe inicialmente um sinal de pré-alarme e promove a
frenagem do equipamento. Logo em seguida recebe outro sinal de um segundo
cabo entra em alarme e ordena o disparo do sistema de extinção.

Em um nível intermediário, os aerogeradores podem possuir, por exemplo, um


sistema de detecção por aspiração a laser, com alarme, tendo pontos de
aspiração distribuídos e diversos locais, no interior dos equipamentos
fechados, cujo processo de detecção aciona o sistema de freios do
equipamento. Os pontos de aspiração seriam sustentados pela rede de
condutores de aspiração distribuída, desde a base da torre e ao longo da
mesma, entrando na gondola como ponto principal de detecção. A central de

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detecção geralmente é instalada na base da torre, junto a central de extinção,


para facilitar a manutenção dos dois sistemas associados. Quando a central de
detecção recebe o alarme, descarrega um agente extintor no interior dos
equipamentos fechados de maior risco (Se a estanqueidade dos equipamentos
não for muito garantida, instalar preferivelmente, CO2 ou gás inerte).

FIGURA 5.10 – Sistema integrados de detecção – alarme – extinção.

Um nível ainda mais alto proteção seria dispor de um sistema de detecção por
aspiração a laser, capaz de discriminar as partículas de poeira e pó, com
pontos de aspiração no ambiente, e no interior dos equipamentos fechados de
maior periculosidade. A distribuição dos pontos de detecção pode ser a mesma
indicada para o nível intermediário, anteriormente citado.

Nesse caso, a detecção seria mais confiável e igualmente produziria a parada


total do equipamento. Quando a central de detecção recebe o alarme, dispara
no ambiente um sistema de extinção por descarga de água nebulizada. A
água nebulizada de alta pressão seria armazenada em um ou vários cilindros
pressurizados, carregados com a quantidade de água necessária para
promover a inundação total do ambiente da gôndola.

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FIGURA 5.11 – Nível elevado de detecção – alarme – extinção.

Os sistemas integrados são controlados e dirigidos, eletronicamente por meio


de softwares específicos, que ativam ou desativam os procedimentos de alerta,
diretamente da central de controle operacional. Em geral, são utilizadas sirenas
com flash estroboscópio para dar o aviso de incêndio localizado, aos outros locais
de recepção previamente programados, ou prioritariamente, para a central de
alarme.

5.5 - Proteção contra descargas atmosféricas e sobretensões de


manobra.

Este assunto já foi apresentado no modulo de treinamento anterior.


Recordando, os sistemas de para-raios e a proteção sobretensoes devem ser
projetados para funcionar como um componente essencial, de acordo com as

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normas vigentes e incorporando as tecnologias mais modernas ou mais


efetivas. Conforme as normas técnicas internacionais, as partes expostas de
um aerogerador devem ser capazes de funcionar sob uma corrente de
descarga de projeto, da ordem de 200 kA, sem sofrer danos de
funcionamento. Para atender tais recomendações, tanto os aerogeradores
como o restante das instalações elétricas de um parque eólico devem
incorporar esse sistema de proteção contra a ação de raios ou manobras de
serviço.

Por estarem instalados em locais preferencialmente abertos, e muitas vezes


geograficamente elevados, os aerogeradores constituem um ponto preferencial
dos raios. A proteção visa, principalmente, proteger os componentes sensíveis
das instalações contra as descargas por impactos indiretos e sobretensões de
manobra. Com relação aos impactos diretos dos raios, a segurança das
pessoas e das instalações, tem cerca de 90 a 95% de confiabilidade.

Para especificar o sistema de proteção contra raios e sobretensoes, o projetista


faz uma avaliação do risco que pode ser assumido, como sendo aquele de nível
mais desfavorável possível, desde que atenda as normas oficiais. Ao avaliar o
risco, também, devem-se levar em conta os possíveis caminhos que o raio
seguirá após o seu impacto, através da pá, gondola e torre até chegar ao solo.
Além de cobrir a pá, a gôndola e a torre, o sistema de proteção contra raios e
sobretensões deve proteger todos os equipamentos e instalações elétricas,
incluindo as redes de cabos que são relevantes para a operação e segurança.

Segundo o IEC 62305 (Proteção contra raios nível I = LPL I) este nível de
proteção leva em conta os parâmetros dos impactos, mais rigorosos. Nem
todas as zonas de uma torre eólica estarão suficientemente protegidas, contra
a incidência direta de raios. Uma análise de riscos, mais apurada ou mais
precisa, pode concluir ser conveniente, economicamente, por exemplo,
proteger as pás com um nível mais exigente, em relação a outras partes do
equipamento, que podem ser reparadas ou substituídas com um custo menor.
A técnica sistemática recomendada é dividir fisicamente as instalações em
zonas distintas (LPZ: Lightning Protection Zones), as quais definem de forma
aproximada o grau de influência de um raio sobre os componentes desta zona
em especial. Significa dizer que conforme uma zona LPZ haverá maior ou
menor probabilidade ocorrer descargas diretas no componente ali instalado,
que será submetido a um determinado campo eletromagnético induzido ou
estará num ambiente livre de perturbações eletromagnéticas. Há dois tipos de
zonas LPZ (internas de impactos indiretos e externas de impactos diretos)
cada uma subdividida em duas subzonas:

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 Zona externa LPZ-OA: Zona não protegida contra impactos diretos. O


risco se deve aos impactos das descargas, com plena corrente, e campos
eletromagnéticos induzidos não atenuados. Os sistemas internos desta
zona podem estar expostos à totalidade ou uma parte do impulso da
corrente do raio. É muito importante que os parâmetros das correntes
dos raios que afetam a zona OA devam ser reduzidos mediante a
instalação de dispositivos de proteção contra sobretensões (DPS), para
assegurar que os equipamentos elétricos e eletrônicos situados no
interior do aerogerador trabalhem sem interferências.

 Zona externa LPZ-OB: Zona protegida contra impactos diretos, na qual


o risco é devido a uma corrente plena e campos eletromagnéticos
induzidos não atenuados. Os sistemas internos desta zona podem estar
expostos apenas a uma parte da corrente.

 Zona interna LPZ-1: Não há impactos diretos das descargas, corrente


reduzida e campos eletromagnéticos atenuados. O impulso da corrente
do raio está limitado pela distribuição do mesmo e por dispositivos de
proteção contra sobretensões (DPS) instalado na periferia.

 Zona interna LPZ-2: Zona de maior redução das correntes dos raios, e
maior atenuação dos campos eletromagnéticos. O impulso da corrente
do raio está limitado pela distribuição do mesmo e por dispositivos de
proteção contra sobretensões (DPS) instalado na periferia.

As zonas são estabelecidas utilizando os modelos teóricos existentes, como a


aplicação do método das esferas rolantes ou modelo eletroenergético. Tendo
definido o risco e as zonas a serem protegidas, o projetista pode então
detalhar o sistema de proteção contra descargas atmosféricas e sobretensões
de manobra mais adequado para uma determinada instalação de energia
eólica. Não se trata de evitar os raios, porém, controlar as implicações do seu
impacto, e estabelecer o caminho preferencial para as correntes de descargas,
reduzindo ao máximo ou eliminando os danos. Há uma alternativa tradicional
de proteção por meio de captores ativos do tipo para-raios de Franklin. E,
existem alternativas, algumas delas ainda em desenvolvimento, que utilizam
captores ativos e captores passivos (que não tem o poder de atração, apenas
captam as influências de um raio na sua periferia de atuação).

Sistema tradicional de proteção contra descargas atmosféricas e


sobretensões de manobra: Os aerogeradores de menor porte poderão ser
equipados com um sistema tradicional de para-raios Franklin cujo cone de
proteção não envolve em as hélices em função da sua configuração estrutural.
Neste caso, as hélices não estarão incluídas na proteção.

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Sistema integrado de proteção contra descargas atmosféricas e


sobretensões de manobra: Significa que o aerogerador está protegido, com
uma determinada confiabilidade, desde a ponta da pá e até a sua fundação,
segundo a condição mais restrita, entre as quatro classes de proteção da
norma IEC 1024-1.

FIGURA 5.12 – Pás com dispositivos passivos de proteção atmosférica.

Os aerogeradores de maior porte e com tecnologia de ponta são equipados


com um sistema integral de proteção contra o impacto de raios e sobretensões
ajustado para cada situação. Essa alternativa adota uma proteção passiva por
meio da utilização de pás especiais. Solução passiva é aquela que não tem a
propriedade de atrair os raios, porém conseguem captar as correntes que são
produzidas nas suas vizinhanças. Quando uma descarga atmosférica atinge um
aerogerador o raio elege um caminho que tem a menor resistência (melhor
condutividade) até que seja conduzido para a terra. Deste modo, a proteção
integral ou também chamada de proteção total tem um ponto de partida e um
ponto de chegada do raio, que engloba o equipamento desde a ponta das
hélices até a fundação no terreno natural nas torres eólicas on-shore.
Utilizando este conceito os fabricantes patentearam alternativas de proteção
dotando as pás por meio de captores passivos, interligados por condutores que

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servem de caminho preferencial para escoamento das correntes elétricas; e/ou


utilizando captores, e pás com telas de ou lâminas condutoras metálicas ou de
fibra de carbono, embutidas no corpo das hélices, como forma de proteção das
mesmas, por equalização das tensões, pelo princípio da gaiola de Faraday.

FIGURA 5.13 – Pás com dispositivos passivos de proteção atmosférica.

Há cerca de cinco técnicas alternativas diferentes, de palas com dispositivos de


proteção passiva. Um grupo adota terminais ou receptores passivos apenas
para captar os efeitos de um raio promovendo a transferência das correntes
para o solo. Outros projetos foram desenvolvidos, visando também à proteção
total das pás. Há uma tendência natural do raio de incidir na ponta da pá, de
onde será conduzido pela proteção embutida, até o cubo da hélice. Do cubo da
hélice passando por dispositivos giratórios, atinge o chassi da gôndola e a torre
de sustentação. Na torre, o raio segue o seu caminho lógico através de
condutores metálicos até atingir a malha de aterramento projetada para
promover a drenagem das correntes. Medidas complementares são adotadas
para proteger as pessoas contra as tensões perigosas de toque e de passo.
Para-raios de captação ativa, do tipo Franklin, podem ser adicionados ao
sistema integral, para proteger o sistema de navegação e o corpo da torre, na
forma de cone e assegurar também que as descargas que atinjam a carcaça da
nacelle sejam também dissipadas pelo sistema de aterramento.

5.4 – Medidas de prevenção.

Já vimos que os aerogeradores são diferentes de outros sistemas de produção


de energia elétrica, no que diz respeito à acessibilidade, grande risco de fogo
concentrado num mesmo local, além de outras particularidades. Ainda que não
fosse assim, é absolutamente necessário em qualquer lugar de trabalho adotar
medidas de prevenção, para diminuir a possibilidade de um foco de incêndio. A
melhor medida de prevenção é evitar que o incêndio ocorra. Desta forma, os
responsáveis pela gestão de segurança do trabalho devem conhecer os
detalhes de cada projeto, para então estabelecerem os procedimentos de

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segurança adequados, para cada empreendimento, caso a caso. Verificando,


por exemplo, em que condições as pás, cubo do rotor, nacelle, etc. permitem o
trabalho das equipes de inspeção e manutenção, em termos de iluminação,
espaço e condições seguras de acesso e trabalho.

FIGURA 5.14 – Sistema híbrido de proteção contra descargas


atmosféricas e caminho das correntes.

Deve-se avaliar no aerogerador, o tipo e a existência localizada de materiais


combustíveis, como por exemplo, poliuretano, poliestireno, plásticos, fibras de
vidro, etc. que se empregam no revestimento das gondolas e outros
componentes. Avaliar se os materiais empregados possuem inflamabilidade
muito alta ou até que ponto eles são suficientemente resistentes para evitar
que o fogo se propague facilmente para outras partes vizinhas. Quantificar
aproximadamente o valor da carga de incêndio.

Devemos levar em consideração os vários aspectos intrínsecos, relacionados


com o projeto estrutural, além das variáveis ambientais que influem na
segurança ou na vida das pessoas: interferências eletromagnéticas, emissão
de ruídos, proximidades de risco, etc. Dentre outras coisas, analisar os
recursos tecnológicos que o projeto dispõe: particularidades, capacidades e

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vulnerabilidades. Verificar todos os riscos ocupacionais, assegurando a


qualidade das atividades, tomando as medidas necessárias, durante os
períodos de operação e manutenção. As avaliações de risco devem abranger
todos s componentes elétricos para identificação da vulnerabilidade de falhas
ou outras anormalidades, e suas influências de consequências para as
instalações vizinhas. Observar se há sistemas de proteção que detectam
eventuais falhas operacionais; Se o sistema é capaz de identificar a localização
de componentes defeituosos; Se possui freios aerodinâmicos; Se foi projetado
para desconectar, automaticamente, as fontes de alimentação elétrica, no caso
de falhas; Se o aerogerador possui ou não proteções passivas contra impacto
de raios e sobretensões, etc.

Pontos de perigo:
Multiplicador (freio + lubrificante)
Freio ( atrito + emissão de faíscas)
Rolamentos (Atrito + lubrificante)
Grupo Hidráulico ( lubrificante)
Gerador 9 Arco elétrico)
FIGURA 5.15 – Levantamento
Transformador de pontos críticos/riscos.
( Arco elétrico)
Armáriosasdevariáveis
Conhecendo controlede ( projeto,
arco elétrico)
estabelecer a operacionalização das
medidas de prevenção que deverão ser consideradas para minimizar ou
eliminar o risco de incêndios nas torres eólicas, dentre as quais algumas são
fundamentais, conforme abaixo:

Inspeção e manutenção periódica: Toda empresa deve ter um plano de


trabalho, com o respectivo controle operacional, que inclui as atividades de
inspeção periódica e manutenção regular, a serem realizadas por conta própria
ou por empresas especializadas. A preocupação deve ser cumprir os
procedimentos adequados para cada um dos equipamentos/dispositivos (pás,
rotor, engrenagens, emendas de cabos, dispositivos elétricos, etc.), visando
conservá-los em perfeito estado de funcionamento, evitando sempre a
sobrecarga de dos circuitos eléctricos e mantendo a lubrificação das partes
mecânicas.

O planejamento e a execução das atividades previstas devem ser realizados


por pessoal qualificado, visando efetuar uma manutenção eficaz e segura. As
atividades de manutenção devem seguir os procedimentos documentais de

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praxe, mantendo-se um arquivo para eventuais consultas. O plano de inspeção


e manutenção deve ser avaliado periodicamente e ajustado às medidas de
segurança e higiene do trabalho.

Organização e limpeza: E obrigação manter organizado e limpo todos os


locais de trabalho. Caso exista sujeira de difícil remoção, isolar a área e
programar o mais rápido possível a sua eliminação. Principalmente, após as
atividades de manutenção, providenciar a limpeza dos equipamentos e locais
de trabalho, eliminando todos os resíduos sólidos e líquidos. A aplicação de
quaisquer elementos de limpeza e manutenção deve ser feita escolhendo
produtos de qualidade comprovada, submetidos à aprovação, no que diz
respeito à segurança do trabalho e principalmente, quanto ao risco de
incêndios.

Controle de produtos combustíveis e outras fontes de calor - Consiste


em analisar, controlar e promover a eliminação ou minimização das
condicionantes relacionadas com as possíveis fontes de calor. Os componentes
e as possíveis fontes de ignição/sobreaquecimento devem ser controlados e
mantidos para que não constituam elementos de combustão, durante as
operações normais do aerogerador. Cabe alertar com relação aos pontos que
mecanicamente trabalham submetidos a atrito, capazes de produzir criar
temperaturas elevadas nas superfícies vizinhas ou faíscas, como no caso dos
freios de disco e rolamentos. E preciso que as instalações elétricas cumpram
as normas de segurança estabelecidas com relação a curtos circuitos,
sobretensões e circuitos ressonantes. E, que sejam fabricados com materiais
garantidos contra os processos de elevação do nível de temperatura. Convêm
analisar os riscos de ignição espontânea por óleo, solventes e outros produtos
químicos de uso eventual. Quando trabalhar com os componentes líquidos
inflamáveis e óleos, deve-se prever um sistema de recolhimento, como por
exemplo, bandejas para receber os excessos e pingos. Caso ocorra derrame de
líquidos providenciarem de imediato a limpeza. Os resíduos de óleo devem ser
recolhidos após a conclusão dos trabalhos para serem tratados e armazenados
em local adequado, e posteriormente transportados para o seu destino final.
Levar em consideração que os materiais combustíveis, bem como os materiais
auxiliares (Ex: trapos de limpeza) não devem permanecer no interior das
gondolas, uma vez que podem significar elementos de ignição ou aumentar a
carga de incêndio. A armazenagem de produtos inflamáveis de reposição, no
interior da nacelle deve ficar limitada ao menor espaço de tempo possível.
Minimizar também o tempo das operações de manipulação dos materiais
combustíveis; Utilizar líquidos inflamáveis em condições de áreas ventiladas;
etc. Outro ponto importante para minimizar os riscos de incêndios se refere à
qualidade dos óleos lubrificantes e óleos hidráulicos utilizados. Estes devem
ser escolhidos em função de suas características técnicas, procurando

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minimizar o risco de combustibilidade. Devem ter baixa emissividade de


fumaça e um elevado ponto de inflamação, superior à temperatura de
funcionamento dos sistemas. È recomendado manter nas áreas de risco um
sistema de sinalização de advertência, inclusive, para evitar a aproximação de
pessoas no caso de tormentas atmosféricas. Nunca é demais instalar placas de
“não fumar” nas áreas de entrada dos aerogeradores.

Manutenção do sistema de detecção e extinção de incêndios: Os


cuidados com a manutenção devem ser extensivos ao sistema de detecção e
extinção dos incêndios. Estes devem ser monitorados constantemente, a fim
de manterem a sua confiabilidade. Pelo menos uma vez ao ano devem passar
por revisão e manutenção preventiva. No caso dos extintores convencionais
cabe gerenciar as informações contidas nas etiquetas de fabricação de
recarregar periodicamente os extintores, e saber como utilizá-los em caso de
necessidade. O sistema anti-incendio somente devera ser desativado durante
as operações de manutenção preventiva ou corretiva de componentes do
aerogerador. O órgão de segurança do trabalho deve ser acionado para prever
as medidas de prevenção recomendadas, como: Assegurar a aplicação do
plano de emergência, caso necessário; Disponibilizar extintores manuais para
combater possíveis focos de incêndio; etc. Uma vez concluídas as atividades de
manutenção o sistema de controle de incêndios deve ser recomposto. Caso
sejam utilizados em eventuais emergências, antes da recomposição, devem
ser revisados.

Prevenção de incêndios florestais – São sempre muito mais difíceis as


condições de chegada do corpo de bombeiros, para o combate aos incêndios
florestais, nas zonas rurais, antes que o fogo possa afetar outras benfeitorias e
instalações. A possibilidade de produzir um incêndio florestal, caso um
aerogerador seja atingido por um incêndio pode ser evitada mantendo sempre
limpa a área de locação e arredores, estabelecendo um raio de risco (Exemplo:
Uma circunferência de 25 metros, ou conforme a altura do equipamento).

FIGURA 5.16 – Área de influencia do incêndio de um aerogerador.

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Equipamento de proteção coletiva e individual – As instalações devem


contar com todos os meios adequados de proteção coletiva, inclusive dispor de
extintores adicionais, para debelar incêndios insipientes. Todas as atividades
devem ser realizadas mediante a utilização dos equipamentos de segurança
individual, recomendados pelo órgão de segurança do trabalho, para cada tipo
de atividade, e após a análise dos riscos.

Programa de Treinamento - Se recomenda desenvolver um programa de


treinamento para todos os funcionários do parque eólico. Tanto o pessoal
interno, quanto o pessoal externo que intervenham pontualmente, nas
instalações do empreendimento produtor de energia. O conteúdo do
treinamento deve incluir: Medidas de prevenção dos riscos de incêndio;
Funcionalidade dos sistemas instalados de proteção contra incêndio;
Comportamento adequado para o caso de incêndios, por exemplo, como
acionar as equipes de resgate, brigadas internas e o corpo de bombeiros da
região; Uso correto dos extintores, diante de um principio de incêndio;
Aplicação de primeiros socorros; Resgate de acidentados, etc.. As aulas
teóricas devem ser ilustradas e/ou seguida de aplicações praticas.

Plano de emergência – As normas reguladoras atuais estabelecem a


necessidade de um plano formal de emergência, para limitar os riscos e ficar
preparados para eventuais situações anormais, cuja elaboração deve ser feita
por pessoas especializadas e experientes. Convém consultar a brigada do
corpo de bombeiros que fica mais próxima das instalações, e se possível
combinar uma visita de componentes da corporação para conhecer o parque
eólico, e as dificuldades operacionais de combate aos incêndios, em função de
altura das torres, localização e outras variáveis. As considerações serão
reunidas em um manual que indique, passo a passo, as medidas
recomendadas para atuação das equipes no caso de sinistros. As informações
deverão ser suficientemente claras e ficarem facilmente acessíveis a todos os
envolvidos. Não podemos esquecer que os trabalhadores dos parques eólicos
enfrentam muitos desafios, tais como a operação de equipamentos de grande
valor patrimonial, em locais isolados, em condições de risco iminente, com
fontes de ignição e materiais combustíveis sempre presentes. O primeiro
inimigo a enfrentar é o pânico natural, quando em condições adversas. Por
essa razão, recomenda-se que os trabalhos nas torres eólicas sempre sejam
realizados com mais de duas pessoas. Algumas informações não podem deixar
de serem consideradas no planejamento das ações:

 Relação do pessoal envolvido no plano de emergência, desde o momento


de aviso da ocorrência e até o encerramento das atividades estabelecidas
no mesmo.

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 Indicação dos contatos internos, com respectivos telefones de


emergência, ou outros meios de comunicação imediata, principalmente,
da pessoa nomeada para coordenar as operações de intervenção,
seguindo os passos indicados no plano de atuação.
 Indicação dos contatos externos, com os respectivos telefones ou outros
meios de comunicação imediata, principalmente da brigada de mais
próxima do corpo de bombeiros.
 Indicação das medidas imediatas tais como as condições de parada do
aerogerador e desconexão das fontes de energia;
 Tempos de resposta para atuação das equipes internas e externas, em
especial quando estiver previsto o recurso de socorro aéreo;
 Características importantes relacionadas com os procedimentos para
atuação no combate aos incêndios: Componentes de alta tensão;
Combustíveis e materialões dentro do aerogenerador; Rotas de chegada;
Meios de acesso ao interior dos ambientes fechados, etc.

Para acessar o interior das nacelles, durante uma emergência é necessário


proceder à parada do aerogerador: bloqueio de rotação das pás e bloqueio de
rotação da gondola, no ponto de giro com a torre de sustentação do conjunto.
Nos casos de eletrocussão os aerogeradores devem ser desenergizados e as
linhas/fontes de alimentação aterradas. Também, nos casos de incêndio os
aerogeradores deverão ser desenergizados e desconectados das linhas de
alimentação. Se não existem danos no sistema de comunicação, cuja central
está instalada numa sala de comando externa, as operações de frenagem,
desenergização, conexão e desconexão de fontes de energia poderão ser feitas
via controle remoto. Caso contrário ou diante da inexistência de um controle a
distancia, tais operações deverão ser feitas por pessoal especializado,
devidamente treinado, se houver condições para isso.

Uma vez iniciado um principio de incêndio em um aerogerador, a primeira


aposta é que o mesmo possa ser debelado com os recursos disponíveis, sejam
automáticos ou manuais. Caso os sistemas automáticos não existam ou
apresentem falhas, no momento necessário, cabe aos próprios funcionários
devidamente treinados, fazerem uso dos meios manuais. Independentemente
disso, a primeira medida é providenciar o correspondente alarme e aguardar a
chegada dos serviços de emergência, enquanto adota as medidas
estabelecidas no treinamento de autoproteção. Em resumo, dependendo da
gravidade da situação há duas opções:

 Optar por utilizar os meios manuais de extinção que estão à sua


disposição para proteger-se e combater o foco de incêndios (máscaras
de proteção, extintores portáteis, etc.).

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 A segunda opção, se os esforços para extinção do principio de incêndio


não forem satisfatórios, evacuar das instalações.

O trabalhador somente deve ficar no local do foco de incêndio enquanto houver


absoluta segurança de que o mesmo será facilmente debelado. Devemos ter
em mente que a premissa básica é salvaguardar a vida e a integridade de
eventuais pessoas, principalmente, daquelas em situação de enclausuramento
pelo fogo.

Apesar de cada aerogerador apresentar as suas particularidades que devem


ser consideradas num plano de salvamento e emergência, há no mínimo três
maneiras de evacuação e resgate: Descer a escadaria ou por tubos de descida
ou outros dispositivos apropriados ali instalados; Descer por meio de cordas ou
evacuação aérea, por meio de helicópteros. No geral, há também três
situações diferentes para evacuação e resgate: Incêndio acima do trabalhador;
Incêndio em local abaixo do trabalhador; Incêndio na cabine (nacelle) de
trabalho.

Trabalhador localizado no mesmo nível do incêndio: É quando o foco de


incêndio acontece no mesmo nível do trabalhador, dentro do seu posto de
trabalho, situado no interior da nacelle, bujão do rotor ou nas hélices, com as
pessoas no mesmo nível. Nesta condição a evacuação pode ser feita pelas vias
normais de acesso (escada de acesso e meios similares) até o solo,
empregando os dispositivos antiqueda ou preferencialmente, por outro meio
mais rápido. As escadas são inadequadas para as descidas que exigem poucos
minutos, a depender da altura da torre, porém podem ser mais seguras em
determinadas situações.

Meios normais Uso de cordas Apoio de


helicópteros

FIGURA 5.17 – Meios de acesso para evacuação ou resgate de


acidentados.

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FIGURA 5.18 – Posição do trabalhador em relação ao local do foco de


incêndio.

Nas situações fora de controle, sempre haverá um risco de quedas de objetos


incendiados, ou do próprio trabalhador se precipitar de grande altura, com
consequências fatal dada a rapidez com que o fogo pode apresentar. Ao sai da
gondola, é recomendável fechar a tampa que dá acesso à nacelle, para evitar
ser atingido por eventuais materiais que possam cair diretamente da área
incendiada. Em alguns projetos existem elevadores com guias fixos ou cabos
de sustentação, cujo uso deve ser descartado, quando os incêndios atingem
proporções maiores. Pode ser desaconselhável também o emprego dos

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descensores automáticos, considerando que a segurança na evacuação pode


ficar comprometida pela destruição dos elementos de sustentação, sem que o
trabalhador chegue atempo de escapar do local de risco, e sair do aerogerador.
Já os elevadores do tipo cremalheira são mais confiáveis e podem ser
analisados, para recomendar ou não o seu uso no caso de emergências.

Chegando a terra firme, os trabalhadores abandonam a área de influência do


risco, antes, fechando a porta de acesso da torre, e, geralmente se dirigem a
um local de seguro estabelecido como ponto de encontra nas situações de
emergência. No caso dos aerogeradores offshore o trabalhador dispõe apenas
de uma plataforma inferior, individual, que dá acesso ao interior de cada torre
eólica.

Trabalhador localizado abaixo do nível do incêndio: É a situação que a


primeira vista pode apresentar as condições mais fáceis de evacuação.
Dependendo do local, as condições de descidas dos locais elevados são as
mesmas indicadas para primeira condição acima descrita

Trabalhador localizado acima do nível do incêndio - Neste caso o foco de


incêndio está baixo do ponto em que se encontra o trabalhador,
impossibilitando a sua chegada em local seguro, fora da nacelle e da torre. A
primeira opção pode ser atravessar o fogo, utilizando os dispositivos
recomendados, tipo mascara antifumaça e dispositivos antiquedas, para descer
do local, pela escada ou meios similares, caso julgue esta como a opção mais
segura. É uma opção muito arriscada que pode ser viável em certas
circunstancias de incêndio mais brando.

A outra opção pode ser sair da nacelle, até a sua parte superior, e descer
externamente via cordas ou cabos de aço, também muito arriscada. A opção
que pode ser mais segura é contar com o resgate aéreo, quando prevista no
plano de emergência, tendo a sua viabilidade garantida. As condicionantes de
risco ficam por conta do tempo de acionamento e chegada de helicópteros
(variável controlável) ou por possíveis problemas não controláveis: de falta de
visibilidade, ventos fortes, fumaça exagerada, superfícies muito aquecidas, etc.

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PÁGINA VERSÃO DATA DE APLICAÇÃO MODIFICAÇÃO

CONSULTORIA – DESENVOLVIMENTO
E TREINAMENTO

A sobrevivência das empresas depende do aperfeiçoamento


de seus profissionais.
CURSOS SETORIAIS DE TREINAMENTO
E APERFEIÇOAMENTO

MEIO AMBIENTE – SEGURANÇA DO TRABALHO - ENGENHARIA CIVIL


CONSTRUÇÃO DE LINHAS AÉREAS DE ENERGIA – MANUTENÇÃO DE LINHAS DE
TRANSMISSÃO.

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ANEXO - Ocorrências de acidentes no Brasil

14/03/2009 - Raio estraga turbina eólica na ilha de Fernando de Noronha (PE).


Região do Porto Santo Antônio.

21/11/2009 - Eólica explode na Praia de Formosa no município de Camocim


– Estado de Ceará.

08/03/2014 – Torre eólica incendiada por descarga atmosférica no parque


eólico localizado no alto da Serra do Rio do Rastro em Bom Jardim da Serra
(SC).

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19/03/2014 - Um aerogerador de uma usina eólica na região sul do Paraná. Em


Próximo da cidade de Palmas, incêndio com suspeita de raio.

20/12/2014 - Ventania derruba torre de energia eólica no município gaúcho de


Santana do Livramento (RS).

16/05/2015 - Incêndio de pequenas proporções atinge parque eólico em Parazinho, no


interior do rio Grande do Norte.

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14/09/2015 - Incêndio atinge aerogerador de usina eólica no litoral Norte do RN na


zona rural de São Miguel do Gostoso.

09/08/2016 – Um aerogerador no povoado Labino, zona rural de Ilha Grande


do Piauí. Incêndio em Pedra do Sal Parnaíba (PI).

15/10/2016 - O ultimo acidente que veio a público ocorreu no parque eólico


de Xangri-la, empreendimento considerado modelo. Incêndio atinge torre do
parque eólico no litoral Norte do Rio Grande do Sul

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